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SÃO PAULO
2023
RESUMO
A produção de eletrônicos no século XXI está entre uma das atividades mais importantes
do setor industrial, assim como uma das maiores atividades junto ao setor, como produtos
químicos e alimentos. Os avanços tecnológicos impulsionam a expansão desse setor que com
seu crescimento traz consequências prejudiciais ao meio ambiente global, ecossistema e saúde
humana, devido ao crescente descarte de lixo eletrônico que contém materiais tóxicos e são
raramente tratados por políticas sustentáveis. Portanto, sendo fundamental o monitoramento e
as estratégias relacionadas a fabricação, exportação, despejo e reciclagem. O objetivo desse
estudo é analisar a condição do descarte de lixo eletrônico global, traçando uma relação com
regulamentações e estrategias para monitorar quando no mercado.
Key-words. Regulamentações de sustentabilidade. Descarte de eletrônicos. Industria eletrônica.
Lixo eletrônico.
1 INTRODUÇÃO
Dessa forma tratar sobre a produção de eletrônicos, em destaque o ciclo de vida dos
produtos e as implicâncias principais sobre a produção de e-lixo vindo de políticas de consumo
e produção em massa, é fundamental, devido ser um fator que está ganhando cada vez mais
volume e apresenta riscos sérios ao meio ambiente tornando inviável continuar a negligência
sobre políticas de reciclagem, considerando benefício de economia monetária e energética que
podem práticas adequadas podem trazer.
2 DESENVOLVIMENTO
Figura 3 – Ciclo de vida dos celulares em meses entre 2013 e 2015 por paises (Kantar
World Panel 2016)
Esses produtos substituídos por sua vez são destinados para os mercados secundários,
reforma, desmanche, reciclagem e principalmente disposição final, levando ao acúmulo em
diferentes locais que variam de lixões a locais adequados para esse tipo.
Existem várias definições para os lixos eletrônicos ou chamados também de e-lixo, isso
devido variedade de materiais encontrados nos diversos equipamentos elétricos e eletrônicos (I;
F, 2018). Uma das definições segundo (ZENG et al., 2017) descreve o e-lixo como hardwares
que dependem de fluxo elétricos ou sistemas magnéticos para funcionar adequadamente sem
ultrapassa alimentação de 1000 Volts para Corrente alternada e 1500 Volts para corrente
contínua.
De acordo com essa definição, os computadores, televisões, telefones, tablets, celulares,
lâmpadas fluorescentes, brinquedos, impressoras e, em geral, todos os tipos de eletrodomésti-
cos, equipamentos médicos, ferramentas elétricas e alguns demais aparelhos comerciais são
considerados e-lixo.
O crescimento da geração desse tipo de lixo tem sido rápido entre 20% a 25% (RS et
al., 2021), como o gráfico da figura mostra 4, as expectativas de geração de e-lixo para 2030
são de 74,7 milhões de toneladas.
Figura 4 – Registro e expectativa do crescimento de geração de e-lixo até 2030 (Ruiz 2022)
Figura 5 – Top 10 produtores globais de e-lixo com taxa de reciclagem (Ruiz 2022)
Um fator relacionado a década atual, são tendências novas geradas pelos avanços
tecnológicos que auxiliados por acessibilidade salarial, permitem que atualmente uma pessoa
tenha mais de um dispositivo que apresentam ciclos de vida curto, sendo esses dispositivos
desde, celulares, e-readers, laptops, smartwatchs e outros. A figura 6 mostra o avanço das
tendências de uma pessoa utilizar múltiplos aparelhos.
A capacidade de recuperar os recursos por meio do e-lixo tem se tornado uma alternativa
já usada em países como o japão, que retira metade de suas necessidades do uso do elemento
índio, muito útil para telas de celulares, através da reciclagem de e-lixo.
Como a figura 11, o e-lixo pode ser fonte para uma enorme quantidade de metais,
principalmente os mais valiosos. Chamado de mineração urbana, o processo de recuperação
por meio da reciclagem, traz incentivos econômicos e ambientais, visto que reduz a busca por
material virgem, sendo quando realizado corretamente, um processo barato e energeticamente
mais eficiente.
A eficiência da mineração urbana vem do fato de que uma tonelada de placa de circuito
pode produzir até 1,5 kg de ouro e 210 kg de cobre, enquanto uma mineração tradicional
de ouro e cobre gera respectivamente 5 g/t e 5,25 kg/t. Essa comparação mostra assim que
o ouro e cobre, são respectivamente 300 e 40 vezes mais alto que os minérios de onde são
extraídos (A; KF; G, 2012), isso torna o processo extremamente atrativo.
Ademais, a mineração é um processo que necessita de uma extensa área de terra, com
atividades que impactam a terra, solo e ar, em que através da extração ocorre a introdução
de elementos radioativos no ambiente que afetam também a saúde humana daqueles que
trabalham (JH; R; Y, 2013). A geração de CO2 também é outro fator prejudicial, segundo
(M; C; AL, 2009) a produção de uma tonelada de ouro, platina ou paládio produz emissões
de aproximadamente 10 mil toneladas. A figura 13 mostra a taxa de poluição causada pela
mineração de diversos elementos.
Figura 12 – Taxa de poluição gerada pela mineração por elementos em destaque (UNU,
2015; UNI, 2014)
A demanda de metais de terras raras foi de 123 mil toneladas em 2016 (SERVICES,
2016), a expectativa de atualmente já haver ultrapassado a demanda por mais de 150 mil
toneladas(T; KK; AL, 2016). Devido a questões geopolíticas, vários países tem buscado formas
de manter seus particulares, que inclui o incentivo de reciclagem de e-lixo, com objetivo
de diminuir a influência da China, a maior fornecedora atualmente, através da redução da
dependência.
Figura 14 – Importações ilegais de e-lixo (The Global E-waste Statistics Partnership, 201)
3 CONCLUSÃO
A produção de e-lixo nos anos mais recentes cresce em taxas gradativas, devido aspecto
da própria sociedade moderna, como tecnologias emergentes e padrões consumistas somados a
criação de aparelhos com menor vida, que tornam esse tema de extrema importância para que
se possa cumprir as novas metas ambientais impostas. A necessidade de criações de legislações
fortes e políticas estruturais são fundamentais para começar a reduzir os impactos ambientais
e a própria saúde humana causados por negligências legislativas, que apesar de pontuais em
países em desenvolvimento, também existem em países desenvolvidos prejudicando em suas
taxas de reciclagem insatisfatório, assim como no combate de importação ilegal para países
desprovidos de legislações. Sendo essencial que os governos tomem medidas firmes contra
fabricantes e consumidores que não seguem as diretrizes adequadas para o manuseio e descarte
de lixo eletrônico, garantindo a aplicação rigorosa das regras estabelecidas.
O e-lixo apesar de suas características que podem permitir adicioná-lo como parte de
uma economia cíclica, reintroduzindo matérias-primas, diminuindo impactos e gastos energéticos
de processo de mineração, ainda é desafiante devido a sua vasta composição que inclui inúmeras
substancias e elementos tóxicos, que devem ser lidados de forma regida e organizada, seguindo as
etapas de coleta lavagem, triagem, pré-tratamento e tratamento, para que o reaproveitamento
desse tipo de resíduo não gera novos impactos ao ambiente e a saúde daqueles que trabalham
no processo e dos que convivem perto.
Em suma, não é suficiente depender apenas da reciclagem. É necessário criar conscienti-
zação entre os usuários e a indústria para apoiar políticas de redução, reutilização e reciclagem,
incentivando a substituição de elementos tóxicos por substâncias biodegradáveis sempre que
possível. A questão do lixo eletrônico exige um esforço conjunto de todos os envolvidos, não é
apenas uma questão de gerenciar resíduos no fim do ciclo, mas de supervisionar o todo ele
desde a criação dos aparelhos.
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