Você está na página 1de 24

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Leonardo Rafael Arico


NUSP: 12717781

Desafios e Oportunidades para a Sustentabilidade dos


lixos eletronicos

SÃO PAULO
2023
RESUMO
A produção de eletrônicos no século XXI está entre uma das atividades mais importantes
do setor industrial, assim como uma das maiores atividades junto ao setor, como produtos
químicos e alimentos. Os avanços tecnológicos impulsionam a expansão desse setor que com
seu crescimento traz consequências prejudiciais ao meio ambiente global, ecossistema e saúde
humana, devido ao crescente descarte de lixo eletrônico que contém materiais tóxicos e são
raramente tratados por políticas sustentáveis. Portanto, sendo fundamental o monitoramento e
as estratégias relacionadas a fabricação, exportação, despejo e reciclagem. O objetivo desse
estudo é analisar a condição do descarte de lixo eletrônico global, traçando uma relação com
regulamentações e estrategias para monitorar quando no mercado.
Key-words. Regulamentações de sustentabilidade. Descarte de eletrônicos. Industria eletrônica.
Lixo eletrônico.
1 INTRODUÇÃO

A indústria de eletrônicos emergiu no século XX com o surgimento e grande escala de


venda de rádios e gramofone. Apesar de os eletrônicos estarem serem usados em eletrodomésticos
e setores como automobilístico, sua ascensão se consolidou a partir da descoberta do transistor
pela empresa AT&T Bell Laboratories (UFPR, 2004).
Essa inovação permitiu o surgimento de produtos de dimensões menores, assim como
a capacidade de diminuir os custo e aumentar a qualidade, levando ao surgimento de uma
série inacabável de inovações tecnológicas e produtos que vão desde as televisões até os
computadores e celulares.
A expansão continua das tecnologias e produção de produtos utilizando essas, tornaram
a produção mundial de eletrônicos em um dos maiores setores da atividade industrial do
mundo, representando um valor estimado de aproximadamente 700 bilhões de dólares em 1993
(ELSEVIER, 1993), se aproximando de outros setores grandes como produção de químicos e
produção de alimento.
Apresentando de forma mais detalhada sua fatia na economia em termos de Produto
interno bruto, temos que a indústria de eletrônicos representava em 1993 respectivamente
5% na Europa, 5.5% no Japão, 6% nos Estados Unidos. Ademais representava cerca de
11.5% de toda a indústria global no período (ELSEVIER, 1993). Em 2023 o setor eletrônico
continua em pleno crescimento com estimativas de exceder mais de 1 trilhão de dólares até
2030 (PRECEDENCERESEARCH, 2021), impulsionado ainda pelo surgimento de tecnologias
emergentes como dispositivos inteligentes, relógios inteligentes, equipamentos de internet das
coisas e inteligência artificial.
A disseminação dos dispositivos eletrônicos na sociedade moderna se deve, na maioria,
à sua crescente prática de consumo. A popularização de produtos como computadores e
telefones celulares transformou-os em parte fundamental do cotidiano, seja no âmbito pessoal
ou profissional.
No entanto, a obsolescência e as táticas de consumismo aplicadas pela indústria
eletrônica contribuem para a curta vida útil desses produtos. Esses fatores, aliados ao aumento
do consumo, geram um grande volume de lixo eletrônico globalmente, também conhecido
como e-lixo.
O princípio de e-lixo, é definido como todo aparelho eletrônico ou elétrico que não
são mais usados, incluindo aparelhos plenamente funcionais, como computadores e celular
despachados por sua obsolescência e falta de recursos em novas versões.
Portanto, o lixo eletrônico pode ser considerado de alto valor, uma vez que compõem
desde eletrodomésticos como geladeiras até os celulares e outros dispositivos mais avançados
em questões de tecnologia.
O grande número de descarte desse tipo de lixo em países asiáticos de rápido crescimento
econômico, gera a necessidade de gerenciar seu ciclo, por meio de práticas redução, reutilização
e reciclar, uma vez que a composição de materiais presentes são enormes, apenas considerando
a produção dos eletrônicos na União Europeia em 2014, foram usados aproximadamente 0,0028
bilhões de toneladas de plástico para equipamentos desse tipo (PLASTICS. . . , 2017).Colocados
rapidamente em descarte, uma vez que apenas de computadores, entre 2008 e 2012, mais de
um bilhão foram considerados e-lixo (J; S, 2008), sendo um desperdício de materiais que podem
ser reusados assim como um uso desnecessário de recurso como o plástico para a produção
incessante de novos modelos para consumo.
Em 2010, o peso em toneladas de celulares e computadores descartados foram equiva-
lentes a 5,5 milhões de toneladas, valor que acresceu para 9,5 milhões em 2015 (VK, 2016). O
descarte pode chegar a 9 kg por pessoa na suíça e 14 kg na Europa por ano (R et al., 2005),
considerando que eletrônicos e elétricos variam desde geladeiras a computadores, isso pode
não refletir em números altos de aparelhos.
Ainda para valores por países, os Estados Unidos, gera anualmente 2,7 milhões de
toneladas (COBBING M, 2008), estando um pouco acima da China que gera 2,5 milhões
(COBBING M, 2008), sendo esses países-chave do consumo e produção de tecnologias. Somando
os países considerados desenvolvidos teremos um valor aproximado de 11,7 milhões de toneladas
(LIU; SHEN; ZHANG, 2016), isso considerando os dados sendo de 10 anos atrás, seguindo a
tendência já descrita, o valor é provavelmente muito maior.
Uma boa relação da magnitude de produção e-lixo provindo do setor de eletrônicos é
através da figura 1, que representa a relação do tamanho população dos países em relação à
geração de e-lixo em cada um respectivamente.
Figura 1 – Correlação entre população global e geração de e-lixo (Balde et al. 2017)

Considerando os avanços rápidos dessa década em relação às tecnologias emergentes e


as tendências de redução de vida útil de componentes como CPU que diminuirão de 6 para 3
anos na década anterior(BR; AK; CA, 2007), somados as práticas de mineração de moedas
digitais e surgimento de mais servidores de processamento em armazéns que usam dezenas de
componentes e se encontram em todo o mundo, a aplicações de práticas de reduzir, reusar e
reciclar se mostra uma necessidade para impedir o acumulo massivo de e-lixo.
Por questões de economia a redução de energia na obtenção da matéria-prima é uma
das vantagens e mesmo a reutilização de componentes descartados também podem reduzir os
gastos de produção, favorecendo economicamente. Ainda o e-lixo tem um forte caráter agressor
ao meio ambiente, diferente de outros resíduos como industriais e mesmo municipais, devido à
variedade física e química, incluindo resíduos valiosos e também substâncias tóxicas (SURESH
et al., 2018).
Considerando a composição em geral do e-lixo, podemos encontrar diferentes metais
valiosos em proporções diferentes, como ródio, platina, ouro, rutênio, paládio, prata e índio
(MIT, 1996).
Apesar da questão econômica de se adquirir metais preciosos por meio da reciclagem
de e-lixo, o procedimento de reciclagem exige um gasto alto de energia e gasto de mão de
obra, considerando ainda que mesmo que exista presença de metais, sua porcentagem é muito
menor do que de outros materiais sem valor ou sem capacidade de reutilizar
Isso leva muitos países desenvolvidos a transportarem os materiais para países em
desenvolvimento, em contrapartida, de reciclar, por meio de exportação mediante formas
ilegitimas e brechas em leis. Os impactos ambientais de negligenciar um tratamento específico
desse lixo é extramente nocivo à saúde humana pela presença de metais tóxicos como chumbo,
cádmio, mercúrio e arsênio (MIT, 1996)(IşıLDAR et al., 2018).
Como resultado da negligência de fiscalização, é comum que em países em desenvol-
vimento com Índia, China, Paquistão, ocorra a extração dos metais preciosos por meio de
métodos extremamente nocivos para o ambiente e saúde humana, ocorrendo em despejo ao ar
livre, processos como a queima de cabos para recuperar cobre (MD; GU; O, 2016), assim como
peças como placa mãe de computadores são extraídas por meio uso de ácidos que junto das
peças de metais são lixiviados e despejados em corpos de água ou mesmo o solo, sendo práticas
comuns de muitos que ganham a vida extraindo esses componentes valiosos (WS, 2009)
Contudo, segundo o estudo de (M et al., 2017), é possível recuperar de 97% a 98%
dos materiais preciosos e impedir impactos ambientais gerados pela extração da matéria-prima
nos estágios iniciais, beneficiando as questões ecológicas do setor eletrônico caso seja feito.
E mesmo citado as negligência de muitos países, países considerados desenvolvidos são
os principais a tomarem medidas (M et al., 2017), ainda que o volume seja baixo, devido às
dificuldades do processo de reciclagem que envolve a necessidade de tecnologias de limpeza
adequadas para não gerar como exemplo dioxinas provindas de queimas de resíduos.O processo
generalizado é exemplificado pela figura 2.

Figura 2 – Processo de reciclagem do e-lixo (Fahad, S. et al 2019)

Dessa forma tratar sobre a produção de eletrônicos, em destaque o ciclo de vida dos
produtos e as implicâncias principais sobre a produção de e-lixo vindo de políticas de consumo
e produção em massa, é fundamental, devido ser um fator que está ganhando cada vez mais
volume e apresenta riscos sérios ao meio ambiente tornando inviável continuar a negligência
sobre políticas de reciclagem, considerando benefício de economia monetária e energética que
podem práticas adequadas podem trazer.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Definição e Produção de E-lixo


Hoje em dia a geração mais jovem desfruta de desenvolvimento socioeconômico em torno
dos aparelhos eletrônicos, destacando os celulares e computadores como coração para muitas
atividades domésticas e profissionais. Apenas de celulares no mundo temos aproximadamente
mais de 5 bilhões de aparelhos, cerca de dois terços da população mundial (AL, 2019).
O fluxo de inovações tecnológicas emergentes, causadores da miniaturização de apa-
relhos, fortalece o mercado mundial de equipamentos elétricos e eletrônicos (EEE) que esta
levando os usuários de aparelhos como o celular a uma rápida troca desses, resultante das
práticas de consumismo e ao fator obsolescência embutida, que segundo reportagem da (ENDS
EUROPE, 2012) já duplicou o número de eletrônicos vendidos para substituir defeituosos ou
obsoletos, sendo 3,5% em 2004 e subindo para 8,3% em 2012, assim como eletrodomésticos que
tiveram que ser substituídos em cinco anos aumentou de 7% para 13%. A figura 3 representa
como celulares tem sofrido desse efeito de troca precoce.

Figura 3 – Ciclo de vida dos celulares em meses entre 2013 e 2015 por paises (Kantar
World Panel 2016)

Esses produtos substituídos por sua vez são destinados para os mercados secundários,
reforma, desmanche, reciclagem e principalmente disposição final, levando ao acúmulo em
diferentes locais que variam de lixões a locais adequados para esse tipo.
Existem várias definições para os lixos eletrônicos ou chamados também de e-lixo, isso
devido variedade de materiais encontrados nos diversos equipamentos elétricos e eletrônicos (I;
F, 2018). Uma das definições segundo (ZENG et al., 2017) descreve o e-lixo como hardwares
que dependem de fluxo elétricos ou sistemas magnéticos para funcionar adequadamente sem
ultrapassa alimentação de 1000 Volts para Corrente alternada e 1500 Volts para corrente
contínua.
De acordo com essa definição, os computadores, televisões, telefones, tablets, celulares,
lâmpadas fluorescentes, brinquedos, impressoras e, em geral, todos os tipos de eletrodomésti-
cos, equipamentos médicos, ferramentas elétricas e alguns demais aparelhos comerciais são
considerados e-lixo.
O crescimento da geração desse tipo de lixo tem sido rápido entre 20% a 25% (RS et
al., 2021), como o gráfico da figura mostra 4, as expectativas de geração de e-lixo para 2030
são de 74,7 milhões de toneladas.

Figura 4 – Registro e expectativa do crescimento de geração de e-lixo até 2030 (Ruiz 2022)

Analisando por países, os maiores contribuidores mundiais de geração de e-lixo são


respectivamente a China seguido de Estados Unidos, Índia, Japão e Brasil, abrangendo países
desenvolvidos e em desenvolvimento, como a figura 5.

Figura 5 – Top 10 produtores globais de e-lixo com taxa de reciclagem (Ruiz 2022)
Um fator relacionado a década atual, são tendências novas geradas pelos avanços
tecnológicos que auxiliados por acessibilidade salarial, permitem que atualmente uma pessoa
tenha mais de um dispositivo que apresentam ciclos de vida curto, sendo esses dispositivos
desde, celulares, e-readers, laptops, smartwatchs e outros. A figura 6 mostra o avanço das
tendências de uma pessoa utilizar múltiplos aparelhos.

Figura 6 – Porcentagens de americanos adultos que utilizam diferentes aparelhos em 2016


(Pew Research Center 2016)

2.2 Categorias e Composição do E-lixo


O gráfico da figura 7 mostra uma visão aproximada da distribuição dos e-lixo pelas
categorias globalmente. A distribuição pelas categorias varia de país, devido a fatores como
condições socioeconômicas, comportamentos do consumidor, tamanho da população e desenvol-
vimento do país (BALDE CP ET AL, 2017). Países em desenvolvimento tem majoritariamente
seu e-lixo composto por computadores, celulares e televisões pertencentes à categoria de
telecomunicações e tecnologia da informação (S; M; R, 2014).
Figura 7 – Categoria de e-lixo e exemplos de cada categoria (Health and E. Safety 2013)

A composição de elementos presentes no e-lixo é extensa. Se compararmos um chip de


computador de 1980, haviam 12 elementos apenas no chip, atualmente os chips apresentam
uma média de 61 diferentes elementos (PC; MH, 2010), isso sendo um componente apenas de
aparelhos como celulares e computadores. Um simples celular contem muitos materiais como a
imagem 8 mostra.
Figura 8 – Composição de um celular em materiais (Global E-waste Monitor, 2017)

Segundo a Associação dos Fabricantes de Plásticos na Europa (APME) o e-lixo é uma


mistura composta por materiais ferrosos, não ferrosos, cerâmicos e plásticos. Extensivamente,
isso incorpora metais ferrosos e não ferrosos, plásticos, vidros, placa de circuito impresso (PCB),
cimento, cerâmica, borracha e outros (Y et al., 2011). Contendo mais de 1000 constituintes
diferentes, são separados em duas categorias principais, sendo essas substâncias tóxicas e
substâncias não tóxicas.
Considerando as proporções, metais ferrosos são os principais, incluindo ferro e aço,
seguido de plásticos, abrangendo policarbonatos, polietileno, polialiléster, polipropileno e fenol-
formaldeído (K; M; S, 2023), e metais não ferrosos como alumínio, cobre, chumbo e outros,
ademais, também podem ser incluso a presença de óxidos como, bromo, flúor e cloro. O gráfico
9 mostra proporção dos materiais encontrados nas principais 3 classes de e-lixo.
Figura 9 – Proporção de tipos de materiais encontrados nas principais categorias de e-lixo
(Fahad, S. et al. 2019)

Classificados como tóxicos temos principalmente arsênio, cádmio, cromo, mercúrio,


chumbo, selênio e materiais resistentes a chamadas. Ainda esse são subdivididos em três
classificações, sendo essas metais pesados, halogênio e elementos radioativos (LH et al., 2011).
CPUs de computadores, PCB, baterias, lampadas de descarga de gás, lampadas elétricas,
são onde se encontra os metais pesados como cádmio, chumbo, lítio, zinco, mercúrio, arsênico,
selênio e cromo hexavalente, assim como outros metais substanciais como ouro, tântalo, paládio,
níquel, índio, háfnio, cromo, zinco, cobre, estanho, antimônio e elementos de terras raras, figura
10 (M et al., 2012).
Figura 10 – Proporção de tipos de materiais encontrados nas principais categorias de e-lixo
(Fahad, S. et al. 2019)

Ainda pode se encontrar nesses compostos orgânicos clorados e fluorados, plásticos


retardadores de fogo halogenado e bifenilo policlorado, esse ultimo responsável por envolver
peças como capacitadores, PCB e cartuchos de toner, figura 10.

2.3 Reciclagem e Recuperação do E-lixo


2.3.1 Vantagens da Recuperação de E-lixo
A necessidade e grande importância da mineração para a continuidade do suprimento
de eletrônicos e aparelhos modernos não pode ser negado (JH; R; Y, 2013). A utilização
extensiva dos recursos leva a preocupações relacionadas não apenas a impactos ambientais,
mas a escassez de elementos fundamentais para a produção desse setor, representado na figura,
previsões acerca dos riscos para cada elemento. 11.
Figura 11 – Escassez de elementos (UNU, 2015; UNI, 2014)

A capacidade de recuperar os recursos por meio do e-lixo tem se tornado uma alternativa
já usada em países como o japão, que retira metade de suas necessidades do uso do elemento
índio, muito útil para telas de celulares, através da reciclagem de e-lixo.
Como a figura 11, o e-lixo pode ser fonte para uma enorme quantidade de metais,
principalmente os mais valiosos. Chamado de mineração urbana, o processo de recuperação
por meio da reciclagem, traz incentivos econômicos e ambientais, visto que reduz a busca por
material virgem, sendo quando realizado corretamente, um processo barato e energeticamente
mais eficiente.
A eficiência da mineração urbana vem do fato de que uma tonelada de placa de circuito
pode produzir até 1,5 kg de ouro e 210 kg de cobre, enquanto uma mineração tradicional
de ouro e cobre gera respectivamente 5 g/t e 5,25 kg/t. Essa comparação mostra assim que
o ouro e cobre, são respectivamente 300 e 40 vezes mais alto que os minérios de onde são
extraídos (A; KF; G, 2012), isso torna o processo extremamente atrativo.
Ademais, a mineração é um processo que necessita de uma extensa área de terra, com
atividades que impactam a terra, solo e ar, em que através da extração ocorre a introdução
de elementos radioativos no ambiente que afetam também a saúde humana daqueles que
trabalham (JH; R; Y, 2013). A geração de CO2 também é outro fator prejudicial, segundo
(M; C; AL, 2009) a produção de uma tonelada de ouro, platina ou paládio produz emissões
de aproximadamente 10 mil toneladas. A figura 13 mostra a taxa de poluição causada pela
mineração de diversos elementos.

Figura 12 – Taxa de poluição gerada pela mineração por elementos em destaque (UNU,
2015; UNI, 2014)

Dessa maneira, o e-lixo é um meio viável de reintroduzir matéria primas ao setor,


segundo o relatório da universidade das nações unidas, em 2016 a perspectiva de recursos para
matéria-prima provindo do e-lixo era no valor de 62,5 Bilhões de dólares, incluindo materiais
preciosos, como ouro, platina, prata e materiais escassos, fortalecendo o ponto de investir
da recuperação através do e-lixo, que não se soma apenas a matérias-primas apenas, mas a
componentes inteiros que podem ser reutilizados, reduzindo gastos de fabricação.
Um fator da década atual que impulsiona a reciclagem do e-lixo, são os metais de terras
raras, com propriedade nucleares, metalúrgica, químicas, catalíticas, elétricas, magnéticas e
ópticas, receberam diversos usos como, ligas de bateria, catalisadores, cerâmica, pigmentos
e esmaltes, pós e aditivos de vidro, ímãs permanentes e principalmente para a produção
de aparelhos de alta tecnologia, considerado a base para aplicações modernas atuais, como
fabricação de componentes para notebooks, celulares, industria de armas, equipamentos médicos.
Ainda, utilizados para técnicas verdes, como carros híbridos, agentes catalíticos em usinas de
processamento de petróleo e moinhos de vento, figura 13 mostra os metais e onde são usados.
Figura 13 – Metais de terras raras e aplicações (R. et al, 2021)

A demanda de metais de terras raras foi de 123 mil toneladas em 2016 (SERVICES,
2016), a expectativa de atualmente já haver ultrapassado a demanda por mais de 150 mil
toneladas(T; KK; AL, 2016). Devido a questões geopolíticas, vários países tem buscado formas
de manter seus particulares, que inclui o incentivo de reciclagem de e-lixo, com objetivo
de diminuir a influência da China, a maior fornecedora atualmente, através da redução da
dependência.

2.3.2 Reciclagem do e-lixo


A primeira etapa do gerenciamento de lixo eletrônico é a coleta dele nas residências,
empresas ou pontos de coleta. Esse processo pode ser feito de 4 formas diferente.
Por meio de um sistema oficial de devolução, onde o e-lixo sera coletado por uma
empresa designada ou órgão governamental, de acordo com leis nacionais de lixo eletrônico
(BALDE CP ET AL, 2017).
Por um sistema de lixo misto, que inclui descartar e-lixo junto a outros tipos como
residenciais ou comerciais, essa por vez tem baixa chance de separação e alta probabilidade
de ser incinerado ou despejado, ambas ações erradas, que vão trazer impactos ambientais
negativos.(BALDE CP ET AL, 2017)
Mediante um sistema não oficial em um país com legislação de gerenciamento de
resíduos, sendo esse coletado separadamente por revendedores ou empresas registradas, que
venderam para centros de reciclagem.(BALDE CP ET AL, 2017)
Por último temos o sistema não oficial em países sem legislação de gerenciamento
de resíduos, coletados por coletadores, sucateadores, recicladores informais sem controle de
planejamento, o que pode ou não levar a processamento incorreto do lixo, portanto, danos
ambientais, além de riscos da saúde daqueles que trabalham com isso.(AL, 2016)
O processo de pré-tratamento é a separação dos materiais que compõem o e-lixo,
para então serem transportados para estações de tratamento de recuperação adequado. Esse
pode ser realizado de três formas, sendo a primeira a desmontagem manual, em que separa
materiais perigosos de materiais valiosos, como baterias, PCBs e outros (B et al., 2018). A
segunda é através da desmontagem mecânica, que utiliza de separação magnética e separação
eletrostática para separar metais e após isso é realizado a trituração dos não metais para reduzir
o tamanho (B et al., 2018). A terceira é a combinação das duas formas anteriores usadas,
muito comumente encontrada nos países desenvolvidos (M, 2016), enquanto a primeira forma
é a mais usada em países em desenvolvimento (CR; AM; AE, 2012).
Com os materiais devidamente separados em suas estações, pode-se dar início ao
processo de recuperação dos materiais, existindo três principais processos. O primeiro chamado
de pirometalurgia, onde é realizado a fundição, combustão e incineração do material para
purificar e extrair os metais, muito útil para metais do tipo ferrosos, apesar da desvantagem
ambiental de gerar gases ao fim do processo (KANG; H.Y.; SCHOENUNG, 2005).
O segundo processo chamado de hidrometalurgia realiza a extração de metais de
misturas concentradas ou com materiais diferentes, por meio de soluções aquosas, sendo muito
útil para extrair metais não ferrosos, como cobre, chumbo e zinco, apesar de ser utilizada para
extrair metais ferrosos, por ácidos forte, devido ser um processo mais preciso e ecológico (AL,
2017).
Terceiro método chamado de biometalurgia, é um processo de baixo custo de investi-
mento, impacto ambiental e energético. O processo ocorre através da biolixiviação e biossorção,
em que microorganismos extraem metais da placa e concentram ele na solução aquosa, sendo
utilizado bactérias cianogênicas capazes de produzir ácidos orgânicos para extrair os metais (S
et al., 2021).

2.4 Impactos Ambientais e Humanitários do E-lixo


O e-lixo eletrônico tem muito potencial para a recuperação de materiais, contudo
quando está não é realizar, ele consegue gerar vários danos ao meio ambiente e a saúde
humana, isso devido principalmente aos elementos tóxicos presentes nele. Os impactos vem da
negligência de armazenamento correto ou de processos inadequados de reciclagem.
Anualmente 5% a 10% do e-lixo é descartado inadequadamente afetando a saúde
humana, vida marinha e contaminando águas subterrâneas (MH et al., 2019a), sendo descarte
feito em lixões ou em terrenos não relacionados a descarte. Ainda desse total, apenas 25% é
reciclado formalmente por meio de diretrizes de segurança dos trabalhadores (W; V, 2020),
expondo aqueles que trabalham na reciclagem a diversos riscos de doenças relacionados ao
sistema digestivo, cardiovascular e respiratório.
Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde, mais de 12 milhões de mulheres
e 18 milhões de crianças trabalham no setor de e-lixo, na tentativa de recuperar metais preciosos
como ouro e cobre, sendo expostos a problemas de saúde como deficiência cognitiva, câncer e
problemas reprodutivos, causados por manuseio de produtos químicos perigosos, como fluidos
CFC, bifenilos e outros, utilização de máquinas pesadas, segurança elétrica, cortes, abração,
incêndio e explosões. (UNITED NATIONS UNIVERSITY, 2021) (DEFRA, 2006).
Ademais pessoas que vivem perto de áreas de reciclagem irregulares sofrem também
indireta ou diretamente de exposições, destacando os países em desenvolvimento de baixa renda,
que sem políticas ambientais, utilizam de processos como desmontagem manual, solventes
perigosos e os dois principais que são a queima ao ar livre, de cabos para adquirir o cobre, e
lixiviação ácida, de PCB para adquirir metais como ouro, sendo praticados por recicladores
informais (B, 2017).
Consequências desses usos indevidos para a região, são a possível contaminação do
solo por metais nocivos, que por meio de ingestão de alimentos na região, principalmente
peixes, podendo causar sérios problemas de saúde devido a efeitos de lipofilicidade química, que
permite substâncias se decompor em lipídios e óleos nas membranas celulares do corpo, gerando
principalmente problemas cardiovasculares (HO et al., 2019). Ademais a poluição do ar por
chumbo, cádmio, bifenilas polibromadas, difenis éteres polibromados e Bifenilos Policlorados
no ar, também são consequências da queima, podendo bioacumular no meio ambiente (MO,
2013).
Grandes produtores de e-lixo como a Índia, tem 95% dos processos de reciclagem
realizados não adequadamente, mesmo em cidades como Delhi que são centro da reciclagem
do país (S et al., 2021), gerando danos a região, com processos de lixiviação que poluem águas
subterrâneas, a própria contaminação do solo por metais pesados, contaminação do ar através
da queima de plásticos que consequentemente afetam o meio ambiente e a qualidade de vida.
Ademais, isso esse é uma porcentagem relativa ao que as pesquisas cobrem, uma vez que a
desinformação sobre descarte e reciclagens incorretas é alto.
Os países em desenvolvimento são majoritariamente o grupo que apresentam menor
numero de cobertura de organização quanto ao tratamento de e-lixos, para impedir inconformi-
dades (MH et al., 2019b), estando diretamente relacionado a fatores como condição econômica
do país, consciência da população e legislação (V et al., 2020). Ainda, analisando globalmente,
em 2020 o valor total de e-lixo era de aproximadamente 57 bilhões de dólares, com apenas
10 bilhões tendo sido recuperados por meio de reciclagens ambientalmente corretas (V et al.,
2020).
Fator que contribuí a esse resultado são as importações de e-lixo realizadas de países
desenvolvidos para países em desenvolvimento, resultado da facilidade de importar em relação
às questões burocráticas para tratar no país de origem, conforme a figura 14 mostra.

Figura 14 – Importações ilegais de e-lixo (The Global E-waste Statistics Partnership, 201)
3 CONCLUSÃO

A produção de e-lixo nos anos mais recentes cresce em taxas gradativas, devido aspecto
da própria sociedade moderna, como tecnologias emergentes e padrões consumistas somados a
criação de aparelhos com menor vida, que tornam esse tema de extrema importância para que
se possa cumprir as novas metas ambientais impostas. A necessidade de criações de legislações
fortes e políticas estruturais são fundamentais para começar a reduzir os impactos ambientais
e a própria saúde humana causados por negligências legislativas, que apesar de pontuais em
países em desenvolvimento, também existem em países desenvolvidos prejudicando em suas
taxas de reciclagem insatisfatório, assim como no combate de importação ilegal para países
desprovidos de legislações. Sendo essencial que os governos tomem medidas firmes contra
fabricantes e consumidores que não seguem as diretrizes adequadas para o manuseio e descarte
de lixo eletrônico, garantindo a aplicação rigorosa das regras estabelecidas.
O e-lixo apesar de suas características que podem permitir adicioná-lo como parte de
uma economia cíclica, reintroduzindo matérias-primas, diminuindo impactos e gastos energéticos
de processo de mineração, ainda é desafiante devido a sua vasta composição que inclui inúmeras
substancias e elementos tóxicos, que devem ser lidados de forma regida e organizada, seguindo as
etapas de coleta lavagem, triagem, pré-tratamento e tratamento, para que o reaproveitamento
desse tipo de resíduo não gera novos impactos ao ambiente e a saúde daqueles que trabalham
no processo e dos que convivem perto.
Em suma, não é suficiente depender apenas da reciclagem. É necessário criar conscienti-
zação entre os usuários e a indústria para apoiar políticas de redução, reutilização e reciclagem,
incentivando a substituição de elementos tóxicos por substâncias biodegradáveis sempre que
possível. A questão do lixo eletrônico exige um esforço conjunto de todos os envolvidos, não é
apenas uma questão de gerenciar resíduos no fim do ciclo, mas de supervisionar o todo ele
desde a criação dos aparelhos.
REFERÊNCIAS

A, B.; KF, L.; G, M. Challenges and opportunities in e-waste management. Nova Science
Publishers, 2012. Citado na página 14.

AL, G. B. et. A new circular vision for electronics: time for a global reboot. PACE and World
Economic Forum, 2019. Citado na página 7.

AL, I. M. et. A public survey on knowledge, awareness, attitude and willingness to pay for
weee management: case study in bangladesh. J Clean Prod, 2016. Citado na página 17.

AL, X. M. et. Recycling of metals from pretreated waste printed circuit boards effectively in
stirred tank reactor by a moderately thermophilic culture. J Biosci Bioeng, 2017. Citado na
página 17.

B, B. et al. Applied weee pre-treatment methods: opportunities to maximizing the recovery of


critical metals. Glob Nest J, 2018. Citado na página 17.

B, T. From electronic consumer products to e-wastes: global outlook, waste quantities,


recycling challenges. Environ Int, 2017. Citado na página 18.

BALDE CP ET AL. Global-E-waste Monitor 2017. 2017. Disponível em: <https://www.itu.


int/en/ITU-D/Environment/Pages/Toolbox/Global-E-waste-Monitor-2017.aspx>. Acesso em:
01 maio. 2023. Citado 3 vezes nas páginas 9, 16 e 17.

BR, B.; AK, P.; CA, B. Electrical and electronic waste: a global environmental problem. Waste
Manag Res, 2007. Citado na página 5.

COBBING M. Toxic tech: not in our backyard. uncovering the hidden flows of e-waste.
2008. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/raw/content/Belgium/fr/press/reports/
toxic-tech.Pdf>. Acesso em: 01 maio. 2023. Citado na página 4.

CR de O.; AM, B.; AE, G. Collection and recycling of electronic scrap: a worldwide overview
and comparison with the brazilian situation. Waste Manag, 2012. Citado na página 17.

DEFRA. Guidance on best available treatment recovery and recycling techniques (batrrt) and
treatment of waste electrical and electronic equipment. (WEEE): London, 2006. Citado na
página 18.

ELSEVIER. Yearbook of World Economic Data. [S.l.]: Science Publisher, 1993. Citado na
página 3.

ENDS EUROPE. Electronic goods’ life spans shrinking, study indica-


tes. 2012. Disponível em: <https://www.endseurope.com/article/1646040/
electronic-goods-life-spans-shrinking-study-indicates>. Acesso em: 01 maio. 2023.
Citado na página 7.

HO, K. et al. Abundance of diet-derived polychlorinated dibenzo-p-dioxins and polychlorinated


dibenzofurans in the bodies and nests of the yellow-legged hornet vespa velutina nigrithorax
and risks to human health in south korea. Sci Total Environ, 2019. Citado na página 18.
I, B.; F, V. Weee characterization, division, and regulation. Waste electrical and electronic
equipment recycling, 2018. Citado na página 7.

IşıLDAR, A. et al. Electronic waste as a secondary source of critical metals: Management


and recovery technologies. Resources, Conservation and Recycling, 2018. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0921344917302100>. Citado na página
6.

J, L.; S, L. Export of electronics equipment waste. Int J Occup Environ Health, 2008. Citado
na página 4.

JH, R.; R, K.; Y, Y. Recycling as a strategy against rare earth element criticality: a systemic
evaluation of the potential yield of ndfeb magnet recycling. Environ Sci Technol, 2013. Citado
2 vezes nas páginas 13 e 15.

K, H.; M, E.; S, W. A first comprehensive estimate of electronic waste. Canada. J Hazard


Mater, 2023. Citado na página 11.

KANG; H.Y.; SCHOENUNG, J. electronic waste recycling: A review of u.s. infrastructure and
technology options. Resources, Conservation and Recycling, 2005. Citado na página 17.

LH, Y. et al. Recycling of weee: characterization of spent printed circuit boards from mobile
phones and computers. Waste Manag, 2011. Citado na página 12.

LIU, W.; SHEN, C.; ZHANG, Z. e. a. Distribution of phthalate esters in soil of e-waste
recycling sites from taizhou city in china. Bull Environ Contam Toxicol, 2016. Citado na
página 4.

M, B. et al. Recycling critical raw materials from waste electronic equipment. Öko-Institut eV,
2012. Citado na página 12.

M, I. et al. E-waste driven pollution in pakistan: the first evidence of environmental and human
exposure to flame retardants in karachi city. Environ Sci Technol, 2017. Citado na página 6.

M, K. Recovery of metals and nonmetals from electronic waste by physical and chemical
recycling processes. Waste Manag, 2016. Citado na página 17.

M, S.; C, H.; AL, K. R. et. Recycling, from e-waste to resources. UNEP DTIE, 2009. Citado
na página 15.

MD, A.; GU, A.; O, O. Soil pollution by toxic metals near e-waste recycling operations in
ibadan, nigeria. Journal of Health and Pollution, 2016. Citado na página 6.

MH, M. et al. Towards the effective e-waste management in bangladesh: a review. Environ Sci
Pollut Res, 2019. Citado na página 18.

MH, M. et al. Towards the effective e-waste management in bangladesh: a review. Environ Sci
Pollut, 2019. Citado na página 18.

MIT. Finished Computer Composition. 1996. Disponível em: <http://web.mit.edu/ieee/


sanjay/11.122/ewaste.htm>. Acesso em: 01 maio. 2023. Citado 2 vezes nas páginas 5 e 6.

MO, Z. H. R. End-of-life (eol) issues and options for electric vehicle batteries. Clean Techn
Environ Policy, 2013. Citado na página 18.
PC, D.; MH, W. Supply chain sustainability-rare earth materials. 2010 IEEE International
Vacuum Electronics Conference (IVEC) IEEE, 2010. Citado na página 10.
PLASTICS Europe (2017). 2017. Disponível em: <http://www.plasticseurope.org/Document/
plastics---the-facts-2016-15787.aspx?FolID=2>. Acesso em: 01 maio. 2023. Citado na página
4.
PRECEDENCERESEARCH. consumer-electronics-market. 2021. Disponível em:
<https://www.precedenceresearch.com/consumer-electronics-market>. Acesso em: 01 maio.
2023. Citado na página 3.
R, W. et al. Global perspectives on e-waste. Environ Impact Assess, 2005. Citado na página 4.
RS, M. et al. E-waste management for environmental sustainability: an exploratory study.
Procedia CIRP, 2021. Citado na página 8.
S, A. et al. Evaluation of soil contamination due to crude e-waste recycling activities in the
capital city of india. Process Saf Environ Prot, 2021. Citado na página 18.
S, N.; M, S.; R, C. electronic waste–an emerging threat to the environment of urban india. J
Environ Health Sci Eng, 2014. Citado na página 9.
S, S. et al. Synthesis and characterization of noble hydrogel beads of amino functionalized
reduced graphene oxide for selective extraction of gold from electronic waste. 2021. Citado na
página 17.
SERVICES, R. information. Rare Earths. [S.l.]: Roskill information services, 2016. Citado na
página 16.
SURESH, S. S. et al. A review on computer waste with its special insight to toxic elements,
segregation and recycling techniques. Process Safety and Environmental Protection, 2018.
Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0957582018300533>.
Citado na página 5.
T, D.; KK, H.; AL, M. U. et. Global demand for rare earth resources and strategies for green
mining. 2016. Citado na página 16.

UFPR. historiat ransistor.2004.Disponvelem : <>. Acesso em: 01 maio. 2023. Citado na


página 3.

UNITED NATIONS UNIVERSITY. Soaring e-waste affects the health of millions of children,
WHO warns. 2021. Disponível em: <https://www.who.int/news/item/15-06-2021-soaring-e-waste-affects-t
Acesso em: 01 maio. 2023. Citado na página 18.

V, F. et al. The global e-waste monitor 2020: quantities, flows and the circular economy
potential. 2020. Citado na página 19.

VK, G. E-waste in india and developed countries: management, recycling, business and biote-
chnological initiatives. Renew Sust Energ, 2016. Citado na página 4.

W, L.; V, A. Environmental and health impacts due to e-waste disposal in china–a review. Sci
Total Environ, 2020. Citado na página 18.
WS, R. Ecological correlations and the behavior of individuals. Int J Epidemiol, 2009. Citado
na página 6.

Y, W. et al. Characterization of pbdes in soils and vegetations near an e-waste recycling site. J
Environ Health Sci Eng, 2011. Citado na página 11.

ZENG, X. et al. Innovating e-waste management: From macroscopic to microscopic scales.


Science of The Total Environment, 2017. Citado na página 7.

Você também pode gostar