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Delmiro Mathula Jeremias Leo Malôa

Avaliação dos Métodos de quebra de dormência em sementes de Malambe


(Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratórios)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2020
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Delmiro Mathula Jeremias Leo Malôa

Avaliação dos Métodos de quebra de dormência em sementes de Malambe

Monografia Científica a ser apresentada no


Departamento de Ciências Naturais e Matemática,
Curso de Biologia como requisito para obtenção do
grau académico de Licenciatura em ensino de
Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratório
de Biologia.

Supervisor MSc. Virgílio Carménia Cossa.

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2020
II

Índice

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ........................................................................IV

ÍNDICE DE TABELA .............................................................................................................. V

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................VI

DECLARAÇÃO DE HONRA ............................................................................................... VII

DEDICATÓRIA .................................................................................................................... VIII

Muito obrigado! ..................................................................................................................... VIII

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................IX

Resumo ...................................................................................................................................... X

Introdução ................................................................................................................................. 10

1.1. Justificativa .................................................................................................................... 11

1.2. Problema: ....................................................................................................................... 12

1.3. Objectivos: ..................................................................................................................... 12

1.3.1. Geral: .................................................................................................................. 12

1.3.2. Específicos: ......................................................................................................... 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 13

2.1. A espécie ........................................................................................................................ 13

2.2. Germinação das sementes .............................................................................................. 14

2.3. Dormência das sementes ................................................................................................ 14

2.3.1. Causas da dormência .......................................................................................... 15

1.3.3. Quebra de dormência ............................................................................................. 16

1.4. Recipientes e substratos ............................................................................................. 17

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 19

2.1. Variáveis medidas .......................................................................................................... 19


III

2.2. Comportamento ...................................................................................................... 19

2.3. Percentagem de germinação ................................................................................... 20

2.4. Índice de velocidade de germinação ...................................................................... 20

2.5. Variáveis de crescimento ........................................................................................... 20

2.5.1. Comprimento do caule ....................................................................................... 20

2.5.2. Diâmetro do caule............................................................................................... 20

2.5.3. Comprimento da folha ........................................................................................ 21

2.6. Análise estatística ...................................................................................................... 21

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 22

3.1. Métodos de superação de dormência ............................................................................. 22

3.2. Análise dos Substratos Versus Tratamentos .................................................................. 24

3.3. Variáveis Analisadas..................................................................................................... 25

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................................... 30

4.1. Conclusões: ................................................................................................................ 30

4.2. Recomendações: ........................................................................................................ 30

5. Bibliografia........................................................................................................................ 31

Apêndices ................................................................................................................................. 35
IV

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

H2SO4 - Acido sulfúrico;


IVG - Índice de velocidade de germinação;
DPG - Dias para germinação;
EM - Escarificação mecânica;
TC - Tratamento controle;
CT - Choque térmico;
A2h - Acido sulfúrico a 2 horas;
A3h - Acido sulfúrico a 3 horas;
A5h - Acido sulfúrico a 5 horas;
DC - Diâmetro do caule;
CC - Comprimento do Caule;
CF - Comprimento da folha.
V

ÍNDICE DE TABELA
Tabela 1: Análise de variância para as variáveis, dias para germinação (DPG), Índice de
velocidade de germinação (IVG), percentagem de germinação (G%), comprimento do caule
(CC), diâmetro do caule (DC) e comprimento da folha (CF). .................................................. 22

Tabela 2: Resultados médios de percentagem de Dias para germinação (DPG), Índice de


velocidade de germinação (IVG), Percentagem de germinação (G%), Comprimento do caule
(CC), Diâmetro do caule (DC) e Comprimento da folha (CF) em sementes de Adansónia
digitata submetidas a diferentes tratamentos para superar a dormência e substratos. ............. 26
VI

ÍNDICE DE FIGURAS
Ilustração 1: Ilustração da semente de Malambe, lima e medição do diâmetro do caule. ..................... 36

Ilustração 2: Ilustração das mudas de Adansónia digitata e medição do comprimento do caule. ......... 36
VII

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Delmiro Mathula Jeremias Leo Malôa, filho de Leo Jeremias e de Ania Jagaje, natural
do Niassa – Lichinga, declaro por minha honra que esta Monografia Científica é resultado da
minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia.
Declaro ainda que este trabalho científico não foi apresentado em nenhuma outra instituição
para obtenção de qualquer grau académico.

Lichinga, Fevereiro de 2020


____________________________________________
/ Delmiro Mathula Jeremias Leo Malôa /
VIII

DEDICATÓRIA

Dedico essa conquista em primeiro lugar ao Meu Pai que já não se encontra entre nos, dedico
a minha família, em especial a minha mãe Ania Jagaje pelo apoio moral, material e financeiro
nesta etapa da vida, sem desistir apesar de todas as dificuldades, aos meus irmãos que me
apoiaram ao longo dessa caminhada, aos meu colegas e amigos de turma.

Muito obrigado!
IX

AGRADECIMENTOS

A Deus por me conceder saúde e me ter proporcionado a oportunidade de poder aperfeiçoar


os meus conhecimentos;
Ao meu supervisor: MSc: Virgílio Carménia Cossa pelo tempo, paciência e dedicação a mim
dedicada para que essa conquista torna-se realidade.
Ao meu pai que já nãos esta entre nos mas que foi a chave mestra para se concretizar essa
conquista;
A minha Mãe que sempre me motivou e continua me motivando, me dando apoio na
realização dos meus sonhos.
Aos meus Irmãos: Erasmo, Clemente, Fany, Flávio, Fabrício, Margarida, Leo pelo carinho;
Aos docentes da Universidade Rovuma – Niassa, Curso de Biologia, Balduíno Aleixo, Adolfo
Pereira, Mussa Issufo, Bení Chaúque, Jeremias Chíndia, Ancha Uazir, Francelina Uarota,
Filomena Sitõe, por me concederem conhecimentos sólidos dessa área de formação;
Aos amigos pelo incentivo e por estarem sempre presentes para alegrar os meus dias;
A todos que directamente fizeram com que essa conquista fosse possível de ser alcançada.
X

Resumo

A dormência é um acontecimento essencial para a semente, que elabora um mecanismo


natural de resistência a factores externos imposto pelo meio, que podem apresentar dormência
no tegumento, dormência no embrião e, também por desequilíbrio de substâncias inibidoras
de germinação. O presente trabalho foi realizado com o objectivo de avaliar diferentes
métodos de superação de dormência em sementes de Adansónia digitada. Foram utilizadas
180 sementes provenientes do fruto de imbondeiro. Foi usado um delineamento em Blocos
Completamente Casualizados, com um esquema factorial, sendo com três substratos
(Lucheringo, Petromoc e Redonda), com seis tratamentos e três repetições. Os tratamentos
foram compostos por Tratamento Controlo, Choque térmico, Escarificação mecânica,
Escarificação química (imersão em ácido sulfúrico a 98% por 2 horas, imersão em ácido
sulfúrico a 98% por 3 horas e imersão em ácido sulfúrico a 98% por 5 horas). Foram
avaliados as seguintes variáveis: Dias para germinação (DPG), Índice de velocidade de
germinação (IVG), Percentagem de germinação (G%), Comprimento do caule (CC), Diâmetro
do caule (DC) e Comprimento da folha (CF). Os dados foram analisados no programa
estatístico SISVAR, a comparação de médias foi feito pelo teste de Tukey a 5 % de
probabilidade. Os resultados demonstraram que o tratamento por imersão em ácido sulfúrico a
98% por 5, 3, 2h e a escarificação mecânica foram o melhor método para a quebra de
dormência de sementes de A. digitata sendo que o tratamento controlo foi o que não
apresentou resultados de germinação, mostrando não ser eficiente a sua utilização sem
nenhum tratamento de quebra de dormência. Conclui-se que quanto ao efeito do substrato
versus tratamentos germinativos, na germinação e desenvolvimento de plântulas normais,
observa-se que houve interacção significativa entre os factores. Contudo todos os substratos
mostraram-se eficientes para a germinação de sementes de A. digitata.

Palavras-chave: Adansónia digitada, ácido sulfúrico, dormência, tratamento e imersao.


10

Introdução
A dormência é um acontecimento essencial para a semente, que elabora um mecanismo
natural de resistência a factores externos imposto pelo meio, que podem apresentar dormência
no tegumento, dormência no embrião e, também por desequilíbrio de substâncias inibidoras
de germinação. Nas espécies florestais nativas é comum a presença de sementes que
necessitam de quebra de dormência para que haja germinação, mesmo em condições
ambientais aparentemente favoráveis (BEWLEY & BLACK, 1994).

A dormência é um processo que distribui a germinação no tempo como resultado da estratégia


evolutiva das espécies para garantir que algumas encontrem condições ambientais favoráveis
para desenvolver plantas adultas, bloqueando a germinação sob condições favoráveis
imediatas em diferentes graus dentro de uma população, protegendo as sementes da
deterioração e sendo superada ao longo do tempo e sob condições naturais de clima ou de
alterações climáticas. (BINCHETTI, 1989).

Caracteriza-se pela incapacidade de germinação de sementes mesmo quando são expostas a


condições ambientais favoráveis, ocorrendo de forma primária, quando já está presente nas
sementes colhidas, e de forma secundária, quando é causada por alterações fisiológicas
provocadas por exposição a condições desfavoráveis à germinação após a colheita (VIEIRA;
FERNADES, 1997).

A dormência impede a germinação, mas é uma adaptação para a sobrevivência das espécies a
longo prazo, pois geralmente faz com que as sementes mantenham-se viáveis por maior
período de tempo, sendo quebrada em situações especiais. Para o silvicultor, a dormência
tanto pode servir para manter as sementes por longos períodos, como pode ser um empecilho
à germinação, impedindo-a ou tornando-a irregular e, como consequência, dificultando a
produção de mudas por via sexuada. (KRAMER E KOSLOWSKI,1972).

Portanto, a dormência das sementes é um recurso utilizado pelas plantas para germinarem na
estação mais propícia ao seu desenvolvimento, buscando através disto a perpetuação da
espécie (VIEIRA; FERNADES, 1997). Entretanto, em muitos casos, é necessário acelerar e
uniformizar a germinação de sementes, sendo normalmente utilizados vários métodos, a
exemplo da escarificação mecânica e imersão em água quente por tempo variável
(AZEREDO; ALCANTRA; ANDRADE; CUNHA, 2003). Para muitas espécies, a
escarificação química tem sido necessária na superação da dormência, enquanto, para outras,
11

a imersão em água quente tem sido muito eficiente (AZEREDO; ALCANTRA; ANDRADE;
CUNHA, 2003).

Para fins de cultivo, a dormência tegumentar pode ser superada através da imersão em água
fria ou quente durante vários minutos, escarificação mecânica ao cortar ou perfurar
cuidadosamente o tegumento da semente ou ainda por meio da escarificação química,
procedimento que consiste na degradação do tegumento com o uso de ácidos e bases fortes
(BRASIL, 2009).

O substrato tem a função de suprir a água nas sementes e proporcionar condições adequadas à
germinação delas e ao posterior desenvolvimento das plântulas (FIGLIOLIA et al., 1993),
devendo manter uma proporção adequada entre a disponibilidade de água e a aeração e,
assim, evitar a formação de uma película aquosa sobre a semente, que impede a penetração de
oxigénio (POPINIGIS, 1985) e contribui para a proliferação de patógenos. Ao escolher um
substrato, alguns aspectos devem ser considerados, como o tamanho da semente, a exigência
com relação à água e à luz, a facilidade que ele oferece durante a instalação, a realização das
contagens e a avaliação das plântulas (BRASIL, 2009).

1.1. Justificativa
Frente a necessidade urgente da reposição da vegetação nativa ou recuperação de áreas
desmatadas, a compreensão da biologia reprodutivo (modo como as espécies se reproduzem
no natureza) das essências nativas (espécies da flora Moçambicana) se tornou de fundamental
importância, para que esta recomposição florestal possa ser feita de forma racional. Dentre os
vários factores a serem estudados, existe um em especial que atinge directamente a produção
de mudas, que é o processo de dormência das sementes.

A carência urgente da reposição da vegetação nativa, devido ao grande número de


desmatamento, e em consequência a degradação ambiental, busca se métodos viáveis de
aceleração do processo germinativo de sementes nativas, que venham atender principalmente
o aspecto económico-financeiro, levando sempre em consideração as quantidades, que
geralmente são grandes e, de variadas espécies a serem implantadas.
12

1.2. Problema:

 Quais são os métodos mais eficientes na quebra de dormência em sementes de A.


digitata?

1.3. Objectivos:
1.3.1. Geral:

 Avaliar diferentes métodos de superação de dormência em sementes de Adansónia


digitada.

1.3.2. Específicos:

 Identificar o método mais eficiente na quebra de dormência em sementes de A.


digitata;
 Testar diferentes substratos para germinação de sementes de A. digitata;
 Comparar as médias das variáveis Dias para germinação, índice de velocidade de
germinação, percentagem de germinação, diâmetro do caule e comprimento do caule.
13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. A espécie

Malambe ou imbondeiro (Adansónia digitata L.) como também é conhecido,


pertencente à família Bombacácea, é uma árvore nativa das savanas africanas, podendo
chegar até 20 m de altura. É tolerante a altas temperaturas (40-42°C), existindo em áreas
extremamente secas, sendo considerada árvore-reservatório, chegando a armazenar mais de
4000 litros de água que é utilizada pela população em países da África. É uma árvore de
grande porte e possui fibras esponjosas no caule, as quais armazenam água para períodos de
seca (GRUENWALD & GALIZIA, 2005). Apresenta elevado valor medicinal devido suas
propriedades imune estimulantes, anti-inflamatórios, analgésicas, dentre outras (KAMATOU
et al., 2011). É uma árvore que tem valor alimentício em várias partes que a compõe, seja nos
seus frutos, folhas ou sementes, com elevado teor de vitamina C (TOMÁS, 2008).

Suas sementes são recobertas por uma polpa com aspecto farináceo que endurece ao final do
processo de maturação, tornando o tegumento dessas sementes impermeável a água (TOMÁS,
2008). Essa impermeabilidade do tegumento a água é um fenómeno conhecido como
dormência, que é caracterizado pela interrupção do processo de germinação das sementes.
Essa dormência é responsável por manter as sementes de várias espécies viáveis por muito
tempo no solo, sendo um mecanismo utilizado pelas sementes para controle da germinação. A
impermeabilidade do tegumento a água é um tipo de dormência muito frequente, encontrado
em espécies das famílias Fabaceae, Cannaceae, Malvaceae, Solanaceae (CARVALHO &
NAKAGAWA, 2000).

No continente Africano verifica-se o seu uso na alimentação, onde folhas, flores, frutos e
sementes, assim como as raízes tenras da planta jovem, são utilizadas como ingredientes
comuns em tradicionais pratos em áreas rurais e urbanas (KAMATOU et al., 2011), já o
tronco e os ramos são utilizados na fabricação de pasta de papel e tecidos, constituindo-se
portanto, em uma importante fonte de renda (TOMÁS, 2008).

Nos últimos anos, os produtos de consumo derivados do óleo das sementes e da polpa do
fruto vêm sendo exportados para a Europa e mercados dos Estados Unidos e com isso a
demanda por esses produtos tendem a aumentar (GRUENWALD & GALIZIA, 2005).
14

A propagação do Malambe na Savana Africana ocorre basicamente por meio da reprodução


natural via sementes, onde os animais se alimentam da polpa dos frutos e, consequentemente,
ingerem as sementes, que passam pelo trato digestivo dos mesmos, entrando em contacto com
os sucos gástricos que indirectamente agem na superação da dormência do tegumento, o qual
é muito duro e dificulta o processo de germinação (RIBEIRO, 2012). DANTHU et al. (1995)
mencionam que habitualmente a germinação das sementes de baobá (A. digitata) é inferior a
20% em condições naturais.

2.2. Germinação das sementes

O processo de germinação inicia com a retomada do crescimento pelo embrião das sementes,
desenvolvendo-se até o ponto em que forma uma nova planta com plenas condições de nutrir-
se por si só, tornando-se independente (KRAMER E KOZLOWSKI, 1972).

Segundo HOPPE e BRUN (2004), as sementes têm um tempo de vida que vária de espécie
para espécie e depende das condições de armazenamento. Para a produção e comercialização
de mudas é importante saber quantas sementes daquele lote ainda conservam a sua capacidade
de germinar, isto é, qual sua percentagem de germinação. Logo, conhecer e controlar os
factores ambientais permitem optimizar a quantidade, velocidade e uniformidade da
germinação e produzir mudas vigorosas de baixo custo.

A germinação ocorre a partir de uma sequência de eventos fisiológicos influenciados por


factores externos (luz, temperatura, disponibilidade de água e de oxigénio) e internos
(inibidores e promotores da germinação) às sementes, que podem actuar por si ou em
interacção com os demais factores. (KRAMER e KOZLOWSKI, 1972; NASSIF et al., 1998).

A germinação é um fenómeno biológico que pode ser considerado botanicamente como a


retomada do crescimento do eixo embrionário, com o consequente rompimento do tegumento
pela radícula. Entretanto, para técnicos de sementes, a germinação é considerada como tal,
desde que as plântulas tenham tamanho suficiente para que se possam avaliar a normalidade
de suas partes e a sua possibilidade de sobrevivência (MORAES, 2007).

2.3. Dormência das sementes

A dormência das sementes é uma estratégia adaptativa das espécies, no que se refere à
sobrevivência e perpetuação. Porém, muitas vezes é uma característica negativa para o
homem manejar e fazer as sementes germinarem (COSTA et al, 2010).
15

Dormência é um fenómeno pelo qual sementes de uma determinada espécie, mesmo sendo
viáveis e tendo todas as condições ambientais, não germinam (MARTINS, 2015).

Na maioria das vezes, a dormência é vantajosa para sobrevivência da espécie em condições


naturais, visto que distribui a germinação ao longo do tempo ou permite que a germinação
ocorra somente quando as condições forem favoráveis à sobrevivência das plântulas.
Entretanto, a dormência é, frequentemente, prejudicial às actividades de viveiro, onde se
espera que grandes quantidades de sementes germinem em curto espaço de tempo, permitindo
a produção de mudas uniformes (MEDEIROS et al., 2002).

Segundo FOWLER et al (2001), a dormência das sementes se caracteriza quando os tecidos


que as envolvem exercem um impedimento que estas não podem superar, sendo conhecida
como dormência tegumentar. Esta é a dormência mais comum, e está relacionada com a
impermeabilidade do tegumento empregando certa resistência mecânica ao crescimento do
embrião.

De acordo com FOWLER e BIANCHETTI (2000), existem duas categorias de dormências de


sementes: a dormência tegumentar ou exógena e a dormência embrionária ou endógena.

Ainda segundo os autores (ibidem), as causas desse tipo de dormência são: a) interferências na
absorção de água- as sementes apresentam um tecido osteoscleides que impede a entrada de
água e causa a dormência por longos períodos; b) impedimento mecânico - se o embrião não
consegue vencer a barreira dos tecidos que o envolve, ou não produzir, em alguns casos a
enzima manana ele não consegue germinar; c) interferências nas trocas gasosas - os tecidos
que envolvem o embrião não permite trocas gasosas, assim não permitem a entrada de
oxigénio; d) presença de inibidores - em algumas sementes, os inibidores químicos presentes
no tegumento quando a sementes fica embebida, ao invés de se dispersar, mantém o embrião
dormente.

2.3.1. Causas da dormência

2.3.1.1. Dormência Tegumentar ou exógena


a) Embrião imaturo: o embrião não se encontra completamente desenvolvido ou
fisiologicamente madura quando foi retirado da planta mãe. E quando essas sementes são
postas para germinar levam muito tempo para a sua germinação, até que o embrião sofra uma
16

transformação morfológica e anatómica completando sua diferenciação ou crescimento


(POPINIGIS, 1985).

b) Impermeabilidade a água: neste caso o tegumento impede a absorção da água, este tipo de
dormência acontece mais nas leguminosas.

c) Impedimento mecânico: vários tecidos ao redor do embrião são extremamente resistentes, e


se o embrião não consegue penetrá-los não germinará. Entretanto, em alguns casos, o embrião
produz a enzima que enfraquece o tecido resistente, superando a dormência;

d) Interferência nas trocas gasosas: os tecidos impermeáveis que circundam o embrião


limitam sua capacidade de trocas gasosas, impedindo a entrada do oxigénio, limitante à
germinação, mantendo-a dormente (POPINIGIS, 1985).

e) Presença de inibidores: foram encontrados, nas sementes de muitas espécies, inibidores


químicos de diferentes classes, localizados no tegumento e no embrião, que são retidos pela
semente embebida, ao invés de se dispersarem no meio, bloqueando a germinação. Em alguns
casos, contudo, o tegumento parece ter efeito inibidor químico mais intenso do que mecânico,
necessitando-se da lavagem das sementes para sua remoção e superação da dormência.

1.2.3.2. Dormência secundária ou embrionária


Existem dois factores envolvidos na dormência secundária: os cotilédones e as substâncias
inibidoras da germinação. A constatação disto foi feita através da corte dos cotilédones do
embrião dormente, o que permitiu que o mesmo se desenvolvesse, confirmando que os
cotilédones aparentemente exercem algum efeito inibidor da germinação sobre o eixo
embrionário. Provavelmente, o contacto dos cotilédones com o substrato húmido proporciona
a distribuição do inibidor químico para o meio, inibindo toda a semente e mantendo-a
dormente (FOWLER e BIANCHETTI, 2000).

1.3.3. Quebra de dormência

A superação da dormência tegumentar pode ocorrer através de diversos métodos: a)


escarificação ácida - as sementes são imersas em ácido sulfúrico por um determinado tempo,
que varia em função da espécie, sendo depois lavadas em água corrente e colocadas a
germinar; b) imersão das sementes em água quente – são colocadas a uma temperatura de até
80ºC, permanecendo assim por um período de tempo variável de acordo com a espécie; c)
escarificação mecânica - as sementes são submetidas à abrasão, através de cilindros rotativos
17

forrados internamente com lixa para desgastar o seu tegumento, proporcionando condições
para que estas absorvam água e iniciem o processo germinativo, (HOPPE e BRUN, 2004).

A dormência de sementes pode ser superada através de incisões superficiais no tegumento,


processo chamado de escarificação. A escarificação artificial pode ser realizada com algumas
opções de agentes escarificadores, sendo este um processo viável e eficaz. Porém, devem-se
tomar cuidados para não exceder o limite de escarificação do tegumento para não causar
danos e atrapalhar a germinação (SANTOS et al., 2004).

Um dos principais problemas que dificultam a produção de mudas de espécies florestais é a


dormência apresentada por algumas espécies, principalmente as da família das leguminosas.
Para OLIVEIRA et al. (2003), inúmeros são os tratamentos para a superação da dormência,
entre eles se destacam-se as escarificações mecânicas e química, e a imersão em água quente.

Na dormência tegumentar, a superação pode ocorrer por meio de diferentes métodos.


Entretanto, a escarificação mecânica é o mais eficiente para superar a dormência de sementes
em espécies leguminosas, a partir do desgaste do tegumento, por meio de lixa ou outro
material, permitindo a entrada de água (FOWLER e BIANCHETTI, 2000).

1.4. Recipientes e substratos


O recipiente age principalmente sobre a temperatura, aeração das raízes, humidade, luz e têm
influência sobre a conformação do sistema radicular em desenvolvimento. A escolha do
recipiente mais adequado está sujeita a diversos factores ficando, muitas vezes, na
dependência de condições locais ou relacionadas com a espécie a ser reproduzida (AGUIAR e
MELLO, 1974). Além disso, com o desenvolvimento tecnológico, muitos materiais têm sido
utilizados na fabricação de novos recipientes, com vistas a sanar algumas desvantagens
apresentadas pelos já existentes.

A utilização de recipientes na produção de mudas de diversas espécies vegetais vem sendo


empregada na maioria dos viveiros. Dentre as suas vantagens destacam-se: a) o controlo
eficaz de fungos e dermatóides; b) a possibilidade de acelerar o processo de produção de
mudas através do uso de substratos específicos; c) o bom controlo da condição nutricional das
mudas; d) a obtenção de mudas com sistema radicular bem desenvolvido, sem traumatismos e
lesões, com facilidade no transplante; e) o aumento do número de plantas por área (CASTLE
e ROUSE, 1991).
18

Ainda segundo os autores (ibidem), o recipiente pode apresentar como factor negativo a má
formação e desenvolvimento do sistema radicular, ocasionado pelo dimensionamento
incorrecto de recipientes

O volume, a altura e o diâmetro do recipiente são variáveis de acordo com a espécie. A


restrição do crescimento do sistema radicular, proporcionado pelo volume do recipiente, pode
promover o desequilíbrio na razão entre raízes e parte aérea, alterando as respostas
fisiológicas da planta (REIS et al., 1989) e repercutindo na qualidade da muda.

O recipiente age principalmente sobre a temperatura, aeração das raízes, humidade, luz e têm
influência sobre a conformação do sistema radicular em desenvolvimento (FLORIANO,
2004).

Segundo CARNEIRO (1995), o substrato é o meio que fornece o suporte para que as raízes
proliferem-se. É, portanto dele que dependerá o crescimento inicial da plântula, já que a raiz é
a ligação entre ele e a parte aérea que terá um desenvolvimento em função das suas
propriedades físicas, químicas e biológicas desde que, as condições de humidade,
temperatura, luz e vento não sejam limitantes.

O substrato influencia directamente na germinação, pois em função de sua capacidade de


retenção de água, estrutura e aeração, este afecta o fornecimento de água e de oxigénio para as
sementes e oferece o suporte físico para o desenvolvimento da plântula (FIGLIOLIA et al.,
1993).

A qualidade do substrato constitui outro factor importante na produção de mudas. Conforme


MOURÃO et al. (1998), inúmeros materiais podem ser empregados como substrato, devendo-
se levar em conta a disponibilidade, o custo e as características físico-químicas do mesmo. A
correta combinação de materiais deve garantir boas características físicas, tal como boa
drenagem e retenção de água.
19

2. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado em 2019 nos Campus da Universidade Rovuma – Lichinga,
no Laboratório de Biologia. Utilizou-se sementes de Malambe obtidas de frutos colectados no
mercando Chiuaula, sendo que as sementes permaneceram no interior dos frutos armazenados
em condições de ambiente.

As sementes após a sua extracção e posterior retirada da polpa seca foram submetidas aos
seguintes tratamentos:
a) Tratamento controle;
b) Imersão em água quente a 80º C por 24´ com posterior resfriamento em água fria a
temperatura ambiente por 24´;
c) Escarificação mecânica (raspagem da semente com lima em um ângulo oposto ao
hilo);
d) Imersão em ácido sulfúrico concentrado por 2, 3 e 5 horas.

O delineamento experimental utilizado foi completamente casualizado por blocos, com 6


tratamentos, 3 repetições com 3 substratos diferentes, sendo usadas 30 sementes para cada
tratamento, totalizando 180 sementes.

As sementes depois de passarem pelos tratamentos foram semeadas em sacos de linha, foram
utilizados seguintes substratos:
a) Terra do rio lucheringo;
b) Terra do bairro petromoc e;
c) Terra da redonda.

Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste F, e as médias foram comparadas
através do teste de Tukey, a 5% de probabilidade, com o auxílio do programa SISVAR.

2.1. Variáveis medidas

2.2. Comportamento das sementes após a sementeira

As contagens foram feitas diariamente a partir do 5o dia após a sementeira até ao 16o dia, em
cada repetição e anotado o número de sementes germinadas, em fichas de recolha de dados
respeitando os tratamentos e as respectivas repetições. Foram consideradas germinadas todas
as plântulas que emergiram do substrato e apresentaram um par de folhas cotiledóneas. Para o
cálculo desses parâmetros foram usadas as seguintes fórmulas:
20

2.3. Percentagem de germinação


A Percentagem de germinação foi calculada de acordo com a fórmula do Colégio florestal de
(IRATI, 1986):

% G = NTSG / NTSA*100 (1)

Onde:

NTSG – número total de sementes germinadas;

NTSA – número total de sementes da amostra;

2.4. Índice de velocidade de germinação


O Índice Velocidade de Germinação (IVG) foi realizado juntamente com o teste de
germinação, por meio de contagens diárias das plântulas e calculado de acordo com
(MAGUIRE 1962 citado por MATIAS 2016):

(2)

Onde:

IVG – índice de velocidade de germinação;

G1, G2, G3,Gx – número de plântulas germinadas ocorridas a cada dia;

T1, T2, T3,Tx - é o número de dias que as plântulas levaram para emergir no i-ésimo dia de
contagem.

2.5. Variáveis de crescimento

2.5.1. Comprimento do caule


Para determinar a altura das mudas em centímetro usou-se uma régua graduada, tomando
como referência a distância do colo ao meristema apical.

2.5.2. Diâmetro do caule


Há determinação do diâmetro do caule foi determinado em milímetro e foi feita com o uso de
um parquímetro digital, Para a recolha de dados do diâmetro do caule foi usado o censo.
21

2.5.3. Comprimento da folha


Para determinar o comprimento da folha das mudas em centímetro usou-se uma régua
graduada.

2.6. Análise estatística

Os dados foram submetidos ao pacote estatístico SISVAR desenvolvido por Ferreira (2000),
aplicando-se análise de variância, em virtude do delineamento experimental, para a
dependência entre os níveis das variáveis estudadas foi feita o teste de Tukey a 5% de
probabilidade para a compactação de médias.
22

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o experimento, os efeitos dos métodos de superação de dormência diferiram
estatisticamente entre si.

Tabela 1: Análise de variância para as variáveis, dias para germinação (DPG), Índice de
velocidade de germinação (IVG), percentagem de germinação (G%), comprimento do caule
(CC), diâmetro do caule (DC) e comprimento da folha (CF).
FV GL DPG IVG G% CC DC CF
Bloco 2 0,21ns 0,0001ns 0,12ns 0,16ns 0,64ns 0,16ns
Trat 5 5,63** 5,71** 129,38** 15,41** 15,39** 152,76**
Subs 2 0,73* 0,14** 5,18** 3,65** 2,91** 3,02**
TratxSubs 9 1,03** 0,34** 9,61** 1,52** 1,35** 2,21**
Erro 34 0,21 0,01 0,12 0,51 0,43 0,61
CV (%) 20,94 20,94 0,81 5,11 33,13 26,30 23,43
Media Geral 2,18 2,18 1,01 6,75 2,15 2,48 3,34
Onde: * = significativo a 5% de probabilidade; ** = significativo a 1% de probabilidade; ns =
não significativo.

Os resultados na tabela 1 mostram a análise de variância entre as variáveis de crescimento,


dias para germinação, índice de velocidade de germinação, percentagem de germinação,
comprimento do caule, diâmetro do caule e comprimento da folha.

Para os blocos, todas as variáveis analisadas os valores obtidos foram não significativo. Para
os tratamentos, todas as variáveis analisadas foram altamente significativo a 1% de
probabilidade. Para os substratos, apenas a vaiável dia para germinação foi significativo a 5%
de probabilidade, sendo que as de mais variáveis foram altamente significativo a 1% de
probabilidade. Para os tratamentos dentro do substrato, todas as variáveis analisadas foram
altamente significativo a 1% de probabilidade.

Quanto ao coeficiente de variação a variável índice de velocidade de germinação (IVG) teve o


menor Coeficiente de variação (CV%) com 0,81% e o comprimento do caule (CC) teve maior
Coeficiente de variação com 33,13%.

3.1. Métodos de superação de dormência


A ruptura do tegumento por meio dos métodos de superação de dormência, além de aumentar
a permeabilidade à água e gases, promove aumento da sensibilidade à luz e à temperatura,
23

actuando sobre o metabolismo das sementes e, consequentemente, sobre a germinação


(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

A germinação das sementes de Adansónia digitata, submetidas aos tratamentos para


superação da dormência aumentou, quando comparada com a testemunha, confirmando a
presença de dormência tegumentar nessas sementes. Essa dormência tegumentar causa um
bloqueio físico que não permite a embebição da semente, nem a oxigenação do embrião, que
por isso permanece dormente (TEDESCO et al., 2001).

No presente estudo ficaram evidentes esses resultados, visto que, as sementes não submetidas
a nenhum método de superação, não brotaram durante o período de estudo.

Verifica-se que o tratamento com desponte com lima na região oposta ao hilo proporcionou a
maior percentagem de sementes germinadas, apresentando resultados iguais aos tratamentos
com ácido e superiores que o tratamento com água quente.

Resultados semelhantes foram encontrados para sementes de Mimosa caesalpiniaefolia, pois


(BRUNO et al. 2001) cita que o desponte na região oposta ao eixo embrionário proporcionou
elevadas percentagens de sementes germinadas. Também MENDES et al. (2006), para
sementes de Stryphnodendron microstachyum, verificaram que a escarificação mecânica por
desponte e o substrato areia foram o melhor tratamento para a germinação das sementes.

Em conformidade com HERMANSEN et al. (2000), entre os métodos utilizados para superar
a dormência física, a escarificação mecânica é uma técnica frequentemente empregada e
constitui uma opção mais prática e segura, além de ser um método simples, de baixo custo e
eficaz para promover uma rápida e uniforme germinação. Porém, neste estudo a limaa foi
eficiente para aumentar significativamente a taxa de germinação das sementes.

O ácido foi efectivo para aumentar a percentagem de germinação. Neste caso, o tempo de
imersão de 2, 3 e 5 horas foi suficiente para o completo rompimento do tegumento das
sementes, promovendo uma escarificação imparcial das sementes de Adansónia digitata.

O tratamento com ácido sulfúrico tem sido citado por vários autores como um dos mais
promissores para superar a dormência em sementes de diversas espécies (ALCALAY &
AMARAL, 1982; EIRA et al., 1993; TORRES & SANTOS, 1994; RIBAS et al., 1996;
JELLER & PEREZ, 1999). De acordo com NASCIMENTO et al. (2009), o sucesso do
tratamento está relacionado com o tempo de exposição ao ácido e à espécie.
24

Outro método usado para a quebra de dormência física da semente é a água quente.
BIANCHETTI (1981) comenta que esse método tem a vantagem de ser prático, de baixo
custo e de fácil manuseio, sendo, portanto, recomendado para uso pelos viveiristas.

O uso da água quente não foi eficiente para aumentar a percentagem de plântulas normais
para a espécie Adansónia digitata, nesse tratamento houve ocorrência de sementes
deterioradas no final do teste.

Esses resultados podem estar relacionados com a temperatura e o período de imersão, pois tais
factores podem ter ocasionado a morte das sementes. A não eficiência da água quente (85 °C
por 60 e 30 segundos) também foi relatada por BORGES et al. (2004) em sementes de
Tachigalia multijuga Benth., nas quais não ocorreu nem a germinação nem a morte das
sementes. Todavia, mudanças nas temperaturas e no tempo de exposição das sementes podem
apresentar resultados diferenciados.

3.2. Análise dos Substratos Versus Tratamentos


Quanto ao efeito do substrato versus tratamentos pré-germinativos, na germinação e
desenvolvimento de plântulas normais, observa-se na Tabela 1 que houve interacção
significativa entre os factores. A combinação entre o tratamento com ácido sulfúrico,
posteriormente, a semeadura das sementes em substrato petromoc confirma as melhores
percentagens.

Contudo, a aplicação do tratamento com água quente e o uso de substrato Lucheringo não foi
eficiente para promover elevadas taxas de sementes germinadas. No presente estudo,
provavelmente o facto se explica devido ao tamanho das sementes, à abertura do tegumento
proporcionada pela água quente e à quantidade de água liberada pelo substrato. As
características físicas do material e, consequentemente, a distribuição das sementes,
capacidade de aeração e retenção de água podem ter influenciado de forma negativa a
germinação nesse substrato.

O substrato redonda também não foi o mais indicado para a germinação das sementes dessa
espécie, observa-se na literatura que as respostas das espécies ao substrato para germinação
são variáveis.
25

ABREU et al. (2005), estudando o efeito de diferentes substratos para a germinação de


sementes de Drimys brasiliensis, recomenda a areia para essa espécie, uma vez que ele é
indicado para todo tipo de sementes, até para as espécies mais sensíveis ao ressecamento e
que exigem um período mais prolongado para germinarem.

Para a escolha do substrato, deve-se levar em consideração algumas características, como o


tamanho das sementes, a necessidade de água e luz, a facilidade da contagem e a avaliação
das plântulas. As características do substrato, como a aeração, estrutura, capacidade de
retenção de água e infestação por patógenos, influenciam no processo germinativo, podendo
favorecer ou prejudicar a germinação das sementes.

3.3. Variáveis analisadas


O vigor das sementes de A. digitata, reflectido pelo tempo médio e índice de
velocidade de germinação das sementes, confirma a eficiência do tratamento para a superação
da dormência associado aos substratos estudados (Tabelas 1 e 2), quando comparados com os
resultados de germinação (Tabela 2).

Neste estudo, o menor tempo e a melhor velocidade de germinação também foram obtidos
quando se utilizaram a escarificação química por imersão a 2, 3 e 5 horas, e a germinação
conduzida em substratos Lucheringo, petromoc e redonda.

Verifica-se que em sementes semeadas em substrato lucheringo não houve diferença


significativa, excepto quando se utilizou o método de escarificação mecânica. Segundo
NASSIF et al. (1998), a germinação das sementes é influenciada por factores ambientais,
entre eles o substrato, o qual pode ser manipulado a fim de optimizar a percentagem,
velocidade e uniformidade de germinação, resultando na obtenção de plântulas mais vigorosas
e na redução de gastos de produção.

Para o parâmetro índice de velocidade de germinação, nota-se na Tabela 2 que a velocidade


de germinação, combinada com o do tratamento escarificação por lima e semeadas em
substratos lucheringo, não foi significativa quando comparada aos demais substratos testados.

Constatou-se que, além dos métodos de superação de dormência, os substratos testados


influenciam sensivelmente a germinação de sementes de Adansónia digitata, conforme
análise dos resultados. Provavelmente, a variação na disponibilidade de água observada neste
estudo para o substrato redonda foi prejudicial às sementes. Contudo, a capacidade de
retenção de água proporcionada pelo substrato petromoc favoreceu melhor velocidade de
26

germinação para as sementes, ressaltando que nesse substrato não foi necessário o
reumedecimento deste.

Isso indica que as sementes foram prejudicadas possivelmente pela capacidade apresentada do
substrato redonda em não reter a água. LIMA et al. (2006) relatam que a capacidade de
retenção de água de um substrato pode influenciar a velocidade de embebição da semente e,
por consequência, a germinação.

Tabela 2: Resultados médios de percentagens para: Dias para germinação (DPG), Índice de
velocidade de germinação (IVG), Percentagem de germinação (G%), Comprimento do caule
(CC), Diâmetro do caule (DC) e Comprimento da folha (CF) em sementes de Adansónia
digitata submetidas a diferentes tratamentos para superar a dormência e substratos.

Métodos de superação de dormência


Variáveis Substrato
TC CT EM A2H A3H A5H
Lucheringo 0,71bB 0,71bB 3,24aA 2,35aA 2,55aA 2,55aA
DPG Petromoc 0,71cB 2,74abA 3,54aA 2,35bA 2,55abA 2,55abA
Redonda 1,83abA 0,71bB 2,74aA 2,35aA 2,55aA 2,55aA
Lucheringo 0,00eB 0,00eB 1,43cA 2,42aA 0,91dC 1,50bC
IVG Petromoc 0,00fB 0,64dA 0,59eC 2,14aB 1,08cB 1,96bA
Redonda 0,02eA 0,00eB 0,99dB 1,55bC 1,25cA 1,63aB
Lucheringo 0,71cB 0,71cB 8,40bA 9,52aA 9,52aA 10,03aA
G% Petromoc 0,71cB 7,78bA 7,78bAB 9,52aA 8,40bB 10,03aA
Redonda 1,56cB 0,71cB 7,11bB 9,52aA 9,52aA 10,03aA
Lucheringo 0,00bA 0,00bB 2,89aA 1,96aB 2,59aA 2,32aA
CC Petromoc 0,00cA 2,26bA 1,89bA 4,08aA 2,94abA 3,41abA
Redonda 0,39bA 0,39bB 2,99aA 3,56aA 3,54aA 3,41aA
Lucheringo 0,00bA 0,00bB 2,89aA 3,09aA 3,05aA 3,15aA
DC Petromoc 0,00bA 3,18aA 3,50aA 3,20aA 3,37aA 3,47aA
Redonda 0,99bA 0,99bB 3,47aA 3,33aA 3,51aA 3,60aA
Lucheringo 0,00bA 0,00bB 4,23aA 4,67aA 4,05aA 4,40aA
CF Petromoc 0,00bA 3,86aA 4,36aA 4,68aA 4,27aA 4,97aA
Redonda 1,15bA 1,15bB 4,54aA 4,43aA 4,86aA 4,55aA
27

As Medias seguidas da mesma letra minúsculas na coluna e maiúsculas na linha não diferem
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tratamento controlo (TC), choque térmico
(CT), escarificação mecânica (EM); imersão em ácido sulfúrico concentrado por 2, 3 5 horas
(A2H, A3H E A5H).

Pode-se afirmar que tanto na percentagem final, tempo e velocidade de germinação, quanto a
qualidade fisiológica das sementes também são influenciadas pelo substrato utilizado, por isso
é fundamental estudar o efeito dos factores e sua interacção.

Os resultados (Tabela 2) mostraram que as sementes que não foram submetidas aos
tratamentos de superação de dormência apresentaram uma percentagem de emergência
semelhante à encontrada em outros tratamentos em alguns substratos (imersão em água
quente por 24´), demostrando que possivelmente as sementes já não estavam com uma
dormência tão acentuada, possivelmente causaram danos ao eixo embrionário, sendo
inferiores estatisticamente aos demais tratamentos. O facto das sementes utilizadas estarem
armazenadas por um período de um ano favoreceu uma desorganização dos sistemas de
membranas, e consequentemente proporcionou um acréscimo na permeabilidade do
tegumento. Por sua vez os tratamentos de escarificação mecânica e química (imersão em
acido sulfúrico concentrado por 2, 3 e 5 horas) foram os que proporcionaram a maior
percentagem de germinação (Tabela 2).

Esses resultados colaboram com os resultados observados por ARAUJO et al. (2014) que ao
submeterem as sementes de Adansónia digitata L. a diferentes tratamentos (imersão em água
a 80º C por 2 horas; escarificação) para a superação da dormência, verificaram que as
sementes submetidas aos tratamentos proporcionaram percentagem de emergência
significativamente superior as que não foram tratadas. O mesmo foi observado por TOMÁS
(2008) que ao submeter as sementes de baobá a diferentes concentrações (96%, 72%, 48%,
24% e 0%) de H2SO4 por diferentes tempos (2, 4, 6 e 8 horas) de imersão, verificou que as
sementes imersas em H2SO4 à 96% por 8 horas resultaram em uma percentagem de
germinação de 100%.

As sementes de Adansónia digitata imersas a água a temperatura de 80º C, não mostrou-se


mais eficiente que a escarificação mecânica para superar dormência. Divergindo com os
resultados de MARTINS-CORDER et al. (1999) na qual observaram que em sementes de
acácianegra (Acacia mearnsii De Wild.) a imersão em água à temperatura de 80 °C, mostrou-
se mais eficiente que a escarificação mecânica para superar a dormência.
28

Todos os tratamentos utilizados no experimento para quebra da dormência das sementes


foram eficazes em favorecer o amolecimento dos tegumentos, resultando em 0% de sementes
duras, enquanto as testemunhas apresentaram 97 e 100% de sementes duras, o que demonstra
a necessidade de utilização de tratamentos para quebra da dormência em sementes de A.
digitata.
O método de imersão da semente ao ácido sulfúrico a 5 horas resultou em 100 e 97% de
sementes germinadas respectivamente estes resultados não difere dos observados por
CAPELANES (1991), que indicou este tratamento como o mais eficiente na superação da
dormência e promoção da germinação de sementes desta espécie, provavelmente devido ao
maior grau de dormência das sementes utilizadas por este autor.

Parece a partir dos resultados apresentados na Tabela 2, que o número significativamente


menor de dias desde a semeadura até a emergência do plúmule foi obtido a partir dos
tratamentos de escarificação química (imersão em H2SO4 por 2, 3 e 5 horas), sem diferenças
significativas em todos os substratos, seguida do tratamento de escarificação mecânica. Vale
ressaltar que tratamento de imersão em 2, 3 e 5h deram a germinação mais precoce das
sementes em comparação com a não tratada em 90, 1 e 70, 83%, 80 e 90% e 100%
respectivamente.

O método de imersão em ácido sulfúrico concentrado a 2, 3 e 5 horas resultou em 80 e 100%


de sementes germinadas em ambos os substratos. Isso pode ser atribuído aos achados de
AMUSA (2011) em Afzelia Africana, que afirmou que a maior percentagem de germinação
atribuída ao tratamento com ácido é uma indicação de que quanto mais rapidamente a camada
de sementes é rompida, mais rápida é a taxa de germinação. Pensa-se que o ácido sulfúrico
perturba o revestimento das sementes e expõe os lúmens das células dos macrosclereídeos,
permitindo a embebição de água, o que desencadeia a germinação (NIKOLEAVE, 1977,
citado em AMUSA, 2011).

Os tratamentos com Lima (escarificação mecânica), proporcionaram uma germinação


razoável em ambos os substratos, entretanto, o tratamento com lima apresenta o inconveniente
de sua aplicação prática pela dificuldade de execução em larga escala. Além disso os
tegumentos permaneceram presos aos cotilédones das plantas. Constata-se que o
desprendimento dos cotilédones é um importante factor no desenvolvimento de plântulas
normais. Os cotilédones presos (temporária ou permanentemente) dentro dos tegumentos
tornam-se sujeitos a vários tipos de danos (BURG et al., 1994).
29

Assim os métodos que utilizam ácido sulfúrico e lima foram superiores que o demais,
levando-se em conta a eficiência e praticidade.

A percentagem insignificantemente baixa de germinação do tratamento de controlo deu um


resultado contrário àquele que seria naturalmente esperado quando comparado o de água
quente que produziu uma percentagem razoável de germinação em todos substratos como
Lucheringo, petromoc e redonda. Para o tratamento com água quente (choque térmico), teve
uma percentagem de 0, 10 e 60% nos seguintes substratos (0% substrato Lucheringo, 10% no
substrato Redonda e 60% no substrato Petromoc), A implicação disso é que o pré-tratamento
com água quente não é uma técnica adequada em sementes de Adansónia digitata e Afzelia
africana, como afirma AMUSA, (2011). Ele opinou que, sujeitar as sementes à água quente
poderia levar à morte do embrião devido ao contacto prolongado com água fervida. Isso é
contrário à visão de SAIKOU et al., (2008), que ofereceu que o pré-tratamento de sementes
de Acácia Senegal em água quente por 10 minutos, aumentava seu potencial de crescimento.

A alta percentagem de germinação e o efeito significativo do tratamento com ácido em 2, 3 e


5 horas de imersão de sementes registados neste estudo concordam com estudos anteriores
que estabeleceram que as concentrações de ácido são um factor significativo que estimula a
germinação de sementes (AMUSA, 2011 (Afzelia Africana); AWODOLA, 1994 (Parkia
biglobosa); EMERHI e NWIISUATOR, 2010 (Baillonella toxisoerma)). Segundo
ESENOWO (1991), o método mais eficaz de pré-tratamento foi a escarificação H2SO4 ou
com Lima, que gerou 70 e 98% de germinação, enquanto DANTHU et al. (1995) afirmaram
que o tratamento com concentrado o ácido sulfúrico por duas, três e a cinco horas levou à
germinação de mais de 90% das sementes dentro de dez dias da semeadura. Este estudo
também revelou que, quanto menor o tempo de imersão ou exposição das sementes a maiores
concentrações de ácido, maior a percentagem de germinação.

A percentagem insignificantemente baixa de germinação do tratamento de controlo deu um


resultado contrário àquele que seria naturalmente esperado quando comparado ao Choque
térmico que produziu uma percentagem razoável de germinação.
30

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1. Conclusões:
De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho pode concluir-se que:
 Os tratamentos por Imersão em ácido sulfúrico a 2, 3 e 5h, foram os melhores
tratamentos para a quebra de dormência de sementes de Adansónia digitata. E o
tratamento escarificação mecânica também apresentou resultados satisfatórios.

 Quanto ao efeito do substrato versus tratamentos pré-germinativos, na germinação e


desenvolvimento de plântulas normais, observa-se que houve interacção significativa
entre os factores. Contudo todos os substratos mostraram-se eficientes para a
germinação de sementes de A. digitata.
 Para os dias de germinação os diferentes tratamentos variaram de 0,71 a 3,54, o índice
de velocidade germinação para os diferentes tratamentos variaram de 0,00 a 2,42, a
percentagem de germinação variou de 0,71 a 10,03 para os diferentes tratamentos,
para o comprimento do caule variou de 0,0 a 4,08, diâmetro do caule variou de 0,0 a
3,60 e para comprimento da folha 0,0 a 4,97 para os diferentes tratamentos.

4.2. Recomendações:

 Que façam o uso dos métodos de quebra dormência para as sementes de Malambe (A.
digitata);

 Aos outros estudantes a repetir ensaio do mesmo género com outros métodos de
quebra de dormência, ou mesmo com outras espécies que apresentam o mesmo
problema da dormência;

 Recomenda-se que se faça o uso de métodos de escarificação mecânica, devido ao


baixo custo para obtenção do material.
31

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35

Apêndices
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Ilustração 1: Ilustração da semente de Malambe, lima e medição do diâmetro do caule.

Fonte: Adaptado pelo autor (2019)

Ilustração 2: Ilustração das mudas de Adansónia digitata e medição do comprimento do


caule.

Fonte: adaptado pelo autor (2019).

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