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APAPECIDA A. Z. P.

SAßADINI
MAPIA IMACULADA C. SAMPAIC
SILVIA HELENA KCLLEP
(Crgan|zacãc)
um FnIoque para
a Pevista CientiIica
Psicologia
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Ì P PUS
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gla (A8LClP) e ao |nstltuto de Pslcologla da Unlversldade de Sao Paulo (|PUSP)
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clda Angellca Zoqul Paulovlc Sabadlnl, Marla |maculada Cardoso Sampalo e Silvla Helena

Pslcologla da Unlversldade de Sao Paulo, 2009.
2l6 p.
|S8N 978-85-86736-33-9
||. Sampalo, M. |. C. (Org.) |||. Koller, S. H. (Org.). |||. Titulo.
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Capitulo l
Plotr Trzesnlak
Silvla Helena Koller
Carisslmo(a) leltor(a), seìa bem-vlndo(a) ao nosso capitulo. L possivel que boa parte de nos-
letras. Somos pesqulsadores e, como todos os dessa especle, tornamo-nos escrltores (sera que
nos tornamos mesmo!) por dever de oficlo.
Lntao, voce nao val encontrar por aqul apenas orlentações acerca de ccmc esctevet. Lmbora
tratemos dlsso, especlalmente na prlmelra metade do texto, mantemos todo o tempo uma outra
vlsao, e a enfatlzamos na Parte 2: vamos nos preocupar e lhe contar o que acontecera com o seu
ccmµµsct|tc (ccmµµsct|tc e o equlvalente moderno de monµsct|tc), apos voce encamlnha-lo a
uma revlsta para publlcaçao. Conhecendo e, tanto quanto possivel, assumlndo os papels envol-
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te e, em consequencla, reduzlr substanclalmente o tempo entre a submlssao e a publlcaçao.
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logar com autores em potenclal sobre aspectos llgados a essa tarefa. Por se tratar de um texto
dldatlco, apresenta uma llnguagem coloqulal e dlreta aos leltores, vlsando estabelecer um dla-
ccmc e µct qµe
escrever e Je cnJe e c qµê
voce faz uma pesqulsa e, naturalmente, quer contar o que descobrlu, como alcançou seus
resultados e o que estes acrescentam ao conheclmento ìa exlstente. Lssa e a motlvaçao prlncl-
pal dos clentlstas - querer que seus achados seìam dlssemlnados e querer ser reconhecldo por
lsso - mas somente se pode receber reconheclmento por algo que se faça multo bem. A pes-
qulsa apenas se completa quando seu resultado se torna dlsponivel para a humanldade. Lntao,
escrever e publlcar e parte do processo lnvestlgatlvo e µtec|so set mµ|tc cem le|tc tomcem. No
entanto, contar bem a hlstorla de uma pesqulsa exlge um rotelro bastante pecullar, baseado em
contando um experlmento, uma lnvestlgaçao, desvendando um fenómeno e preclsa respeltar
os pressupostos que ela lhe apresenta. So asslm seu texto sera realmente compreensivel e ade-
quado as expectatlvas de seus leltores, em geral tambem clentlstas como voce.

clencla e uma atlvldade coletlva, conduzlda atraves de metcJcs t|çctcscs e tecn|cos esµecl-
, por membros de uma comunldade de pesqulsadores e/ou estudlosos. |ndependentemen-
te de seu metodo ser quantltatlvo ou qualltatlvo, seus resultados devem ser comunlcados atra-
ves de uma l|nçµoçem exclµs|vo, que transmlta ccjet|vomente lnformações sobre os resultados
das lnvestlgações conduzldas com t|çct metcJclóç|cc. Os valores dessa comunldade permelam
e caracterlzam a clencla que ela produz. Lembre-se, no entanto, de que o teol|JoJe v|v|Jo Jµton-
te o µesqµ|so estó oc|mo Jc metcJc, como sallenta Demo (l999). O metodo e usado para orga-
apenas o que cabe no metodo (Demo, 2003). Aventure-se e conte a hlstorla de sua lnvestlgaçao,
acrescentando as potenclalldades e as llmltações que a tornaram possivel e alnda mals proxlma
da realldade. Ct|ot|v|JoJe e uma condlçao esperada para que a clencla se renove! Mas clencla
nao e llteratura poetlca, entao aqul se fala em crlatlvldade . voce nao tem de fazer um
texto estet|comente ccn|tc, mas . Uma pesqulsa bonlta nao se caracterlza
por ser lntrlnsecamente rlgoroso e bem descrlto.
O obìetlvo ultlmo da clencla conslste em gerar conheclmento, cuìo acumulo promova a
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vendo obedece a uma serle de regras slmples e facels de entender. Seu texto expressa a verdade
de sua pesqulsa, obtlda atraves dos procedlmentos de coleta e anallse dos dados que foram utl-
llzados para alcançar os obìetlvos ou responder as perguntas que a motlvaram. Como pano de
fundo da hlstorla que voce esta contando, ha toda a clencla produzlda anterlormente, descrlta
na llteratura publlcada, apolando suas hlpoteses e seu problema e atestando por que o estudo
frutos de uma boa "colhelta", pols "tendo a mao um bom tema, uma boa hlpotese de trabalho,
uma boa base teorlca e metodologlca, sera possivel reallzar bem a promessa da lntroduçao".
voce deve manter o compromlsso de apresentar argumentos adequados e coletar dados pertl-
nentes, para chegar a um bom desfecho de sua hlstorla.
2l
3 Como £screver
Lscrever clencla nao e uma tarefa trlvlal, porque e necessarlo respeltar estrltamente o deta-
lhamento e a veracldade do fato que esta sendo descrlto. L, alem dlsso, sempre uma tarefa de-
aprender a escrever e quer escrever bem: le|o mµ|tc e esctevo mµ|tcl Lendo o que outros clentlstas
escreveram, voce consegulra nutrlr o seu proprlo processo crlatlvo e gerar seus proprlos textos.
que, como ìa menclonado, faz parte dela!) e que ele passara pela avallaçao de µotes, lsto e, de
outros lnvestlgadores. L, por lsso, convenlente submeter seu orlglnal a apreclaçao de seus cole-
gas de trabalho, professores e supervlsores, para obtençao de avallações prellmlnares. Se esses
seus prlmelros leltores forem seus verdadelros amlgos, como aponta 8em (2003), farao critlcas
construtlvas e o aìudarao a ter um orlglnal mals pronto para publlcaçao.
Um texto sempre pode ser melhorado, portanto, em nenhum momento (mesmo que o con-
prevlos por aìuda-lo a submeter um ccmµµsct|tc mals aprlmorado, o que, certamente, tornara o
processo de tramltaçao edltorlal mals curto e fara a alegrla dos parecerlstas e edltores. Alem dlsso,
voce podera conhecer anteclpadamente algumas das possivels reações dos leltores ao seu texto.
envlam pareceres bem consubstanclados e que publlcam o seu texto na forma como o subme-
teu. Llas o estao expondo a rlsco. Depols de publlcado, seu artlgo nao pode mals ser alterado, e
voce nao teve garantldo o seu dlrelto de te-lo revlsado e de melhora-lo antes que ele saisse.
L unanlmldade entre os pesqulsadores que escrevem e leem clencla que alguns pressupostos
clotc, ccjet|vc, µtec|sc, ccmµn|cot|vc e estot em l|nçµoçem cctteto.
e nao llterarlo ou coloqulal. Toda lnforma-
çao que for colocada nele deve ser acessivel aos leltores a que se destlna, permltlndo que a clencla
que contem seìa realmente entendlda. A leltura da hlstorla de sua pesqulsa preclsa permltlr que
lmaglnaçao de seus leltores. Os outros clentlstas, que aprendem com a leltura de seu texto, podem
dlscutlr o que voce fez apenas em face do que esta apresentado, sem ter de adlclonar hlpoteses ou
conìecturas. Deve ser possivel reconstrulr seu trabalho a partlr de seu relato, aproveltar suas ldelas,
crltlcar seu metodo, relnterpretar seus achados e conclusões. Os leltores podem ate ter um momento
de lnsplraçao e se emoclonar com o estudo que voce descreve, mas preclsam apegar-se ao seu texto
para realmente entender o que sua experlencla pode enslnar e o que segulr a partlr dela (ou nao!).
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tlvo. Paça uma seleçao crlterlosa das lnformações dlsponivels. |nclua todas aquelas lmpresclndi-
vels para que o trabalho e seus resultados seìam bem compreendldos. voce tem de se perguntar
ao longo de sua escrlta se tudo que esta dlto e necessarlo e se algo que fara falta alnda esta au-
sente. voce fez a pesqulsa, ela esta toda em sua memorla e em seus reglstros. Seus leltores nao
o acompanharam nesse processo e preclsam de detalhes relevantes para poderem entender o
obvlas aos clentlstas que escrevem, por terem vlvldo o processo lnvestlgatlvo, que lhes passam
despercebldas quando redlgem o texto. Note que essas lacunas podem lnvlablllzar a (re)cons-
truçao do conheclmento. Lntregue o "ouro aos bandldos", nao tenha medo! Lles saberao utlllza-
lo multo bem. Pode ser mals saudavel receber critlcas por alguma lnformaçao dada em excesso,
do que ser atacado por ter omltldo lnformações necessarlas.
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voce pode menclonar tambem alguma tentatlva que nao tenha funclonado como espera-
do, mas tal mençao , nao meramente alongar seu texto. Para
lsso, e preclso apresentar e dlscutlr hlpoteses e causas para o lnsucesso do que fol tentado e
torna-la frutifera. Porem, culdado: a enfase prlnclpal deve ser sempre a efetlva contrlbulçao para
a ampllaçao do acervo de conheclmentos da humanldade. |nformações complementares ou se-
cundarlas podem aparecer, mas nao ocupar um espaço tal que se rlvallzem, mascarem ou enfra-
queçam o conteudo prlnclpal. Slm, a menclonada seleçoc ct|tet|cso Jos |nlctmoçces J|sµcnlve|s
nao e tarefa facll, especlalmente quando alnda se e lnlclante. De novo, aqul, a cumpllcldade de
bons revlsores e de grande aìuda.
do ldloma, da area da clencla e do veiculo ao qual sera felta a submlssao. O uso de uma llnguagem
preclsa evlta expressões de sentldo vago, que possam dar margem a dlferentes lnterpretações
(Granìa, l998). De acordo com Secaf (2004, p. 47), µtec|soc e ccjet|v|JoJe sao condlções respon-
savels pela "exot|Joc do texto como um todo e pelo uso de palavras e conceltos unlversalmente
lnlclados no ìargao de sua area poderao entender o que esta escrlto. voce ganhara em comunlca-
bllldade e preclsao ao culdar desses detalhes. L ganhara multo mals do que lsso: causara uma boa
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cals e de pontuaçao. Paça um texto sem erros, por nao ter se cansado de revlsa-lo.
Alem dlsso, slga as regras de publlcaçao da area na qual se enquadra seu texto. Se seu
estudo pertence a area da Pslcologla, conheça as regras da Amet|con lsvchclcç|col Asscc|ot|cn
(APA, 200l). Se voce nao tem o manual, consulte as melhores revlstas da area, aquela para a qual
voce quer submeter o texto, procure normas na (SclLLO, http://
www.sclelo.org). Nao se omlta por descaso. Um erro de apresentaçao nas normas ou na escrlta
culta de seu texto pode ser lnterpretado pelos revlsores ou edltores como deslelxo. Mas, note, os
edltores nao pensarao que esse deslelxo ocorreu apenas com o textc, eles o lmputarao a todo o
processo de execuçao de sua pesqulsa. Um texto "suìo", com erros, fora das normas depõe con-
pesqulsador(a) bem conceltuado(a), achando que lsso o "autorlza" a submeter um texto deslel-
xado, convencldo de que qualquer revlsta quer ter seu nome entre os autores. A clencla nao e
terra de rels de um so olho... mlcµe! voce esta, de antemao, desrespeltando os seus leltores.
4 Por que £screver
Se e tao dlficll asslm escrever, ha tantas regras, tantos culdados a tomar, por que os clentlstas ln-
slstem em faze-lo! 8em, alem de ser a publlcaçao o ultlmo e lndlspensavel passo da pesqulsa, como
fol apontado, escrever e uma questao moral e etlca que deve ser atendlda pelos pesqulsadores. Para
progresso da produçao e dlssemlnaçao de conheclmento e apenas satlsfazem temporarlamente
o egoismo de um(a) pesqulsador(a). Lle(a) nao e um clentlsta e, provavelmente, nao consegulra o
respelto devldo em sua comunldade, asslm como, afortunadamente para outros pesqulsadores,
publlcar seus achados, eles slmplesmente nao exlstlrao! Somente com multa sorte, voce sobrevlve-
ra ao dllema do "publlque ou pereça"! As vezes, voce asslste a outros pesqulsadores apresentando
resultados que voce ìa conhecla, dlzendo que esses achados lhes pertencem: Ccmc cµsom/ Pols
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eles estoc ev|Jentes (evldentes!) em sua pesqulsa do seculo passado, que repousa no fundo de uma
gaveta de sua mesa, ou em um arqulvo perdldo em seu computador. voce e provavelmente o unlco
que os conhece no lsolamento de seu laboratorlo ou atraves do gozo solltarlo que eles lhe propl-
clentlstas por apresentarem resultados que voce nao dlvulgou. L tomara que voce nao tenha usado
recursos publlcos nem deseducado seus asslstentes e colaboradores que partlclparam da execuçao
da pesqulsa e constataram que voce, como coordenador(a) da equlpe, nao publlcou seus achados!
A Comlssao Naclonal de Ltlca em Pesqulsa do Conselho Naclonal de Saude (CNS, l996), ao
lmplementar as normas e dlretrlzes regulamentadoras de pesqulsas envolvendo seres humanos,
pela Pesoluçao nº l96, de l0 de outubro de l996, postulou no Artlgo |X que, na operaclonallza-
çao da pesqulsa, a responsabllldade dos pesqulsadores e lndelegavel, lndecllnavel e compreende
aspectos etlcos e legals. Acrescenta que estes devem segulr os prlnciplos da bloetlca, autonomla,
no Artlgo |X, que, entre varlas outras tarefas relaclonadas a execuçao do proìeto e do relatorlo,
cabe aos pesqulsadores desde submeter o proìeto ao Comlte de Ltlca em Pesqulsa (CLP) da lnstl-
encom|nhot cs ºtesµltoJcs µoto µµcl|coçoc. ccm cs Jev|Jcs cteJ|tcs ocs
µesqµ|soJctes osscc|oJcs e oc µesscol tecn|cc µott|c|µonte Jc µtcjetc¨ (asslm como, sendo o caso,
resultados"). Portanto, nao publlcar os seus achados, que e uma exlgencla de lel, equlvale a nao
estende-se tambem a comunldade partlclpante. O Artlgo ||| da Pesoluçao nº l96 (CNS, l996), so-
bre as exlgenclas para a pesqulsa em qualquer area do conheclmento envolvendo seres humanos,
nas quals se lnclul a Pslcologla, lnforma que os pesqulsadores deverao "garantlr o retorno dos be-
neficlos obtldos atraves das pesqulsas para as pessoas e as comunldades onde as mesmas forem
de Pslcologla (CPP, 2000), que dlspõe sobre a reallzaçao de pesqulsa em Pslcologla com seres hu-
manos, tambem preve a devoluçao, no Artlgo l5, quando trata da dlvulgaçao dos resultados. voce
pode, no entanto, argumentar que o toplco de sua pesqulsa nao e uma demanda preponderante
tem uma formaçao ampla e pode atender a outras demandas que a comunldade lhe apresente.
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tlclpaçao dela em sua pesqulsa. Se nao esta ao seu alcance devolver o que e demandado, convlde
um(a) colega(a), expllque-lhe a sltuaçao. Nao "use" os partlclpantes de sua pesqulsa - troque com
eles. Pode ocorrer, tambem, que, ao longo da execuçao de seu estudo, nao surìa a necessldade de
fazer essa troca. Alnda asslm, voce deve levar seus achados ao conheclmento da comunldade no
dados e entregue seu relatorlo aos portelros. Lntregue-o a mesma pessoa que o recebeu no lniclo
do trabalho e a quem voce sollcltou a asslnatura para o Termo de Concordancla da |nstltulçao. Sua
devoluçao nao termlna nessa mera entrega de relatorlo: marque uma hora para dlscutlr seu texto,
convlde todos os envolvldos, suglra que lelam e, entao, vlslte-os longamente para dlscutlr o que a
pesqulsa conclulu. Lembre-se de que a lnterpretaçao de um texto escrlto pode ser multo varlada,
especlalmente quando felta por lelgos. Os procedlmentos de devoluçao, portanto, podem exlglr
que voce escreva uma sintese estendlda de seus procedlmentos e resultados, com multo culdado e
clareza, mas dlferente de seu relatorlo tecnlco, pols esta dlreclonado a um outro grupo de leltores.
Nao e, porem, apenas por força de lel que os clentlstas devem publlcar seus achados. L a
dlssemlnaçao do trabalho que produz o progresso da clencla. Nlnguem se esquece da prlmelra
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(ou nas telas de um perlodlco eletrónlco)! Lste e um momento de auge dos pesqulsadores. Todo
seu esforço e sua dedlcaçao a pesqulsa estao estampados nas paglnas do texto e podera rever-
ter dall em referenclas, consultas, cltações, reconheclmento. Cada um dos pesqulsadores que ìa
passou por lsso sabe exatamente qual e o sentlmento. A sua publlcaçao pode agora gerar novas
sua partlclpaçao. Os pesqulsadores µcJem se sentlr valdosos por seus feltos e, mals que lsso,
µcJem dlvulgar seu estudo publlcado. Lles µcJem fazer motlet|nç de seu trabalho. Votlet|nç/
Slm, lsso nao e pecado! Se voce nao acredltar e nao dlvulgar o seu trabalho, como esperar que
alguem estranho o faça! Mesmo fazendo a dlvulgaçao, e bem possivel que o reconheclmento
seu texto. Assumlr e fazer motlet|nç pessoal sao atltudes que as vezes geram critlcas, mas que
nao devem amedrontar os pesqulsadores. Na academla, com as condlções de trabalho e sobre-
vlvencla a que os pesqulsadores tem sldo expostos, lnlclar um proìeto, executar uma pesqulsa
e publlcar um trabalho sao motlvos de orgulho, slm. Nao se mostra uma humlldade que, no
fundo, esconde uma hlpocrlsla.
5 Onde e o Oue PubIicar
Levando em conta todas as demandas que motlvam os pesqulsadores a escrever, e lmpor-
dlrlglr! Ouem e o seu publlco! voce quer escrever para seus pares, para sua comunldade ou para
seus alunos! O que quer atlnglr com seu texto: apllcações na comunldade, outros clentlstas,
salas de aulas! Lscolha, entao, um veiculo que alcance as pessoas que lhe lnteressam, mas antes
dlsso pergunte sobre a qualldade desse veiculo, qual a sua capacldade de dlssemlnar os seus
achados, se as versões eletrónlcas dos artlgos vem acompanhadas dos respectlvos metadados,
quals sao as bases de dados que o lndexam, se tem penetraçao naclonal ou lnternaclonal etc.
forma e conteudo. veìa na paglna da Assoclaçao Naclonal de Pesqulsa e Pos-graduaçao em Psl-
cologla (ANPLPP, http://www.anpepp.org.br) a llsta de revlstas avalladas pela area e suas clas-
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mento e vlslbllldade. Aquelas que estao presentes em bases de dados e dlsponlblllzadas em
varlas blbllotecas poderao dlvulgar mals amplamente seu trabalho. Atualmente, tal condlçao e
lgualmente assegurada pela velculaçao em formato eletrónlco, com metadados e textos lnte-
grals dlsponivels na |nternet.
O processo de execuçao de uma pesqulsa pode gerar multos textos. Um enso|c teót|cc que
revlsa e µtcclemot|zo a llteratura em sua area e um exemplo. As revlstas nao gostam de publlcar
meras revlsões, mas um bom ensalo que questlona a llteratura e acrescenta a ela tem sempre
um lugar assegurado. Um estµJc metcJclóç|cc e outro exemplo de texto a ser publlcado, es-
peclalmente se seu estudo propõe uma nova tecnlca, a revlsao de alguns procedlmentos co-
nhecldos ou uma nova ferramenta de lnvestlgaçao etc. lstµJcs emµlt|ccs tem espaço garantldo
quando acrescentam novas lnformações ao que se sabe acerca do slstema ou do processo que
abordam, ou se o enfocam sob uma vlsao alternatlva. Tambem podem ser publlcados telotcs
Je exµet|ênc|os
reallzaçao do estudo. Ha, alnda, os estµJcs µtcµcs|t|vcs que se constltuem em uma novldade e
seìa do ponto de vlsta de novos estudos ou de novas lntervenções).
L, entao, publlque, mas, antes, nao se esqueça das recomendações elementares: passe um
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me: culde para nao derramar coca l|çht nele: evlte que seu sobrlnho "adorado" rablsque coraçõe-
zlnhos no verso das folhas. Lxamlne concordancla, estllo, pontuaçao, palavras repetldas, viclos
de llnguagem, e asslm por dlante. Se as normas do veiculo lnformam que a submlssao deve ser
felta por correlo comum, use um envelope que acomode bem o texto, a copla eletrónlca, o re-
glstro de contrlbulçao, a carta de encamlnhamento, o parecer do CLP de sua lnstltulçao, e tudo
que seu arqulvo tem tamanho adequado e nao lotara a calxa postal da revlsta, veìa se as cores
recomendados etc. As cltações e as referenclas a materlal lmpresso e eletrónlco devem estar,
tambem, normallzadas. Aprovelte o fato de que multos veiculos dlsponlblllzam um checll|st em
suas lnstruções aos autores e slga-o a rlsca. O trabalho estara "pronto" para ser envlado a revlsta
quando estlver devldamente padronlzado.
a ser recebldo pelo(a) edltor(a) provocara nele(a) uma prlmelra e lmedlata lmpressao sobre o
trabalho (e nao so acerca Jc textc). Lsforce-se em tµJc para que essa lmpressao do edltor seìa
boa. Peìeltar um texto, porque o conteudo nao se adequou ao veiculo, e sempre uma declsao
dlficll para o(a) edltor(a), mas devolver um texto que fol envlado sem atender as normas da re-
vlsta, que foram preparadas com expectatlva de tornar possivel o cumprlmento de sua tarefa,
nao sera asslm tao penoso. Ouando os edltores recebem tres ou quatro orlglnals por dla utll
(setecentos a mll por ano), e so podem publlcar oltenta, a sua v|Jo so e vlavel se eles reìeltarem
cem mo|s da metade deles antes de lnlclar o processo de anallse rlgorosa de conteudo.
6 A ºUItimaº Versâo
voce ìa alcançou (aqullo que voce pensa que e) a "ultlma" versao do texto e se prepara para
ser garantlda com uma leltura em voz alta. Nao se preocupe com seus vlzlnhos ou co-habltantes,
eles ìa sabem quem voce e e entenderao mals essa novldade no rol de suas manlas. Sollclte ago-
ra a uma pessoa lelga em seu tema que lela sua "ultlma" versao do texto. 8em (2003) sugere que
mulheres da ldade dela (pelo menos da mlnha avo) a unlversldade, ou multas vezes, nem a es-
cola, talvez voce nao possa ser tao otlmlsta. Mas um colega de outra area que entende o que e
clencla podera lhe fazer comentarlos bastante construtlvos, especlalmente com relaçao as pos-
sivels lacunas que o texto apresenta. Sollclte, entao, aos exµetts para fazerem uma ultlma leltura
critlca de seu texto. Como ìa fol menclonado, se eles forem realmente seus amlgos, farao uma
leltura bem detalhada e apontarao todos os pontos que alnda podem ser melhorados. Peça a
eles para fazerem o papel do "advogado do dlabo". L sempre melhor ouvlr a verdade construtlva
Argumente, e claro, acerca do que voce nao concordar. Mas nao se esqueça, seu amlgo e um(a)
exµett, fol por lsso que voce o(a) escolheu para fazer essa leltura prevla de seu texto. Se ha algo
all que nao fol entendldo por exµetts, apesar de seus doutoramentos e todas as premlações, e
porque ou nao esta claro, ou obìetlvo, ou preclso etc. Portanto, nao esta bem escrlto.
Pesqulsar e publlcar sao ações lndlssoclavels. Uma das tarefas mals dlficels na execuçao de
uma pesqulsa e escrever. A crlaçao de um texto exlge dominlo do uso da llnguagem e do assunto
em dlscussao. Multos renomados autores um dla pensaram que ìamals serlam capazes de escrever
um bom artlgo de revlsta, um capitulo, ou mesmo um llvro na integra. Lscrever para uma massa de
leltores, sem duvlda, e tarefa ardua e exlge habllldades especlals. Pode ser um dom para poetas e
llteratos, mas e, certamente, uma expressao de competencla e etlca para um(a) clentlsta.
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necessarlos perslstencla e conheclmento de regras slmples e padrões/normas de apresentaçao
das lnformações. Lscreva pensando em seus leltores. Nao e possivel atlnglr todas as audlenclas
com um mesmo artlgo, portanto eleìa o seu publlco-alvo, antes de se aventurar na empreltada
que em provar que voce e sua pesqulsa sao maravllhosos - lsso todos perceberao, se o trabalho
for efetlvamente bom. voce prefere que as pessoas lembrem e descrevam voce por "produzlr
resultados relevantes" ou por ser "aquela crlatura arrogante e desagradavel"!
Nao escreva pela erudlçao, mas para relatar as experlenclas slngulares de suas pesqulsas
bem ou malsucedldas. Culdado com a retorlca, ela pode afugentar seus leltores multo antes da
metade do texto (e estes nunca mals acessarao seus artlgos). Clte outros autores, especlalmen-
te os que labutam no mesmo pais que voce. |sso deve ser um compromlsso. Leltores buscam
aprender com os textos que leem. Ouerem entrar em textos lntellgentes para extrairem deles
respostas para suas lnquletações teorlcas e metodologlcas e, quem sabe, mesmo etlcas. Auxllle
Permlta que haìa dlalogo com voce. Sua hlstorla e uma verdade da clencla contemporanea que
fol obtlda em sua pesqulsa.
Autore seu texto! |sso mesmo, lela-o e slnta que este e um texto do qual voce se aproprla.
Lssa nao e uma sensaçao facllmente obtlda, mas e lnconfundivel. O trabalho e seu, voce fol res-


e unlca, embora nao seìa a mals lmportante: os clentlstas nao escrevem com a expectatlva de uma
-
clstas, cronlstas e ìornallstas, que vlvem, todos eles, dos textos que produzem. Os pesqulsadores, nao:
eles vlvem da µesqµ|so, sao remunerados para expandlr o conheclmento a dlsposlçao da humanlda-
de, vlsando a melhorla da qualldade de vlda. A compensaçao que buscam, quando publlcam seus
artlgos, e mals que dlnhelro: e reconheclmento, cltações, credlto pela sua contrlbulçao a clencla.
|sso nos leva a segunda dlferenclaçao, a qual, porem, os ìornallstas devem compartllhar com
os pesqulsadores: nos dols casos, e tctolmente |nJ|sµensóvel que o fato descrlto no texto seìa
ocsclµtomente vetJoJe|tc. No entanto, mesmo respeltando esse aspecto baslco, ìornallstas e pes-
qulsadores devem escrever de modo multo dlferente, e ha para lsso pelo menos duas razões: a
µt|me|to e que o texto ìornalistlco nao preclsa relatar o fato de modo a permltlr sua completa re-
constltulçao por outras pessoas, em outros pontos do unlverso. 1a o clentlsta nao so relata a ver-
dade, como preclsa fornecer todos os elementos para que outros lnvestlgadores possam repro-
duzlr seus procedlmentos e corroborar as conclusões a que chegaram. A seçµnJo tem a ver com
µeten|JoJe
um llmlte de valldade
l
. Multas vezes, o lmpacto de uma nova descoberta, o reconheclmento por
uma contrlbulçao da malor relevancla para a clencla, so surge anos, ate decadas, apos sua publl-
l Lm certo sentldo, os clentlstas podem se tornar lmortals atraves de uma contrlbulçao representatlva para a clencla, e lsso talvez seìa
ao que eles, no fundo, asplram..., mas essa lnteressante questao pslcologlco-pslcanalitlca, lnfellzmente, nao pode ser dlscutlda neste
manual.
27
caçao lnlclal. Os ìornallstas nao tem esse tempo nem a preocupaçao de que seu texto permaneça.
Pelo contrarlo, eles carecem de |meJ|ot|smc, de |mµoctc, tem de produzlr efelto e consequenclas
em curtisslmo prazo, pols o ìornal de hoìe ìa sera candldato a papel reclclado amanha. Asslm,
eles nao retratam o fato de manelra completa, mas se concentram naqueles aspectos capazes de
chamar a atençao das pessoas e despertar nelas algum tlpo de emoçao, da lndlgnaçao ao enter-

em seu trabalho, um volume adequado de novos fatos relevantes, cuìas dlfusao e utlllzaçao por
-
tlca) lmpllquem dlreta ou lndlretamente uma melhorla na qualldade de vlda da humanldade.
µm vclµ-
me oJeqµoJc Je lotcs ncvcs e televontes
2
! |nfellzmente, nao ha uma resposta absoluta para essa
questao. Depende da area do conheclmento e da revlsta para a qual se esta conslderando sub-
meter o texto. Lm algumas (tanto óteos como tev|stos), publlca-se qualquer avanço, por menor
todos os pesqulsadores fossem mcttet omonho (ou ate mesmo alnda hoìe), e, se houver a velcula-
çao lmedlata, tambem nao havera tempo para que ele possa surtlr qualquer efelto. 1a, em outras,
somente sao publlcados trabalhos de longa maturaçao, com multas lnformações, e que o proces-
so edltorlal avalle como representatlvos de um avanço multo expresslvo do conheclmento. Lstas
lldam com a Clencla como se toda a comunldade de lnvestlgaçao fosse v|vet µoto semµte, po-
dendo esperar o tempo que for pelos resultados da pesqulsa. Lntre os dols extremos, cada area
encontra o seu ponto de equllibrlo e, em torno desse ponto, havera uma falxa de opções coberta
pelas dlversas revlstas, algumas tendendo mals para um dos lados (mcttet omonho), outras lncll-
nadas para o extremo oposto (v|vet µoto semµte, ver Trzesnlak & Koller, 2004). A poslçao efetlva de
um perlodlco nessa questao deve estar contemplada em sua µcllt|co eJ|tct|ol.
ncv|JoJe e televônc|o da lnformaçao o momento pelo
qual passa a area do conheclmento. Aqullo que hoìe e uma tese de doutorado, dentro de algum tem-
tlpo cotoctet|zoçoc Je s|stemos, nos quals se busca obter o panorama lnstantaneo de um grupo ou a
( ). Durante algum tempo, lsso e avanço do conheclmento, mas ha o mo-
mento em que e preclso mudar a abordagem, passando (sucesslvamente) a agrupar processos slml-
lares ( onól|se), acompanhando sua evoluçao
temporal em estudos longltudlnals, estabelecendo modelos (slnteses) e formulando teorlas abran-
gentes (slntese moçnos, ver Osada, l972). Lsse e um processo lento e gradual (de decadas em cada
las e apllca-las na avallaçao de artlgos para publlcaçao, tanto no nivel dos pareceres oJ hcc (µeet tev|ew
-
-
c µtóµt|c ccnhec|mentc acumulado
2 A esse respelto, conta-se entre os edltores, que um teletee, multo dellcado, nao querendo magoar o autor, emltlu o segulnte parecer:
"o artlgo e lnteressante, contendo lnformações novas e lnformações relevantes. Mesmo asslm, mlnha oplnlao e contrarla a publlcaçao,
ìa que as lnformações relevantes nao sao novas. L as novas, nao sao relevantes...".
28
pelos lnvestlgadores em seu trabalho exlge, lmpõe, o querer ser publlcado. Pode-se usar, aqul, a
lmagem de uma gestaçao: ha uma "gravldez de conheclmentos acumulados" que chegam a um
grau de maturldade tal "que tem de ser postos a luz"... quelram os pesqulsadores ou nao...
8 A 7rajetoria de um Artigo: da Preparaçâo a PubIicaçâo
Preparaçâo
Lntao, voce, pesqulsador(a), trabalhou, trabalhou, e sente que e hora de escrever seu artlgo. Ou
o proprlo conheclmento o esta presslonando a faze-lo. Lm algum momento, que pode ser anterlor
ou posterlor a escrlta, voce tera de decldlr para qual revlsta seu texto e mals aproprlado, e a resposta
sera encontrada pela consulta a politlca edltorlal dos perlodlcos. Atençao, nao confunda µcllt|co eJ|-
tct|ol com as |nsttµçces ocs oµtctes. A prlmelra descreve a personalldade da revlsta: seus obìetlvos,
sua vocaçao (ou oµenos v|vet µoto semµte ou
mcttet omonho
suba
trabalho de todos os envolvldos na anallse de seu ccmµµsct|tc
consultores oJ hcc, revlsores de texto, pessoal de secretarla e de apolo. L extremamente lmprovavel
que uma revlsta publlque um artlgo que nao esteìa de acordo com a sua politlca edltorlal.
1a lnstruções aos autores sao mals facels de obedecer: trata-se slmplesmente dos aspectos
formals que o perlodlco segue, os quals podem provlr de dlversas fontes: entldades de nor-
mallzaçao (como a lntetnot|cnol Otçon|zot|cn cl 5tonJotJ|zot|cn ou a Assoclaçao 8rasllelra de
Normas Tecnlcas, ou a Amet|con lsvchclcç|col Asscc|ot|cn), orgaos legals ou de regulamentaçao
(por exemplo, os Conselhos Pederals/Naclonals no que tange as questões etlcas), pecullarlda-
escrupulosamente obedecldas. 8ons perlodlcos fazem do atendlmento as normas um requlslto
prevlo a entrada de um orlglnal no processo edltorlal: ccmµµsct|tcs em desacordo com as nor-
mas nao sao cadastrados como recebldos, mas devolvldos sumarlamente aos seus autores. A
politlca edltorlal e as lnstruções aos autores, que podem ser um documento unlco ou dols ln-
dependentes, devem ser publlcadas pelo menos no prlmelro fasciculo de cada volume de uma
revlsta lmpressa, fato que deve ser anunclado em todos os demals fasciculos. Caso o perlodlco
tenha um s|te, politlca e lnstruções devem estar nele, e a revlsta, lmpressa ou eletrónlca, deve
menclonar e apontar essa dlsponlbllldade de modo bastante expliclto.
Processo editoriaI
Superada a barrelra normatlva, seu ccmµµsct|tc sera anallsado pelos edltores (geral ou ad-
ìuntos), que avallarao a conformldade com a politlca edltorlal e, se estlverem de acordo, sera
dado como recebldo nessa data e lngressara no processo edltorlal proprlamente dlto. A essencla
deste e a tev|soc µelcs µotes: o orlglnal val para pelo menos dols pesqulsadores especlallstas do
tema abordado, que farao uma anallse, emltlrao uma apreclaçao geral em forma de texto e farao
uma recomendaçao a revlsta, que em geral sera de µµcl|cot ccm os oltetoçces sµçet|Jos. ou te-
lctmµlot e oµtesentot µoto ncvo ovol|oçoc. ou noc µµcl|cot. O corpo edltorlal pode acatar ou nao
essa recomendaçao. Geralmente o fara, caso receba dols pareceres convergentes. Nao sendo o
caso, ou ele mesmo efetuara uma anallse e decldlra o destlno da contrlbulçao, ou o fara apos so-
29
provldenclas sollcltadas, acatando as sugestões recebldas ou refutando-as fundamentalmente.
O que e soIicitado aos revisores oJ hcc1
Ha duas abordagens para essa questao. Pode-se encara-la lnlclalmente de modo geral, ln-
lntetomet|con 1cµtnol cl lsvchclcçv (Trzesnlak & Koller, 2005),
que se encontra sob nossa responsabllldade desde 2003. Pede-se la que seìam levadas em con-
slderaçao (na autorla e tambem nos pareceres) algumas questões declslvas de adequaçao do
OuaI e o principaI pubIico do artigo1
Algumas opções sao: pesqulsadores, professores unlversltarlos, estudantes de pos-gradua-
OuaI(is) a(s) caracteristica(s) inovadora(s) do artigo1
Algumas opções sao: aborda um problema lnedlto, aborda de forma lnedlta um problema
conhecldo, apresenta um aspecto teorlco de modo a posslbllltar/facllltar o seu emprego na pratl-
O que os Ieitores terâo ampIiado apos o estudo do artigo1
Algumas opções sao: o seu nivel de lnformaçao dentro da area, a sua formaçao como espe-
clallstas da area, a sua formaçao como pesqulsadores em geral, a sua capacldade dldatlca, o seu
elenco de alternatlvas de açao dlante do problema pratlco abordado.
Lm outras palavras, avalle concretamente o potenclal com que o artlgo possa vlr a ser clta-
do como referencla em pesqulsas futuras.
A segunda vlsao do que se sollclta aos consultores surge quando se leva em conta a
area do conheclmento a que se dedlca o perlodlco. A llustraçao que usaremos aqul e a pro-
prla Plcha de Avallaçao que elaboramos para o lntetomet|con 1cµtnol cl lsvchclcçv, a qual
nao dlfere essenclalmente de suas slmllares empregadas por outras revlstas. Gostariamos,
no entanto, de destacar especlalmente o ultlmo dos ltens seleclonavels, o qual lnslstlmos
que todo perlodlco brasllelro ou latlno-amerlcano deverla lnclulr. Nele, pergunta-se expllcl -
tamente ao parecerlsta se ele tem conheclmento (e pede-se que relaclone na folha segulnte,
em caso posltlvo) de outros trabalhos de autorla de pesqulsadores de ldloma latlno que
-
dencla entre os autores de cltar preferenclalmente artlgos de estrangelros publlcados em
revlstas do hemlsferlo norte, omltlndo aqueles orlglnarlos dos paises latlno-amerlcanos e do
Carlbe, mesmo quando relevantes. |sso e altamente preìudlclal a clencla desses paises, que
lnvestem pesadamente em pesqulsa, mas nao obtem o credlto correspondente em termos
de lmpacto. L o mals grave e que, na verdade, em multos casos os artlgos soc consultados,
apenas a cltaçao nao e felta, por razões que nlnguem sabe expllcar. Talvez seìa apenas um
mau hablto, que todos preclsam aìudar a mudar.
30
IORMULARIO D£ AVALIA A ÇAO
Pslcologla. Por favor, asslnale 5|m ou Noc -
mente sua resposta na coluna Ccmentót|cs e lnclua Ccmentót|cs AJ|c|cno|s na proxlma paglna.
CRI7£RIOS COM£N7ARIOS
| ] Slm
| ] Nao
O manuscrlto segue as normas de apresentaçao da Amet|con
lsvchclcç|col Asscc|ot|cn
| ] Slm
| ] Nao
O problema lnvestlgado esta estabelecldo com clareza
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
O problema lnvestlgado mostra relevancla lntetomet|cono (nao
e de lnteresse demaslado local)
| ] Slm
| ] Nao completo e adequado
| ] Slm
| ] Nao
A retaguarda teorlca esta estabeleclda com clareza
| ] Slm
| ] Nao
O metodo de lnvestlgaçao e adequado
| ] Slm
| ] Nao
O metodo fol bem desenvolvldo (lnclulndo a anallse dos dados)
| ] Slm
| ] Nao
A apresentaçao dos dados esta adequada
| ] Slm
| ] Nao dlscutldas no texto
| ] Slm
| ] Nao
A qualldade dos dados esta adequada
| ] Slm
| ] Nao
A dlscussao e as conclusões estao respaldadas pelos resultados
e pelos dados
| ] Slm
| ] Nao
O texto e claro, coerente e bem organlzado
| ] Slm
| ] Nao
Ha outros estudos lnteramerlcanos menclonados nos Ccmentórlcs AJlclcnols
(proxlma paglna) que sao relevantes ao tema e podem ser cltados no manuscrlto
AVALIA AA ÇAOC£RAL: seleclone, por favor (cllque), o numero que melhor representa sua avallaçao geral.
INAC£I7AV£L 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
£XC£L£N7£
S£L£CION£, POR IAVOR CLIOU£ A SUA R£COM£NDAÇAO PARA O MANUSCRI7O:
COM£N7ARIOS ADICIONAIS PARA
OS AS 7OR£S AS
| ] Nao aprova-lo, mas sollcltar que seìa reapresentado. Tem potenclal para publlcaçao, mas
| ] Nao aprova-lo
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Slm
| ] Nao
| ] Nao aprova-lo
| ] | ] | ] | ] | ] | ] | ] | ] | ] | ]
| ] Nao aprova-lo, mas sollcltar que seìa reapresentado. Tem potenclal para publlcaçao, mas
3l
Para emitir e como receber um parecer
L lmportantisslmo que, todo o tempo, edltores, autores e revlsores mantenham o foco no
obìetlvo prlmelro e unlco da publlcaçao dos resultados da pesqulsa: e preclso fazer o conhecl-
cµmµl|c|JoJe cctJ|ol desses tres atores, rumo a excelencla
do conteudo. O restante desta seçao, uma adaptaçao do Anexo de Trzesnlak (2004), lntltulado
Anol|sto e onol|soJc, aborda algumas caracteristlcas dessa sempre dellcada lnteraçao.
PALAVRA IINAL SO8R£ O PROC£SSO £DI7ORIAL: OU£M SAO OS R£SPONSAV£IS P£LOS £RROS1
AnaIista e AnaIisado(a) (um codigo de postura)
Autor(a), acelte sem dlscutlr o segulnte prlnciplo fundamental: µm textc µcJe semµte set me-
lhctoJc. L cct|çoçoc
e dos(as) revlsores(as) apontar ressalvas, aspectos pouco claros, conteudos colocados lnade-
quadamente nos artlgos que lhes compete anallsar. O problema e que qµose nµnco o(a) autor(a)
gosta de comentarlos desse tlpo - para ele(a), o que ele(a) mesmo(a) escreveu esta sempre claro
e perfelto. So que lsso qµose nµnco e verdade:
Anol|sto -
dlbllldade, tem de ser desempenhada com culdado e atençao. O resultado, necessarlamente
dellcadeza.
vale a pena lnvestlr algumas llnhas nas pecullarldades da relaçao anallsado(a)-anallsta,
como melo de prevenlr eventuals mal-entendldos. Lntao:
onol|sto deve trabalhar com o segulnte espirlto: c qµe. Je m|m. µcJe ojµJot c(o} oµtct o
µµcl|cot µm ott|çc melhct/ O(a) anallsta |edltor(a) ou revlsor(a)] e um cúmµl|ce do(a) autor(a):
cabe-lhe detectar eventuals aspectos menos bem colocados ontes que o conheclmento se
oµtct(o} deve partlr do prlnciplo de que o(a) anallsta e seµ(µo} cúmµl|ce e de que traba-
lhou dentro do espirlto aclma. Deve ter em mente, tambem, que (como ìa fol dlto) autores(as)
semµte pensam que o seu texto esta perfelto, mas que lsso qµose nµnco e verdade, de modo
determlnada passagem ou construçao. A recomendaçao, entao, e de que nµnco Jescottem
lev|onomente µmo onctoçoc Jc(o} onol|sto: ele(a) pode ate nao ter apanhado bem o esµlt|tc
Jo cc|so naquele ponto, mas sentlu algo estranho all. Uma revlsao e certamente necessarla.
Outro ponto: o(a) autor(a) nao se deve sentlr atlngldo(a) µesscolmente pelos comentarlos.
O(a) anallsta ìa esta dedlcando tempo e esforço para aìuda-lo(a), aqullo que escreve/dlz e a ma-
-
dlente lmportante, mas sempre pode escapar algum comentarlo que pareça um tanto caustlco
ou agresslvo. Ccm cettezo. noc e. Anos de atuaçao como edltores, como arbltros e como autores
permltlram apreender (com ee
poder garantlr absolutamente que nao ha espaço para magoas ou rancores. Tudo deve ser vlsto
ccjetc artlgo, e nao
o sµje|tc autor(a)].
Slm, e lncrivel, mas erros ocorrem! Apesar de toda a dedlcaçao, atençao e todo o culdado, o
-
32
apenas nos erros lnvoluntarlos, descartando os que resultem de ações de ma-fe, como procedl-
mentos nao etlcos ou fraudes dellberadas.
e o(a) seu(ua) edltor(a), mas nao abrlmos esta seçao para apontar culpados(as). Nosso propo-
slto, slm, e contrlbulr para que os erros se reduzam e, eventualmente, delxem de exlstlr. Claro
que lsso nao se consegue "caçando bruxos(as)", porem sugerlndo procedlmentos, posturas e
ela autor(a), edltor(a) responsavel, revlsor(a), dlagramador(a), lmpressor(a), secretarlo(a) ou te-
lefonlsta, oc µetcecet µm ettc. Jeve chomot o otençoc Jc tesµcnsóvel µoto cctt|ç|-lc. Pols todos
entregue aos leltores. Ouando o(a) edltor(a) consegue transmltlr esse espirlto a sua equlpe de
trabalho, nao sera preclso procurar responsavels por erros, porque estes, slmplesmente, delxa-
rao de exlstlr.
33
Referencias
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