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OSTENSIVO CAAML - 703

ANEXO B

SEGURANÇA DA TRIPULAÇÃO A BORDO

1 - GENERALIDADES
A preocupação com a segurança envolve um amplo espectro, desde o projeto do ambiente
de trabalho, ou seja, o navio, à sinalização apropriada (como, por exemplo, placas
indicando que o compartimento adjacente é um paiol de munição etc); da utilização de
material de consumo aprovado às técnicas de manutenção e estocagem apropriadas; do
controle de ruído ambiental à educação dos tripulantes, de modo a possibilitar a adoção de
normas e procedimentos capazes de criar e manter condições de trabalho saudáveis e
seguras a bordo.
Como regra geral, o projeto de um navio incorpora a experiência acumulada ao longo dos
anos, no que se refere à melhoria das condições de trabalho. Neste campo, é reduzida a
capacidade de manobra de um Comandante. Mas a atividade é ampla no que se refere à
manutenção das condições de segurança, tanto pela preservação das características de
construção, quanto pela adoção coletiva de procedimentos apropriados, de modo a tornar
as precauções de segurança parte do cotidiano da tripulação.
Os capítulos deste manual, em uma abordagem específica, apresentam aspectos que
influenciam diretamente a manutenção da segurança do pessoal e do material a
bordo, sem, entretanto, esgotar o assunto.
A segurança do pessoal e do material merece atenção especial, seja durante a realização de
uma faina, adestramento, ou simplesmente nos eventos de rotina em um navio atracado ou
em viagem. Qualquer um que constatar que a segurança está ou pode vir a ser ameaçada,
deve comunicar o fato imediatamente ao mais antigo presente, para que tome as
providências cabíveis, que podem significar, até mesmo, a interrupção da faina ou
exercício, até que a situação de perigo seja afastada.
Chama-se à atenção, em especial, para fainas como: de munição, transferência de
combustível, transferência de carga, reboque, operações aéreas, exercícios de tiro e etc.
Todas devem ser precedidas de “briefings”, onde os principais aspectos de segurança
sejam enfatizados. Após cada evento, realiza-se uma reunião de crítica (“debriefing”),
onde os acertos são realçados e os erros apontados. Deste modo, colhem-se ensinamentos
que aprimorarão a execução de tais fainas no futuro.

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Outras recomendações importantes: Todo o material a ser empregado ou que possa ser
empregado em uma faina, deve ser rigorosamente verificado e testado antes de seu início,
bem como ser posicionado de modo a estar à mão quando for necessário.
Deve ser mantida atualizada na enfermaria, na estação Central do Cav e no Portaló, a
relação dos materiais perigosos existentes a bordo, por categoria, discriminando local,
precauções para armazenagens, manuseio e procedimentos a serem adotados (no mar e
em terra) no caso de contaminação do pessoal. O pessoal a bordo deve manter-se
adestrado nos procedimentos de emergência, especialmente os relativos aos materiais
que empregam combustíveis especiais (por exemplo: torpedos e mísseis), berilio, halon
e outros.

2 - PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA NAS FAINAS MARINHEIRAS.


As fainas marinheiras devem ser realizadas sem conversas paralelas. Quem conduz a
faina tem que manter o controle da mesma durante todo o tempo. Nas fainas
marinheiras em conveses abertos, o uso do colete de flutuabilidade permanente
(tradicionalmente conhecido como colete de paina) ou auto-inflável é obrigatório.
Nas fainas marinheiras em que houver a necessidade de uso de capacetes, estes deverão
seguir a codificação de cores abaixo especificada:
COR FUNÇÃO
BRANCO Oficiais
BRANCO COM UMA CRUZ VERDE Oficial de Segurança
BRANCO COM UMA CRUZ VERMELHA Enfermeiro
AMARELO Sr. Mestre
VERDE Raqueteiro / Telefonista
VERMELHO Lançador de rebolo/fuzil lança-
retinida
MARROM Operador do cabrestante/guincho /
CAv
PÚRPURA Reparador
AZUL Laboradores de cabos / Faxina do
Mestre
LARANJA Verificador/Inspetor / Pessoal de
fornecimento
CINZA Outros

2.1 - Cuidados quando trabalhando com espias e cabos


Os seguintes procedimentos aumentam a segurança da faina:
a) usar luvas do tipo “raspa de coco” ou de vaqueta quando laborando cabos;
b) o pessoal envolvido deve remover anéis, relógios, pulseiras e outras peças que
possam ser inadvertidamente “fisgadas” pelos dispositivos, cabos e carga;

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c) não exercer muito esforço em um cabo que já tenha trabalhado próximo a sua
carga de ruptura ou em serviço contínuo;
d) não permitir a presença de pessoal nas proximidades de cabos sob tensão;
e) nenhuma pessoa deve ficar pelo lado interno (vivo) dos cabos que estejam
laborando por qualquer retorno; (ver fig. 1)
f) o primeiro homem que guarnece qualquer cabo sob tensão deve manter um socairo
seguro de um cabrestante, cabeço, buzina, rodete ou de qualquer outro aparelho ou
equipamento por onde o cabo seja tracionado ou laborado;
g) o pessoal envolvido nas fainas de dobrar a amarração ou de clarear o convés,
mesmo após a volta do DEM, deverá permanecer com o colete adequadamente
vestido, até o pronto da faina, posto que, no caso de algum acidente/incidente
(como por exemplo: partir um cabo, arrebentar a balaustrada, etc), que acarrete
queda do homem ao mar, será mais uma proteção; e
h) Todas as espias e cabos de reboque devem possuir fusível.
Quando laboramos cabos e espias, devemos observar quatro regras de segurança,
independente do material de fabricação:

I) Não se deve ficar por dentro de cabo laborando ou na direção em que ele é
tracionado;

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Figura 1

II) Não se deve aumentar a carga (esforço) num cabo depois de se travar ou de se
ter dado volta num cunho, cabeço ou similar;
III) É imperativo a presença de um observador de segurança em todos os casos em
que se laboram cabos; e
IV) Manter socairo mínimo de 2 metros.

2.2 - Fainas de transferência no mar


Os seguintes aspectos devem ser observados durante essas fainas:
a) manter um enfermeiro disponível na estação, bem como um oficial com a função
de Oficial de Segurança;
b) observar precauções de perigos de irradiação eletromagnética. Navios transferindo
munição por reabastecimento conectados devem estar sob a mesma condição de
silêncio devido ao manuseio de munição sensível;
c) pessoal que trabalha com a carga não deve pisar em um estropo da rede que
estiver talingado no gato;
d) o pessoal envolvido no reabastecimento deve portar a palamenta de segurança
exigida, de acordo com o parágrafo 2.10.3 e fig. 2-22 do NTTP 4-01.4;
e) todo o pessoal deve estar atento a um possível movimento da carga devido ao jogo
do navio. Ninguém deve se posicionar entre a carga e a borda do navio;

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f) teques, “spanwires”, cabos de sustentação de aço devem ser presos ao tambor do
guincho por uma presilha ou grampo especialmente projetado, para minimizar a
possibilidade de danos se um desengajamento em emergência for necessário;
g) a balaustrada não deve ser arriada a não ser que absolutamente necessário. Se
abaixada, uma balaustrada de segurança temporária deve ser montada usando neste
caso o cabo de especificação contida no NTTP 4-01.4;
h) o pessoal de cada estação deve remover anéis, relógios, pulseiras e outras peças
que possam ser inadvertidamente ser “fisgadas” pelos dispositivos, cabos e carga;
i) todo o pessoal deve estar adestrado para: manter-se afastado de retornos, seios de
cabo, guarnecer os cabos se posicionando para dentro de bordo e, se praticável,
permanecer a pelos menos 1,8 m de distância de moitões, cunhos, sarilhos,
cabrestantes etc. por onde os cabos gurnem. Todo o pessoal que guarnece a
montagem do dispositivo, o cabo de distância, o cabo telefônico entre estações
devem estar avante e no lado de dentro de bordo. Se necessário ficar à ré, o pessoal
deve permanecer atento ao risco em potencial;
j) usar corretamente os contrapinos nas patolas. Não forçar a abertura excessiva de
contrapinos. Observar o NTTP 4-01.4 (fig 2-15) para fazê-lo;
k) todo pessoal deve ser alertado para manter-se afastado de cargas suspensas e de
pontos de fixação de dispositivos até que toda a carga esteja segura no convés.
Todo o pessoal deve estar atento e nunca virar as costas para a carga que se
aproxima;
l) O pessoal trabalhando em mastros ou superestruturas ou por fora da borda livre ou
balaustrada, deve usar cintos de segurança e cabos de segurança;
m) os cabos de fixação devem ser passados imediatamente quando da montagem do
dispositivo para se preparar para um possível desengajamento em emergência;
n) as projeções móveis, localizadas no bordo da faina, devem ser rebatidas e peiadas;
o) os cabos devem ser colhidos de forma clara para correrem livremente;
p) o convés, nas proximidades da estação de transferência, deve ser tratado com
material antiderrapante;
q) deve existir material para combate a incêndio pronto para uso na estação (somente
nas fainas de transferência de óleo combustível) e todo o pessoal deve estar apto a
operá-lo;
r) cumprir os procedimentos de segurança do NTTP 4-01.4 relativos à passagem da
retinida, visando à proteção da guarnição do outro navio;

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s) somente destalingar o span-wire (ou cabo de sustentação) quando ele tiver sido
folgado, e por ordem do fornecedor;
t) nas fainas de transferência de óleo pelo método STREAM, o recebedor somente
solicitará ao fornecedor que tensione o span-wire após receber autorização da
Manobra (que posicionará o navio na distância mínima de 140 pés). Acordo
tabela de distâncias do PO - 0301; e
u) todos os olhais e acessórios das estações de transferência têm que sofrer teste de
carga, de acordo com os valores previstos na NTTP 4-01.4.

2.3 - Faina de reboque (rebocador e rebocado)


Para a faina de reboque as precauções são as seguintes:
a) manter à mão as ferramentas adequadas para uso imediato na estação de reboque e
para o desengajamento em emergência;
b) proibir o trânsito pelo convés na área de passeio do cabo de reboque; se
imprescindível, fazê-lo agachado por fora do horse-bar, e mantendo o cabo à vista,
de modo a proteger-se em uma emergência (aplicável aos navios dotados de
máquina de reboque - NSS, NA, rebocadores e corvetas Classe “Imperial
Marinheiro”);
c) manter um enfermeiro com “kit” de primeiros socorros na área;
d) o Comando deve ser mantido informado da direção e esforço sobre o mensageiro
do cabo de reboque, a fim de, entre outros aspectos, evitar risco para o pessoal no
convés;
e) os homens da manobra da amarra devem estar cientes dos procedimentos para
largar o cabo de reboque em emergência; e
f) nas manobras de atracação/desatracação, somente dar o pronto para o início da
puxada após os militares que deram a volta do cabo de reboque pelos cabeços
terem se abrigado.

2.4 - Fainas de recolhimento de homem ao mar e náufragos


a) Os homens que guarnecem as estações para o recolhimento devem portar coletes
de flutuabilidade permanente ou auto-infláveis e luvas;
b) A balaustrada de segurança em viagem deve estar passada;
c) Os homens, que trabalham por fora da balaustrada de segurança, devem usar cinto
de segurança;

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d) O nadador deve vestir a roupa de neoprene e a sua palamenta completa (sling,
colete salva-vidas inflável, faca, nadadeiras, máscara, esnorquel e lanterna tipo
“flashlight” );
e) O nadador reserva deve estar com a palamenta completa, pronto a entrar em ação
caso necessário;
f) Por ocasião de recolhimento noturno, o nadador deve possuir um “cyalume” preso
ao “sling”, pela parte posterior, próximo ao engate do gato do cabo de
recolhimento (se possível, também uma lanterna estroboscópica fixada ao punho,
para auxiliar na sinalização para a estação);
g) Usar cabo de recolhimento de flutuabilidade positiva (polipropileno);
h) Em situação de guerra, no caso de recolhimento de inimigo, manter homens
armados postados em local elevado e próximo à estação de recolhimento, de modo
a prevenir-se contra eventual ação adversa (não esquecer de revistar os náufragos
rigorosamente, tão logo cheguem a bordo, independentemente do estado de saúde
aparente); e
i) Um atirador armado com fuzil guarnecerá a estação de recolhimento ou a lancha,
pronto a atirar em tubarões que se aproximem do homem sendo recolhido.

2.5 - Embarque e desembarque de prático


Os práticos, por vezes, embarcam e desembarcam em condições adversas e perigosas.
Por este motivo, foram estabelecidas normas internacionais que visam prover
segurança nas fainas de embarque e desembarque, as quais estão estabelecidas na
coletânea “Normas e Procedimentos para a Navegação Marítima”, aprovada pela
Portaria 005, de 15 de janeiro de 1997, da DPC.
Os procedimentos mais importantes ali relacionados são os seguintes:
a) a escada deve ser confeccionada de acordo com as regras da IMO (International
Maritime Organization) (Figura 2);
b) a escada deve ser mantida safa, limpa e em bom estado de conservação;
c) a escada de prático tem que ser instalada em um dos bordos, sempre a sotavento,
numa posição segura, onde não corra risco de receber descargas eventuais de água
e detritos provenientes do navio; afastada, na medida do possível, das arestas do
navio, e que se situe na parte plana do costado à meia nau;
d) a bóia salva-vidas deve ser atada a um cabo flutuante para em caso de emergência
quando arremessada, ter seu chicote a bordo;

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e) quando do embarque de práticos, estes devem ser recebidos a bordo e
acompanhados ao passadiço por Oficial. O mesmo tratamento deve ser dispensado
por ocasião do desembarque;
f) para que possa ter acesso ao navio, com segurança e comodidade, o Prático não
deverá subir menos que 1,5 m e nem mais que 9 metros;
g) duas boças amarradas à embarcação, tendo pelo menos 65 mm de circunferência,
e um cabo de segurança devem estar prontos para serem usados em caso de
necessidade;
h) os dois balaústres de pega devem ter um afastamento entre 70 e 80 cm e serem
fixados rigidamente ao casco do navio;
i) uma bóia salva-vidas, provida com um dispositivo flutuante de iluminação
automática, deve ser mantida junto à escada;
j) o local de embarque deve ser provido de iluminação à noite, de modo que a parte
superior da escada, bem como a posição em que o prático aborda a embarcação
fique devidamente iluminada. A luz deverá ficar em uma posição que não ofusque
a vista do Prático;
k) se o navio estiver em movimento, o embarque ou desembarque do Prático deve
ser feito com máquinas adiante e velocidade máxima de 5 a 6 nós; e
l) a escada deve ser montada por pessoal adestrado e sob a supervisão de um oficial.

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Figura 2 - O embarque e o desembarque do Prático

3 - VIAS DE ACESSO
a) Colocar redes de segurança sob as pranchas utilizadas para entrada ou saída de bordo,
como proteção adicional para o pessoal em trânsito;
b) A condição de fechamento do material estabelecida pelo CAV deve ser rigorosamente
mantida (é importante conscientizar toda a tripulação quanto à necessidade de se

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conservar a condição de fechamento do material; a Central de CAV controla a
abertura/fechamento dos acessórios estanques);
c) É proibido obstruir escotilhões, agulheiros, portas estanques e escapes de emergência,
que devem ser conservados sempre em condições de uso;
d) Como requisito de segurança, em caso de obstrução de uma rota pela execução de
algum serviço, mantém-se uma rota alternativa para escape em emergência,
devidamente identificada e do conhecimento do pessoal envolvido (esta providência é
particularmente importante nos períodos de manutenção);
e) Isolar com cabos/ corrimões os locais em que chapas do convés ou estrados forem
removidos;
f) Iluminar adequadamente conveses e passagens (na falta de energia, devem ser
empregadas lanternas de emergência devidamente posicionadas para garantir o trânsito
do pessoal);
g) Indicar adequadamente as rotas de acesso aos locais importantes, como enfermaria,
postos de primeiros socorros etc...; e
h) Sempre que possível, as setas indicadoras de trânsito ou direções devem ser de
material fosforescente ou retro-reflexivos a fim de serem facilmente identificadas no
escuro.

4 - SERVIÇOS DE PINTURA
a) Restos de tintas, trapos, estopas etc. devem ser armazenados em locais designados e
removidos ao término de cada serviço;
b) Colocar sinalização de segurança (proibido fumar, proibido serviços de corte e solda
etc.) alusiva ao serviço;
c) Utilizar iluminação à prova de explosão nas fainas de pintura em compartimentos
fechados;
d) A quantidade de tinta e solvente armazenada na área de trabalho deve ser a
correspondente para, no máximo, um dia de consumo;
e) O local do serviço deve estar provido de extintores de incêndio;
f) A Central do CAV deve ser informada das fainas de pintura que estão sendo realizadas
a bordo;
g) Os compartimentos fechados devem ser ventilados e ter a concentração de gases
monitorada durante o período de pintura;
h) Os envolvidos na pintura de compartimentos confinados utilizarão máscara (filtro
nasal);

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i) Ter sempre um supervisor de segurança no convés para acompanhar a faina e
reposicionar o flutuante. O militar que estiver no flutuante deverá estar portando colete
de paina, uma faca de marinheiro de pronto uso e cinto de segurança amarrado a um
ponto fixo no convés;
j) Utilizar um cabo (fiel) para descer o material necessário para pintura; e
k) Manter sempre a lata de tinta com um fiel passado. Caso o flutuante “jogue”, evitará
que se derrame tinta no mar.

5 - TRABALHO EM LOCAIS ELEVADOS


O trabalho em locais elevados reveste-se de cuidados especiais, tanto pela segurança do
próprio homem que exerce a tarefa, como das pessoas que transitam sob a área de
trabalho. Um choque elétrico poderá provocar a relaxação involuntária das mãos e,
conseqüentemente, queda do mantenedor ou de uma ferramenta, que poderá atingir
alguém no convés.
As seguintes providências são mandatórias, quando se trabalha em mastros e chaminés:
a) tenha sempre um observador de segurança no convés;
b) utilize cinto de segurança, amarrado em local apropriado;
c) planeje o serviço de modo que não precise descer para pegar ferramentas ou
sobressalentes (assim estará evitando repetir duas fases perigosas da faina que são
subir e descer do mastro, além de, obviamente, obter maior eficiência na execução da
tarefa);
d) utilize um cabo (fiel) para prender as ferramentas, evitando que elas caiam, atrasando
o serviço ou atingindo alguém;
e) tenha atenção à fumaça emanada das chaminés (ela pode provocar mal-estar, perda de
consciência e queda);
f) assegure-se de que radares e transmissores estejam desligados (dos navios a
contrabordo, inclusive), bem como os equipamentos etiquetados com plaquetas de
advertência “PERIGO - NÃO LIGUE”, ou similar cumprindo o “HAZARD BOARD”
(quando existir), uma vez que:
I) as antenas energizadas podem provocar choque elétrico ou queimaduras se tocadas;
II) a energia eletromagnética pode induzir eletricidade estática em acessórios não-
aterrados do mastro e em ferramentas, que provocarão choque se tocados;
III) as antenas de radar, girando, poderão derrubar um homem, ou suas ferramentas de
trabalho; e

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IV) se um homem for exposto a energia eletromagnética, dependendo das
circunstâncias, pode sofrer queimaduras externas e internas.
As providências descritas se aplicam, no que couber, aos trabalhos em
compartimentos de “pé direito elevado”, no costado, e serviços de convés com o
navio no dique e, em alguns casos, flutuando (exemplo: serviços sob o convôo, no
costado do NAe SÃO PAULO), circunstâncias em que o mantenedor deve usar
cinto de segurança.

6 - PERIGOS DA IRRADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA


Neste tópico, abordaremos apenas os perigos relacionados à irradiação proveniente de
uma fonte eletromagnética, ou seja, restrita ao espectro de radiofreqüência.

6.1- Perigos Para o Homem


O desenvolvimento de transmissores de alta potência, associados a antenas de elevado
ganho, aumentou a possibilidade de que as pessoas, trabalhando na vizinhança destes
sistemas, sofram danos físicos.
Um campo eletromagnético induz eletricamente corpos condutores, como cabos de aço,
estais, aeronaves estacionadas, turcos, guindastes e outros acessórios da superestrutura
nas proximidades de antenas de transmissão (os equipamentos e acessórios de grandes
dimensões verticais são particularmente sujeitos à indução eletromagnética, devido à
polarização vertical ser a predominante nos sistemas irradiantes de bordo). O contato
físico com tais itens pode causar um choque e até mesmo queimaduras na pele. É quase
impossível que ocorra um ferimento significativo, mas é provável que a dor ou o choque
seja suficiente para que uma pessoa caia da escada ou do mastro, sofra uma contração
involuntária da musculatura (o que pode provocar um ferimento por impacto), ou largue
a sua ferramenta de trabalho, com sérias conseqüências. Por outro lado, queimaduras
graves podem ocorrer no contato direto da pele com antenas transmissoras irradiando.
Quando um corpo é submetido a radiação eletromagnética, a energia absorvida ocasiona
um aumento na temperatura do corpo, em conseqüência da fricção intermolecular. A
intensidade do efeito vai depender da freqüência, potência, tempo de exposição,
dimensões do corpo exposto, propriedades elétricas dos tecidos e a capacidade do órgão
afetado em dissipar energia. A energia eletromagnética tem alto poder de penetração e
sua ação se desenvolve em órgãos internos, em um processo idêntico ao cozimento que
se processa dentro de um forno de microondas. Note-se que os efeitos no organismo
não são uniformes, variando de órgão para órgão.

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A profundidade de penetração e os efeitos de aquecimento no corpo humano dependem
da freqüência. Abaixo de 1 GHz a energia penetra profundamente. Acima de 3 GHz, o
efeito de aquecimento ocorre próximo à superfície, na pele (nesta faixa, o alarme é
imediato, pois a pele sente imediatamente os efeitos da elevação de temperatura). Na
faixa intermediária, temos vários graus de penetração.
A bordo, são fontes de energia eletromagnética: transmissores e transceptores de
comunicações, radares, radares de direção de tiro e sistemas de guiagem de mísseis.
As seguintes providências evitam a exposição do pessoal à irradiação acima dos limites
toleráveis:
a) não olhe na direção do lóbulo de transmissão de uma antena irradiando;
b) não permaneça estacionado dentro dos limites de segurança estabelecidos para cada
antena;
c) “feed horns”, terminais abertos de guias de onda e de linhas de transmissão somente
podem ser inspecionados visualmente se houver certeza de que o equipamento está
desalimentado;
d) empregue cargas fantasmas nos testes de equipamento, em vez de alimentar a
antena, sempre que possível;
e) nunca dirija o feixe de transmissão de um radar, que irradia com elevada potência,
para áreas em que existam pessoas trabalhando; e
f) adotar sinalização apropriada, indicando a possível existência de radiação
eletromagnética (todos a bordo devem conhecer e respeitar tais sinais de aviso).
As seguintes providências reduzem as ocorrências de indução eletromagnética,
capazes de causar queimaduras e incidentes:
a) utilize, quando possível, cabos de aço revestidos com material isolante;
b) utilize ligações (links) com isolamento de fibra de vidro entre o cabo de aço do
guindaste e o gato;
c) reposicione as antenas, se possível;
d) aterre o equipamento ou antena em que vai trabalhar, antes de começar a
manutenção, prevenindo-se contra um eventual choque (atenção: primeiro se faz
a ligação à terra; depois ao objeto; não esquecer de remover o aterramento após o
serviço);
e) use materiais não-metálicos, onde for viável;
f) altere os procedimentos operacionais (exemplo: reduzindo a potência de
transmissão, ou mesmo não emitindo, quando estiver manuseando carga);

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g) proíba o acesso às áreas perigosas, a não ser que possa desalimentar o transmissor;
e
h) quando não for possível eliminar totalmente o perigo, utilize avisos de
advertência.

6.2 - Perigo da irradiação eletromagnética para o armamento (hazard of


eletromagnetic radiation to ordnance - HERO)
Os perigos da irradiação eletromagnética para o armamento estão relacionados aos
sistemas elétricos de iniciação (estopilhas e espoletas). Os dispositivos
eletroexplosivos utilizados podem se deflagrados, detonar ou degradar-se quando
expostos a um campo eletromagnético. Tais dispositivos são mais susceptíveis durante
a montagem, desmontagem, manuseio, carregamento e descarregamento. O projeto de
instalação de um armamento, obviamente, leva em conta as necessidades de que uma
arma não seja sensível à indução eletromagnética (observância dos diagramas de
irradiação, uso de filtros, de conectores especiais etc.), mas, ainda assim, nem sempre
se obtém sucesso pleno.
Cada tipo de armamento apresenta suas precauções específicas quanto ao tema e
devem ser motivo de preocupação do pessoal envolvido diretamente na sua operação e
manuseio.
Como exemplo, certas granadas de CHAFF são susceptíveis a induções
eletromagnéticas de determinadas frequências e, neste caso, é recomendado a
colocação de radares desta Banda em silêncio até o término da faina de manuseio de
munição. A bandeira “L” deve ser empregada durante a faina.

6.3 - Perigo da irradiação eletromagnética para o combustível (hazard of


eletromagnetic radiation to fuel - HERF)
A possibilidade de ignição do combustível por ação de radiofreqüência é remota, na
medida em que o desenvolvimento dos requisitos de projeto dos navios (como,
localização das antenas não-interferindo com estações de abastecimento ou suspiros de
tanques), a adoção de procedimentos e equipamentos de abastecimento mais seguros e
de combustíveis menos voláteis (JP-5, por exemplo) reduziram a possibilidade deste
tipo de ocorrência.
Entretanto, ainda há algum risco no manuseio de gasolina, particularmente a de
aviação.
As precauções de segurança para minimizar a possibilidade de acidentes são as
seguintes:

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a) não alimente qualquer transmissor (radar ou de comunicações) nas proximidades
de aeronave ou veículo sendo abastecido (ao menos 15 metros afastado);
b) nunca dirija o feixe radar na direção de aeronave ou veículo sendo abastecido;
c) não faça ou desfaça o aterramento ou qualquer outra conexão elétrica de uma
aeronave ou veículo sendo abastecido (ou nas suas proximidades). Faça a conexão
antes de começar o abastecimento e a desfaça após o término da faina; e
d) não coloque tanques portáteis de combustível perto de antenas.

6.4 - Laser (light amplification by stimulated emission of radiation)


O emprego do Laser é crescente no meio militar, para determinação de distâncias e
altitude, localização de alvos e comunicações. A radiação corresponde à faixa dos
raios ultravioleta (visível) e infravermelho. A energia é transmitida através de um
feixe estreito, mas de alta potência. Quando a energia é absorvida por um “alvo”,
produz calor.
Os sistemas atuais oferecem risco à visão, pois podem causar danos ao globo ocular.
Os efeitos podem ser agravados se o raio for potencializado através de binóculos ou
dispositivos semelhantes.
A segurança do pessoal é assegurada mantendo-se as tripulações bem-informadas dos
riscos e das precauções necessárias, como o uso de filtros e equipamentos de proteção
individual.

6.5 - Perigos da energia eletromagnética em relação a outros equipamentos


As transmissões com elevada potência são capazes de danificar, degradar ou interferir
no emprego de equipamentos de comunicações, fonoclama, equipamentos médicos, de
aeronaves, de controle da máquina etc. Tais ocorrências podem causar problemas
significativos, afetando a capacidade operativa e administrativa do navio e a segurança
do pessoal. É importante conhecer os possíveis efeitos do uso de equipamentos
transmissores a bordo, de modo que se possa administrar e priorizar o seu emprego nas
várias situações, bem como adotar medidas corretivas onde se fizer necessário.

6.6 - Perigos de irradiação eletromagnética para aeronaves durante pouso e


decolagem.
Ocorrências relatadas ao final de comissões, constam que, foram verificadas as
seguintes interferências com aeronaves AH-11 A:
a) durante o acionamento dos motores ocorreram indicacões erráticas nos
instrumentos, levando o piloto a abortar a partida;

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b) estando a ANV engrazada no convôo,ocorreu queda da indicação da quantidade
de combustível de 200 para 50 kg, sem consequências para o prosseguimento do
vôo;
c) estando a ANV engrazada no convôo ocorreram indicacões erráticas nos
instrumentos, indicando ao piloto necessidade de corte imediato dos motores; e
d) estando a ANV engrazada no convôo, ocorreram três incidentes aeronáuticos de
deflagração espontânea do “cartridge do Crash Position Indicator (CPI)”,
acarretando seu alijamento não comandado e indisponibilizando a ANV para vôo.
O Comando-em-Chefe da Esquadra estabeleceu restrições quanto à transmissão
em HF, pelos navios, durante as operações aéreas, quando houver ANV AH-11A
embarcada, nas seguinte situações:
1) no momento em que for autorizado acionar motores até a decolagem; e
2) quando a aeronave estiver na aproximação final ou orbitando nas proximidades
do navio até o corte dos motores.

7 - MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

7.1 - Precauções gerais de segurança


O operador e o mantenedor de equipamentos eletrônicos devem ter em mente que
manuseiam equipamentos capazes de provocar sérios acidentes de pessoal. Chama-se
a atenção para os seguintes aspectos:
a) inspecionar, empregando pessoal habilitado, os equipamentos eletrônicos portáteis,
mesmo aqueles de recreação, ao serem embarcados e periodicamente, a fim de
avaliar se estão sendo mantidas as suas características de trabalho e segurança;
b) qualquer equipamento eletrônico só pode ser alimentado com a devida autorização
e por pessoal qualificado;
c) ao alimentar um equipamento, verifique se as indicações estão normais;
d) só utilize equipamentos de teste confiáveis e aferidos;
e) antes de conectar as pontas de prova, observe se elas estão em bom estado;
f) para efetuar as medições, coloque em primeiro lugar a ponta de prova do terra
(preta) para a terra, e em seguida, conecte a ponta viva (encarnada) ao ponto a ser
medido (assegure-se que as está conectando corretamente);
g) para desfazer a medição, faça o processo inverso, ou seja, inicialmente retire a
ponta viva e depois o terra;
h) só remova ou substitua um fusível, cartão ou unidade após desalimentar o
equipamento;

OSTENSIVO - B-16 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
i) ao substituir um fusível, verifique se é apropriado ao circuito ou equipamento
(amperagem, tamanho, tipo (anti-surge, por exemplo)), utilize o saca-fusível
quando o fusível for do tipo faca ou cartucho;
j) a remoção de cartões deverá ser feita, normalmente, com o equipamento
desalimentado e utilizando o saca-cartão apropriado;
k) ao recolocar um cartão no seu local, verifique se é o cartão correto (nunca utilize
uma força maior do que o necessário - “lembre-se, o material tem sempre razão”);
l) ao medir circuitos que tenham uma alimentação acima de 300 volts, adote
precauções especiais, como:
I) desalimente o equipamento, se possível;
II) descarregue os capacitores de alta tensão com uma ponta de curto;
III) verifique se o equipamento de teste está corretamente regulado para a medida
que vai executar;
IV) utilize pontas de prova de alta tensão, caso necessário;
V) coloque-se em uma posição que facilite a leitura que for efetuar;
VI) se o equipamento tiver de ser alimentado durante a medição, determine ao
seu auxiliar que o faça, enquanto você faz a leitura; e
VII) caso seja necessário realizar outras medidas com o equipamento
desalimentado ou que por segurança, deva estar desalimentado, volte ao item
(I).
m) remover os fusíveis de alimentação do equipamento que sofrerá manutenção, a fim
de evitar que seja alimentado inadvertidamente;
n) adicione ou retire interruptores e “interlocks” sempre com apenas uma das mãos;
o) mantenha sempre o corpo e roupas secos (quando estiver trabalhando em locais
molhados ou úmidos, utilize uma plataforma seca);
p) desalimente o equipamento antes de conectar terminais tipo “jacaré” a qualquer
ponto do circuito;
q) use luvas de borracha ao acessar partes internas de qualquer equipamento, quando
desconhecer a tensão utilizada ou estas forem elevadas;
r) utilize luvas em bom estado;
s) utilize placas ou avisos de advertência nos equipamentos que se encontram em
reparo;
t) ao terminar um reparo, recoloque no lugar todos os fusíveis e disjuntores retirados;
e

OSTENSIVO - B-17 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
u) se houver necessidade de reparar um equipamento alimentado, adote os seguintes
procedimentos:
I) ilumine bem o local;
II) não use anéis, relógios, pulseiras ou qualquer objeto metálico que possa tocar
no equipamento;
III) utilize tapetes de borracha como isolante entre o reparador e o piso; e
IV) nunca trabalhe sozinho.

7.2 - Válvulas radioativas


a) É freqüente o uso de válvulas radioativas em equipamentos eletrônicos. Uma vez
mantidas intactas, não oferecem nenhum perigo. No seu manuseio, deverão ser
observadas as seguintes precauções:
I) não as remova da embalagem até o momento da instalação;
II) após retirá-las de um equipamento, coloque-as em uma embalagem apropriada
a fim de evitar que se quebrem; e
III) não carregue válvulas radioativas no bolso ou em qualquer outro lugar não-
protegido.
b) Caso uma válvula radioativa venha a se quebrar, as seguintes providências deverão
ser obedecidas:
I) informe imediatamente a seu Encarregado de Divisão, ao médico ou ao
enfermeiro de bordo;
II) isole a área de trabalho a fim de evitar a contaminação de outras pessoas;
III) impeça o contato do material contaminado com qualquer parte do seu corpo;
IV) procure não aspirar qualquer vapor ou pó que se tenha liberado em função da
quebra da válvula;
V) utilize uma pinça para remover os fragmentos grandes da válvula quebrada (os
menores devem ser retirados com um pano úmido, porém só passe o pano num
único sentido, nunca de um lado para o outro);
VI) coloque todo o material usado na limpeza dentro de um saco plástico, caixa de
papelão grosso ou vidro com tampa. Esse material deverá ser acondicionado
dentro de uma caixa de aço até posterior retirada;
VII) não traga bebida ou comida para as proximidades da área contaminada;
VIII) após deixar a área, retire as peças de roupa que estiverem contaminadas,
lave as mãos e braços com água e sabão, e enxágüe com água limpa;

OSTENSIVO - B-18 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
IX) caso tenha se ferido com uma válvula radioativa, procure auxílio médico,
force um pequeno sangramento, apertando os lados da ferida (nunca use a
boca para chupar o sangue); e
X) se a ferida for do tipo profunda com área pequena, o médico deverá fazer uma
incisão de modo a permitir sangramento, a fim de facilitar a lavagem e limpeza
da ferida.
A válvula TWT utilizada no radar 910 do Sistema GWS-25 (SEA WOLF) das
Fragata Classe Greenhalgh possui sobre a superfície de deu corpo uma camada
de um composto denominado óxido emissor que é, em geral, formado por uma
mistura de óxidos tais como o óxido de bário, cálcio e estrônico ou berílio, dos
quais o berílio apresenta um substância carcinogênica em sua composição. Na
eventualidade da substituição da referida válvula, devem-se tomar medidas
preventivas evitando a quebra das partes de vidro por choque mecânico, o que,
se ocorrer, irá ocasionar exposição do mantenedor ao óxido de berílio
Neste caso extremo, os seguintes procedimentos de Primeiros Socorros
deverão ser tomados:
• informe imediatamente a seu Encarregado de Divisão, ao médico ou ao
enfermeiro de bordo;
• isole a área de trabalho a fim de evitar a contaminação de outras pessoas;
• impeça o contato do material contaminado com qualquer parte do seu corpo;
• procure não aspirar qualquer vapor ou pó que se tenha liberado em função da
quebra da válvula;
• utilize uma pinça para remover os fragmentos grandes da válvula quebrada
(os menores devem ser retirados com um pano úmido, porém só passe o pano
num único sentido, nunca de um lado para o outro);
• coloque todo o material usado na limpeza dentro de um saco plástico, caixa
de papelão grosso ou vidro com tampa. Esse material deverá ser
acondicionado dentro de uma caixa de aço até posterior retirada;
• não traga bebida ou comida para as proximidades da área contaminada;
• após deixar a área, retire as peças de roupa que estiverem contaminadas, lave
as mãos e braços com água e sabão, e enxágüe com água limpa;
• caso tenha se ferido com uma válvula radioativa, procure auxílio médico,
force um pequeno sangramento, apertando os lados da ferida (nunca use a boca
para chupar o sangue);

OSTENSIVO - B-19 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
• se a ferida for do tipo profunda com área pequena, o médico deverá fazer
uma incisão de modo a permitir sangramento, a fim de facilitar a lavagem e
limpeza da ferida;
• colocar máscara respiratória, luvas e avental ou macacão.
Caso tenha havido contaminação de algum tripulante, os seguintes
procedimentos são recomendados:
- Contato com os olhos:
• lavar imediatamente os olhos com água em abundância por no mínimo
quinze minutos, de tempos em tempos, levantando as pálpebras superior e
inferior
- Contato com a pele:
• evitar o contato com a pele em regiões com cortes e arranhões. Se tal contato,
ocorrer, lavar imediatamente com água em abundância e esfregar bastante para
remover as partículas sólidas do óxido de berílio
- Aspiração:
• remover o pessoal do local de exposição
• transferir a pessoa imediatamente para instalação médica especializada se
qualquer efeito nos pulmões for observado. Para o caso de elevadas exposições
a observação médica por 1 ou 2 dias é recomendada devido à possibilidade de
retardo do sintomas sérios

7.3 - Precauções no manuseio de válvulas de raios catódicos (VRC)


As VRC têm de ser manuseadas com grande cuidado, devido ao vácuo existente no seu
interior. Caso uma delas seja quebrada, a pressão externa elevada, quando comparada
com a interna, causará uma implosão, com o conseqüente lançamento de fragmentos
com alta velocidade em todas as direções. Tome as seguintes precauções quando
manusear tais válvulas:
a) use óculos de segurança e luvas de lona reforçada;
b) ao trocar válvulas não as balance ou fique com o rosto em frente à face da válvula;
c) não deixe a válvula velha ou avariada em cima de bancadas, piso etc; guarde-a
imediatamente na embalagem da que a substituiu; e
d) quando não houver embalagem apropriada, deixe a válvula velha ou avariada em
local seguro para posterior deposição (de preferência em alto mar).

OSTENSIVO - B-20 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
8 - MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Em qualquer caso de reparo em equipamentos elétricos ou eletrônicos, ou avarias que
atinjam cabos ou equipamentos elétricos, há sempre o perigo de choques se o circuito não
for desalimentado.
Em casos de grandes avarias, torna-se normalmente necessário desalimentar todos os
cabos que atravessam a área atingida, a fim de evitar curtos, capazes de provocar
incêndios.
A tensão alternada padrão a bordo (440 volts, 60 ciclos, trifásica) é capaz de matar um
homem, devendo ser tomadas as precauções de segurança necessárias.
O circuito de iluminação de 115 volts também é capaz de causar a morte, em
determinadas condições.
Chama-se atenção particular aos equipamentos elétricos portáteis empregados a bordo,
pois estão relacionados com inúmeros acidentes causados por choque elétrico.
Recomenda-se que tais equipamentos sejam inspecionados pelo Departamento de
Máquinas ao serem embarcados e periodicamente, a fim de avaliar se estão sendo
mantidas as suas características de trabalho e segurança.
Poucas pessoas estão familiarizadas com os riscos potenciais envolvidos nas operações de
armazenamento, carga e manuseio de baterias, secas ou não. Quando em carregamento, a
reação química entre a solução eletrolítica e as placas da bateria gera hidrogênio, cuja
concentração pode se tornar explosiva. A solução eletrolítica é capaz de produzir
queimaduras em contato com a pele e destruir o tecido do vestuário. Baterias à base de
lítio ou mercúrio inutilizadas constituem lixo tóxico.
São as seguintes as principais precauções de segurança:
a) não toque em condutor elétrico para certificar-se que está desenergizado, a menos que
já o tenha testado;
b) considere que todos os circuitos elétricos são perigosos, independentemente da
voltagem;
c) leia as precauções de segurança específicas de cada equipamento;
d) preferencialmente trabalhe em equipamentos desenergizados, de qualquer modo,
cumprir rigorosamente os procedimentos de segurança (uso de luvas isolantes, tapetes
de borracha, acompanhamento por mais uma pessoa, pelo menos);
e) encaminhe para reparo os equipamentos elétricos que estiverem “dando choque”,
mesmo de pouca intensidade;
f) cuidado com as ferramentas portáteis e equipamentos molhados ou úmidos devido à
exposição à água, ao vapor ou às intempéries;

OSTENSIVO - B-21 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
g) mantenha as caixas de distribuição, painéis, controladores, terminais e tomadas com
as suas tampas fechadas;
h) não utilize mangueiras de água doce ou salgada nas proximidades de equipamentos
elétricos;
i) sempre que desalimentar uma chave ou disjuntor para trabalhar em um equipamento,
marque-o com uma etiqueta (em encarnado) do tipo:

“PERIGO - NÃO ALIMENTAR“;

j) não remova fusíveis de circuitos de 440 V de painéis alimentados, pois a abertura de


um arco pode matar um homem;
k) não use fusíveis de capacidade superior à prevista no projeto (o que deve estar
indicado no painel);
l) nunca substitua o fusível apropriado por “gatilhos”, pois o circuito perderá a proteção,
podendo ocasionar incêndios em caso de sobrecarga;
m) manter os cabos de energia de terra adequadamente instalados e em boas condições de
segurança;
n) aquecer os equipamentos elétricos que permanecerão longo tempo sem funcionar para
evitar baixas na resistência de isolamento (durante os períodos de manutenção, por
exemplo), pois isso protegerá o equipamento e indiretamente reduzirá a probabilidade
de incidentes;
o) utilizar ferramentas manuais eletricamente isoladas nas manutenções em instalações
elétricas;
p) não utilizar ferramentas elétricas com invólucros rachados;
q) não utilizar ferramentas ou equipamento que, quando posto em funcionamento, cause
abertura de fusíveis;
r) não utilizar cabos elétricos desencapados nas ligações provisórias e exigir que as
emendas sejam perfeitamente isoladas, de acordo com a boa técnica;
s) não utilizar tomadas rachadas ou avariadas, conexões frouxas ou improvisadas, e fios
de alimentação de equipamentos ligados diretamente à tomada, por ausência do
terminal apropriado;
t) não utilizar lâmpadas portáteis sem grade de proteção ou, nos casos em que estiverem
sujeitas a entrar em contato com água ou óleo, ou a ser empregada em espaços
confinados, que sejam à prova d’água;
u) quando realizando carga de baterias, verifique a ventilação do compartimento e afixe
em local visível o aviso(em encarnado):

OSTENSIVO - B-22 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
“PROIBIDO FUMAR - CARGA DE BATERIA EM ANDAMENTO”
v) antes de armazenar ou transportar baterias, cubra os terminais com material isolante;
w) armazene baterias em local fresco e arejado;
x) utilize equipamento de proteção apropriado (que proteja os olhos e a pele) quando
trabalhando com baterias à base de líquido ou manuseando a solução eletrolítica; e
y) respeite os avisos de perigo.

9 - TANQUES E ESPAÇOS VAZIOS


Recomendações:
a) antes de trabalhar no interior de tanques e espaços vazios, verificar se estão limpos,
desgaseificados e ventilados;
b) as redes e suspiros de tanques e espaços, que tenham armazenados líquidos
inflamáveis, devem ser limpos e desgaiseficados antes da realização de qualquer
reparo envolvendo serviços de corte e solda;
c) a iluminação nesses compartimentos deve ser adequada para garantir o trânsito e o
trabalho seguros, se utilizado um cabo portátil, a lâmpada deve ser adequadamente
protegida de modo a evitar que se quebrem, o que pode causar explosões em
ambientes contaminados por gases;
d) por norma, um homem não entra sozinho em um tanque ou espaço vazio (deve ser
escalado um observador de segurança do lado de fora do compartimento, devidamente
familiarizado com as recomendações quanto à prevenção de acidentes e administração
de primeiros socorros); e
e) os tanques e espaços vazios devem ser mantidos com seus acessos fechados ou
isolados quando não há faina em andamento.

10 - AMPOLAS DE GÁS COMPRIMIDO


a) Armazenar as ampolas de gás comprimido sempre nos locais apropriados, afastadas
de óleo, gases ou fontes de calor.
b) O usuário deve ser qualificado para operações com ampolas de gás comprimido.
c) O pessoal deve doutrinado quanto à proibição do manuseio de ampolas com as mãos
ou luvas untadas de óleo.
d) É proibido o posicionamento de ampolas de oxigênio e/ou acetileno no interior de
espaços confinados (exceção feita à ampola de oxigênio da Enfermaria).
e) Substituir as ampolas com vazamento ou reprovadas no teste hidrostático.
f) Assegurar-se de que os dispositivos de segurança (válvulas, manômetro, etc.) estejam
funcionando corretamente.

OSTENSIVO - B-23 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
g) Não expor as ampolas ao sol por muito tempo.

11- MATERIAIS PERIGOSOS (FLUÍDOS AQUECIDOS, TÓXICOS OU


INFLAMÁVEIS)
a) A existência desses itens deve se limitar às necessidades previsíveis do navio. Nos
períodos de reparo, retirar de bordo os materiais perigosos dispensáveis: óleos
combustíveis, gasolina, querosene de aviação, munição (mesmo a do armamento
portátil exceto a necessária ao pessoal de serviço) etc.
b) Escolher um local apropriado para a guarda dos tanques de pronto uso de gasolina
para as motobombas e motores de popa.
c) Posicionar as descargas de motores e bombas portáteis safos de locais onde existam
materiais perigosos ou aspirações das ventilações do navio.
d) Prover proteção e isolamento para as redes de recebimento de vapor de terra.

12- MEDIDAS PARA REDUZIR RISCOS DE INCÊNDIO A BORDO


Os navios de guerra caracterizam-se por possuírem grande autonomia, ou seja, são
capazes de permanecer afastados de suas bases, sem apoio logístico, por longos períodos.
Essa particularidade faz com que transportem uma enorme quantidade de itens, como
gêneros alimentícios, combustíveis, inflamáveis e munição. A presença desses materiais
coexistindo com um ambiente onde podem estar presentes elevadas temperaturas, ocorrer
descargas elétricas e até mesmo explosões decorrentes de manuseio de munição ou
concentração de gases explosivos, impõe regras para a utilização e o armazenamento,
além de requerer rigorosas medidas preventivas para evitar ou, pelo menos, reduzir a
ocorrência de incêndios.
As tripulações devem possuir um adestramento específico para evitar e enfrentar um
incêndio e se conscientizarem da necessidade de se cumprir os requisitos que aumentam a
segurança.
Em tempo de paz, os incêndios podem ser atribuídos a avarias, falha humana,
inobservância dos cuidados na manutenção e operação de equipamentos e sistemas e,
principalmente, não-observância de medidas preventivas destinadas a impedir condições
propícias para os princípios de incêndio. Estas são particularmente importantes nos
grandes períodos de manutenção, onde há o acúmulo de serviços potencialmente
perigosos, ao mesmo tempo em que se reduz a disponibilidade dos equipamentos de
combate a incêndio.
As normas mais comuns para se prevenir um incêndio são:
a) não lançar cigarros ou fósforos mal apagados em local impróprio;
OSTENSIVO - B-24 - ORIGINAL
OSTENSIVO CAAML - 703
A solução depende da conscientização da tripulação de que fumar a bordo, além de
trazer grandes prejuízos à saúde, pode representar risco de incêndio, sendo aplicáveis
as seguintes recomendações :
I) não fumar deitado, considerando-se a possibilidade do sono chegar antes do
cigarro terminar;
II) não fumar em locais proibidos, ou quando trabalhando com inflamáveis, ou
quando disseminada no fonoclama essa proibição;
III) jogar o cigarro em cinzeiros, que devem ser preferencialmente de metal,
certificando-se de que foi apagado (não lançá-lo em cestas de lixo);
IV) não fumar em locais proíbidos como praças de máquinas, paióis de munição,
tanques e porões; e
V) não lançar cigarro aceso por barlavento.
b) manter os equipamentos de combate a incêndio sempre em boas condições;
c) manter a Estação Central de CAv informada de todos os serviços em andamento que
possam comprometer o sistema de combate a incêndio ou comprometer vidas em caso
de sinistro (redes e válvulas retiradas para reparo, bombas inoperantes, “by pass”,
pessoal trabalhando em local de difícil acesso etc), particularmente nos períodos de
manutenção;
d) adestrar a tripulação, pois todos a bordo devem conhecer os procedimentos a adotar ao
ser detectado um incêndio a bordo;
e) remover as estopas e trapos sujos de óleo dos porões e acumulados nas latas de lixo. O
risco de incêndio em praça de máquinas é grande, devido a fatores como elevadas
temperaturas, espaços confinados e com possíveis vazamentos de material
combustível. Para reduzir a ocorrência desses incêndios é fundamental impedir o
armazenamento de produtos inflamáveis nas praças de máquinas, bem como mantê-las
sem vazamentos e com os porões limpos e secos, mesmo nos períodos de manutenção;
f) remover o óleo e gordura que se acumulam nas telas e dutos de extração da cozinha. O
cumprimento de uma rigorosa rotina de limpeza impede que se acumulem excessos de
gordura e óleo, os quais, sendo combustíveis, podem entrar em ignição pelas altas
temperaturas passíveis de ocorrer nesses ambientes. A existência das telas dificulta
que esse material combustível se acumule no interior dos dutos. Os navios, que
dispõem de sistemas específicos para extinguir esses incêndios, devem mantê-los em
perfeitas condições de funcionamento;
g) serviços de corte e solda elétrica e oxiacetilênica caracterizam-se pela presença de
altas temperaturas, centelhas e material incandescente. Sendo assim, merecem uma

OSTENSIVO - B-25 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
série de cuidados específicos que incluem remoção de inflamáveis das proximidades,
o estabelecimento de vigias no compartimento em que é executado o serviço e nos
adjacentes, disponibilização de material de pronto uso para extinguir princípios de
incêndio. Deve-se considerar, ainda, que as fagulhas podem atingir locais de difícil
acesso onde materiais combustíveis podem estar acumulados. Outro ponto importante
a ser considerado é quando esse serviço envolver redes e tanques, pois podem existir
gases inflamáveis acumulados, capazes de causar explosões.
As providências contra riscos de incêndio quando se executam serviços de corte, solda
ou aquecimento de redes e equipamentos devem ser rigorosamente implementadas,
chamando-se a atenção para os seguintes aspectos:
I) estabelecer um serviço de vigilância no compartimento adjacente, quando uma
antepara for cortada, soldada ou aquecida;
II) manter a vigilância na área do serviço, bem como na área limítrofe, até, ao menos,
25 minutos após ter sido terminado um trabalho com calor;
III) manter atualizado um registro de todos os locais onde estão sendo realizados
serviços de corte, solda e trabalhos com calor;
IV) as ordens de fogo são expedidas mediante autorização do oficial-de-serviço, do
Encarregado do CAV ou seu substituto legal, que assinam a papeleta de
autorização;
V) os cabos das máquinas de solda elétrica devem ser adequados e as mesmas devem
estar conectadas à terra; e
VI) antes de iniciar qualquer serviço de corte/solda ou trabalho com calor em tanques,
redes e suspiros, espaços vazios ou compartimentos que tenham contido materiais
inflamáveis ou tóxicos, deve ser verificado se a área de trabalho está limpa e a
atmosfera isenta de gases inflamáveis. Se não estiver, adotar providências
corretivas (remoção do material, arejamento do compartimento etc), como
necessário.
h) equipamentos elétricos avariados ou com instalações inadequadas, equipamentos com
baixa de isolamento, fusíveis contornados, disjuntores travados, instalações
improvisadas (de fortuna), motores e circuitos elétricos sobrecarregados e condução
inadequada podem ser a origem de incêndios.
i) determinados materiais, como solventes, gasolina, tinta e álcool exigem cuidados
especiais para sua utilização e armazenamento.

OSTENSIVO - B-26 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
Além disso, deve-se limitar a presença de material combustível a bordo, bem como
exercer rigoroso controle e fiscalização do uso deste material, considerando-se as
situações de guerra e de paz. Sob esse enfoque citamos:
I) eliminação do material desnecessário à operação militar do navio; e
II) especificação do material de bordo, evitando-se a utilização de equipamentos e
acessórios compostos de material combustível (exemplo: utilizar sempre latas de
lixo metálicas).
m) manutenção do navio nas melhores condições de resistência ao fogo.

13 - PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES AÉREAS


O Agente de Segurança de Aviação (ASAv) assessora diretamente o Comandante nos
assuntos relativos à segurança de aviação de sua OM, respondendo por todas as
atividades desenvolvidas em cumprimento ao Programa de Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (PPAA), de acordo com o preconizado por instrução normativa específica.
O piloto mais antigo do Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) é o responsável direto
pela segurança de sua aeronave e da tripulação orgânica. Em caso de dúvida, cabe ao
piloto mais antigo do Destacamento a decisão final sobre a segurança de vôo da
aeronave, tripulantes e passageiros.

13.1 - Normas gerais de segurança nas operações aéreas


a) Não se usa cobertura ou qualquer outro tipo de material solto que possa “voar”
com o vento, tais como papéis, pedaços de pano etc., no convés de vôo ou nos
locais abertos que lhe dão acesso.
b) Cuidado com canhões e paus de carga. Quando houver possibilidade de que o
helicóptero possa ser atingido pelo movimento de torretas, lançadores de mísseis,
paus de carga e equipamentos de manobra, manter tais equipamentos
desalimentados, exceto por ordem em contrário do Comandante do navio.
c) Os helicópteros são extremamente sensíveis a avarias por efeito de sopro
produzido pelos disparos de canhões localizados nas proximidades da
plataforma. Antes do início do tiro, posicionar a aeronave fora da área de efeito
de sopro (preferencialmente hangarada), com as portas e janelas abertas.
d) É terminantemente proibido fumar no hangar e na plataforma. Cartazes de
advertência deverão ser colocados no hangar.
e) Todos os componentes das equipes que operam na plataforma usam,
obrigatoriamente, óculos de proteção, abafador de ruídos, coletes salva-vidas e
botas especiais de convôo.

OSTENSIVO - B-27 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
f) Componentes perigosos e setor de aproximação:
- as pás do rotor principal, devido as suas características de flexibilidade e
mobilidade (principalmente durante as partidas e paradas do rotor), podem
flexionar-se (flapar) e atingir quem se aproxime;
- o rotor de cauda - devido a sua baixa altura; e
- a descarga do motor - devido às altas temperaturas dos gases.
Considerando-se as áreas perigosas indicadas e o setor visual do piloto, as zonas de
aproximação de um helicóptero resumem-se a um setor de 45o para cada um dos
bordos, em relação à proa da aeronave.
g) A rede de proteção permanece içada durante a movimentação da aeronave do
hangar para a plataforma (espotagem) ou da plataforma para o hangar
(hangaragem), e enquanto estiverem sendo executados serviços na aeronave sem
virada de motor (inclusive dobragem e desdobragem das pás). Quando da partida
de motor e operação de pouso e decolagem, arriá-la. Assim deverá permanecer,
até a parada dos motores e rotores.
h) A plataforma deve estar corretamente demarcada, acordo normas em vigor.
i) Por ocasião da partida do motor, um componente da Equipe de Manobra e
Crache guarnece um extintor portátil e mantém-se próximo à descarga do motor.
j) Antes do início (aproximadamente quinze minutos) e durante as operações
aéreas é terminantemente proibido jogar lixo no mar, para evitar a concentração
de aves.
k) Antes do início das operações aéreas noturnas é necessário um período de
adaptação dos pilotos e das equipes, durante o qual este pessoal não deve
transitar por compartimento iluminado. O trajeto dos pilotos até o hangar deve
ser feito por compartimentos iluminados com luz de polícia.
l) Todo o pessoal envolvido em operações aéreas deve estar conscientizado e
instruído para observar e alertar ao OLP quanto a sinais de avaria no helicóptero,
como fumaça, vazamentos de combustível e fluído hidráulico.
m) Em Operações Aéreas, todas as portas, escotilhões, agulheiros e escadas que dão
acesso à plataforma de vôo, devem possuir placas com informações proibindo a
passagem do pessoal.

13.2 - Segurança na plataforma de pouso e hangar


As áreas descobertas de meia nau para ré e, especialmente, a plataforma de pouso
e o hangar, devem ser inspecionados antes do início das operações aéreas, sendo
recolhidos os detritos e objetos estranhos (DOE).
OSTENSIVO - B-28 - ORIGINAL
OSTENSIVO CAAML - 703
13.3 - Abastecimento da aeronave
a) Antes e durante o abastecimento avisar pelo fonoclama:

“ABASTECIMENTO DE AERONAVE - É PROIBIDO FUMAR”.

b) Mangueiras de abastecimento devem estar com fio terra passado na aeronave e,


esta, com terra passado para o convés, antes da colocação do bico da mangueira
na tomada da aeronave.
c) Durante as fainas de abastecimento, a Equipe de Crache deve estar a postos, com
equipamento de combate a incêndio pronto para ser usado.
d) O combustível de aviação não deve ser manuseado com vasilhame aberto.
e) Panos e trapos, contendo combustível de aviação, devem ser retirados da
plataforma e hangar logo que terminado seu uso.
f) A transferência de combustível de aviação só pode ser iniciada após notificação
ao Oficial de CAV do navio.

13.4 - Manobra do navio e manobra do helicóptero


a) Salvo em situação de grande emergência e levando-se em consideração os
aspectos de segurança envolvidos, o navio não muda de rumo enquanto um
helicóptero estiver:
pousando ou decolando / engrazando ou desengrazando rotor / sendo
manobrado no hangar e/ou plataforma de pouso.
b) Considerações que envolvem a segurança dos homens do convôo e da aeronave:
- o Orientador ocupa posições definidas na plataforma, de maneira que
permaneça no visual do piloto que efetivamente estiver nos comandos da
aeronave;
- após o pouso do helicóptero, os calços e peias devem ser imediatamente
colocados, ficando a aeronave nesta condição até o próximo lançamento;
- antes da decolagem, as peias, ao serem retiradas, são mostradas ao piloto pelos
calçadores;
- o orientador e o fiel da aeronave têm que estar presentes sempre que o
helicóptero for movimentado no hangar e/ou plataforma de pouso; e
- antes do início de qualquer manobra de espotagem, o orientador solicita
autorização ao Oficial de Quarto e cientifica-se de que o Navio não vai manobrar
durante a faina. Cuidados especiais devem ser tomados sempre que as condições
meteorológicas forem adversas.

OSTENSIVO - B-29 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
14 - PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA DURANTE OS PERÍODOS DE
MANUTENÇÃO
Durante os períodos de manutenção, os cuidados com a segurança devem ser
redobrados, considerando-se que o navio fica mais vulnerável, devido à grande
quantidade de equipamentos e sistemas, inclusive de CBINC, que são retirados para
reparo, além dos diversos serviços que são realizados simultaneamente.

14.1 - Recomendações gerais


a) Afixar em locais visíveis instruções visando à prevenção de acidentes.
b) Instituir uma comissão encarregada da segurança e prevenção de acidentes,
constituída ao início do período de manutenção e integrada pelos Imediato,
CHEMAQ, CHEOP, CHEARM, ENCAv e Oficial Médico.
c) Incluir nos contratos celebrados com firmas, itens definindo claramente as
responsabilidades quanto à segurança e à integridade dos funcionários civis,
segundo a legislação em vigor, enquanto estiverem trabalhando a bordo.

14.2 - Prevenção de incêndio


As providências de rotina devem ser intensificadas, considerando as peculiaridades
do período, como, por exemplo:
a) instituir uma turma de prevenção de incêndio com pessoal devidamente
qualificado;
b) os serviços de corte e solda devem ser específica e efetivamente autorizados e
controlados;
c) manter disponíveis bombas de incêndio portáteis prontas para serem acionadas,
em caso de falha ou inexistência de pressão na rede de incêndio de bordo ou do
cais;
d) o navio deve ser mantido limpo, seco (praças de máquinas e porões), isento de
resíduos e produtos inflamáveis armazenados de maneira imprópria;
e) quando possível, manter pressão na rede de incêndio de bordo, ou em seus “by-
pass”;
f) os “by-pass” da rede de incêndio devem ser instalados com segurança, com as
mangueiras em boas condições;
g) caso o Sistema Fixo de CO2 tenha sido retirado das praças de máquinas e paióis,
devem ser providenciados extintores portáteis substitutos em quantidade
suficiente;

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OSTENSIVO CAAML - 703
h) a Estação Central do CAv deve manter atualizada a situação da rede de incêndio
de bordo no tocante a trechos ou válvulas retiradas que possam comprometer o
combate a um incêndio;
i) devem ser mantidos os serviços de Patrulhas de CAv e Vigias de Bravos, com
pessoal qualificado, para percorrer os compartimentos do navio e praças de
máquinas, durante os períodos em que a guarnição está licenciada; e
j) manter, pelo menos, um reparo de CAv pronto para ser guarnecido em caso de
incêndio a bordo (este reparo deve ser do conhecimento de toda a tripulação).

15- PRECAUÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA DO PESSOAL


A listagem a seguir resume as precauções gerais de segurança de pessoal, as quais, em
alguns casos, repetem aspectos já mencionados em tópicos ou capítulos anteriores. O
cumprimento dessas precauções diminui consideravelmente os riscos de acidente:
a) conhecer e memorizar todas as saídas, inclusive as de emergência, do alojamento ou
local de trabalho, bem como a localização das Máscaras de Escape Rápido e sua correta
utilização;
b) verificar se todo o material está bem armazenado, guardado e peiado;
c) ao transportar volumes, procurar manter uma das mãos livre;
d) subir ou descer escadas, segurando o corrimão com uma das mãos;
e) conhecer os procedimentos de parada em emergência dos equipamentos com os quais
trabalhe;
f) garantir que as saídas e escapes não estejam bloqueados por materiais, nem travadas, de
modo a impedir a sua abertura por dentro;
g) garantir que dutos de ventilação estejam limpos, com aspirações e descargas
desbloqueadas;
h) anéis, relógios, chaveiros, e outros itens que podem se prender em extremidades não
devem ser utilizados a bordo;
i) utilizar equipamentos de proteção individual como capacetes, luvas, sapatos ou botas,
cintos de segurança, óculos e vestimentas adequados ao serviço a realizar;
j) utilizar o colete salva-vidas apropriado, sempre que trabalhar em conveses abertos em
situações onde existe a possibilidade de queda no mar; nas fainas mais críticas, utilizar um
cinto de segurança preso à balaustrada ou outro local apropriado;
k) utilizar capacete onde haja possibilidade de quedas/choques com objetos como quando
no fundo do dique, em fainas marinheiras e durante grandes reparos em praça de
máquinas;

OSTENSIVO - B-31 - ORIGINAL


OSTENSIVO CAAML - 703
l) utilizar, preferencialmente, roupas de algodão (inclusive meias e roupas de baixo);
m) portar o colete salva-vidas inflável, lanterna de bolso estanque, luvas e capuz
antiexposição (“anti-flash”), em situação de cruzeiro de guerra;
n) limitar o uso de óculos escuros aos conveses abertos;
o) caminhar rápido, se necessário, mas não correr a bordo;
p) conhecer a localização das balsas, especialmente a sua balsa, e os caminhos a utilizar
desde o seu alojamento ou local de trabalho para a mesma, em uma emergência;
q) conhecer a localização e utilização dos equipamentos de combate a incêndio existentes
no seu alojamento ou local de trabalho;
r) fumar apenas nos locais permitidos;
s) operar equipamentos apenas se for qualificado na sua operação;
t) abrir os acessórios que devam permanecer fechados (em função da condição de
fechamento estabelecida) somente com autorização da Estação Central de CAV (fechá-los
corretamente, após terminada a necessidade);
u) não se inclinar pela borda apoiado na balaustrada ou vergueiros;
v) não permitir a existência de conveses ou estrados escorregadios; se inevitável, colocar
um aviso, informando a existência de situação de risco ;
w) quando abertos escapes, escotilhas, portas de visita ou outro acesso do convés
normalmente fechado, prover área de segurança delimitada por cabos/balaustres,
devidamente seguros e sinalizados;
x) não passar entre/sobre cabos colhidos/dobrados durante fainas pois estes podem ser
laborados;
y) nunca passar sobre espias, cabos e amarras tensionados;
z) nunca operar equipamentos com sistemas de segurança defeituosos;
aa) nunca operar chaves, disjuntores elétricos ou válvulas sem autorização/qualificação
para tal;
ab) avisar a Central do CAv quando for trabalhar em compartimentos isolados e sem
fonoclama, principalmente quando a tripulação estiver licenciada;
ac) não lançar material pela borda (nunca fazê-lo com o navio docado);
ad) quando for imprescindível efetuar reparos em equipamentos elétricos ou eletrônicos
energizados, fazê-lo sempre acompanhado;
ae) quando trabalhando em mastros, chaminés e costados, usar cinto de
segurança/dispositivos que impeçam a queda de ferramentas, mantendo sempre vigia
pronto a auxiliá-lo.

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OSTENSIVO CAAML - 703
af) fiscalizar o cumprimento das normas referentes à segurança do trabalho realizado por
qualquer tripulante, zelando pela segurança de todos a bordo;
ag) inspecionar rotineiramente o cabo de energia de terra e sua rota ao longo do convés,
tendo atenção à correta fixação dos seus terminais, e aos possíveis contatos do cabo com
acessórios do convés, protegendo-o de cantos vivos. A inspeção deve ser rigorosa
principalmente quando houver troca de cabos entre os navios; e
ah) as ferramentas manuais devem ser apropriadas ao uso a que se destinam, sendo vedado
o emprego de ferramentas defeituosas, danificadas ou improvisadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
a) BRASIL. Centro de Instrução Almirante Wandenkolk. Sistemas de Antenas de
Comunicações de Bordo. Rio de Janeiro, 1980.
b) EUA. United States Navy. NTTP 4-01.4 Underway Replenishment. Norfolk, 2009
c) BRASIL.Comando-em-Chefe da Esquadra. NORMESQ No 40-07A. Prevenção de
Acidentes em Navios durante os Períodos de Manutenção. Rio de Janeiro, 2005.
d) BRASIL.Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. CAAML 1201.
Organização de Controle de Avarias. Rio de Janeiro, 2005.
e) EUA. Naval Education and Training Program Development Center. Naval Safety
Supervisor. Washington, D.C., 1985
f) EUA.Office of the Chief of Naval Operations. Navy Occupational Safety and Health
(NAVOSH). Washington, D.C., 1989.
g) GRÃ-BRETANHA. Ministry of Defence. BR-45 - Manual of Navigation. London, 1994.

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