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VARÍOLA DE MACACOS: INFORME À POPULAÇÃO

Atenta às questões relacionadas à saúde pública e em virtude de informações de ocorrência de casos de


varíola de macacos em diferentes países, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) faz os seguintes informes
à população em geral no sentido de oferecer esclarecimentos sobre essa doença.
1) Esta infecção viral é considerada uma zoonose, pois é transmitida, em geral, por contato com animais
provenientes de florestas africanas (roedores, esquilos e macacos). Excetuando-se poucos surtos fora da África,
tem ocorrência endêmica nesse continente.
2) A varíola de macacos tem semelhança no quadro clínico com a varíola humana, doença erradicada por volta dos
anos 80;
3) Essa doença se manifesta através de lesões de pele, inicialmente, pequenas como bolinhas, que rapidamente se
transformam em bolhas com pus que ao romperem formam crostas que caem permanecendo como pequenas
feridas. Existem sinais como febre, mal-estar, ínguas (gânglios aumentados), dor de cabeça e dor no corpo;
4) Após o contato, os sintomas podem surgir após 6 a 14 dias, podendo levar até 21 dias. Raramente, complicações
ocorrerão, mas, infecções bacterianas secundárias e o acometimento cerebral (encefalite) devem ser observadas;
5) As formas de transmissão são por mordida de animal ou manipulação de espécimes com a doença. Há relatos de
surtos com transmissão entre humanos, mas que dependem de contato próximo de formas direta (com fluidos
corporais) ou indireta (com pertences de infectado), sempre com baixa infectividade. Diante do surgimento de
casos em diferentes localidades está em investigação se as modalidades de transmissão humano a humano foram
ampliadas, com base no que tem sido relatado.
6) Até o momento, não foram notificados casos no Brasil, porém, diante do fluxo de viagens internacionais, orienta-
se à população maior vigilância em situação de viagens para locais onde já foram registradas ocorrências dessa
doença com o intuito de evitar maior dispersão do vírus;
7) Para maior conscientização dos viajantes, podem ser produzidos alertas nos aeroportos de caráter informativo;
8) Sugere-se também às autoridades sanitárias brasileiras uma ação contínua visando o controle de eventuais casos
suspeitos, com rápida investigação e vigilância epidemiológica dos contatos e afastamento das pessoas até a
recuperação (em geral até 3 semanas);
9) Em caso de suspeita ou confirmação de diagnóstico, ao lidarem com pacientes, profissionais de saúde devem usar
equipamentos de proteção individual para transmissão de contato, incluindo gotículas.
10) Por se tratar de doença com manifestação cutânea, a SBD, por meio de seu Departamento de Doenças Infecciosas
e Parasitárias, está atenta à evolução desse problema de saúde pública com objetivo de manter profissionais da
saúde e população adequadamente orientados e evitar situações de pânico.

Rio de Janeiro, 02 de junho de 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA


DEPARTAMENTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

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