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MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO Semestre – 2022.

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REGIONAL E MEIO AMBIENTE
Disciplina: Sistemas de Informações Georreferenciais Data: 13/06/2022
Professor(a): Ricardo Vieira Alexandrino Valor: 2,0
Aluno(a): Cleiton de Jesus Lopes, Cibele dos Santos Machado e
Thaís Andressa Mota dos Santos

O artigo intitulado como “OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO


GEOGRÁFICA E O PLANEJAMENTO URBANO SAUDÁVEL NA AMADORA”
elaborado pelos autores (as) SANTANA, COSTA e LOUREIRO apresenta um
trabalho relativo à influência do contexto na saúde da população do Município de
Amadora, ilustrando a aplicabilidade do SIG a uma escala de análise local, com
o objetivo de construir indicadores, que permitam conhecer o território, as suas
potencialidades e os seus constrangimentos, aplicáveis no planeamento urbano
saudável.
No que concerne sobre a problematização da pesquisa, torna-se
importante mencionar que existe uma dificuldade na identificação das
características ambientais que podem influenciar a vida humana e como
podemos manter o controle da monitoração dos mesmos, o que caracteriza-se
como um dos grandes desafios, visto que essa informação é essencial ao
desenvolvimento de intervenções de planejamento saudável. Assim, o uso de
indicadores apropriados (materiais e imateriais) pode ser um fator preponderante
na operacionalização do conceito de cidade saudável.
Nesse direcionamento, as metodologias implementadas pelas
ferramentas dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) permitem
identificar os fatores de contexto que têm maior impacto no bem-estar e na saúde
individual e comunitária, para além da sua medição, avaliação e monitorização.
Partindo-se desse pressuposto, observa-se a contribuição desses sistemas uma
vez que os dados e informações geradas dão origem a possíveis comparações
que constitui indicadores de contexto capaz de auxiliar no planejamento urbano
saudável.
A execução da política urbana é disposta na Constituição Federal sendo
regulamentada pelo estatuto da cidade, Lei federal número 10.257 de 2001 cujo
fundamento é propor que a cidade se desenvolva de forma sustentável,
garantindo na função social da propriedade por meio do plano diretor. As
diretrizes do estatuto da cidade devem ser empregadas pelo Município conforme
as suas necessidades locais, tudo isso é feito por meio do plano diretor,
conhecido como instrumento básico da política de desenvolvimento e educação
urbana. Seu objetivo principal é garantir o desenvolvimento das funções
econômicas sociais e ambientais do município. A aplicação do SIG, além de
trazer contribuições para a exploração do plano diretor, auxilia em diversas
secretarias municipais a planejar e disponibilizar suas ações e informações.
Assim, os autores chamam atenção para a necessidade da temática
“Saúde” nos instrumentos de ordenamento do território, visto que, por vezes os
efeitos do ambiente na saúde humana são habitualmente desconsiderados nos
instrumentos de planejamento e gestão territorial, e deveriam ser enfatizados,
uma vez que, pode se estabelecer uma inter-relação.
Nessa perspectiva, no âmbito da saúde, o artigo salienta a importância
dos SIG, todavia, expõe as limitações na sua utilização, por um lado, da
qualidade da informação (numérica e alfanumérica), por outro lado, há uma
dificuldade em achar indicadores que permitam, medir a saúde efetivamente.
Além disso, ele cita o desafio de desenvolver um sistema que propague as
informações extraídas, para alcançar diferentes atores, como políticos,
prestadores, sociedade e gestores. No entanto, independente disso, os SIG são
ferramentas na gestão pública, essenciais e indispensáveis para uma
administração eficiente, dando suporte a tomada de decisão e o planejamento
estruturado e saudável das áreas urbanas e do seu crescimento.
Durante todo o artigo conseguimos perceber a importância do SIG, como
ele vai além de somente informar a localização, assim como a importância da
qualidade das informações e como ele serve para diversas áreas, como a gestão
pública. Ao analisar o ambiente físico é possível perceber as características de
onde os indivíduos estão inseridos, logo, verificar a que fatores eles estão
expostos, com suas qualidades e vulnerabilidades. Na cidade de Amadora, os
autores conseguiram mapear com sucesso situações sociodemográficas, como
também, totais de crimes e acessibilidade, assim auxiliando na resolução de um
dos principais desafios do planejamento urbano, que consiste em obter
informações precisas das características ambientais.
Apesar da linguagem nos parecer um pouco confusa quando se insere
outra língua por citação direta no meio do texto, se tratando de outro idioma, o
trabalho é bem embasado, e atende seus objetivos, fornecendo informações de
qualidade para auxiliar no planejamento urbano da saúde. É importante que cada
vez mais trabalhos se debrucem para as utilidades dos SIG, pois sua exatidão e
efetividade podem contribuir com inúmeras áreas da sociedade.
Portanto, a partir da obra foi possível identificar que o SIG deve ser visto
como um aliado, não apenas uma ferramenta que ajuda no funcionamento de
uma organização, sua utilização é de suma importância para o alcance de uma
cidade organizada, desenvolvida, sustentável e socialmente justa, que ofereça
infraestrutura que proporcione qualidade de vida. Por isso, também é necessário
considerar, que a saúde associada ao planejamento urbano tem ganho cada vez
mais espaço, já que, permite que todo o potencial de nossas cidades e
territórios proporcione ambientes mais saudáveis e resilientes.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto da Cidade. – 3. ed. – Brasília: Senado Federal,


Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. 102 p.

SANTANA, Paula; COSTA, Cláudia; LOUREIRO, Adriana. Os sistemas


de informação geográfica e o planeamento urbano saudável na
amadora. Revista do Departamento de Geografia, p. 368-389, 2014.

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