Ciências Biológicas- Licenciatura Universidade Federal de Alfenas Live Pública URBE URGE - Ailton Krenak
”Tempo”
Já dizia Gilberto Gil: “dizem que tempo é rei, ó tempo
rei, ó temperei, transformai as velhas formas do viver”. Essa frase, ditada em sua música, me fez refletir o tempo nessa atividade proposta, já que o tempo é rei, sinônimo de algo precioso, porque demandamos tanto tempo sem ter tempo para nada? Como diz meu amigo Ailton Krenak “nós não sabemos o que fazer com o nosso tempo”. Após vivenciar reflexões à cerca do portfólio construído por mim, pude perceber que o tempo é demandado pelo nosso querer, pela nossa pressa, pela nossa importância às coisas que nós damos, onde nós falta paciência mediante às urgências do cotidiano, assim como eu pude vivenciar sentada, nessa praça. Analisando todos os aspectos e ao assistir a live de Ailton Krenak, me chama atenção quando ele cita: “a natureza é nosso bem comum, temos de voltar a ela e desenvolver processos acessíveis a todos, pois é dessa forma que fazemos mudanças”. Mediante disso, fico a relembrar quando me deparei com a atividade 1, e em um dos meus relatos eu analisei que até o ar daquela praça era limpo, estranho isso, pois estava dentro da cidade, não era um espaço que não devinha de poluição, por exemplo, mais agora posso entender que sim, era limpo porque ali existia a valorização do dia, existia alegria, formas de conexão, de estar com pessoas sem relatar os problemas, estar ali somente por ter flores, o vento das árvore e o barulho dos pássaros, estar ali porque como o Airton fala, “abrir nossos olhos para enxergamos o que estamos vivenciando e achando normal”, pois podemos ver, assim como eu, que ali não precisamos encarar a vida tão à sério, não precisamos ver a sujeira da cidade como algo que tenhamos de encarar, abrir os olhos e ver que isso é fora do normal. Me chama atenção o relato desse ser sensacional e de suas falas tão importantes, quando ele diz que nós seres humanos estamos tão habituados com o ar poluído das cidades, que quando isso é tirado de nós (digo eu por conta própria, porque somente pude sentar ali e perceber a vida simples, quando eu fui instigada à isso, estranho né? Porque é uma coisa tão singela, mais que não paramos para fazer) nós achamos estranho, sentimentos falta dessa “sujeira cotidiana”. Ailton me ajudou muito a refletir essas imagens quando ele cita o “corpo da terra como cataporas”, porque estão impregnadas manchas espalhadas pelo mundo, e que essas manchas possuem estéticas, ideias, formas culturais e políticas de se representar, pois essas manchas determinas à todo tempo as características de tal lugar, e nessa praça, a catapora está representada como manchas boas que nós fazem bem, que nós alegram por estar ali. Nós precisamos se reconciliar com esse organismo vivo do planeta: a Terra. Isso não sou eu quem diz, é o Ailton, e eu concordo, precisamos nos conectar ao que é puro e muita das vezes não valorizamos, pois já que o tempo é rei, porque nunca tiramos um tempo para apreciar as coisas ao nosso redor? “(…) Eu não acredito que alguém sai do Brasil para passear em Dubai.. é uma cafonice, um abismo.. porque não podemos apreciar o que temos aqui?” Sim, você está certo Ailton, e me pego pensando, porque nós temos que sair da nossa zona de conforto para ir buscar felicidade em coisas distantes? Não podemos sentar nessa praça, tomar um sorvete, dar boas risadas e sermos felizes? Realmente Gilberto Gil está certo, o tempo é rei. Ele é precioso e não damos valor. É assim que Airton diz: abrir os olhos para aquilo que vivenciamos e ainda achamos normal. O tempo é nada mais e nada menos a necessidade de dar horas para aquilo que nos convém.