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Edgar Rui Moda

Potencial Alelopático de Extractos de Plantas Medicinais (Plectranthus


barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de Sementes de
Lactuca sativa (alface)
(Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitação em Gestão de Laboratórios)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
1

Edgar Rui Moda

Potencial Alelopática de Extractos de Plantas Medicinais (Plectranthus


barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de Sementes de
Lactuca sativa (alface)

Monografia Científica submetida ao Departamento


de Ciências Tecnológicas, Engenharia e
Matemática, no Curso de Biologia como requisito
para obtenção do Grau Académico de Licenciatura
em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão
do Laboratório.

Supervisor: MSc. Balduíno Milton Aleixo.

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
2

ÍNDICE

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.................................................................IV


LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................V
LISTA DE TABELAS....................................................................................................VI
DECLARAÇÃO...........................................................................................................VII
DEDICATÓRIA..........................................................................................................VIII
AGRADECIMENTOS...................................................................................................IX
RESUMO......................................................................................................................X
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO......................................................................................11
1.1. Delimitação do tema......................................................................................12
1.2. Problematização............................................................................................12
1.3. Justificativa.....................................................................................................13
1.4. Objectivos......................................................................................................14
1.4.1. Geral........................................................................................................14
1.4.2. Específicos..............................................................................................14
2. CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................16
2.1. Alelopatia.......................................................................................................16
2.2. Espécies estudadas.......................................................................................17
2.2.1. Plectranthus barbattus Andrews.............................................................17
2.2.2. Catharanthus roseus...............................................................................18
2.2.3. Lactuca sativa..........................................................................................18
2.3. Biossíntese e Natureza dos Aleloquímicos...................................................19
2.4. Importância das plantas medicinais...............................................................21
3. CAPÍTULO III: METODOLOGIA DO TRABALHO................................................22
3.1. Caracterização do local de estudo................................................................22
3.2. Preparo dos extractos....................................................................................22
3.3. Delineamento experimental...........................................................................23
3.4. Parâmetros avaliados....................................................................................24
3.5. Análise Estatística dos Resultados................................................................25
3

4. CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................26


5. CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES..................................................33
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................34
APÊNDICES................................................................................................................38
IV

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ANOVA Análise de variância


IVG Índice de velocidade de germinação
TC Tratamento controle
%G Percentagem de germinação
o
C Graus Centígrados
V

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Colecta do material vegetal de plantas medicinais.....................................21

Figura 2: (A) secagem das folhas na estufa e (B) trituração das folhas em pilão......21

Figura 3: (A) água destilada em proveta graduada e (B) mistura conservada na


geleira..........................................................................................................................22

Figura 4: Delineamento experimental.........................................................................23


VI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultado da análise de variância (valores F) para L. sativa.....................25

Tabela 2: Efeito da interação entre os extratos e a concentração dos extratos sobre


a germinação...............................................................................................................26

Tabela 3: Efeito da interação entre os extratos e a concentração dos extratos sobre


o índice de Velocidade de Germinação......................................................................28

Tabela 4: Efeito da interação entre os extratos e a concentração dos extratos sobre


a Sobrevivência das plântulas....................................................................................30
VII

DECLARAÇÃO

Declaro que a presente Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das


orientações do meu Supervisor, o seu conteúdo é original, todas as fontes
consultadas estão devidamente citadas no trabalho e nas referências bibliográficas.

Declaro ainda que esta Monografia nunca foi apresentada em nenhuma outra
Instituição de Ensino para obtenção de qualquer nível ou grau académico.

Lichinga, Maio de 2022

__________________________

(Edgar Rui Moda)


VIII

DEDICATÓRIA

Dedico esta conquista aos meus pais, Rui Alberto dos Santos Moda e Lúcia Miguel.
A minha filha Joyce Edgar Moda que com muito carinho e apoio, não mediram o
esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
IX

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo Dom da vida, pela força para não desistir, pela coragem de lutar por
meus sonhos, pela serenidade que nos momentos mais desgastantes foi
fundamental e pela sabedoria que me guiou em todos momentos desse trabalho.

Ao meu supervisor MSc. Balduíno Aleixo, pela orientação científica deste trabalho,
que me auxiliou com valiosas sugestões e revisões, manifestando sempre uma
elevada disponibilidade de tempo.

À Universidade Rovuma- Extensão de Niassa.

À todos os docentes que leccionam neste curso aos MSc’s: Ancha Uazir, Francelina
Gavicho, Filomena Sitoe, Virgílio Cossa, Jeremias Chindia, Beni Chaúque, Mussa
Issufo, Belito Manuel e aos dr’s. Carlos Miguel Chicumbi e Adolfo Júnior pelo
inquestionável contributo que deram a minha formação académica.

Aos meus irmãos César Rui dos Santos Moda, Sérgio Rui dos Santos Moda,
Sergina Rui dos Santos Moda, Cleidson Rui dos Santos Moda, João dos Santos
Tony e Felizardo Arlindo Maganga, aos meus tios José Miguel e Raimundo Miguel, a
minhas tias Yolanda Miguel e Valeria Miguel e os meus avos Miguel Muipita e
Afonsina, o meu muito obrigado por tudo que tem feito na minha vida e por terem
contribuído incondicionalmente para que esta meta fosse uma realidade.

Aos meus amigos, Mariano Jr, Edson Machopal, Frede Gimo, dr. Nerinho Auate,
Marques Normal, Victória Waheia e aos meus colegas do mesmo ano, pela alegria,
tristezas e dores compartilhadas.

À todos que de forma directa e indirecta colaboraram com seu tempo e informações
preciosas.

O meu muito obrigado!


X

RESUMO
Alelopatia é um fenômeno que envolve, direta ou indiretamente, benefícios ou
efeitos adversos de uma planta sobre outra planta, favorecendo ou prejudicando a
segunda mediante a liberação de substâncias químicas no ambiente. O objectivo
principal do estudo foi a de avaliar o potencial alelopático de extractos de plantas
medicinais (Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na germinação
de sementes de Lactuca sativa. O estudo foi conduzido em 2021, no Laboratório de
Biologia da Universidade Rovuma, Extensão de Niassa. As plantas medicinais foram
colectadas e, posteriormente as folhas foram pesadas, em seguida, colocou-se em
estufa para secar a 50ºC durante 48 horas, e posteriormente foram trituradas em um
o pilão por meio do almofariz. Para a obtenção do extracto, 100g do triturado foi
dissolvido em 100 ml de água destilada, sendo a mistura mantida em frascos
fechado na geleira durante 48 horas de modo a se obter o extracto aquoso. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 10 tratamentos
dispostos em esquema fatorial 2 (diferentes extratos) x 4 (concentrações de extrato)
+ 1 (testemunha - água), com quatro repetições de 10 sementes de alface,
totalizando 40 unidades experimentais. Houve diferença significativa entre os efeitos
dos tratamentos e a testemunha para germinação, índice de velocidade de
germinação e sobrevivência das plantas e entre os tipos de extratos, entre as
concentrações e na interação do tipo de extrato com as concentrações para as três
variáveis analisadas para planta em estudo (Lactuca sativa). Concluiu-se que o
potencial Alelopático dos extractos de Catharanthus roseus exercem maior inibição
na germinação de sementes de Lactuca sativa em comparação com os extractos de
Plectranthus barbattus Andrews que exerce menor inibição quando comparados com
o tratamento controle que apresentou maiores médias. As concentrações 10%, 15%
e 20% dos extractos de Catharanthus roseus inibem acentuadamente a germinação
de sementes de Lactuca sativa.

Palavras-chave: Alelopatia, Plectranthus barbattus A., Catharanthus roseus,


germinação, sementes e Lactuca sativa.
11

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Os aleloquímicos são substâncias importantes em várias linhas de pesquisas.
Dentre os agentes alelopáticos, existem mais de 300 compostos secundários de
plantas e microrganismos que representam várias classes químicas (Duke et al.,
2000) e este número continua aumentando com outras pesquisas mostrando
interações destas substâncias com plantas e outros organismos (Macías et al.,
2007). A diversidade de estruturas químicas existentes dificulta os estudos de
alelopatia. Outra complicação é que a origem de aleloquímico frequentemente é
obscura e a atividade biológica pode ser reduzida ou elevada pela ação
microbiológica, oxidação e outras transformações.

Alelopatia é um fenômeno que envolve, direta ou indiretamente, benefícios ou


efeitos adversos de uma planta sobre outra planta, favorecendo ou prejudicando a
segunda mediante a liberação de substâncias químicas no ambiente. Essas
substâncias químicas são denominadas aleloquímicos e, quando liberadas no
ambiente, estimulam ou inibem a germinação de sementes e/ou o desenvolvimento
de plântulas do seu entorno (Rodrigues & Lopes, 2001).

Existe grande diversidade de compostos considerados alelopáticos e entre os que


mais se destacam estão: os taninos, glicosídeos cianogênicos, alcaloides,
sesquiterpenos, flavonoides e ácidos fenólicos e cianogênicos (King & Ambika,
2002). Essas substâncias alelopáticas são produzidas em diferentes órgãos das
plantas, como raízes, folhas, flores e frutos, sendo sua concentração nos tecidos
dependente de fatores como temperatura, pluviosidade e luminosidade. Além disso,
a liberação dos aleloquímicos no ambiente pode ocorrer via volatilização, exsudação
radicular, lixiviação e decomposição de resíduos, necessitando uma liberação de
forma contínua para que a ação alelopática se torne eficaz (Rodrigues et al., 1999).

Dentre a grande diversidade de plantas medicinais no país duas foram utilizadas


para avaliação do potencial alelopático: a Plectranthus barbattus Andrews e
Catharanthus roseus.

Espécies como alface (Lactuca sativa L.), milho (Zea mays L.), rabanete (Raphanus
sativus L.) e soja (Glycine max L.) são amplamente utilizadas em testes alelopáticos
por serem espécies com características de germinação conhecidas (Sartor et al.,
2015), o que facilita a identificação de anomalias. Contudo, a intensidade do efeito
12

alelopático ocasionado pelos extratos aquosos está diretamente relacionada à


espécie, depende do tipo de tecido do qual foram extraídos e da concentração de
aleloquímicos, podendo ser diferentes entre espécies arbóreas e apresentar
variação de ação na comunidade vegetal.

A ocorrência do efeito alelopático em plantas medicinais pode assumir uma grande


importância para o sistema de cultivo de tais espécies, principalmente no que diz
respeito a interferências entre espécies e o potencial de aproveitamento no controle
de espécies invasoras.

Deste modo o presente trabalho objectivou avaliar o potencial alelopático de


extractos de plantas medicinais (Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus
roseus) na germinação de sementes de Lactuca sativa (alface).

1.1. Delimitação do tema


O presente trabalho foi realizado entre os meses de Agosto e Setembro 2021. O
Estudo foi realizado na Cidade de Lichinga, no Laboratório de Biologia da
Universidade Rovuma – Extensão de Niassa.

O Estudo teve como tema: Potencial Alelopática de Extractos de Plantas Medicinais


(Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de
Sementes de Lactuca sativa (alface).

1.2. Problematização

A alelopatia é reconhecida como um importante mecanismo ecológico, que


influencia a dominância e a sucessão das plantas, formação de comunidades,
vegetação clímax, manejo e produtividade de culturas (Novaes, 2011).

Os efeitos alelopáticos são produzidos por diferentes compostos secundários. Com


os recentes avanços na química de produtos naturais e por meio de métodos
modernos de extração, isolamento, purificação e identificação, estes compostos têm
sido identificados molecularmente, podendo assim ser fontes potenciais de
herbicidas, sendo utilizados no controle de plantas daninhas (Silveira, 2010).

Existem inúmeras plantas com atividades alelopáticas, dentre elas as plantas


medicinais têm apresentando grandes quantidades de aleloquímicos em seus
tecidos, com isso surgindo à possibilidade de novas pesquisas envolvendo as
13

potencialidades destas plantas. Uma vez determinada estas características em uma


espécie, através de testes de laboratórios e de campo, os resultados poderão servir
como uma opção a mais no controle de plantas daninhas.

Existe na área agrícola uma busca constante por produtos que promovam o
crescimento das plantas e o aumento da produtividade. (Araujo & Correia, 2010).
Dessa forma, o efeito alelopático pode ser utilizado em benefício de cultivos, sendo
importante que as plantas utilizadas sejam de fácil aquisição e que não sejam
tóxicas ao homem e ao meio ambiente.

Diante do exposto, questiona-se: Qual é o Potencial Alelopática de Extractos de


Plantas Medicinais (Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na
Germinação de Sementes de Lactuca sativa (alface)?

1.3. Justificativa
A escolha do tema em pesquisa partiu-se sobretudo do pressuposto de que, as
plantas falso boldo (Plectranthus barbatus Andrews) e beijo da mulata (Catharanthus
roseus) são amplamente utilizadas na medicina popular, e já foram testadas com
relação ao efeito alelopático no crescimento inicial de várias culturas como a do
couve e tomateiro (Nariai et al., 2013) e em outros estudos. O uso destas plantas
está disseminado nas culturas locais, possibilitando fácil obtenção. Geralmente o
uso do falso boldo, beijo da mulata e erva-cidreira está associado como fitoterápicos,
tendo suas propriedades medicinais regulamentadas pela ANVISA. As plantas com
atividade alelopática podem ser úteis em várias práticas agrícolas, tais como:
estímulo ao desenvolvimento de plantas, produtividade, fitossanidade e cultivo em
consórcio. Essas plantas utilizadas na produção de extratos vegetais precisam ser
amplamente estudadas, pois não podem produzir metabólitos tóxicos aos animais,
incluindo o homem.

Nesse sentido, existem estudos que buscam por plantas medicinais que exerçam
alelopatia sobre outras olerícolas, para melhoria no desenvolvimento e produção.
Para investigar esse fenômeno, muitos pesquisadores têm realizado estudos com
intuito de compreender os mecanismos de ação dos aleloquímicos, além dos efeitos
alelopáticos de uma planta sobre outra e os mecanismos de ação de várias
substâncias importantes que estão envolvidas nesse processo de interação, tanto
em ecossistemas naturais como em ecossistemas agrícolas (Rodrigues et al., 1999).
14

Deste modo, o presente estudo tem relevância a nível social na medida em que irá
trazer conhecimentos científicos sobre o potencial alelopático de extractos de
plantas medicinais (Plectranthus barbattus Andrew e Catharanthus roseus) na
germinação de sementes de Lactuca sativa (alface), podendo se recomendar o uso
desses extractos ou não na germinação de sementes.

A nível académico, o presente estudo tem relevância pois servirá de suporte de


pesquisas futuras no que diz respeito ao potencial alelopático de extractos de
plantas medicinais na germinação de sementes de Lactuca sativa ou outros tipos de
sementes.

A nível científico, o presente estudo tem relevância pois, irá trazer conhecimentos
concretos relactivos o potencial alelopático de extractos de plantas medicinais
(Plectranthus barbattus Andrew e Catharanthus roseus) na germinação de sementes
de Lactuca sativa (alface),

1.4. Objectivos
1.4.1. Geral

 Avaliar o potencial alelopático de extractos de plantas medicinais (Plectranthus


barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na germinação de sementes de
Lactuca sativa (alface).

1.4.2. Específicos

 Testar o potencial alelopático de extractos de plantas medicinais (Plectranthus


barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na germinação de sementes de
Lactuca sativa (alface);

 Comparar o potencial alelopático dos extractos de plantas medicinais


(Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na germinação de
sementes de Lactuca sativa (alface);

 Determinar os níveis de concentração dos extractos de plantas medicinais


(Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) que inibem e/ou
estimulam germinação de Sementes de Lactuca sativa (alface).
15

2. CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Alelopatia
A Sociedade Internacional de Alelopatia (SIA) a define como: “A ciência que estuda
qualquer processo que envolva metabólitos secundários produzidos pelas plantas,
algas, bactérias e fungos que influenciam no crescimento e desenvolvimento de
sistemas biológicos” (Allem, 2010). O termo "alelopatia" foi criado em 1937, pelo
pesquisador alemão Hans Molisch, com a reunião das palavras gregas "allélon" e
"pathos", que significam respectivamente, mútuos e prejuízo. Segundo Molisch,
“alelopatia é a capacidade das plantas produzirem substâncias químicas que,
liberadas no ambiente, influenciam de forma favorável ou desfavorável o
desenvolvimento de outras plantas” (Santos, 2012).

As substâncias alelopáticas provêm do metabolismo secundário sendo atribuída a


estas a função de defesa e/ou proteção, pois durante o processo de evolução destas
plantas estas substâncias representaram alguma vantagem contra a ação de
microrganismos, vírus, insetos, e outros patógenos ou predadores, seja inibindo a
ação destes ou estimulando o crescimento e desenvolvimento das plantas (Mano,
2006). Todas as plantas produzem metabólitos secundários, os quais variam de
acordo com sua concentração, localização e composição (Allem, 2010).

A alelopatia é um fenômeno produzido por plantas, sendo que o mesmo não se trata
de uma competição, pois não ocorrem disputas por recursos limitados (Dias et al.,
2005). O que difere a alelopatia da competição entre plantas é o fato da competição
reduzir ou remover do ambiente um fator de crescimento necessário para ambas as
plantas, como água, luz, nutrientes e outros, enquanto a alelopatia ocorre pela
adição de um fator químico ao meio. Nos ecossistemas agrícolas, a ocorrência da
alelopatia é muito importante na determinação da interferência entre culturas e
comunidade infestante (Felix, 2012).

Goldfarb et al., (2009) para entender os estudos sobre alelopatia, torna-se


fundamental conhecer os mecanismos de defesa das plantas. Segundo taiz & Zeiger
(2009), os metabolitos secundários podem atuar na defesa contra herbívoros e
atração de insetos polinizadores para a planta; contudo, esta característica e
específica para algumas espécies vegetais, e constituindo, basicamente, o que
diferencia os compostos secundários dos primários.
16

Portanto, a alelopatia e uma interação complexa que envolve varias classes de


compostos químicos que atuam de forma diversificada no alvo do organismo
receptor (Lara-Nunes et al., 2009); Podendo causar efeitos tanto negativos quanto
positivos (Vanin et al., 2008). Deste modo, a alelopatia e considerada a interferência
que uma planta exerce sobre outra, e que pode ser de forma direta, quando o
aleloquímico se liga as membranas ou penetra nas células da planta receptora,
interferindo diretamente no seu metabolismo, ou indireta, através da transformação
dos aleloquímicos no solo e/ou pela atividade de microrganismos.

Também pode ser classificada em dois tipos, autotoxicidade, quando uma espécie
libera determinada substancia química que afetara o seu crescimento, retardando a
germinação da própria espécie, por um mecanismo intraespecífico; heterotoxicidade,
quando uma espécie libera uma substancia química cujo efeito fitotóxico afeta a
germinação e crescimento de uma planta de outra espécie (Pires et al., 2001).

2.2. Espécies estudadas


2.2.1. Plectranthus barbattus Andrews

A Plectranthus barbatus Andr. (Coleus barbatus Benthan; Coleus forskohlii Briq.),


provavelmente é originário da África, é amplamente cultivado em todo o Brasil e
utilizado como planta medicinal, com propriedades analgésica e antidispéptica
(Carriconde et al., 1996).

Trata-se de um arbusto aromático perene, de ramos eretos e sub-lenhosos, que


atinge de 1,0 a
1,5m de altura. As folhas são ovado-oblongas, pilosas e grossas com bordos
denteados. As flores de coloração azulada crescem em racemos (espigas) que
surgem na estação chuvosa. Vulgarmente é conhecido como boldo, malva santa,
sete-dores e tapete-de-Oxalá. Muito semelhante à hortelã da folha grande (P.
amboinicus), pode ser facilmente confundido por leigos. Embora sendo espécies
pertencentes ao mesmo gênero, P. barbatus e P. amboinicus, exibem propriedades
químicas e farmacológicas distintas (Albuquerque, 2000).

Entre os estudos químicos, merecem destaque aqueles realizados por Zelnik et al.
(1977), que estudaram a composição química das folhas de P. barbatus e
estabeleceram a estrutura química de três diterpenos isolados: o barbatusin,
17

presente em maior quantidade, com fórmula molecular C 24H30O8, o 3 b-hydroxy-3-


deoxybarbatusin com fórmula molecular C24H32O8 e o ciclobutatusin, em menor
quantidade, com fórmula C22H28O5.

Tandon et al. (1979) fizeram análises cromatográficas de extratos de exemplares de


P. barbatus coletados no Brasil, África e Índia. Os resultados indicaram que as
plantas produziam diferentes compostos, conforme sua procedência, levantando a
questão se essas diferenças eram genéticas ou determinadas pelo clima. Se fossem
genéticas, então mais investigações deveriam ser feitas para determinar se as
variações são intraespecíficas ou se mais de uma espécie estaria envolvida.
Resolver essa questão foi considerado pelos autores como sendo da maior
importância para decidir se o cultivo de P. barbatus, para produção de forskolin,
poderia ser realizado em outras áreas, que não a Índia.

2.2.2. Catharanthus roseus


O gênero Catharanthus é composto por oito espécies, a mais importante é a
Catharanthus roseus, conhecida como beijo da mulata, vinca, pervinca, boa-noite ou
maria-sem-vergonha. Pertence a família Apocynaceae, é uma planta semi-herbácea,
de porte subarbustivo e ciclo de vida perene. Possui hastes prolongadas e
tombadas, com folhas entre-ovaladas e elípticas, um pouco duras e completamente
sem tricomas. Seu crescimento é rápido e a planta atinge de 40 a 80cm de altura. As
flores são de cor lilás, rosa ou branca (Paris & Moyse, 1957).

A Catharanthus roseus é originária de Madagáscar e cultivada como planta


ornamental em regiões tropicais e subtropicais, já sendo difundida em muitos países.
Para satisfazer à demanda da planta como fonte de alcalóides, esta é colhida de
fontes naturais e cultivadas em Madagáscar, na Austrália, na África do Sul, na
América do Sul, nas Índias Ocidentais, na Europa, na Índia e no sul dos Estados
Unidos (Robbers et al., 1997).

2.2.3. Lactuca sativa


De acordo com Vidigal (1995) Lactuca sativa pertence à família das asteráceas, a
mesma da chicória e do almeirão. É originária de regiões de clima temperado do Sul
da Europa e Ásia Ocidental. Por volta do ano 4.500 a.C já era conhecida no antigo
Egipto.
18

É uma planta herbácea, delicada, com caule diminuto, onde se prendem as folhas.
Os dias curtos e as temperaturas amenas favorecem a vegetação. Já os dias longos
e temperaturas altas favorecem o florescimento. Em razão da grande aceitação, a
alface é uma hortaliça de consumo elevado. As folhas são a parte comestível da
planta e podem ser lisas ou crespas, fechando-se ou não na forma de uma "cabeça“.
A coloração das plantas pode variar do verde-amarelado até o verde-escuro e
também pode ser roxa, dependendo do cultivar (Vidigal, 1995).

O canteiro (sementeira) para a produção de mudas é constituído de 1 parte de terra


de barranco e 1 parte de composto orgânico. O semeio é feito na profundidade de,
no máximo, 0,5 cm. Posteriormente ao plantio, é feita a cobertura com capim seco,
para o solo não ficar compactado com a irrigação e atrapalhar a germinação das
sementes (Filgueira, 2008).

O autor acima citado, enfatiza que, depois de 5 a 7 dias, tempo necessário para a
germinação, a cobertura de capim é retirado. As mudas estão prontas para o
transplantei-o quando tiverem com 4 a 6 folhas definitivas. Para o plantio de hortas
caseiras este sistema de produção de mudas pode ser utilizado. Mas, no caso de
sistemas de cultivo comercial, recomenda-se que as mudas sejam produzidas em
bandejas.7 – PLANTIO

A retirada das mudas da sementeira deve ser feita com cuidado para não prejudicar
as raízes. Seleccionar as mudas, escolhendo as mais vigorosas. Fazer o transplante
das mudas nos horários mais frescos do dia, principalmente à tarde ou em dias
nublados. Fazer a irrigação da sementeira e do canteiro definitivo antes do
transplante. O espaçamento indicado para o cultivo da alface é de 30cm x 30cm ou
de 25cm x 25cm (Filgueira, 2008).

2.3. Biossíntese e Natureza dos Aleloquímicos


Quanto à síntese dos aleloquímicos, alguns defendem a hipótese de que estas
substâncias são consideradas produto final do metabolismo celular, pois elas
existem em maior quantidade nos vacúolos das células, os quais seriam depositados
a fim de evitarem a sua própria autotoxicidade. Outros consideram que esses
compostos estão constantemente sendo sintetizados e degradados pelas plantas
(Silveira, 2010).
19

Os aleloquímicos são resultantes do metabolismo secundário, produzidos durante


todo o ciclo de vida da planta. Estas substâncias estão presentes em todos os
órgãos como folhas, flores, frutos, raízes, caules e sementes (Gusman et al., 2012).
Sua produção nos vegetais pode ser influenciada por diversos fatores entre eles,
temperatura, umidade, índice de precipitação, radiação e variação sazonal (Viecelli
& Cruz-Silva, 2009). Com relação ao mecanismo de ação destes metabólitos, os
mesmos afetam vários processos fisiológicos como exemplo, inibição da
percentagem da germinação, velocidade da germinação das sementes e redução do
crescimento inicial das plântulas e plantas. (Silveira, 2010).

A ação visível sobre as plantas como inibindo ou estimulando o crescimento ou até


mesmo a germinação são respostas secundárias de efeitos primários que ocorrem
no processo metabólico das plantas afetadas. Entre os efeitos diretos, observam-se
interferências no metabolismo vegetal, englobando alterações em nível celular,
fitormonal, fotossintético e respiratório, síntese proteica, metabolismo lipídico e
ácidos orgânicos, inibição ou estimulação da atividade enzimática específica, efeitos
sobre a relação hídrica e sobre a síntese de ADN ou ARN nas plantas-alvo, (Tur et
al., 2010).

De acordo com Silveira (2010), a liberação dos aleloquímicos se dá por diferentes


formas sendo estas: volatilização, exsudação radicular, lixiviação e decomposição
de resíduos. A volatilização acontece quando compostos aromáticos são
volatilizados das folhas, flores, caules, e raízes podendo assim ser absorvidos por
outras plantas. Estes compostos são de difícil identificação, entre eles destacam-se
os terpenos.

A lixiviação pode ser definida como a remoção de substâncias químicas das plantas
pela ação da água através da chuva, orvalho ou neblina e pode-se citar compostos
como terpenóides e alcalóides. Outro método é exsudação radicular, onde muitos
compostos alelopáticos são liberados na rizosfera e podem atuar direta ou
indiretamente nas interações planta/planta e na ação de micro-organismos, entre
estes compostos podem ser citados o ácido oxálico, a amidalina e a cumarina. A
decomposição de resíduos acontece quando toxinas são liberadas pela
decomposição das partes aéreas ou subterrâneas, direta ou indiretamente, pela
20

ação de micro-organismos, os quais são liberados compostos como os glicosídeos


cianogênicos, ácidos fenólicos e flavonóides (Felix, 2012).

Diante da enorme diversidade de compostos químicos produzidos pelas plantas, a


alelopatia pode contribuir no estudo do processo de síntese destes compostos e
como as plantas respondem a eles no meio ambiente (Gatti, 2008).

2.4. Importância das plantas medicinais


Espécies vegetais de uso medicinal destacam-se pelo seu potencial genético no
desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos devido ao grande acúmulo de
metabólitos secundários que apresentam. Além da aplicação destas na indústria
farmacêutica, as mesmas têm ganhado espaço na agricultura sendo fontes
potenciais de defensivos na forma de extratos tanto no controle de pragas quanto de
plantas invasoras. Há na literatura relatos de plantas medicinais que demonstraram
efeito destas sobre o crescimento e desenvolvimento de plantas daninhas como os
encontrados por Alves et al. (2011) que avaliaram o potencial alelopático de quatro
plantas medicinais, erva-botão (Eclipta alba), margaridão (Tithonia diversifolia),
perpétua-roxa (Gomphrena globosa) e leitero de vaca (Tabernaemontana
catharinensis) sob as espécies de picão-preto (Bidens pilosa) e alface (Lactuca
sativa L.). MAULI et al. (2009) estudaram a alelopatia da espécie leucena [Leucaena
leucocephala (Lam.) R. de Wit.] sobre as plantas invasoras corda-de-viola (Ipomoea
grandifolia), guanxuma (Sida rhombifolia L.), picão-preto (Bidens pilosa L.) e soja
(Glycine max L. Merril) e concluíram que a leucena foi eficiente no controle das três
plantas daninhas sem prejudicar a cultura da soja. Dalmolin et al. (2012), avaliaram
o efeito alelopático de folhas de capim-limão (Cymbopogon citratus Stapf.) e sálvia
(Salvia officinalis L.) sobre germinação de picão-preto (Bidens pilosa L.) e a partir
dos resultados concluíram que os extratos das duas plantas medicinais alteraram o
padrão germinativo das sementes de picão-preto.

Como citado acima, algumas plantas medicinais com propriedades alelopáticas


podem ser utilizadas como defensivos agrícolas, pois apresentam ação biológica
contra plantas daninhas, seja inibindo a ação destes ou estimulando o crescimento
da planta oferecendo vantagens às espécies cultivadas na competição com outros
vegetais, e assim podem contribuir para a substituição e/ ou diminuição da utilização
extensiva de defensivos sintéticos na agricultura.
21
22

3. CAPÍTULO III: METODOLOGIA DO TRABALHO


3.1. Caracterização do local de estudo
O estudo foi conduzido em Agosto de 2021, no Laboratório de Biologia da
Universidade Rovuma Extensão de Niassa, na Cidade de Lichinga, situada a
13°17’48’’ de latitude Sul, 35°15’24’’ longitude Oeste, a uma altitude de 1328 metros
acima do nível do mar. O clima da região é classificado em tropical húmido, a
temperatura média anual está compreendida entre os 18 e 24ºC, mas em geral é
inferior a 22ºC. O valor médio anual da precipitação é superior à 1200 mm podendo
exceder este valor e atingir os 1400 mm de chuva (MAE, 2014).

3.2. Preparo dos extractos


O material vegetal de plantas medicinais (Plectranthus barbattus Andrews e
Catharanthus roseus) foram colectadas em uma propriedade privada no bairro de
Chiuaula na cidade de Lichinga.

A B

Figura 1: Colecta do material vegetal de plantas medicinais. A = Colecta de folhas de


Plectranthus barbattus Andrews e B = Colecta de folhas de Catharanthus roseus. Fonte: O
Autor, (2021).

As folhas de plantas medicinais (Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus


roseus) recém-colhidas, foram lavadas com água destilada e de seguida foram
secas na estufa a 50ºC durante 48 horas e posteriormente foram trituradas em um o
pilão por meio do almofariz.

A B

Figura 2: (A) secagem das folhas na estufa e (B) trituração das folhas em pilão. Fonte: O
Autor, (2021).
23

Para a obtenção do extracto, 100g do triturado foi dissolvido em 100 ml de água


destilada, sendo a mistura conservada em frascos fechados (cobertos com papel de
alumínio para evitar a incidência da luz) na geleira durante 48 horas de modo a se
obter o extracto aquoso.

A B

Figura 3: (A) água destilada em proveta graduada e (B) mistura conservada na geleira.

Depois deste período, o extracto obtido foi filtrado. A partir desse extrato bruto
(100% de concentração), foram feitas as diluições de 5, 10 e 15 e 20%. Para a
obtenção da diluição dos 5% do extrato, usou-se 5ml do extrato concentrado e
adicionou-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste modo, a diluição a 5%.
Para a obtenção da diluição dos 10% do extrato, usou-se 10ml do extrato
concentrado e adicionou-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste modo, a
diluição a 10% e para a obtenção dos 15% do extrato, usou-se 15ml do extrato
concentrado e adicionou-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste modo, a
diluição a 15%.

3.3. Delineamento experimental


O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 10 tratamentos
dispostos em esquema fatorial 2 (diferentes extratos) x 4 (concentrações de extrato)
+ 1 (testemunha - água), com quatro repetições de 10 sementes de alface,
totalizando 40 unidades experimentais. Cada tratamento foi composto por 10
sementes, distribuídas em fileiras nas placas.

Em cada parcela experimental (placa de Petri de nove centímetros de diâmetro) foi


colocado 5 mL do extrato sobre uma porção de algodão (previamente autoclavada),
suficiente para umedecer o algodão e, em seguida foram distribuídas
uniformemente, com o auxílio de uma pinça 10 sementes de alface sobre o algodão.
24

Figura 4: Delineamento experimental. (A). Plectranthus barbattus e (B). Andrews


Catharanthus roseus.

As placas foram cobertas e deixadas no laboratório até que se verificou a emissão


da radícula de 2mm. Foram irrigadas com o extrato de plantas medicinais
(Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) e a germinação foi
monitorada durante 7 dias.

A contagem de sementes germinadas foi realizada a cada 12 h a partir da se-


meadura. Foram consideradas germinadas as sementes que apresentaram pro-
trusão radicular com cerca de 2 mm, pois segundo HARTMANN et. all. (2001) esta é
a primeira evidência da germinação, e vários estudos de alelopatia utilizando alface
adotaram este critério (SOUZA et al., 2005; FERREIRA et al., 2007; GUSMAN et all.,
2008). No sétimo dia após a semeadura, foram realizadas a avaliações das
plântulas.

3.4. Parâmetros avaliados


As análises dos resultados foram feitas calculando diferentes parâmetros conforme
as fórmulas que se seguem:

a) Percentagem de germinação (PG)


A Percentagem de germinação foi calculada de acordo com a fórmula do Colégio
florestal de (IRATI, 1986):

% G = NTSG / NTSA*100 (1)

Onde: NTSG – número total de sementes germinadas e NTSA – número total de


sementes da amostra.
25

b) Índice de velocidade de germinação


Para cálculo do IVG, utilizou-se a seguinte formula:

Onde:
N = número de sementes colocadas para germinar (ex.: 10);
i = número de dias após a semeadura (ex.: 3, 7 e 10 para L. sativa);
ni = número de sementes germinadas no dia i (ex.: 0, 1, 2, ...20).
c) Determinação da sobrevivência
Para determinação da sobrevivência utilizou-se a fórmula: % de plântulas
sobreviventes = 100 – (% de plântulas mortas no final do experimento).

3.5. Análise Estatística dos Resultados


Os dados obtidos, foram pré-analisados utilizando o software Microsoft Excel 2013
para o cálculo das variáveis e elaboração de tabelas, seguindo-se o teste de análise
de variância (ANOVA) através do programa estatístico SISVAR, e para a
comparação das médias usou-se o teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
26

4. CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Tabela 1, houve diferença significativa entre os efeitos dos


tratamentos e a testemunha para germinação, IVG e sobrevivência das plantas e
entre os tipos de extratos, entre as concentrações e na interação do tipo de extrato
com as concentrações para as três variáveis analisadas para planta em estudo
(Lactuca sativa).

Tabela 1: Resultado da análise de variância (valores F) para L. sativa.


Percentagem Sobrevivência das
Estatísticas IVG
Germinação1 Plantas Germinadas em
%1
Testemunha x 26,14 ** 129,11 ** 18,38 **
Fatores
F extrato (E) 82,92 ** 71,91 ** 79,82 **
F concentração (C) 35,07 ** 310,50 ** 23,47 **
F interação (E x C) 8,93 ** 25,67 ** 6,65 **
CV (%) 23,78 13,06 25,17
** Significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F. 1 Dados transformados
para arc sen (x/100) ½.

Resultados semelhantes foram observados por Santore (2013) estudando o efeito


diferentes extratos e concentrações de plantas medicinais (sabugueiro e erva-
cidreira) na germinação de sementes da planta daninha Ipomoea nil (L.) Roth,
comparando os diferentes extratos e concentrações, observou-se que as duas
plantas medicinais apresentaram influência sobre as sementes da planta daninha
em estudo Ipomoea nil (L.) Roth, tanto na variável percentagem de germinação
quanto para o índice de velocidade de germinação.

Com relação à germinação das sementes de L. sativa (Tabela 2), os extratos


promoveram diferentes respostas. Extrato de Catharanthus roseus na concentração
5% e de Plectranthus barbattus A. em todas as concentrações apresentaram
maiores valores para germinação semelhante a testemunha. O extrato de
Catharanthus roseus foi o que mais inibiu a germinação nas concentrações de 10,
15 e 20%. Não foi observada diferença significativa entre as germinações das
sementes para as quatro concentrações utilizadas quando analisado o extrato de
27

Plectranthus barbattus A. separadamente. Em contrapartida, os extratos de


Catharanthus roseus apresentaram um maior efeito inibitório nas maiores
concentrações.

Tabela 2: Efeito da interação entre os extratos e a concentração dos extratos sobre a germinação.
Extratos
Concentração Plectranthus barbattus Catharanthus
A. roseus Teste F Média
Germinação (%)2
0% 84,80 A a1 82,90 A a 20,70 ** 83,85
(Testemunha)
5% 70,80 A a 52,01 A a 22,66 ** 61,40
10% 76,84 A a 11,07 B b 42,92 ** 43,95
15% 67,40 A a 0,00 B b 35,2 ** 36,7
20% 52,01 A a 0,00 B b 35,2 ** 26,005
Teste F 0,78 NS 25,51 **
Média 69,99 30,77
1
Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey, sendo que letras maiúsculas comparam os efeitos das diferentes
extratos dentro de uma mesma concentração e letras minúsculas comparam os efeitos das
diferentes concentrações dentro de um mesmo extrato. ** Significativo ao nível de 1% de
probabilidade, pelo teste F. NS Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste F.
2
Dados transformados para arc sen (x/100) ½.

Quando analisados os diferentes extratos para uma mesma concentração,


observou-se que os dois extratos apresentaram o maior poder inibitório na
concentração de 15% e 20%, sendo que o mais acentuado poder inibitório foi
verificado no extrato Catharanthus roseus nas concentrações referidas. Os extratos
de Catharanthus roseus a 10, 15 e 20% apresentou os menores valores para
germinação das sementes acarretando na diferença significativa das médias para
Teste F ao nível de 1% de probabilidade quando comparados com a Plectranthus
barbattus A.

A germinação é menos sensível aos aleloquímicos que o crescimento da plântula


(Ferreira & Áquila, 2010). Entretanto, com relação à quantificação experimental é
muito mais simples trabalhar com semente do que com planta adulta. Substâncias
alelopáticas podem inibir ou não a germinação, além de induzir o aparecimento de
plântulas anormais, sendo a radícula um dos sintomas mais comuns. Os autores
28

descrevem alguns problemas usuais do teste de germinação, tais como: a


necessidade do controle da temperatura, pois com a evaporação eleva-se a
concentração dos extratos falseando os resultados (Ferreira & Áquila, 2010).

No presente trabalho, os extratos apresentaram efeito aleopático na germinação das


sementes testadas. Dentre os diferentes resultados, notou-se que para a planta
teste houve inibição total da germinação no extrato de Catharanthus roseus nas
concentrações de 15 e 20%, semelhante ao descrito por Aquila & Azambuja (2001)
que utilizaram extratos aquosos em diversas concentrações de Crysophylum
gonocarpum em sementes de L. sativa e relataram que não houve inibição do
crescimento na concentração de 5% mas houve inibição da germinação nas
concentrações de 15 e 20%. Ou seja, com aumento da concentração do extrato
nota-se aumento do efeito inibitório na germinação das sementes.

Independente da extração e concentração, todos os tratamentos com o extrato de


Plectranthus barbattus A. e Catharanthus roseus reduziram a percentagem de
germinação quando comparados ao controle.

Resultados semelhantes foram observados por Piccolo et al. (2007) estudando o


efeito do extrato de sabugueiro sobre germinação de guanxuma. Magiero et al.
(2009) verificaram a inibição de alface (Latuca sativa L.) e leitero (Euphorbia
heterophylla L), tratados com extrato aquoso (75 %) de folhas de (Artemisia annua
L.). Os compostos alelopáticos podem causar alterações no padrão de germinação e
podem resultar de efeitos sobre a divisão celular, permeabilidade de membranas,
ativação de enzimas, sequestro de oxigênio (fenóis) entre outros (Ferreira; Áquila,
2010).

Com relação à análise para Índice de Velocidade de Germinação, nota-se que houve
diferença significativa entre os efeitos dos tratamentos e da testemunha, entre os
tipos de extratos, entre as concentrações e na interação do tipo de extrato com as
concentrações. Segundo a Tabela 3, tanto entre diferentes extratos com mesma
concentração quantos extratos similares com concentrações diferentes houve
diferença significativa.
29

Tabela 3: Efeito da interação entre os extratos e a concentração dos extratos sobre o índice
de Velocidade de Germinação.
Extratos

Concentração Plectranthus barbattus Catharanthus Teste F Média


A. roseus
Índice de Velocidade de Germinação
0% 54,1 A a1 48,2 A a 38,17 ** 51,15
(Testemunha)
5% 49,4 A a 42,8 A a 34,17 ** 46,1
10% 40,1 A b 7,3 B b 71,87 ** 23,7
15% 17,3 B c 0,5 C c 17,22** 8,9
20% 12,4 B c 0,5 C c 15,4 ** 6,45
Teste F 72,54 ** 137,78 **
Média 34,66 19,86
1
Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey, sendo que letras maiúsculas comparam os efeitos dos diferentes
extratos dentro de uma mesma concentração e letras minúsculas comparam os efeitos das
diferentes concentrações dentro de um mesmo extrato. ** Significativo ao nível de 1% de
probabilidade, pelo teste F.

Para os dois extratos (Plectranthus barbattus A. e Catharanthus roseus), observa-se


que as médias decresceram com aumento da concentração destes extratos. Para
extratos de Catharanthus roseus, houve um decréscimo ate na concentração de
15% e se manteve estacionário na concentração de 20%. Quando comparado o IVG
das sementes de L. sativa expostas aos diferentes extratos de plantas medicinais
em uma mesma concentração, os maiores índices ocorreram nas sementes
submetidas ao extrato de Catharanthus roseus, na concentração 5% e nas
sementes submetidas ao extrato de Plectranthus barbattus A. nas concentrações 5 e
10%.

Quando analisados diferentes extratos na concentração de 5% não se observa uma


diferença estatística das médias dos dois extratos. Para a concentração de 10%, as
menores médias foram registradas com o extrato de Catharanthus roseus, em
relação ao extrato de Plectranthus barbattus A. Por fim, para concentração de 15 e
20%, a análise demonstra menores índices para extratos de Catharanthus roseus.
30

Vale ressaltar que nos dois extratos (Plectranthus barbattus A. e Catharanthus


roseus), nota-se que as médias de germinação e de IVG decresceram com aumento
da concentração destes extratos o que demonstra inibição a partir da semeadura e
primeira semana após semeadura.

Ainda com relação à germinação, o efeito alelopático em geral não é sobre a


germinabilidade (percentagem final de germinação no tempo), mas sobre o Índice de
Velocidade de Germinação (Rodrigues et al., 2005). Os extratos de Catharanthus
roseus, quando em contato com as sementes das plantas testes, causaram baixo
IVG devido à elevada mortalidade das plântulas. Em relação aos extratos a 15 e
20%, o baixo índice de germinação ocorreu devido a germinação tardia das
sementes. Esses resultados colaboram com os obtidos por outros pesquisadores
uma vez que demonstram efeito inibitório do extrato aquoso de folhas de T.
diversifolia na germinação e crescimento, relatando também que esta atividade
inibitória é dependente da espécie de planta teste utilizada (Tongma et al., 2007). Os
aleloquímicos presentes em plantas medicinais retardaram a germinação das
sementes de algumas espécies de plantas, sendo tal resposta dependente da
concentração do extrato, e que elevadas concentrações são mais eficientes
dependendo da planta teste utilizada (Ciarka et al., 2008).

Na literatura encontra-se vários relatos do efeito alelopático de plantas promovendo


a redução do IVG de sementes de outras plantas. Tur et al. (2010) verificaram em
seu trabalho a redução significativa do IVG com o aumento da concentração dos
extratos de folhas frescas e secas de pingo-de-ouro (Duranta repens L.) sobre alface
(Lactuca sativa L.). Borella et al. (2011), testaram o efeito alelopático de erva-moura
(Solanum americanum Mill.) sobre germinação da semente de rabanete (Raphanus
sativus L.) e verificaram que todos os extratos aquosos de erva-moura reduziram o
número médio de sementes germinadas por dia.

Considerando todos os extratos e concentrações testadas, apenas os extratos de


Catharanthus roseus apresentou diferenças significativas quanto a percentagem de
sobrevivência, o mesmo extrato apresentou menores médias de sobrevivência
independentemente das concentrações utilizadas. Por fim, os extratos Plectranthus
barbattus A. de não interferiu nessa característica, (Tabela 4).
31

Tabela 4: Efeito da interação entre os extratos e a concentração dos extratos sobre a


Sobrevivência (%)2 das plântulas.
Extratos
Concentração
Plectranthus barbattus Catharanthus Teste F Média
A. roseus
Sobrevivência (%)2 das plântulas.
0% 90 A a1 65,44 B a 23,44 ** 77,72
(Testemunha)
5% 90 A a 61,44 B a 22,13 ** 75,72
10% 90 A a 15,87 B b 34,87 ** 52,93
15% 90 A a 0,00 B c 36,12 ** 45,00
20% 90 A a 0,00 B c 36,12 ** 45,00
Teste F 0,00 NS 20,27 **
Média 90 28,55
1
Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey, sendo que letras maiúsculas comparam os efeitos dos diferentes
extratos dentro de uma mesma concentração e letras minúsculas comparam os efeitos das
diferentes concentrações dentro de um mesmo extrato. ** Significativo ao nível de 1% de
probabilidade, pelo teste F. NS Não significativo ao nível de 5 % de probabilidade pelo teste F.
2
Dados transformados para arc sen (x/100) ½.

Com relação sobrevivência das plântulas, há aleloquímicos que afetam o


crescimento das plântulas além de induzir o aparecimento de plântulas anormais,
como por exemplo, plantas com partes necrosadas (Ferreira & Áquila, 2010). Dentre
os resultados apresentados neste trabalho, destaca-se que o extrato de
Catharanthus roseus na concentração de 10, 15 e 20% apresentaram efeito inibitório
do crescimento, pois, impediram o desenvolvimento das plântulas causando a morte
a partir da primeira semana após iniciar o experimento. Determinados extratos em
baixa concentração podem suprimir o crescimento de determinadas espécies, mas
não de outras, isso mostra que não há padrão de respostas quanto à concentração,
necessitando sempre testes específicos envolvendo plantas teste e concentração do
extrato (Premasthira & Zungsontiporn, 2000).

Além disso, o efeito do tipo de extrato depende da sensibilidade da planta teste para
com o aleloquímico, sendo que, em determinadas espécies uma substância
alelopática pode ser inibidora da germinação ou do crescimento, e em outra esta
mesma substância pode ser inócua ou estimulante (almeida, 2005).
32

Um estudo com vários extratos de plantas medicinais da maioria das espécies


testadas reduziram a germinação das sementes de A. retroflexus e C. murale, sendo
que o grau de inibição variou para as diferentes plantas medicinais testadas e que
algumas espécies não mostraram efeito prejudicial e até mesmo estimularam o
crescimento das plantas teste (Qasem, 2002).

O efeito alelopático dos extratos testados foi confirmado pela baixa sobrevivência
das plantas testes, desenvolvidas sob a ação dos extratos de Catharanthus roseus,
nas três concentrações do extrato (10, 15 e 20%).
33

5. CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES

CONCLUSÕES:
 O potencial alelopático de extractos de plantas medicinais (Plectranthus
barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na germinação de sementes de
Lactuca sativa (alface) foi confirmado, porque houve diferença significativa entre
os efeitos dos tratamentos e a testemunha para germinação, IVG e sobrevivência
das plantas e entre os tipos de extratos, entre as concentrações e na interação
do tipo de extrato com as concentrações para as três variáveis analisadas para
planta em estudo.

 O potencial Alelopático dos extractos de Catharanthus roseus exercem maior


inibição na Germinação de Sementes de Lactuca sativa em comparação com os
extractos de Plectranthus barbattus Andrews que exerceu menor inibição quando
comparados com o tratamento controle que apresentou maiores médias.

 As concentrações 10%, 15% e 20% dos extractos de Catharanthus roseus


inibiram acentuadamente a germinação de sementes de Lactuca sativa, sendo
que, a concentração 5% de Catharanthus roseus e todas as concentrações dos
extractos de Plectranthus barbattus Andrews inibiu ligeiramente a germinação de
sementes de sementes de Lactuca sativa quando comparados com o tratamento
controle.

SUGESTÕES:
Para os pesquisadores
 Como forma de complementar o presente estudo, sugere-se a realização de
mais experiencias usando diferentes tipos de plantas infestantes em outras
culturas.
 Que se façam estudos de modo a descobrir plantas medicinais com efeitos
estimulantes na germinação de sementes.

À Universidade Rovuma
Que incentive os estudantes a desenvolverem pesquisas de natureza experimental.
34

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26. RIBEIRO, P. G. F.; DINIZ, R. C. Plantas Aromáticas e Medicinais: Cultivo e
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27. ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M.K.; TYLER, V.E. Farmacognosia e
Farmacobiotecnologia. São Paulo: E. Premier, 1997

28. RODRIGUES, B.N.; PASSINI, T.; FERREIRA, A.G. Research on allelopathy in


Brazil. In: NARWAL, S.S. (Ed.). Allelopathy update. Enfield: Science Pub, 2005.
29. SANTOS, V. H. M. Potencial alelopático de extratos e frações de Neea theifera
Oerst. (Nyctaginaceae) sobre sementes e plântulas de Lactuca sativa. 2012.
251f. Dissertação - Instituto de Biociências de Botucatu; Universidade Estadual
Paulista, Botucatu, 2012.

30. SILVEIRA, P. F. Efeito alelopático do extrato aquoso da jurema-preta (Mimosa


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31. SOUZA, S. A. M. et al. Efeito de extratos aquosos de plantas medicinais nativas
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32. TAIZ, L; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
33. TANDON, J.S. Crocetin-dialdehyde from Coleus forskohlii Briq., Labiatae.
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37

35. TUR, C. M.; BORELLA, J.; PASTORINI, L. H. Alelopatia de extratos aquosos de


Duranta repens sobre a germinação e crescimento inicial de Lactuca sativa e
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36. VANIN, T.W.; PAETZOLD, L.I.; RIBAS, F.L.; MARTINI JUNIOR, P.C.; VIECELLI,
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37. VIDIGAL, S. M.; RIBEIRO, A. C; CASALI, V. W. D. Resposta da alface (Lactuca
sativa L.) ao efeito residual da adubação orgânica: Viçosa, 1995.
38. VIECELLI, C. A.; CRUZ-SILVA, C. T. A. Efeito da variação sazonal no potencial
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39. ZELNIK, R. et al. Barbatusin and cyclobutatusin, two novel diterpenoids from
Coleus barbatus Bentham. Tetrahedron, 1977.
38

APÊNDICES
39

Apêndice I. Guião de Experiencia


Guia de Experiencia

Estudante: Edgar Rui Moda – Lichinga/Agosto de 2021


“Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratórios”
Tema do Experimento:
“Potencial Alelopática de Extractos de Plantas Medicinais (Plectranthus
barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de Sementes de
Lactuca sativa (alface)”
Objectivos:
Geral

 Avaliar o Potencial Alelopático de Extractos de Plantas Medicinais (Plectranthus


barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de Sementes de
Lactuca sativa (alface).
Específicos
 Testar o Potencial Alelopático de Extractos de Plantas Medicinais (Plectranthus
barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de Sementes de
Lactuca sativa (alface);
 Comparar o potencial Alelopático dos Extractos de Plantas Medicinais
(Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) na Germinação de
Sementes de Lactuca sativa (alface);
 Determinar os níveis de concentração dos Extractos de Plantas Medicinais
(Plectranthus barbattus Andrews e Catharanthus roseus) que inibem e/ou
estimulam germinação de Sementes de Lactuca sativa (alface).

Materiais e Métodos

Preparo dos Extratos


Materiais e Reagentes:
 As folhas de plantas medicinais  Frascos fechado
 Água destilada  Geleira
 Estufa  Papel filtro
 Pilão
 Almofariz
Procedimentos:
 Lavar As folhas de plantas medicinais recém-colhidas com água destilada;
 Deixar as folhas para retirada do excesso de água sob folhas de papel
toalha;
 Com auxílio da balança, pesar as folhas frescas;
 De seguida colocar para secar em estufa elétrica a 30-50°C durante 48h;
 Pesar novamente as folhas secas;
 Com ajuda do pilão e do almofariz triturar as folhas secas;
 Pesar100g do triturado;
 Para a obtenção do extracto, 100g do triturado dissolver em 100 ml de
água destilada;
 A mistura manter em frascos fechado na geleira durante 48 horas de
modo a se obter o extracto aquoso.
 Após esse tempo, as soluções devem se filtradas em papel filtro
qualitativo obtendo-se o extrato bruto (100% de concentração).

Obtenção das diluições de 5%, 10%, 15% e 20%

 Para a obtenção da diluição dos 5% do extrato, usar 5ml do extrato


concentrado e adicionar-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste
modo a diluição a 5%.

 Para a obtenção da diluição dos 10% do extrato, usar 10ml do extrato


concentrado e adicionar-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste
modo a diluição a 10%.

 Para a obtenção dos 15% do extrato, usar 15ml do extrato concentrado e


adicionar-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste modo a diluição a
15%.

 Para a obtenção dos 20% do extrato, usar 20ml do extrato concentrado e


adicionar-se na água destilada de 100ml, obtendo-se deste modo a diluição a
20%.

Delineamento experimental
O delineamento experimental é inteiramente casualizado, organizado em fatorial: 2
(diferentes extratos) x 4 (concentrações de extrato) + 1 (testemunha - água), com
quatro repetições de 20 sementes de alface. Cada tratamento é composto por 80
sementes, com quatro repetições de 20 sementes de alface, distribuídas em fileiras
nas placas.

Semeadura e irrigação

 Em cada parcela experimental (placa de Petri de nove centímetros de


diâmetro) colocar 5 mL do extrato sobre uma folha de papel-filtro
(previamente autoclavado), suficiente para umedecer o papel;

 E, em seguida distribuir uniformemente, com o auxílio de uma pinça 20


sementes de alface sobre o papel filtro;

 As placas devem ser cobertas e deixadas no laboratório até que se verifique a


emissão da radícula de 2mm;

 Irrigar com o extrato de plantas medicinais (Plectranthus barbattus Andrews e


Catharanthus roseus) e a germinação deve ser monitorada durante 7 dias.

 A contagem de sementes germinadas deve ser realizada a cada 12h a partir


da semeadura.

 São consideradas germinadas as sementes que apresentarem protrusão


radicular com cerca de 2 mm, pois segundo HARTMANN et. all. (2001) Esta é
a primeira evidência da germinação, e vários estudos de alelopatia utilizando
alface adotaram este critério (SOUZA et al., 2005; FERREIRA et al., 2007;
GUSMAN et all., 2008).

Fim do Experimento, Lavar todo material de laboratório e deixa-lo limpo


Apêndice II. Fotos do Trabalho de Campo

A B

Figura 5: Fotos do Trabalho de Campo: (A) e (B) Delineamento experimental


Plectranthus barbattus e Andrews Catharanthus roseus.

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