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Para citar esse documento:

COLINS, Cleyce Silva. O corpo como lócus de encantamento na criação em dança.


Anais do VI Encontro Científico da Associação Nacional de Pesquisadores em
Dança - ANDA. Salvador: ANDA, 2019. p. 2005-2013.

www.portalanda.org.br

2004
O CORPO COMO LÓCUS DE ENCANTAMENTO NA CRIAÇÃO EM
DANÇA1
Cleyce Silva Colins (UFRGS)i

RESUMO: Este artigo apresenta considerações parciais sobre o projeto de pesquisa


“Guias em Transe: Uma proposta de análise de atitudes corporais alteradas na
umbanda como disparador para a criação em artes cênicas.” O intento dessa
proposição é o de pensar o corpo como potência de encantamento tomando como
referências saberes assentados nos rituais religiosos de matrizes afro-brasileiras, de
modo mais específico a umbanda. Nessa análise a noção de encantamento está a
ser reivindicada a partir da noção de macumba, traçada nos saberes dos terreiros e
desenvolvida pelos autores Luiz Antonio Simas e Luis Rufino, embasados nas
produções de conhecimento das macumbas brasileiras.

PALAVRAS-CHAVE: Corpo; Dança; Encantamento; Umbanda; Macumba

THE BODY AS LOCUS OF ENCHANTMENT IN DANCE CREATION2

ABSTRACT: This article presents partial considerations on the inquiry project


“Guides in trance: A proposal of analysis on altered corporal attitudes in the
Umbanda religion as trigger for the creation in scenic arts.” The purpose of this paper
is to think the body as a potency of enchantment, taking as reference knowledge
based on the religious rituals of Afro-Brazilian matrices, more specifically Umbanda.
In this analysis the notion of enchantment is being claimed from the notion of
macumba, traced in the knowledge of the terreiros (space of rituals) and developed
by the authors Luiz Antonio Simas and Luis Rufino, knowledge producers of the
Brazilian macumbas.

KEYWORDS: Body; Dance; Enchantment; Umbanda; Macumba

Em 2012, ao criar a coreografia “Mulher Vermelha”3, fui questionada por uma


espectadora se conhecia as Pomba-Giras4, pois o que havia dançando em sua
perspectiva muito se assemelhava com a movimentação e energia desta entidade
constituinte do panteon de religiões afro-brasileiras. O desconhecimento bem como

1
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
2
This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001
3
Coreografia criada a partir dos fatores do movimento Laban, dentro da disciplina de “Análise do
Movimento” do curso de Dança da Universidade Federal de Pelotas-RS.
4
Pomba-Giras – Entidade cultuada nas religiões afro-brasileiras.
2005
o desejo de saber levou-me posteriormente a uma festa de Exu5 e Pomba-Giras. Na
ocasião pude vê-los pela primeira vez. Era um encontro de várias terreiros 6 da
cidade de Pelotas e ali pude observar os Exus e Pomba-Giras em terra. Os adeptos
estavam em círculo e quando os tambores começaram a tocar as feições e a
estrutura corporal de movimento dos que compunham a roda se modificou
completamente e as pessoas pareciam outras. Lembro que depois desse dia fiquei
um bom tempo, nos meus momentos de criação, imitando as mudanças corporais
testemunhadas naquele ato. Aqueles movimentos por mim imitados começaram a
compor partes de coreografias e os movimentos que concebia me remetiam a
energia de Exu. Quando alguém perguntava-me sobre o que estava pesquisando
falava que estava inspirando-me na dança Butoh7. Mesmo tendo consciência de que
estava imitando as ações dos Exus e Pomba-Giras sentia receio em assumir tais
figuras como direcionamento de criação, pois não queria sujeitar-me a sofrer
preconceito, afinal, o Butoh já fazia parte do universo de possibilidades estéticas
aceitas pela academia. Barbosa et al. (2008) ao realizar uma análise do movimento
em rituais umbandistas descreve:

O exu, por vezes, parece arrastar-se. Muitas vezes movimenta-se próximo


ao chão, quase ajoelhado, com o tronco encurvado, os braços para trás e
as mãos retorcidas, por vezes tensas. Outras vezes, aparece andando, mas
geralmente com o tronco curvado. Os exus mexem o pescoço de maneira
peculiar, por vezes, assemelhando-se ao movimento de um cachorro, outras
vezes ao de um pássaro. Aparecem também mexendo os ombros de forma
a sacudi-los, pesados e fluidos. (BARBOSA; BAIRRÃO, 2008. p. 227)

Está descrição assemelha-se ao modo como assimilei o contato inicial com as

5
“Exu é o orixá iorubano que versa sobre os princípios da mobilidade, da transformação, das
imprevisibilidades, trocas, linguagens, comunicações e toda forma de ato criativo.” (RUFINO,2016.
p.2)
6
“O terreiro é um continuum cultural, ao mesmo tempo em que mantém uma tradição, responde à
História através de elementos adaptados ao longo do tempo; é um espaço de resistência frente a
ideologia dominante porque tem projetos diferentes da lógica vigente de poder.” (SODRÉ, 2005, p.90)
7
O Butoh é uma dança japonesa que emergiu na década de 60, no contexto pós Segunda Guerra
Mundial. Para a autora: Maura Baiocchi (1995) os corpos dos dançarinos no Butoh movem-se
vagarosamente, pesadamente e assumem posturas bizarras. “O butoh surgiu de uma crise de
identidade que marcou o Japão de pós-guerra. Numa época atormentada entre a obsessão pelo
progresso – como uma revanche em relação à desfeita da guerra – e a vontade de voltar ao
nostálgico Japão de antes da invasão ocidental, o butoh vai agitar a apatia reinante nos meios
artísticos e marcar os pontos de reflexão sobre a vida e a identidade do corpo cultural. O ideograma
“bu" evoca as danças xamânicas, as miko dá Antigüidade, realizadas pelas sacerdotisas que
rodopiavam para provocar chuva. Ou as tamafuri, movimentos vibratórios dos corpos dos xamãs em
transe. (...) O caractere "toh" simboliza o fato de pisar a terra, uma ação que consiste em chamar para
si as forças dos espíritos da terra ou ainda a vontade de sacudir, acordar ou abalar o mundo.” 2006
(BAIOCCHI, 1995, p. 11-12)
religiões afro-gaúchas8. Era um vínculo baseado na análise dos modos de mover
das diferentes entidades constituintes do panteão de religiões afro-gaúchas. A
percepção que me fazia relacionar o Butoh a Exu se dava pela plasticidade corporal
da dança que identificava em ambos. O uso de modificação de tônus do corpo
resultado da modulação da tensão muscular ora fluida e ora tensa, assim como a
realização de movimentos nos níveis médio e baixo era o que percebia de
semelhanças. Lembro que essas impressões permaneceram comigo por bastante
tempo. Foi o encantamento do Corpo Exu que mexeu com a estética dos meus
movimentos e foi por ele que várias vezes retornei as religiões afro-gaúchas,
especificamente, Umbanda, Quimbanda e Batuque no Rio Grande do Sul.

Umbanda

Enquanto eu retornava a umbanda fascinada pelos modos de mover que os


adeptos configuram na relação com o ritual religioso, me percebia aos poucos
atraída pela sua cosmovisão. O convívio com os guias desdobrou em mim um afeto
pela religião. Em 2014 a convite de um Guia Chefe9 passei a ser membro de um
terreiro de umbanda e experienciar desde o lugar de pessoa que tem o cultivo aos
orixás e entidades.

A umbanda tem em si o culto de divindades africanas iorubás, os “orixás” e o


culto aos ancestrais. Carneiro (2014) ao elaborar um quadro sistemático da
diversidade religiosa afro-brasileira, descreve a umbanda “marcada pela presença
dos ancestrais ilustres no culto. Por exemplo: caboclo, preto-velho, criança, exu
(entidade e não apenas o orixá), baiano, marinheiro, boiadeiro, cigano” (CARNEIRO,
2014, p.22). Para Prandi (2012) a umbanda é uma síntese dos antigos candomblés
bantos de orixás e de caboclos originários da Bahia com o espiritismo kardecista,
chegado da França no final do século XIX.

8
Termo utilizado pelo autor Oro (2012) para descrever as religiões afro-brasileiras que possuem
matriz ou influência africana e que são comumente intituladas por religiões de transe.
9
Responsável pelo culto religioso, o guia chefe pode ser uma das entidades tipificadas como Exus,
Pomba Giras, Caboclos, Pretos-velhos, Crianças e alguns orixás africanos incorporados no sacerdote
do templo.
2007
A umbanda em Ortiz (1999) resulta do embranquecimento da cultura negra e
o empretecimento do espiritismo kardecista, o autor propõe que ela é uma
adaptação das religiões afro-brasileiras a nova sociedade urbana e industrial do
início do século XX, que passava pelo processo de transformação da estrutura social
escravocrata para o capitalismo de mercado. Esses dois processos expostos por
Ortiz (1999) são antecedidos na visão de Prandi (1998) pela “sincretização10 com o
catolicismo, durante a formação das modalidades tradicionais conhecidas como
candomblé, xangô, tambor de mina e batuque” (PRANDI, 1998, p.151). Em sua
perspectiva “desde o seu início, as religiões afro-brasileiras formaram-se em
sincretismo com o catolicismo.” (PRANDI, 1998, p.153)

Segundo Rufino et al… (2018) o culto às forças da natureza (orixás),


passaram por diferentes reconstruções e por aqui baixam santos que África não viu.
No Brasil de acordo com Costa (2013) o sincretismo das divindades negras com o
cristianismo foi a chave para a perpetuação dos saberes negros nos mais de 400
anos de escravização. Deste modo foi nos santos católicos que os negros foram
obrigados a refugiarem-se para cultuar suas divindades.

Conforme Prandi (2005) o sincretismo “dotou a religião dos orixás de valores


e noções completamente estranhos ao pensamento africano, impôs aos seguidores
dos orixás a obrigação de ritos próprios da igreja e transformou profundamente
divindades centrais do culto africano.” (PRANDI, 2005, p. 67-68). Diante da síntese
operada sobre o panteão dos orixás africanos no Brasil, Sodré (1988) entende que:

a cosmogonia e os ritos nagôs não se implantaram no Brasil exatamente


como existiam na África. Houve aqui uma síntese operada sobre o vasto
panteão dos orixás africanos, assim, como modificações de que só o
trabalho etnológico poderá dar conta. Em outras palavras, a ordem original
africana foi reposta, sofrendo alterações em função das relações entre
negros e brancos, entre mito e religião, mas também, entre negros e
mulatos, e negros de umas etnias com de outras. (SODRÉ, 1988, p. 132)

Em vista disto, a religião umbandista ao se demonstrar sincrética, tem em sua


cosmovisão o “culto dos espíritos e é pela manifestação destes, no corpo do adepto,
que ela funciona e faz viver suas entidades” (ORTIZ, 1978, p. 69). Vale ressaltar que
mesmo com a sincretização com ritos próprios da Igreja, o corpo continuou

10
“Sincretismo é uma mistura de elementos culturais diversos que se agregam para dar origem a um
novo conjunto de elementos, agora transmutados e ressignificados, mas que, mantém, em algum 2008
grau, as características trazidas das culturas originais.” (COSTA, 2013, p. 50)
ocupando um lugar de destaque. “O corpo vincula-se ao sagrado.” (SODRÉ, 1999,
p. 179)

Corpo

Parte do ritual da umbanda compreende na experiência do transe 11. Neste


momento o adepto vive uma experiência intensa com os guias que se manifestam
para dançar e sobretudo orientar e curar aqueles que os procuram. Em formação no
Museu de Arte do Rio, intitulada: Flechas no Tempo: A Educação como Encante os
professores Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino manifestam que “o corpo em transe é
o corpo que vai, é o corpo que transita, é o corpo na maneira que a gente diz ali, é o
corpo que está disponível para ir e para ir no fim das contas para onde ele quiser.
Então esse corpo é o corpo que afronta o corpo colonial” (FLECHAS..., 2018)

Em Muniz Sodré (1999), no texto Corpo e o Sagrado, ao delinear a


concepção de corpo para os africanos nagôs é exposto que o corpo encontra no rito
“sua totalidade tornando-se ao mesmo tempo sujeito e objeto. O rito não é nenhuma
técnica externa ao corpo do indivíduo, mas o lugar próprio à sua plena expressão e
expansão.” (SODRÉ, 1999, p. 179). Este entendimento estaria independente da
relação com a nomeação dos terreiros, candomblé, tambor de mina, umbanda ou
outras denominações religiosas afro-brasileiras, pois o autor aponta que “em
qualquer deles, entretanto, permaneceu ainda hoje o paradigma – um conjunto
organizado de representações litúrgicas, de rituais nagô – mantidos em sua maior
parte pela tradição Ketu.” (SODRÉ, 1987, p. 50)

É no corpo do fiel que pratica umbanda que se apreende o mundo, a autora


Rosamaria Barbara (2002) ao tratar o processo corporal dentro do complexo
processo ritual do candomblé, descreve que “a experiência corporal é o ponto de
partida para analisar a participação humana no mundo cultural.” (BARBARA, 2002,
p. 58). Para ela o corpo “desenvolve culturalmente uma série de „modos somáticos
de atenção‟ e tal noção vem do entendimento de que existem outros modos de
atenção além do olhar e da compreensão mental das coisas.” (BARBARA, 2002. p.

11
O transe pode ser definida como o momento em as entidades assumem a direção do corpo do 2009
médium para, assim, poderem realizar seus trabalhos em Terra.
58). Percebo que esses outros modos de atenção que estão além do olhar e da
mente também são presentes na maneira como o umbandista passa a sentir e viver
o mundo. Muniz Sodré em palestra (MUNIZ..., 2017) evidencia que a perspectiva
para os corpos de terreiro é a da lógica da corporeidade, o corpo está em primeiro
plano. Neste sentido a premissa que concebe o corpo como distinto da mente, que
abre caminho para o pensamento dicotômico ocidental e que aponta o corpo a
serviço da mente, não é o sentido que opera em um terreiro de Umbanda. Deste
modo, o entendimento de corpo que tendo a considerar como o corpo na umbanda é
resultado de uma experiência religiosa, que tem o corpo como lugar sagrado,
receptáculo do divino, é devidamente encantado e “o primeiro lugar de ataque do
colonialismo.” (RUFINO, 2016, p. 71)

Encantamento

O adepto a umbanda vivencia por meio da interação do orun (mundo


espiritual) e ayê (mundo físico) os complexos saberes de uma ciência que se faz
encantada, assentada na oralidade e no fazer como fonte de conhecimento. Esta
experiência fez-me perceber outros pressupostos, pensar desde saberes que vão
dimensionar a rua como encruzilhada, como o lugar onde o axé se restitui, a saliva
tem poder e a verdade pode ter múltiplas faces. Pensar a partir da lógica da
encruzilhada é questionar a vida e a morte, o corpo e a alma, e ter consciência de
que todos os mundos estão bem aqui conosco. Para Rufino (2016) as encruzilhadas
são campos de possibilidades que esculhambam a linearidade, “ressaltam as
fronteiras como zonas interseccionais, onde múltiplos saberes se atravessam,
coexistem e pluralizam as experiências e suas respectivas práticas de saber.”
(RUFINO, 2016. p. 5). Leda Martins (1997) no livro Afrografias da Memória
apresenta a noção de encruzilhada como o que:

oferece-nos a possibilidade de interpretação do trânsito sistêmico e


epistêmico que emergem dos processos inter e transculturais, nos quais se
confrontam e dialogam, nem sempre amistosamente, registros, concepções
e sistemas simbólicos diferenciados e diversos. (MARTINS, 1997. p. 28)

Os saberes da encruzilhada aqui são utilizados como operador conceitual,


“que interpretada a partir das sabedorias fronteiriças da diáspora africana
2010
compreende-se como um campo de possibilidades e tempo/espaço das presenças e
potências de Exu.” (RUFINO, 2016, p. 59). É seguindo a perspectiva da encruzilhada
e da umbanda que considerar o corpo enquanto lócus de encantamento é pensar o
corpo como terreiro. Para Rufino et al…

Pensar o corpo como terreiro parte da consideração que o mesmo é


assentamento de saberes e é devidamente encantado. O corpo codificado
como terreiro é aquele que é cruzado por práticas de saber que o talham, o
banham, o envolvem, o vestem e o deitam em conhecimentos pertencentes
a outras gramáticas. (SIMAS; RUFINO, 2018, p. 50)

Entendo o encantar como um modo de ser, estar no mundo onde não há


cisões, divisões, mas nem por isso um uno. Trata-se quiçá de algum tipo de
conhecimento que parece transcorrer por vias das quais o entendimento não está
fundamentado numa racionalidade instrumental, mas antes, tem o corpo como lócus
de múltiplas visões de mundo e onde os humanos não são os únicos agentes
significantes. Para Rufino et al. (2018) o encantamento é reivindicado na noção de
macumba, que para os autores rasura a primazia da razão ocidental reconhecendo a
integralidade corpórea como potência de saber. O encantamento questiona a
dominação colonial “que desencanta o existir com as inúmeras injustiças sociais”
(MACHADO, 2014, p. 209). Para Oliveira (2006) “O encantamento é uma atitude
diante do mundo. (...) O encantamento é uma atitude frente à vida. É do
encantamento que nasce a filosofia africana.” (OLIVEIRA, 2006, p. 162).

Considerações

Percebo que o encante modificou minha noção de corpo desde uma relação
primeira com o próprio ritual, no qual a dimensão ritualística por mim vivenciada foi
como espectadora, ou seja, alguém de fora que assiste e – conforme narrei
anteriormente – buscou imitar o que viu. Mas logo depois adentrou ao cultivo
religioso umbandístico como participante do rito. Ainda que minha experiência
religiosa na umbanda me possibilite a munir-me de materiais para pensar essa
pesquisa, um exercício importante que venho fazendo e tratarei de aperfeiçoar é o
de criar mecanismos que me possibilitem pensar essa ideia de corpo e
encantamento para além do ritual. Não buscando nem uma transposição de
elementos de um lugar a outro, nem um uso instrumental do ritual com vistas a 2011
criação em dança. Deste modo pretendo trabalhar com alguns saberes, como o
encantamento, que se constitui de determinadas formas no ritual e podendo ser
disparador para pensar/experimentar o trabalho em Dança. Para além o trajeto a
reflexão aqui proposta, aponta para um pensamento de corpo de modo decolonial,
tendo nas perspectivas de corpo em transe, encruzilhada e encantamento um modo
para pensar a transgressão dos limites da colonialidade do corpo na dança.

Referências

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i
Atualmente bolsista capes do Programa de Pós – Graduação em Artes Cênicas da UFRGS.
Participa do projeto de pesquisa “A formação teatral como criação de si mesmo” e dos Grupos GINGA
– Grupo Interseccional de Pesquisas em Negritude, Gênero e Artes e GETEPE – Grupo de Estudos
em Educação, Teatro e Performance. E-mail: cleycesc@gmail.com

2013

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