Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Uberlândia — MG
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Uberlândia — MG
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
JUSTIFICATIVA 5
EMBASAMENTO TEÓRICO 9
OBJETIVOS 12
Objetivo Geral 12
Objetivo Específicos 12
METODOLOGIA 13
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 14
REFERÊNCIAS 14
4
INTRODUÇÃO
Diria que nossa ciência ocidental tem medo da vida. Quando se trata de
estudar o homem e sua expressão, não são os gestos vivos do homem que
ele se interessa, mas os resíduos mortos desses gestos (JOUSSE, 1978,
p.34)
nos permitem olhar para o conhecimento científico, político e social presentes nos
conhecimentos orais que se estabelecem nos terreiros de candomblé, podendo se
compreender a noção de tempo que perfaz os corpos afro-diaspóricos e seus
conceitos de passado e presente, onde o futuro faz parte de um não-tempo, pois
aquilo que a natureza ainda não transformou, não existe.
JUSTIFICATIVA
terra, o orixá da cura, da saúde e também das doenças. Enfim, é o orixá da vida e
linguagem da vida e da morte, do céu e da terra, dos ciclos, do tempo, do ouvir, ver
e falar. Essas são as energia de Obaluaê. Quem está sob a influência de sua
energia está sob o corpo do ancião, e é necessário sentir e habitar essa força com o
que ele vê, o que ele fala, enfim o que mostra sempre pelos gestos
(FERREIRA, 2011, p.75).
Cântico de um xirê
Três golpes fortes no Run, fazem cessar a melodia de maneira abrupta; é o remate,
que se ouve para que um outro canto possa se elevar:
Sálà rè lórí
o Alá que cobre a sua cabeça.
O canto repetido várias vezes fala daquele que castiga e pune os infratores. O
refrão a seguir, fala da proteção àqueles que sabem bem receber:
Jó alé ijó , é
Dance em nossa casa,
Jó alé ijó , é jó
dance, dance , dance em nossa casa.
alé ijó ,
dando força e energia à nossa casa.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Através da tradição viva nos mais velhos, a palavra segue seus caminhos
comprovando sua força, sua potência e ganha movimento ao se unir ao
ritmo para gerar outras forças. Essa manipulação das forças, das energias
sobrevive na roça, devido a uma tradição viva que atravessou os mares
vindo da África e aqui no Brasil chegaram, fazendo da fala um instrumento
de poder (SANTANA, 2018, 12).
Tempo cíclico e o tempo mítico, o tempo ritual, o tempo ritmado pelas festas
que renovam a vida da comunidade, da terra da comunidade africana , o
tempo de “divinização” dos chefes e dos reis [...] Enfim, tudo tem o seu
tempo. Essa concepção do tempo exige grande exercício de paciência, da
sabedoria ancestral Africana. Cada evento tem o seu lugar e seu tempo.
(TOMAS, 2011, p.07).
“O homem africano não é escravo do tempo; faz tanto tempo quanto queira”
(MBITI 2005). O tempo é crucial para aquele que estabelece sob o seu corpo as
ritualísticas africanas. A filosofia Ubuntu, que surge a partir do ciclo do tempo, é uma
forma de habitar em conjunto e de forma igualitária em um espaço que vive diante
dessa filosofia.
Os xirês de Obaluaê celebram a comunhão e a manifestação da vida
sendo ele a terra, a vida, a morte e aquele que nos ensina a ser grato pelas pessoas
que nos cercam.
Por meio desses pensamentos torno território para pesquisa nomes como
Abdias Nascimento, Na´im Akbar, Eliana Cruz Alves, Akbar, Na’im, Amadou
Hampâté Bâ, Paula Batista Carolina, Sueli Carneiro, Frantz Fanon, Leila Gonzales,
Bell Hooks, Leda Martins, Achille Mbembe, John Mbiti, Julio Silva Menezes,
Kabengele Munanga, Aza Njeri, Renato Nogueira, Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí, Mogobe
Ramose, Humberto Manoel Santana, Tiganá Santana, Muniz Sodré, Severino Elias
Ngoenha, Renato Nogueira, Lorena Oliveira Silva, Luiz Tomaz, Gislene Aparecida
Santos, Luiz Tomaz, Dalzira Iyagunã, Antonio Ferreira, Rosa Maria Bárbara.
É necessário compreender a essência de si para criar a imagem do todo.
Com a pesquisa, planejo um documento que seja território para os que estão
presentes, dentro e fora do meio universitário, político, científico e artístico, para que
referenciais pretos, almejo construí uma pesquisa preta com referências e corpos
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivo Específicos
Propor o opanijé como uma linguagem não verbal, que perfaz um corpo
testemunho; desenvolver um estudo da semiótica do discurso e da linguística
presente nos xirês; estabelecer o xirê como um estado de comunicação do homem
com a memória ancestral, tendo o corpo, registros de uma linguagem que se
constrói pela memória; propor os conhecimentos orais presentes no terreiro de
candomblé, como conhecimentos político, científico e artístico; viabilizar o terreiro de
candomblé como um espaço de aquilombamento, estabelecendo sua importância
13
para a cultura brasileira, sendo ela também africana; propor um olhar para a
tradução dos cânticos dos xirês de Obaluaê e suas múltiplas interpretações
linguísticas.
METODOLOGIA
humana. O contato do ser humano com essa ritualística sempre se renova, não
linguagem inconstante, sendo necessário olhar para este fenômeno com uma
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
2023 e 2024:
2025:
REFERÊNCIAS
MBITI, John S. African religions and philosophy. 2ª. ed. Ibadan, Nigeria,
Heinemann Educational Books. 1990.