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DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN)

NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL - TODOS OS CARGOS


(ANALISTA, TÉCNICO E AGENTE)
CONHECIMENTOS BÁSICOS
AULA 00 - DEMONSTRATIVA
PROF: RICARDO GOMES

Aula 00 – Aula Demonstrativa

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL (DEPEN)

Conteúdo Programático do Curso

DEPEN - DIREITOS HUMANOS:


AULA 1 – 1 Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada e
proclamada pela Resolução 217-A (III) – da Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 10 de dezembro de 1948).
AULA 2 – 2 Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988
(artigos 5.º ao 15.º)
AULA 3–4 Programa Nacional de Direitos Humanos (PNHD-3), Decreto º
7.037/2009 e alterações.
AULA 4 – 4 Programa Nacional de Direitos Humanos (PNHD-3), Decreto
º 7.037/2009 e alterações.
AULA 5 –3 Regras mínimas da ONU para o tratamento de pessoas
presas.

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AULA 6 - 5 Política Nacional de Participação Social (Decreto nº


8.243/2014). 6 Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (arts. 62
a 64 da Lei de Execução Penal). 7 Conselhos Penitenciários (arts. 69 e 70 da
Lei de Execução Penal). 8 Conselhos da Comunidade (arts. 80 e 81 da Lei de
Execução Penal).

Breve Apresentação

Prezado(as) Concurseiros(as) de Plantão,


É com muito prazer que inicio o Curso de Teoria e Exercícios de
TÓPICOS DE DIREITOS HUMANOS!
Para quem ainda não me conhece, segue a minha breve
apresentação:
Meu nome é RICARDO GOMES, sou Bacharel em Direito pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA), formado no ano de 2007. Dei o
primeiro passo na caminhada pelos concursos públicos no mesmo ano, quando
fui aprovado exatamente no concurso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). nos
anos de 2006/2007. Após isso, fui aprovado nos concursos do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), do Tribunal Superior do
Trabalho (TST) e da Controladoria-Geral da União (CGU), no ano de 2008. Por
último, logrei êxito no concurso para o cargo de Procurador do Banco Central
do Brasil (BACEN), em 2009/2010.
Assim, também sou concurseiro igual a vocês! Atire a primeira
pedra quem não é ou não foi! Rsrs.
Trabalhei por mais de 1 ano no TSE. Posteriormente, trabalhei no
TJDFT e, desde 2008, atuo como Analista de Finanças e Controle da
Controladoria-Geral da União (CGU).
Por derradeiro, fui aprovado em 7º lugar para Consultor da

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Câmara dos Deputados – Área 2 (Direito Processual Civil, Civil e


Internacional) em 2014.

Metodologia e Conteúdo do Curso

Registro que nos Cursos de Direitos Humanos e de Legislação


Específica de concursos pretéritos (TJDFT, CNJ, STJ, TST, TSE, MP/RJ,
MP/PI, TREs, TRTs e TJs Estaduais) nós abarcamos, em todos eles, 100%
das questões cobradas na prova! A nossa intenção é repetir a mesma
experiência nesse concurso de DEPEN-2015! Portanto, aos estudos!
Com o estudo desse material, você, Aluno, não precisará
preocupar-se com a aquisição de outros materiais adicionais ou Livros de
Direitos Humanos e Cidadania. A dica é estudar as Aulas Teóricas, fazer os
Exercícios Comentados, ler a lei seca e repetir os exercícios com gabarito.
Aconselho a ler o material pelo menos 3 VEZES, deixando 1 delas
para a última semana antes da prova.
Uma das grandes vantagens dos Cursos do Ponto dos Concursos
elaborados para determinados concursos (ex: DEPEN) é a abordagem
específica de CADA PONTO DO EDITAL, fechando todas as lacunas possíveis
de matérias e questões a serem cobradas pelo examinador.
Os livros (doutrina), a despeito de trazerem uma maior vastidão de
assuntos, são muito pouco específicos, objetivos e direcionados para a sua
prova. Por outro lado, os Cursos do Ponto, de uma maneira geral, tentam levar
ao aluno os principais tópicos a serem cobrados na prova, com base em cada
item do edital, com comentários teóricos e por meio de exercícios de fixação
dos assuntos especificamente estudados nas aulas.
Seguindo a linha de nossos Cursos ministrados no Ponto dos
Concursos, este Curso para terá um CARÁTER PRÁTICO, voltado para o que,
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efetivamente, vem sendo cobrado nas últimas provas de concursos.


Além do conhecimento e embasamento teórico que o aluno tem
que dominar, é fundamental na preparação para concursos que o aluno faça e
refaça quantos exercícios puder das matérias a ser estudadas, para que os
conhecimentos apreendidos sejam verdadeiramente solidificados,
aperfeiçoados e lapidados.
Prova disso é que, mesmo após ser realizada uma leitura atenta e
debruçada sobre determinado material, quando vamos responder às questões
ficamos com um “montão” de dúvidas. Parece até que não aprendemos direito,
e ai dizemos: “mas eu estudei isto? como não sei responder à questão?”
Nestes casos, o aluno aprende, mas às vezes a sua visão e
entendimento não foi pontual, não memorizou os pontos mais relevantes,
correndo o risco de errar questões relativamente fáceis pela ausência de
prática e por não ter visto o assunto com “outros olhos”, outro viés.
Desse modo, os exercícios propiciam exatamente isto aos alunos:
lapidarem seus conhecimentos teóricos para atentarem facetas não
percebidas ao longo do estudo teórico, além também de revisarem e
rememorarem a teoria.
A maioria dos exercícios serão por mim elaborados ou adaptados
das bancas mais relevantes, sendo realizados na forma de ITENS Certos ou
Errados e de questões já disponibilizadas pelas diversas bancas.
Desse modo, teremos uma parte teórica, com destaques e dicas
dos pontos altos, e uma lista de várias questões comentadas!
Abarcaremos, ademais, os aspectos mais relevantes dos Direitos
Humanos, trilha do que tem cobrado as organizadoras, evitando-se as
indesejáveis discussões teórico-doutrinárias (ineficientes para provas!), pouco
frutíferas para o resultado almejado pelos concursandos, que é saber o
necessário para gabaritar as questões de Direitos Humanos.
Predisponho-me a ser um orientador dos estudos de cada um de

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vocês, e não um Professor que passa o conhecimento eminentemente técnico.


Ao final de cada aula, farei um RESUMO do assunto abordado,
destacando os pontos mais relevantes.

Creio que, com a exaustiva resolução de questões e com uma metodologia


mais prática e didática, conseguiremos fechar a matéria de Direitos
Humanos! Até porque comentaremos exaustivamente todos os pontos do
Edital listados abaixo, sem qualquer lacuna.

Obs: Sempre aconselho aos alunos a acompanharem a parte


aberta do Curso, no Campo AVISOS, espaço onde postamos eventuais
recados e informes durante a vigência do Curso, inclusive de possíveis
alterações nas datas das aulas.

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AULA DEMONSTRATIVA

1. Direitos Humanos. Noções Gerais.

Evolução histórica dos Direitos Humanos: Fundamentos;


Características; Princípios.

Caros colegas, espero que estejam focados e animados no


propósito de alcançar o tão almejado cargo público! Assim sendo, não
percamos mais tempo, em nossa aula demonstrativa abordarei temas muito
interessantes, são eles: Evolução histórica dos Direitos Humanos:
Fundamentos; Características; Princípios.
Para tanto, nesta Aula Demonstrativa apenas iniciaremos os
referidos pontos.
Gente, o assunto “Direitos Humanos” é muito controverso e,
grande parte do público já possui conceitos ou até mesmo pré-conceitos sobre
o tema. Quem nunca questionou, em algum momento, as ações de
representantes dos direito humanos? “Só protegem marginal!” “Nunca se
levantam para beneficiar o cidadão de bem!”. Em contrapartida, quase
ninguém consegue definir o que realmente é, e como surgiram os conceitos
inerentes aos Direitos Humanos.
Então vejamos: humano é o indivíduo que pertence à espécie
homo-sapiens (ou seja, homens, mulheres e crianças) e direito é tudo aquilo
que se garante a determinado grupo, uma prerrogativa. Então, pode-se

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concluir que “Direitos Humanos” são todas as garantias e ações conferidas


às pessoas pelo simples fato de pertencerem à espécie humana.
Em síntese, os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual
cada um de nós gostaria de ser tratados pelos nossos pares, com respeito e
igualdade. Além disso, trata-se do direito de ser respeitado por suas ideias e
atitudes., engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de
pensamento) e o de professar a sua fé (liberdade religiosa).

Ainda, de acordo com Napoleão Casado Filho:

“Direitos Humanos são um conjunto de direitos, positivados ou não,


cuja finalidade é assegurar o respeito à dignidade da pessoa humana, por
meio da limitação do arbítrio estatal e do estabelecimento da
igualdade nos pontos de partida dos indivíduos, em um dado momento
histórico.”

Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes


conceitos fundamentais:

Conjunto de Direitos

Respeito à Dignidade
Direitos Humanos da pessoa humana.

Limite ao arbítrio estatal


e o estabelecimento de
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partida.
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Consoante Erivaldo da Silva Oliveira, os direitos humanos


correspondem à somatória de valores, de atos e de normas que possibilitam
a todos uma vida digna.
De outro lado, André Carvalho Ramos ensina que Direitos
Humanos podem ser conceituados como o conjunto mínimo de direitos
necessário para assegurar uma vida ao ser humano baseada na liberdade e
na dignidade (Direitos Humanos em juízo).
Agora, atenção, é de relevo ressaltar que as várias fontes de
produção e criação dos direitos humanos concorrem para um conceito em
comum: a imperiosa necessidade de limitação e controle do Estado e a
conseqüente consagração do primado da legalidade e da igualdade.
Em complemento, pode-se verificar que existem diversos tipos de
direitos e leis aplicáveis a determinados grupos de indivíduos ou segmentos
sociais. Por exemplo, a Lei 8.112/90 é aplicável somente aos servidores
públicos civis da União (Estatuto dos servidores federais); a Lei 8.666/90 é
aplicável nos casos de licitações públicas.
No entanto, os Direitos Humanos são aplicáveis igualitariamente
a todos aqueles pertencentes à espécie humana em qualquer lugar,
independentemente de cor, etnia, país, governo, classe social, idade etc.
TODOS TÊM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! Não há castas,
separação e diferenciação entre os humanos (todos são iguais perante a lei).
Com base nessas premissas, as Nações Unidas elencaram os
direitos inerentes à condição humana. Tais direitos foram insertos em um
documento chamado Declaração Universal dos Direitos Humanos,
transcrita a seguir:

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia
Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
Preâmbulo
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos
os membros da família humana e de seus direitos iguais e
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a
consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que
os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da
liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos
pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido,
como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na
Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e
no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens
e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e
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melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,


Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a
desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito
universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a
observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e
liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento
desse compromisso,
A Assembléia Geral proclama
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o
objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo
sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e
da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades,
e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua
observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos
próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios
sob sua jurisdição.
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas
às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.

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Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo
cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida
como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual
proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela
lei.
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência
justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial,
para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de
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qualquer acusação criminal contra ele.


Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser
presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada
de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham
sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que,
no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou
internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que
aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua
honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei
contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência
dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o
próprio, e a este regressar.
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e
de gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
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2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade,


nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair
matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno
consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com
outros.
2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou
crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo
ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este
direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação
pacíficas.

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2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.


Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu
país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente
escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do
seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta
vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis
à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego,
a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o
desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa
e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma
existência compatível com a dignidade humana, e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar

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para proteção de seus interesses.


Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação
razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de
perda dos meios de subsistência fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência
especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do
matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita,
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução
elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será
acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no
mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento
da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos
direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades
das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de
instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
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1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida


cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do
processo científico e de seus benefícios.
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e
materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou
artística da qual seja autor.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em
que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração
possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIX
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o
livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará
sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente
com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências
da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser
exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações
Unidas.
Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.

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Aspectos Históricos iniciais dos Direitos Humanos.


É bom destacar que, para os direitos humanos consolidarem-se e
serem aceitos atualmente como universais a toda espécie humana, foram
necessários muitos séculos até o estágio atual. Aliás, a construção desses
conceitos sofreu alterações durante a formação e reconstrução das instituições
humanas. Esses aspectos serão devidamente abordados no tópico 2 desta
aula.
No início da conformação de nossas sociedades, os direitos
humanos não existiam. Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os
ganhadores vendiam os vencidos como escravos e praticavam as mais
variadas barbaridades. Nesse sentido, caso você estivesse do lado vitorioso
“Tava tudo dominado” era só “Festa”. Mas, meu amigo, caso você tivesse o
azar de estar do lado do perdedor “Tava lascado”.
Até que, um homem Ciro “o grande” decidiu mudar aquele estado
de coisas. Depois de conquistar a Babilônia, ele fez algo completamente
impensável na época: libertou todos os escravos. Também anunciou que todas
as pessoas eram livres para professar sua própria religião. Então, suas
palavras foram registradas em um tablete de barro denominado cilindro de
Ciro. Assim nasceram os direitos humanos.
Com o tempo, os conceitos criados no momento explicitado no
parágrafo anterior disseminaram-se em várias outras culturas. Além disso, foi
percebido que as pessoas seguiam determinadas leis que não necessariamente
eram expressas, identificando-se dessa forma uma maneira de agir peculiar a
todos. Definiu-se esse modo de comportar-se em sociedade como “Lei
Natural”. É bom frisar que, com o tempo, o conceito de “Lei Natural”
transmutou para “Direito Natural”. No entanto, essas leis, não raramente,
eram ignoradas por aqueles que detinham o poder.
Todavia, na Inglaterra, no ano de 1215 d.c, o Rei João sem
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terra foi obrigado a assinar a “Magna Carta” documento que,


basicamente, limitou o poder monárquico. Esse é o primeiro instrumento1 de
defesa dos indivíduos que pode ser considerado referência para os futuros
tratados sobre direitos humanos.
Assim, com a instituição da Magna Carta, o rei reconhecia e era
compelido a não violar determinados direitos dos seus súditos. Foi um passo
importante, mas não o decisivo porquanto não consolidou o direito a todos os
indivíduos. Tanto é assim que, com a descoberta das Américas, os nativos não
recebiam o tratamento humanitário devido. Muitos povos foram exterminados.
Além disso, a escravidão ainda continuou sendo prática aceitável, oficialmente,
em nosso país até o ano de 1888.
Seguindo a ordem de acontecimentos no tempo, acerca da
evolução dos Direitos Humanos na História, Norberto Bobbio, em sua obra
Dicionário de Política, esclarece que a Inglaterra e a França tiveram papel
importante na vitória do cidadão sobre o poder, assim:

“O constitucionalismo moderno tem, na promulgação de um texto


escrito contendo uma declaração dos Direitos Humanos e de
cidadania, um dos seus momentos centrais de desenvolvimento e
de conquista, que consagra as vitórias do cidadão sobre o
poder.
Usualmente, para determinar a origem da declaração no plano
histórico, é costume remontar à Déclaration des droits de l`homme
et du citoyen, votada pela Assembléia Nacional francesa em 1789,
na qual se proclamava a liberdade e a igualdade nos direitos de
todos os homens, reivindicavam-se os seus direitos naturais e
imprescritíveis (a liberdade, a propriedade, a segurança, a
resistência à opressão), em vista dos quais se constitui toda a

1
Embora
com um forte viés econômico porquanto focava na proibição de arbitrariedades na cobrança
de impostos por parte do monarca.

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associação política legítima. Na realidade, a Déclaration tinha dois


grandes precedentes: os Bills of rights de muitas colônias
americanas que se rebelaram em 1776 contra o domínio da
Inglaterra e o Bill of rights inglês, que consagrava a gloriosa
revolução de 1689.
(...)
Durante a Revolução Francesa foram proclamadas outras
Déclarations (1793,1795): interessante a de 1793 pelo seu caráter
menos individualista e mais social em nome da fraternidade, e a de
1795, porque ao lado dos “direitos” são precisados também os
“deveres”, antecipando assim uma tendência que tomará corpo no
século XIX (podemos pensar nos Doveri dell`uomo, de Mazzini); a
própria Constituição italiana tem como título da primeira parte
“Direitos e deveres do cidadão”.

Nesse ponto, podemos citar um grande marco histórico,


importantíssimo para os Direitos Humanos, o ILUMINISMO. As ideias que
permeavam os iluministas robusteceram o que veio a ser outro marco, a
REVOLUÇÃO FRANCESA, que pode ser considerada mais abrangente e
importante que a REVOLUÇÃO AMERICANA, porquanto seu caráter
UNIVERSAL.
Ou seja, a Revolução Francesa teve um caráter universal, pois
não houve restrições de qualquer natureza porque os direitos eram extendidos
a todos. Nesse sentido, a 1ª Carta redigida nesse momento histórico atribuía a
todos o direito à LIBERDADE, à IGUALDADE e à FRATERNIDADE. O
objetivo era proteger o indivíduo da arbitrariedade do Estado. Outro marco da
escalada dos Direitos Humanos será o fim da 2ª Guerra mundial a ser
comentado mais adiante.
Outro ponto fundamental para o nosso estudo é a instituição, em
07 de junho de 1628, na Inglaterra, do documento “Petition of Rights”.
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Esse documento impunha ao soberano restrições, como a cobrança e/ou


aumento de impostos sem a autorização parlamentar, a prisão de indivíduos
sem julgamento justo e à lei marcial. Portanto, os pontos insertos na “Petition
of Rights” submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao controle e
autorização do Parlamento Inglês. Aqui, mais uma vez, fica patente a ideia de
proteger o indivíduo de ações arbitrárias do Estado e das autoridades.
Portanto, pode-se considerar o documento “Petition of Rights”
como sendo o embrião do sistema de freios e contrapesos, ou seja, a
existência de Poderes autônomos que, ao mesmo tempo, harmonizam-se.
Nessa direção, é importante que abordemos também a criação do
“Habeas Corpus Act” em 1679. Esse documento visava proteger a liberdade
de locomoção encontrando-se presente no ordenamento jurídico de diversos
países até os dias atuais. Nesse sentido, conforme o disposto no “Habeas
Corpus Act” de 1679, a reclamação ou requerimento escrito de determinado
indivíduo - ou a favor de algum súdito preso (ou acusado da autoria de algum
crime) - era submetida à apreciação do magistrado.
Ademais, é de grande relevo destacar o documento denominado
“Bill of Rights”. Essa carta de diretios – instituída em 16 de dezembro de
1689 – garantia, na Inglaterra, a supremacia do Parlamento sobre a vontade
do soberano. Nesse sentido, objetivava-se diminuir os abusos cometidos pela
nobreza com relação aos súditos. Dessa maneira, o Bill of Rights, em sua
essência, procurava blindar a liberdade, a vida, a propriedade privada e o
poder parlamentar.
Amigos, mas a história, às vezes dá uma pequena virada de
tempos em tempos. Um jovem oficial francês, de nome Napoleão, não
concordava muito com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Na
realidade, ele tinha em mente um plano para derrubar a democracia francesa,
coroar-se imperador e “dominar o mundo”.
Quase conseguiu, mas a Europa juntou forças e o derrotou. Só um
comentário nesse ponto, os planos napoleônicos, salvo melhor juízo, até que

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não foram ruins para os brasileiros tendo em vista que a expansão de


Napoleão no continente europeu forçou a família portuguesa a exilar-se (com
toda sua côrte, no Brasil). Esse fato ajudou sobremaneira o desenvolvimento
de nosso país2. Vamos prosseguir com nossa matéria.
Após a derrota de Napoleão, os Direitos Humanos voltaram a ser
um tema importante na pauta mundial. Houve a assinatura de muitos acordos
internacionais que consolidaram os direitos humanos na Europa. No entanto,
como já foi colocado, só na Europa. O restante do mundo era consumido em
suas riquezas (tanto materiais como culturais). Os habitantes das Colônias,
principalmente os nativos das Américas e África, em sua maioria eram mortos
ou escravizados pelos impérios europeus em crescimento.
Com o tempo, várias colônias europeias nas Américas se
revoltaram conseguindo sua independência, quase sempre de maneira
violenta. Nesse ambiente conturbado, um homem se destacou na luta a favor
dos direitos humanos: Mahatma Gandhi, que liderou o povo indiano em uma
revolução pacífica contra a opressão do império Britânico. Nesse sentido,
insistiu que todos os povos do mundo tinha o direito de serem respeitados, não
só os europeus. Por fim, mesmo os europeus começaram a concordar com
essa ideia.
Todavia, mais uma vez, as coisas não transcorreriam de forma
tranquila, 2 Guerras eclodiram. Na 2ª grande guerra, o nazismo tomou força.
O conceito de superioridade entre “raças” (?!) cresceu na Alemanha nazista.
Esse julgamento equivocado levou ao extermínio de milhões de judeus e
pessoas de diversas nações. O flagelo humano extendeu-se à toda a Europa. O
mundo nunca havia presenciado destruição de tamanha magnitude.
Com o fim da guerra e derrota da Alemanha nazista e de seus
aliados, as nações vencedoras pensaram em vários mecanismos que evitassem
uma catástrofe da mesma natureza no futuro e mantivessem a paz no mundo.
Um deles foi a criação das Nações Unidas (ONU), que primava pelo

2
Para os curiosos sobre o tema, recomendo a leitura do livro 1808 de autoria do escritor Laurentino Gomes.
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fortalecimento dos Direitos Humanos. Portanto, podemos considerar o fim da


2ª grande guerra e a criação das Nações Unidas o 3º Marco histórico na
evolução dos Direitos Humanos juntamente com o Iluminismo e a Revolução
Francesa.
É importante destacar que a criação das Nações Unidas teve como
foco não apenas a manutenção da paz internacional, mas também desenvolver
a igualdade entre os povos. Isso porque a redução das desigualdades é fator
sine qua non para a paz entre os Estados.
Apesar de todo esse histórico de ações que corroboraram para a
afirmação de valores de respeito à vida e à liberdade, os documentos até
então convencionados conceituavam os direitos humanos, não raramente, de
pespectivas diferentes. Com o intuito de consolidar os conceitos, em 10 de
dezembro de 1948, foi Adotada e proclamada, pela resolução 217 A (III) da
Assembléia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
Pessoal, é bom deixar claro que, apesar de toda essa evolução
conceitual, muitos desses direitos não são respeitados. O fato é que a
Declaração Universal dos Direitos Humanos NÃO TEM força de lei,
portanto tem caráter apenas enunciativo e principiológico! Entretanto, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos RECOMENDA que todos os países
integrantes da ONU sigam seus preceitos.
Além de ser uma RECOMENDAÇÃO, a Declaração Universal dos
Direitos do Homem de 1948 também se afigura como um CERTIFICADO DE
PRINCÍPIOS HUMANITÁRIOS que devem ser seguidos. Apesar de não
possuir caráter vinculante e com força de lei, a Declaração de 1948 é hoje o
principal instituto de proteção do indivíduo.
Em resumo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos não é
vinculante, não tem força de lei, mas guarda apenas um caráter
enunciativo, de recomendação e princípios gerais a serem aplicáveis por
cada Estado.

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Por fim, cabem os seguintes comentários acerca dos fundamentos


dos direitos humanos. Primeiro, é ponto pacífico nessa conversa que os
direitos humanos estão fudamentados na DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. Também, da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
decorrem 3 princípios fundamentais:

1) Inviolabilidade da pessoa humana;


2) Autonomia da pessoa humana;
3) Dignidade da pessoa humana.

No entanto, diversos teóricos que se debruçaram sobre o tema


formaram dois grupos com pensamentos opostos. Uns abraçaram o
POSITIVISMO e outros o JUSNATURALISMO, como fundamentos dos
Direitos Humanos.
Fundamentos dos Direitos Humanos:

 Positivistas;
 Jusnaturalistas.

Na defesa do POSITIVISMO temos dois renomados autores:


Hans Kelsen e Norberto Bobbio. Suas obras defendem a historicidade do
direito, ou seja, o direito NÃO tem caráter absoluto, ele é mutável (de
acordo com a evolução das sociedades e seus pontos de vista) no que
concerne à cultura, à moral, à economia etc. Portanto, na visão desses
autores, é inócuo atribuir um caráter imutável, ou até mesmo eterno no tempo
e no espaço aos regramentos que orientam as diversas sociedades. De acordo
com Norberto Bobbio, os direitos humanos não nascem todos de uma vez, nem
de uma vez por todas.
Além disso, o Positivismo defende o caráter coercivo das normas.
Para os positivistas, não há que se falar de eficácia de um dispositivo caso o
não possa ser imposto aos indivíduos. Ora, se uma norma não é obrigatória,
não passa de mera expectativa de conduta, tornando o futuro desse
regramento bastante incerto. Nesse sentido, os positivistas defendem a
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inserção dos dispositivos relacionados aos direitos humanos na Lei máxima de


cada Estado (nas Constituições). Além disso, os mesmo dispositivos devem
ser insertos em tratados e convenções internacionais de direitos humanos para
solidificar seus preceitos.
Nesse sentido, Norberto Bobbio aventa que, tendo em vista a
superação da fase de positivação dos direitos humanos, o foco deva ser
demovido da fundamentação para a efetividade dos mesmos. Ou seja, devem
ser pensados mecanismos para a real aplicação dos direitos humanos.
Já o JUSNATURALISMO, defendido por autores como Dalmo de
Abreu Dallari e Fábio Konder Comparato, apontam o indivíduo como
centro e fundamento absoluto dos direitos humanos. Assim, nem o tempo,
nem a diversidade de culturas, nem a localização geográfica podem extirpar do
ser humano seus direitos. Nesse sentido, a dignidade do ser humano é
alçada a princípio intangível que deve ser resguardado por todos.
Essa linha de pensamento mostra-se bastante coerente, porquanto
toda prática que mutila, diminui ou exclui indivíduos colabora para o flagelo
humano, para a dor das pessoas. Então, tudo que implicar em dor aos
indivíduos deve ser totalmente condenado pela humanidade. Seguindo esse
raciocínio, os direitos humanos não foram criados pelos homens ou mesmo
pelos Estados, eles já existiam como pressupostos inerentes à pessoa humana.
Dessa forma, os direitos humanos deveriam ser um conjunto de
normas asseguradoras do bem-estar humano primando por sua dignidade
(junção dos 2 fundamentos dos Direitos Humanos: Positivista e
Jusnaturalista).
Ainda com relação aos fundamentos dos direitos humanos é
importante conhecer dois pensamentos (divergentes também) acerca do
assunto: o UNIVERSALISMO e o RELATIVISMO. Em uma breve síntese
pode-se dizer que o UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o
RELATIVISMO ao POSITIVISMO.
Assim, no pensamento Universalista, os direitos humanos estão

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em patamar acima das Leis, da cultura, do Estado. Também é plausível a


aplicação da coercitividade para obrigar um Estado soberano a seguir os
ditames insertos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O Relativismo opõe-se às conclusões externalizadas pelo
pensamento Universalista. Segundo a linha do Relativismo, o Direito é uma
produção cultural dependente do desenvolvimento dos povos na história.
Nesse sentido, há que se respeitar o multiculturalismo e a soberania dos
povos. Universalizar os direitos humanos seria impor uma lógica cristã e
ocidental ao restante do globo.

Na próxima Aula daremos continuidade ao nosso estudo de Direitos


Humanos.
Pessoal, este foi apenas um aperitivo. Na próxima Aula
continuaremos nosso estudo!
De todo modo, curtam alguns exercícios!!!!
Abaixo 2 listas de Exercícios: a 1ª com comentários e a 2ª apenas
com gabarito.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS
QUESTÃO 1 (Delegado de Polícia/2003/SP): Assinale o documento que
não se relaciona aos antecedentes formais das declarações de direito:
a) Magna Carta (1215)
b) “Petition of Rights” (1628)
c) “Habeas Corpus Act” (1679)
d) “Chart of Liberties” (1732)

COMENTÁRIOS:
Essa é tranquila, como visto “Chart of Liberties” é o único documento que
não é considerado um antecedente formal das declarações de direito.
RESPOSTA CERTA: D

QUESTÃO 2 (Delegado de Polícia/2000/SP):


Tecnicamente a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) constitui:
a) um acordo internacional;
b) uma recomendação
c) um tratado internacional;
d) um pacto.

COMENTÁRIOS:
Na aula vimos que a Declaração Universal dos Direitos do Homem não tem
força de lei. Assim sendo, é opcional a aderência do Estado as suas regras. No
entanto, é RECOMENDADO que as nações integrantes da ONU respeitem esse
regramento. A Declaração Universal dos Direitos do Homem é, portanto, uma
RECOMENDAÇÃO.

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RESPOSTA CERTA: B

EXERCÍCIOS com GABARITO

QUESTÃO 1 (Delegado de Polícia/2003/SP): Assinale o documento que


não se relaciona aos antecedentes formais das declarações de direito:
a) Magna Carta (1215)
b) “Petition of Rights” (1628)
c) “Habeas Corpus Act” (1679)
d) “Chart of Liberties” (1732)

QUESTÃO 2 (Delegado de Polícia/2000/SP): Tecnicamente a Declaração


Universal dos Direitos do Homem (1948) constitui:
e) um acordo internacional;
f) uma recomendação
g) um tratado internacional;
h) um pacto.

GABARITOS OFICIAIS

1 2
D B

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RESUMO DA AULA

Os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual cada um de


nós gostaria de ser tratados pelos nossos pares, com respeito e igualdade.
Além disso, trata-se do direito de ser respeitado por suas ideias e atitudes.,
engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de pensamento) e o de
professar a sua fé (liberdade religiosa), fundamentando-se na dignidade da
pessoa humana.
Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes
conceitos fundamentais:

Conjunto de Direitos

Respeito à Dignidade
Direitos Humanos da pessoa humana.

Limite ao arbítrio estatal


e o estabelecimento de
igualdade dos pontos de
partida.

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Os Direitos Humanos são aplicáveis igualitariamente a todos


aqueles pertencentes à espécie humana em qualquer lugar,
independentemente de cor, etnia, país, governo, classe social, idade etc.
TODOS TÊM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! Não há castas,
separação e diferenciação entre os humanos (todos são iguais perante a lei).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento
que elenca os direitos inerentes à condição humana. Não tem força de lei,
mas com caráter de recomendação a todos os países integrantes da
Organização das Nações Unidas – ONU.
No início da conformação de nossas sociedades, os direitos
humanos não existiam. Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os
ganhadores vendiam os vencidos como escravos e praticavam as mais
variadas barbaridades.
A Magna Carta de 1215 limitou o poder monárquico. Este
documento é considerado o 1º instrumento de defesa dos indivíduos e
referência para os futuros tratados sobre direitos humanos.
Os ideais ILUMINISTAS fundamentaram revoltas populares
dentre as quais se destacam a REVOLUÇÃO FRANCESA, de caráter
UNIVERSAL (LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE) e a REVOLUÇÃO
AMERICANA.
O Petition of Rights (07 de junho de 1628 na Inglaterra) foi o
documento que impôs ao soberano restrições, como a cobrança e/ou aumento
de impostos sem a autorização parlamentar, a prisão de indivíduos sem
julgamento justo e à lei marcial. Portanto, os pontos insertos no “Petition of
Rights” submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao controle e
autorização do Parlamento Inglês.
O Habeas Corpus Act de 1679 protegeu a liberdade de
locomoção sendo que se encontra presente no ordenamento jurídico de
diversos países até os dias atuais.
O Bill of Rights foi o documento que buscava blindar a liberdade,
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a vida, a propriedade privada e o poder parlamentar.


O fim da 2ª grande guerra e a criação das Nações Unidas
foram o 3º marco histórico na evolução dos Direitos Humanos, juntamente
com o Iluminismo e a Revolução Francesa.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos não é vinculante,
não tem força de lei, mas guarda apenas um caráter enunciativo, de
recomendação e princípios gerais a serem aplicáveis por cada Estado.
Da Declaração Universal dos Direitos Humanos, decorrem 3
princípios fundamentais:

1) Inviolabilidade da pessoa humana;


2) Autonomia da pessoa humana;
3) Dignidade da pessoa humana.

Fundamentos dos Direitos Humanos:

 Positivistas;
 Jusnaturalistas.

POSITIVISMO:

a) Mutável;
b) Caráter coercitivo das normas;
c) Foco na efetividade dos direitos humanos

JUSNATURALISMO:

a) Indivíduo como centro e fundamento absoluto dos direitos


humanos;

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b) Foco na dignidade do ser humano;


c) Os direitos humanos independem da cultura e da história específica
de cada povo;
d) Os direitos humanos já existiam antes mesmo da positivação das
normas.

O UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o


RELATIVISMO ao POSITIVISMO.

UNIVERSALISMO:
a) Direitos humanos acima da Lei, da cultura e do Estado;
b) Considera plausível a aplicação da coercitividade para obrigar um Estado
soberano a seguir os ditames insertos na Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
RELATIVISMO:
a) O Direito é uma produção cultural dependente do desenvolvimento dos
povos na história;
b) Considera necessário respeitar o multiculturalismo e a soberania dos
povos;
c) Contra a universalização dos direitos humanos.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em
5 de outubro de 1988. 33. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Nestor Sampaio Penteado Filho. Direitos Humanos – Doutrina – Legislação:
quarta edição;
Napoleão Casado Filho. Direitos Humanos Fundamentais. 2012
Erival da Silva Oliveira. Direito Constitucional - Direitos Humanos – terceira
edição revisada e atualizada.
Norberto Bobbio, Nicola Matteucci, Gianfranco Pasquino. Dicionário de Política
– Volume 1 – décima terceira edição.
Site: www.humanrights.com

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