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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância


Centro de Recursos de Pemba

Construtivismo e os novos paradigmas no contexto educacional

Ernesto Martins, 708207734

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Cadeira: Didáctica do Português III
Ano de Frequência: 4ºAno
Docente: Tomé Jorge Binda

Pemba, Abril 2023


Classificação
Categoria Indicadores Padrões Pontuaçã Nota Subtotal
o máxima do tutor
Capa 0,5
Índice 0,5
Aspectos Introdução 0,5
Estrutura organizacio Discussão 0,5
nais Conclusão 0,5
Bibliografia 0,5
Contextualização (indicação
clara do problema) 1
Descrição dos Objectivos 1
Introdução
Metodologia adequada ao
objecto de estudo 2
Articulação e domínio do
Conteúdo
discurso académico
(expressão escrita cuidada, 2
coerência e coesão textual)
Análise e Revisão bibliográfica
discussão nacional e internacional 2
relevante na área
Exploração de dados 2
Contributos teóricos e
Conclusão 2
práticos
Paginação, tipo e tamanho
Aspectos de letra, paragrafo e
1
Gerais Formatação espaçamento entre as linhas
Normas
Rigor e coerência das
APA 6ªed.
citações/ Referências 4
Referências Em citações
Bibliográficas
Bibliográficas e
Bibliografia
ÍNDICE
1. Introdução.................................................................................................................................4
1.1. Objectivos do trabalho.......................................................................................................4
1.1.1. Objectivo geral:..........................................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos:...............................................................................................4
1.2. Metodologia usada no trabalho..........................................................................................4
2. Construtivismo e os novos paradigmas no contexto educacional.............................................5
2.1. A concepção e a evolução dos paradigmas........................................................................5
2.2. Aspectos gerais da escola tradicional e da escola construtivista.......................................5
2.3. A escola construtivista.......................................................................................................5
2.3.1. Aspectos filosóficos do construtivismo......................................................................6
2.3.2. Aspectos teóricos do construtivismo..........................................................................6
2.4. Novos paradigmas no contexto educacional......................................................................7
2.5. Aprendizagem Significativa..............................................................................................8
Conclusão.........................................................................................................................................9
Referências bibliográficas..............................................................................................................10
1. Introdução
O presente trabalho de campo é referente a cadeira de Didáctica do Português III e tem como
tema, construtivismo e os novos paradigmas no contexto educacional.

A concepção construtivista trouxe, por meio de grandes repercussões, modificações às ideias, às


práticas pedagógicas dos educadores e ao cotidiano escolar, tornando-se ao longo dos tempos o
centro das atenções no âmbito educacional.
Para Macedo (1993), o construtivismo, com ênfase em sua função educacional, pode ser
analisado através das oposições entre a visão construtivista (ação do sujeito; tematização; tornar-
se; teoria da ação e ações espontâneas) e não-construtuvista (transmissão; paradigma; ser; teoria
da representação da realidade e ação induzida) do conhecimento.

Isso quer dizer que, a uma “visão-construtivista” do conhecimento, interessam as ações do sujeito
que conhece; ressalta-se o trabalho constante da reconstituição do que já se sabe, exigindo para
isso a descentração e a coordenação dos diferentes pontos de vista.

1.1. Objectivos do trabalho

1.1.1. Objectivo geral:


 Debruçar-se sobre o construtivismo e os novos paradigmas no contexto educacional.

1.1.2. Objectivos específicos:


 Concepcionar a evolução dos paradigmas;
 Descrever os aspectos gerais da escola tradicional e da escola construtivista;
 Caracterizar a escola construtivista;
 Descrever os novos paradigmas no contexto educacional;
 Caracterizar a aprendizagem Significativa.

1.2. Metodologia usada no trabalho

Para a realização do presente trabalho, foram sadas para além do módulo da disciplina de Ética
Profissional outros manuais disponibilizados por vários web sites da internet, incluindo artigos
científicos.
2. Construtivismo e os novos paradigmas no contexto educacional

2.1. A concepção e a evolução dos paradigmas


Ao assimilarmos o conceito do que vem a ser paradigma nos remetemos a uma sociedade
marcada por mudanças. Em conformidade com Behrens & Oliari (2007 p.45) afirmam que a
palavra paradigma é originada do grego parádeima, significando modelo ou padrão. Tendo em
vista este conceito, pode-se assegurar que a sociedade é regida através de paradigmas, logo, a
organização das mais diversas esferas sociais se dá levando em consideração os modelos ou
padrões para a compreensão da realidade.

2.2. Aspectos gerais da escola tradicional e da escola construtivista


Segundo Leão (1999) é possível estabelecer uma diferença entre o Paradigma Tradicional e o
Construtivista através da análise dos aspectos filosóficos, epistemológicos e teóricos em relação
ao contexto escolar.

O nascimento da Escola Tradicional surgiu a partir da redemocratização do Estado e da


necessidade de mão de obra qualificada no mercado. Esta escola, de acordo com a autora, estava
fundamentada na filosofia da essência de Rousseau, que acredita na igualdade como pilar entre os
homens, pois, nesse modelo de ensino, é necessário que todos os alunos aprendam o conteúdo
exposto pelo professor da mesma maneira.

Já na perspectiva construtivista, Leão (1999) declara que esse método de ensino fundamenta-se
no iluminismo, teoria que acredita que a razão não é transmitida geneticamente, mas que precisa
se desenvolver ao longo do crescimento do sujeito. A autora considera que os fundamentos
epistemológicos do construtivismo não têm fronteiras, pois ele se constrói pouco a pouco e um
dos pontos principais desse método de ensino é que a aprendizagem é uma construção da própria
criança, e é ela o centro do processo, não o professor. Portanto, é no aluno que se consegue as
próprias “armas” para o conhecimento, pois, o professor apenas tem a função de guiar os
processos de aprendizagem que devem ser estabelecidos com o desenvolvimento dos discentes.

2.3. A escola construtivista


Construtivismo não é um método, construtivismo não é uma técnica, esse novo paradigma de
ensino na verdade não é exatamente uma metodologia e sim uma postura em relação à aquisição
do conhecimento:
Construtivismo significa isto: a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e
de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como
algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e
social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se
constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem
hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há
psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento. (Becker, 1993. p.88)

2.3.1. Aspectos filosóficos do construtivismo


O construtivismo fundamenta-se no iluminismo, por sua vez, a filosofia iluminista preceitua que
o homem é um ser dotado de razão. Segundo Freitag (1993), a novidade introduzida é que a
faculdade de fazer uso da razão não é transmitida geneticamente, mas uma potencialidade que
precisa se desenvolver no decurso da vida.

Para a autora, de acordo com Piaget e Kolberg, o ser humano tem, sim, uma predisposição para
pensar e julgar com bases racionais, isto é, uma predisponibilidade para o racional, que, no
entanto, não é uma herança genética.

A construção do conhecimento humano pelo uso da razão tem o objetivo de alcançar os


patamares mais elevados do pensamento lógico, do julgamento e da argumentação, sempre no
sentido de haver reciprocidade na transmissão e na compreensão das ideias ditas.

2.3.2. Aspectos teóricos do construtivismo


Vários estudiosos deste século podem ser classificados como teóricos do construtivismo. Entre
eles, destaca-se Jean Piaget (considerado o precursor). Sua obra científica é tão vasta que após
mais de quinze anos de sua morte a leitura de inúmeros de seus livros ainda é privilégio para
estudantes completamente apaixonados por este gênio do conhecimento humano. Os dois
pressupostos básicos de sua obra são o Interacionismo e o Construtivismo Sequencial.1

Para o biólogo suíço o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo
traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio. O eixo central de sua teoria sobre o
desenvolvimento mental é justamente a interação entre o organismo e o meio ambiente em que
está inserido.

1
PIAGET, J. O Nascimento da inteligência na criança. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar; Brasília: INL, 1975.
2.4. Novos paradigmas no contexto educacional
Um novo paradigma educacional propõe desenvolver ações, junto aos estudantes, que
ultrapassem as fronteiras da fragmentação do saber, transcendam o conteudismo conservador das
práticas das salas de aula estabelecendo novos rumos pedagógicos inseridos em modelos
epistemológicos que ressaltam a capacidade de criar, de construir e de se harmonizar com o
universo (MORAES, 1997).

O Paradigma Educacional que emerge desta construção, são imbuídos de abordagens com visão
globalizada e ensino significativo com pesquisa. Esta visão busca o resgate do ser humano em
sua totalidade, o aluno como um ser complexo, único e competente, como participante da ação
educativa, que necessita educar-se permanentemente, pois é um sujeito da práxis. Ele é instigado
a avançar com autonomia, a se exprimir com propriedade, a construir espaços próprios, a tomar
iniciativas, a participar com responsabilidade, enfim, a aprender a aprender.

O professor instiga, repensa numa metodologia em parceria, buscando uma prática pedagógica
crítica, problematizadora e reflexiva, impulsionando o educando a ser autônomo. Estabelece uma
relação horizontal com seus alunos, possibilita a vivência grupal empenha-se na luta em favor da
democratização da sociedade, visando a transformação social.

É importantíssimo que todos os gestores, direção, coordenadores pedagógicos, professores,


alunos e comunidade escolar trabalhem em parceria numa busca coletiva para a efetivação dos
novos paradigmas educacionais. Os coordenadores pedagógicos trabalhem com os professores e
comunidade escolar, proporcionando formações, desenvolvendo projetos, orientando os
estudantes no processo de aprendizagem e auxiliando o corpo docente na dinamização de sua
prática pedagógica em sala de aula, de modo a contribuir, cada vez mais, para a
profissionalização e o crescimento dos educadores e demais colaboradores que compõem a
escola. Ele faz parte da equipe gestora da escola e é o principal responsável pelas ações
pedagógicas que estão presentes no cotidiano escolar.

Nesta perspectiva é possível um processo ensino aprendizagem problematizador, interdisciplinar


e globalizador que promove envolvimento, pesquisa e reflexão dos agentes educativos.
2.5. Aprendizagem Significativa
Foi David Paul Ausubel (1918-2008) quem concebeu a teoria da aprendizagem significativa. Para
que a aprendizagem significativa ocorra é preciso considerar aquilo que o aprendiz já conhece
sabe. Segundo Moreira (1982, p. 7) a aprendizagem significativa, “é um processo pelo qual uma
nova informação se relaciona com uma estrutura de conhecimento específica [...]”. Portanto
ocorre pelo fato de uma informação nova ancorar-se em conceitos preexistentes na estrutura
cognitiva do aprendiz. Os saberes são assimilados e incorporados a conhecimentos mais gerais já
existentes (MOREIRA, 2006).

A aprendizagem se torna significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas


de conhecimento do aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu
conhecimento prévio. Conforme Moreira & Masini (1982 p.32).

A promoção da aprendizagem significativa se fundamenta num modelo dinâmico,


no qual o aluno é levado em conta, com todos os seus saberes e interconexões
mentais. A verdadeira aprendizagem se dá quando o aluno (re)constrói o
conhecimento e forma conceitos sólidos sobre o mundo, que vai possibilitá-lo a
agir e reagir diante da realidade.

O assunto trabalhado deve manter suas características socioculturais reais, sem se transformar em
um objeto escolar vazio de significado social. Vê-se o viés cognitivista da teoria de Ausubel,
estando a concepção de aprendizagem significativa ligada às ideias de Piaget e Vygotsky.

Na interação com o ambiente físico e social, o conhecimento sofre um processo de contínua


elaboração e reelaboração. Para Vygotsky o aprendizado se dá pela interação entre sujeito e meio,
pela interação com os outros, na escola essa interação pode ser com o professor, os outros
colegas, com os livros, leitura, etc. O aprendizado eficaz se dá inteirado ao contexto social do
aluno, devendo o aprendizado estar atrelado ao desenvolvimento pleno (psicomotor, cognitivo,
sócio afetivo etc.) do indivíduo.

A promoção da aprendizagem significativa se fundamenta num modelo dinâmico, no qual o


aluno é levado em conta, com todos os seus saberes e interconexões mentais. Temos a convicção
e com o respaldo do mundo que nos cerca, que não há mais espaço para a repetição automática,
para a falta de contextualização e para a aprendizagem que não seja significativa.
Conclusão
Em relação aos principais aspectos constatados na abordagem do tema do presente trabalho,
referiu-se que a Escola Tradicional estava fundamentada na filosofia da essência de Rousseau,
que acredita na igualdade como pilar entre os homens, pois, nesse modelo de ensino, é necessário
que todos os alunos aprendam o conteúdo exposto pelo professor da mesma maneira. Por outro
lado, na perspectiva construtivista, essa postura de ensino fundamenta-se no iluminismo, teoria
que acredita que a razão não é transmitida geneticamente, mas que precisa se desenvolver ao
longo do crescimento do sujeito. Construtivismo não é um método, construtivismo não é uma
técnica, esse novo paradigma de ensino na verdade não é exatamente uma metodologia e sim uma
postura em relação à aquisição do conhecimento

Um novo paradigma educacional propõe desenvolver ações, junto aos estudantes, que
ultrapassem as fronteiras da fragmentação do saber, transcendam o conteudismo conservador das
práticas das salas de aula estabelecendo novos rumos pedagógicos inseridos em modelos
epistemológicos que ressaltam a capacidade de criar, de construir e de se harmonizar com o
universo. Nesta perspectiva é possível um processo ensino aprendizagem problematizador,
interdisciplinar e globalizador que promove envolvimento, pesquisa e reflexão dos agentes
educativos.

A aprendizagem se torna significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas


de conhecimento do aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu
conhecimento prévio.
Referências bibliográficas
1. Becker, F. (1993). O que é construtivismo. Idéias. São Paulo: FDE, n.20, p.87-93.

2. Behrens, M. A., Oliari, A. L. T. (2007). A evolução dos paradigmas da educação: do


pensamento científico tradicional à complexidade. Diálogo Educ., Curitiba.
3. Freitag, B (1993). Aspectos filosóficos e sócio-antropológicos do construtivismo pós-
piagetiano. In: GROSSI, E.P., BORDIM, J. Construtivismo pós-piagetiano: um novo
paradigma de aprendizagem. Petrópolis: Vozes.

4. Leão, D. M. (1999). Paradigmas contemporâneos de educação: Escola tradicional e


escola construtivista. Cadernos de Pesquisa.
5. Macedo, L. (1993). O construtivismo e sua função educacional Educação & Realidade,
18(1), 25-31.
6. Moreira, M. A; Masini, E. A.S (1982). Aprendizagem significativa: a teoria de David
Ausubel. São Paulo: Moraes.
7. Moreira, M. N. (2006). A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em
sala de aula. Brasília: Editora da UnB.
8. Piaget, J. (1975). O Nascimento da inteligência na criança. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar;
Brasília.

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