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1.

Conceito de TI verde

De acordo com Murugesan (2010) “a TI verde pode ser considerada como aquela que
se utiliza de estudos para projectar, fabricar, utilizar e descartar produtos e subprodutos
computacionais, pressupondo efetividade para garantir níveis mínimos de impactos negativos
ao meio ambiente” (p.4).
Schmidt et al. (2010) acrescentam que ela está atenta ao desperdício, à economia da
eficiência energética e ao custo total de propriedade, englobando o custo de descarte e
reciclagem.
É uma visão que as instituições devem adoptar, com o objectivo de minimizar os
impactos negativos do uso da TI no ambiente.

2. O problema do lixo eletrónico (e-waste)

O lixo eletrónico ou e-waste é um termo utilizado para descrever os resíduos


resultantes do descarte de equipamentos eletrónicos, tais como televisores, telefones,
computadores, entre outros.
Sommer (2007) afirma que, o problema do e-waste é crescente nos últimos anos e
gera discussão mundial sobre como proceder no descarte, manipulação e colecta destes
resíduos.
A seguir, é apresentado elementos químicos presentes em alguns componentes
eletrónicos e os riscos decorrentes do contacto frequente com o organismo humano. Esses
elementos estão presentes na composição de diversos equipamentos eletrónicos como UPS,
que na maioria das vezes acabam depositados em aterros sanitários em Moçambique.
 Chumbo (Pb): causa dores de cabeça e anemia, mesmo em baixas concentrações;
 Cobre (Cu): Causa intoxicações; afeta o fígado;

 Bário (B): tem efeito vasoconstritor, eleva a pressão arterial;


 Cromo (Cr): pode causar anemia, afeta o fígado e os rins.

3. A diretiva RoHS - Restriction of Certain Hazardous Substances (Restrição de


Certas Substâncias Perigosas)

3.1. Visão geral


O aumento da produção e do uso de produtos elétricos e eletrônicos, como telefones
celulares, computadores e eletrodomésticos, tem resultado em um volume cada vez maior de
resíduos elétricos e eletrônicos. Durante o uso, colecta, tratamento e descarte desses resíduos,
os produtos podem liberar substâncias nocivas (perigosas), como Chumbo, Mercúrio e
Cádmio, que podem causar graves problemas ambientais e de saúde.

Para enfrentar esses desafios, as leis da UE restringem o uso de certas substâncias


perigosas em equipamentos elétricos e eletrônicos por meio da Diretiva RoHS. E ela
actualmente restringe o uso de dez substâncias: chumbo, cádmio, mercúrio, cromo
hexavalente, bifenilos polibromados (PBB) e éteres difenílicos polibromados (PBDE), bis (2-
etilhexil) ftalato (DEHP), butil benzil ftalato (BBP) , dibutil ftalato (DBP) e diisobutil ftalato
(DIBP).

3.2. Objectivos

A Diretiva RoHS visa prevenir os riscos apresentados à saúde humana e ao meio


ambiente relacionados ao gerenciamento de resíduos eletrônicos e elétricos. Ele faz isso
restringindo o uso de certas substâncias perigosas em EEE que podem ser substituídas por
alternativas mais seguras. Essas substâncias restritas incluem metais pesados, retardadores de
chama ou plastificantes.

Figura 1: Selo RoHS e CE

4. Porquê adoptar a TI verde ?

Diversos autores têm salientado as vantagens que uma organização tem em adoptar a
TI verde, sendo os benefícios ambientais e os financeiros os principais.
Para Brooks et al., (2010) “os benefícios ambientais estão relacionados à ecoequidade,
que se refere ao direito igualitário entre as gerações actuais e futuras quanto aos recursos
naturais disponíveis”(p.13)
E para Dyllick & Hockerts (2002) “os benefícios financeiros estão associados à
ecoeficiência, que diz respeito à entrega de produtos e serviços com preços competitivos, que
ao mesmo tempo suprem a demanda dos consumidores e possuem menor impacto no meio
ambiente”( p.130)
Watson et al., (2010, p.23) vão além afirmando que outros factores podem estimular o
uso eficiente da TI, como a concessão de incentivos fiscais a empresas que contribuem para o
meio ambiente investindo em tecnologias de produção limpas e eficientes e, portanto, mais
sustentáveis.

A Diretiva Energy Star

Energy Star é um padrão internacional para o consumo eficiente de energia originado


nos Estados Unidos no início da década de 90. Um equipamento que ostenta o rótulo Energy
Star não é necessariamente um produto melhor do que um modelo comparável, mas para ser
qualificado com Energy Star, ele deve atender às rígidas diretrizes de eficiência energética,
conforme estabelecido por esse programa.

Os equipamentos com classificação Energy Star normalmente são de 10% a 20%


mais eficientes em termos de energia do que os modelos não classificados. Isso significa que
você não apenas economizará dinheiro comprando um eletrodoméstico com a classificação
mais baixa do Energy Guide, mas também obterá economia de energia adicional se esse
eletrodoméstico também for qualificado pela Energy Star. Esta é uma óptima maneira de
aumentar a economia de energia, além de ajudar o meio ambiente.

Figura 2: Selo Energy Star

A seguir o autor apresenta as recomendações da Directiva Energy Star para a compra


de equipamentos electrónicos e informáticos. Salientar que a versão completa está disponível
em energystar.gov

2.6.5. Produtos com eficiência energética

A aquisição de produtos eficientes reduz os custos de energia sem comprometer a


qualidade para empresas, instituições e governos. Siga as etapas descritas abaixo para saber
mais sobre os produtos certificados pela Energy Star e especificá-los em suas políticas de
compra e contratos.

1ª Etapa: modifique a linguagem de aquisição: O fornecedor deve fornecer produtos que


recebam o ENERGY STAR e atendam às especificações ENERGY STAR para eficiência de
energia.

2ª Etapa: Educar seus fornecedores e pessoal: as organizações devem educar os agentes de


compras, a alta administração e os principais interessados sobre seus requisitos de compra
ENERGY STAR, benefícios de economia e mecanismos disponíveis para fazer essas
compras.

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