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Ogham, Oráculo Ancestral e

Escrita dos Druidas


O Ogham (se pronuncia "Ouam") é uma escrita "simbólica" e sagrada que serve como
fonte de divinação, usado como correspondência alfabética pelos Druidas (isso com
menos frequência, pois além de não ser tão prática como escrita, existem poucas
evidências neste sentido) e/ou como signos, pois cada Árvore das Fedha (plural de Fid
= nome dado à peça do Ogham, por exemplo: uma Fid, duas Fedha...), que
corresponde a uma determinada data (dia/mês), sequencialmente, distribuídas.

Geralmente, feitas de troncos medianos cortados de Árvores ou em Pedras e hoje


adaptadas como cartas iguais a do Tarot. O nome Ogham provém do Deus Ogmios ou
Ogma (protetor da eloquência e do conhecimento), vencedor dos Tuatha de Dannan (o
 povo da Deusa Celta Danú, também, conhecida como Dana).

Acredita-se que o nome pode ter sido elaborado a partir da palavra "Mago" (ogam ao
contrário), que corresponde à terceira letra do alfabeto grego e que invertido se
converte em "Mag", palavra utilizada pelos iranianos para designar seus próprios
sábios.

Esta palavra evoca àqueles que possuem o conhecimento do Fogo e está relacionada
com o poder do som, isto se relaciona com o fato do Druidismo ter sido, a princípio,
uma tradição passada aos seus descendentes oralmente, pois os Celtas acreditavam que
era melhor "viver na morte do que morrer em vida", ou seja, conhecimento escrito era
tido como palavra morta, tal como nas lápides dos cemitérios, por exemplo.

Para os Druidas a tradição oral realça a fidelidade para com a tradição universal, o
 poder da palavra, do verbo criador e das evocações mágicas. Eles, também,
acreditavam que o conhecimento seria mais bem enraizado, se passado
"artisticamente".

Isso faz muito sentido, se levarmos em consideração que recordamos com muito mais
facilidade da letra de uma música que se escutou há muito tempo ou de uma poesia
recitada por alguém, do que o que foi lido em algum livro. A mente absorve com mais
facilidade o conhecimento através destes meios. Seria isto uma herança de nossos
antepassados Druidas, remanescentes em nosso "DNA ancestral"?

A ciência esotérica nos ensina que cada som produzido no mundo visível, desperta um
som correspondente nas esferas invisíveis e põe em ação, uma força no lado oculto da
 Natureza.

O Ogham é distribuído em Quatro "aicmes" de Cinco Fedha cada uma:

- Aicme Beithe (derivado da palavra Beith = Árvore Bétula),


- Aicme hÚatha (derivado da palavra hÚath = Árvore Pilriteiro),
- Aicme Muine (derivado da palavra Muin = Planta Videira),
- Aicme Ailme (derivado da palavra Ailm = Árvore Abeto).
Um "Quinto aicme adicional" chamado de Forfeda, foi elaborado no século XIII, após
a descoberta de inscrições Oghâmicas em pedras verticais, concebido centenas de anos
após a origem do Ogham. Alguns Druidas, mais conservadores, não as consideram
genuínas e não as incluem em suas Fedha.

As primeiras inscrições Oghâmicas foram encontradas na Irlanda e Grã-Bretanha há,


aproximadamente, 600 A.C. Evidências arqueológicas apontam suas origens aos povos
Indo-Europeus, na Europa Oriental. Já as evidências botânicas, que estudam a
distribuição das Árvores do alfabeto Ogham, apontam para o Vale do Rio Reno e para
a região da cultura de "La Tène", considerada o berço da cultura Celta.

Os símbolos das Fedha lembram galhos de Árvores, tendo uma linha traçada ("flesc")
na vertical, horizontal e na transversal e tem de um a cinco traços que lhe "cortam" o
centro, formando os desenhos que foram elaborados após tempos de observação e
estudos do "comportamento" das Árvores e a cada uma delas atribuída. Tipo, como
elas cresciam, perto do que elas cresciam, o formato de suas folhas, flores, frutos,
sementes, suas formas, seus tamanhos, suas atribuições de acordo com as estações, sua
sensibilidade ou resistência à luz do dia, ao frio, ao calor... Enfim, a característica
oracular designada a cada Árvore do Ogham, está bastante ligada ao seu
comportamento durante sua vida.

Muitas Árvores eram usadas para confecção de armas convencionais provenientes da


época como: arco e flecha, lanças, catapultas, etc. Também como barcos, palafitas
(habitações pré-históricas) ou como "ancoradouros" para os barcos.

A ligação dos Druidas com as Árvores se dá ao tratamento de respeito e a troca que se


 praticava nos tempos antigos, sabendo-se que a madeira era o seu único combustível.
Também, era usada na construção de casas e a madeira, utilizada com respeito e honra,
compreendida como sagrada e mantedora da vida. Algumas tribos Celtas tinham suas
Árvores líderes, que ficavam em pontos de grande honra, eram temidas e consultadas
 pela tribo que se comunicava com suas características místicas.
Agora falemos do Ogham, especificamente, como ferramenta sagrada de
divinação que um dia foi utilizado pelos grandes Druidas ancestrais para prever
as tempestades e as colheitas. Além, para a escrita mágica, pois se acreditava
que era usada para que os Druidas se comunicassem entre eles de modo que só
eles soubessem do que se tratava. Mandavam mensagens pelas águas dos rios
com galhos entrelaçados, acrescentando as letras do Ogham e deixando
mensagens subliminares.
Hoje, além de ser usada, principalmente, como fonte de divinação, serve como
um caminho para o autoconhecimento e força interior, de modo a nos conectar
com nossa ancestralidade e Inspiração, como parte da centelha divina que flui da
Terra Mãe e de toda Criação.
Ogham e os Símbolos das Fedha
1. Aicme Beithe - Raça da Bétula

Bétula (Beith / Birch = letra B): está relacionada a novos começos,


nascimentos e clareza, por isso também é a Árvore que representa o
"primeiro" grau no Druidismo (Bardo). Conhecido como vidoeiro-branco é a árvore do
 primeiro mês do "Calendário Celta", Novembro.

Sorveira (Luis / Rowan = letra L): fala sobre proteção contra


encantamentos, riqueza, controle de todos os sentidos, a Árvore da Vida.
Segundo mês, Dezembro.

Amieiro (Fearn / Alder = letra F): nos traz proteção oracular e orientação.


Mês de Janeiro.

Salgueiro (Sail / Willow = letra S): está relacionado à "visão noturna",


ritmos lunares, magia e aspectos femininos. Mês de Fevereiro.

Freixo (Nion / Ash = letra N): está ligado aos "mundos internos" e outros
mundos (planos), a Árvore do Mundo, a relação do macrocosmo com o microcosmo,
sintonia com a Criação e conexão com o futuro. Geralmente é usado na confecção do
Bodhrán (instrumento musical de percussão também conhecido como tambor
irlandês). Mês de Março.

2. Aicme hÚatha - Raça do Pilriteiro

Espinheiro-Branco (hÚath / Hawthorn = letra H):  proteção, medo e


 purificação. Dedicado à sátira, sua árvore também é conhecida pelo nome de Pilriteiro.
Mês de Abril.

Carvalho (Duir / Oak = letra D): é tida como a Árvore Mãe para os
Druidas, o Rei das Árvores. Ela representa por si só o espírito de todas as outras
Árvores do mundo e também representa o "terceiro grau" dentro do Druidismo,
sabendo que uma das explicações para a palavra Druida vem do médio-galês "Dewr =
Carvalho e Wid = sabedoria", que poderia ser traduzido como: "aquele que possui a
sabedoria do Carvalho". Acredita-se que as antigas cerimônias sagradas na idade Celta
eram sob estas imensas Árvores em bosques de Carvalhos, conhecidos por eles como
"Nemetons". Proteção sólida e concretizada, portal dos mistérios, perícia e força. Mês
de Maio.

Azevinho (Tinne / Holly = letra T): fala sobre vitória, justiça,


transformação, discernimento e conquistas; ensinando-nos a vencer
sabiamente. Mês de Junho.

Aveleira (Coll / Hazel = letra C): Árvore da intuição, inspiração e suavidade, direto


da fonte (origem) ou ligação ancestral. Há um conto Celta sobre as nove avelãs que
foram engolidas por um salmão às margens de um rio, que foi pescado e depois levado
à corte, para ser comido pela rainha que engravidou magicamente. Esta é uma das
versões de como nasceu o primeiro Druida e explica por que o salmão é tido como
símbolo de sabedoria para os Celtas. Árvore do mês de Julho.

Macieira (Quert / Apple = letra Q): é uma Árvore muito cultuada nos
tempos antigos por estar ligada a Avalon (a ilha das maçãs); a maçã cortada
diagonalmente revela cinco sementes, assim como uma estrela de cinco pontas,
considerada um símbolo sagrado. Cada uma das pontas significando os quatro
elementos da Natureza, seguido do quinto elemento que sugere ser o Espírito, ou seja,
a reintegração de homem/natureza, no Ogham. Ela diz para escolher com beleza e pela
 beleza, como quer que ela se apresente, sabendo que a beleza nem sempre está
relacionada à estética escolha, mas sim à inspiração e o amor. Esta Fid não está
vinculada a nenhum mês.

3. Aicme Muine - Raça da Vinha

Videira (Muin / Vine = letra M): é uma Fid de profecia, premonição e


confiança. Deixe a intuição lhe guiar. Mês de Agosto.

Hera (Gort / Ivy = letra G): é conhecida como a Espiral do "self" (ou eu
interior) e está relacionada à busca pelo "self", portanto sugere uma "viagem" interior
ou conexão em busca de conhecimentos. Mês de Setembro.

Junco (nGétal / Reed = ditongo Ng): família das gramíneas, o bambu,


aconselha uma ação direta, ou seja, ir direto ao ponto em relação ao assunto, ordem e
harmonia. Mês de Outubro.

Ameixeira Brava (Straiph / Blackthorn = ST, SS, Z): mudança


inesperada, planos alterados ou arruinados. Aceite o inevitável e prossiga. Não há mês
relacionado a esta Árvore.

Sabugueiro (Ruis / Elder = letra R): é a arvora que traz o "fim no


começo" ou o "começo no fim", entendendo que na espiritualidade Celta se acredita
que todos os fins são novos começos, isto depende da absorção e filtragem do
consulente perante as experiências vivenciadas. Ela é a Árvore dos três últimos dias do
mês de outubro, o que explica o porquê dos fins e começos, pois no calendário Celta é
o mês de Samhain, o fim do verão. É a "Roda Escura" do ano que inicia com a chegada
do Inverno. Um novo ciclo que se inicia.

4. Aicme Ailme - Raça do Abeto

Abeto (Ailm / Silver Fir = letra A): indica "longa e alta visão", no sentido
de enxergar além das montanhas e colinas, por detrás do horizonte. Tentar enxergar
mais longe e mais ao alto, pois se trata de uma Árvore muito alta e pode ser vista de
uma longa distância.

Tojo (Onn / Furze = letra O): integração, meditação, perseverança,


rapidez e fertilidade. Perceber os sinais que conspiram ao nosso favor.

Urze (Úr / Heather = letra U): ligação com o "eu interior" e a cura, tanto
física como espiritual. Germinação e intensidade.

Choupo (Eadhadh / Aspen = letra E): ajuda de qualquer natureza,


determinação, prevenção de doenças e força interior.

Teixo (Iodhadh / Yew = letra I): esta Fid representa a Árvore do


"segundo grau" no Druidismo, este grau é onde o Druida se relaciona mais
intimamente com seus antepassados e ancestrais. Na idade Celta, eles eram tidos como
os mensageiros dos ancestrais sagrados, a voz espiritual. É também o "grau" onde se
estuda o Ogham profundamente para predição do futuro. Denota durabilidade e
resistência a tempos difíceis, perdas e/ou ganhos, tantos materiais como espirituais.
Esta árvore possui uma característica muito interessante, pois alguns de seus galhos
crescem em direção ao solo, para adentrá-lo e formar novos brotos por debaixo da
Terra, estes brotos crescem por dentro do tronco que com o tempo se rompe em uma
espessa mucosa, dando assim espaço ao novo tronco, que se formou dos brotos dos
galhos. Talvez venha daí à ligação como Ovate, ela renasce de suas próprias raízes,
assim como o Ovate se conecta aos ancestrais.

5. Forfeda - Letras Adicionais

Álamo branco (Éabhadh / Coad = EA): bosque sagrado e todo


conhecimento que se encontra no passado, presente e futuro, domínio da
natureza. Festival do Fogo: Imbolc.

Evônimo (Ór / Gold = OI): doçura, encanto, inteligência repentina e


insight. Festival do Fogo: Beltane.

Madressilva (Uillean / Elbow = UI): um segredo escondido. Festival do


Fogo: Lughnasadh.

Groselha (Ifín / Iphin = IO): traz conhecimento antigo, concentração no


 passado para entender o presente e o futuro.

Hamamélis (Eamhancholl / Mor = AE): literalmente o mar, água de


 proteção, que afasta as más energias e purifica. Abriga incontáveis formas de vida, de
incompreensível beleza; viagem e renascimento. Festival do fogo: Samhain.
Calendário Caer Siddi
Festivais do Ano

Samhain Imbolc Beltane Lughnasadh


HS: 30/04 - HN: HS: 01/08 - HN: HS: 31/10 - HN: HS: 01/02 - HN:
31/10 01/02 01/04 01/08

Símbolos do Ogham

LETR 
IRLANDÊ CORRESPONDÊNCI
FID S INGLÊS ÁRVORE
AE
A
Beith Birch Bétula MÊS
B-
 Novo começo e nascimento.
 Novembro
Luis Rowan Sorveira
L-
Sucesso, riqueza e proteção.
F- Orientação espiritual e
Fearn Alder Amieiro Dezembro
Janeiro  proteção.

S -Transformação, magia e
Sail Willow Salgueiro Fevereiromistério.

 Nion Ash Freixo  N - Destino, mudanças e


Março conexão.

Espinheiro-
hÚath Hawthorn Branco H - AbrilProteção, medo e purificação.

Duir Oak Carvalho D - MaioPerícia, força e resistência.

Vitória, justiça e
Tinne Holly Azevinho T - Junho
transformação.
C, K - Inspiração, intuição e
Coll Hazel Aveleira Julho sabedoria.

Q-
Quert Apple Macieira Avalon Beleza, amor e inspiração.

Vine Videira M-
Muin Agosto Profecia, desejo e força.
G-
Gort Ivy Hera Conexão e conhecimento.
Setembro
 NG -
nGétal Reed Junco/Bambu Outubro Cura, limpeza e harmonia.

Blackthor Espinheiro- Z, ST,
Straiph n Negro TS, SS O inevitável.

R - Fim
de Outubro
Ruis Elder Sabugueiro Meu fim é o meu começo.

Abeto/Pinheir 
Ailm Silver FirAo Sabedoria e visão.

Movimento, rapidez e
Onn Furze Tojo O fertilidade.

Morte, cura física e espiritual.


Úr Heather Urze U

Eadhadh Aspen Choupo E Orientação e prevenção.


Conhecimento e renascimento.
Iodhadh Yew Teixo I

FORFED LETRA
A IRLANDÊS OUTRO ÁRVORE E MÊS CORRESPONDÊNCIA

Álamo EA -
Éabhadh Coad  branco Imbolc Bosque sagrado e natureza.
Arbusto evônimo
OI - Doçura, encanto e
Ór Gold Beltane inteligência.

UI -
Uillean Elbow Madressilva Lughnasadh Um segredo escondido.

IO - Concentração e
Ifín Pion Groselha discernimento.
Portais*

*Portais são os Solstícios e os Equinócios.


Celebrações Lunares

LUAS DO ANOCALENDÁRIO COLIGNY


Lua das ÁguasJaneiro Lua de BrighidFevereiro
Anagantios Ogronios
Lua dos VentosMarço
Cutios Giamonios
Lua do
Simivi
Falc
Lua de Morrighan Novembro Rivros

Lua do Gamo Dezembro

"Fossem meus os tecidos bordados dos céus,


Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis, negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas como tenho apenas os meus sonhos,
Estendê-lo-ei para que possas caminhar...
Então, caminhe suavemente,
Pois caminhas sobre os meus sonhos."

William Butler Yeats, 1865 - 1939

Referências bibliográficas:
Rituales Celtas - Alexei Kondratiev
Ogham - Bellovesos Isarnos
Estudos do Ogham - Introdução

O Ogham é um alfabeto oracular, de origem celta, encontrado na Irlanda e Grã-


Bretanha. O nome das letras ogâmicas é "fid" (singular) e "feda" (plural) em irlandês
antigo. No irlandês moderno são: "fiodh" e "feadha" - que são palavras traduzidas como
"madeira" e "bosque".

Encontram-se em grupos com séries de cinco letras cada, originalmente, e continham


apenas as quatro primeiras séries. A quinta série "forfeda", tinha os primeiro cinco e
depois mais seis letras de sons importados de outras línguas e que não existiam na
língua irlandesa.

A linha central representa o tronco de uma árvore "flesc" e os traços, os galhos. Escrito
na horizontal, em manuscritos, da esquerda para a direita e na vertical, em pedras, de
 baixo para cima (como se escalasse uma árvore); iniciados pelo símbolo "eite" (pena) e,
quando necessário, terminados com "eite thuathail" (pena invertida). As palavras eram
separadas por "spás" (espaço).

As três principais fontes de estudo do Ogham são os manuscritos irlandeses: Auraicept


na n-Éces (pronuncia: aurikepet na niches), O Lebor Ogaim e o Bríatharogam. Além da
 própria vivência pessoal.
"No tempo de Bres, filho de Elatha rei da Irlanda, o Ogham foi inventado por Ogma, um
homem bem qualificado no discurso e na poesia e foi à partir das árvores da floresta,
que os nomes foram dados às letras do Ogham. As primeiras inscrições em Ogham
datam do século IV d.C. em torno do mar da Irlanda, onde as inscrições em pedra
começaram a florescer a partir do século V e VI. Sua invenção pode ter uma origem
mais antiga, acredita-se que as primeiras inscrições foram gravadas em madeira ou
metal, sendo assim perecíveis e não sobreviveram aos tempos modernos." -  Tratado ou
Trato de Ogham.
Ogham das Árvores Brasileiras

O que se segue é uma proposta de alfabeto ogâmico com árvores nativas do Brasil.
Percorri nas últimas semanas (Nota: este texto é de 2005.) vários tratados de botânica,
analisando a flora arbórea brasileira e escolhendo, de acordo com sua importância em
cada região e qualidades paisagísticas, espécimes que formariam as famílias do Ogham
 brasileiro.

Tive, é claro, de fazer algumas alterações relativamente ao Ogham irlandês, as quais ora
submeto à apreciação de todos.

 Na terceira família de consoantes, a Raça do Mate (que no Ogham irlandês


corresponderia a Aicme Muine, Raça da Vinha), substituí a consoante NG (ngéadal, o
 junco), pelo NH português, uma vez que o NG não teria utilidade em nosso idioma.
Pelo mesmo motivo, substituí o ST (straif, o espinheiro-negro), pelo Z, o que não deve
causar espécie, uma vez que o Z é uma das transliterações atribuídas a esse caractere.

Em relação à letra Z, tive de representá-la pelo zimbro (junípero) que, embora não
 pertença à flora nativa, está bem aclimatado no Brasil e é utilizado na medicina popular.
A madeira e as bagas do zimbro em infusão, decocção ou óleo aplicam-se contra asma,
 bronquite, acidez, má digestão e hidropsia, tendo também valor diurético. Os antigos
tratados de magia (como o Magus, de Francis Barrett), mencionam que as bagas do
zimbro, misturadas ao tomilho, compõem um incenso que provoca visões. Nas terras
célticas, era plantado junto às portas para desencorajar os ladrões e acreditava-se que
suas bagas secas, enfiadas num cordel, tinham a capacidade de atrair o amor.

Considerando todas essas propriedades, penso que o zimbro possa ser bem recebido
neste Ogham. E foi também esse o critério que me guiou ao eleger a romã (quantas
vezes já a usei para aliviar uma inflamação da garganta?) para representar a letra R.

Mantive a letra H, ainda que seja muda em português, unicamente porque é necessária
 para compor o grupo LH. Isso unicamente porque não há, até onde sei, uma só árvore
ou erva cujo nome em português comece com o som representado pelo LH. Escolhi a
hortelã (menta), que também não é nativa do Brasil, para representar o H, por causa de
sua difusão e amplo uso medicinal e culinário em todo o território nacional.

O Q é a quaresmeira. Deve ser utilizado para registrar apenas o som que se ouve em
QUA-resmeira, fre-QUEN-te e e-QUI-no, ou seja, /KW/. Para o som que se ouve em
QUE ou QUÍ-mica, usa-se o C, castanheira, que soa sempre como /K/, nunca como /S/.

 No ogham irlandês, as Forfeda (Letras Adicionais) representam ditongos e sons


consonantais. Usei esse grupo para representar sons consonantais que são importantes
em português e que não são contemplados no Beth-Luis-Nion.
Raça do Bacuri,
B - bacuri
L –  licuri
F –  figueira-branca
S –  sapucaia
 N –  naiá
Raça da
Hortelã
H –  hortelã
D –  dima
T –  tucumã
C –  castanheira
Q –  quaresmeira

Raça do Mate
M –  mate
G –  goiaba
 Nh - nhacatirão
Z –  zimbr
o
R –  romã

Raça da Araucária
A –  araucária
O –  orabutã
U –  urucum
E –  embaúba
I –   ipê-amarelo
Letras Adicionais
Ch –  chal-chal
Gü –  nguaxupita
J –  jacarandá
P –  pitanga
V –  varova

1. Raça do Bacuri

B - BACURI
 Nome científico: Platonia insignis
Onde é encontrada: Região Amazônica e Nordeste do país, na floresta pluvial.
Frequente no baixo Amazonas e Ilha do Marajó. Outros nomes: bakuri, bacuri-açu,
 bacurizeiro, bacuri-grande, landirana (BA).

L - LICURI
 Nome científico: Syagrus coronata
Onde é encontrada: Pernambuco até o sul da Bahia, na mata pluvial atlântica. Outros
nomes: aricuri, uricuri, nicuri, alicuri.
F - FIGUEIRA-BRANCA
 Nome científico: Ficus guaranitica
Onde é encontrada: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, São
Paulo e norte do Paraná, principalmente na floresta semidecídua da bacia do Paraná.
Existem outras espécies de "ficus" denominadas popularmente de "figueira-branca",
todas muito parecidas com essa. Outros nomes: figueira, figueira-brava, mata-pau,
figueira-mata-pau.

S - SAPUCAIA
 Nome científico: Lecythis pisonis
Onde é encontrada: Ceará até o Rio de Janeiro,na floresta pluvial atlântica. É
 particularmente freqüente no sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Outros nomes:
castanha-sapucaia, sapucaia-vermelha, cumbuca-de-macaco, marmita-de-macaco,
caçamba-do-mato.

 N - NAIÁ
 Nome científico: Attalea dubia
Onde é encontrada: Rio de Janeiro até Santa Catarina, na floresta pluvial da encosta e da
 planície atlântica.
Outros nomes: indaiá, palmeira-indaiá, coqueiro-indaiá, palimito-de-chão (RJ), indaiá-
guaçu, inaiá, camarinha, anajá.

2. Raça da Hortelã

H - HORTELÃ
 Nome científico: Mentha piperita
Onde é encontrada: não pertence à flora nativa.
Outros nomes: menta.

D - DIMA
 Nome científico: Croton lanjowensis
Onde é encontrada: região amazônica, principalmente, no estado da Amazônia, na mata
 pluvial de terra firme. Outros nomes: dima-branca.

T - TUCUMÃ
 Nome científico: Astrocaryum vulgare
Onde é encontrada: estado do Pará, na floresta amazônica de terra firme. Outros nomes:
tucumã-do-pará.

C - CASTANHEIRA
 Nome científico: Bertholletia excelsa
Onde é encontrada: em toda a região amazônica, incluindo os estados de Roraima, Acre
e Amazônia. Outros nomes: castanha, castanha-do-pará, castanha-verdadeira,
castanheiro, castanha-do-brasil, amendoeira-da-américa, castanha-mansa.
Q - QUARESMEIRA
 Nome científico: Tibouchina granulosa
Onde é encontrada: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, principalmente na
floresta pluvial da encosta atlântica. Existe uma variedade dessa espécie que produz
flores róseas. Outros nomes: flor-de-quaresma, quaresmeira-roxa, quaresma.

3. Raça do Mate

M - MATE
 Nome científico: Ilex paraguariensis
Onde é encontrado: Mato Grosso do Sul, São Paulo até o Rio Grande do Sul nas matas
de altitude (400-800m). É particularmente freqüente na mata dos pinhais dos três
estados sulinos. Outros nomes: erva-mate, erveira, congonha, erva, erva-verdadeira,
erva-congonha.

G - GOIABA
 Nome científico: Psidium guayava
Onde é encontrada: Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, na floresta pluvial atlântica.
Ocorre também de maneira espontânea em quase todo o país. Outros nomes: guava,
goiabeira, goiabeira-branca, goiaba-pera, goiaba-branca, goiaba-vermelha, araçá-goiaba,
araçá-guaçu, guaiaba, guaiava, araçá-guaiaba.

 NH - NHACATIRÃO
 Nome científico: Miconia cinnamifolia
Onde é encontrada: Bahia até Santa Catarina, principalmente na floresta pluvial da
encosta atlântica. Outros nomes: jacatirão, jacatirão-açu, jacatirão-de-copada, carvalho-
vermelho, casca-de-arroz.

Z - ZIMBRO
 Nome científico: Juniperus communis
Onde é encontrado: não pertence à flora nativa.
Outros nomes: junípero.

R - ROMÃ
 Nome científico: Punica granatum
Onde é encontrada: não pertence à flora nativa.
Outros nomes: romãzeira.

4. Raça da Araucária

A - ARAUCÁRIA
 Nome científico: Araucaria angustifolia, Bert.
Onde é encontrada: Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul em regiões
de altitudes acima de 900m (no sul, acima de 500m). Outros nomes: parana-pine, curi,
curiúva, pinheiro-do-paraná, pinheiro, pinho, cori, pinho-brasileiro, pinheiro-brasileiro,
 pinheiro-são-josé, pinheiro-macaco, pinheiro-caiová, pinheiro-das-missões.
O - ORABUTÃ
 Nome científico: Caesalpinea echinata
Onde é encontrada: Ceará ao Rio de Janeiro, na floresta pluvial atlântica, sendo
 particularmente freqüente no sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Outros nomes: pau-
 brasil, ibirapitanga, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-
rosado, pau-de-pernambuco.

U - URUCUM
 Nome científico: B. orellana
Onde é encontrada: região amazônica até a Bahia, na floresta pluvial, geralmente ao
longo de rios, largamente cultivada nas florestas pelos indígenas. Outros nomes: urucu,
colorau, açafroa, açafroeira-da-terra.

E - EMBAÚBA
 Nome científico: Cecropia glazioui
Onde é encontrada: encontradas na Mata Atlântica, em matas ciliares e bordas de
capões. Outros nomes: umbaúba, árvore da preguiça, pau de lixa, caixeta, imbaíba,
ambaíba, baibeira, torém.

I - IPÊ-AMARELO
 Nome científico: Tabebuia alba
Onde é encontrado: Rio de Janeiro, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, na floresta
semidecídua de altitude. Outros nomes: ipê-da-serra, ipê-amarelo-da-serra, ipê-
mandioca, ipê-branco, ipê-tabaco, ipê-mamona.

5. Letras Adicionais

CH - CHAL-CHAL
 Nome científico: Allophylus edulis
Onde é encontrada: região amazônica até o Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Bahia, Rio de janeiro até o Rio Grande do Sul, principalmente na floresta pluvial e
semidecídua. Outros nomes: vacum, vacunzeiro, chala-chala, baga-de-morcego, fruta-
de-pombo, murta-branca, fruta-de-pavó, fruta-de-paraó, murta-vermelha.

GÜ - GUAXUPITA
 Nome científico: Esenbeckia grandiflora
Onde é encontrada: Rio de Janeiro e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul,
 principalmente na floresta latifoliada semidecídua. Outros nomes: canela-de-cutia, pau-
de-cutia.

J - JACARANDÁ
 Nome científico: Jacaranda angustifolia
Onde é encontrado: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo
até o Paraná, principalmente na floresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná. É
muito semelhante à espécie exótica Jacaranda mimosaefolia (jacarandá mimoso) nativa
do norte da Argentina. Outros nomes: caroba, jacarandá-de-minas, caivá, jacaranda-
 branco, caroba-branca, pau-de-colher, pau-santo, carobeira, jacarandá-preto, mulher-
 pobre.
P - PITANGA
 Nome científico: Eugenia uniflora
Onde é encontrada: Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, na floresta semidecídua do
 planalto e da bacia do rio Paraná. Outros nomes: pitangueira, pitangueira-vermelha,
 pitanga-roxa, pitanga-branca, pitanga-rósea, pitanga-do-mato.

V - VAROVA
 Nome científico: Prunus sellowii
Onde é encontrada: Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul na mata pluvial atlântica e
Minas Gerais e Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul nas florestas
semidecíduas. Outros nomes: pessegueiro-bravo, pessegueiro-do-mato, miguel-pintado,
coração-de-negro, marmelo-do-mato, coração-de-bugre, varoveira.

Podem-se formar os nomes das letras com a consoante inicial mais uma só vogal, ou, no
caso das vogais, apenas com o som da própria vogal, como em português. Teríamos
assim: ba, li, fi, sa, na; hor, di, tu, ca, qua; ma, go, nha, zi, ro; a, o, u, e, i; cha, gua, ja,
 pi, va.

Bellouesus Isarnos
Assim, considera-te recepcionado, com meus votos de encontrares aqui algo que
desperte teu interesse ou, na pior das hipóteses, não te entedie.
1. Bétula (Beith/Birch = B)
A Bétula está relacionada a novos começos, nascimentos e clareza. É associada a
limpeza, purificação e renovação. Conhecida também como Vidoeiro-branco.

Aicme Beithe: B, Beith

> -,-

Bétula - A Árvore Branca da Pureza

Como se diz: bé
Tradução: bétula
 Nome científico: Betula pendula
Irlandês antigo: beithe
Galês: bedwen
Inglês: birch
Significados básicos: começos, beleza
Classe: camponês
Cor: bán, "branco"
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Beithe: maise malach, "beleza da sobrancelha"

Bríatharogam Con Culainn


Beithe: glaisem cnis, "a da pele mais cinzenta"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Beithe: féochos foltchain, "pé mirrado e cabelo fino"

Comentários:

Beithe, a bétula, com seu tronco esbelto, suas folhas verdes claras e sua casca prateada,
representa um tipo peculiar de beleza, pálida, delicada, tremulante, rara como o cervo
 branco. Como o luar, permanece fora de alcance, sempre perseguida, nunca possuída.

Como primeira letra do alfabeto ogâmico, Beithe também representa novos começos,
novas oportunidades e todas as coisas inocentes e jovens. Maleável e flexível, ela se
curva ao vento, mas não se quebra. Sua arte é a da subsistência, ou, como se poderia
dizer, a da sobrevivência.

Viajar tranquilamente, com poucos desejos e abertura para aquilo que a jornada pode
trazer: essa é a arte de Beithe.

O Auraicept na n-Éces conta assim a origem do Ogham:

"Quais são o lugar, a época, a pessoa e a causa da invenção do Ogham? Não é difícil.
Seu lugar é a ilha da Irlanda, onde vivemos nós, os irlandeses. Na época de Bres, filho
de Elatha, rei da Irlanda, foi ele inventado. Sua pessoa (isto é, quem o inventou) foi
Ogma, filho de Delbaeth, irmão de Bres, pois Bres, Ogma e Delbaeth são ali os três
filhos de Elatha, filho de Delbaeth. Eis que Ogma, um homem bem versado no discurso
e na poesia, inventou o Ogham.

A causa de sua invenção, como uma prova de sua engenhosidade e [para] que esse
discurso pertencesse ao instruído separadamente, excluindo-se os rústicos e pastores. De
onde o Ogham obteve seu nome, de acordo com o som e a matéria, quem são o pai e a
mãe do Ogham, qual é a primeira letra que foi escrita pelo (isto é, com o) Ogham e por
quê o "b" precede toda letra?

"O Ogham, de Ogma, foi inicialmente criado com relação a seu som de acordo com a
matéria. Entretanto, ogum é og-uaim, aliteração perfeita, que os poetas aplicam à poesia
 por meio dele, pois pelas letras o gaélico é medido pelos poetas. O pai do Ogham é
Ogma, a mãe do Ogham é a mão ou a faca de Ogma.

"Isto, além do mais, é a primeira coisa que foi escrita pelo Ogham, >-,,,,-,,,-, isto é, (a
 bétula) "b" foi escrito e para ocultar um aviso a Lug, filho de Ethliu, foi ele escrito a
respeito de sua esposa, não fosse ela arrebatada para o País das Fadas, a saber, sete bês
num ramo de bétula: tua esposa será sete vezes levada de ti para o País das Fadas ou
 para um outro país, a menos que a bétula proteja-a. Por essa razão, além do mais, "b",
 bétula, toma a precedência, pois é na bétula que o Ogham foi escrito primeiramente."

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se à bétula:

A Bétula, apesar de sua mente elevada,


Atrasou-se antes que ele (o tojo) fosse enfileirado.
 Não por causa de sua covardia,
Mas por causa de sua grandeza.

Os cimos da Bétula cobriram-nos com folhas


E transformaram-nos e mudaram nosso estado enfraquecido.

Sagragnos: o Nascimento. Beithe é a bétula, é o começo, o princípio, o nascimento,


aurora de um novo dia. É o vasto potencial que se projeta para diante. É a primavera
com todo o trabalho que deve ser feito a fim de plantar as sementes que irão crescer no
verão e garantirão a colheita.

É a primeira letra na página que a inspiração e o esforço levarão à frente até que a
história, o ensaio, o livro estejam terminados. É o primeiro instante em que a passagem
do tempo e tudo que nele se fez irão transformar-se em história.

É o toque da alvorada no despontar do dia, o chamado para acordar e aprontar-se para


os afazeres diários. É o desafio para levantar-se e lutar para cumprir a promessa daquilo
que pode ser. É a energia potencial esperando o direcionamento e a força de vontade
que permitirão realizar tudo o que for decidido.

É vida, vitalidade, vigor, saúde, frescor. É iniciação. Em certo sentido, é um aspecto da


ordem cíclica das coisas. Depois do fim, ou no ponto em que tudo termina e o novo
ciclo começa. O foco está no começo, mas, como em toda a natureza cíclica, o começo e
o fim são, muitas vezes, o mesmo ponto.

Coslogenos: nascimento, a liberação daquilo cujo tempo chegou, produção, criação.


Invertida: expulsão, banimento, desembaraçar-se de algo.

Coiri Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você deve eliminar a negatividade


de si mesmo, as influências inúteis e os maus pensamentos para ter um novo começo.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: concentre-se em seu desejo,


a imagem do resultado buscado deve ser mantida na mente com firmeza.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: para um novo começo, visualize o


 branco da bétula, que se destaca limpo de distrações e obstruções.
2. Sorveira (Luis/Rowan = L)
A Sorveira simboliza sucesso, riqueza material, equilíbrio emocional e proteção. Na
grande teia, nos faz perceber aquilo que realmente importa em nossas vidas.

L, Luis

> -,,-

Sorveira - A Árvore da Vida

Como se diz: luish


Tradução: chama, labareda
 Nome científico: Sorbus aucuparia
Irlandês antigo: cáerthann
Galês: cerdinen
Inglês: rowan
Significados básicos: riqueza, proteção
Classe: camponês
Cor: liath, "cinza"
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Luis: carae cethrae, "amiga do gado"

Bríatharogam Con Culainn


Luis: lúth cethrae, "sustento do gado"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Luis: lí súla, "brilho do olhar"

Comentários:

Luis, a sorveira, também chamada "freixo-da-montanha", cresce nas encostas das


montanhas, florescendo em solos pobres e de pouca espessura, enraizando-se em fendas
estreitas no meio das rochas. É o emblema da ambição, determinação e sucesso, para
alcançar o seu objetivo, mesmo que este seja muito elevado e a luta se mostre dura.

 No Bríatharogam de Mac ind Oic, Luis chama-se "amiga do gado". Entre os irlandeses
antigos, o roubo de gado era um meio de vida e a riqueza de alguém era medida pelo
tamanho de seu rebanho. Quando saqueadores eram esperados, a sorveira era o local de
reunião dos defensores.

Luis está ligada à arte da navegação, é a protetora dos marinheiros. Se você estiver
embarcando numa viagem de descoberta, partindo em busca de sua fortuna ou
começando uma aventura em mares tempestuosos, faria bem em tomar Luis como sua
guia. É o sinal do sucesso material, da acumulação de riquezas, da proteção do lar e da
defesa contra influências perniciosas de todos os tipos.

Sagragnos: a Visão. Luis é a sorveira, o abrir dos olhos, olhando atentamente o que está
ao redor, percebendo as possibilidades de toda a realidade próxima. É a percepção do
que está ali. É a guardiã vigilante em posição na entrada da mente, do coração. É o vigia
iluminando a noite com luz de tochas. É o estado alerta que ajuda a garantir a segurança
da cidade ou de si mesmo, um castelo de bem-estar para o indivíduo e para o grupo. Isso
inclui não somente ficarmos atentos as nossas necessidades individuais em todos os
níveis (físico, mental, emocional, espiritual), mas também às necessidades e
circunstâncias da família, do grupo, da organização a que pertencemos e de outros a
nossa volta que nos influenciam, que já interagem conosco ou irão fazê-lo em breve.
Luis ilumina os quebra-cabeças, as perplexidades e enigmas, lançando luz sobre as
 páginas do pergaminho do conhecimento da vida. É o meio que nos permite caminhar
com segurança pela estrada da compreensão. É o modo de reconhecermos onde estamos
e o que estava logo adiante oculto pelas sombras que ela dissipa.

Coslogenos: devoção à chama sagrada, serviço a uma causa mais alta, abnegação,
disciplina, dedicação. Invertida: dogma, obediência sem questionamento, ação sem
reflexão.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:


Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você aplicará seus sentidos a si
mesmo para distinguir o bom do mau, o dano do auxílio.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você não será influenciado,


enganado ou persuadido por ninguém. Mantenha sua inteligência atenta.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: sua força irá afastar qualquer coisa que
ameace seu propósito e sua serenidade. Não se assuste.
3. Amieiro (Fearn/Alder = F)
O Amieiro simboliza proteção oracular, a árvore encantada. O guerreiro que nos inspira
em momentos de batalha e prevê o melhor caminho a seguir.

F, V - Fearn

>-,,,-

O Amieiro

Como se diz: fiarn


Tradução: amieiro
 Nome científico: Alnus glutinosa
Irlandês antigo: fearn
Galês: gwernen
Inglês: alder
Significado básico: orientação
Classe: chefe
Cor: flann, “vermelho-sangue”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Fern: comét lachta, "vasilha do leite"

Bríatharogam Con Culainn


Fern: dín cridi, "proteção do coração"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Fern: airenach fían, "vanguarda de guerreiros"

Comentários:

Ao ser cortada, a madeira do amieiro apresenta uma forte cor vermelha e uma tintura
vermelha pode ser feita com as suas folhas e casca. A sugestão de sangue, combinada à
dureza da madeira, tornou-a uma escolha natural para os escudos que protegiam os
antigos guerreiros irlandeses em batalha.

Fearn é um emblema da proteção em todos os agitados e perigosos acontecimentos da


vida. Você pode invocar seu espírito sempre que o perigo o ameaçar no corpo, na mente
ou no espírito. O poder de Fern defende poetas e contadores de histórias dos demônios
que habitam na imaginação, assim como o duro escudo de madeira protege o coração
vulnerável do guerreiro.

Fearn mostra uma ligação também com Bran, o Abençoado. Na introdução de A


Batalha das Árvores, o bardo Taliesin diz:

Estas são as estrofes que foram cantadas na Batalha das Árvores, ou, como outros a
chamam, a Batalha de Achren, que foi por causa de uma corça branca e de um cachorro;
e eles vieram do Inferno e Amaethon ap Don os trouxe.

E, portanto, Amaethon ap Don e Arawn, Rei de Annwn, lutaram. E havia um homem


nessa batalha, a menos que seu nome fosse conhecido, ele não poderia ser vencido; e
havia uma mulher chamada Achren no outro lado e, a menos que seu nome fosse
descoberto, sua hoste não poderia ser vencida. E Gwydion adivinhou o nome do homem
e cantou as duas estrofes seguintes:

De cascos firmes é meu corcel impelido pelas esporas;


Os altos galhos do amieiro estão em teu escudo;
Bran és chamado, dos ramos brilhantes.

E, assim:

De cascos firmes é meu corcel no dia da batalha,


Os altos ramos do amieiro estão em tua mão:
Bran, pelo ramo que carregas,
Amaethon, o bom, prevaleceu.
 No Segundo Ramo do Mabinogion, encontramos a seguinte referência:

Bendigeid Fran chegou a terra e a frota com ele pela margem do rio.

- Senhor - disseram os capitães -, conheceis a natureza deste rio, que nada pode
atravessá-lo e que não há ponte sobre ele?

- Não há nenhuma - replicou o rei -, exceto que aquele que será o chefe, deixai-o ser
uma ponte. Eu o serei.

Então, foi essa declaração proferida pela primeira vez e é ainda usada como provérbio.
Quando ele se deitou atravessando o rio, tábuas foram colocadas sobre ele e o exército
 passou por cima.

Sagragnos: o Avanço. Fearn é o amieiro, determinação, o passo corajoso para diante, o


avanço audaz sobre quaisquer obstáculos que possam estar à frente. No meio da batalha,
do conflito, da disputa, da competição. Este é o escudo da proteção que permite a
marcha progressiva seguindo os estandartes da eqüidade, do dever, da responsabilidade
em direção à vitória.

Deixando o porto e enfrentando o mar desconhecido, este é o navio destemido a singrar


o oceano, mesmo sob as mais ferozes tempestades, apesar de qualquer coisa que possa
 jazer nas profundezas, não importando qual seja a duração da viagem. O marinheiro
ousado no mar da vida regozija-se com o firme amieiro apoiando a embarcação.

Outros aspectos deste caractere incluem a possibilidade de que haja perigo. Podem-se
considerar circunstâncias que determinem de onde pode surgir o perigo e de que forma
este pode ser afastado antes do surgimento de sérias contendas.

Coslogenos: proteção, amparo, olho vigilante, necessidade de precaução. Invertida:


sacrifícios pessoais em benefício de outros, pontes, ligações entre mundos ou grupos.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coir Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: fique consciente de que você e os


outros são criaturas únicas. Se houver a menor possibilidade, mantenha seus olhos
abertos para ver o incomum e reconhecer o que se encontra nos outros

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você usará algo que


 previamente não notou. Habilidades oraculares não são fáceis de reconhecer. A mente
às vezes está relutante para lidar com a parte intuitiva

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: você oferece auxílio espiritual e


 proteção numa disputa. Deixe sua intuição guiá-lo.
4. Salgueiro (Sail/Willow = S)
O Salgueiro relaciona-se à visão noturna, ritmos lunares e os aspectos femininos.
Ligado a sabedoria das Deusas da morte, como Morrighan, nos dá força para superar as
fraquezas provocadas pelo medo.

S, Sail

>-,,,,-

O Salgueiro - A Lua

Como se diz: sále (engula o e para não dizer sáli)


Tradução: salgueiro
 Nome científico: gênero Salix, família Salicaceae, com diversas espécies
Irlandês antigo: sail
Galês: helygen
Significados básicos: a Lua, feminilidade, morte
Inglês: willow
Classe: camponês
Cor: sodath, “uma cor delicada” (como amarelo clar o ou marfim, por exemplo)
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Sail: lúth bech, "sustento de abelhas"

Bríatharogam Con Culainn


Sail: tosach mela, "princípio da doçura"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Sail: lí ambi, "palidez do morto"

Comentários:

A ligação do salgueiro ("chorão") com a morte é antiga. Talvez o motivo seja a


aparência desconsolada dos ramos abatidos e das folhas finas do salgueiro, ou porque
ele cresce em lugares úmidos e sombrios, ou porque suas folhas de um verde pálido
sugerem a lividez da morte.

Em contraste a essas associações lúgubres, o salgueiro é também o emblema do


artesanato. Seus ramos longos e flexíveis fornecem o material para muitos itens úteis e
 práticos: cestos, assentos, cercados, cabanas e, até mesmo, botes. O tradicional bote
irlandês chamado curragh é feito pelo estiramento de uma pele impermeável sobre uma
armação de ramos de salgueiro entrelaçados.

Unindo as imagens da morte e do trabalho manual, Sail torna-se um emblema de magia


e mistério. É o salgueiro na margem do rio, com suas folhas no ensolarado mundo
quotidiano e suas raízes no escuro e úmido mundo inferior. A misteriosa serpente
marinha que vive além dos limites do mundo conhecido e o trabalho em que o adepto
 parte em uma viagem para o desconhecido.

O salgueiro esteve presente em A Batalha das Árvores, pois Taliesin diz:

Os Salgueiros e Sorveiras chegaram tarde para o exército.

Sagragnos: a Intuição. Sail é o salgueiro, a jovem esbelta, graciosa. É a visão e a


imaginação intuitivas, soltas. É o sonho e a compreensão súbita do que ele significa. É a
Lua que se movimenta em seus ciclos. É a cheia e a vazante das marés. É a mulher. É a
vida. É a roda. É o nascimento de um ciclo psíquico, a abertura das páginas do livro do
mistério. É o crescimento da vegetação. É o desenvolvimento dos aspectos meditativo e
 psíquico do ser. É a harmonização conjunta. É o progresso no trabalho mágico, solitário
ou com outros. É obtenção supra-racional da percepção, qualquer que seja a realidade
revelada. Um aspecto deste caractere pode ser a sugestão de que é agora o tempo de dar
mais atenção à intuição, incluindo-se os sonhos. Também pode ser o desejo de aprontar-
se, abrangendo tomar medidas práticas, estar pronto a responder à inspiração,
 permitindo-se um período de criatividade artística. Como em todas as fontes de
conhecimento, o equilíbrio é o melhor e é possível empregar a análise racional de
quaisquer sugestões que sejam transmitidas.
Coslogenos: tristeza, mágoa, liberação da dor, torpor, deixar partir, ir embora. Invertida:
afundar-se em miséria, estagnação.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: uma relação confortável com o


mundo material está cheia de lições e ciclos de valores mutáveis. A mudança é
necessária para o crescimento e os valores não são exceção à regra.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: para ganhar compreensão


de um conceito particular, uma firme acumulação de fatos é o fundamento que traz a
compreensão. Não se pode aprender tudo em uma só lição. Repetição é a chave.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: este é um período mais de calma que de
ir adiante com toda a velocidade. Aprenda a brincar com a natureza cíclica das coisas.
5. Freixo (Nion/Ash = N)
O Freixo está ligado aos mundos internos e outros mundos, a relação do microcosmo e
do macrocosmo, conexão e sintonia com a criação, a Árvore do Mundo. É também a
lança do guerreiro.

N, Nion

>-,,,,,-

O Freixo

As Chaves para o Futuro


Como se diz: nían (não níã)
Tradução: forquilha, sótão
 Nome científico: Fraxinus excelsior
Irlandês antigo: uinnius
Galês: onnen
Inglês: ash
Significados básicos: ligação, a Árvore do Mundo, guerra & paz
Classe: chefe
Cor: necht, “uma cor clara”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


 Nion: bág ban, "orgulho de mulheres"

Bríatharogam Con Culainn


 Nion: bág maise, "orgulho da beleza"

Bríatharogam Morainn mac Moín


 Nion: costud síde, "fundação da paz"

Comentários:

Os ramos compridos e retos do freixo produzem uma madeira forte e maleável. Era
usada pelos antigos irlandeses para o fabrico de remos, cabos de machados, teares e
outras ferramentas, mas era especialmente apreciada para a confecção de lanças.

 Na poesia irlandesa, a lança e o fuso da tecelã são frequentemente ligados, como os dois
lados da mesma moeda: assim como o girar da roda da fortuna traz a guerra e a paz, luta
e repouso, lágrimas e risos, cada um em sua estação. O fuso das tecelãs é associado ao
 princípio feminino, assim como a lança o é ao masculino. Na lenda irlandesa A Batalha
de Magh Tuireadh, o fuso da tecelã é chamado "a lança do lado materno".

 No Ogham das artes e habilidades, Nion representa a lei - como a guerra, uma disputa
entre lados opostos, com o seu próprio conjunto de armas ofensivas e defensivas.
Escolha-o como emblema quando tomar parte de uma luta acirrada com qualquer
oponente - no campo de batalha, no tribunal, ou nos lugares secretos do seu coração.

Sagragnos: a Ponte. Nion é o freixo, a Ponte do Arco-Íris, o meio pelo qual a mente
consciente sobe ao reino dos Deuses. É a chave que abre os tesouros do conhecimento
oculto, a chave que dá a ignição do veículo para o que é superior, a chave que abre os
 portais para o castelo dos senhores da Terra da Juventude. É a escadaria que nos permite
ascender a chegar às maçãs no topo da Árvore da Vida. É como despertamos,
conscientes, e nos aproximamos alertas das regiões do Outro Mundo. É a corda do
alpinista que nos permite subir cada vez mais alto rumo ao pico. É o corcel alado em
que montamos para voar ao brilhante céu. Pode ser o aspecto do ser que nos
 proporciona uma compreensão diferente.

Outra consideração é aceitarmos a compreensão humilde de nossas limitações finitas


sem o sentimento de que um grau superior de capacidade foi alcançado, etc. Todos
somos humanos e uma consciência modesta desse fato é um traje muito adequado para
vestir.

Coslogenos: evolução, mudança, adaptação, seguir o fluxo do Dán (destino). Invertida:


lutar contra o destino, remar contra a maré.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:


Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: suas ações ecoam no Cosmo como
as ondulações provocadas pela pedra que foi atirada no lago. Saiba que você e o mundo
estão interligados. Fique consciente do efeito de suas ações.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: seus problemas ou dúvidas


não são apenas seus, outros têm as mesmas indagações. Examine a questão num
contexto mais amplo e peça opiniões.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: empenhe-se para adquirir a consciência


de que todas as coisas estão conectadas. Equilibre suas necessidades com as da Terra.
6. Espinheiro-Branco (hÚath/Hawthorn = H)
O Espinheiro-Branco simboliza clarividência, pausa e purificação. Dedicado à sátira,
essa árvore também é conhecida pelo nome de Pilriteiro, associada à energia feérica e
fertilidade.

Aicme hÚatha: H, hÚath

>-'-<

O Espinheiro-Branco

A Cailleach
Como se diz: húa
Tradução: horror, medo
 Nome científico: Crataegus monogyna
Irlandês antigo: úath
Galês: draenen wen
Inglês: hawthorn (whitethorn)
Significados básicos: purificação, tormento, zombaria
Classe: camponês
Cor: úath, “terrível” (possivelmente, cinza esverdeado como a carne apodrecendo, ou a
cor de ferimentos profundos).
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


hÚath: bánad gnúise, “empalidecer de faces”

Bríatharogam Con Culainn


hÚath: ansam aidche, “mais difícil à noite”

Bríatharogam Morainn mac Moín


hÚath: condál cúan, “assembleia de matilhas”

Comentários:

O espinheiro forma um denso cercado de ramos retorcidos, cobertos por espinhos duros
e afiados. Atravessar uma moita de espinheiros não seria uma experiência agradável. A
lenda diz que um monte ou colina encimada por uma emaranhada moita de espinheiros
é um lugar de encontro das Fadas, perturbe-o por sua própria conta e risco!

Os perigos de hÚath não são os grandes e terríveis trovões enviados pelos Deuses  –  são
os pequenos e enlouquecedores dardos infligidos pelas Fadas. Eles não matam como o
corte de uma espada, mas espetam como mil espinhos. Eles o distraem, mordem-no
como uma matilha de cães e o mantêm acordado à noite. Eles o levam ao limite, tentam
sua paciência e envolvem-no em disputas sem sentidos com seus amigos.

 Na antiga sociedade irlandesa, hÚath era associada a um tipo particular de poesia: a
sátira, ou verso devotado a zombar de indivíduos ou de características individuais.
 Numa sociedade guerreira, em que o orgulho era uma posse preciosa e a honra mais
valorizada do que a vida, a sátira era uma arma temível.

Você pode escolher hÚath como sua protetora se encontrar-se numa situação ridícula:
sem dignidade, envergonhado, ou apenas parecendo um idiota. Ela o lembrará de que o
senso de humor pode ser um poderoso recurso defensivo. A sátira ganha sua força do
orgulho de sua vítima. Se você sorrir e não der importância, lembrando-se de que tudo
vai passar, emergirá ileso de seu encontro com hÚath.

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se ao espinheiro:

O Espinheiro, cercado de ferrões,


Com a dor em sua mão.

Sagragnos: o Refúgio. H-Úath é o espinheiro-branco, é repouso, descanso, um abrigo. É


a pausa para tomar fôlego depois de um esforço. É respirar enquanto se olha da sacada
 para o que está embaixo. Atrás das muralhas do castelo, talvez seja possível perceber o
que levou alguém para dentro. Agora é o tempo para reunir forças antes de aventurar-se
outra vez no exterior. É o momento para o treinamento e a disciplina, para praticar as
artes e habilidades de que precisaremos ao emergirmos novamente para nossa jornada,
apesar de todas as forças que possam surgir como obstáculos no caminho. É o tempo de
relaxar. Esta é a casa de descanso, o caramanchão ao fim de um dia de dura jornada. É o
consolo que conforta. É o alívio dos perigos e dificuldades que foram superados.
Mesmo que você se sinta profundamente ferido, pode sentir-se agradecido por sua vida
e pela oportunidade de repousar, recuperar-se e restaurar sua saúde, adquirindo o que
será preciso para o restante da viagem pela vida. hÚath é o calor do fogo da lareira ao
final de um dia de trabalho, de um dia de luta. Talvez os Deuses estejam conosco pela
manhã.

Coslogenos: fertilidade, sexualidade feminina, território, refreamento, contenção,


inclusão, envolvimento. Invertida: defesa da propriedade ou da pessoa, medo, afugentar
outras pessoas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você precisa trabalhar sua própria
condição física. Para melhorar, deve alimentar-se adequadamente, não fumar e evitar o
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, além do uso de drogas. Um corpo saudável
 pode ser obtido com dieta e exercício. Um corpo saudável significa uma mente
saudável.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: afaste de sua mente as


vendas auto-impostas da ignorância e dos fatos falsos. Liberte seus pensamentos e limpe
sua mente.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: por mais quente que seja o problema, a
forja se aquecerá para superá-lo, criando em seu espírito forças novas e inesperadas.
7. Carvalho (Duir/Oak = D)
O Carvalho é o Rei das Árvores, ele representa o espírito de todas as outras e os
Druidas, no Druidismo. Proteção sólida, concretização e força. Como Mestre, nos
ensina a equilibrar força com flexibilidade.

D, Duir

>-''-

O Carvalho - O Rei do Carvalho

Como se diz: dúr


Tradução: carvalho
 Nome científico: gênero Quercus, família Fagaceae, com diversas espécies
Irlandês antigo: dair
Galês: derwen
Inglês: oak
Significados básicos: perícia, força
Classe: chefe
Cor: dubh, “preto”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Duir: grés soír, “habilidade manual de um artífice”

Bríatharogam Con Culainn


Duir: slechtam soíre, “o artesanato melhor lavrado

Bríatharogam Morainn mac Moín


Duir: ardam dosae, “árvore mais exaltada”

Comentários:

O poderoso carvalho, com sua elevada altura e madeira dura, é proverbial por sua força
e poder. Na tradição céltica, o carvalho é o Rei das árvores.

 Na poesia e no folclore, os carvalhos são comparados a homens fortes e homens fortes,
a carvalhos. Diz-se que a Távola Redonda do Rei Arthur foi feita com a madeira do
carvalho. Um poema no Livro dos Direitos irlandês refere- se a um campeão como “meu
forte e corajoso refúgio de bom carvalho”. David Garrick, ato r e autor teatral do séc.
XVIII estava usando fontes antigas e proverbiais ao escrever: De coração de carvalho
são nossos navios, de coração de carvalho são nossos homens... Lutaremos e
conquistaremos muitas vezes.

O carvalho é uma das árvores de vida mais longa, levando setenta anos ou mais para
ficar maduro o bastante para produzir bolotas. Por essa razão, está associada à força
sólida e bem desenvolvida de uma pessoa em seus anos mais vigorosos. Duir é o
símbolo do artesanato mais que da arte, da habilidade mais que do gênio. Sua força é o
 produto de uma longa prática e do trabalho duro.

Pode parecer estranho que essa forte e firme árvore seja fortemente associada à magia.
Já se disse muito que a palavra Duir é a fonte da palavra druida. Isso faz sentido quando
compreendemos a magia como o domínio sobre o mundo natural, desenvolvida ao
longo de um extenso e árduo aprendizado. Duir lembra-nos que qualquer habilidade
difícil de obter contém um elemento de magia. Como o Caldeirão da Abundância da
lenda, que aparece vazio para o covarde e o mentiroso, Duir concede suas riquezas
generosamente àqueles que são dignos de recebê-las.

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se ao carvalho:

O carvalho, movendo-se rapidamente,


Diante dele estremecem céu e terra.
Um valente porteiro contra um inimigo
Seu nome é considerado.

Sagragnos: o Campeão. Duir é o carvalho, o campeão, o Vassalo de um grande senhor.


É força, o guerreiro treinado, o membro veterano da legião de um Grande Rei. É alguém
que está pronto a liderar os cavaleiros de seu senhor à batalha e capaz de demonstrar as
qualidades essenciais de um cavaleiro. É alguém adornado com cortesia e com valores
corteses. É generosidade, magnanimidade e hospitalidade. É coragem e liderança e as
habilidades físicas, mentais e espirituais do líder dos guerreiros. É não apenas o aguçado
conhecimento da tática e da estratégia, mas também a habilidade de determinar quando
é necessário alcançar os objetivos do Grande Rei através de outros meios, incluindo-se a
diplomacia. É o discurso cortesão, a conversação diplomática, a audição atenta de
quaisquer palavras que possam ser ditas na presença de alguém, uma intenção nobre de
resolver qualquer disputa, compreensivamente e pacificamente, se possível, embora
nunca abandonando as obrigações essenciais que nos foram confiadas, sempre prontos a
lutar, se a isso formos chamados.

Coslogenos: autoridade, liderança da frente de batalha, ouvir as necessidades da tribo,


sexualidade masculina. Invertida: rigidez, força inflexível, fragilidade, indiferença aos
demais.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: uma abordagem sem preconceitos


alimentará as habilidades que você quer ter. Passe pela porta, somente aprenderá
fazendo.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você acumulou os frutos da


sabedoria, o tempo de espalhar e dividir o que aprendeu chegou.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: você, como professor ou estudante,


deve ser duro e resistente apesar da imprevisibilidade da vida, assim como o carvalho é
 para o relâmpago. Forte e sábio.
8. Azevinho (Tinne/Holly = T)
O Azevinho simboliza vitória, justiça, transformação, discernimento e conquistas;
ensinando-nos a vencer sabiamente com clareza e determinação. Está associado à
energia guerreira.

T, Tinne

>-'''-

O Azevinho - O Rei Sagrado

Como se diz: tchínia


Tradução: barra de metal, lingote
 Nome científico: Ilex aquifolium
Raiz: irlandês antigo tind, “luminoso”, tend, “forte”
Irlandês antigo: cuillen
Galês: celynnen
Inglês: holly
Significados básicos: vitória, justiça, transformação
Classe: camponês
Cor: temen, “cinza escuro”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Tinne: smuir gúaile, “fogos de carvão” (ferro), “tutano de carvão” (um lingote
derretido)

Bríatharogam Con Culainn


Tinne: trian n-airm, “a terça parte de uma arma” (uma das três partes de uma arma, isto
é, uma barra de metal ou lâmina de ferro)

Bríatharogam Morainn mac Moín


Tinne: trian roith, “a terça parte de uma roda” (o eixo da roda)
Palavra adicional: hoje

Comentários:

Tinne, o azevinho, está estreitamente relacionado na tradição céltica ao número três.


Sua cor é o cinza, nem branco, nem preto, mas uma terceira posição, a meio caminho
entre os dois extremos. É um entre três: um no meio, a ligação na corrente, a união dos
opostos, o lugar da formação. .

Sempre verde, o azevinho permanece sem sofrer mudanças no curso das estações. Fica
no centro da roda da carruagem, o “ponto imóvel” do mundo que gira, ao re dor do qual
tudo o mais orbita. Ele próprio imóvel, é o coração do movimento.

F. Scott Fitzgerald certa vez disse que o teste para uma inteligência privilegiada seria a
capacidade de manter duas idéias opostas na mente, ao mesmo tempo, e ainda ser capaz
de fazê-la funcionar. Talvez Fitzgerald não o soubesse, mas era sobre Tinne que estava
falando.

Tome-a como insígnia quando precisar manter os opostos em equilíbrio ou percorrer


uma escura floresta cinzenta onde toda claridade parece sumir. Com Tinne como sua
guia, poderá deixar o mundo do “ou isto, ou aquilo”, onde alternativas opostas se
excluem, para o reino do “ambos”, em que o meio termo prevalece. Em A Batalha das
Árvores, Taliesin refere-se ao azevinho: Azevinho, ele estava matizado de verde, ele era
o heroi.

Sagragnos: o Equilíbrio. Tinne é o azevinho, é equilíbrio, justiça, o Caminho do Meio,


harmonia, arbitragem, retribuição, ação e reação, a luta justa, coragem, a homenagem. É
o que equilibra os pratos da balança. É o Meio-Termo, o trilhar do caminho entre os
extremos, mas, especialmente, é o que corrige os desequilíbrios, o que resolve os
 problemas satisfatoriamente. É a avaliação clara e perspicaz de todos os fatores em um
 problema, legal, financeiro ou científico. Em todo aspecto da vida, o cálculo refletido,
 bem resolvido. Um aspecto disso é realçar uma possível exigência para estar consciente
de que as decisões estão chegando ao plano de frente da vida e chegou o momento de
 ponderar os problemas e fazer escolhas informadas.

Coslogenos: conflito, defesa, batalha, coragem, agressão, vitória sobre inimigos.


Invertida: derramamento de sangue, fúria, explosão.
Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: desejos serão conquistados com


unidade e esforço coordenado. Assegure-se de que a causa seja justa.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: assim como guerreiros


treinam e tornam a treinar até que se torne instintivo o que fazem com as lanças, você
também deve treinar e aprender diariamente.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: cultive uma intuição instintiva e


dinâmica para responder a situações que se movem com rapidez e aceite a realidade do
aqui e agora. Certifique-se de possuir a habilidade de entrar e sair de uma grande
variedade de estilos de comportamento para ser capaz de responder ao meio-ambiente.
9. Aveleira (Coll/Hazel = C)
A Aveleira representa intuição, inspiração, suavidade, sabedoria direto da fonte
(origem) e ligação ancestral. É o símbolo do salmão e da essência profunda que revela
toda a verdade.

C, Coll

>-''''-<

A Aveleira

O Três vezes Três


Como se diz: câll (não câu ou cáu)
Tradução: aveleira
 Nome científico: Corylus avellana
Irlandês antigo: coll
Galês: collen
Inglês: hazel
Significados básicos: inspiração, intuição, suavidade
Classe: chefe
Cor: cron, “castanho”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Coll: carae blóesc, “amiga das cascas de noz”

Bríatharogam Con Culainn


Coll: milsem fedo, “mais doce árvore”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Coll: cáiniu fedaib, “mais bela árvore”

Comentários:

 Nos tempos antigos, um bastão de aveleira era a insígnia de um arauto. Nos contos de
Cúchulainn, um arauto é descrito como usando um broche castanho num esplêndido
manto marrom e carregando um bastão polido de aveleira. Ramos de aveleira eram
usados por rabdomantes para a localização de água ou tesouros enterrados. Como o
arauto, Coll explica, revela e torna conhecido.

Ao mesmo tempo, Coll é humilde, simples e despretensiosa. O arauto aponta para algo
maior do que ele mesmo; Coll surge vestida não em cores brilhantes, mas em modesto
castanho. A madeira da aveleira era usada para objetos de uso quotidiano, como cestos,
estacas para plantas e grades de secagem. Coll lembra a imagem da coleta de nozes em
 bosques outonais, de partir e comer as nozes doces ao redor do fogo em longos
entardeceres de inverno, os sons suaves da harpa e as palavras familiares de um conto
 bem conhecido. Sem dúvida, algumas tradições ligam Coll a Brighid, guardiã da lareira.

Recorra a Coll para guiá-lo rumo às doçuras da vida: doces nozes, água doce, música
suave, os prazeres do conhecimento e o conforto do seu próprio lar.

Sagragnos: a Inspiração. Coll é a aveleira, é inspiração, é a cintilação da idéia que salta


 para dentro da mente, é a fonte de que fluem a poesia e todas as artes. É a voz das
Musas ressoando na mente, a qual irá traduzir-se em matéria, forma física, substância
sólida, em música, canção, drama, arte, estruturas, edifícios, instrumentos científicos,
deduções filosóficas, ritos e rituais religiosas, crenças e religiões, qualquer coisa surgida
da inspirada mão da humanidade. É a meditação, embora não primordialmente as
 premeditadas técnicas para silenciar as muitas vozes da mente, ou para aprender a
concentrar-se num item em particular, simples ou complexo, como fruto da meditação,
não importando quais métodos e técnicas sejam empregadas como sementes desse fruto.
Coll é o aspecto da divinação que é a aurora da percepção sobre a realidade, para que
 possamos trilhar nossos próprios caminhos produtivamente, saltando, correndo,
andando à toa, dançando com criatividade, buscando com qualidade uma realidade
inspirada. Como toda fonte de conhecimento e percepção, a inspiração pede avaliação
equilibrada e consciência consciente.

Coslogenos: refexão, contemplação, auto-avaliação, paz, meditação. Invertida: retorno


às raízes, olhar para o passado, ir às origens.
Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: sua habilidade em poesia, divinação


e meditação permite que você inspire outros a aumentarem suas capacidades nessas
artes. O exemplo é o melhor professor.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: permita às reações da sua


intuição trazerem idéias à superfície. Torne-se um catalisador para essas idéias.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: siga sua intuição para a fonte, você será
 premiado com sabedoria e sua alma ressoará com poesia.
10. Macieira (Quert/Apple = Q)
A Macieira é uma árvore muito cultuada nos tempos antigos, está ligada ao Outro
Mundo, o Ramo de Prata, Manannán e Avalon, a Ilha das Maçãs. Representa a
inspiração, o amor, a paixão e arrebatamento.

Q, Quert (Cert, Ceirt)

>-'''''-<

A Macieira - A Árvore da Eternidade

Como se diz: qüért (quert), kyert (ceirt), kert (cert)


Tradução: trapo, farrapo (ceirt), arbusto (cert)
 Nome científico: gênero Malus, família Rosaceae, com diversas espécies
Irlandês antigo: uball, “maçã”
Galês: afal, “macieira”, perth, “arbusto”
Inglês: apple
Significados básicos: escolha, inspiração
Classe: arbusto
Cor: quiar, “cor de rato” (marrom acinzentado claro)
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Quert: bríg anduini, “substância da pessoa sem valor”

Bríatharogam Con Culainn


Quert: dígu fethail, “andrajos”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Quert: cliathar baiscill, “abrigo de um lunático”

Comentários:

A macieira silvestre original era uma árvore pequena com uma casca de tonalidade
castanha clara. Sua fruta, amarga se comparada à maçã híbrida cultivada, era usada,
sobretudo para o fabrico de cidra alcoólica –   uma possível fonte para a associação com
a demência.

É necessário compreender que a loucura de Quert não é uma desventurada


incapacidade, mas a “divina loucura” que muitas vezes revela aos místicos ou profetas
divinamente inspirados certas verdades geralmente ocultas a nossa visão. A macieira é a
Árvore do Conhecimento que cresce na Ilha dos Abençoados. É a árvore da loucura,
mas também da sanidade, o momento em que um lunático recobra seu juízo. Ramos de
macieira, às vezes adornados com pequenos sinos, eram usados como encantamentos
 para induzir estados alterados de consciência em que o vidente poderia viajar ao outro
Mundo e retornar em segurança. Para aquele que viaja entre os mundos, quem poderia
dizer o quê é loucura e o quê é sanidade?

Quert também está associada ao amor sexual  –   talvez uma outra forma de loucura
divina. Não é raro que a macieira sustente o visco, simbolizando assim o entrelaçamento
dos princípios feminino e masculino.

Escolha Quert se estiver procurando êxtase, inspiração, os tormentos e delícias do amor


ou uma busca –  o arrebatamento da paixão em todas as suas formas.

Em O Caldeirão da Poesia, texto atribuído ao druida Amhairghin Glúingeal, lê-se o


seguinte:

Existem então duas divisões da alegria que viram o Caldeirão da Sabedoria (para cima,
 pois se diz que sua posição inicial é com a boca para baixo), isto é, a alegria divina e a
alegria humana.

 Na alegria humana, existem quatro divisões entre os sábios. Intimidade sexual; a alegria
da saúde e da prosperidade depois dos anos difíceis do estudo do ofício bárdico; a
alegria da sabedoria depois da criação harmoniosa dos poemas e a alegria do adequado
frenesi poético da trituração das claras nozes das nove aveleiras na Fonte de Segais no
reino dos Sídhe.
Sagragnos: a Beleza - Quert é a macieira, juventude e beleza, é amor, é vida eterna, é o
encanto do mundo das Fadas, é o som delicioso da harpa tocada em Tara, é o feito nobre
que os bardos cantarão para você, é a virtude não maculada, é o pulo do coração com o
sorriso da amada e o brilho dos olhos de quem você ama fazendo tudo o mais fugir da
mente, é o verde esplêndido da Ilha dos Abençoados, é felicidade que ocupa todo o
espaço, é o coração andando com passos largos em botas de sete léguas, é a floresta
verdejante sorrindo sob os tépidos raios do Sol depois da benção da chuva que dá a
vida. Embora seja um momento de grande alegria, é preciso lembrar que o ciclo de vida
continuará e a roda poderá girar. É preciso estar mentalmente (e de outras formas)
 preparado para viver com dignidade em outras fases da vida.

Coslogenos: amor, romance, ternura. Invertida: um chamado ou anseio, uma


convocação, uma tendência, um convite.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: a escolha, ainda que não seja fácil, é
necessária. Pare de protelar, você vai terminar sem nada ou ficando com um resultado
insatisfatório de cada escolha.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: muitos caminhos para o


aprendizado estão abertos para você, escolha um. Melhor ser o mestre em um do que
um especialista em nenhum.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: em sua jornada, escolha um dos Oito
Caminhos para completar. Os outros virão depois.
11. Videira (Muin/Vine = M)
A Videira ou Trepadeira é uma Fid de profecia, desejo e força. A intuição como guia, a
alegria como inspiração. O seu ensinamento é profundo.

Aicme Muine: M, Muin

>-/-<

A Videira - O Primeiro Encontro

Como se diz: mun


Tradução: pescoço, a região superior das costas, ardil, astúcia, amor, estima
 Nome científico: planta do gênero Vitis (como a videira, Vitis vinifera) e, por extensão,
qualquer planta semelhante, trepadeira ou rastejante
Irlandês antigo: finemhain
Galês: gwinwyden
Inglês: vine (refere-se à videira e a várias outras plantas semelhantes)
Significados básicos: profecia
Classe: chefe
Cor: mbracht, “variegado” (multicolorido)
Observação: a videira não é nativa da Irlanda.
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Muin: árusc n-airlig, “próverbio de matança”

Bríatharogam Con Culainn


Muin: conar gotha, “caminho da voz”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Muin: tressam fedmae, “mais forte no esforço”

Comentários:

 Na tradição céltica, as trepadeiras são honradas como as mais fortes das plantas, pois
 podem enlaçar outras plantas e submetê-las a sua vontade. A videira e a amoreira são
muito semelhantes e ambas são utilizadas para fazer vinho e cozinhar.

Para aqueles porventura familiarizados com a expressão (encontradiça em língua


inglesa) clinging vine, “trepadeira pegajosa”, significando brandura e dependência
femininas, uma trepadeira pode ser uma escolha estranha como planta que simboliza a
força viril. Para os antigos celtas, no entanto, sua capacidade para capturar e possuir
assemelhava-se à própria essência da masculinidade. No par macieira-azevinho,
simbolizando a união sexual, a fecunda macieira de raízes firmes representa o princípio
feminino, enquanto a envolvente trepadeira do azevinho representa o masculino.

Escolha Muin quando necessitar de força, especialmente quando quiser conquistar,


sobrepujar ou submeter alguma coisa. Como um boi, um exército ou a ameaçadora
imagem de uma matilha de lobos armados com lanças, Muin é uma poderosa força para
o bem ou para o mal. Se a escolher, use-a sabiamente.

Sagragnos: a Tecedura. Muin é a videira, é a tecelagem, a paciente transformação


daquilo que o passado nos deu numa vestimenta adequada para o presente e para o
futuro. As idéias que pensamos, os sentimentos de nossos corações mesclam-se em
 padrões que enfeitam brilhantemente nosso ser. Crescendo do chão daquilo que no
 passado conhecemos, regados por todas as lágrimas que derramamos e aquecidos por
todas as alegrias dos dias passados e pelos sorrisos de nossas conquistas anteriores,
cresce a vinha do nosso ser. Nossa atenção cuidadosa ajudará seu crescimento vigoroso
e firme e o amadurecimento dos cachos que nela brotarem, a colheita de nossas
realizações, um rico presente a todos os que recebermos como convidados para
saborearem a delícia da hospitalidade de nosso espírito.

Coslogenos: embriaguez, in uino ueritas (“no vinho a verdade”), um segredo escapa.


Invertida: caos, escuridão, discórdia, confusão.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:


Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: relaxe. Se, num nível profundo,
você sentir que deve agir de determinada maneira, a fim de lidar com um assunto, deixe
que a intuição o guie.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: permita que seus sentidos se


abram para acelerar o desenvolvimento interior. Aprenda a confiar neles quando estão
atuando com força, ao invés de usar constantemente a razão.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: abra os aspectos superiores de sua


consciência para que possam colher e reunir todos os sinais e presságios que você for
capaz de compreender.
12. Hera (Gort/Ivy = G)
A Hera é conhecida como a espiral do "self" ou a busca de si mesmo. Portanto, sugere
uma viagem interior e a conexão interna que possibilita o autoconhecimento e a
intensidade.

G. Gort

>-//-<

A Hera - A Segunda Colheita

Como se diz: górt


Tradução: campo, jardim
 Nome científico: Hedera helix
Irlandês antigo: edind
Galês: eiddew, “hera”, garth, “jardim”
Inglês: ivy
Significados básicos: trajeto, labirinto
Classe: chefe
Cor: gorm, “azul”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Gort: inded erc, “bom lugar para vacas”

Bríatharogam Con Culainn


Gort: sásad ile, “sustento de multidões”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Gort: milsiu féraib, “mais doce erva”

Palavras ogâmicas adicionais:


Glaisem gelta, “a pastagem mais verde”, med n -ercc, “duplicata do céu”

Comentários:

A palavra gort significa “campo verde, jardim, uma plantação de cereais ereta”, bem
como “hera” ou “madressilva”. Por isso, é associada a imagens de fecundidade e
abundância: um viçoso jardim verdejante, uma abundante colheita de grãos.
Imaginamos uma quente tarde de verão, as lavouras amadurecendo sob a luz do Sol,
enquanto borboletas sugam o néctar e o aroma da madressilva preenche o ar.

Escolha Gort como seu emblema quando desejar ligar-se aos poderes naturais de
crescimento e reprodução, quer esteja cultivando um jardim, uma fazenda, uma família,
ou seu próprio espírito.

Mesmo que você trabalhe com o poder criador e procriativo de Gort, deve ficar
consciente do lado mais escuro desse crescimento exuberante. Quando descontrolada, a
fertilidade de Gort pode criar uma selva impenetrável ao invés de um luxuriante jardim,
assim como a hera pode asfixiar e matar as árvores onde cresce e até mesmo abalar
 prédios de tijolo e pedra. Gort deve ser um lembrete de que tudo que você traz ao
mundo é sua responsabilidade. Cultive com atenção e cuidadosamente.

Sagragnos: o Tambor. Gort é a hera, o tambor. Ouça atentamente seu chamado. Reflita,
se houver tempo, sobre o caminho à frente. Assegure-se de que a ponte sob seus pés
leva em segurança à outra margem. Esteja certo de que os demais o compreendem e de
que você entende corretamente o alcance dos sentimentos deles a seu respeito e de como
estes podem flutuar e mudar dependendo das circunstâncias. Batendo está o tambor,
 batendo talvez estejam os cascos dos cavalos que correm atrás de você. Esteja pronto
 para correr na frente, se necessário, para alcançar a fortaleza, abandonando obstáculos
 passados, ou, por outro lado, para voltar-se para trás, rapidamente sacando a espada da
 bainha, para enfrentar o atacante, ou, sem dúvida, até mesmo para erguer a mão em
sinal de paz e dialogar abertamente para vencer a hostilidade. Soa o tambor do aviso. O
guerreiro treinado e alerta, o viajante atento, responderão apropriadamente de acordo
com a situação.

Coslogenos: perda de inibições, derrubar artifícios ou falsidades, turbulência, abandono.


Invertida: dependência, adesão, contar com outras pessoas.
Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: este não é o momento de ficar


sozinho. Ligue-se a outras pessoas, apresente-se.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: reconheça que o


inconsciente coletivo tem uma influência sobre você e assimile-a. Interiorize-se para
aprender mais sobre o Eu.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: ingresse na mente grupal com alegria,
auxilie os demais em sua jornada espiritual, assim como também eles o auxiliam.
Estamos todos entrelaçados como os ramos da hera, o sucesso deles é o seu e vice-
versa.
13. Junco (nGétal/Reed = nG)
O Junco aconselha uma ação imediata e ir direto ao ponto em relação ao assunto
consultado. Assemelha-se à força do Bambu. Simboliza: ordem, limpeza e harmonia.

nG, nGétal

>-///-<

O Junco - A Árvore dos Escribas

Como se diz: niétal (nGétal), kétal (cétal)


Tradução: matança, corte, lesão (nGétal), canto, encantamento cantado ou falado (cétal)
 Nome científico: Cytisus striatus (Giesta) ou Juncus effusus (Junco)
Irlandês antigo: gilcach
Galês: eithin, “junco”, gwanu, “perfurar, apunhalar”
Inglês: reed
Classe: arbusto
Significados básicos: propósito, direção, cura
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


nGétal: étiud midach, “roupagem de médicos”

Bríatharogam Con Culainn


nGétal: tosach n-échto, “início da matança”

Bríatharogam Morainn mac Moín


nGétal: lúth lego, “sustento de um médico”

Comentários:

nGédal está associada a duas plantas, a giesta (ou vassoureira, broom em inglês) e o
 junco (ou caniço, reed em inglês), que são conhecidas por suas hastes compridas e
flexíveis. Ambas são usadas para tarefas domésticas e humildes: os juncos podem ser
entrelaçados em cercados, cestos e móveis, enquanto a vassoureira, como esclarece o
 próprio nome, é usada para varrer.

O bríatharogam associa nGédal fortemente ao tratamento de doenças. É sobretudo o


símbolo do triunfo da ordem sobre a confusão. nGédal é a vassoura que varre para longe
a sujeira e a desordem, os cestos e potes que garantem que tudo tenha um lugar, o
cercado que marca os limites com clareza, o remédio que restaura o funcionamento
apropriado do corpo.

A meticulosidade pode ser vista como uma virtude pouco romântica, mas o
 bríatharogam de Cúchulainn insiste que nGédal é o começo dos feitos heróicos (a
matança ou batalha). Quando refletimos sobre o poder da desordem e do caos no
mundo, vemos que afastar ou conter essas forças pode ser considerado uma ação
heróica.

nGédal fala de reparação aos danos, recuperação da saúde, colocar em ordem a casa, os
negócios, toda a vida. Escolha-a como seu escudo quando estiver empenhado em
qualquer trabalho de cura, restauração ou recuperação.

Sagragnos: a Cura. nGédal é a giesta, saúde e cura. É banhar-se nas águas da vida, lavar
o pó e a sujeira, limpar as feridas. É purificar o templo, pôr em ordem o quarto, arrumar
a casa, física, mental, emocional e espiritualmente. É deixar-se afundar na relaxante
água quente e esfregar-se vigorosamente. É a contemplação calma, a diligente tentativa
de aprender coisas novas, o decidido esforço para compreendermos verdadeiramente
tudo que foi aprendido. Colocar em ordem, arrumar, significam que podemos descobrir
uma nova organização de nossas refeições, de nossos exercícios, de nossos períodos e
 padrões de trabalho e descanso, da mobília em nossas casas e dos conteúdos que
 preenchem nossas mentes e corações, com algum material mais velho e, talvez, menos
saudável sendo descartado. Um aspecto deste caractere é a presteza para avaliar quais de
nossas posses anteriormente valiosas (incluindo-se idéias e crenças) permanecem
 benéficas e sãs no presente e para o futuro.
Coslogenos: investigação, viagem, férias, aventuras, cura (desbloqueio de energias
estagnadas). Invertida: acumulação de forças ou recursos, movimentação de bens ou
 pessoas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: você é capaz de encontrar ordem


onde os outros encontram e criam apenas o caos. Ponha a trabalhar essa valiosa
habilidade.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: seus resultados são tão


seguros quanto as intenções com que você começou. Mantenha em vista seu objetivo.
 Não seja distraído.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: sua jornada começou, encontros


inesperados e transtornos devem ser aguardados. As habilidades com que você
sobrepuja esses problemas são tão valiosas quanto a própria viagem.
14. Espinheiro-
Negro
(Straiph/Blackthorn = Z)
O Espinheiro Negro representa mudança de percepção, provações e proteção. Simboliza
a força e o poder que está em você. Aceite o inevitável e prossiga!

Z (St, Ts, Ss), Straiph

>-////-<

O Espinheiro-Negro - A Árvore da Punição

Como se diz: stráf


Tradução: enxofre
 Nome científico: Prunus spinosa
Irlandês antigo: draighin
Galês: draenen ddu
Inglês: blackthorn
Significados básicos: luta, negação, sacrifício
Classe: chefe
Cor: sorcha, “uma cor brilhante”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Straiph: mórad rún, “aumento de segredos”

Bríatharogam Con Culainn


Straiph: saigid nél, “busca de nuvens”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Straiph: tressam rúamnai, “vermelhão mais forte”

Comentários:

O espinheiro-negro é um grande arbusto que cresce em densas moitas eriçadas de


afiados espinhos. Os retorcidos ramos não são uma madeira muito apropriada como
combustível ou para a marcenaria, embora possam ser usados como inconfundíveis
cajados ou clavas (é a madeira tradicional para o shilelagh irlandês). As bagas purpúreas
 podem ser usadas no fabrico de uma forte tinta vermelha.

Algumas das imagens associadas a Straiph nos bríatharogaim claramente se referem às


 propriedades físicas da própria planta: sua habilidade para formar uma densa cerca e o
forte corante obtido de suas bagas. Essas mesmas imagens apontam para um significado
simbólico ligado à morte, especialmente à morte em batalha. A tinta vermelha, é claro,
representa o sangue e o metal manchado de vermelho é a espada ou lança tingida de
sangue.

Há um bom elemento de sacrifício nas imagens sugeridas por Straiph. Não se trata de
morte por infortúnio, ou numa briga particular, mas de uma morte sacrificial pelo bem
do clã. Numa cultura guerreira, não haveria maior honra que um fim como esse.

Você poderia escolher Straiph como seu emblema se estiver procurando coragem para
assumir riscos e fazer sacrifícios em favor de uma pessoa, grupo, crença ou causa que
considere importante. O risco que você assumir não tem de envolver o perigo de literal
morte física. Você pode invocar Straiph sempre que quiser dar algo sem reservas, nada
esperando em troca, sem se importar com as conseqüências.

Sagragnos: o Destino. Straiph é o espinheiro-negro, o destino que somos incapazes de


evitar, que não temos o poder de impedir. O que permanece sob nosso controle é a
compreensão da natureza inflexível desse destino e nossa resposta a ele. Pode ser nosso
o conhecimento do bem e do mal, a consciência de quando não é bom insistir num
determinado curso de ação, de quando seria melhor deixarmos o barco em segurança no
 porto enquanto o ciclone atravessa o mar e de quando a honra e o dever nos chamam
 para fazer face a um inimigo invencível. Usualmente, nossa escolha é aceitar a mudança
inevitável e continuarmos, de alguma forma, com saúde, com criatividade, com
imaginação, a viver, ter sucesso, embelezar a existência dentro do novo ambiente. Entre
os aspectos inevitáveis da vida podem estar a doença, o envelhecimento e a morte.
Mesmo aqui, você pode escolher viver tão bem quanto seja possível dentro das
circunstâncias em que se encontrar. Muitas pessoas que envelhecem estão realizando
muitas coisas que, em sua juventude, podem não ter sido possíveis. O mesmo se dá em
outras circunstâncias, tais como a perda de um amor ou de um emprego. Muitas vezes, é
 possível conquistar um grande êxito dentro de condições que pareciam, à primeira vista,
devastadoras.

Coslogenos: dor, amargura, ódio, ressentimento, ciúme, uma ferida que desfigura e
envenena a alma. Invertida: ferocidade na defesa de pessoas queridas.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: mudança inesperada, planos


alterados ou arruinados. Ainda que desagradável, não há escolha. Os eventos assumem
o controle, levando você a um caminho que não poderá evitar. Tome coragem, os
 problemas devem ser enfrentados, as decisões são inevitáveis.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: sua visão negativa, agarrada


a velhos caminhos e encarando os desafios com raiva e teimosia, irá apenas tornar tudo
 pior e machucá-lo mais. Aceite as mudanças e prossiga.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: compreenda que você e sua vida
mudaram radicalmente. Entre renascido nesse novo período.
15. Sabugueiro (Ruis/Elder = R)
O Sabugueiro representa o final de um ciclo, ele nos ensina a deixar o velho partir para
trazer o novo. Suas flores facilitam o contato com as fadas, e as frutas na feitura do
vinho que promove a clarividência.

R, Ruis

>-/////-<

O Sabugueiro - A Deusa Tripla

Como se diz: rúch


Tradução: vermelho, vermelhidão
 Nome científico: Sambucus nigra
Irlandês antigo: trom
Galês: ysgawen
Inglês: elder
Significados básicos: términos, renovação, penitência
Classe: arbusto
Cor: ruadh, “ruivo, de cabelo vermelho”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Ruis: rúamnae drech, envermelhecer das faces

Bríatharogam Con Culainn


Ruis: bruth fergae, brilho de raiva

Bríatharogam Morainn mac Moín


Ruis: tindem rucci, o rubor mais intenso

Comentários:

 Numa cultura guerreira como a dos antigos celtas, a honra era o mais precioso bem de
uma pessoa. Vivendo em uma terra rude, pobre em bens materiais, a reputação pela
coragem, lealdade e honestidade poderia ser a única propriedade valiosa. Ser desonrado,
envergonhado, era a mais temível catástrofe que poderia recair sobre alguém. Em tal
cultura, Ruis, o rubor da vergonha, era um símbolo extremamente poderoso.

Há um episódio nos contos de Fionn mac Cumhaill em que este passa a noite diante de
uma fogueira de galhos de sabugueiro, atormentado pela visão de fantasmas troçadores.
Como Fionn, somos a todo momento assombrados por lembranças que nos fazem corar
de vergonha. Como Fionn, devemos enfrentar esses fantasmas se desejarmos libertar-
nos e recuperar a honra. Isso pode implicar em defrontar-se com raiva e punição severa
às mãos de alguém que prejudicamos ou ante o rigoroso julgamento de nosso próprio
acusador interior.

Você pode escolher Ruis como talismã se estiver lutando com os demônios da
vergonha, ou como um aviso para não cometer atos pelos quais tenha de se
envergonhar. Mas fique atento! Ruis é o emblema da penitência, não da vergonha.
Aceitação, reconciliação, sabedoria e inteireza aguardam-no depois de passar pelos
fogos do arrependimento. No Quarto Ramo do Mabinogion, Math, depois de punir
Gwydion e seu irmão pela violação de Goewin, diz:

- Ó homens - disse o rei -, vós obtivestes paz e tereis igualmente amizade.

Sagragnos: Ruis é o sabugueiro, Vida. A neve do inverno derrete e a vida salta do solo.
A roda do destino gira e torna a girar. A criança pequena caminha com uma bengala
rumo ao nascimento outra vez. A vibração da descoberta, a útil invenção nova, a
abençoada contribuição ao bem-estar humano adquirem outros atributos, cessam para
fortificar-se e, novamente, chega a revelação. A casa em que vivemos, nossa cidade,
este mesmo envelope de carne se desvanece atrás de nós ao avançarmos e a vida
continua. O que é eterno é o ciclo da vida, o girar da roda, a queda das folhas do ano
que passou para que, com a nova primavera, a floresta vibrante receba a vida vestida de
verde e cada colheita esteja fresca e nutritiva.

Coslogenos: maturidade por meio da experiência, satisfação, consumação, auxílio


discreto. Invertida: passado problemático, morte sem sossego, contendas, vingança
antiga.
Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: embora um aspecto de sua vida


tenha chegado ao fim, outro ciclo inicia-se agora.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: mudar o velho trará


criatividade, introduzirá novas idéias e pensamentos.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: conexões formam-se continuamente


enquanto fases de vida e experiências repetem-se sob modos diferentes que conduzem à
renovação.
16. Abeto (Ailm/Silver Fir = A)
O Abeto ou Pinheiro é uma árvore muito alta e pode ser vista a longa distância.
Associado também ao Olmo. Representa clareza, visão e amplitude. É a voz do vento
que sussurra por entre os Pinheiros.

Aicme Ailme: A, Ailm

>-+-<

Abeto - Árvore da Regeneração

Como se diz: ahl-m


Tradução: grito
 Nome científico: Abies alba
Irlandês: ghiúis
Galês: ffynidwydd
Inglês: silver fir
Significados básicos: sabedoria e visão.
Classe: arbusto
Cor: alad, “malhado” (geralmente de preto e branco)
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Ailm: tosach frecrai, início de uma resposta

Bríatharogam Con Culainn


Ailm: tosach garmae, o início da chamada

Bríatharogam Morainn mac Moín


Ailm: ardam íachta, o gemido mais alto

Comentários:

Caine ailmi ardom-peitet


Formosos são os pinheiros que fazem música para mim.

Ailm é o pinheiro. Os pinheiros estão entre as árvores mais altas. Do alto de um


 pinheiro, a vista é espetacular, estendendo-se de horizonte a horizonte. Ao avistar de
uma altura mais elevada, é possível obter uma maior compreensão do caminho que se
está viajando. Este Ogham representa a sabedoria, o sentimento de admiração e a
inspiração, o vigor da amplitude. Ser capaz de ver o horizonte também pode ter seus
inconvenientes, quando se há um vislumbre de um caminho acidentado pela frente ou a
consciência de quão pequeno é o ser humano na escala cósmica. Ele pode ser
avassalador e solitário. Simboliza o solstício de inverno.

Mensagem: euforia, entusiasmo, admiração, respeito, consciência, perspectiva, visão.


Invertida: medo, dominado, oprimido, desanimado, paralisia.

Coslogenos: inocência, frescor, iniciação, entrada em algo novo, altas aspirações,


entusiasmo. Invertida: ingenuidade, credulidade.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: nesta questão você pode ver o que
está além e o que está chegando. Você tem a percepção para ver e compreender do
 ponto em que se encontra. Use uma visão ampla e preveja o futuro.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: receba do passado e do


 presente força e cura dos quais pode extrair percepção e sabedoria para o seu futuro.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: esteja consciente do progresso em sua


 jornada espiritual.
17. Tojo (Onn/Furze = O)
O Tojo simboliza fertilidade, escolha do caminho e direções. Talvez, por sua suavidade,
essa árvore nos transmita paz e tranquilidade, que conspirando ao nosso favor.

O, Onn

>-++-<

Tojo - Árvore da Fertilidade

Como se diz: uhn


Tradução: freixo
 Nome científico: Ulex europaeus
Irlandês: aiteann
Galês: eithin
Inglês: gorse/furze
Significados básicos: movimento, rapidez e fertilidade.
Classe: chefe
Cor: odhar, “pardo”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Onn: féthem soíre “o mais suave dos artesanatos”

Bríatharogam Con Culainn


Onn: lúth fían “equipamento do bando de guerreiros”

Bríatharogam Morainn mac Moín


Onn: congnaid ech “o auxiliar dos cavalos”

Comentários:

Eloquência, a sabedoria ou a tolice. O conhecimento da poesia.

Onn é o tojo. As suas flores amarelas estão ligadas à energia solar e ao solo fecundo. O
amanhecer de um novo dia e a cura. As flores atraem as abelhas, a sua polinização é a
união do masculino e feminino, a conexão com a fertilização e a sexualidade. Como
todas as plantas espinhosas, também era associado à proteção. Simboliza o equinócio de
 primavera.

Mensagem: sexualidade, energia masculina e feminina, paixão e atração.


Invertida: perigo, complicação e situações embaraçosas.

Coslogenos: luxúria, paixão, puberdade, despertar do desejo, manter a esperança mesmo


na adversidade. Invertida: repressão, torpor, inércia.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: sua busca terminou. Aquilo que
você procura será encontrado. Prossiga rumo ao seu objetivo.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: divida o conhecimento que


você reuniu, assim como as abelhas dividem o pólen e o néctar coletados do tojo.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: há uma abundância de bênçãos em sua


viagem espiritual, não fique acumulando e estocando. Divida com os outros, você será
recompensado.
18. Urze (Úr / Heather = U)
A Urze representa a ligação com o nosso eu interior, o amor e a cura, tanto física como
espiritual. É a intensidade da terra, a umidade do solo e os seus ciclos de crescimento.

U, Úr

>+++<

Urze - O Orvalho Matinal

Como se diz: oor


Tradução: Terra, solo, argila
 Nome científico: Calluna vulgaris
Irlandês: fraoch
Galês: grug
Inglês: heather
Significados básicos: morte, cura física e espiritual
Classe: camponês
Cor: usgdha, “cor de resina”
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Úr: sílad cland "propagação das plantas"

Bríatharogam Con Culainn


Úr: forbbaid ambí "mortalha de um morto"

Bríatharogam Morainn mac Moín


Úr: úaraib adbaib "em habitações frias"

Comentários:

Conhecimento da Filosofia. Reflexão sobre Germinação e Decomposição, os ciclos do


solo.

Úr é a Urze. O rico néctar da urze é muito apreciado pelas abelhas, dizem que o mel
desta planta também era estimado pelos celtas por causa das suas propriedades
curativas. Por sua vez, eles consideravam as abelhas como mensageiras dos Antigos, as
quais podiam percorrer o caminho da luz do Sol para o mundo dos espíritos, de onde
retornavam com sabedoria, beneficiando assim os que saboreassem do seu mel.
Considerado o alimento dos Deuses. Simboliza o solstício de verão.

Mensagem: frescor, união, consumação e aceitação.


Invertida: ilusão, desejo, conflito e manipulação.

Coslogenos: união, casamento, fusão de forças, transformação, boa sorte. Invertido:


amor opressivo, perda de identidade, falta de limites.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: escute a mensagem do seu corpo. O


tempo da cura é agora. Atente aos sinais.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: não se permita ficar mais


tenso. Volte-se para dentro a fim de obter cura e alívio. Outras questões podem esperar.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: ligue o interior com o aspecto superior
de sua consciência para curar-se e ficar inteiro, construir a base para o que virá depois.
19. Choupo (Eadhadh / Aspen = E)
O Choupo é a árvore que representa determinação, prevenção de doenças e força
interior. Promove a boa comunicação e quando suas folhas se agitam, facilitam a
inspiração.

E, Eadhadh

>++++<

Choupo - A Prevenidora da Morte

Como se diz: eh-wah


Tradução: Álamo
 Nome científico: Populus tremula
Irlandês: crann creathach
Galês: aethnen
Inglês: aspen/ white poplar
Significados básicos: agitação, orientação e prevenção
Classe: arbusto
Cor: erc, "vermelho ferrugem"
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Eadhadh: commaín carat, "troca de amigos"

Bríatharogam Con Culainn


Eadhadh: bráthair bethi (?), "irmão da bétula" (?)

Bríatharogam Morainn mac Moín


Eadhadh: érgnaid fid, "árvore que discerne"

Comentários:

Conhecimento da Divinação. Orientação, depressão e julgamento.

Eadhadh é o Choupo. A árvore do Choupo tem uma relação muito estreita com o vento.
Suas folhas crescem de tal maneira que mesmo uma pequena brisa fará com que
tremam, produzindo assim um farfalhar assustador. O som do vento, ao passar por entre
as folhas, assemelha-se a um sussurro. O vento é considerado como o mensageiro ou a
voz dos Deuses. Conta-se que os bardos e os xamãs celtas faziam adivinhações ao ouvir
o ruído das folhas. A madeira da árvore do Choupo foi muitas vezes usada para se fazer
escudos, pois diziam que protegia a pessoa da morte e da doença. Este Ogham está
ligado à coragem e à defesa em batalhas. Simboliza o equinócio de outono.

Mensagem: batalha espiritual, coragem e proteção.


Invertida: medo, dúvida e agitação interior.

Coslogenos: intuição, consciência, reflexão sobre a própria vida, filosofia, descanso,


repouso, sensibilidade, empatia. Invertida: medo, timidez, arrependimento.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: qualquer que seja o desafio do


momento enfrente. Você pode resistir e vencer com determinação. Você pode curvar-se
e não quebrar.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: fortifique seus pensamentos


contra as dúvidas a respeito dos imprevistos que você deve superar. Uma atitude
 positiva prevalecerá.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: não ceda a pressões mundanas, o maior
auxílio é seu em sua jornada ao renascimento.
20. Teixo (Iodhadh / Yew = I)
O Teixo representa o conhecimento, a voz espiritual dos nossos ancestrais, a morte e o
renascimento. É considerada a árvore da imortalidade, associada a Samhain. O fim e o
começo de um novo ciclo.

I, Iodhadh

>+++++<

Teixo - Árvore da Vida e da Morte

Como se diz: ee-yoh


Tradução: desconhecido, talvez Teixo
 Nome científico: Taxus braccata
Irlandês: iúir
Galês: ywen
Inglês: yew
Significados básicos: resistência, conhecimento ancestral, tradição e renascimento.
Classe: chefe
Cor: irfind, "muito branco"
Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc


Iodhadh: caínem sen, "o mais justo dos antigos"

Bríatharogam Con Culainn


Iodhadh: lúth lobair (?), "energia do doente" (?)

Bríatharogam Morainn mac Moín


Iodhadh: sinem fedo, "árvore mais antiga"

Comentários:

O domínio da morte e do renascimento. O Conhecimento do Druidismo

Iodhadh é o Teixo, aquela que tem vida longa e é associada à imortalidade. Quando o
tronco se torna velho e oco representa a porta de entrada para o submundo ou para o
Outro Mundo. Árvore forte e de grande durabilidade, era usada para fazer arcos longos,
flechas e oghans pela facilidade de ser esculpida, além de ser considerada uma das mais
sábias e mágicas da floresta. Os irlandeses chamavam o Teixo de caixão da vinha, pois
os barris eram feitos da sua madeira e acreditava-se que suas propriedades aumentavam
os dons visionários do vinho.

Mensagem: vida longa, sabedoria que vem com a idade, transição, portal para o Outro
Mundo.
Invertida: morte, dor e estagnação.

Coslogenos: morte e términos, os ancestrais, comungar com os mortos, aprender com o


 passado, renascimento. Invertida: veneno, cólera, destruição extraordinária.

Coirí Filidechta - Os Caldeirões da Poesia:

Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: algo que foi mantido por muitos
anos e deve ser passado adiante. Deixe que se vá. Não serve mais para você.

Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: o conhecimento de que


nada dura para sempre vai trazer a tranquilidade para você neste momento.

Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: mudanças estão chegando para você.
Você tem uma tendência de experimentar as coisas e agarrar-se. Deixe que passem e
experimente apenas a mudança como uma aliada, não como uma inimiga.
Forfeda - O Quinto Aicme
Apesar dessas letras adicionais não serem encontradas em nenhuma das inscrições em
 pedra, o Auraicept na n-Éces os inclui em algumas das listas do Ogham, mas as ignora
em outras. E conforme descreve a reconstrucionista Eryn Rowan Laurie, usar o Forfeda
enriquece a nossa experiência oracular.

Forfeda (“letras adicionais”, forfid no singular) –  são o grupo de feda que formam o
Quinto Aicme do alfabeto ogâmico. Surgiram no período do irlandês antigo (entre 600-
900 d. C.), séculos depois do ápice do uso do Ogham. Acredita-se que representassem
sons ausentes do alfabeto original, talvez, as seguintes letras: é(o), ó(i), ú(i), p e ch.
(Bellouesus Isarnos)

Aicme na Forfed:
1. Ebad/Éabhadh,
2. Ór/Oir,
3. Uilenn/Uillean,
4. Pín/Iphín,
5. Emancholl/Eamhamcholl

A seguir, o significado do Forfeda realizado por Dartagnan Ávillys d’Avalon em


 parceria com o grupo de estudos Fidnemed an Síd : Ogham. Apresentamos um resumo
 prático dos significados místicos encontrados a partir deste estudo e o aprofundamento
meditativo de cada fid. (Rowena A. Seneween)

Forfeda: o trato mágico a ser desenvolvido

1. Ebad/Éabhadh:

Mergulho na profundidade, um caminho novo, mais intenso,


primordial.
  Bosque sagrado. Renascimento. Flexibilidade. Caminhos.
Direcionamento. Começo. Nutrição espiritual. Jornada mágica e/ou
espiritual. Reconhecimento. Completude. Profecia. Mensagem Divina.
Centro do Mundo. Inspiração. Sabedoria bem aplicada. Força interior.

O Álamo Branco é a mudança interior e o despertar da sabedoria. É o domínio e a


soberania sobre si mesmo. Indica uma nova jornada e novos caminhos que se abrem de
forma segura. É o começo de uma jornada mais profunda. O álamo farfalha trazendo
mensagens e sabedorias divinas, trazendo magia e inspiração. Requer busca,
discernimento, espiritualização e um olhar para a essência das coisas. Está vinculado a
Awen / Imbas e ao festival de Imbolc. O Álamo Branco é a condução ao centro de tudo,
de onde novas revelações e caminhos surgem. *Tradução: Salmão.
2. Ór/Oir:

Ouro. Fogo. Energia. Força interior. Movimento. Inteligência repentina.


Ação. “Insight”. Aplicação apenas do necessário. Prosperidade no
equilíbrio. Balanceamento. Inspiração posta em prática. É a árvore que
se nutre da água e recebe o fogo do céu (raio). É a prosperidade
realizada ao ser buscada.

O Evômino é a árvore do movimento. É a roda a girar, a atuação a partir da (do escutar


da) sabedoria, a confiança interior. É o moinho. Indica prosperidade, vitória nos
 projetos, atuação, movimento. Requer desapego, trabalho, autoconfiança e por-se em
movimento. Mas pode indicar o caos na estagnação quando a balança é desrespeitada. A
 prosperidade só se atinge na busca e na vitória das provações, em constante equilíbrio
(interno e externo). Está vinculado a Beltane e aos Sídhe. O Evômino é o movimento e
a tomada de decisões para prosperar.

3. Uilenn/Uillean:

Aparência. Colocar a tona. Questionamentos. Inquietude. Invasão.


Rapidez. Espontaneidade. Trabalho. Mudança. Olhar para si.
Regeneração. Encanto e sedução. Ramificação. São os laços
sentimentais: a amizade, família e amor.

A Madressilva é o agir no mundo, ramificar-se e prosperar, vencer as perturbações e os


desafios. Requer mudanças, agilidade e espontaneidade. Ela coloca os "termos" na mesa
e requer que você os enfrente com coerência. Requer alinhamento e autoconhecimento
(autodomínio). É preciso seguir em frente e deixar o passado no passado. Indica cura,
 purificação, renovação, mudanças, rompimento das ilusões, quebra com o passado. Mas
 pode também indicar desespero, destruição, solidão quando não bem observada.
Representa o alinhamento dos Três Caldeirões e o Destino. Está ligada ao Festival de
Lughnasadh. A Madressilva é a regeneração e a vida nova. É o segredo
e o mistério que deve ser vivido e não explicado.

4. Pín/Iphín:

Lidar com o passado: aprender a resolvê-lo. Intensificação. Doçura.


Leveza. Paz (pacificidade). Resolução. Digestão. Revelação do que está
escondido. Ser visionário. Cuidar de si. Melhorar a imunidade.
Flexibilidade. Desafio. Proteção. Compreender o passado para entender
o presente e prever o futuro. Passado. Antepassados. Sucesso. Conforto espiritual.
Liderança. Serenidade.

A Groselha é digerir, conhecer e compreender sobre o passado e sobre si mesmo; e


assim, agir com serenidade e doçura. Indica resolução, sucesso, aprendizado, conforto
espiritual e doçura. Pode também indicar o azedo e estagnação. É a cura que vai de
dentro para fora e de fora para dentro. Requer conhecimento sobre o passado,
aprendendo com ele; dedicação e serenidade, flexibilidade, resolução, atitude e
mudança. Está relacionada com a história, os Ancestrais, o Festim de Tara, a bolsa
mágica de Mananánn e a Lança de Lugh. A Groselha é o desafio da doçura.

5. Emancholl/Eamhamcholl:

Vassoura de Bruxa. Aveleira de Bruxa. Sincronia. Resoluções.


Confirmação. Reestabelecimento. Esclarecimento. Resposta. Cuidado.
Confiança. Fluidez. Calma. Completude. Conexão com o sagrado. Mar.
Viagem. Proteção. Coragem. Intensidade. Magia. Deuses.
Renascimento / Recomeço. Vida nova. Compreensão. Profundidade.
Amadurecimento. Decisões. Revelações. Cura. Esperança.

O Hammamélis é o conectar com o sagrado a partir de dentro, nos processos de cura


interior (para) e exterior. Nesse processo as verdades são reveladas e a autonomia é
reestabelecida. Para acessar os Deuses é preciso que eles habitem internamente. É a
viagem que se faz para renovação, transcendência e cura. Ao entrarmos profundamente
em nós mesmos, nos tornamos aptos a viajar para fora. Indica sucesso, revelações,
intensificação, interiorização e externalização, completude, cura espiritual e física,
 proteção, magia e transcendência. Requer compreensão, fluidez, cuidado, abnegação,
 profundidade, amadurecimento, coragem, confiança e tomada de decisões. É preciso ser
o sagrado e deixá-lo agir estando conectado a ele, em simbiose. Entretanto, pode ser
letal quando essa busca é despreparada e errônea. Está vinculado à Árvore do Mundo e
aos Deuses. Representa Samhain. O Hammamélis é a transcendência do ser.
Apêndice
Ogham

Uma inscrição encontrada em 1975 na Igreja de


Ratass , Tralee , Condado de Kerry
Ogam
( / ɒ ɡ əm / ; Irlandês moderno [oːmˠ] ou [oːəmˠ] ; Irlandês antigo : ogam [ɔɣamˠ] ) é um
alfabeto medieval adiantado usado para escrever a língua irlandesa adiantada (nas
inscrições "ortodoxas" 1º a 6º séculos AD), e depois a antiga língua irlandesa
(ogam escolástico , séculos VI a IX). Existem cerca de 400 inscrições ortodoxas
sobreviventes em monumentos de pedra em toda a Irlanda e no oeste da Grã-Bretanha;
A maior parte dos quais estão no sul de Munster. O maior número fora da Irlanda está
em Pembrokeshire, País de Gales.

A grande maioria das inscrições consiste em nomes pessoais.

De acordo com o Alto Bríatharogam Medieval, os nomes de várias árvores podem ser


atribuídos a letras individuais.

A etimologia da palavra ogam ou ogham não está clara. Uma possível origem é o


"ponto-costura" irlandês do og-úaim , referindo-se à costura feita pelo ponto de uma
arma afiada.
Oringens
Foi argumentado que as primeiras inscrições em ogham datam de cerca do século 4 dC, ,
mas James Carney acreditava que sua origem é bastante dentro do século I aC. Embora
o uso de "ogham" clássico em inscrições de pedra parece ter florescido nos séculos 5 e 6
ao redor do Mar da Irlanda , a partir da evidência fonológica é claro que o alfabeto é
anterior ao século V. Um período de escrita em madeira ou outro material perecível
antes das inscrições monumentais preservadas deve ser assumido, suficiente para a
 perda dos fonemas representados por úath ("H") e straif ("Z" na tradição do manuscrito,
mas provavelmente " F "de" SW "), gétal (representando o" NG "velar nasal na tradição
do manuscrito, mas etimologicamente provavelmente" GW "), todos os quais são
claramente parte do sistema, mas não atestados em inscrições.

Parece que o alfabeto ogham surgiu de outro script, e alguns até consideram uma mera
cifra de seu script de modelo (Düwel 1968: ressalta semelhança com  cifras de runas
germânicas). O maior número de estudiosos favorece o alfabeto latino como este
modelo, embora o Elder Futhark e até mesmo o alfabeto grego tenham seus apoiantes.
[11] A origem rúnica explicaria elegantemente a presença de letras "H" e "Z" não
utilizadas em irlandês, bem como a presença de variantes vocálicas e consonânticas "U"
versus "W", desconhecidas para a escrita latina e perdidas em grego (digamma). O
alfabeto latino é o principal candidato, principalmente porque sua influência no período
requerido (4º século) é mais facilmente estabelecida, sendo amplamente utilizada na
românia romana vizinha, enquanto as runas no século 4 não eram muito difundidas
mesmo na Europa continental .

 Na Irlanda e no País de Gales, a linguagem das inscrições monumentais de pedra é


denominada irlandês primitivo. A transição para o antigo irlandês, a língua das
 primeiras fontes no alfabeto latino, ocorre em cerca do século VI. Uma vez que as
inscrições de ogham consistem quase exclusivamente em nomes pessoais e marcas que
indicam possivelmente a propriedade da terra, a informação linguística que pode ser
vislumbrada do período irlandês primitivo é principalmente restrita aos
desenvolvimentos fonológicos.
Teorias de origem

Fol. 170r do Livro de Ballymote (1390), o Auraicept na n-Éces explicando o script


ogham

Existem duas principais escolas de pensamento entre os estudiosos quanto à motivação


 para a criação de ogham. Estudiosos como Carney e MacNeill sugeriram que ogham foi
criado pela primeira vez como um alfabeto críptico, projetado pelos irlandeses para não
ser entendido por aqueles com conhecimento do alfabeto latino. Nesta escola de
 pensamento, afirma-se que o alfabeto foi criado por eruditos ou druidas irlandeses por
razões políticas, militares ou religiosas para fornecer meios secretos de comunicação em
oposição às autoridades da Grã-Bretanha romana. O romano, que então governou a
vizinha Grã-Bretanha do sul, representou uma ameaça muito real de invasão à Irlanda,
que pode ter agido como um impulso para a criação do alfabeto. Alternativamente, em
séculos posteriores, quando a ameaça de invasão tinha recuado e os irlandeses eles
mesmos estavam invadindo as partes ocidentais da Grã-Bretanha, o desejo de manter as
comunicações secretas de romanos ou britânicos romanizados ainda teria incentivado.
Com ogham bilíngue e inscrições latinas no País de Gales, no entanto, supõe-se que o
ogham poderia ser facilmente decodificado por qualquer pessoa no mundo pós-romano.

A segunda escola de pensamento principal, apresentada por estudiosos como McManus


é que ogham foi inventado pelas primeiras comunidades cristãs no início da Irlanda, por
desejo de ter um alfabeto exclusivo para escrever mensagens curtas e inscrições na
língua irlandesa. O argumento é que os sons dos irlandeses primitivos foram
considerados difíceis de transcrever para o alfabeto latino, então a invenção de um
alfabeto separado foi considerada apropriada. Uma possível origem desse tipo, tal como
sugerido por McManus (1991: 41), é a comunidade cristã primitiva que já existiu na
Irlanda em torno de 400 dC, o mais recente, cuja existência é comprovada pela missão
de Palladius pelo Papa Celestine I em AD 431.

Uma variação é que o alfabeto foi inventado pela primeira vez, por qualquer motivo,
nos assentamentos irlandeses do século IV no oeste do  País de Gales, após o contato e o
casamento entre romanos com romanos com conhecimento do alfabeto latino. Na
verdade, várias pedras de ogham no País de Gales são bilíngües, contendo  latino
irlandês e britânico, testemunhando os contatos internacionais que levaram à existência
de algumas dessas pedras.

Uma terceira teoria apresentada pelo notável erudito RAS Macalister foi influente ao
mesmo tempo, mas encontra pouco favor com os estudiosos hoje. Macalister acreditava
que ogham foi primeiro inventado na Gália cisalpina em torno de 600 aC pelos druidas
gaulenses como um sistema secreto de sinais de mão e foi inspirado por uma forma da
corrente do alfabeto grego no norte da Itália na época. De acordo com essa teoria, o
alfabeto foi transmitido em forma oral ou apenas em madeira, até que finalmente foi
 posto em forma escrita sobre inscrições de pedra na Irlanda cristã primitiva. Mais tarde,
os estudiosos estão em grande parte unidos na rejeição desta teoria, no entanto,
 principalmente porque um estudo detalhado das letras mostra que elas foram criadas
especificamente para os primíopes irlandeses dos primeiros séculos AD. Os supostos
links com a forma do alfabeto grego proposto por Macalister também podem ser
refutados.

A teoria de Macalister dos sinais de mão ou dedo como fonte para ogham é um reflexo
do fato de que o signatário consiste em quatro grupos de cinco letras, com uma
seqüência de traços de um a cinco. Uma teoria popular entre os estudiosos modernos é
que as formas das letras derivam dos vários sistemas de  marcação numérica existentes
na época. Esta teoria foi sugerida pela primeira vez pelos estudiosos  Rudolf Thurneysen
e Joseph Vendryes , que propuseram que o script ogham foi inspirado por um sistema
de contagem pré-existente baseado nos números cinco e vinte, que foi então adaptado a
uma forma de alfabeto pelos primeiros ogamistas .

Contos lendários
De acordo com o Lebor Gabála Érenn do século XI,  o Auraicept na n-Éces do século
 XIV e outros folclores irlandeses medievais, ogham foi primeiro inventado logo após a
queda da Torre de Babel, juntamente com a língua gaélica, pelo lendário Scythian rei
Fenians Farsa. De acordo com o Auraicept, Fenius viajou da Scythia juntamente com
Goídel mac Ethéoir, Íar mac Nema e um séquito de 72 estudiosos. Chegaram à planície
de Shinar para estudar as línguas confusas na torre de Nimrod (a Torre de Babel). Ao
descobrir que já haviam sido dispersos, Fenius enviou seus estudiosos para estudá-los,
ficando na torre, coordenando o esforço. Depois de dez anos, as investigações foram
completas, e Fenius criou em Bérla tóbaide "a língua selecionada", tirando o melhor de
cada uma das línguas confusas, que ele chamou de Goídelc, Goidelic, depois de Goídel
Mac Ethéoir. Ele também criou extensões de Goídelc, chamado Bérla Féne, depois de si
mesmo, Íarmberla, depois de Íar mac Nema e outros, e  Beithe-luis-nuin (o ogham)
como um sistema de escrita perfeito para suas línguas. Os nomes que ele deu às cartas
foram os dos seus 25 melhores estudiosos. Alternativamente, o Ogam Tract credita
Ogma mac Elathan (Ogmios) com a invenção do roteiro. Ogma era hábil na fala e na
 poesia, e criou o sistema para os aprendizes, com exclusão dos rústicos e dos tolos. A
 primeira mensagem escrita em ogam foi sete b em um vidoeiro, enviado como um aviso
 para Lug mac Elathan , o que significa: "sua esposa será levada sete vezes para o outro
mundo, a menos que o bétula proteja-a". Por esta razão, a letra b é chamada a ser
nomeada após o vidoeiro, e Em Lebor Ogaim continua a dizer a tradição de que todas as
letras foram nomeadas após as árvores, uma reivindicação também referida pelo
Auraicept como uma alternativa à nomeação depois de Fenius 'discípulos.
Alfabeto: o Beith-Luis-Nin
Em termos estritos, a palavra ogham refere-se apenas à forma de letras ou de roteiro,
enquanto as próprias letras são conhecidas coletivamente como o  Beith-luis-nin após os
nomes das letras das primeiras letras (da mesma maneira que o derivado "Alfabeto"
moderno do grego alfa e beta). O fato de que a ordem das letras é de fato o BLFSN
levou o erudito Macalister a propor que a ordem das letras fosse originalmente BLNFS.
Isto foi para se encaixar em suas próprias teorias que ligaram o  Beith-luis-nin a uma
forma da corrente do alfabeto grego no norte da Itália nos séculos VI e VI aC. No
entanto, não há evidências para as teorias de Macalister, e eles já foram descontados por
estudiosos posteriores. Na verdade, existem outras explicações para o nome de  Beith-
luis-nin . Uma explicação é que a palavra nin que literalmente significa "um ramo
 bifurcado" também foi usada regularmente para significar uma carta escrita em geral.
 Beith-luis-nin poderia, portanto, significar simplesmente "letras Beith-luis". A outra
explicação é que Beith-luis-nin é uma contração conveniente das primeiras cinco letras,
assim: Beith-LVS-nin.

O alfabeto ogham originalmente consistia de vinte caracteres distintos ( feda), dispostos


em quatro séries aicmí  (plural de aicme "family", compare aett ). Cada aicme recebeu o
nome de seu primeiro personagem ( Aicme Beithe, Aicme hÚatha, Aicme Muine, Aicme
 Ailme, "Grupo B", "Grupo H", "Grupo M", "Grupo A"). Cinco cartas adicionais foram
 posteriormente introduzidas (principalmente na tradição manuscrita), a chamada
 forfeda.

The ogam airenach, closeup da página acima indicada.


O Ogam Tract também oferece uma variedade de cerca de 100 variantes ou modos
secretos de escrever ogham (92 no Livro de Ballymote), por exemplo, o "shield ogham"
(ogam airenach, n. 73). Mesmo o Futhark Menino é apresentado como uma espécie de
"Viking ogham" (n. 91, 92).

Os quatro primários são, com suas transcrições na tradição manuscrita e seus nomes de
acordo com a tradição do manuscrito em Irlandeses velhos normalizados, seguidos
 pelos seus valores sonoros primitivos irlandeses e seu nome original presumido em
Primitive Irish nos casos em que a etimologia do nome é conhecida:
As vinte letras padrão do alfabeto Ogham e os cinco forfeda. A caixa à esquerda mostra
as consoantes e a caixa à direita mostra as vogais (ambas não  IPA). A letra denominada
 IA (Ifín) anteriormente tinha o valor de p. Uma letra adicional (secundária) p é mostrada
como 26º caractere ( peith). Esta é a escrita vertical de Ogham; na forma horizontal, o
lado direito ficaria para baixo.

• Traçados do lado direito / descendente


1. B beith [b] ( * betwi-s )
2. L luis [l] ( * lubsti-)
3. F medo [w] ( * wernā )
4. S saille [s] ( * salik-s )
5.  N nuin [n]
• Ciclos esquerdo / ascendente
1. H úath [j] ( * osato- )
2. D duir    [d] ( * darek-s )
3. T tinne [t]
4. C coll  [k] ( * koslas )
5. Q ceirt [kʷ] ( * kʷer [x] tā )
• Across / pendicular strokes
1. M muin [m]
2. G gort [ɡ] ( * gorto-s )
3.  NG gétal [ɡʷ] ( * gʷēdtlo- )
4. Z straif  [sw] ou [ts] ?
5. R ruis [r] ( * rudsti )
• Entalhes (vogais)
1. Um ailm [a]
2. O onn [o] ( * osno- )
3. U úr   [u]
4. E edad  [e]
5. I idad  [i]
Uma carta para p está visivelmente ausente, uma vez que o  fonema foi perdido no
Proto-Celta, e a lacuna não foi preenchida no Q-Celtic, e não era necessário nenhum
sinal de empréstimo de latino contendo p em irlandês ( por exemplo, Patrick). Por outro
lado, há uma carta para o labiovelar q ( ᚊ  ceirt) , um fonema perdido em Old Irish. O
alfabeto base é, portanto, concebido para Proto-Q-Celtic. Das cinco letras  forfeda ou
suplementares, apenas o primeiro, ébad  , aparece regularmente nas inscrições, mas
 principalmente com o valor K (McManus, § 5.3, 1991). Os outros, com exceção da
emancipação, possuem no máximo apenas uma certa inscrição "ortodoxa" (ver abaixo)
cada uma. [22] Devido ao seu uso prático limitado, os últimos ogamistas transformaram
as letras suplementares em uma série de diptongos, mudando completamente os valores
 para pín e emancipar.  Isso significava que o alfabeto era mais uma vez sem uma letra
 para o som P, forçando a invenção da letra peithboc (soft 'B'), que aparece apenas nos
manuscritos.

• EA ébad 
• OI
• UI uillenn
• P, mais tarde IO pín (mais tarde iphín)
• X ou Ch (como no lago), mais tarde AE emancipar.

Nomes de letras
Artigo principal: Bríatharogam

Os nomes das letras são interpretados como nomes de árvores ou arbustos na tradição
manuscrita, tanto no Auraicept na n-Éces ('The Scholars' Primer ') quanto em Lebor
Ogaim (' The Ogam Tract '). Eles foram discutidos pela primeira vez nos tempos
modernos por Ruaidhrí Ó Flaithbheartaigh (1685), que os tomou no valor nominal. O
 próprio Auraicept está ciente de que nem todos os nomes são nomes de árvores
conhecidos, dizendo: "Agora, todos esses são nomes de madeira, como são encontrados
no Ogham Book of Woods, e não são derivados de homens", admitindo que "algumas
dessas árvores não são conhecido hoje ”. O Auraicept dá uma breve frase ou kenning
 para cada letra, conhecida como Bríatharogam , que tradicionalmente acompanhou cada
letra, e um brilho adicional explicando seus significados e identificando a árvore ou
 planta ligada a cada letra. Apenas cinco das vinte letras primárias têm nomes de árvores
que o Auraicept considera compreensíveis sem mais gloses, nomeadamente beith
"birch", medo "alder", saille "willow", duir  "oak" e coll  "hazel". Todos os outros nomes
devem ser ignorados ou "traduzidos". De acordo com o principal estudioso moderno de
ogham, Damian McManus, a idéia "Tree Alphabet" data do período irlandês antigo
(digamos, século X), mas post-datas do período irlandês primitivo ou, pelo menos, o
tempo em que as letras eram originalmente nomeadas. Sua origem provavelmente deve-
se a que as próprias letras sejam chamadas de "árvores" de  feda, ou nin "galhos de
 bifurcação", devido à sua forma. Uma vez que algumas das letras foram, de fato, com o
nome de árvores, a interpretação surgiu de que eles eram chamados de  feda por causa
disso. Alguns dos outros nomes das cartas caíram fora de uso como palavras
independentes e, portanto, eram livres para serem reivindicadas como nomes de árvores
"velhas gaélicas", enquanto outros (como ruis, úath ou gort ) eram reinterpretados mais
ou menos vigorosamente como epítetos de árvores pelos glosters medievais. McManus
(1991, §3.15) discute possíveis etimologias de todos os nomes das letras e, assim como
os cinco mencionados acima, ele acrescenta outro nome definitivo da árvore: onn "ash"
(o Auraicept erroneamente tem furze). McManus (1988,  p.116)  também acredita que o
nome de Idad  é provavelmente uma forma artificial de Iubhar  ou yew, como os
kennings apoiam esse significado e admite que  Ailm possa significar "pinheiro", como
 parece ser usado para significar que em um poema do século VIII. [24] Assim, de vinte
nomes de letras, apenas oito no máximo são os nomes das árvores. Os outros nomes têm
uma variedade de significados, que são apresentados na lista abaixo.

Ogham letters
 Aicme Beithe  Aicme Muine

 ᚁ  Beith
 ᚋ  Muin

 ᚂ  Luis  ᚌ  Gort


 ᚃ  Fearn  ᚍ  nGéadal
 ᚄ Vela  ᚎ Straif
 ᚅ  Nion  ᚏ Ruis
 Aicme hÚatha  Aicme Ailme

 ᚆ  Uath
 ᚐ  Ailm

 ᚇ  Dair  ᚑ  Onn


 ᚈ  Tinne  ᚒ  Úr
 ᚉ Coll  ᚓ Eadhadh
 ᚊ Ceirt  ᚔ Iodhadh
 Forfeda

 ᚕ  Éabhadh
 ᚖ  Ou
 ᚗ  Uilleann
 ᚘ  Ifín  ᚚ  Peith
 ᚙ Eamhancholl
• Beith, Old Beithe irlandês significa “ birch -tree", afim de Bedwels do meio
Welsh. Latin betula é considerado um empréstimo do cognado gaulês.
• Luis, o velho irlandês Luis está relacionado com luise "blaze" ou lus "erva". A
tradição arbórea tem caerthe e “rowan ".
• Fearn, Old Irish Fern significa "alder -tree", Primitivo irlandês * wernā, de
modo que o valor original da carta era [w] .
• Sail, Old Irish Sail significa "willow -tree", conhecido pelo Latin Salix .
• Nion, Old Irish Nin significa "fork" ou "loft". A tradição arbórea tem uinnius
“cenoura”.
• Uath, Old Irish O uath significa uath "horror, medo", a tradição arbórea tem
"espinho branco“. A etimologia original do nome e o valor da carta, porém, não
estão claros. McManus (1986) sugeriu um valor [y]. Peter Schrijver (ver
McManus 1991: 37) sugeriu que, se o "medo" é cognato com o  pavere latino,
um vestígio de PIE * p poderia ter sobrevivido em irlandeses primitivos, mas
não há evidências independentes para isso.
• Dair, Old Irish Dair significa “carvalho“ (PIE * doru-).
• Tinne, Old Irish Tinne da evidência dos kennings significa "barra de metal,
lingote“. A tradição arbórea tem cuile e "holly".
• Coll, Old Irish Coll significava "hazel -tree", cognado com Welsh collen,
corretamente esboçado como cainfidh "fair-wood" ("avelã") pela interpretação
arbórea. O corol    latino ou corilo é cognato.
• Ceirt, Old Irish Cert é conhecido com Welsh  perth "bush", quercus latino
"carvalho" (PIE * perkwos ). Foi confundido com o "trapo" do ceirt  irlandês
antigo, refletido nos kennings. O Auraicept brilha aball    "apple".
• Muin, Old Irish Muin: os kennings conectam este nome a três palavras
diferentes, muin "pescoço, parte superior das costas", muin "wile, ruse" e muin
"amor, estima". A tradição arbórea tem finemhain “vine“.
• Gort, Old Irish Gort significa "campo" (cognate to garden). A tradição arbórea
tem edind “ivy“.
• nGéadal , o antigo Gétal irlandês dos kennings tem um significado de "matar",
talvez pertença a gonid  " slays ", de PIE gwen- . O valor da letra em Primitive
Irish, então, era um laboratório labiovelar, [ɡʷ] . A tradição arbórea  glacha
cilcach, “vassoura“ ou ”samambaia“.
• Straif , , Old Irish Straiph significa "enxofre". O valor da letra Primitiva irlandesa
é incerto, pode ter sido uma sibilidade diferente de s, que é tomada por vela,
talvez um reflexo de / st / ou / sw //. A tradição arborícola glosa draighin
“blackthorn”.
• Ruis, Old Ruis irlandês significa "vermelho" ou "vermelhidão", lustrado como
"ancião".
• Ailm, Old Ailm irlandês é de significado incerto, possivelmente "pinheiro". O
Auraicept tem Crand Giuis. i. ochtach , " fir -tree" ou " pinetree ".
• Onn, Old Irish Onn significa “ash-tree ", embora o Auraicept brilhe ayer 
"furze".
• Úr, Old Irish Úr, com base nos kennings, significa "terra, argila, solo". O
Auraicept brilha "heath fraech".
• Eadhadh, idade irlandesa antiga de significado desconhecido. O Auraicept
 brilha crand fir no crithach "test-tree ou aspen"
• Iodhadh, Old Irish Idad é de significado incerto, mas provavelmente é uma
forma de ibhar "yew", que é o significado que lhe é dado na tradição arbórea.
Da forfeda, quatro são ignoradas pelo Auraicept:

• Eabhadh, Ebhadh irlandês antigo com crithach "aspen";


• Ór, "ouro" (do aurum latino); A tradição arbórea tem feorus no edind ,  "árvore
de fuso ou hera”.
• Uilleann, Uileand irlandês antigo "cotovelo"; A tradição arbórea tem edleand 
"madressilva“.
• Pín, mais tarde Ifín, Iphalia irlandesa velha com spinan não ispin "groselha ou
espinho".

A quinta carta é Emancholl, que significa “gêmeo de avelã”.

Corpus
Artigo principal: inscrições de Ogham

Pedra de Ogham da Ilha de Man mostrando o centro do centro. O texto lê


BIVAIDONAS MAQI MUCOI CUNAVA [LI], ou em inglês, "De Bivaidonas, filho da
tribo Cunava [li]".

Inscrições monumentais de ogham são encontradas na Irlanda e no  País de Gales, com


alguns espécimes adicionais encontrados no sudoeste da Inglaterra (Devon e Cornwall),
na Ilha de Man e na Escócia , incluindo Shetland e um exemplo de Silchester na
Inglaterra. Eles eram principalmente empregados como marcadores territoriais e
memoriais (pedras graves). A pedra que comemora Vortiporius, um rei do século 6 de
Dyfed (originalmente localizado em Clynderwen ), é a única inscrição em pedra ogam
que tem o nome de um indivíduo identificável. O idioma das inscrições é
 predominantemente irlandês primitivo, além dos poucos exemplos na Escócia, como a
 pedra Lunnasting, que registra fragmentos do que provavelmente é a  língua pictish.
Os exemplos mais antigos são pedras em pé, onde o roteiro foi esculpido na borda
(droim ou faobhar   ) da pedra, que formou a linha contra a qual os personagens
individuais são cortados. O texto dessas inscrições "Orthodox Ogham" é lido a partir do
lado inferior esquerdo de uma pedra, continuando para cima ao longo da borda, através
do topo e do lado direito (no caso de inscrições longas). Aproximadamente 380
inscrições são conhecidas no total (um número, aliás, muito próximo ao número de
inscrições conhecidas no Futhark Elder contemporâneo), dos quais a maior
concentração, de longe, é encontrada na província irlandesa do sudoeste de  Munster.
Mais de um terço do total é encontrado no condado de Kerry sozinho, mais densamente
no antigo reino do Corcu Duibne.

As inscrições posteriores são conhecidas como "escolástica", e são pós-século 6 na data.


O termo "escolástico" deriva do fato de que as inscrições acreditam terem sido
inspiradas pelas fontes do manuscrito, em vez de serem continuações da tradição do
monumento original. Ao contrário do ogham ortodoxo, algumas inscrições mediæval
apresentam todos os cinco Forfeda. As inscrições escolares são escritas em troncos
cortados na face da pedra, em vez de ao longo de sua borda. Ogham também foi
ocasionalmente usado para anotações em manuscritos até o século XVI. Uma inscrição
moderna de ogham é encontrada em uma lápide datando de 1802 em Ahenny,  County
Tipperary.

 Na Escócia, são conhecidas várias inscrições que utilizam o sistema de escrita de
Ogham, mas sua língua ainda é objeto de debate. Foram argumentados por Richard Cox
em The Language of Ogham Inscriptions na Escócia  (1999) que a linguagem destes são
os nórdicos antigos, mas outros ainda não foram convencidos por esta análise e
consideram as pedras como sendo Pictish de origem. No entanto, devido à falta de
conhecimento sobre os Picts, as inscrições permanecem indecifráveis, seu idioma
 possivelmente não sendo indo-europeu. As inscrições pictish são escolares, e acredita-se
que foram inspiradas pela tradição manuscrita trazida para a Escócia pelos colonos
gaélicos.

Um exemplo raro de uma pedra cristã de Ogham pode ser visto na  Igreja Colegiada de
St. Mary, em Gowran, no condado de Kilkenny.

Usos não monumentais


Artigo principal: Scholastic ogham

Além de usar para inscrições monumentais, as evidências das primeiras sagas e


legendas irlandesas indicam que ogham foi usado para mensagens curtas em madeira ou
metal, seja para retransmitir mensagens ou para denotar a propriedade do objeto
inscrito. Algumas dessas mensagens parecem ter sido de natureza enigmática e algumas
também foram para fins mágicos. Além disso, há evidências de fontes como  In Lebor
Ogaim , ou o Ogham Tract  , que ogham pode ter sido usado para manter registros ou
listas, como genealogias e números numéricos de transações de propriedade e negócios.
Também há evidências de que ogham pode ter sido usado como um sistema de sinais de
dedo ou mão.
 Nos séculos posteriores, quando ogam deixou de ser usado como um alfabeto prático,
manteve seu lugar na aprendizagem dos estudiosos e poetas gaélicos como base da
gramática e das regras da poesia. Na verdade, até os tempos modernos, o alfabeto latino
no gaélico continuava sendo ensinado usando nomes de letras emprestados do  Beith-
 Luis-Nin, juntamente com a associação medieval de cada letra com uma árvore
diferente.

Unicode
Artigo principal: Ogham (bloco Unicode)

Ogham foi adicionado ao Padrão Unicode em setembro de 1999 com o lançamento da


versão 3.0.

A ortografia dos nomes fornecidos é uma padronização datada de 1997, usada no


Padrão Unicode e no padrão irlandês 434: 1999.

O bloco Unicode para ogham é U + 1680-U + 169F.

Ogham [1] [2]


Gráfico de códigos do consórcio Unicode oficial (PDF)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 UMA B C D E F

U + 168x      ᚁ  ᚂ  ᚃ  ᚄ  ᚅ  ᚆ  ᚇ  ᚈ  ᚉ  ᚊ  ᚋ  ᚌ   ᚍ   ᚎ   ᚏ

U + 169x  ᚐ   ᚑ  ᚒ  ᚓ  ᚔ  ᚕ  ᚖ  ᚗ  ᚘ  ᚙ  ᚚ ᚛  ᚜
Notas
^ A partir do Unicode versão 10.0
^ As áreas cinzentas indicam pontos de código não atribuídos
Neopaganismo
Modern New Age e Neopagan se aproximam de ogham em grande parte derivam das
teorias agora desacreditadas de Robert Graves em seu livro The White Goddess Neste
trabalho, Graves tomou sua inspiração das teorias do estudioso de Ogham RAS
Macalister (veja acima) e elaborou-os muito mais. Graves propôs que o alfabeto ogham
codificasse um conjunto de crenças originárias do Oriente Médio nos tempos da  Idade
da Pedra, relativas às cerimônias que cercam o culto da deusa da Lua nas suas várias
formas. O argumento de Graves é extremamente complexo, mas, em essência, ele
argumenta que os hebreus, os gregos e os celtas foram todos influenciados por um povo
originário do mar Egeu, chamado  povo do mar"  pelos egípcios, que se espalharam pela
Europa no 2º. Milênio aC, levando suas crenças religiosas com eles. Em alguns estágios
iniciais, esses ensinamentos foram codificados em forma de alfabeto pelos poetas para
transmitir sua adoração à deusa (como a musa e a inspiração de todos os poetas) de
forma secreta, compreensível apenas para iniciar. Eventualmente, através dos druidas da
Gália, esse conhecimento foi transmitido aos poetas do início da Irlanda e do País de
Gales. Graves, portanto, examinou a tradição do Alphabet Tree em torno de ogham e
explorou o folclore da árvore de cada um dos nomes das cartas, propondo que a ordem
das letras formasse um antigo "calendário sazonal da magia da árvore". [29] Embora suas
teorias tenham sido desconsideradas por estudiosos modernos (incluindo o próprio
Macalister, com quem Graves corresponde), foram ocupados pelo entusiasmo pelo
movimento neopagan. Além disso, Graves seguiu a ordem BLNFS das letras de Ogham
apresentadas por Macalister (ver acima), com o resultado de que isso foi assumido pelos
escritores New Age e Neopagan como a ordem "correta" das cartas, apesar da rejeição
 por estudiosos .

O uso principal de ogham pelos druidas modernos, os neo-pagãos é para fins de


adivinhação. A adivinhação usando símbolos de ogham é mencionada em Tochmarc
 Étaíne, um conto no ciclo mitológico irlandês. Na história, o druida Dalan leva quatro
varinhas de teixo e escreve letras de ogham sobre elas. Então ele usa as ferramentas para
a adivinhação. O conto não explica mais como as varas são manipuladas ou
interpretadas. Outro método requer um pano marcado com Finn's Window. Uma pessoa
seleciona algumas varas aleatoriamente, joga-as sobre o pano, e depois olha para os
símbolos e para onde eles caíram.

Os significados divinatórios são geralmente baseados na árvore ogham, em vez dos


kennings do Bríatharogam. Cada letra está associada a uma árvore ou a outra planta, e
os significados dela são derivados. O livro de Robert Graves The White Goddess tem
sido uma grande influência na atribuição de significados divinatórios para ogham.
Alguns reconstrucionistas de maneiras druidas usam os cantos de Briatharogam como
 base para significados divinatórios na adivinhação de Ogham. Os três conjuntos de
kennings podem ser separados em grupos do passado-presente-futuro ou da terra-mar-
céu em tais sistemas, mas outras estruturas de organização também são usadas.
 Em Lebor Ogaim

Fol. 170r do Livro de Ballymote, variantes de ogham, nr. 43 ( sluagogam) para nr. 77
( sigla).

Em Lebor Ogaim ("The Book of Ogams"), também conhecido como Ogam Tract, é


um tratado antigo irlandês sobre o alfabeto ogham. É preservado em RIA MS 23 P 12
308-314 (AD 1390), TCD H.3.18, 26.1-35.28 (AD 1511) e Biblioteca Nacional da
Irlanda MS G53 1-22 (século XVII) e fragmentos na British Library Add. 4783. Não
tem um título nos manuscritos, mas é mencionado no  Auraicept na n-Éces (2813f.)
Como amal isber em leapar ogaim, de onde o título comumente usado. O Ogham Tract
é independente do Auraicept, e é a nossa principal fonte para o  Bríatharogaim.

O Ogam Tract também oferece uma variedade de cerca de 100 "escalas" de variantes ou
modos secretos de escrever ogham (92 no Livro de Ballymote), por exemplo, o "shield
ogham" (ogam airenach, n. 73). Mesmo o Futhark Menino é apresentado como "Viking
ogham" (n. ° 91, 92). Algumas delas são listas de palavras com base no alfabeto, e
algumas parecem envolver um sistema numérico de contagem. No entanto, são
simplesmente variações nas formas de escrever o alfabeto. Eles são examinados quanto
ao significado deles por Macalister (1937) e por McManus (§7.11, 1991).

O treinamento do poeta ou arquivo gaélico envolveu aprender cento e cinquenta


variedades de ogham - cinquenta em cada um dos três primeiros anos de estudo, e é
claro que a maioria dessas são as variedades dadas em The Ogam Tract (McManus §
7.13, 1991). Macalister os vê como evidência da natureza enigmática de Ogham e,
como exemplos sérios de como o alfabeto foi usado para comunicação secreta. De
acordo com McManus, no entanto, os benefícios práticos dos alfabetos não são tão
claros. A palavra lista, pelo menos, pode ter proporcionado acesso a um extenso
vocabulário classificado de forma conveniente, mas estes são apenas um pequeno
número do total, e ele considera o resto como nada mais do que o resultado do fascínio
da mente medieval com crípticos alfabetos. No entanto, algumas das variedades indicam
um possível uso como registros e contas de propriedades ou negócios, e pode ser que as
muitas variedades crípticas tenham sido consideradas dignas de estudo em si mesmas
como forma de treinar a mente no uso de palavras e conceitos.

Conteúdo

• 1 lista de palavras
• 2 Alfabetos diversos
• 3 variedades Cryptic
• 4 Referências

Lista de palavras

Uma série de listas de palavras, onde cada letra tem uma palavra que acompanha, estão
incluídas no trato. Macalister considerou que estes eram usados para falar em código,
enquanto McManus os via ser simplesmente uma maneira útil de fazer listas para fins
de classificação. A seguir, alguns exemplos são:

Enogam / Bird-ogam: besan 'faisão', lachu 'pato', faelinn 'gull', seg  'hawk', naescu


'snipe', hadaig    'night raven' ?, droen 'wren', truith 'starling', querc ' galinha, mintan
'titmouse', géis 'cisne', ngeigh 'ganso', stmólach 'tordo', rócnat   'pequena torre',
aidhircleog  'lapwing', odoroscrach 'scrat' ?, uiseog  'lark', ela 'swan' illait  'eaglet' ".

Dathogam / Color-ogam: bán 'white', liath 'gray', flann 'red', sodath 'fine-colored',


necht    'clear', huath 'terrible', dub 'black', temen 'dark grey', cron 'brown', quiar  'mouse-
colored', mbracht  'variegado', gorm 'blue', nglas 'green', sorcha 'bright', ruadh
'vermelho', alad   'piebald', odhar  'dun', usgdha ' resinous ' , erc 'vermelho',
irfind  'muito
 branco'.

Ogam tirda / Agricultural ogam: biail  'ax', loman 'rope', fidba 'hedge-bill', srathar 


'pack-sela', nasc 'ring', huartan ?, dabach 'barril', tal  'adze', carr  ' waggon ',' fagot  ',
machad  ?, gat  ' com ', ngend    ' wedge ', sust  ' flail ', rusc ' basket ', arathar    ' arado ',
ord  ' hammer ', usca ' heather-brush ', epit  ' Billhook ', indefinir  ' bigorna '.

Ogam Uisceach / Water Ogam: "Rivulet para o grupo B, com um rivulet para B, cinco
 para N; Weir para o grupo H, um rio, dois, três, quatro, cinco barris (para B, L, F, S, N
); Rio para o grupo M, um rio, dois, três, quatro, cinco rios (H, D, T, C, Q); Poço para o
grupo A, um poço, dois, três, quatro, cinco poços (para A, O, U, E, I). Esta lista parece
envolver contagem ou contagem e, portanto, pode ter sido usada de alguma forma como
registro de propriedade.

Conogam / Dog Ogham: "Watch-dog para o grupo B, um cachorro-relógio, dois, três,


quatro, cinco cães-relógio (para B, L, F, S, N); Greyhound para o grupo H, um galgo,
dois , três, quatro, cinco galgos (para H, D, T, C, Q); O cão do rebanho para o grupo M,
um cachorro do rebanho, dois, três etc. Lapdog para o grupo A, um lapdog, dois, etc.
"Esta lista também possui um elemento numérico.

Bo-ogam / Cow Ogham: "Vaca Milch para o grupo B, uma vaca leiteira, duas, três, etc.
Stripper para o grupo H, um stripper, dois, etc.; Novilha de três anos para o grupo M;
Bezerra de um ano para o grupo A. “Esta lista também parece envolver o sistema de
contagem e, portanto, foi usado como registro da propriedade do gado”.  (A "stripper" é
uma vaca no final da lactação, dando pouco leite.)

Danogam / Art-ogam: "meios de subsistência", "pilotagem" de luamnacht  , "poesia",


"artesanato" de sairsi , notaireacht    'notary work', H-airchetul    'poesia trisílabica ',
"feitiçaria" de druidheacht  , tornadura de torneira, cruitireacht    'harping', quislenacht  '
 fluting  ', milaideacht  ' soldiering  ', gaibneacht  'smithwork', ngibae 'modelagem',
 sreghuindeacht  'deer-stalking', ronnaireacht  'dispensing', airigeacht  'sovereignty',
ogmoracht  'harvesting', umaideacht   'brasswork ', emaireacht  ' fowling ', iascaireacht no
ibroracht  ' pesca ou trabalho de madeira de teixo '.

 Alfabetos variados

O trato também contém uma série de alfabetos que realizam uma variedade de usos.
Alguns destes são os seguintes:

Macogam / Boy ogam: esta é uma técnica para adivinhar o sexo do feto. O nome da
mulher grávida "é dividido a menos que ela tenha uma criança anteriormente. Se, no
entanto ela tiver uma criança antes, é o nome da criança que está dividido lá, e se
houver uma carta, é um menino. seja um número par, seria uma filha que nascerá dessa
gravidez”. Isso parece significar que um nome com um número ímpar de letras prediz
um menino, um número par de uma menina.

Cossogam / Foot-ogam: descreve uma maneira de assinar ogham usando os dedos


contra a perna. "Os dedos da mão sobre a espinha dorsal para as letras e colocá-las à
direita da espinha dorsal para o grupo B. Para a esquerda para o grupo H. Acelere a
espinha dorsal para o grupo M. Em frente ao grupo A, a saber, um dedo para a primeira
letra do grupo, dois para a segunda carta, até chegar cinco para a quinta carta de
qualquer grupo."

Sronogam / Nose-ogam: Isto é o mesmo que o foot-ogam, exceto que o nariz é usado
em vez da perna. “Os dedos das mãos sobre o nariz viz, similiter para a direita e para a
esquerda, em frente, através”.

Basogam / palma da mão ogam: manus aliam percutit lignorum. Ou seja, "palma da
mão golpeia várias vezes a madeira". Nenhum outro detalhe é dado.

Preencha um muine / Head in Bush: isso envolve a escrita de uma carta para se
colocar em todo o nome da letra no início de uma palavra, quando possível, por
exemplo, para escrever simplesmente CLE para certle ou 'bola de discussão'.

Preencha o dedo muine / Cabeça sob o arbusto: Este é o oposto do acima, onde a
letra está dentro do nome no final de uma palavra, por exemplo, MAELR para  Maelruis
Variedades crípticas

Os seguintes são alguns dos exemplos mais interessantes das variedades de ogham
crípticas (numeração conforme Calder):

No. 1 Escada Aradach Fionn / Fionn : Nesta variedade, cada letra tem sua própria
haste vertical. Esta forma de Ogham inspirou a teoria de que Ogham foi primeiro
inventado como um meio de notação musical. De acordo com Sean O'Boyle em seu
livro 'Ogam: The Poet's Secret', a escada de Fionn poderia ser usada como uma notação
de dedilhado, uma tabulação para guiar a mão do jogador pelo alcance da harpa. O caso
de O'Boyle foi examinado do ponto de vista musicológico por Máire Egan (1983).
Embora seja certo que Ogham foi projetado pela primeira vez como um sistema de
escrita e não para gravar música; ainda é possível que Ogham pudesse ter sido usado
 para a notação musical após sua invenção. No entanto, de acordo com Egan, a falta de
evidência de como exatamente a arpa irlandesa tradicional foi tocada significa que o
caso não pode ser provado de uma forma ou de outra.

runogam na fian , o "ogham secreto dos guerreiros"

No. 11 Runogam na fian / Secret ogam of warriors

No. 14 Ogam Bricrenn / Ogham of Bricrenn Isto segue o principal de um ponto


para B. dois pontos para L ... três pontos para F e assim por diante até 20 pontos
para I.
Uma breve composição aparece neste sistema bastante laborioso. Macalister não podia
fazer nem cabeça nem cauda dele, e declarou que era um antigo fragmento de sabedoria
druídica. No entanto, Meroney reexaminou o verso e descobriu que era uma canção
sobre um poeta que lamentava sua fraca escolha de bebida acessível!

• Uisge slébi ním sása


• coibche gon gére n-gnúsa
• deoc daim duinn techtas blusar 
• bes lúsar gen go lúsa
• ‘A água da montanha não me satisfaz
• Uma benção que me faz puxar um rosto irônico
• Beba de um veado marrom que sopra
• Talvez goste, mas eu não‘.

Este alfabeto tem o nome de Briciu, o poeta satírico no tribunal do rei do Ulster,
Conchubar Mac Neasa, famoso por sua língua perversa e habilidade em fomentar
 problemas.
As consoantes do alfabeto ogham (não-  IPA).

As vogais do alfabeto ogham (não- IPA). Nota: Esta é a escrita vertical de ogham. Na


forma horizontal, o lado direito ficaria para baixo.

No. 17 Ogam adlenfid / Letter Rack Ogham: Esta variedade envolve uma única
 pontuação contra a linha do tronco na maneira do aicme apropriado, com tantos golpes
horizontais no final dele quanto necessário para a letra. É muito parecido com o não. 51,
exceto que os traços são colocados no final da pontuação.

No. 19 Crad Cride Ecis / Angústia do Coração de um Poeta : Esta variedade


envolve uma figura retangular colocada contra a haste da maneira apropriada para o
aicme, com tantas pontuações projetadas de seu topo quanto necessário para a letra. É
difícil ver o que torna este alfabeto mais uma causa de angústia do que muitos dos
outros, mas pelo menos o nome mostra que um senso de humor está em operação.

No. 23 Foraicimib 7 Deachaib / Extra Grupos e sílabas : Bacht, lact, fect, sect, nect;
huath, drong, tect, caect, quiar ,; maei, gaeth, ngael, strmrect, rect; ai, ong, ur, eng, ing 
. Estas são listas suplementares de sílabas que o Oghamist teve que aprender como parte
de seu treinamento gramatical. Vários dos alfabetos são listas desse tipo.

No. 32 Ogam Dedanach / Final Ogham: A última letra do nome (da carta) é escrita
em vez da letra, ou seja, E para B, S para L, N para F, L para S, N para N e assim por
diante. Esta é uma forma do alfabeto destinado a ser usado como um código.

Não. Cend ar Nuaill / Head on Proscription: A última carta de cada grupo é escrita
 para a primeira letra e a primeira letra de cada grupo para a última carta, ou seja, N para
B e B para N, e todas as cartas para os seus companheiros em todo o grupo, ou seja, L
 para S e S para L e assim por diante. Muitos dos alfabetos são variações neste tema de
troca do valor das letras ao redor.
No. 35 Ogam Buaidir Foranna / Ogham de Uproar of Anger: Para o Grupo B, a
 primeira letra do grupo, ou seja, B, uma a cinco vezes por cada uma das letras; Para o
Grupo H, a segunda letra do grupo, ou seja, D, uma a cinco vezes por cada uma das
letras, e assim por diante. Talvez o nome intrigante deste alfabeto derive da frustração
do leitor tentando dar sentido a qualquer coisa escrita nele!

No. 40 Brec Mor / Great Dotting: esta variedade envolve uma única pontuação contra
o stemline da maneira apropriada para o aicme, seguido por tantos pontos menos um,
 pois há pontuações necessárias para a letra, por exemplo, a letra F tem uma pontuação
abaixo o stemline, seguido por dois pontos.

No. 51 Ogam Dedad / Ogham of Dedu: Esta variedade envolve uma única pontuação
contra o stemline da maneira apropriada para o aicme com tantas linhas horizontais
curtas que ficam para fora do lado direito, pois há pontuações necessárias para a letra. É
muito semelhante ao nº 17, exceto que as linhas são colocadas no centro da pontuação.
O Dedu (Clanna Dedad) é outro nome para o Érainn, o agrupamento tribal que deu seu
nome à Irlanda.

No. 63 Ogam Erimon / Ogham de Erimon: Nesta variedade existem ângulos ou


formas "V", contra a haste da maneira apropriada para o aicme, com uma colocada
sobre uma outra de uma a cinco, conforme necessário. Este alfabeto tem o nome de
Erimon, filho de Mil, líder dos Milesianos. Ele foi o primeiro rei a governar toda a
Irlanda após a chegada dos Milesianos, e foi considerado o antepassado do povo
gaélico.

No. 64 Ogam Snaithi Snimach / Ogham de fio interwoven: Nesta variedade, em


vez de traços, há formas 'X', com uma colocada sobre uma outra de um a cinco de
forma semelhante ao símbolo da Emancholl forfid  .

No. 66 Nathair fria Fraech / Snake através de Heather: Neste alfabeto é desenhada
uma linha ondulada que tece acima e abaixo das letras como uma cobra.

ogam airenach , o "escudo ogham"

No. 73 Ogam Airenach / Shield Ogham:

 Rothogam roigni roscadhaig , a "roda ogham de Roigne Roscadach”.


No. 74 Rothogam Roigni Roscadhaig / Roda Ogham de Roigne Roscadach : O
nome de Roigne Roscadach significa 'Retórica Choicest', então novamente há um link
com a
 poesia. Este ogham parece uma roda ou escudo de madeira, com a letra c repetida para
se parecer com mandris ou cavilhas.

No. 75 Fege Find / Fionn's Window: Esta variedade tem a novidade de organizar as
letras de forma atrativa em uma série de círculos. A palavra fege também significa que
um farol usado para segurar uma casa. Talvez o alfabeto seja chamado a invocar a
imagem de uma casa circular da Idade do Ferro. O alfabeto tem o nome do grande
guerreiro gaélico da lenda Fionn mac Cumhaill .

 Fege finn "Finn's Window"


No. 76 Traig Sruth Ferchertne / Strand Córrego de Ferchertne: Desta vez, as letras
estão dispostas em uma série de quadrados. Ferchertne era um famoso poeta mítico da
antiga Irlanda que simbolizava a excelência da arte do poeta. Ele foi creditado com a
escrita de parte do guia do acadêmico sobre poesia. De acordo com Óhgáin, tão bons
eram os poderes poéticos de Ferchertne que se dizia que "os lagos e os rios se drenam
diante dele quando ele satirises, e eles se levantam quando os elogia". Talvez isso
explique o nome 'Strand Stream', que também pode ser lido como 'Ebb Stream de
Ferchertne'.

No. 83 Traig Sruth Ferchertne / Strand Córrego de Ferchertne: Este alfabeto tem o
mesmo nome que o No. 76 acima e é seguido por um versículo dirigido a Nere, o juiz
 por excelência dos poetas irlandeses. McManus fornece a seguinte tradução do irlandês
original que é muito obscuro:

• “Ó esplêndido famoso julgando Nere,


• Se você trata de Ogham puro,
• Posso nomear-me diretamente em palavras rápidas
• Toda variação desconhecida de Ogham,
• Do qual você pergunta em questões adequadas.
• Para você é uma luminária multi-qualificada
• Dos três vezes mais variados Oghams
• Definido no momento do estudo primário”.
No. 88 Ogam Cuidechtach / Company Ogam: Esta é uma lista de palavras
semelhante à das aves, cores etc. Assim:
Bachlaid    (Sacerdotes), Laichesa (Heroines), Fianna (Warriors),
Senada (Sínodos), Noeim (Saints) e assim por diante. É uma pena que o autor não tenha
ultrapassado as cinco primeiras letras, pois teria sido interessante ver o que toda a lista
parecia.

ogam lochlannach , o "ogham escandinavo" (Futhark)

No. 91 Ogam Lochlannach / Ogam

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