AvaliaodeRiscosProfissionaisnaminadeTantalite TurmalinasemMoambique Ubaldo Profa Helena 1

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Avaliação de Riscos Proﬁssionais na mina de Tantalite Turmalinas em

Moçambique
Technical Report · December 2018
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2 authors:
Ubaldo Gemusse Maria Helena Pedrosa

University of Porto and University Licungo of Mozambique University of Aveiro
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Avaliação de Riscos Profissionais no Sector da Indústria Mineira
Mina de Tantalite e Turmalinas em Moçambique
Relatório de Estágio
Relatório de estágio apresentado à entidade

formadora Ciências e Letras-Formação
Especializada, Lda. para cumprimento dos
requisitos necessários à obtenção do Nível VI
do Curso Técnico Superior de Segurança no
Trabalho
Porto, 19 de dezembro de 2018

Ubaldo Ginova Ombe Gemusse
Orientado por: Engª Maria Helena Pedrosa
Entidade de Formação Creditada
Ciências e Letras – Formação Especializada, Lda.

Atesto a originalidade deste relatório
(Ubaldo Ginova Ombe Gemusse)
Este documento foi redigido segundo o Novo Acordo Ortográfico
Avaliação de Riscos Profissionais no Sector da Indústria Mineira, Mina de Tantalite e Turmalinas em Moçambique 3
Agradecimentos
Quero começar por agradecer a todos aqueles que contribuíram para que este
relatório fosse realizado. A todos o meu obrigado.
Em primeiro lugar, destaco a minha orientadora, a Engenheira Maria Helena

Pedrosa que desde a primeira hora esteve disponível a colaborar comigo neste
trabalho, mostrando grande generosidade e humildade em partilhar o seu
imenso conhecimento, e também pela disponibilidade e apoio constante e
enorme utilidade das suas recomendações. Fico-lhe muitíssimo grato.
Em segundo lugar, quero agradecer aos meus professores, a coordenadora do

curso, na entidade formadora Ciências e Letras o meu reconhecimento pelos
precisos ensinamentos que ao longo do curso me concederam.
Um especial agradecimento ao Sr. João Correia e Ângela Soares, responsáveis

do corpo técnico administrativo de Ciências e Letras.
Aos meus colegas de curso, o meu muito obrigado pela excelente e inesquecível
camaradagem, boa disposição e por todo o incentivo e ajuda que sempre
prontamente me disponibilizaram.
Um especial agradecimento ao colega Gonçalo Fernandes pelo apoio

incondicional e pela leitura e correção linguística desse relatório.
A minha família, pelas carinhosas e insistentes palavras de ânimo e por todo o

apoio e motivação que constantemente me oferecem.
Resumo
Ao longo dos tempos, e independentemente do sector de atividade em questão,

os trabalhadores foram, e continuam a ser sistematicamente sujeitos a riscos
nos mais diversos postos de trabalho. A problemática dos acidentes de trabalho
é assumida, em Portugal, assim como em Moçambique, é considerado um dos
pontos mais sensíveis da temática da Segurança e Saúde no Trabalho.
As metodologias de avaliação de riscos podem ser implementadas em todos os

contextos de trabalhos, sendo neste relatório explorado o meio do setor industrial
mineiro, concretamente na área de operação de Perfuração e Desmonte
realizados com explosivos, na Empresa Tantalum Mineração Lda., mina que
se localiza em Muiane, Província de Zambézia em Moçambique, uma empresa
que se dedica à exploração de tantalites, turmalinas, e ou outras gemas.
Durante a sua história a mina foi encerrada já três vezes, em consequência de

atos de violência. A mina encerrou pela primeira vez durante o conflito armado
entre o Governo de Moçambique e o Partido Renamo (1986-1992) e duas vezes
nos últimos sete anos.
No mais recente episódio violento, em Novembro de 2015, populares

vandalizaram as instalações e danificaram vários equipamentos da empresa
Tantalum Mineração, Lda., uma empresa de capitais canadianos que explorava
tantalites e turmalinas, causando o encerramento do empreendimento.
Para a avaliação de riscos, foi implementada a metodologia NTP 330: 93. Foram
realizadas as listas de atividade pretendida, com a avaliação dos respetivos
riscos, ou seja, a atribuição de valores ao nível de deficiência, de exposição,
frequência e de consequência.
A partir destas listas de verificação, foi elaborada a Matriz de Avaliação de Riscos

onde é possível verificar quais os perigos com maior potencial de riscos para os
trabalhadores e as respetivas medidas de controle de respostas, de modo a
eliminar ou reduzir os acidentes de trabalho e o aparecimento futuro de doenças
profissionais.
Por fim, teceram-se algumas considerações sobre toda a experiências e a

informação absorvida durante o período de recolha de dados, bem como dos
resultados obtidos tendo em conta os objetivos propostos.
Palavras –chave: Método NTP 330:93, Avaliação de Riscos Profissionais,

Matriz de Avaliação, Mapa de Riscos.
Listas de Siglas
Símbolo Significado
ACT Autoridade para as Condições de Trabalho
CAE Classificação da Atividade Económica
CNPRP Centro Nacional de Proteção contra Riscos Profissionais
DGEG Direção Geral da Energia e Geologia
DREN Direção Regional da Economia do Norte
EPI Equipamento de Proteção Individual
GNR Guarda Nacional Republicana
HST Higiene e Segurança no Trabalho
IGT Inspeção Geral de Trabalho em Moçambique
INE Instituto Nacional de Estatística
ISSO International Organization for Standardization
LHD Load, Haul and Dump
LNEG Laboratório Nacional de Energia e Geologia
RENAMO Resistência Nacional Moçambicana
MSSS Ministério da Solidariedade e da Segurança Social
OIT Organização Internacional do Trabalho
OSHA Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho
SIF Sensibilização, informação e formação
SST Segurança e Saúde no Trabalho
TSST Técnico Superior de Segurança e Trabalho
Índice Geral
AGRADECIMENTOS ___________________________________________________________________ 4
RESUMO ____________________________________________________________________________ 5
LISTAS DE SIGLAS _____________________________________________________________________ 6
ÍNDICE GERAL _______________________________________________________________________ 7
ÍNDICE DE TABELAS ___________________________________________________________________ 9
ÍNDICE DE FIGURAS ___________________________________________________________________ 9
GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS _____________________________________________________ 11
CAPÍTULO I _________________________________________________________________________ 14
1.1. INTRODUÇÃO _______________________________________________________________ 14
1.2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS DO TRABALHO ____________________________________________ 17
1.2.1. Importância do estágio ___________________________________________________ 18
1.3. ESTRUTURA DO RELATÓRIO ______________________________________________________ 18
1.3.1. Lista de anexos do relatório ________________________________________________ 19
1.4. ENQUADRAMENTO LEGAL APLICÁVEL _______________________________________________ 20
1.5. METODOLOGIA UTILIZADA PARA A AVALIAÇÃO DE RISCOS __________________________________ 22
1.6. CARATERÍSTICAS DE TANTALITES E TURMALINAS ________________________________________ 24
1.6.1. As turmalinas ___________________________________________________________ 24
1.6.2. As tantalites ____________________________________________________________ 27
2. CAPÍTULO II ___________________________________________________________________ 29
2.1. APRESENTAÇÃO E CARATERIZAÇÃO DA MINA __________________________________________ 29
2.1.1. Localização Geográfica ___________________________________________________ 29
2.1.2. Setor de atividade/Historial da mina_________________________________________ 30
2.1.3. Organigrama da Empresa _________________________________________________ 31
2.1.4. Classificação das pedreiras ________________________________________________ 31
2.1.5. Política de segurança Saúde e Ambiente (Uso Interno) da Tantalum Mineração ______ 32
2.1.6. Missão, visão, valores ____________________________________________________ 35
2.1.7. Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho ___________________________________ 36
2.2. DESCRIÇÃO DO POSTO DE TRABALHO EM MUIANE _______________________________________ 37
2.2.1. PREPARAÇÃO _______________________________________________________________ 38
2.2.1.1. Operações de preparação _______________________________________________ 40
2.2.2. EXPLOSIVOS E DETONADORES UTILIZADOS ____________________________________________ 41
2.2.3. PERFURAÇÃO _______________________________________________________________ 43
2.2.4. LIMPEZA, REMOÇÃO E TRANSPORTE _______________________________________________ 43
2.3. DESCRIÇÃO DE EQUIPAMENTO E DO TRABALHO DA MINA __________________________________ 44
2.3.1. Descrição de equipamento ________________________________________________ 44
2.3.2. Equipamentos auxiliares e ferramentas ______________________________________ 47
2.3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO________________________________________________________ 48
2.3.3. Equipamentos de Proteção Coletiva _________________________________________ 48
2.3.4. Equipamento de proteção individual _________________________________________ 51
3. CAPÍTULO III ___________________________________________________________________ 54
3.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ___________________________________________________ 54
3.1.1. Avaliação de risco _______________________________________________________ 54
3.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO ______________________________________________________ 57
3.2.1. EXPOSIÇÃO EM SÍLICA __________________________________________________________ 66
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS _________________________________________________________ 71
4.1. CONCLUSÕES _______________________________________________________________ 71
4.2. LIMITAÇÕES ________________________________________________________________ 72
4.3. TRABALHOS FUTUROS __________________________________________________________ 72
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________________________ 73
ANEXOS ___________________________________________________________________________ 75
ANEXO I BASE LEGAL PORTUGUESA ________________________________________________________ 76
ANEXO II: GUIÃO DE ENTREVISTA _________________________________________________________ 78
ANEXO III: LISTA DE VERIFICAÇÃO (PERFURAÇÃO E DESMONTE) _____________________________________ 79
ANEXO IV: FICHA DE VERIFICAÇÃO DO MARTELO HIDRÁULICO _______________________________________ 85
ANEXO V: PROCEDIMENTO DE UTILIZAÇÃO DE UM EXTINTOR ________________________________________ 88
ANEXO VI: PROCEDIMENTO DE LAVAGEM DE MÃOS _____________________________________________ 90
ANEXO VII: INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA ____________________________________________________ 91
ANEXO VIII: INSTRUÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS _____________________________________________ 94
ANEXO IX: FICHA TÉCNICA DO LAVA OLHOS DE EMERGÊNCIA_______________________________________ 95
ANEXO X: INSTRUÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO CHUVEIRO E LAVA-OLHOS ___________________________________ 96
ANEXO XI: FICHA DESCRITIVA DE SUGESTÃO DE KIT DE PRIMEIROS SOCORROS ____________________________ 97
ANEXO XII: CHECK LIST DAS MÁQUINAS_____________________________________________________ 98
ANEXO XIII: PLANO DE MEDIDAS DE CONTROLO _______________________________________________ 100
Índice de Tabelas
Tabela 1: Lista de anexos existentes no relatório .................................................. 19
Tabela 2: Valores assumidos pelo Nível de Deficiência........................................ 23
Tabela 3: Valores assumidos pelo Nível de Exposição ......................................... 23
Tabela 4: Valores assumidos pelo Nível de Probabilidade ................................... 23
Tabela 5: Valores assumidos pelo Nível de Consequência .................................. 24
Tabela 6: Relação entre o Nível de Risco e o Nível de Intervenção ................... 24
Tabela 7: Licenças de Prospeção da Empresa Tantalum Mineração. ................ 31
Tabela 8: Medidas e equipamentos de proteção coletiva aplicáveis à Mina
Tantalum Mineração, Lda. ............................................................................... 49
Tabela 9: EPIs a adotar, objetivos e destinatário. Para empresa Tantalum
Mineração, Lda. ................................................................................................... 52
Tabela 10: Matriz para a operação de Perfuração e Desmonte realizados com
explosivos ............................................................................................................. 60
Tabela 11: Matriz de avaliação de riscos de operação de Transporte................ 62
Tabela 12: Proposta de aquisição de EPIs e Sinalização de Segurança Mineira
............................................................................................................................... 63
Tabela 13: Excerto do DR nº 76 / 2007 - Sílica ...................................................... 67
Tabela 14: Requisitos legais em inconformidades, de acordo com a lista de
verificação dos requisitos legais........................................................................ 70
Tabela 15: Legislação Geral ...................................................................................... 76
Tabela 16: Legislação sobre Prospeção, Pesquisa e Exploração de Recursos
Geológicos ............................................................................................................ 76
Tabela 17: Lista de verificação da operação de Perfuração e Desmonte
realizados com explosivos ................................................................................. 79
Índice de Figuras
Figura 1: Símbolos da mineração __________________________________ 16

Figura 2: Turmalina de Muiane e Naipa (Elbaite); 2 (b) mina de Muiane. ____ 26
Figura 3: Tantalite (a, puro; b Cristalizada). __________________________ 27
Figura 4: Mapa de localização da área de estudo _____________________ 29
Figura 5: Organigrama da empresa Tantalum Mineração. _______________ 31
Figura 6: Fluxograma sintético do Processo Produtivo de Pedreiras _______ 38
Figura 7: Vista aérea da mina. a) vista de cima da mina; b) Escombreira da
mina; c) Amostra de espodumena e quartzo. _____________________ 40
Figura 8: Hidrogel ______________________________________________ 41
Figura 9: Detonadores de Explosivos _______________________________ 41
Figura 10: Equipamento portátil para carregamento de ANFO a granel _____ 42
Figura 11: Perfuratriz Rotopercussiva (MD5075) ______________________ 43
Figura 12: Pás Carregadoras _____________________________________ 45
Figura 13: Dumper _____________________________________________ 45
Figura 14: Grua móvel ___________________________________________ 46
Figura 15: Compressor __________________________________________ 47
Figura 16: Alicate prensa ________________________________________ 48
Figura 17: Processo geral da Gestão do Risco – Norma ISO 31000:2009 ___ 55
Figura 18: Local da futura instalação da Mina ________________________ 58
Figura 19: Procedimento de utilização de um extintor __________________ 88
Figura 20: Procedimento de lavagem das mãos. ______________________ 90
Glossário de Termos Técnicos1
Acidente de trabalho - é todo o acontecimento súbito e anómalo, que se

verifique no local e no tempo de trabalho ou no trajeto de e para o local de
trabalho. Destes acidentes podem resultar incapacidades graves, por vezes a
morte ou incapacidades permanentes, não só para o trabalho, mas também para
uma boa qualidade de vida.
Avaliação de riscos - é o processo de avaliação dos riscos para a segurança e

saúde dos trabalhadores, resultantes dos perigos existentes no local de trabalho.
Dano (despoletado pelo trabalho) – considera-se dano a lesão corporal,

perturbação funcional ou doença que determine redução na capacidade de
trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante, direta ou
indiretamente, de acidente de trabalho.
Doença profissional – doença incluída na Lista das Doenças Profissionais de

que esteja afetado um trabalhador que tenha estado exposto ao respetivo risco
pela natureza da atividade ou condições, ambiente e técnicas do trabalho
habitual. O trabalhador tem direito a reparação caso sofra, lesão corporal,
perturbação funcional ou doença não incluída na Lista, desde que se prove ser
consequência da atividade exercida e não represente normal desgaste do
organismo.
Emergência – acontecimento repentino e imprevisto que requer medidas

imediatas para minimizar as suas consequências nefastas.
Equipamento de proteção individual – meios ou dispositivos, destinados a ser

utilizados por uma só pessoa, contra possíveis riscos ameaçadores da sua
saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade.
1
Fonte: https://pt.slideshare.net/krlosars/dicionrio-de-segurana-do-trabalho
Equipamento de trabalho – qualquer máquina, aparelho, ferramenta ou
instalação utilizado para o trabalho.
Explosivos - substâncias químicas instáveis capazes de libertar energia e de

produzir uma fragmentação. O seu manuseamento e armazenagem requerem
cuidados especiais, pelo que só devem ser feitos por pessoal especializado.
Formação – processo estruturado de transmissão de conhecimento e de

estratégias de organização e ação, visando a criação de competências que
permitam atuar de acordo com as técnicas e meios mais adequados.
Higiene no trabalho - conjunto de metodologias não médicas necessárias à

prevenção das doenças profissionais, tendo como principal campo de ação o
controlo da exposição aos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos
componentes materiais do trabalho.
Local de trabalho – todo o local em que o trabalhador se encontra, ou donde

ou para onde deve dirigir-se em virtude do seu trabalho, e em que esteja, direta
ou indiretamente, sujeito ao controlo do empregador.
Medicina do trabalho – especialidade da medicina cujo objetivo é a vigilância e

o controlo do estado de saúde dos trabalhadores.
Medidas de prevenção – medidas de segurança tomadas com finalidade de

evitar ou diminuir a probabilidade de ocorrência de um acidente.
Perigo – fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões

ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, danos para o
ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destas.
Risco – combinação da probabilidade e das consequências da ocorrência de um

determinado acontecimento.
Saúde no trabalho – atividade que para além da vigilância medica, tem por
finalidade fomentar e manter o nível mais elevado de bem-estar físico, mental e
social dos trabalhadores, por forma, a prevenir os danos na sua saúde
emergentes das condições de trabalho.
Segurança contra incêndios – conjunto de meios e medidas adotadas de modo

a evitar ou minimizar os riscos de incêndio.
Segurança no trabalho – conjunto de ciências e tecnologias que procuram a

proteção do trabalhador no seu local de trabalho.
Sinalização de segurança – conjunto de sinais que se destinam a alertar de

uma forma rápida e inteligível a existência de um risco, condicionar
comportamentos e transmitir informações de segurança.
Situações de emergência – acidentes graves e/ou catástrofes, ou seja,

situações incontroláveis, ou de difícil controlo, que podem originar danos
pessoais, materiais e ambientais, requerendo, assim, uma ação imediata para
recuperação do controlo e minimização das suas consequências.
Capítulo I
1.1. INTRODUÇÃO
O tema do trabalho é Avaliação de Riscos Profissionais no Sector da Indústria

Mineira, em concreto na mina de Tantalite e Turmalinas na região de Muiane,
província da Zambézia em Moçambique. A escolha desta mina em concreto
deve-se ao facto de o estagiário conhecer a região.
Este trabalho tem como objetivo uma melhoria das condições de segurança e
saúde na indústria mineira (especificamente, as pedreiras), através da análise
destas e da promoção de mudanças de comportamentos em todos os níveis
hierárquicos da empresa, para tornar mais apelativas ao nível dos recursos
humanos, mais seguras, mais competitivas e ainda mais produtivas.
Como tal, é essencial consciencializar todos os trabalhadores de perigos e riscos

associados às funções que desempenham, sendo necessária uma forte aposta
na formação contínua sobre este domínio para que os mesmos estejam dotados
de todas as ferramentas e know-how que lhes permitam no fim de um dia de
trabalho voltarem a casa nas boas condições físicas e psíquicas com que
entraram ao serviço.
Nas pesquisas feitas, tanto pela internet, assim como em relatórios da área de
especialização em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), a indústria mineira
aparece como um dos setores de alto risco. Embora empregue uma
percentagem de trabalhadores reduzida (face ao total de trabalhadores–
moçambicanos), da província da Zambézia, verifica-se que o setor apresenta um
índice elevado de acidentes mortais. Uma outra situação relevante prende-se
com as doenças profissionais: ainda que não existam dados considerados
credíveis, constatou-se que existe um número elevado de trabalhadores
afetados por doenças profissionais.
Não há dados fiáveis sobre lesões, mas há um grande número de trabalhadores

afetados por doenças profissionais, como doenças respiratórias, perda de
audição e efeitos de vibração.
As causas dos altos índices de sinistralidades são muitas: desconhecimento das
normas de segurança, falta de condições que garantam um meio ambiente de
trabalho seguro e limpo, falta de procedimentos e de planos de gestão de riscos
por parte dos empresários e, em muitos casos, a própria falta de formação dos
trabalhadores.
O presente trabalho possui uma caraterística particular: apesar da área em

estudo se localizar em Moçambique, aplicou-se, no que refere à segurança e
saúde no trabalho, a legislação portuguesa, pelo fato de apresentar este relatório
para efeitos de atribuição de titulo profissional em Portugal, e pelo facto da
legislação moçambicana ter muita restrição em aspetos sobre SST.
Conforme Lei 102/2009 à luz da nova redação que lhe é dada pela Lei 3/2014,
no nº 1 do artigo 15º, que regulamenta o regime jurídico da promoção da (SST).E
o Decreto-Lei nº 270/2001, de 6 de outubro, alterado e republicado pelo
Decreto-Lei nº 340/2007, de 12 de outubro, doravante designado como “lei de
pedreiras”, estabelece o Regime Jurídico de Pesquisa e Exploração de Massas
Minerais (rochas e ocorrências minerais não qualificadas legalmente como
depósito mineral).
As principais atividades deste tipo de indústria são comuns e universais, isto é,
uma pedreira em Portugal ou uma pedreira em Moçambique têm modos de
exploração semelhantes, no que respeita à exploração de tantalites e turmalinas
(são extraídas a partir da fragmentação do granito), ou pegmatitos, ainda por
vezes em aluviões ou coluviões.
Este estudo avalia os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores nas
seguintes operações: perfuração e desmonte de rochas, operação de
manipulação de explosivos, transporte de minérios. Alem disso, faz a ilustração
de regras de prevenção de incêndios e utilização de equipamentos
especializados na indústria mineira.
Historicamente, é importante realçar que as origens de segurança no setor

mineiro remontam às constantes migrações dos celtas pelo território europeu
durante a Idade Média, pois os celtas detinham grande conhecimento de
técnicas de mineração e metalurgia, ocasionando assim a disseminação destes
conceitos por toda a Europa. (Hartman, 1992).
Segundo factos históricos, seriam os celtas os responsáveis pelo início das
atividades de lavra em Schemnitz, antiga Checoslováquia, possivelmente no ano
745 d.C., em Rammelsberg em 970, Freiberg em 1.170 e Joachimsthal em 1515
(Hartman, 1992).
Em 1556, foi publicado por Georgius Agrícola (1494-1555), nome latinizado do
médico de formação Georg Bauer, o primeiro tratado sistemático sobre
mineração e trabalhos de fundição, o De Re Metallica (Deer, Howie, & Zussman,
2010). De uma maneira geral, Agrícola descrevia as técnicas de mineração e
trabalhos de fundição desenvolvidas na região das Montanhas do Minério,
centro-leste da Alemanha.
Naquela época, as rochas eram desmontadas com a utilização de martelos e

picaretas, símbolos universais da mineração (Figura 1) (Hartman, 1992).
Outros factos importantes no desenvolvimento da mineração foram: o uso pela

primeira vez na história de perfuração e detonação em Schemnitz no ano de
1727, a introdução de perfuratrizes pneumáticas em Rammelsberg 1876, a
utilização de iluminação artificial em minas subterrâneas utilizando-se de
lamparinas e velas fixadas em rochas ou nos capacetes dos mineiros em Cornish
no século XVIII (Hartman, 1992).
Figura 1: Símbolos da mineração
Fonte: https://pt.clipartlogo.com/image/geology-symbol
Como foi descrito logo ao iniciar a nota introdutória, em Portugal existe a

legislação que regula o sector mineiro (Decreto-Lei nº 340/2007), e integra
cuidadosamente a Segurança e Saúde no Trabalhador (SST).
Em relação à dimensão do sector Mineiro em Portugal, o relatório da Atividade
de Inspeção do Trabalho (2013), refere que em 2012 existiam 1.177
estabelecimentos industriais neste setor, com 10.205 funcionários.
Para o caso de Moçambique, o relatório de Centro de Integridade Publica (2012),

publicou uma lista de 630 empresas com licenças de Prospeção e Pesquisa,
incluindo a empresa Tantalum Mineração, Lda.
1.2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS DO TRABALHO
O presente relatório surge no âmbito da componente prática do Curso Técnico

Superior da Segurança no Trabalho (TSST), que decorreu na entidade
formadora, Ciências e Letras- formação especializada, Lda. Avenida Fabril do
Norte, nº 819- Loja AF-1º piso – Senhora da Hora.
O objetivo deste projeto é identificar os perigos e riscos associados, efetuando
uma avaliação de riscos da operação de Perfuração e Desmonte realizada com
explosivos na Mina de Muiane (Moçambique) que se dedica na exploração de
Tantalites e Turmalina.
Foi utilizado pelo estagiário, um dos Métodos de Analise Pro Ativa (FMEA), no
qual se elaborou uma lista dos componentes de desmonte de rochas,
equipamentos usados aquando a manipulação de explosivos e no transporte de
minérios.
Identificou-se as falhas possíveis ou não conformidades potenciais, realizando

uma análise cuidada das causas para cada falha identificada, e determinou-se
os efeitos sobre a restante instalação para cada tipo de falha e as consequências
que podem advir de cada falha, equipamentos usados no momento de
manipulação de explosivos, e do transporte de minérios.
Neste relatório também são apresentadas listas de verificação e a respetiva
matriz das operações de perfuração e desmonte, manipulação de explosivos e
transporte de minérios, constantes nos Anexos III e IV do presente relatório.
1.2.1. Importância do estágio
O Estágio Profissional é um momento extremamente importante para a

preparação da vida do Técnico Superior de Segurança e Trabalho (TSST).
Qualquer Estágio Profissional é uma atividade importante para a formação de

profissionais, nas mais diversas áreas.
Em qualquer profissão, e neste caso falando de técnico de segurança, não basta

aprender a teoria.
A prática é essencial e o estágio é o momento onde se observam diferentes

realidades, onde se praticam e experimentam métodos e onde coloca-se à prova
das capacidades. Assim, o sucesso de um estagiário não se resume apenas aos
conhecimentos teóricos que revela ter.
É por este motivo que, a formação de técnicos de segurança e saúde no trabalho,

é necessário um Estágio Profissional, onde o estagiário é submetido a uma
prática supervisionada pelo representante da empresa e da escola em que se
encontra a fazer a formação, de forma a refletir e a perceber não só as suas
capacidades, como também as suas fragilidades.
1.3. ESTRUTURA DO RELATÓRIO
No primeiro capítulo deste trabalho é feita a primeira abordagem ao tema da

Segurança no Trabalho, seguida de um enquadramento à história das minas/
pedreiras em Portugal. São definidos os objetivos, a justificação e as respetivas
metodologias usadas durante o trabalho.
No segundo capítulo apresenta-se a empresa Tantulum Mineração, e inclusive
a localização da mina, situação atual do local de exploração das turmalinas e
tantalites.
No terceiro capítulo é apresentado uma breve introdução à avaliação de riscos,
revisão bibliográfica das várias metodologias que podem ser implementadas e
uma abordagem mais profunda a metodologia adotada deste relatório, a
NTP330:93. É ainda descrito todo o trabalho realizado e são identificadas as
situações de maior risco para os trabalhadores.
No quarto capítulo, são apresentadas as respetivas conclusões do trabalho e
recomendações para futuros trabalhos.
Na Tabela 1 é apresentada a lista dos anexos que contêm informação relevante
para minimização ou eliminação de acidentes na operação de desmonte e
perfuração de rochas a partir de explosivos.
1.3.1. Lista de anexos do relatório
Tabela 1: Lista de anexos existentes no relatório
Anexo I Base legal

Anexo II Guião de entrevista
Anexo III Lista de verificação (Perfuração e Desmonte)

Anexo IV Lista de verificação (Manipulação de explosivos)
Anexo V Fichas de dados de segurança mineira
Anexo VI Procedimento de lavagem de mãos
Anexo VII Instrução de Segurança
Anexo VIII Instrução de Primeiros Socorros
Anexo IX Instrução de Utilização do Chuveiro e Lava Olhos
Anexo X Quite de primeiros socorros
Anexo XI Ficha descritiva de sugestão de kit de primeiros socorros
Anexo XII Check list das Máquinas
Anexo XIII Plano de medidas de controlo
1.4. ENQUADRAMENTO LEGAL APLICÁVEL
A intervenção do poder legislativo, no domínio da proteção social dos

trabalhadores, incluindo a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SHST),
remonta ao principio do Século XIX, é devida, não só à luta organizada do
movimento operário (quase inexistente), mas sobretudo por influência dos
reformadores sociais, empregadores filantrópicos, médicos humanistas,
escritores e políticos liberais, fundamentalmente na Grã-Bretanha que só mais
tarde se veio a refletir em Portugal (Correia, 1997).
Em termos legais, a área em estudo (Mina de Tantalites e Turmalinas/Pedreiras)

é classificada como recurso geológico do domínio privado, logo o seu
aproveitamento legal requer, obrigatoriamente, a obtenção prévia de uma licença
de exploração, sendo a emissão dessa licença.
No anexo I encontra-se a base legal a sobre Prospeção, Pesquisa e

Exploração de Recursos Geológicos, surgindo discriminada toda a legislação
respeitante ao setor das pedreiras.
Entretanto, a prestação de trabalho em condições de segurança e saúde é uma

das obrigações legais do empregador, estabelecida no nº 1, do artigo 15º, da Lei
nº 102/2009 de 10 de setembro, que regulamenta o regime jurídico da promoção
da segurança e saúde no trabalho (SST).
A seguir, são discriminados alguns pontos da base legal da mineração.
Estratégia Nacional para os Recursos Geológicos - Recursos

Minerais
Resolução do Conselho de Ministros nº 78/2012, de 11 de Setembro:
Aprova a Estratégia Nacional para os Recursos Geológicos - Recursos
Minerais.
• Regime Jurídico de Revelação e Aproveitamento de Bens Naturais
Existentes na Crosta Terrestre. (Lei Base) Decreto-Lei nº 90/90, de 16
de Março: Disciplina o regime jurídico de revelação e aproveitamento de
bens naturais existentes na crosta terrestre, genericamente designados
por recursos geológicos, integrados ou não no domínio público, com
exceção das ocorrências de hidrocarbonetos.
• Regime Jurídico da Pesquisa e Exploração de Massas Minerais-
Pedreiras. Decreto-Lei nº 270/2001, de 6 de Outubro: Aprova o regime
jurídico da pesquisa e exploração de massas minerais-pedreiras,
revogando o Decreto-Lei nº 89/90, de 16 de Março.
• Declaração de Retificação nº 20-AP/2001, de 30 de Novembro:
Retificação ao Decreto-Lei nº 270/2001, do Ministério do Ambiente e do
Ordenamento do Território, que aprova o regime jurídico da pesquisa e
exploração de massas minerais - pedreiras.
• Decreto-Lei nº 112/2003, de 4 de Junho: prorroga por seis meses o prazo
previsto na alínea a) do nº 2 do artigo 63º do Decreto-Lei nº 270/2001,
que aprovou o regime jurídico da pesquisa e exploração de massas
minerais - pedreiras.
• Decreto-Lei nº 317/2003, de 20 de Dezembro: prorroga por seis meses
o prazo previsto no Decreto-Lei nº 112/2003, aplicável ao regime jurídico
de pesquisa e exploração de massas minerais.
• Decreto-Lei nº 340/2007, de 12 de Outubro: Altera o Decreto-Lei nº
270/2001, que aprova o regime jurídico da pesquisa e exploração de
massas minerais.
• Declaração de Retificação nº 108/2007, de 11 de Dezembro: Retifica o
Decreto-Lei nº 340/2007, do Ministério da Economia e da Inovação, que
altera o Decreto-Lei nº 270/2001, que aprova o regime jurídico da
pesquisa e exploração de massas minerais.
Regime Jurídico da Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreira
• Decreto-Lei n.º 162/90, de 22 de Maio: Aprova o Regulamento Geral de

Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras. Revoga o
Decreto-Lei nº 18/85, de 15 de Janeiro.
• Portaria no 198/96, de 4 de Junho: regula as prescrições mínimas de
segurança e de saúde nos locais e postos de trabalho das indústrias
extrativas a céu aberto ou subterrâneas.
1.5. METODOLOGIA UTILIZADA PARA A AVALIAÇÃO DE RISCOS
De acordo com a Lei 102/2009 à luz da nova redação que lhe é dada pela Lei
3/2014, no artº 5º, ponto 3: “A prevenção dos riscos profissionais deve assentar
numa correta e permanente avaliação de riscos.
A avaliação de riscos deve ser revista regularmente para assegurar a sua

atualidade face ao contexto onde se insere ou sempre que se verifiquem
alterações, ou periodicamente (Silva, 2011).
A avaliação de riscos a que este relatório se refere foi elaborada com base na
metodologia NTP 330:1993, um sistema simplificado de avaliação de riscos
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo
(INSHT) de Espanha. (INSHT, 1993)
Esta metodologia permite detetar situações de risco profissional, e, através da
definição e implementação de medidas apropriadas, eliminar/mitigar os riscos
detetados. Estabelece uma hierarquização dos riscos baseada na relação entre
o nível de deficiências encontradas no local de trabalho e a exposição dos
trabalhadores, sendo possível estimar a probabilidade de ocorrência do risco e
as suas consequências/gravidade NTP.
Este método tem três entradas:
1. Nível de Deficiência (ND)
2. Nível de Exposição (NE)
3. Nível de Consequência (NC)
Além das 3 variáveis de entrada existem duas relações que são importantes para
a estimação adequada do nível de risco:
• Nível de Probabilidade (NP)=ND x NE
• Nível de Risco (NR)=NP x NC
O Nível de Intervenção (NI) estabelece a hierarquia com base nas estimativas

do Nível de Risco, dando orientação para os programas de melhoria das
condições de segurança das instituições.
Tabela 2: Valores assumidos pelo Nível de Deficiência
Nível de Deficiência (ND)

Muito deficiente 10 Existências de fatores de risco significativos. O conjunto de medidas
preventivas existentes é ineficaz
Deficiente 6 Existência de alguns fatores de risco que precisam ser corrigidos.
Há pouca eficácia nas medidas preventivas existentes
Melhorável 2 Fatores de risco de menor importância. Há alguma eficácia do
conjunto de medidas preventivas relativamente ao risco
Aceitável - Não se detetam anomalias. O risco esta controlado
Tabela 3: Valores assumidos pelo Nível de Exposição
Nível de Exposição (NE)

Exposição continua 4 Continuadamente. Várias vezes na sua forma com tempo
prolongado
Exposição frequente 3 Várias vezes na sua jornada, em tempos curtos
Exposição ocasional 2 Algumas vezes na sua jornada, em tempos curtos
Exposição 1 Irregularmente
esporádica
Tabela 4: Valores assumidos pelo Nível de Probabilidade
Enquadramento do Nível de Probabilidade (NP)
Nível de Probabilidade (NP) Significado
Muito alto (MA) 24-40 Situação deficiente com exposição prolongada muito deficiente com
exposição frequente. Normalmente á materialização do risco ocorre com
frequência
Alto (A) 10-20 Situação deficiente com exposição frequente ou ocasional, a materialização
do risco pode ocorrer várias vezes na jornada
Médio (M) 6-8 Situação deficiente com exposição esporádica, é possível que aconteça
alguma vez dano.
Baixo (B) 2-4 Situação melhorável com exposição ocasional ou esporádica. Não se
espera que se materialize o risco.
Tabela 5: Valores assumidos pelo Nível de Consequência
Nível de Consequência (NC)
Nível de Consequência (NC) Danos Significado
Mortal ou catastrófico 100 Morte Destruição total do sistema (dificilmente

renovável)
Muito grave 60 Lesões graves Destruição parcial do sistema (reparação

que podem ser complexa e custosa)
irreparáveis
Grave 25 Lesões com Requer paragem do processo para se

incapacidade efetuem reparações
laboral
transitória
Leve 10 Pequenas Reparações sem necessidade de paragem

lesões que não de todo o processo
requerem
hospitalização
Tabela 6: Relação entre o Nível de Risco e o Nível de Intervenção
Nível de Intervenção NR Explicação

I 4000-600 Situação critica. Correção urgente
II 500-150 Corrigir e adotar medidas de controlo.
III 120-40 Melhorar se possível. Seria conveniente
justificar a intervenção e a sua eficácia
IV 20 Não intervir, exceto se uma análise mais
precisa o justificar.
1.6. CARATERÍSTICAS DE TANTALITES E TURMALINAS

1.6.1. As turmalinas
Os minerais do grupo da turmalina constituem um dos mais complexos grupos
de silicato quanto à sua composição química, sendo todos eles ciclossilicatos.
A composição química da turmalina é Na (Mg, Fe, Li, Mn, Al)3Al6(BO3) 3Si6
(Dana, 1949).
Os elementos que mais comumente participam nestas substituições são: o ferro,
o magnésio, o sódio, o cálcio e o lítio existindo outros elementos que podem
também ocorrer (Dana, 1949).
A turmalina não possui clivagem. O seu hábito é prismático. A sua fratura é
subconcoidal a regular. Tem dureza 7-7.5 e o seu peso específico é de 2.9-3.2,
a densidade é mais elevada nas espécies portadoras de ferro. É transparente a
opaca com lustre vítreo, por vezes resinosas em espécimes escuros (Neiva,
A.M.R; Leal Gomes, 2010).
1.6.1.1. Ocorrências e caraterísticas das

Turmalinas em Muiane
Os cristais de turmalina ocorrem na zona intermédia interna, nas duas zonas do

núcleo e em três das unidades de substituição das zonas intermedias externa e
interna (Dana, 1949).
Na zona intermédia interna, os cristais euédricos de turmalina são verdes ou
azuis e localmente pretos.
Alguns são zonados com núcleo verde e diâmetro até 2 cm e bordo verde ou
azul de 1,3 cm de espessura, mas o núcleo pode atingir 5 cm de diâmetro e o
bordo ser de 3 cm de espessura.
Os cristais euédricos de turmalina das bolsadas situadas na zona intermédia
interna podem apresentar:
a) um núcleo azul com ocasional qualidade gema, conhecido no mercado como
“azul Naípa”, de 1 cm de diâmetro e bordo cinzento azulado de 2 cm de
espessura, atingindo 14 cm ao longo do eixo c;
b) um núcleo cinzento azulado e bordo azul; c) um núcleo cor de rosa e bordo

azul. Nas zonas do núcleo, os cristais euédricos de turmalina são zonados, com
núcleo vermelho de cerca de 1,5 cm de diâmetro e bordo verde ou azul com
cerca de 0.4 cm de espessura, mas há́ cristais de turmalina que atingem 70 cm
ao longo do eixo c e 5 cm ao longo do eixo a. (Dana, 1949)
Os cristais de turmalina das concentrações nas zonas do núcleo são ( Figura 2)

dominantemente azuis com terminações azuis ou róseas;
a) cor de rosa e ocasional crescimento radial em leque.
(a) (b)
Figura 2: Turmalina de Muiane e Naipa (Elbaite); 2 (b) mina de Muiane.
Fonte: https://www.mindat.org/loc-21089.html
Nas zonas de substituição da zona intermédia, há:
a) cristais subédricos e azuis de turmalina que coexistem com moscovite;
b) cristais euédricos tardios zonados, verde e rosa de turmalina intercrescidos

com lepidolite;
c) agulhas tardias de turmalina intercrescidas com albite de grão fino e argila.
Os cristais zonados têm núcleo verde e bordo rosa e atingem 7 cm ao longo do

eixo c e 1.5 cm ao longo do eixo a.
As medidas acima referidas são representativas e estão expressas nas amostras

que foram analisadas.
A turmalina é encontrada em dois tipos principais de ambientes geológicos.

Rochas ígneas, em particular o granito e pegmatitos graníticos e nas rochas
metamórficas como o xisto e o mármore.
A schorlite e as turmalinas ricas em lítio são geralmente encontradas em granitos

e pegmatitos graníticos.
As turmalinas ricas em magnésio (dravites), estão limitadas aos xistos e aos

mármores. Além disso, a turmalina é um mineral resistente e pode ser
encontrada em quantidades menores na forma de grãos em areias, arenitos e
conglomerados (Dana, 1949).
1.6.2. As tantalites
A tantalite [(Fe, Mn) (Ta, Nb)2O6] é um mineral composto de nióbio e tântalo, com
fórmula química [(Fe,Mn) (Ta,Nb)2O6].
É um minério bastante valorizado e aplicado na indústria eletrônica pois oferece

resistência ao calor.
a) b)
Figura 3: Tantalite (a, puro; b Cristalizada).
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Tantalite
Além disso, ele é usado na indústria do vidro, por aumentar o índice de refração,
no aço cirúrgico, sendo não-reativo nos tecidos corporais.
1.6.2.1. Usos
Além do seu uso em telefones celulares, os capacitores de tantalite em estado

sólido também são utilizados em circuitos de computadores, vídeo, câmaras e
ainda em eletrónica automotiva, militar e equipamentos médicos.
Outros usos podem ser mencionados para o tântalo, como o de carbetos de

tântalo em ferramentas de corte, superligas na indústria aeronáutica para
fabricação de turbinas especiais, produtos laminados e fios resistentes à
corrosão e a altas temperaturas.
Os produtos que podem substituir o tântalo, mas usualmente com menor
eficiência, são o nióbio em superligas e carbetos, o alumínio e cerâmicas em
capacitores eletrónico.
2. Capítulo II
2.1. APRESENTAÇÃO E CARATERIZAÇÃO DA MINA
2.1.1. Localização Geográfica
A área de estudo localiza-se no nordeste da província da Zambézia, distrito de

Gilé, localidade de Muiane. O distrito de Gilé situa-se a Norte da Cidade de
Quelimane, confinando a Norte com o Distrito de Murrupula, da Província de
Nampula, através do rio Ligonha, a Sul com o Distrito de Pebane, a Este com o
Distrito de Moma, da Província de Nampula, através do Posto Administrativo de
Chalaua, a Oeste com o Distrito de Alto Molocué e a Sudoeste com o Distrito do
Ilé.
A mina fica situada junto à povoação do mesmo nome, a cerca de 45 km a sul

do Alto Ligonha. É servida pelas seguintes estradas: Muiane-Nampula, 124 km;
Muiane-Gilé, 70 km; Muiane-Alto Molocué, 118 km (Figura 4).
Figura 4: Mapa de localização da área de estudo
2.1.2. Setor de atividade/Historial da mina
A produção destina-se à exportação, nomeadamente para os Estados Unidos de
América e República Sul-Africana, devendo-se ao facto de empresa ter apostado
em feiras internacionais, pelo facto de em Moçambique não existir uma cadeia
de valores desenvolvido, nem uma indústria de beneficiamento mineiro.
A exploração de mineiros no local de estudo estive ativa e inativa, portanto,

esteve paralisada durante três vezes em consequências de atos de violência.
A mina encerrou pela primeira vez durante o conflito armado (1986-1992) que
Moçambique passou, um conflito entre o Governo e o Partido Renamo
(Resistência Nacional de Moçambique) e duas vezes nos últimos sete anos.
No mais recente episódio violento, em novembro de 2015, populares
vandalizaram as instalações e danificaram equipamento diverso da Tantalum
Mineração. Lda., uma empresa de capitais canadianos que explorava tantalites
e turmalinas, causando o encerramento do empreendimento, até ao respetivo
momento.
Com o equipamento danificado, a empresa encerrou as suas atividades,
queixando-se de prejuízos na ordem dos 10 milhões de dólares, deixando 70
pessoas sem emprego.
Na semana seguinte, três pessoas morreram soterradas no Monte Muiane,

quando procuravam extrair tantalite e turmalinas, na área concessionada à
Tantalum Mineração, Lda.
A empresa Tantalum Mineração. Lda. é uma média empresa, de acordo com a

classificação legal presente no Código do Trabalho, possuindo 5 licenças de
prospeção e pesquisa na região em estudo, identificadas na Tabela 7,
empregando menos de 250 pessoas e com um volume de negócios anual que
não excede os 50 milhões de euros.
Tabela 7: Licenças de Prospeção da Empresa Tantalum Mineração.
Licença Hectares
1004L 12.840,00
1005L 2.000,00
1006L 6.340,00
1008L 4.000,00
1009L 5.780,00
2.1.3. Organigrama da Empresa

O horário de funcionamento da empresa é de segunda a sexta-feira, das 8:00
horas às 18:00 horas, com pausa de duas horas para o almoço (das 12 horas às
14 horas), embora a atividade de perfuração e desmonte de rochas com
explosivos funcione em horário continuo sendo o acompanhamento feito de
forma calendarizada semanal e rotativamente. Em termos administrativos a
(Figura 5) apresenta o organograma relativo à Tantalum Mineração Lda.
Administrador
Departamento Administrativo e
Orçamentação Departamento de Produção
Departamento de Projetos Secção de Desmonte e Corte
Secção de Lapidação e
acabamento
Secção de Embalamento e
Comercialização
Figura 5: Organigrama da empresa Tantalum Mineração.
2.1.4. Classificação das pedreiras
De acordo com o Guião de Pedreiras de Portugal, as pedreiras são classificadas

de 1 a 4 sendo de relevar o critério da dimensão, do risco e do impacte ambiental:
• São de classe 1 as pedreiras que tenham uma área igual ou superior a 25
hectares; A área em estudo, pertence a Classe 1.
• São de classe 2 as pedreiras subterrâneas ou mistas e as que, sendo a
céu aberto, tenham uma área inferior a 25 hectares e excedam qualquer
dos seguintes limites:
Þ Área de 5 há;
Þ Profundidade de escavação de 10 m;
Þ Produção anual de 150.000 t;
Þ 15 trabalhadores,
Þ Utilização anual de 2.000 kg de explosivos no método de
desmonte;
• São de classe 3 as pedreiras a céu aberto que não excedam nenhum dos
limites acima referidos;
• São de classe 4 as pedreiras de calçada e de laje se enquadradas na
definição e limites da classe 3.
2.1.5. Política de Segurança Saúde e Ambiente (Uso Interno)

da Tantalum Mineração
2.1.5.1. Objetivo
Definir orientações e princípios para o desenvolvimento do nosso valor “A vida

em primeiro Lugar”. Este valor é a base para os compromissos e resultados da
liderança da Tantalum Mineração, focando o alcance da Excelência em Saúde
e Segurança, alinhada com o nosso Código de Conduta Ética.
2.1.5.2. Aplicação
Esta Política é aplicada em todas as licenças em Moçambique detidas pela

Tantalum Mineração (Tabela 7).
2.1.5.3. Compromisso com Saúde e Segurança:
Com o objetivo de alcançar a excelência em segurança e Saúde no Trabalhador

(SST) do trabalhador, a Tantalum Mineração, Lda. compromete-se a
• Identificar e gerir os riscos, associados às suas atividades, processos,
instalações, produtos ou serviços.
• Atuar preventivamente na gestão dos riscos à Saúde e à Segurança das
pessoas e da integridade das instalações.
• Atender aos requisitos legais de Saúde e Segurança estabelecidos e
aos assumidos voluntariamente.
• Melhorar continuamente o desempenho em Saúde e Segurança através
de um efetivo sistema de gestão, focando o uso de soluções inovadoras
e o desenvolvimento das pessoas.
• Contribuir positivamente e proactivamente na evolução de
desempenho em Saúde e Segurança dos prestadores de serviço.
• Entender e gerir de forma preventiva o risco à saúde e a presença de
doenças endémicas que impactem nos funcionários efetivos, contratados
e familiares nas comunidades onde a Tantalum Mineração atua.
• Promover ambiente de trabalho saudável considerando as questões
relacionadas ao ambiente físico e psicossocial de trabalho, os recursos
para a saúde pessoal e o envolvimento da empresa na melhoria da saúde
da comunidade.
2.1.5.4. Princípios de Atuação em Saúde e

Segurança:
Os princípios de atuação em Saúde e Segurança no Trabalhador (SST)

estabelecem como os compromissos definidos acima devem ser implementados.
Estes princípios, quando aplicados adequadamente, agregam implementam a
política de SST.
São eles:
I. Saúde e Segurança é responsabilidade de todos.
Preocupação com a Saúde e Segurança é responsabilidade de cada líder,

empregado e contratado. Os líderes têm a responsabilidade de exercitar
esta responsabilidade e liderar pelo exemplo.
Todos são incentivados a ajudar uns aos outros e têm o direito de se
recusar a executar qualquer atividade na qual os riscos envolvidos não
estejam devidamente controlados. Seguir regras e procedimentos
estabelecidos para controlo e mitigação de riscos é Regra de Ouro para
a Tantalum Mineração.
II. Valorizar Saúde e Segurança significa valorizar as pessoas.
As pessoas são o princípio, o meio e o fim para a excelência em Saúde e

Segurança, portanto, uma boa gestão em Saúde e Segurança pressupõe
uma boa gestão de pessoas.
III. O foco em Saúde e Segurança é a “Perda Zero”.
As ações da empresa são orientadas para alcançar a excelência em

Saúde e Segurança. “Perda. Zero" é nosso objetivo. "Perda Zero" significa
a gestão de riscos para que não ocorram lesões ou doenças aos
empregados, nem dano à propriedade ou ao meio ambiente, bem como
quaisquer ocorrências envolvendo a comunidade ou prestadores de
serviço.
IV. Queremos melhorar sempre e consistentemente.
O desempenho da saúde e segurança deve ser avaliado e controlado em

nossas operações, projetos, pesquisa e exploração mineral, tanto
quantitativa quanto qualitativamente contra objetivos e metas, e deve
melhorar consistentemente, a fim de progredir rumo ao nosso objetivo de
"Perda Zero", tendo os requisitos legais como patamar mínimo de
desempenho.
V. Identificação e Gestão de Riscos
Todos os riscos associados às nossas atividades, processos, tarefas,

instalações, produtos ou serviços devem ser identificados, avaliados e
controlados através de uma hierarquia de controle de riscos – eliminação,
substituição, isolamento, controles de engenharia, controles
administrativos e equipamentos de proteção individual.
Um processo de gestão de mudanças deve ser implementado para

garantir que quaisquer mudanças sejam analisadas sob o aspeto de
Saúde e Segurança.
Além dos programas de prevenção, planos de preparação, atendimento a

emergências e planos de contingência devem ser adequadamente
implementados.
Todo ambiente de trabalho deve ser projetado, entregue e mantido para

ser salubre, seguro e adequado à realização de atividades e ao
empregado.
Fatores de risco psicossociais que afetem diretamente a saúde dos

empregados devem ser igualmente identificados, avaliados e controlados.
VI. Gestão de Saúde e Segurança é amplo.
A gestão de Saúde e Segurança deve ser considerado em todo o ciclo de

vida dos nossos empreendimentos e buscando influenciar toda a cadeia
produtiva. Requisitos de Saúde e Segurança devem ser abordados em
nosso relacionamento com prestadores de serviços e fornecedores.
VII. Gestão de Saúde e Segurança considera todos os relacionamentos.
O gerenciamento de Saúde e Segurança deve ser considerado nos

relacionamentos com todas as partes interessadas.
2.1.6. Missão, visão, valores

• Missão
Contribuir para o desenvolvimento das pessoas e da sociedade, utilizando
a mineração como principal foco do negócio.
• Visão
Elevar em 70% o quantitativo de empregados com orgulho de trabalhar
na empresa Tantalum Mineração, sentindo-se como parte integrante da mesma.
Ser líder de mercado de tantalites e turmalinas em África.
• Valores
Integridade
Atuar com integridade e honestidade no cumprimento das obrigações inerentes

à sua função.
Integração
Garantir um clima positivo de trabalho por meio de relações de confiança e

respeito entre as pessoas.
Qualidade
Atuar com dedicação para que os compromissos assumidos junto aos

clientes sejam cumpridos conforme as obrigações técnicas e administrativas,
assegurando a imagem e a credibilidade da empresa.
Solidez
Assegurar a saúde financeira da empresa em todos os negócios que realiza.
2.1.7. Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho
De acordo com o artigo 73º da Lei nº 102/2009, de setembro, `luz da nova

redação que lhe é dada pela Lei 3/2014, de janeiro, a qual aprova o regime
jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, é da responsabilidade
do empregador a organização e implementação do serviço de segurança e
saúde do trabalhador, para que fique garantida a prevenção de riscos
profissionais e a promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores.
Igualmente, ainda de acordo com o mesmo diploma legal, o artigo 74º indica as
modalidades de serviço de SST que o empregador pode escolher de acordo com
as especificidades do trabalho que será desenvolvido pela empresa:
• Serviço Interno;
• Serviço Comum;
• Serviço Externo;
A Tantalum Mineração, Lda., com um nº futuros para cada funcionário, executar
dentro do processo produtivo, considerados de risco elevado, optou em seguir
rigorosamente a legislação aplicável, e vai criar um departamento específico de
Segurança no Trabalho.
2.2. DESCRIÇÃO DO POSTO DE TRABALHO EM MUIANE
Neste ponto, são descritas as atividades desenvolvidas em pedreiras (minas),

envolvendo desde aquelas diretamente relacionadas à produção, sendo
delimitado e analisado o campo de atuação para algumas tarefas de operação e
os respetivos equipamentos da empresa Tantalum Mineração, Lda.
No dicionário (Aurelio, 2018), uma pedreira é um tipo de mineração a céu aberto

de onde rochas ou minerais são extraídos. As pedreiras são usadas para extrair
materiais de construção, tais como pedras decorativas. As pedreiras são
geralmente menos profundas do que outros tipos de minas a céu aberto.
Em termos gerais as etapas que compõem o processo produtivo deste tipo de

mineração são detalhadas a seguir (Figura 6).
Planificação Mineira:
Frentes de desmonte
- Plano de fogo
Operações de lavra, beneficiamento, transporte e apoio, Medidas de proteção
ambiental
- Medidas de segurança do trabalho
Remoção do Capeamento da Mina
Perfuração da Rocha Disposição do Jazigo
Carregamento de explosivos
Desmonte do Minério
Transporte do minério
Britagem
Classificação Produto Mercado
Figura 6: Fluxograma sintético do Processo Produtivo de Pedreiras
Fonte: Adaptado de (Cruz, 2015)
Este ciclo (Figura 6) inicia-se com os trabalhos de preparação das massas a

desmontar, segue-se a perfuração, explosivos, e operação necessária à
execução do corte.
2.2.1. PREPARAÇÃO
A planificação mineira tem início com as atividades de pesquisa mineral,

culminando na quantificação de uma jazida, isto é, de um depósito mineral
economicamente aproveitável.
Muitas minas, principalmente as de grande porte, utilizam mais de um método

de lavra na sua operação. Um dado método pode ser mais apropriado para uma
zona da jazida, todavia noutras partes seu emprego pode não ser a melhor
opção. A seleção do método de lavra pode, neste sentido, ser resumida em duas
fases:
I. Avaliação das condições geológicas, sociais e ambientais para
permitir a eliminação de alguns métodos que não estejam de
acordo com os critérios desejados;
II. Escolha do método que apresente o menor custo, sujeito às
condições técnicas que garantam uma maior segurança, como a
lavra a céu aberto ou subterrânea, sendo, que a metodologia
adotada em determinado setor da jazida é sempre aquela que
apresenta o menor custo unitário de produção, considerando-se
todas as variantes operacionais.
Neste sentido, a partir das informações levantadas na fase de pesquisa mineral,

somadas àquelas referentes às características e restrições ambientais, o
planeamento de lavra noutras pedreiras tem por meta determinar a maneira mais
económica para o aproveitamento da jazida, dentro de técnicas e parâmetros de
domínio da engenharia de minas, definindo o desenvolvimento da lavra a curto,
médio e longo prazos.
Considerando que na maioria das vezes as pedreiras enquadram-se como

minerações de pequeno a médio porte, em Portugal, assim como em
Moçambique este tipo de mineração é tipicamente realizado a céu aberto,
estendendo-se geralmente por algumas dezenas de hectares e sendo
subdividida em áreas de lavra (Figura 7), de beneficiamento e de infraestrutura de
apoio.
c
2000metros
1500 metros
a
Espodumena
b
9metros
Quartzo
Figura 7: Vista aérea da mina. a) vista de cima da mina; b) Escombreira da mina; c) Amostra de
espodumena e quartzo.
2.2.1.1. Operações de preparação
A preparação das massas a desmontar é a primeira operação executada no ciclo

de trabalhos de pedreira. A primeira fase desta operação é a limpeza, recorrendo
a picaretas e pás de modo a remover a terra. Esta tarefa é finalizada através da
lavagem com água de todas as superfícies onde irão ocorrer os trabalhos
Após a limpeza, é feita uma avaliação do maciço, tarefa realizada pelo

encarregado da pedreira ou mina.
Nesta etapa são identificadas as caraterísticas da rocha: cor, vergada (curva) e

fracturação. A realização desta tarefa é fulcral, já que todas as informações
recolhidas durante esta fase influenciam as decisões tomadas durante a
evolução dos trabalhos.
A caraterística mais influente, e à qual se dá mais importância, é a fracturação

da rocha, pois é a principal condicionante da blocometria obtida.
Os trabalhos de preparação terminam com a realização das medições e

marcações dos locais de perfuração e de corte, utilizando uma régua e giz.
Estas tarefas também são realizadas pelo encarregado, visto tratar-se da pessoa
com mais experiência e conhecedora da pedreira.
A realização das tarefas enumeradas é muito importante, pois permite a

aquisição do máximo conhecimento possível do maciço antes de iniciar os
trabalhos de exploração propriamente ditos.
2.2.2. EXPLOSIVOS E DETONADORES UTILIZADOS
Os explosivos mais utilizados consistem em Dinamite gelatinosa para a carga de

fundo e ANFO ou Hidrogel para a carga de coluna (Figura 8). Na (Figura 9) são
apresentados os respetivos detonadores
Figura 8: Hidrogel
Fonte: www.oricaminingservices.com
Figura 9: Detonadores de Explosivos
O equipamento para carregamento do ANFO, com recurso ao ar comprimido,
designa-se por Portanol, conforme apresentado na (Figura 10)
Figura 10: Equipamento portátil para carregamento de ANFO a granel
Trata-se de um equipamento portátil, bastante simples de utilização e de

funcionamento. É constituído por uma base com um injetor e com um balde em
polietileno por cima.
O seu funcionamento baseia-se no princípio de injeção com efeito venturi, com

a alimentação de ar comprimido de alimentação ligada no injetor a sugar o ANFO
presente no balde por cima e a injetá-lo pela mangueira para dentro dos furos,
em qualquer direção.
É um equipamento operado por uma só pessoa, com o injetor controlado por

uma válvula manual remota numa pequena mangueira onde passa o ar
comprimido.
O balde tem um volume de 50 litros e capacidade para aproximadamente 40

quilogramas de ANFO. Tem diâmetro de 370 mm, altura de 680 mm e peso de
13 quilogramas.
Dependendo do diâmetro das mangueiras de injeção e do comprimento, tem

capacidade entre 4,5 e 6,7 kg/min.
Após o rebentamento, a equipa dos carregadores de fogo deixa a mina durante

a noite (a partir da 1 hora até às 7 horas da manhã) até a poeira abrandar.
2.2.3. PERFURAÇÃO
A perfuração é outra etapa do trabalho, sendo essencial para posteriormente se

proceder à passagem do fio diamantado para a realização da operação de corte.
Para que tal aconteça, é necessário que os furos se intersetem entre si.
A perfuração horizontal, assim como a vertical, é realizada utilizando-se

sobretudo a perfuradora pneumática Roto percussiva (Figura 11), embora nalguns
casos, nomeadamente durante a operação de esquadrejamento, seja usado o
martelo pneumático ligeiro.
Figura 11: Perfuratriz Rotopercussiva (MD5075)
Fonte: http://s7d2.scene7.com/is/content/Caterpillar/C10297303
Para garantir que dois furos se intersetem é aconselhável que estes sejam
executados à mesma cota. Quando estes são executados próximos um do outro
é fácil proceder-se à marcação do segundo furo recorrendo-se ao nível de bolha.
2.2.4. LIMPEZA, REMOÇÃO E TRANSPORTE
A equipa de remoção procede à limpeza das frentes regando previamente o

material desmontado. Após a limpeza da frente e a remoção do material, realiza-
se o saneamento com segurança. As pás carregadoras, denominadas LHD’s
(Load, Haul and Dump) (Figura 12), transportam o material desmontado desde a
frente até à torva de escoamento do minério.
A empresa tem duas LHD’s, dedicado à produção, aos trabalhos auxiliares, e de
preparações. Com plano de requisitar mais 4 LHD`s, de modo que os trabalhos
não fiquem paralisados, quando o equipamento à disposição da equipa da
manutenção para reparações.
2.3. DESCRIÇÃO DE EQUIPAMENTO E DO TRABALHO DA MINA

2.3.1. Descrição de equipamento
Os equipamentos produtivos que existirão na mina são:
2.3.1.1. Pás carregadoras
A pá carregadora (Figura 12) é um equipamento utilizado maioritariamente no

transporte de blocos e escombros. Este equipamento pode operar com as
patolas acopladas ou com o balde de grelha. As patolas são utilizadas no
carregamento e transporte de blocos para uma área de alcance da lança da grua.
O balde possui 4m3 de capacidade, sendo utilizado no carregamento e transporte
do material estéril para o dumper.
Tal como a escavadora de rastos este equipamento também é utilizado na

construção das “camas” e das rampas de serventia aos pisos, bem como na
movimentação de outros equipamentos.
A pá carregadora é movida a gasóleo, possui uma potência de 268 cv, desloca-
se sobre rodas, todas elas com capacidade trativa, sendo que a sua direção é
imposta pelo mecanismo de articulação hidráulico central. Possui a capacidade
de carregar 22,70 ton, sendo o movimento do braço controlado através de
pistões hidráulicos. O movimento do balde ou das patolas também é controlado
por meio de pistões hidráulicos.
Figura 12: Pás Carregadoras
Fonte: https://www.cat.com/
2.3.1.2. Dumper ou Caminhão Descarregador
Segundo o Decreto Lei nº 221/2006 de 8 de novembro, o Dumper (Figura 13) é

um equipamento que não opera no fundo da pedreira, mas sim à superfície e
apenas é utilizado no transporte e deposição do material estéril no aterro de
material sem valor ornamental.
Figura 13: Dumper
Fonte: https://pt.depositphotos.com
Este equipamento é movido a gasóleo e possui uma potência de 247 cv.
Desloca-se sobre seis rodas, quatro delas com capacidade trativa, sendo o seu
direcionamento imposto pelo mecanismo de articulação hidráulico. Possui uma
caixa basculante, controlada por um pistão hidráulico, com uma capacidade de
9,4 m3 capaz de carregar 22,50 t.
2.3.1.3. Grua móvel
A grua móvel é utilizada exclusivamente durante o rebaixamento de piso na

remoção das massas rochosas que a escavadora de rastos não tem capacidade
de remover do interior da “caixa”. Este equipamento efetua a remoção destas
massas rochosas, através da utilização de cabos de aço, colocando-as
posteriormente num local acessível à pá carregadora.
Figura 14: Grua móvel
Fonte: https://www.solucoesindustriais.com.br/lista/imagens/guindaste/guindaste
A grua móvel é movida a gasóleo e possui uma potência de 240 cv. Possui uma
lança extensível até 26,00 m capaz de suportar 22,00 t. Todos os movimentos
executados pela lança são controlados hidraulicamente. A estrutura da cabina e
da lança giram continuamente, ao longo de 360o.
2.3.1.4. Compressor
O compressor de ar (Figura 15) é utilizado na produção do ar comprimido

necessário aos equipamentos de perfuração.
Figura 15: Compressor
Fonte: https://www.manutan.pt/
O ar comprimido é encaminhado para o fundo da pedreira através de um tubo

(1/2)
rígido de aço com um diâmetro de 3 até um repartidor de ar. A partir daí é
distribuído pelos martelos pneumáticos e perfuradora pneumática através de
mangueiras com 3/4 e 1 (1/2) de diâmetro, respetivamente.
O compressor funciona com energia elétrica e encontra-se numa instalação em

alvenaria adequada para o efeito. Consome cerca de 70 kW, para produzir uma
potência de 50 cv. Debita cerca de 7500 l/min de ar a uma pressão de 6,5 bar.
E outros equipamentos como: 1 Serrote, 2 Fios diamantados, 1 PT.
2.3.2. Equipamentos auxiliares e ferramentas

Para além de todos os equipamentos apresentados anteriormente, são utilizados
outros equipamentos auxiliares e ferramentas essenciais à realização dos
trabalhos de pedreira. Estes são apresentados em seguida.
Alicate-prensa (Figura 16) – Utilizado para cortar o fio diamantado e prensar as

uniões metálicas que ligam o fio diamantado.
Figura 16: Alicate prensa
Fonte: http://www.carbografite.com.br
Escadas de mão– Utilizadas no acesso dos trabalhadores aos diferentes pisos

da exploração. Possuem calços antiderrapantes nas bases.
Contentor móvel – Utilizado para armazenar equipamentos e ferramentas no

fundo da pedreira.
Outros equipamentos auxiliares
a.) Pá. b.) Picareta. c.) Marrão. d.) Picão. e.) Rolos de aço. f.) Guilho e
palmetas.
2.3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
2.3.3. Equipamentos de Proteção Coletiva
Visto ser praticamente impossível eliminar todos os riscos na fonte, e a mitigação

do risco poder exigir mais que a implementação de medidas técnicas e
organizacionais, existe a necessidade de considerar medidas de proteção
coletiva, os quais têm como função evitar acidentes de trabalho ou doenças
profissionais, protegendo não um trabalhador, mas sim um conjunto ou a
totalidade dos trabalhadores da instalação.
Pretende-se ainda com os sistemas de proteção coletiva incentivar a prevenção

de acidentes relativamente a terceiros.
Seguidamente, na (Tabela 8) é apresentado um conjunto de medidas e
equipamentos que podem ser adotados no sentido de uma proteção coletiva dos
trabalhadores.
Tabela 8: Medidas e equipamentos de proteção coletiva aplicáveis à Mina Tantalum Mineração,

Lda.
Área Medidas/Equipamentos de proteção coletiva Finalidade

Parte Vedação com altura não inferior a 90 cm (rede Ø Evitar queda de pessoas,
superior da metálica com malha pequena) animais e equipamentos para
Mina o interior da pedreira
Ø Impedir acesso a pessoas não
autorizadas.
Taludes ou Vedação com guarda corpos e/ou cordões de terra Ø Evitar a queda em altura de
zonas de com > 1m pessoas, animais e
desníveis equipamentos
acentuados
Instalações Ø Manter em bom estado de limpeza e de Ø Evitar o aparecimento de
Sociais, de conservação; doenças;
Higiene e Ø Fornecer copos individuais em número Ø Evitar a transmissão de
de suficiente aos trabalhadores; doenças;
Primeiros Ø Possuir um estojo de primeiros socorros; Ø Prestar os primeiros socorros
Socorros Ø Fornecer água; a trabalhadores acidentados
Escavadora Ø Insonorizar a cabine; Ø Reduzir o ruido no interior da

e pá Ø Utilizar catalisadores; cabine de comando do
carregadora Ø Utilizar luz intermitente de sinalização; equipamento;
Ø Possuir alarme de marcha atrás; Ø Inibir a emissão de gases
nocivos;
Ø Acautelar os trabalhadores da
existência de veículos em
movimento;
Ø Acautelar os trabalhadores da
existência de veículos a
realizar manobras perigosas;
Ø Minimizar riscos de
atropelamento e colisão
Gerador Confinar acesso ao local do gerador Impedir acesso a pessoas não

autorizadas
Depósito de Ø Proibir fumar ou fazer lume junto ao Ø Evitar incêndios e explosões;

combustível depósito; Ø Prevenir derrames
Ø Verificar periodicamente estanquicidade do
depósito.
Camiões e Ø Utilizar catalisadores; Ø Inibir a emissão de gases

Dumpers Ø Possuir alarme de marcha-atrás; nocivos acautelar os
Ø Utilizar luz intermitente de sinalização; trabalhadores da existência de
Ø Possuir alarme de marcha atrás veículos a realizar manobras
perigosas;
Ø Minimizar riscos de
atropelamento e colisão.
Extintores Colocar em local de fácil acesso (interior das Ø Evitar demoras no uso em
instalações de apoio e nas máquinas) e devem caso de emergência;
estar desobstruídos Ø Evitar que se encontrem em
mau estado de
funcionamento;
Ø Extinção do fogo com maior
rapidez e segurança
Fonte: autor
É fundamental que a mina se encontre organizada, tendo em vista a boa

rentabilidade dos trabalhos, e ao mesmo tempo, a criação de um bom ambiente
de trabalho. O mesmo se aplica às instalações sociais e de apoio, bem como às
instalações sanitárias.
Quando existam líquidos inflamáveis estes devem ser armazenados em

embalagens fortes, com tampas roscadas ou tambores, e rotulados, de acordo
com a legislação em vigor. Adaptado do Extraído no Regime Jurídico-Segurança
contra Incêndios em Edifícios (SCIE) a luz da nova redação que lhe é dada pelo
DL 224/2015.
Não deverão existir derrames no solo, e o reabastecimento de combustíveis

deverá ser feito por bomba manual e/ou torneira acoplada à embalagem.
Não deverão existir trabalhos e aparelhos que possam originar fontes de ignição.
O local de armazenamento deve estar protegido por um telheiro ou ser em
ambiente fechado e deve estar sinalizado com avisos com a indicação de
“Proibido Fumar”.
Os sistemas de proteção coletiva incluirão ainda:
• Sinalização nas zonas de risco;

• Placas de aviso de atividades da Mina;
• Instalação de um sistema de sinalização com recomendações quanto a
procedimentos a adotar e cuidados a observar;
• Instalação de um sistema de luz artificial no interior das galerias, dotado
de sistema de segurança contra cortes de energia.
2.3.4. Equipamento de proteção individual
Os equipamentos de proteção individual são um complemento à proteção, sendo

a sua utilização uma medida de prevenção de última prioridade, jamais
substituindo as medidas e equipamentos de proteção coletiva.
Para uma correta utilização e aceitação dos equipamentos de proteção individual

por parte dos trabalhadores da empresa Tantalum Mineração, Lda., para além
do fornecimento do equipamento é necessário:
• Sensibilização, Informação e Formação (SIF,) que implica dotar o

trabalhador com os conhecimentos necessários à correta utilização do
equipamento e à sua manutenção;
• Preparar psicologicamente o trabalhador, fazendo-o compreender a

importância do seu uso;
• Verificar com o trabalhador quais os modelos de equipamento que mais
se adaptam às suas condições morfológicas;
Na (Tabela 9) são apresentados os equipamentos de proteção individual que

devem ser colocados à disposição dos trabalhadores na empresa Tantalum
Mineração, Lda.
Tabela 9: EPIs a adotar, objetivos e destinatário. Para empresa Tantalum Mineração, Lda.
Equipamento Objetivo Destinatário

Visitante Operário Operador Operador Motoristas administrativo Responsável
de de
técnico
Desmonte Máquinas
Luvas Proteger as mãos do contacto x x x x x x x
com substâncias, de possíveis
cortes e absorção de vibrações
Botas de proteção Proteger os pés de choques, x x x x x x x
perfurações, penetração,
humidade e entalamentos
Fato-de- macaco Fazer face à sujidade x x x x

Calças e Casaco Proteger contra intempéries x x x x x
impermeáveis
Colete de Alta Visibilidade Proteger contra atropelamentos x x x x x x x
Auriculares/ Auscultadores Proteger o sistema auditivo x x x x x x x

Máscara Proteger o sistema respiratório x x x x x x x
de poeiras nocivas
Óculos de Proteção Proteger os órgãos oculares de x x x x x x x

poeiras ou projeções
Capacete com Lanterna Capacete com Lanterna; evitar x x x x x x x

riscos por queda ou projeção de
objetos, choques ou
entalamentos laterais;
Iluminação individual
necessária para laboração em
espaços subterrâneos
Capacete Evitar riscos por queda ou x x x x x x x
projeção de objetos, choques
ou entalamentos laterais
Fonte: autor
Para um desempenho eficaz dos equipamentos de proteção individual no
combate ao risco, devem ser cumpridas as seguintes regras:
• Todos os equipamentos de proteção pessoais, ou elementos de proteção

coletiva terão um tempo de vida útil, findo o qual deixarão de ser
utilizados;
• Quando as circunstâncias de trabalho provoquem uma deterioração mais
rápida em determinado objeto ou equipamento, este será reposto,
independentemente da duração prevista;
• Todo o equipamento de proteção que tenha tido um tratamento limite, isto
é, o máximo de utilização para o qual foi concebido (por exemplo, um
acidente) será desativado e substituído de imediato;
• Os equipamentos que devido à sua utilização tenha alargado ou folgado,
mais do que o admitido pelo fabricante, serão de imediato substituídos;
• A utilização de um elemento ou equipamento de proteção nunca poderá
representar um risco em si mesma.
Os equipamentos de proteção individual devem ser de modelo ensaiado e

homologado pelos organismos competentes (Artigo 159º do Decreto-Lei nº
162/90, de 22 de Maio).
3. Capítulo III
3.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1.1. Avaliação de risco
De acordo com (Roxo, 2006) a avaliação de riscos é o processo dinâmico dirigido

a estimar a magnitude do risco para a saúde e a segurança dos trabalhadores,
tendo em vista obter a informação necessária para que o empregador reúna
condições para uma tomada de decisão apropriadas, tanto corretivas como
preventivas.
Já para (Nunes, 2010) a avaliação de riscos consiste no exame sistemático de

uma instalação, quer esta esteja em fase de projeto ou em laboração, de forma
a serem identificados os riscos presentes no sistema e concluir sobre
ocorrências potencialmente perigosas e respetivas consequências.
No processo de Avaliação de riscos, existem dois tipos de métodos, os métodos

a priori e os métodos a posteriori.
Segundo (Roxo, 2006) os métodos a priori são os que visam equacionar a ação
preventiva antes de haver o acidente e os métodos a posteriori são os métodos
reativos de análise de acidente, isto é, após o acidente ter ocorrido.
A ISO31000:2009 é um excelente auxiliar para a implementação de uma gestão

de risco em todos os tipos de organizações independentemente de serem
pequenas, médias ou grandes (Figura 17)
Esta norma Internacional recomenda que as empresas desenvolvam,

implementem e melhorem num processo contínuo uma estrutura, cujo objetivo
é integrar o processo de gestão do risco na governação, estratégia,
planeamento, na gestão dos processos, nas políticas, nos valores e na cultura.
Para tal define o seguinte processo:
Figura 17: Processo geral da Gestão do Risco – Norma ISO 31000:20092
A avaliação de riscos só deverá ser efetuada por pessoa profissionalmente

competente, devendo fazer-se a partir de uma boa planificação, nunca devendo
ser entendida como uma imposição burocrática, já que não é um fim em si
mesma, mas sim um meio para a decisão de adoção de medidas de prevenção.
Se, a partir da análise e avaliação de riscos, é deduzida a necessidade de

adoção de medidas de prevenção, então dever-se-á:
I. Eliminar ou reduzir o risco, através de medidas de prevenção na origem,

organizacionais, de proteção coletiva, de proteção individual ou de
formação e informação aos trabalhadores;
II. Controlar periodicamente as condições, a organização, os métodos de
trabalho e o estado de saúde dos trabalhadores.
A análise e avaliação preliminar de riscos deverá fazer-se em todos e cada um

dos postos de trabalho da organização, tendo em conta:
2
http://businessanalytics.pt/iso31000/
I. As condições de trabalho existentes ou previstas;
II. A possibilidade de que o trabalhador que ocupe um determinado posto de
trabalho seja sensível, devido às suas características pessoais ou estado
de saúde conhecido, a alguma das ditas condições.
Far-se-á uma nova análise e avaliação dos postos de trabalho que possam ser
afetados por:
I. Escolha de EPI, de equipamentos de trabalho, uso de substâncias ou

preparações químicas, introdução de novas tecnologias, modificação ou
alteração do posto de trabalho, etc.
II. Alterações das condições de trabalho;
III. Incorporação de um trabalhador, cujas, características pessoais ou
estado de saúde conhecido seja, sensível às condições do posto de
trabalho.
Existem vários métodos de avaliação de risco. Por exemplo, o método HAZOP

(Hazard and Operability Study), que é um método para identificar riscos para
pessoas, equipamentos, ambiente ou objetivos organizacionais (Freitas &
Cordeiro, 2013), FMEA que significa Failure Mode and Effect Analysis” (Análise
dos Modos de Falha e seus Efeitos) é um método indutivo que permite analisar
para cada componente de um sistema de uma forma sistemática os vários
modos de falha que poderão ocorrer, as suas causas e os seus efeitos no
funcionamento e segurança do sistema (Sobral & Abreu, 2013) e MARAT que
significa Método de Avaliação de Riscos e Acidentes de Trabalho, um método
quantitativo concebido originalmente por (Kinney & Wiruth, 1976).
Esta metodologia permite determinar o nível dos riscos que existem e

consequentemente ordená-los de forma coerente de acordo a estabelecer
prioridades de intervenção sobre os mesmos (riscos).
Para o caso em estudo neste relatório, utilizou-se o método MARAT com

implementação da metodologia NTP330:93, é a sugerida pelas Autoridades
Espanholas na Nota Técnica de Prevenção. (INSHT, 1993)
Esta Norma Espanhola para avaliação do risco é baseada no método de William
T. Fine de 1971(FINE, 1971).
A Norma demonstra que o Método de W.T. Fine, apesar de muito antigo,

continua a ter grande aplicação pratica, ao ponto de ser a metodologia
recomendada pelas autoridades espanholas. Esta detalhada no ponto 1.5.
3.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
A avaliação de riscos foi estruturada e implementada de acordo com as etapas

apresentadas a seguir:
i. Elaborar um programa de avaliação de riscos no local do trabalho;
ii. Estruturar a avaliação;
iii. Reunir informação;
iv. Identificar os perigos e riscos associados;
v. Identificar as pessoas em perigo;
vi. Identificar padrões de exposição das pessoas em risco;
vii. Avaliar os riscos;
viii. Analisar opções de eliminação ou de controlo de riscos;
ix. Priorizar as ações a implementar e definir medidas de controlo;
x. Implementar controles;
xi. Registar a avaliação;
xii. Medir a eficácia das medidas aplicadas;
xiii. Rever;
xiv. Monitorizar o programa de avaliação de riscos.
De princípio foi realizado um planeamento para a implementação da avaliação

de riscos, em seguida foi feita a observação as antigas instalações da Mina (local
em que será implantada a futura mina de exploração de tantalites e turmalinas,
vide a Figura 18). Foi elaborado um guia de entrevista para os funcionários e o
para o diretor da Mina (Anexo II).
Figura 18: Local da futura instalação da Mina
Esta avaliação inicial permitiu identificar os perigos inerentes à instalação da

mina, que levou a uma avaliação de riscos através da implementação da
metodologia NTP330 mencionada no capítulo I.
Para a implementação desta metodologia, foi elaborada uma lista de riscos,
coerente e personalizada de acordo com os perigos afetos na Mina.
Neste caso, foi adotado o Código dos Riscos Laborais da OIT, adaptado
(Pedrosa, 2018).
Foram elaboradas as listas de verificação, para operação de Perfuração e

Desmonte, e de Manipulação de Explosivos e Transporte, fazendo-se a
identificação e avaliação dos respetivos riscos, calculando o nível de deficiência
(ND), de frequência (NR) e de consequência (NC). Para efeitos de interpretação
dos resultados, utilizou-se as escalas definidas pela metodologia NTP330.”
O resumo da lista de verificação e a respetiva Matriz de Avaliação de Riscos,

encontra-se nas (Tabela 10, Tabela 11), onde é possível verificar quais os perigos
com maior potencial de riscos para os trabalhadores, e as respetivas medidas
de controlo propostas.
Para a elaboração da Matriz de Avaliação de Riscos procedeu-se do seguinte
modo:
i. Estimativa do ND a partir da lista de verificação aplicada no local de
trabalho;
ii. Cálculo do NP a partir do ND e do NE;
iii. Comparação NP a partir de dados históricos disponíveis;
iv. Estimativa do NC;
v. Cálculo do NR a partir do NP e do NC;
vi. Definição dos NI considerando resultados obtidos e justificação
socioeconómica;
vii. Comparação de resultados obtidos com resultados estimados a partir de
fontes de informação precisas e da experiência.
A Matriz de Avaliação de Riscos encontra-se resumida de seguida na Tabela 10.

Como resultado da avaliação de riscos, verificou-se ser necessário a
implementação de algumas medidas por forma a minimizar os riscos a que os
trabalhadores estarão sujeitos. Como tal, o autor deste relatório procedeu à
elaboração de alguns documentos essenciais para informar os trabalhadores
mineiros de alguns riscos a que estão sujeitos (Tabela 1).
Tabela 10: Matriz para a operação de Perfuração e Desmonte realizados com explosivos
Perigo
Riscos ND NE NC NP NR NI Medidas de Controlo
(Fonte/Operações)
Quedas em altura 2 2 10 4 40 III Sinalização das áreas de operação, construção de barreiras físicas.
Sinalização das áreas de operação, construção de barreiras físicas, construção

Quedas ao mesmo nível 10 10 25 100 2500 I de muretas ou obstáculos que evitem a aproximação de beiras de bancadas, em
Derrube da crosta (solo) trabalhos de carregamento de explosivos onde haja risco de quedas.
Construção de barreira física de separação da área de circulação de máquinas e

Esmagamento/soterramento por
6 3 100 18 1800 I os peões, delimitação de via exclusiva para peões; introdução de sinalização de
queda de material
limite de velocidade e velocidade recomendada;
Mecânicos
Construção de barreira física de separação da área de circulação de máquinas e

Operações de Quedas em altura /soterramento por
- 1 10 1 10 III os peões, delimitação de via exclusiva para peões; introdução de sinalização de
escavações queda de material
limite de velocidade e velocidade recomendada
Projeção de estilhaços 2 2 10 4 40 III Usos de Capacetes e sinalização de proibição de circulação

Manuseio de máquinas
de perfuração Formação dos funcionários e manutenção dos equipamentos
Choques 2 1 10 2 20 IV
Obstrução da via de
movimentação por Atropelamento 2 1 25 2 50 III Sinalização das áreas de operação, construção de barreiras físicas
veículos
Estudo de ruído no posto de trabalho; construção de barreira acústica, uso de
Manuseio de máquinas protetor auricular, enclausuramento de fontes emissoras de ruido, construção de
Ruído 10 4 10 4 400 II
de perfuração cabines de comando das operações de beneficiamento, automação de
processos que evitem contacto do trabalhador com a fonte
Manuseio de máquinas
Elétricos Contacto direto - 2 10 2 20 IV Manutenção dos equipamentos, e formação dos funcionários.
de perfuração
Uso de roupas adequadas e mais leves, uso de máquinas com cabines

climatizadas, utilização de guarda sol/chuvas, descanso em ambientes com
Manuseio de explosivos Radiações não ionizantes - 4 25 4 100 III
temperaturas mais amenas.

climatizadas, utilização de guarda sol/chuvas, descanso em ambientes com
Máquinas de perfuração Temperaturas baixas - 3 10 3 30 III
Físicos climatizadas, utilização de guarda sol/chuvas, descanso em ambientes com
Temperaturas altas 2 3 10 6 60 III

Manuseio de máquinas climatizadas, utilização de guarda sol/chuvas, descanso em ambientes com
Radiações não ionizantes - 4 25 3 30 III
de perfuração temperaturas mais amenas
Trabalho ao ar livre,
Humidade - 3 10 3 30 III O uso de farda, luvas, calçado com biqueira e palmilha de aço, máscara.
debaixo de cobertura
Trabalho ao ar livre, Diminuição do tempo de exposição, mudança ou adaptações nos veículos,

Vibrações 2 3 10 6 60 III
debaixo de cobertura melhor manutenção das pistas, não utilização de martelos pneumáticos
Trabalho ao ar livre,
Via respiratória 6 3 25 18 450 II Uso de Máscaras
debaixo de cobertura
Cheiro de combustível Manutenção das máquinas e mascaras e luvas para os funcionários

Via respiratória 6 4 25 24 600 I
usado nas máquinas
Vias de absorção são a inalatória e Manutenção das máquinas e mascaras e luvas para os funcionários
Máquinas de perfuração - 2 10 2 20 IV
via contacto com pele e mucosas
Químicos
Via respiratória 200 II
Manuseio de explosivos 10 2 10 20 Aquisição de EPIs, distribuição de luvas, mascaras, e consumo de leite fresco
Via contacto com pele e mucosas
depois das jornadas.
Via respiratória 200 II Aquisição de EPIs, distribuição de luvas, mascaras, e consumo de leite fresco
Exposição em sílica 10 2 10 20
Via contacto com pele e mucosas depois das jornadas.
Trabalhadores de pé Desrespeito dos princípios ergonómicos (Sobrecarga Aquisição de cadeiras ergonomicamente adequadas à altura dos trabalhadores;
2 4 10 10 80 III
durante as horas laborais e/ou Postura de trabalho) introdução de ginástica laboral
Tabela 11: Matriz de avaliação de riscos de operação de Transporte
Perigo (Fonte/Operações) Riscos ND NE NC NP NR NI Medidas de Controlo

Queda em altura 2 1 100 2 200 II
Mecânico
Transporte manual de Implementar meio mecânico de transporte cargas, e SIF dos trabalhadores
cargas Queda de objetos 2 2 10 4 40 III para os riscos de movimentação manual de cargas.
Transporte
Transporte de Químico Contacto direto com os Adquirir mascaras, luvas, e rotatividade das atividades que envolvem a
de minérios 4 2 25 8 200 II
minérios minérios exposição a sílica dos mineiros; E SIF
Desrespeito
Transporte manual de dos Sobrecargas e sobre SIF dos trabalhadores para os riscos de movimentação manual de cargas;
2 2 25 4 100 III
cargas princípios esforços Implementação de meios mecânicos de transportes de cargas
ergonómicos
Legenda
ND Nível de Deficiência Escala: 0 aceitável; 2 suscetível de melhoria; 6 deficiente; NC Nível de Consequência Escala: 10 leve; 25 grave; 60 muito grave; 100 mortal catastrófico
10 muito deficiente.
NE Nível de Frequência Escala: 1 esporádica; 2 ocasional; 3 frequente; 4 NR Nível de risco=NP*NC Escala: 20 não intervir; 40/120 melhorar se possível; 150/500 corrigir e
continuada. adotar medidas de controlo; 600/4000 situação critica, correção urgente
NP Nível de Probabilidade= Escala: 2/4 baixa; 6/8 média; 10/20 alta; 24/40 muito alta NI Nível de Intervenção Escala: IV não intervir; III melhorar se possível; II corrigir e adotar medidas
ND*NE de controlo; I situação critica, corrigir urgente
Tabela 12: Proposta de aquisição de EPIs e Sinalização de Segurança Mineira
Sugere-se a seguinte lista dos EPIs.
Material Qtd Fornecedor Imagem Preço (Euros) Preço (Euro)/IVA

Calçado de segurança 100 Wurth 60 6000
Sinal (Obrigatório de uso 1 Sinalex 5 5

botas de proteção
Protetores auditivos 100 Total Protex 9 900
Fita de sinalização das 50 Manutan Portugal 15 750

vias de circulação
Luvas de proteção 100 Rajapack 9 900

química
Luvas de proteção térmica 50 Wurth 9 450
Luvas de proteção elétrica 50 Sintimex 31 1550
Avental de proteção de 20 Sintimex 5 100

soldadura
Luvas anti vibráteis 10 STIHL 38 380
Óculos + viseira de 10 Viseira Plus 15 150

proteção
Óculos de proteção de 10 Viseira Plus 5 50

soldadura
Lava olhos de emergência 2 CLUB HOTEL 220 440
Sinal de localização de 2 Sintimex 4 8

lava olhos
Chuveiro de emergência 2 CLUB HOTEL 520 1040
Sinalização de localização 2 Aplica 12 24
de chuveiro de
emergência
Caixa de primeiros 1 Sintimex 15 15
socorros
Sinalização de localização da 2 Aplica 12 24

caixa dos primeiros socorros
Colete fresco 20 Total Protex 8 160
Colete ignífugo e anti estático 10 Total Protex 66 660
Sinal-Proibido fumar 2 Vocue 4 8
Fato macaco 50 Gamafer/ Wurth 50 2500
Orçamento total 16114
3.2.1. EXPOSIÇÃO EM SÍLICA
Como se constatou, diferentes tipos de partículas produzem diferentes ações no

organismo. As partículas como o pó de carvão, o carvão e o óxido de estanho
não produzem demasiada reação nos pulmões.
Outras, como o pó de quartzo e de amianto podem causar cicatrizes

permanentes no tecido pulmonar. Em quantidades significativas, certas
partículas como o amianto, podem causar cancro nos fumadores (Lima, 2016)
Atendendo a que no sector Mineiro existem muitas atividades em que o

trabalhador pode estar exposto a partículas no estado sólido (poeiras, fibras e
fumos), será importante caracterizar a sílica, uma vez, em que os funcionários
da Mina de Muaine estão expostos a esse material, indicando a legislação
aplicável e as boas práticas a seguir para minimizar as consequências daí
decorrentes.
Sílica é o nome comum dado ao composto químico dióxido de silício (SiO2), o

qual pode ocorrer na forma cristalina ou amorfa (não cristalina).
A sílica cristalina pode-se encontrar em mais do que uma forma: por exemplo, α-
quartzo, tridimite e cristobalite.
Na natureza, o α-quartzo é o mais comum; é componente de solos e rochas;

consequentemente os trabalhadores poderão estar expostos a poeiras de
quartzo em muitas atividades e indústrias.
A tridimite e a cristobalite encontram-se em rochas e solos e são produzidas em

algumas operações industriais, quando se aquece α-quartzo ou sílica amorfa
(por exemplo, em processos de fundição e produção de tijolos e cerâmica).
A queima de resíduos agrícolas também poderá levar à transformação de sílica

amorfa em cristobalite.
As 3 formas de sílica cristalina apresentadas (α-quartzo, tridimite e cristobalite)

são as que poderão apresentar tamanho de partícula respirável quando os
trabalhadores manuseiam ou desintegram mecanicamente objetos que as
contenham. É frequente denominá-las de sílica livre (ou sílica não combinada)
para as distinguir das formas combinadas (silicatos).
As doenças profissionais decorrentes da exposição à sílica estão devidamente

caracterizadas no Decreto Regulamentar no 76 / 2007 de 17 de Julho.
Tabela 13: Excerto do DR nº 76 / 2007 - Sílica
Os 10 anos significa: prazo de caracterização após a suspensão ao fator de risco.
Código 21.01
Fatores de risco Sílica
Doenças ou outras Fibrosa pulmonar consecutiva à
inalação de poeiras contendo
manifestações clínicas e
sílica livre ou combinada,
caraterização (prazo indicativo) diagnosticada radiologicamente.
Complicações:
10 anos
Sílico tuberculose;
Enfisema pulmonar e
pneumotórax espontâneo;
Insuficiência cardíaca direita
Lista exemplificativa dos Todos os trabalhos que exponham à inalação de poeiras contendo
trabalhos suscetíveis de sílica livre e combinada, como por exemplo:
provocar a doenças. Trabalhos com minerais ou rochas contendo sílica, nas minas,
pedreiras, tuneis, e outros locais;
Trabalhos de manipulação de abrasivos, pós de limpeza e outros
produtos contendo sílicas.
Trabalhos em indústrias siderúrgicas, metalúrgicas, mecânicas,
nas quais se utilizam materiais contendo sílica nas mesmas
condições;
Fabricação de carborundo (carbeto de silício), vidros, produtos
refratários, porcelanas, faianças, e outros produtos cerâmicos.
A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões, causada

pela inalação de pó de sílica.
É a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em

indivíduos que inalaram pó de sílica durante muitos anos.
O pó de sílica (α-quartzo) é o elemento principal que constitui a areia, sendo por
isso frequente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de arenito
e de granito, os operários das fundições e os oleiros
Os sintomas aparecem geralmente, após 20 ou 30 anos de exposição às

poeiras. No entanto, nos trabalhos em que se utilizam jatos de areia, na
construção de túneis e no fabrico de sabões abrasivos que requerem
quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem surgir em menos de
10 anos.
Quando se inalam, as poeiras de sílica entram nos pulmões e as células

purificadoras, como os macrófagos, “engolem-nas”. As enzimas libertadas pelas
células purificadoras causam a formação de tecido cicatricial nos pulmões.
No princípio, as zonas cicatrizadas são pequenas protuberâncias redondas, mas

ao fim de algum tempo, reúnem-se em grandes massas. Estas áreas
cicatrizadas não permitem a passagem do oxigénio para o sangue como
habitualmente.
Assim, os pulmões perdem elasticidade e é necessário mais esforço para

respirar. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode
causar insuficiência cardíaca, a qual por sua vez, pode evoluir para a morte.
(Cardoso, 2003)
Além disso, os indivíduos com silicose expostos ao microrganismo causador da

tuberculose são mais propensos a desenvolvê-la do que aqueles que não estão
afetados pela silicose.
A silicose diagnostica-se com uma radiografia ao tórax que mostra o padrão

típico de cicatrizes e nódulos. O controlo da produção do pó no local de trabalho
pode ajudar a prevenir a silicose.
Os fatores que determinam a maior ou menor probabilidade de um trabalhador

desenvolver silicose são, entre outros:
• A concentração atmosférica da fração respirável de poeira e o seu teor
em sílica;
• A duração da exposição;
• A suscetibilidade individual.
Os trabalhadores expostos ao pó da sílica devem fazer radiografias ao tórax com

regularidade, de modo a que seja possível detetar qualquer anomalia o mais
cedo possível. Se a radiografia revelar silicose, o médico poderá aconselhar o
trabalhador a evitar a exposição permanente à sílica.
A silicose é incurável. No entanto, pode deter-se a evolução da doença,

interrompendo a exposição à sílica desde os primeiros sintomas. Um individuo
com dificuldade em respirar pode sentir alívio com o tratamento utilizado para a
doença pulmonar crónica obstrutiva, como são os medicamentos que dilatam os
brônquios e expelem as secreções das vias aéreas.
Dado que os indivíduos que sofrem de silicose têm um elevado risco de contrair
tuberculose, devem submeter-se periodicamente a exames médicos.
Na Norma Portuguesa 1796 :2007, apresentam-se os valores limite de exposição

adotados para as substâncias:
• Sílica, cristalina - α-quartzo;

• Sílica, cristalina - cristobalite.
As atividades ou trabalhos que envolvam exposição à sílica são classificadas,

segundo o art.º 47 da Lei 102/2009 de 10 de setembro, de risco elevado. A norma
portuguesa NP 1796 de 2014 (NP1796, 2014) define um valor de limite de
exposição (VLE) à sílica, para um turno de 8 horas diárias e 40 semanais, de
0,025 mg/m3.
Devem ser realizadas medições periódicas para garantir que o VLE está a ser
cumprido, como disposto no Anexo F da norma portuguesa NP 689 de 2008
(NP689, 2008).
A utilização de sílica está abrangida por legislação nacional especifica,
nomeadamente:
• Decreto-Lei nº 162 / 90 de 22 de Maio (Regulamento Geral de

Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras);
• Lei nº 35 / 2004 de 29 de Julho, (que regulamenta a Lei no 99 /
2003 de 27 de Agosto, que aprovou o Código do Trabalho).
Com base na entrevista efetuada ao Engenheiro de Mina, surgiu a (Tabela 14)
Tabela 14: Requisitos legais em inconformidades, de acordo com a lista de verificação dos
requisitos legais
Artigo Descrição da não conformidade

Lei º 102/2009, de 10 de setembro
(alterada pela lei nº 3/2014, de 28
de janeiro).
19º, ponto 1 Não existe programa de proteção e prevenção dos riscos profissionais
a que os trabalhadores estão sujeitos.
Portaria nº 987/93, de 6 de outubro Os trabalhadores estão sujeitos a queda em altura, pois não existe
4º, ponto 2 nenhuma escada ou andaimes
Portaria nº 987/93, de 6 de outubro O material de primeiros socorros que existe é de fácil acesso, mas não
21º, ponto 3 este dimensionado para as necessidades dos trabalhadores, pois não
possui certos materiais, como tesoura, pomadas para queimaduras,
soro fisiológico, solução desinfetante ou pensos rápidos.
Decreto lei nº 182/2006, de 6 de São disponibilizados EPIs aos trabalhadores, mas encontram-se num
setembro certo grau degradado, como protetores auditivos e botas.
7º, ponto2
Decreto lei nº50/2005 de 25 Os dispositivos de proteção contra quedas não existem.
fevereiro
Artigo 37, ponto 3
4. Considerações finais
4.1. CONCLUSÕES
Espera-se que o trabalho desenvolvido seja uma mais-valia a empresa

Tantalum Mineração Lda. O relatório foi elaborado com base na entrevista feita
com o engenheiro da mina, uma vez que a mina se encontra encerrada. Foi feita
uma avaliação inicial com base na metodologia NTP 330:94. Após elaboração
da Matriz de Avaliação de Riscos foi possível identificar quais os perigos com
maior potencial de risco para os trabalhadores, e as respetivas medidas de
controlo propostas.
Assim, no que diz respeito ao trabalho nesta mina, verifica-se o risco mecânico
de queda em altura, esmagamento/soterramento por quedas de material, risco
químico de inalação de poeiras, são riscos de nível I, situação critica em que a
intervenção é urgente.
Quanto ao nível II corrigir e adotar medidas de controlo identificaram-se o risco
mecânicos, queda em altura, riscos químicos, contacto direto com os minérios.
No nível III, foram identificados riscos mecânicos, físicos, químicos e Desrespeito
pelos princípios ergonómicos (que têm de ser trabalhados, sendo fonte de
preocupação ao nível da Saúde e Segurança no Trabalho”. Alguns aos quais se
aplicam essencialmente o SIF aos trabalhadores da mina, e o nível IV não
intervir, aos quais se aplicam medidas de controlo.
Tendo como objetivo principal identificar e avaliar os riscos profissionais para os
trabalhadores da mina de Tantalites e Turmalinas, foram definidas e elaboradas
algumas medidas de controlo.
Segundo a lei 102/2009, a mina se enquadra em um trabalho de risco elevado,
porque os trabalhadores estão expostos a sílica, e é um trabalho de indústria
extrativa, portanto é necessário o serviço interno de saúde no trabalho.
As fichas de dados de segurança e outras informações pertinentes recolhidas e
elaboradas pelo autor estão disponíveis em Anexo.
Foi elaborada pelo autor do relatório uma proposta de aquisição de EPIS e
sinalização de segurança mineira por forma a aumentar a proteção dos
trabalhadores contra riscos a que estão sujeitos.
Estima-se que a proposta envolva um investimento total por parte da empresa
na ordem dos 16114 euros.
4.2. LIMITAÇÕES
• Como principais limitações realça-se o fator localização, ou seja, pelo
objeto de estudo se localizar em Moçambique, continente africano;
• Refere-se também como limitação, o facto da empresa Tantalum Mineração,
Lda., estar presentemente encerrada.
4.3. TRABALHOS FUTUROS
Atendendo às limitações apresentadas pensa-se ser pertinente dar continuidade

a estudos de forma a avaliar a fiabilidade dos resultados obtidos nas avaliações
de risco, e, portanto, será necessário fazer uma visita aquando da reabertura da
mina em Muiane, para mensurar o comprimento de medidas de controlo
propostas, por forma a observar os resultados da sua implementação.
Seria muitíssimo importante nessa altura inquirir os trabalhadores e diretor da
mina por forma a obter informações que permitam identificar propostas de
melhorias da própria mina.
5. Referências Bibliográficas
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Controlo de Riscos’ (2.a ed.).
Sobral, J., & Abreu, A. (2013). No Title: Manutenção Produtiva Total’, In
Manutenção Produtiva Total e Gestão Lean.
Anexos
ANEXO I BASE LEGAL PORTUGUESA
Na (Tabela 15) são ilustradas uma parte da legislação geral, e na (Tabela 16) se
encontra ilustrada o resumo das leis usadas em Portugal, do sector mineiro.
Tabela 15: Legislação Geral
Estabelece as prescrições mínimas para a Decreto-Lei nº 141/95, de 14 de Junho

sinalização de segurança e de saúde no trabalho.
Estabelece o Regime Jurídico da Segurança Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de Novembro

Contra Incêndios em Edifícios
Critérios técnicos para determinação da Despacho nº 2074/2009
densidade de carga de incêndio modificada.
Norma Portuguesa para sinalização de Diretiva 92/58/CEE de 24 de Junho de 1992

segurança e saúde no trabalho.
Diário da República nº 117, 1 série. Ministério da Decreto-Lei nº 162/90 de 22 de Maio.

Indústria e Energia.
Locais de Risco, Dezembro de 2013 Nota Técnica nº 05, ANPC
Categorias de Risco, Dezembro de 2013 Nota Técnica nº 06, ANPC
Sinalização de Segurança, Dezembro de 2013 Nota Técnica nº 11, ANPC
Tabela 16: Legislação sobre Prospeção, Pesquisa e Exploração de Recursos Geológicos
Lei Base da Mineração (Regime Geral de Decreto-Lei nº 90/90, de 16 de Março

Revelação e Aproveitamento dos Recursos
Geológicos)
Legislação Sobre Prospeção, Pesquisa e Decreto-Lei nº 88/90, de 16 de Março - Depósitos
Exploração de Recursos Geológicos Minerais
(Depósitos Minerais) («Diário da República», 1ª série, n.º 63/90, de 16 de
Março de 1990)
Regulamento das Águas Minerais Decreto-Lei nº 86/90, de 16 de Março
(«Diário da República», n.º 63/90 SÉRIE I, de 16 de
Março de 1990)
Decreto-Lei n.º 85/90 de 16 de Março
Regulamento das Águas Minero industriais («Diário da República», n.º 63/90 SÉRIE I, de 16 de
Março de 1990)
Regulamento dos Recursos Geotérmicos Decreto-Lei Nº 87/90, de 16 de Março
(«Diário da República», nº 63/90 SÉRIE I, de 16 de
Março de 1990)
Regulamento de Exploração das Águas de Decreto-Lei nº 84/90, de 16 de Março
Nascente («Diário da República», n.º 63/90 SÉRIE I, de 16 de
Março de 1990)
Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro (Declaração
Regime Jurídico da Pesquisa e Exploração de de Retificação nº 20-AP/2001)
Massas Minerais - Pedreiras («Diário da República», nº 232 SÉRIE I-A, de 6 de
Outubro de 2001)
Legislação sobre Pesquisa e Exploração de Decreto-Lei nº 109/94 de 26 de Abril
Petróleo («Diário da República», nº 96/94 SÉRIE I-A, de 26 de
Abril de 1994)
Legislação Complementar
Regime Jurídico de Concessão do Exercício Decreto-Lei n.º 198-A/2001
da Atividade de Recuperação Ambiental das (Suplemento ao “Diário da República”, 1.ª série - A, n.º
Áreas Mineiras Degradadas 155, de 6 de Julho de 2001)
Regulamento Geral de Segurança e Higiene Decreto-Lei nº 162/90, de 22 de Maio

no Trabalho nas Minas e Pedreiras («Diário da República», n.º 117/90 SÉRIE I, de 22 de
Maio de 1990)
Despacho conjunto n.º 577/2001

Indicações Terapêuticas das Águas Minerais ("Diário da República", II Série, n.º 149, de 29 de Junho
Naturais Utilizadas em Estabelecimentos de 2001)
Termais
Portaria n.º 598/90, de 31 de Junho

Pagamento de Taxas a que fica Sujeito o («Diário da República», nº 175/90 SÉRIE I, de 31 de
Exercício das Atividades de Prospeção, Julho de 1990)
Pesquisa e Exploração dos Recursos
Geológicos
ANEXO II: GUIÃO DE ENTREVISTA
Nome:
Idade:
Função que exerce:
1. Quais os tipos de atividade que exerce?

2. De acordo com as funções enumere de 1 a 10 o nível de risco para cada
atividade.
3. Quais os acidentes mais frequentes?
4. Em seu entender quais as principais causas?
5. Qual o tipo de formação aos trabalhadores em SST?
6. Qual a sua preocupação em questões de SHT?
ANEXO III: LISTA DE VERIFICAÇÃO (PERFURAÇÃO E DESMONTE)
Tabela 17: Lista de verificação da operação de Perfuração e Desmonte realizados com explosivos
LV Perfuração e Desmonte realizados com explosivos

Perigo Riscos ND Explicação NE Explicação NC Explicação
Ocasional (algumas
vezes durante a 10 Pequenas lesões que
Suscetível de melhoria
2 jornada de trabalho e não requerem
Quedas em altura 2 (detetam-se fatores de
durante períodos de internamento.
menoríssima importância).
tempos curtos)
Muito deficiente; já houve

um acidente; em termos de
medidas será feito um novo
aterro porque (aterro mal
compactado); medida de 25 Grave
Derrube da Quedas ao mesmo nível 10 10 Esporádica
sinalização, porque se
crosta (solo)
Mecânicos
verifica a falta de
sinalização, e também a
implementação de
formação
Deficiente (a eficácia das Mortal ou 100
medidas preventivas Frequente (várias catastrófico (1 morte ou
existentes considera-se vezes durante a 100 mais), Lesões que
Esmagamento/soterramento por
6 reduzida; 3 jornada de trabalho por podem provocar
queda de material
Detetam alguns fatores de períodos de tempo incapacidade
risco significativa que curto) permanente total.
precisa ser corrigido).
Leve (Pequenas lesões
Aceitável (não se detetam que não requerem
Operações de Quedas em altura /soterramento 10
- anomalias, o risco esta 1 Esporádico
escavações por queda de material internamento Lesões
controlado)
que provocam até 2
dias de baixa).
Pequenas lesões que

Suscetível de melhoria (a Ocasional (algumas
não requerem
eficácia de conjunto de vezes durante a
10 internamento;
Projeção de estilhaços 2 medidas preventivas não 2 jornada de trabalho e
se considera reduzida de durante períodos de
Lesões que provocam
forma apreciável). tempos curtos)
até 2 dias de baixa
Cortes NA
Manuseio de Deficiente (a eficácia das

máquinas de medidas preventivas
perfuração existentes considera-se
Esmagamentos 6 reduzida; 1 Esporádica 10 Leve
Detetam alguns fatores de
risco significativa que
precisa ser corrigido).
Aceitável; existe proteção
adequada na máquina;
Entalão - funcionários têm formação 1 Esporádica 10 Leve
de como utilizar o
equipamento
Obstrução da Suscetível de Melhoria;

via de não existe delimitação das
Choques 2 1 Esporádica 10 Leve
movimentação vias destinadas
por veículos exclusivamente a pessoas;
Suscetível de Melhoria;
não existe histórico de
ocorrências; não existe
delimitação da zona de
movimentação de peões;
Circulação em não existe sinalização de
via destinada a Atropelamento 2 redução de velocidade ou 1 Esporádica 25 Grave
veículos velocidade recomendada
no acesso à mina; não
existe barreira física
adequada de separação da
mina em relação da
estrada da Circunvalação
Leve (Pequenas lesões
que não requerem
Manuseio de Aceitável (não se detetam
1 Esporádico 10 internamento Lesões
máquinas de Contacto direto - anomalias, o risco esta
que provocam até 2
perfuração Elétricos controlado)
dias de baixa).
Contacto indireto N.A.
Iluminação N.A.
Muito deficiente; existe
prática de ruído constante;
não existe estudo de ruído
Manuseio de Físicos no posto de trabalho; não
máquinas de Ruído 6 existem queixas dos 4 Continuada 10 Leve
perfuração trabalhadores; não existe
barreira acústica e os
funcionários não protetores
auditivos
Aceitável (não se detetam
anomalias, o risco esta Ocasional (algumas Leve (Pequenas lesões
controlado) não existem vezes durante a que não requerem
Manuseio de
Ruídos - trabalhadores com 2 jornadas de trabalhos e 10 internamento Lesões
explosivos
hipoacusia, e nem trauma durante períodos de que provocam até 2
acústico e auditivo. tempos curtos tempos). dias de baixa).
Máquinas de
Radiações ionizantes N.A.
perfuração
Muito deficiente, não existe Continuada (varias Grave (Lesões com ITA
equipamentos de proteção vezes durante a jornada 25 ou ITP, de 3 a 30 dias de
Máquinas de baixa)
Radiações não ionizantes - individual, e os 4 de trabalho por
perfuração períodos de tempos
trabalhadores ficam mais
de 8 horas expostos prolongados).
Trabalho ao ar
livre, debaixo Temperaturas baixas - Aceitável 3 Frequente 10 Leve
de cobertura
Suscetível de Melhoria; os
Trabalho ao ar
trabalhadores têm
livre, debaixo Temperaturas altas 2 3 Frequente 10 Leve
vestuário adequado.
de cobertura
(30º-47º)
Trabalho ao ar
Aceitável; os trabalhadores
livre, debaixo Humidade - 3 Frequente 10 Leve
têm vestuário
de cobertura
Frequente (varias Leve, pequenas lesões

vezes durante a que não requerem
Máquinas de jornada de trabalho por 10 internamento Lesões
Vibrações 2 Suscetível a melhorias 3
perfuração períodos de tempos que provocam até 2
curtos) dias de baixa
Deficiente; não existe
histórico de ocorrência;
Cheiro de
não existem pausas dos
combustível
Via respiratória 6 trabalhadores; não existe 3 Frequente 25 Grave
usado nas
anel de absorção para
máquinas
evitar "babamento" de
combustível
Aceitável (não se detetam Leve (Pequenas lesões

Ocasional (algumas
anomalias, o risco esta que não requerem
vezes durante a
Manuseio de Vias de absorção são a inalatória controlado) não existem
- 2 jornadas de trabalhos e 10 internamento Lesões
explosivos e a cutânea trabalhadores com
Químicos durante períodos de que provocam até 2 dias
hipoacusia, e nem trauma
tempos curtos tempos). de baixa).
acústico e auditivo.
Continuamente, várias
Deficiente (detetam-se Grave (Lesões com ITA
Via respiratória vezes durante as
Exposição em alguns fatores de risco ou ITP, de 3 a 30, dias
6 4 jornadas de trabalho 25
sílica significativos que precisam de baixa).
por períodos de tempo
de ser corrigidos).
prolongados.
Derrame de Muito deficiente; existe
gasolina nas Via contacto com pele e mucosas 10 histórico de ocorrência; 2 Ocasional 10 leve
mãos/braços não existem EPIs
Via digestiva N.A.

Vírus N.A.
Bactérias N.A.
Biológicos
Fungos N.A.
Parasitas N.A.
Suscetível de Melhoria;
Trabalhadores
não existem cadeiras para
de pé durante Desrespeito dos princípios ergonómicos
2 pausas; não existem 4 Continuada 10 Leve
as horas (Sobrecarga e/ou Postura de trabalho)
pausas nos turnos e não
laborais
existe ginástica laboral
Psicossociais Roubo Eficácia das medidas de
Algumas vezes durante
Seleção do preventivas de controlo
6 2 as jornadas de trabalho 10 Leve
material existentes consideram-se
durante períodos curtos
reduzidas.
ANEXO IV: FICHA DE VERIFICAÇÃO DO MARTELO HIDRÁULICO
Data: 1/10/2018
FICHA DE VERIFICAÇÃO DE
Pág:85/ 100
EQUIPAMENTO
Identificação de equipamento
Designação Martelo Hidráulico N.º
Interno:
Localização: Última Jan/2018
Avaliação:
Operador:
Legenda: C – Conforme NC – Não Conforme NA – Não Aplicável
Verificação mínima a realizar
Requisitos mínimos gerais aplicáveis ao equipamento de
N N Observaçõ
trabalho C
C A es
(DL n.º 50/2005)
Sistemas de Comando (Art.º11.º)
Os Sistemas de comando e controlo encontram-se em bom
estado de funcionamento
Têm identificação adequada
As proteções/bloqueios estão colocadas de forma a não
ponderem ser acionadas de forma involuntariamente
Os sistemas de trabalho são os adequados ao equipamento
Arranque do equipamento (Art.º12.º)
O início de funcionamento obedece a ações voluntárias do
operador, a partir de um sistema de comando
Após o corte de energia o equipamento não arranca
espontaneamente
Paragem do equipamento (Art.º13.º)
O equipamento está provido de um sistema de paragem de
emergência
A paragem de emergência está devidamente identificada e
para a máquina imediatamente
Estabilidade e Rotura (Art.º14.º)
São respeitadas as condições de utilização dos equipamentos
tal como são recomendadas pelo fabricante
Os órgãos não estão expostos a projeções ou estilhamento de
elementos externos
Não existe o risco de estilhamento ou rotura de elementos do
equipamento
Projeção e emanações (Art.º15.º) – Verificação de válvulas de segurança
O equipamento respeita as condições de utilização,
relativamente à queda de objetos
O equipamento respeita as condições de utilização,
relativamente à projeção de objetos
O equipamento tem uma eficaz retenção/extração de poeiras
O equipamento tem uma eficaz retenção/extração de gases
ou vapores
O equipamento tem uma eficaz retenção/extração de líquidos
Risco de Contacto mecânico (Art.º16.º)
Os elementos móveis do equipamento possuem proteções para
evitar o contacto
As proteções estão de acordo com os critérios de segurança
recomendados
Os dispositivos de proteção permitem a manutenção do
equipamento, sem a sua desmontagem
Iluminação e Temperatura (Art.º17.º)
O posto de trabalho encontra-se convenientemente iluminado
Os elementos do equipamento que atingem temperaturas
extremas estão protegidos do contacto dos trabalhadores
Dispositivos de alerta (Art.º18.º)
Os dispositivos de alerta são facilmente audíveis e/ou
compreendidos
Manutenção do Equipamento (Art.º19.º)
O equipamento tem livrete de manutenção e este está
atualizado
São cumpridas as instruções de manutenção
Riscos elétricos, de incêndio e explosão (Art.º20.º)
As partes elétricas encontram-se em bom estado e
devidamente protegidas contra contactos diretos
O equipamento tem dispositivos que permitem a proteção dos
trabalhadores contra os riscos de incêndio, sobreaquecimento,
ou libertação de gases e poeiras
O equipamento tem reservatórios, ou outros elementos que
garantam estanquidade e que desta forma previnam possíveis
riscos de explosão
Data:
FICHA DE VERIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTO 1/10/2018
Pág:. 86/ 100
Requisitos mínimos gerais aplicáveis ao equipamento de

N N Observaçõ
trabalho C
C A es
(DL n.º 50/2005)
Fontes de energia (Art.º21.º)
Existem dispositivos de corte de energia elétrica que permita
apenas o seu restabelecimento pelo operador
Sinalização de Segurança (Art.º22.º)
Os equipamentos encontram-se corretamente assinalados, com
avisos de segurança
Requisitos complementares dos equipamentos móveis N N Observaçõ
C
(DL n.º 50/2005) C A es
Equipamentos que transportem trabalhadores e riscos de capotamento (Art.º23.º)
Os equipamentos possuem proteções de forma a evitar o
contacto dos trabalhadores transportados, com as rodas ou
lagartas
O equipamento tem um sistema que evita o capotamento
Em caso de risco de capotamento, o equipamento tem um
sistema de retenção dos trabalhadores
Transmissão de energia (Art.º24.º)
Estão montadas as proteções que impeçam qualquer projeção
de partes do sistema de transmissão
Risco de capotamento de empilhadores (Art.º25.º)
O empilhador está dotado de uma estrutura que impede o
capotamento ou uma estrutura que impeça que o trabalhador
sofra algum tipo de lesão (cabine, sinto, etc…)
Equipamentos móveis automotores (Art.º26.º)
Não aplicável
Requisitos complementares dos equipamentos de elevação
N N Observaçõ
de cargas C
C A es
(DL n.º 50/2005)
Não aplicável
Fonte: Adaptado de (Gomes, Moreira, Cavaca, & Pina, 2013)
ANEXO V: PROCEDIMENTO DE UTILIZAÇÃO DE UM EXTINTOR
Figura 19: Procedimento de utilização de um extintor
Fonte: Adaptado de http://segurancacontraincendio.pt/como-usar-extintor.html
Utilização de Extintor
Antes de combater um foco de incêndio com um extintor de incêndio portátil, a
pessoa deve-se sentir segura para o fazer. Para tal, deve ter lido as instruções
e estar familiarizado com a forma de usar os extintores, não deixando isso até
ao momento em que ocorra um incêndio.
Deve também garantir que o agente extintor se adequa ao tipo de incêndio, para
que não existam riscos de segurança na sua utilização.
Além disso deve estar ciente de que algumas situações podem sair fora de
controlo, pelo que importa saber quando se consegue combater o incêndio com
um extintor e quando abandonar esse combate e sair para o exterior.
Instruções uso de extintor portátil:

I. Transportar na posição vertical, segurando no manípulo;
II. Retirar o selo ou cavilha de segurança que impede a alavanca de acionar
o jato;
III. (Para extintores de pressão não permanente, libertar o gás propulsor
percutindo o disco da garrafa interior ou rodando o volante da válvula da
garrafa exterior);
IV. Antes de se dirigir para o foco de incêndio deve fazer-se um disparo curto
do agente extintor para averiguar da operacionalidade do extintor;
V. Aproximar-se do foco de incêndio com cuidado, evitando que exista fogo
pelas costas;
VI. Pressionar o manípulo, dirigindo o jato para a base das chamas, como
que a varrer a superfície;
VII. Em combustíveis líquidos reduzir o jato, evitando que o combustível se
espalhe;
VIII. Se o incêndio se desenvolver verticalmente (p.ex. cortinados), deve ser
combatido de baixo para cima;
IX. Antes de terminar, assegurar de que o incêndio está mesmo extinto;
ANEXO VI: PROCEDIMENTO DE LAVAGEM DE MÃOS
Figura 20: Procedimento de lavagem das mãos.
Fonte: http://anasentinela.blogspot.com/2014/09/higiene-das-maos-uma-pratica-muito.html
ANEXO VII: INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA
As instruções de Segurança são extremamente importantes para uma prevenção

eficiente e devem ser elaboradas de forma simples e clara.
Ø Instruções Gerais de Segurança

Ø Incendio/Explosão
Qualquer trabalhador que detete um Incêndio deve agir/atuar do seguinte modo:
I. Se sentir cheiro a queimado ou qualquer outro sinal que o faça suspeitar da

existência de um incêndio, deve contactar o Coordenador de Segurança
ou acionar o botão de alarme;
II. Não entrar em pânico e não correr;
III. Caso se sinta confortável, utilizar os meios de primeira intervenção para

extinguir o incêndio sem colocar em risco a sua integridade física;
IV. Se não conseguir extinguir o incêndio, informar todas as pessoas que

permanecem naquele espaço que está a eclodir um incêndio, pedindo-
lhes para que de uma forma organizada se dirijam para as saídas de
emergência e/ou abandonem o local.
V. Proteja-se do fumo e do calor, caminhando junto ao chão;
VI. Feche as portas quando sair, pois, causa um efeito retardante do avanço do
fogo;
VII. Se existir muito fumo, proteja a boca com um pano húmido, respirando através
dele;
VIII. Enrole-se numa toalha e rebole no chão, caso o vestuário seja atingido pelo
fogo;
IX. Se entrar fumo por debaixo da porta, mantenha-a fechada e tente calafetá-la
com panos húmidos;
Ø Sismo
Qualquer trabalhador, em caso de ocorrência de um sismo deve comportar-se

do seguinte modo:
Durante o sismo deve:
Se estiver dentro do edifício:
I. Manter-se afastado das janelas, espelhos, candeeiros, móveis e de
objetos que possam cair;
II. Proteger-se no vão de uma porta interior, num canto da sala ou debaixo
de uma mesa ou secretária.
III. Desligar todas as máquinas e equipamentos elétricos.
Se estiver fora do edifício:
I. Ficar afastado dos edifícios e de estruturas elevadas, postes de

eletricidade, muros que possam desabar ou de outros objetos que
possam cair;
II. Dirigir-se para um local aberto com calma e serenidade – caso seja
possível para o ponto de encontro.
Depois do Sismo:
I. Mantenha a calma e não saia repentinamente para a rua, pois podem

ocorrer possíveis réplicas;
II. Proteja a cabeça com um objeto resistente, pois poderão cair objetos e
existir réplicas;
III. Siga as instruções do Coordenador de Segurança;
IV. Desligue a energia elétrica, água e gás;
V. Não acenda fósforos, isqueiros, não fume, nem ligue interruptores de
energia elétrica;
VI. Não utilize o telefone, a não ser para pedir socorro surgente;
VII. Verifique se existem feridos e caso existam, prestar auxílio até à chegada
da Equipa de 1.o Socorros. Se os ferimentos forem graves, chamar 112.
VIII. Saia do edifício, se a situação não for segura;
IX. Ligue o rádio e cumpra as instruções da proteção civil.
Intrusão/Roubo
Durante:
I. Seja um colaborador passivo do(s) assaltante(s), obedeça-lhe(s), e só́
responda ao solicitado, com o intuito de ganhar tempo;
II. Identificar no(s) assaltante(s), o máximo de indícios procurando-os reter,
nomeadamente: vestuário, sotaque, expressões, sinais característicos,
etc.;
III. Não interferir na fuga nem oferecer qualquer resistência.
Após:
I. Informar imediatamente o Coordenador de Segurança e as forças policiais
(GNR);
II. Ver qual o sentido da fuga e meio de transporte eventualmente utilizado
pelos assaltantes;
III. Preservar a área onde os assaltantes estiveram, até à chegada das
autoridades, a fim de não serem danificadas quaisquer impressões
digitais ou outras provas;
IV. Prestar apenas declarações às autoridades policiais, não dar informações
a terceiros.
Inundação
Qualquer trabalhador que descubra uma Inundação deve:
I. Efetuar o corte da água e eletricidade, consoante a gravidade da situação;

II. Proceder ao escoamento das águas;
III. Retirar os objetos que possam ser arrastados pelas águas e venham a
entupir os sistemas de escoamento;
IV. Não comer alimentos que possam ter estado em contacto com a água da
inundação, pois podem estar contaminados.
Visitantes
Numa eventual situação de emergência durante a visita às instalações, deverá

proceder do seguinte modo:
I. Permanecer junto da pessoa que veio contactar;

II. Manter a calma, não gritando, não correndo e não entrando em pânico;
III. Abandonar o local na companhia da pessoa que veio contactar;
IV. Deverá dirigir-se para o ponto de encontro;
V. Não deverá abandonar as instalações sem autorização do Coordenador
de Segurança.
Fonte: Adaptado de (Cerqueira & Soares, 2012)
ANEXO VIII: INSTRUÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS
Eletrização / Electrocução
O que deve fazer?

Primeiro a sua Segurança
I. Proceder se possível ao corte da corrente elétrica;

II. Caso se trate de baixa tensão pode ser afastado o condutor com um
elemento isolante (ex.: madeira seca);
III. Chamar os primeiros socorros;
IV. Deixar a vítima como está sem a deslocar;
V. Não lhe dar de beber;
VI. Afastar dos curiosos;
VII. Tapar a vítima com um casaco/ manta;
O que não deve fazer?

Tocar na vítima se estiver em contacto com a corrente elétrica;
Tentar afastar o fio de alta tensão com um objeto.
Atenção:
Nunca tocar na vítima de acidente elétrico.
Fonte: Adaptado de (REIS, 1952)
ANEXO IX: FICHA TÉCNICA DO LAVA OLHOS DE EMERGÊNCIA
Neste anexo é apresentada a ficha técnica de um potencial lava olhos de
emergência.
COD.
LAVAOJOS DE EMERGENCIA SC300
Lava-ojos de emergencia mural
· Equipo lava-ojos de emergencia mural de gran caudal a baja presión con

válvula de paso total, apertura automática instantánea y cierre manual de
accionamiento mediante palanca lateral.
· Color verde RAL 6029.
· Adecuado para industrias, talleres, laboratorios y en general allí donde
exista para el personal riesgo de daños por acción del fuego, ácidos,
reactivos, productos petrolíferos, materiales radioactivos o cualquier otro
elemento contaminante.
· Conforme a la normativa europea CE.
COMPONENTES Y CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

· Recogedor de lava-ojos de polipropileno color verde.
· Construido de acero zincado con recubrimiento de pintura epoxi.
· Piezas de conexión de latón.
· Presión del suministro de agua mínimo 1,5 bar – máximo 5 bar.
· Caudal de agua: 14 l/min ± 10%.
· Entrada de agua: rosca de 1/2’’.
· Salida de agua: rosca de 1+1/4’’.
TEXTO SUGERIDO PARA PRESCRIPCIÓN ESQUEMA DIMENSIONAL

Lavaojos de emergencia mural o equivalente, de gran caudal
a baja presión con válvula de paso total, apertura
automática instantánea y cierre manual de accionamiento
automático mediante palanca lateral. Cuerpo construido de acero
zincado con recubrimiento de pintura epoxi color verde, recogedor
del lava-ojos de polipropileno color verde.
150
15
mm
10
4Ø
80
15
DIMENSIONES EN mm
PLETINA ANCLAJE
Relacionados
Productos
.0565 - Estas especificaciones pueden ser modificadas y/o rectificadas debido a exigencias de fabricación 07.15
Fonte: https://www.cubohotel.com/pt/produto/lava-olhos-de-emergencia
ANEXO X: INSTRUÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO CHUVEIRO E LAVA-OLHOS
REF: SC700
Chuveiro E Lava Olhos De Emergência 700
Descrição Características
• Chuveiro de emergência manual com pedestal. Marca BOCCHI

• Válvula de passagem plena, abertura manual
automática instantânea, fecha manualmente. Categoria Chuveiro
• Indicado para indústrias, oficinas, laboratórios e Emergência
geralmente onde há risco de fogo, ácidos, reagentes,
produtos petrolíferos, materiais radioativos ou
qualquer outro agente.
• Haste rígida com alça triangular. Preço
• Spray de polipropileno verde.
• Construído em aço galvanizado revestido com pintura Preço 513,32 €
epóxi.
• Peças em latão.
S/Iva 417,33 €
• Pressão da água mínimo 1,5 e 5 bar.
• Temperatura: entre 15º e 35º.
• Caudal:14 l/min ± 10%
• Entrada de água: rosca de 1-1/4 Produto na Loja
• Entrada de água: parafuso 1-1/4
• Possibilidade de pio e chuveiro em inox, por favor
Chuveiro E Lava Olhos De Emergência
consulte-nos.
700
Documentos
Fichas Técnicas - ES (510.51 Kb)
Fonte: https://www.cubohotel.com/pt/produto/chuveiro-e-lava-olhos-de-emergencia-700
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
ANEXO XI: FICHA DESCRITIVA DE SUGESTÃO DE KIT DE PRIMEIROS SOCORROS
FICHA DESCRITIVA DO PRODUTO
KIT DE 1º SOCORROS P/ VIATURAS DE TRANSPORTE DE CRIANÇAS
Composição:
Caixa de primeiros socorros equipada com todos os
elementos necessários.
Tamanhos/Medidas:
Caixa: 40x28x13cm
Cores:
Vermelho
Descrição do Produto:
A Caixa de Primeiros inclui:
Rolo de Adesivo 10mx5cm 1 Lençol de Urgência 210x160cm 3
Pensos Rápidos EE1 19x72mm 40 Compressas de Gaze EE1-5x5cm 10
Pensos Absorventes EE1-10x10cm 4 Compressas de Gaze EE1-7,5x7,5cm 10
Pensos Absorventes EE1-10x20cm 4 Compressas de Gaze EE1-10x10cm 10
Pensos Absorventes EE1-15x25cm 4 Lig. Triangulares NW 96x96x134cm 3
Pensos Absorventes EE1-20x20cm 4 Tesoura Universal 1
Ligaduras Elásticas 4mx5cm 3 Pares de Luvas Desc. EE1,-Tam.7 5
Ligaduras Elásticas 4mx7cm 3 Gaze Parafinada EE1-10x10cm 5
Ligaduras Elásticas 4mx10cm 3 Caixa 40x28x13cm 1
Ligaduras de Crepe 4mx10cm 4 Manual de Primeiros Socorros 1
Normas:
De acordo c/ despacho nº25 879/2006 de 21-12-2006 da Direção-Geral de Viação.
Sintimex - Sociedade Internacional de Importações e Exportações, Lda

Av. Infante D. Henrique Lote 9B 1849-034 Lisboa - Portugal
Tel: 217 577 212 | 912 002 021 | Fax: 217 581 735
E-mail: sintimex@sintimex.pt | Site: www.sintimex.pt
Fonte: Adaptado do https://www.sintimex.pt/pt/caixas-de-primeiros-socorros
ANEXO XII: CHECK LIST DAS MÁQUINAS
CHECK LIST DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Dumper
OBRA/CÓDIGO EMPREENDIMENT
O
LEGENDA
JANEIRO 201
C- NA 8 OBSERVAÇÕ
CONFORME NÃO ES
SE
NC - NÃO PERÍO 1/10/2018 A 1/22/2019
CONFORME APLIC
A DO:
Nº ITENS INSPECIONADOS SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINT SEXT SÁBADO DOMING

A A O
1 MECÂNICA - ELÉTRICA E
HIDRÁULICA
1.1 Todo sistema elétrico funciona sem improviso
2 DISPOSITIVOS DE
SEGURANÇA
2.1 Possui sirene de ré em condições de uso
2.2 Freios em boas condições de uso
2.3 Local entorno do equipamento está sinalizado
2.4 Paralama traseiro em boas condições
2.5 Alavancas de acionamento em condições

normais para uso
2.6 Espelho retrovisor na cabine
2.7 Freio de emergência em condições
3 MANUTENÇÃO PREVENTIVA
3.1 Sistema hidráulico apresenta vazamentos
3.2 Sistema de proteção coletiva adequado
3.3 Operador qualificado (Habilitado / Capacitado /

Treinado)
3.4 Operador utiliza EPI's compatível com a
atividade
3.5 Luzes Dianteira
3.6 Sistema de Partida
3.7 Manômetro de Temperatura
3.8 Manômetro óleo do Motor
3.9 Amperímetro
3.10 Buzina funcioana normaçmente
3.11 Mangueiras
3.12 Vazamento de óleo
3.13 Cilindros de Elevação
3.14 Cilindros de Inclinação
3.15 Mangueira da Lança
3.16 Mangueira do Cilindro da Direção
3.17 Apresenta Trincas
3.18 Apresenta Deformação na Estrutura
3.19 Apresenta Deformação na Lataria
3.20 Funcionamento do motor
3.21 Possui extintor de incêndio e está na validade
3.22 Funcionamento do motor
3.23 Possui extintor de incêndio e está na validade
OPERADOR: Chefe do Turno:

NOME: NOME:
ASSINATURA: ASSINATURA:
Fonte: Adaptado do http://www.sintraconstrio.org.br/portal/material/gesec/palestras/19-01-

16/retro-escavadeira.pdf
ANEXO XIII: PLANO DE MEDIDAS DE CONTROLO
Identificar, se previsível, as principais medidas de controlo a desenvolver em cada ano,

ao nível da Segurança e Saúde no Trabalho.
Explicitação das atividades previstas Sim/Não

Ano 1 Ano 2 Ano 3
Apresentar uma descrição sumária das principais medidas de monitorização e

prevenção a adotar no triénio (espaço).
1 Cópia das plantas e cortes do Plano de Lavra aprovado, com a evolução prevista para
o triénio (cores diferenciadas para cada ano), (obrigatório).
2 Fotografias recentes que evidenciem os trabalhos de exploração (obrigatório).
3 Eventuais estudos, análises e relatórios com interesse para o melhor conhecimento

das massas minerais e dos processos de exploração (opcional).
O presente programa deve ser apresentado em duplicado.
Qualquer esclarecimento pode ser obtido junto da DGEG.
Assinatura do explorador
_______________________________________________________
Carimbo da Empresa
Responsável Técnico: _____________________________

No de registo na DGEG: ___________ Contacto para dúvidas ou esclarecimentos
Nome:_______________________Função:_____________________________________
______Telefone:____________________________________Email:__________________
_________________________________
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Avaliação de Riscos Proﬁssionais na mina de Tantalite Turmalinas em

Technical Report · December 2018

Ubaldo Gemusse Maria Helena Pedrosa

SEE PROFILE SEE PROFILE

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Relatório de estágio apresentado à entidade

Porto, 19 de dezembro de 2018

Orientado por: Engª Maria Helena Pedrosa

Entidade de Formação Creditada

Ciências e Letras – Formação Especializada, Lda.

(Ubaldo Ginova Ombe Gemusse)

Este documento foi redigido segundo o Novo Acordo Ortográfico

Em primeiro lugar, destaco a minha orientadora, a Engenheira Maria Helena

Em segundo lugar, quero agradecer aos meus professores, a coordenadora do

Um especial agradecimento ao Sr. João Correia e Ângela Soares, responsáveis

Um especial agradecimento ao colega Gonçalo Fernandes pelo apoio

A minha família, pelas carinhosas e insistentes palavras de ânimo e por todo o

Ao longo dos tempos, e independentemente do sector de atividade em questão,

As metodologias de avaliação de riscos podem ser implementadas em todos os

Durante a sua história a mina foi encerrada já três vezes, em consequência de

No mais recente episódio violento, em Novembro de 2015, populares

A partir destas listas de verificação, foi elaborada a Matriz de Avaliação de Riscos

Por fim, teceram-se algumas considerações sobre toda a experiências e a

Palavras –chave: Método NTP 330:93, Avaliação de Riscos Profissionais,

Figura 1: Símbolos da mineração __________________________________ 16

Acidente de trabalho - é todo o acontecimento súbito e anómalo, que se

Avaliação de riscos - é o processo de avaliação dos riscos para a segurança e

Dano (despoletado pelo trabalho) – considera-se dano a lesão corporal,

Doença profissional – doença incluída na Lista das Doenças Profissionais de

Emergência – acontecimento repentino e imprevisto que requer medidas

Equipamento de proteção individual – meios ou dispositivos, destinados a ser

Explosivos - substâncias químicas instáveis capazes de libertar energia e de

Formação – processo estruturado de transmissão de conhecimento e de

Higiene no trabalho - conjunto de metodologias não médicas necessárias à

Local de trabalho – todo o local em que o trabalhador se encontra, ou donde

Medicina do trabalho – especialidade da medicina cujo objetivo é a vigilância e

Medidas de prevenção – medidas de segurança tomadas com finalidade de

Perigo – fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões

Risco – combinação da probabilidade e das consequências da ocorrência de um

Segurança contra incêndios – conjunto de meios e medidas adotadas de modo

Segurança no trabalho – conjunto de ciências e tecnologias que procuram a

Sinalização de segurança – conjunto de sinais que se destinam a alertar de

Situações de emergência – acidentes graves e/ou catástrofes, ou seja,

O tema do trabalho é Avaliação de Riscos Profissionais no Sector da Indústria

Como tal, é essencial consciencializar todos os trabalhadores de perigos e riscos

Não há dados fiáveis sobre lesões, mas há um grande número de trabalhadores

O presente trabalho possui uma caraterística particular: apesar da área em

Historicamente, é importante realçar que as origens de segurança no setor

Naquela época, as rochas eram desmontadas com a utilização de martelos e

Outros factos importantes no desenvolvimento da mineração foram: o uso pela

Figura 1: Símbolos da mineração

Como foi descrito logo ao iniciar a nota introdutória, em Portugal existe a

Para o caso de Moçambique, o relatório de Centro de Integridade Publica (2012),

1.2. JUSTIFICAÇÃO E OBJETIVOS DO TRABALHO

O presente relatório surge no âmbito da componente prática do Curso Técnico

Identificou-se as falhas possíveis ou não conformidades potenciais, realizando

O Estágio Profissional é um momento extremamente importante para a

Qualquer Estágio Profissional é uma atividade importante para a formação de

Em qualquer profissão, e neste caso falando de técnico de segurança, não basta

A prática é essencial e o estágio é o momento onde se observam diferentes

É por este motivo que, a formação de técnicos de segurança e saúde no trabalho,