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  A Capoeira e o Cristão
A prática da capoeira é bem comum no Brasil; de norte a sul encontra-se terreiros e mestres prontos a
conduzi-lo pelo mundo dos jogos acrobáticos. É uma forma de luta genuinamente brasileira, praticada ao
som de instrumentos tais como: berimbau, agogô, atabaque, pandeiro, entre outros. Atualmente, nos quatro
cantos do planeta, há praticantes. Os benefícios para o corpo físico são facilmente comprovados, pois, exige
de seus praticantes um excelente preparo para a execução das acrobacias.

Apesar de não defender uma tendência religiosa, facilmente, identifica-se  uma profunda interação com as
religiões afros, nas ações e cânticos. Não os condeno, afinal, a liberdade e o direito de culto, e a prática das
mais diversas filosofias religiosas estão asseguradas na Constituição Federal. No entanto é incompatível com
os princípios bíblico e conseqüentemente, desaconselhável a sua prática pelos que professam a fé evangélica.

Veja o depoimento do Mestre Decânio:

 “Mestre Decânio, o mais idoso "Filho de Bimba" ainda vivo, decano da Capoeira Regional, médico e filósofo,
pesquisador da capoeira, contribuiu recentemente com interessantes observações sobre a questão da origem
da capoeira. Estudando os ritmos do candomblé, percebeu que o ritmo básico de Logunedê  corresponde às
batidas do pandeiro na capoeira.         
Podemos concluir: "O candomblé é a fonte mística... donde brota a magia da capoeira!"
Há grande similitudes entre os movimentos da capoeira e os movimentos das danças rituais do candomblé,
e outras semelhanças: no candomblé, o ritmo dos atabaques é o nexo entre "os Orixás e o Vodunce", assim
como na capoeira, o estilo do jogo acompanha a musicalidade do toque.

A capoeira é o processo complexo constituído pela fusão ou caldeamento de fatores de várias origens... dos
africanos herdamos os movimentos rituais fundamentais do candomblé...”  www capoeiradobrasil.com.br

Mesmo vivendo em dias nos quais as igrejas estão cada vez mais permissivas e tendenciosas a copiar as
práticas comuns aos não evangélicos. Inclusive, já existe uma versão “gospel” da capoeira, na qual os
cânticos foram adaptados. Afirmam seus criadores que o objetivo é alcançar para o evangelho os adeptos da
capoeira; sinceramente, não consigo ver sustentação na Palavra de Deus para justificar a adaptação de
costumes sabidamente não cristãos, com o fim, de angariar seguidores para as igrejas. O Senhor Deus não
precisa de inovações, precisa sim, de vidas cheias de poder e autoridade para manifestar a Sua glória.

É imperioso ouvir-se Espírito Santo e que os corações sejam sensibilizados para a verdade da impossibilidade
da modernização do evangelho, afinal, a palavra é imutável. As filosofias diversas, não devem encontrar
lugar no coração do homem que procura santificar-se e ser instrumento nas mãos do Senhor Deus. É preciso
que haja discernimento do Espírito, afinal, a vida que nos é proporcionada deve ser exclusivamente para
honra e gloria do Eterno, e isto com todas as forças possíveis. E nesta visão, é preciso abrir-se mão de
muitas atitudes aparentemente normais e inofensivas à vida espiritual.

Amado, aconselho que seja sensível ao Espírito Santo, que tenha discernimento e sabedoria do Alto para
julgar o grau de importância das ações.  O que é mais importante, agradar a Deus ou satisfazer os anseios
da vontade?

O Senhor aconselha:

 “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e
a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” 2 Co 6:14; 

“Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz... E não sejais
cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” Ef 5:8,11;

 “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.” Cl 1:13; 

 “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 1 Pe 2:9; 
"Não imitem os costumes dos povos que eu vou expulsar dali, conforme vocês forem tomando posse da
terra. Eu fiquei aborrecido com eles por causa das coisas imorais que faziam." Lv 20.23.

Não se deixe levar por vãs filosofias e toda sorte de doutrinas; seja fiel, santo, puro e cheio do Espírito
Santo, assim, de tua vida fluirá um rio de água viva!

Meu caro Kelvin,

Como você já deve conhecer, existe uma variedade de artigos sobre esse assunto e em vista da polêmica
que gera, acaba recebendo uma grande quantidade dúvidas e sinceramente, este era um dos problemas que
não esperávamos que fosse acontecer.
 
Vamos lá...

Para manter a cultura dos escravos, a música cantada na Capoeira sofreu influência da religiosidade
africana.
 
“...então para poder ser disfarçada a sua prática entre os negros, foi adicionado os instrumentos musicais
que deram uma imagem de dança a Capoeira, com músicas que falam de deuses africanos, Reis das
tribos...”
 
E de fato isso deve ter ocorrido visto que:
 
“Nas práticas religiosas a que os africanos se entregavam, as danças litúrgicas, ao som de instrumentos de
percussão, desempenhavam papel de grande relevância, pois o ritmo bárbaro exacerbava-lhes a
gesticulação, exagerava-lhes os saltos, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinária
mobilidade, excepcional destreza, surpreendente velocidade de movimentos. E é a estes rituais religiosos,
que pesquisadores atribuem o surgimento da capoeiragem.”
(http://geocities.yahoo.com.br/florindo_marques/capoeira/origem.html, presente também em Revista
Capoeira nº3, O que é Capoeira, Anande das Areias, 4ª edição, o sublinhado é meu).
 
Ora, o que se depreende pelo texto acima é que a própria dança era uma forma com que os africanos
praticavam a sua religião. Esta manifestação estava presente na cultura africana, e coincidentemente, foi por
meio da dança, especificamente, de um ritual religioso, que se originou e preservou a Capoeira.
 
Veja que, de acordo com o texto, quem estabelece essa relação são os próprios pesquisadores. Não é uma
mera opinião nossa.
 
Desta forma, para provar que Candomblé e Capoeira andam juntas, apesar de não ser um profundo
conhecedor no assunto, busquei referências de pessoas que, assim como você, também praticam e lecionam
capoeira e ainda, que se dedicam ao estudo de sua história. Dentre elas destaco um daqueles que
aparentemente mais contribuíram para a difusão desta luta disfarçada de dança: o Sr. Ângelo Augusto
Decânio Filho o qual, de acordo com um site dedicado à capoeira, “o mais idoso dos discípulos de Mestre
“Bimba” ainda vivos, a maior autoridade no mundo sobre a Capoeira Regional de Mestre “Bimba””.
(www.capoeiradobrasil.com.br).
 
Isto fica mais claro nos livros do Sr. Decânio, onde é possível encontrar algumas confissões, dentre as quais
destaco um artigo intitulado:
 
“A Importância do Transe Capoeirano no Jogo de Capoeira da Bahia” (Falando em capoeira, Coleção S.
Salomão, CEPAC, Salvador/BA, presente no site http://planeta.terra.com.br/esporte/capoeiradabahia, o 
sublinhado é nosso).
 
Neste artigo, em suas considerações gerais, há alguns comentários interessantes sobre a influência da
música na alma das pessoas.
 
“O candomblé oferece-nos uma variedade de toques de atabaques, com diversos ritmos e andamentos,
capazes de desencadearem manifestações motoras padronizadas sob categorias de orixás.
 
É conveniente estudar as associações de toques, ritmos e andamentos com os padrões de comportamentos
dos orixás e personalidades dos "filhos de santo" para melhor entendermos a influência dos toques, ritmos e
andamentos nos desenvolvimento do jogo de capoeira, consoante a variedade de temperamentos e
personalidades dos capoeiristas(...)”
 
“(...) O exame das fotografias de Pierre Fatumbi Verger, de cenas de candomblé colhidas na África,
documenta a identidade daqueles movimentos durante o transe dos orixás, que manifestam a atividade
gerada pelos toques e ritmos musicais do candomblé e destes da capoeira.” (o sublinhado é meu)
 
E por fim ele conclui:
 
“Portanto, se a música pode alterar o estado de ânimo e as suas manifestações motoras estáticas e
dinâmicas, forçosamente teremos que concluir que o andamento, ritmo, palmas e cantos também modificam
o comportamento dos capoeiristas durante o jogo.”
 
Esta é uma constatação bem interessante feita por tal capoeirista.
 
Portanto, tais afirmações levam a depreender que qualquer pessoa, mesmo sem conhecer o Candomblé,
aderindo à Capoeira como atividade física, passa a aceitar e praticar, ainda que indiretamente e sem
perceber, os movimentos daquela manifestação religiosa.
 
Como mais especificamente diz o autor:
 
“os movimentos helicóides, circulares, predominam tipicamente no jogo de capoeira por herança cultural da
sua raiz africana, a dança religiosa do candomblé.” (Evolução Histórica da Capoeira, Ângelo Augusto Decânio
Filho, presente no site http://planeta.terra.com.br/esporte/capoeiradabahia)
 
Há ainda outras interessantes confissões deste senhor que seriam de grande valor para fazer um estudo mais
elaborado sobre os rituais religiosos do Candomblé, incorporados veladamente na Capoeira, a qual, à guisa
de atividade física, é atualmente praticada e difundida em todo país.
 
Veja, caro Kevin, não estou entrando no mérito dos benefícios físicos que tal atividade pode proporcionar,
como, por exemplo, o desenvolvimento da coordenação motora, agilidade e etc., os quais, servem-lhe como
desculpa para a defesa da capoeira. Estou procurando mostrar-lhe, por meio de provas reais (conforme você
pede em sua missiva), que esta luta/dança tem influências do Candomblé e que a forma que atualmente
praticada é má.
 
Entretanto, tenho receio que você não aceite totalmente tais argumentos colhidos destas pessoas do próprio
ambiente “capoeirístico”, mesmo que fique patente a relação dos fundamentos da Capoeira com o
Candomblé.
 
É claro que para nos convencer de algo precisamos compreender, por meio de nossa inteligência, a
veracidade das provas apresentadas. Entretanto, a inteligência sozinha não basta, é necessário a nossa
vontade para aderir à Verdade pois, mesmo que tal capoeirista venha a confessar:
 
“Todos os capoeiristas conhecem o transe capoeirano, embora nem todos disto se apercebam, um
estado de extrema euforia, e de integração ou acoplamento a outra ou outras personalidades participantes
do mesmo evento, conduzindo a execução de atos acima da capacidade considerada como “normal”” (o
sublinhado e negrito são meus),
 
Temo que você ignore tais afirmações e continue a refutar se valendo sempre de seu maior trunfo
argumentativo: o seu próprio exemplo.
 
 
Fique na Paz de Jesus!

Abraços,
Ezequiel Neto.

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