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Const ruct os de la hist oria del t iempo present e - Geografiando el t iempo present e para más allá de u…
Carol Dos Anjos, Gilson Port o Jr.
I SAMA – Seminário de arquitetura moderna na Amazônia
17,18 e 19 de fevereiro de 2016.
RESUMO
Após quase três décadas da sua fundação, a cidade de Palmas apresenta um conjunto de
edifícios considerável e já se percebe a formação de um repertório arquitetônico local. Dentro
desse contexto este artigo pretende analisar o conjunto de edifícios que simbolizam a produção
arquitetônica da cidade, centrando-se especificamente nos edifícios institucionais construídos
ao longo da década de 1990. Adotando a monumentalidade modernista, os prédios das
instituições públicas se consolidam como o conjunto de referência regional, sinalizando os
ensejos de uma identidade edilícia palmense e indícios de valor patrimonial. Seus diferentes
usos e tipologias, também revelam uma diversidade, tanto formal quanto construtiva. Assim,
dentro da variedade edificada pretende-se discutir o patrimônio arquitetônico palmense
estabelecendo relações entre modernidade, contemporaneidade, identidade, na tentativa de
responder as seguintes questões: a arquitetura em Palmas enquadra-se em um cenário de
modernidade tardia ou já superada? Poderá essa arquitetura consolidar-se como patrimônio
arquitetônico brasileiro?
Introdução
A história da arquitetura de Palmas ainda não foi escrita, não obstante dos
estudos que tiveram como objetivo construir a memória do planejamento da cidade1.
Os trabalhos que se dedicam a seus edifícios ainda são poucos e não aprofundam a
temática, caracterizando-se como simplórias catalogações de exemplares avulsos.
Essa fragilidade é descrita por Souza ao afirmar que “se São Paulo teve Vilanova
Artigas e Rino Levi, e tem Paulo Mendes da Rocha, o Rio de Janeiro teve Lucio Costa,
Eduardo Reidy e os irmãos Roberto, Brasília tem Oscar Niemeyer e Lelé, e Manaus
tem Severiano Porto, em Palmas não se nota a influência de lideranças fortes, que
pudessem apontar um caminho” (SOUZA, 2007). Outrossim, no aspecto do
planejamento urbano de Palmas Segre nos indica: “Se em Brasília há invenção, como
afirmou muito entusiasmado Le Corbusier, em sua última viagem ao Brasil em 1962,
em Palmas não houve inovação alguma do ponto de vista do urbanismo” (SEGRE,
2004).
1
Os livros: “A segregação planejada: Goiânia, Brasília e Palmas” (MORAIS, Maria, 2006) e “Palmas - um
projeto e múltiplos olhares” (REIS, Patricia, 2015, Org.); as teses: “Paisagem e Urbanidade, os limites do
projeto urbano na conformação de lugares em Palmas” (COCOZZA, Glauco, 2007), “Girassóis de Pedra –
Imagens e metáforas de uma cidade em busca do tempo” (SILVA, Valéria, 2008); “A concepção de
Palmas (1989) e sua condição moderna” (VELASQUES, 2010); dissertações e artigos científicos:
“Palmas, cidade nova ou apenas uma nova cidade?” (SEGAWA, Hugo, 1991), “A gênese de Palmas”
(LIRA, Elizeu, 1995), “O desenho urbano de Palmas” (TRINDADE, Dirceu, 1999), retratam as questões
urbanísticas de Palmas, .
I SAMA – Seminário de arquitetura moderna na Amazônia
17,18 e 19 de fevereiro de 2016.
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As pesquisas acerca da Arquitetura Tocantinense vêm sendo desenvolvidas no Grupo de Pesquisa em
Arquitetura Contemporânea (GPAC), que abarca o acervo de imagens e entrevistas apresentadas neste
artigo.
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17,18 e 19 de fevereiro de 2016.
Na Praça dos Girassóis (1) - marco inicial da nova capital do Tocantins e centro
administrativo do Estado - estão localizados os edifícios dos poderes representativos,
corresponde ao centro cívico da cidade.
Cada inserção simbólica neste espaço tem uma lógica moldada, embora não
seja autoexplicativa, inclusive a desmesurada extensão da praça, que não se justifica
pelo que nela existe, a paisagem cotidiana, que é resultado da grandiosidade do
espaço, vendo bem, transbordamento de monotonia, dir-se-ia. A figura 2 destaca os
principais prédios e elementos simbólicos da praça.
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Além de prédios institucionais abriga também os seguintes monumentos: o Relógio do Sol (com seis
metros de altura), o Cruzeiro (símbolo religioso), Monumento aos Pioneiros, Monumento à Biblia, Praça
Krahô (homenagem aos grupos indígenas do Tocantins) e o Monumento aos 18 do Forte de Copacabana.
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Figura 3 – Palácio Araguaia com o Brasão do Tocantins, elemento inserido em 2011 e não
fazia parte do projeto original. Em destaque, também, o alto-relevo na viga de coroamento,
obra do artista Maurício Bentes. Foto: Acervo GPAC (2016)
Bentes mudou-se para Palmas e executou outras obras na Praça, são elas: o
Monumento aos 18 do Forte de Copacabana, a escultura de Luiz Carlos Prestes sob
uma coluna, no Memorial Coluna Prestes (projeto de Oscar Niemeyer) e o Monumento
aos Pioneiros. O artista deixou inclusive projetos inconclusos, amplamente divulgados
nos jornais da cidade no período de idealização e concretização.
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VILELA, Ernani. Arquiteto e urbanista de prédios institucionais da Praça dos Girassóis. Correspondência
eletrônica enviada à autora da tese durante o ano de 2008.
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Figura 6 - Secretarias de Estado – Projeto dos arquitetos Ernani Vilela, Maria Luci da Costa e
Luiz Fernando Cruvinel Teixeira. Fonte: Acervo GPAC, 2016.
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FILHO, Luís Carlos Prestes. Depoimento concedido a Patrícia Orfila Barros dos Reis. Palmas: 03 de
dezembro de 2009.
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1.2.1. O Palacinho
Uma vez que a praça central da cidade abrigaria a sede do poder estadual, foi
implantada mais ao sul uma praça para servir a estrutura municipal. O projeto do Paço
não foi concluído, apenas o edifico destinado à prefeitura, que se impõe no centro da
praça.
A Escola de Ensino Médio (1993) foi idealizada para ser uma arquitetura
protagonista, que acompanhasse as intenções metodológicas de melhoria dos
espaços de ensino profissionalizante no Tocantins, figura 10.
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Figura 11 – Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, Arquiteto Paulo Henrique Paranhos, 1996.
Foto: GPAC, 2016.
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Depoimento cedido aos estudantes Carolina Vasconcelos, Jéssica Cabral, Ricardo Freitas e Vitor
Colliccio em 2014, para a exposição intitulada Arquitetura Contemporânea em Palmas – TO.
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Figura 12 – Tribunal Regional Eleitoral, Arquitetos Edison Eloy de Souza e Pedro Lopes Jr,
2003. Foto: GPAC, 2016.
2. A herança modernista
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LOPES, Pedro. Depoimento concedido a Patrícia Orfila Barros dos Reis. Palmas: 10 de junho de
2009.
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abandono e até mesmo demolição dos prédios que expressam a cultura, a história e,
por que não, a identidade da cidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
FILHO, Luiz Carlos Prestes. Depoimento concedido a Patrícia Orfila Barros dos
Reis. Palmas: 03 de dezembro de 2009.
LOPES, Pedro. Depoimento concedido a Patrícia Orfila Barros dos Reis. Palmas:
10 de junho de 2009.
SOUZA, Edson Eloy. Planejar no Cerrado. Revista Arquitetura & Urbanismo. Coluna
Intersecção. Edição 159 - junho 2007.