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O PODER DAS PALAVRAS NEGATIVAS

Quem não se lembra das palavras da sua mãe? ou do seu pai? Ou de uma professora? Pode ter
sido um incentivo para te projetar ao mundo, mas pode ter vindo de uma forma tão negativa e
dolorosa que te feriram e te paralisaram em alguma área da vida.

Aquilo que ouvimos das figuras de autoridade que passaram ou que continuam na nossa vida,
têm um peso diferente. Elas constroem algo, ou destroem alguma coisa. Existem palavras que
foram ditas e ecoam dentro de nós, acompanhando toda nossa trajetória!

Algumas abriram feridas, outras curaram dores, contudo, o que sai da nossa boca vem
carregado de poder. Podem dar vida, mas podem matar. Como diz o provérbio: “A língua tem
poder sobre a vida e sobre a morte;” (Pv. 18:21a)

Há pessoas que traçaram as rotas da sua vida baseadas em palavras negativas que receberam
dos seus cuidadores, fizeram escolhas, abriram mão de sonhos e remoem ainda com dor
aquilo que lhes feriu. Essas sentenças negativas, carregam consigo a possibilidade de atrofiar
as crenças do indivíduo e limitar o que pensam sobre si mesmos. E é por isso vemos tantas
pessoas talentosas que se consideram incapazes de conseguir desenvolver algo, de assumir
uma posição na vida, de fazer uma faculdade, enfim de perseguir os próprios sonhos. E essa
limitação se evidencia nas diversas esferas da vida, na autoimagem influenciando a
autoconfiança e comprometendo a capacidade do sujeito de ser autêntico.

Quantas vezes não abrimos a boca de forma impensada e sem perceber estamos ferindo a
alma de alguém? Podemos até tentar reparar, pedir perdão, porém já diz a sabedoria popular
que a palavra falada é como uma flecha lançada. Não tem volta. Pode até arrancar a flecha,
mas o estrago já foi feito. Assim são as palavras destrutivas, podemos pedir perdão, mas não
temos um botão capaz de apagar a memória de quem ouviu.

Já dizia Lacan, psicanalista francês “você pode saber o que disse, nunca o que o outro
escutou”, porque cada pessoa interpreta o que o outro lhe traz de acordo com suas
experiências anteriores. É por isso que uma mesma frase pode magoar um e não significar
nada para o outro. Quem atribui o significado é aquilo que já foi vivenciado. Mas e uma criança
que não possui experiências anteriores? Talvez o potencial ofensivo seja mais letal, pois como
não compreende o significado, a ferida que abre pode moldar a sua visão de si mesma e do
mundo onde vive. O trauma se constitui naquilo que não se nomina.

Portanto, cabe a cada um de nós atentar para a responsabilidade ao falar com o outro, com o
cônjuge, com nossos filhos, com quem quer que seja. Nunca sabemos como o outro está
recebendo aquilo que estamos falando.

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