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O IMPACTO DO USO DA TECNOLOGIA NO MEIO AMBIENTE: UMA

PROPOSTA EDUCACIONAL PARA O DESCARTE ADEQUADO

Francisco Antonio Vieira Cordeiro


Mestrando em Desenvolvimento Local, Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM).
frcord@gmail.com.

Luis Carlos Bittencourt


Doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Coordenador do Curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida (UVA).
bitt@uva.br

RESUMO
A busca por equipamentos eletrônicos, como computadores, tablets, celulares e smartphones
tem sido uma prática frequente entre os consumidores. Porém, em pouco tempo, são
descartáveis por estarem obsoletos. É preciso um destarte consciente de forma a não agredir o
meio ambiente. O avanço tecnológico tem acelerado o ciclo de vida dos equipamentos
tecnológicos, gerando o lixo eletrônico. A escola deve formar cidadãos mais conscientes e
preocupados com a escassez dos recursos naturais no planeta, adotando práticas cotidianas
que propiciem mais a reciclagem do lixo produzido e adotando hábitos de consumo que
evitem o desperdício e o consumo exagerado de novas mercadorias. A lei 12.305/2010
instituiu o processo da logística reversa, no sentido de tornar as empresas cada vez mais
responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, obrigando a recolherem os
equipamentos descartados para áreas adequadas e longe de perigo para o meio ambiente. A
Política Nacional de Resíduos sólidos (PNRS) possui instrumentos para mitigar os impactos
causados pela má gestão de resíduos sólidos, uma vez que prevê a interação entre educadores
ambientais, entidades e sociedade civil. Uma boa política de educação ambiental deve levar
em conta três princípios básicos: reduzir, reutilizar e reciclar (3Rs). Esses princípios podem
ser aplicados em qualquer lugar e por qualquer pessoa.

Palavras-chave: Lixo eletrônico. E-lixo. Descarte. Resíduos sólidos. Educação ambiental

ABSTRACT
The search for electronic equipment, such as computers, tablets, cell phones and smartphones
has been a frequent practice among consumers. However, in a short time, they are disposable
because they are obsolete. It is necessary to be aware of this so as not to harm the
environment. Technological advancement has accelerated the life cycle of technological
equipment, generating electronic waste. The school must train citizens who are more aware
and concerned with the scarcity of natural resources on the planet, adopting daily practices
that provide more recycling for the waste produced and adopting consumption habits that
avoid waste and excessive consumption of new goods. Law 12.305/2010 instituted the reverse
logistics process, in order to make companies more and more responsible for the entire life
cycle of their products, forcing them to collect the discarded equipment in appropriate areas
and away from danger to the environment. The National Policy on Solid Waste (NPSW) has
instruments to mitigate the impacts caused by the poor management of solid waste, since it
provides for the interaction between environmental educators, entities and civil society. A
good environmental education policy must take into account three basic principles: reduce,
reuse and recycle (3Rs). These principles can be applied anywhere and by anyone.

Keywords: Electronic waste. E-trash. Discard. Solid waste. environmental education

Rev. ComPolis, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 164-179, fev./maio 2020. 164


O impacto do uso da tecnologia no meio ambiente:
uma proposta educacional para o descarte adequado CORDEIRO, F. A. V.; BITTENCOURT; L. C.

1 INTRODUÇÃO

A tecnologia vem sendo utilizada cada vez mais para atender às demandas dos
cidadãos que vivem na Terra. Em decorrência do consumo desenfreado de novas tecnologias
no dia a dia, o planeta não está preparado para receber o descarte do lixo produzido por essa
inovação, quando ela deixa de ser útil, tornando-se um bem inservível e nocivo à natureza.
Para Brollo e Silva (2001), somente no final do século XX, a sociedade começou a se
preocupar com a destinação adequada do material que não serve mais para a atividade
humana, devendo ser descartável de maneira que não agrida o meio ambiente. Porém,
percebe-se uma falta de conhecimento da população sobre como se dever proceder a um
descarte adequado, as consequências no meio ambiente das formas inadequadas de se desfazer
do lixo e o impacto desses diferentes tipos de descarte na vida em sociedade. Mesmo que
ocorram campanhas para o uso de lixeiras seletivas as pessoas não percebem o quanto este
tipo de ação pode influenciar no meio ambiente.
Propostas educacionais sobre coleta seletiva precisam ultrapassar os muros dos
ambientes de trabalho e escolar para chegar ao convívio da população. É através de uma
proposta educacional de descarte adequado do lixo que será possível criar uma cultura de
forma consciente, com vista à preservação do meio ambiente para as gerações futuras.
As propostas que atualmente existem não são claras em relação a informações e não
se apresentam de forma objetiva e muito menos se justificam. A maioria das proposições vem
por uma indicação de modismo que acompanha uma onda de defesa do meio ambiente, mas
de forma limitada, a exemplo da campanha sobre a proibição do uso do canudo de plástico nas
praias da cidade do Rio de Janeiro. Estas propostas não se completam em si, porque não se
apresentam concatenadas e interligas, e logo caem no esquecimento. Há de verificar que as
propostas e campanhas para a coleta seletiva de lixo em locais públicos ou instituições
educacionais não contemplam todos os tipos de objetos, principalmente, os tecnológicos.
Uma campanha adequada, por exemplo, para a coleta seletiva pode ensejar um viés para o
desenvolvimento social e local quando esta é amparada por indivíduos que capacitam outras
pessoas com o aproveitamento dos objetos coletados, fazendo o uso da reciclagem ou do
reuso, que poderá tornar o lixo um meio de sustento da família.

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2 COMO A TECNOLOGIA PODE PREJUDICAR O MEIO AMBIENTE

Às vezes ficamos tão perdidos na utilização de novas tecnologias que não


examinamos seus efeitos sobre o mundo que nos rodeia. Muitas das tecnologias que usamos
todos os dias podem consumir muito mais recursos do que realmente precisamos e o esforço
na sua produção irá causar danos maiores ao meio ambiente.
Os ciclos naturais do meio ambiente podem ser seriamente afetados quando, por
exemplo, pela derrubada da vegetação e fuga de animais silvestres em terrenos virgens para a
construção de fábricas ou condomínios, comprometendo toda a cadeia alimentar local, com
sérios prejuízos para a natureza.
Atualmente, os principais problemas ambientais são a poluição do ar, da água e do
solo. Seus efeitos são o aquecimento da Terra, a destruição da camada de ozônio, as doenças
genéticas, o câncer e outras doenças provenientes da contaminação do solo.
Para Celinski et al. (2011), o acelerado avanço tecnológico tem causado a
obsolescência dos equipamentos eletrônicos num curto espaço de tempo. Oriundo do descarte
de aparelhos eletrônicos, como computadores pessoais e celulares, o lixo eletrônico é um
problema cada vez mais aparente na sociedade atual. Quando não descartado adequadamente,
pode causar sérios danos à saúde e ao meio ambiente.
A área de informática não era vista tradicionalmente como uma indústria poluidora.
Porém, o avanço tecnológico acelerado encurtou o ciclo de vida dos equipamentos de
informática, gerando assim um lixo tecnológico que na maioria das vezes não está tendo um
destino adequado. A tecnologia, embora se apresente como algo limpo e saudável, produz um
lixo aparentemente invisível aos olhos num primeiro momento, a que chamamos de e-lixo.
O e-lixo ou lixo eletrônico é todo e qualquer tipo de material produzido a partir do
descarte de equipamentos eletrônicos, como computadores, celulares, tablets e etc.
(CARVALHO, 2016).
O e-lixo ou RAEE (sigla de Resíduos de Aparelhos Eletroeletrônicos) abrange
também os componentes que constituem os eletrônicos, como os acumuladores de energia
(baterias e pilhas) e demais produtos magnetizados. (SILVA et al., 2016).
Silva (2010) destaca que a preocupação ambiental em relação à disposição
inadequada do e-lixo ocorre devido à liberação de substâncias tóxicas que podem causar
sérios impactos à natureza. Quando despejados no lixo comum, as substâncias químicas

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presentes nos componentes eletrônicos, como mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e
alumínio, entre outras, penetram no solo e nos lençóis freáticos.
A produção do lixo eletrônico é feita em todos os setores, seja em residências,
indústrias ou no comércio. Com o avanço acelerado das novas tecnologias e o consumo ativo
do capitalismo globalizado, a necessidade de atualização e obtenção de novos aparelhos
eletrônicos é imensa e intensa. Neste contexto, eletroeletrônicos considerados obsoletos se
tornam cada vez mais presentes, sendo descartados e trocados por novos aparelhos. Este ciclo
de mudança pode gerar um grande impacto ambiental, caso o equipamento não passe por um
processo adequado de descarte. Atualmente, milhões de toneladas de lixo eletrônico são
produzidos anualmente em todo o mundo.
Segundo pesquisa de Meirelles (2017), em 1988, havia no Brasil cerca de um milhão
de computadores em uso. No início do século XXI, esse número subiu para 10 milhões e, em
2017, saltou para 166 milhões. Considerando-se que a população brasileira atual é da ordem
de 207 milhões, segundo projeção da população do IBGE, isso significa que, na atualidade,
são quatro computadores para cada cinco habitantes. De maneira prognóstica, em meados de
2020, o número de computadores pessoais poderá alcançar 210 milhões. Há ainda os celulares
smartphones, que tiveram seu uso ampliado no país, chegando a 208 milhões em 2017, ou
seja, um por habitante.

3 EFEITOS DOS METAIS ENCONTRADOS NO LIXO ELETRÔNICO E OUTROS


COMPONENTES

Ao serem jogadas no lixo comum, as substâncias químicas presentes nos aparelhos


eletrônicos, como chumbo, mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e alumínio, penetram
no solo e nos lençóis freáticos contaminando plantas e animais por meio da água. Desta
forma, os seres humanos podem ser contaminados pela ingestão desses alimentos. As
consequências vão desde simples dor de cabeça e vômito até complicações mais sérias, como
comprometimento do sistema nervoso e surgimento de cânceres (CARPANEZ, 2017).
Para Carpanez (2017), o perigo de lançar esses produtos na cesta de lixo comum é
grande. As substâncias químicas presentes no interior de pilhas e baterias podem contaminar o
solo, lagos e rios, chegando finalmente ao homem. Se ingeridos em grande quantidade, os
elementos tóxicos podem causar, também, males que vão da perda do olfato, da audição e da
visão, até o enfraquecimento ósseo.

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Em 500 milhões de computadores, tem-se dentre outras substâncias nocivas ao meio


ambiente: mais de 3 bilhões de quilos de plásticos; 700 milhões de quilos de chumbo; 1,5
milhões de quilo de cádmio e 300 mil quilos de mercúrio (CARPANEZ, 2017).
Os plásticos possuem uma vasta gama de aplicações em diversos setores
manufatureiros, como na indústria alimentícia, cosmética, automotiva e eletrônica. Como
consequência dessa grande demanda, os resíduos plásticos que se acumulam nos oceanos
causam impactos negativos na vida marinha. Neste contexto, Lima (2018) enfatiza que há
uma crescente preocupação quanto aos detritos plásticos, estes constituídos principalmente
por microplásticos, partículas menores que 5 mm de espessura, e responsáveis por 60% de
todos os detritos presentes nos oceanos, e que, “uma vez ingerido por uma espécie, o
contaminante pode ser transferido a outros níveis tróficos dentro da cadeia alimentar.”
(LIMA, 2018, p. 2).
O chumbo é encontrado em componentes dos monitores e nas soldas. Seus efeitos
são nocivos ao sistema nervoso central e periférico, aos rins, ao sistema reprodutivo e sistema
endócrino e no desenvolvimento cerebral de crianças (CARPANEZ, 2017).
O cádmio é encontrado nos detectores infravermelhos, resistores e semicondutores.
Afeta, irreversivelmente, a saúde, em especial os rins (CARPANEZ, 2017).
O mercúrio é encontrado nos sensores, termostatos, relays, circuitos impressos,
baterias, vídeos planos, equipamentos elétricos, lâmpadas e etc. seus efeitos causam danos ao
cérebro, aos rins e ao feto, tendo efeito cumulativo nos organismos vivos, através do consumo
de peixe e de outros animais marinhos (CARPANEZ, 2017).
No momento, a única saída existente para esse problema é a política de redução de
danos, ou seja, tentar tornar o processo de fabricação o menos poluente possível.
No Brasil (2010a), a lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) que definiu os princípios, objetivos e instrumentos, bem como diretrizes
relativas à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, em âmbito
nacional, que introduziu o conceito de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos, obrigando os fabricantes, importadores e demais empresas que comercializam
aparelhos eletrônicos a recolherem os equipamentos descartados (logística reversa), levando-
os para áreas adequadas e longe de perigo para o meio ambiente. A reciclagem é outra
alternativa para eliminar o impacto ambiental causado pelo lixo eletrônico. Existem no país
algumas cooperativas que reaproveitam componentes dos equipamentos para fazer peças
artesanais ou mesmo obras de arte.

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Para que não haja um impacto ambiental, o lixo eletrônico deve ser despejado em
locais específicos a fim de não ser misturado com o lixo orgânico ou lixo de reciclagem
normal (vidros, plásticos e papéis). Muitos desses aparelhos possuem componentes químicos
que poluem e contaminam o solo e a água.
Alguns cuidados são necessários para evitar essa contaminação: aparelhos celulares,
baterias e demais periféricos podem (e devem) ser entregues às empresas de telefonia celular
ou às fabricantes; doar equipamentos usados para outras pessoas, em vez de jogá-los fora,
pois além de não poluir o meio ambiente, ainda ajuda outra pessoa que esteja precisando; e
fazer o descarte dos equipamentos apenas em locais apropriados, como cooperativas e
empresas especializadas em reciclagem de materiais eletrônicos.

4 OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LIXO ELETRÔNICO E O USO


DA LOGÍSTICA REVERSA PARA MINIMIZAR OS EFEITOS CAUSADOS AO
MEIO AMBIENTE

A preocupação ambiental em relação aos resíduos oriundos do avanço tecnológico


vem crescendo muito nos últimos anos devido ao descaso com a liberação de substâncias
tóxicas que podem poluir regiões inteiras. Ao serem jogadas no lixo comum, as substâncias
químicas presentes nos componentes eletrônicos penetram no solo e nos lençóis freáticos,
contaminando plantas e animais por meio da água, podendo provocar a contaminação da
população através da ingestão desses produtos. Visando à preservação ambiental, as empresas
devem ter uma atuação mais efetiva quanto aos processos finais do ciclo de vida de seus
produtos, principalmente os que poluem e são considerados descartáveis, exigindo a
mobilização de conhecimentos técnicos e capacidade gerencial e analisando um melhor
aproveitamento da logística reversa no contexto desse ciclo de vida. Atualmente, com o
avanço tecnológico acelerado esse ciclo fica mais curto para os equipamentos de informática,
o que pode gerar altos impactos ambientais como o lixo eletrônico resultante do processo de
produção e consumo, causando danos ao meio ambiente e ao ser humano. Surgem, então,
desafios e implicações na reorientação das estratégias empresariais, de forma a incorporar de
maneira consistente a análise de uma cadeia produtiva sustentável e ambientalmente mais
responsável.
Segundo dados do relatório anual publicado pela Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE informa que a “geração total de
Resíduo Sólido Urbano (RSU) no Brasil, em 2014 foi de aproximadamente 78,6 milhões de
toneladas, o que representa um aumento de 2,9% de um ano para outro, índice superior à taxa

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de crescimento populacional no país, que no período foi de 0,9%” (ABRELPE, 2014, p.28) e
cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos produzidos pela população brasileira tiveram
destinação imprópria, ou seja, quase 24 milhões de toneladas de lixo, o equivalente a 168
estádios de futebol, foi descartado de forma incorreta em lixões ou aterros controlados, locais
desprovidos do conjunto de sistemas necessários para a proteção do meio ambiente e da saúde
pública (ABRELPE, 2014).
A gestão inadequada do lixo gera inúmeros danos ambientais que comprometem
seriamente a qualidade de vida, tais como: a emissão de gases nocivos pela putrefação;
descarte em galerias pluviais provocando alagamentos e inundações; depósito em áreas de
preservação ambiental que contamina o solo e polui as águas superficiais e subterrâneas;
disposição inadequada que contribui para transmissão de doenças, entre tantos outros.
À proporção em que aumenta o número de habitantes nas cidades, cresce a geração
de lixo. Observa-se que as cidades cada vez mais apresentam dificuldades para implantar,
ordenar e gerenciar de modo sustentável os resíduos por si gerados. Com a assinatura da Lei
12.305/2010, introduzem-se no ordenamento jurídico brasileiro os princípios e instrumentos
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), destacando-se a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa.
Entre os conceitos introduzidos está a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como
para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do
ciclo de vida dos produtos. Desta forma, a Lei exige que as empresas assumam o retorno de
seus produtos descartados (ou seja, a retornabilidade dos produtos usados) e cuidem da
adequada destinação, ao final de seu ciclo de vida útil.
Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminha no sentido de
tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos após
a entrega aos clientes e pelo impacto ambiental provocado pelos resíduos gerados em todo
processo produtivo, e, também após seu consumo. Camargo e Souza (2015) enfatiza que outro
aspecto importante neste sentido se consubstancia no aumento da consciência ecológica dos
consumidores capaz de gerar uma pressão para as empresas reduzirem os impactos negativos
de sua atividade no meio ambiente.
A fim de viabilizar esta responsabilidade compartilhada, surge o instrumento da
logística reversa que é definido pela Lei 12.305/2010 como:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
[...]

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XII – logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social


caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010a).

O processo da logística reversa responsabiliza as empresas e estabelece uma


integração de municípios na gestão do lixo. Neste processo, os produtores de um
eletroeletrônico, por exemplo, têm que prever como proceder na devolução, na reciclagem e
na destinação ambiental adequada, especialmente dos que eventualmente poderão retornar ao
ciclo produtivo.
Por esta política, regulamentada no Decreto Nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010
(BRASIL, 2010b), a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, de forma
conjunta, organizarão e manterão um sistema de informação sobre resíduos e também ficarão
incumbidos de fornecer ao órgão federal responsável pelo mesmo, todas as informações
necessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência, na forma e na periodicidade
estabelecidas no decreto.
Caberá aos consumidores devolver os produtos que não são mais usados em postos
específicos, estabelecidos pelos comerciantes. Às indústrias cabe a retirada desses produtos,
através de um sistema de logística, seja para reciclá-los ou reutilizá-los. À Administração
Púbica incumbe criar campanhas de educação e conscientização para os consumidores, além
de fiscalizar a execução das etapas da logística reversa.
Para Barbieri e Dias (2013), a logística reversa sustentável pode ser vista como um
novo paradigma na cadeia produtiva de diversos setores econômicos. Para os referidos
autores, o adjetivo sustentável acrescentado à logística reversa se deve ao fato de que seus
objetivos básicos são reduzir a exploração de recursos naturais, na medida em que recupera
materiais para serem devolvidos aos ciclos produtivos e diminuir o volume de poluição
constituída por materiais descartados no meio ambiente.
Empresas que incorporam o desempenho ambiental dentro de uma visão estratégica
de recuperação de seus produtos deverão ter uma vantagem distinta frente à concorrência. As
políticas ambientais, o investimento em responsabilidade social e a crescente consciência
ambiental da população tornam o desempenho ambiental um fator competitivo para as
empresas.
Neste sentido, Geyer e Jackson (2004) defendem que é possível construir modelos de
negócio lucrativos baseados na recuperação de valor econômico para o fim da vida de

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produtos. Os autores mostram que há um substancial corpo de evidências de que o retorno do


produto pode-se tornar um centro de lucro antes que um centro de custo.
Com a implantação da logística reversa, da conscientização para a educação
ambiental e seus benefícios, podem-se mitigar impactos causados por descartes residuais,
melhorar a qualidade de vida dos cidadãos urbanos e obter um balanço ambiental positivo.
Além disso, dá-se um passo rumo ao desenvolvimento sustentável do planeta, pois possibilita
a reutilização e redução no consumo de matérias-primas.

5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O acúmulo de lixo é responsável por vários problemas na atualidade. Animais


morrem sufocados por ingestão de plásticos. A falta de saneamento faz com que as pessoas
contraiam as mesmas doenças várias vezes ao longo da vida. Quando consumimos produtos,
temos dúvidas em relação à forma correta de descarte. Muitas vezes, por falta de informação,
os resíduos se acumulam em locais inadequados e trazem prejuízo.
O manejo correto de resíduos sólidos proporciona qualidade de vida. Os lugares que
visitamos ficam mais bonitos. As pessoas vão menos ao hospital. Todos se tornam mais
otimistas com o futuro da humanidade. Os educadores ambientais são os responsáveis por
orientar a população. Com eles, aprendemos a importância da não geração, da redução e da
reutilização de resíduos sólidos.
A redução na geração de resíduos sólidos é a alternativa mais acessível para evitar
problemas relacionados ao acúmulo de lixo e envolve todos os setores da sociedade.
A educação ambiental é o conjunto de processos educativos que visam a desenvolver
uma cultura sustentável na sociedade. Para Pinto et al. (2016), a educação ambiental deve
preparar a população para que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os
problemas que lhes são associados.
A Educação Ambiental se propõe a ser um processo de formação dinâmico,
permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas passem a ser
agentes transformadores, participando ativamente da busca de alternativas
para a redução de impactos ambientais e para o controle social do uso dos
recursos naturais. (PINTO et al., 2016, p. 4).

A atividade humana sempre gerou impacto ambiental. No início dos tempos, a


população era menor, menos desenvolvida e a natureza se recuperava com facilidade. Com o
passar do tempo, desenvolvimento tecnológico e o aumento populacional intensificaram a
degradação do meio ambiente. O principal problema é a geração e aumento de resíduos
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sólidos. Os restos de alimentos e os elementos provenientes de seres vivos retornam


rapidamente para a natureza. Materiais inorgânicos descartados levam décadas para se
decompor.
O acúmulo de lixo bem como uma possível escassez de recursos levou a sociedade a
se preocupar com o futuro. No Brasil, a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA)
assegura a aplicação de práticas sustentáveis.
A Política Nacional de Resíduos sólidos (PNRS) possui instrumentos para mitigar os
impactos causados pela má gestão de resíduos sólidos, uma vez que prevê a interação entre
educadores ambientais, entidades e sociedade civil. Por meio do diálogo, todos se tornam
protagonistas na luta por um planeta mais saudável e com melhor qualidade de vida. O
educador ambiental utiliza o art. 7º da Lei 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos
Sólidos) como instrumento de mobilização. O inciso II estabelece que um dos objetivos da
PNRS é a redução de resíduos sólidos. A aplicação dessa política diminui a extração de
recursos e torna a produção mais inteligente.
O principal objetivo da educação ambiental no Brasil é buscar soluções
desenvolvendo consciência ambiental. Quanto mais pessoas tiverem acesso a esse
conhecimento e souberem aplicá-lo, mais promissor será o futuro da humanidade. A educação
ambiental também garante o fortalecimento da ciência e tecnologia. Vale lembrar que
deixaremos de cortar milhares de árvores, quando optamos por nos comunicar por e-mail,
dispensando o uso do papel. Todas as áreas de conhecimento devem contribuir para que a
sociedade evolua de forma sustentável.
No momento em que a educação ambiental provoca a mudança de pensamento,
novas ideias surgem. Se anos atrás era normal haver lixões espalhados pelas cidades,
atualmente as pessoas procuram fazer a coleta seletiva em suas casas. A educação Ambiental
deve fomentar todo o processo participativo de formulação, desenvolvimento e
monitoramento dos planos de resíduos sólidos. O resultado que se espera é a população ter
sustentabilidade como hábito.
Dentro da área de educação ambiental na política de resíduos sólidos, o principal
objetivo é reduzir a geração de lixo. Práticas de educação ambiental podem ocorrer dentro e
fora das escolas. Educadores ambientais se reúnem com todos os setores da sociedade para
estimular práticas sustentáveis.
Para Silva (2003), a educação ambiental na política de resíduos sólidos apresenta três
princípios básicos: reduzir, reutilizar e reciclar (3Rs). Esses princípios podem ser aplicados
em qualquer lugar e por qualquer pessoa. A redução é o princípio mais palpável e é

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prioridade. Quando somos estimulados a trocar copos de plástico por canecas de porcelana,
reduzimos toneladas de resíduos anualmente. A reutilização ocorre quando utilizamos um
produto várias vezes, como garrafas de vidro. A reciclagem ocorre quando partes de produtos
descartados podem ser restauradas e desempenhar outras funções.
Há também a coleta seletiva. Um projeto de educação ambiental que estimule essa
prática está aumentando a renda de catadores de papel. A coleta seletiva consiste no
recolhimento de resíduos separados na fonte geradora. Quanto melhor a separação, melhor o
reaproveitamento e a destinação desses materiais.

6 PROPOSTAS EDUCACIONAIS DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA O


CONSUMIDOR

A tecnologia mais avançada e os novos padrões de consumo vêm estimulando as


pessoas a adquirir novos produtos, o consumismo e a produção de lixo estão aumentando e
causando graves problemas sociais e ambientais.
Devido ao crescente consumo desses materiais na atual sociedade precisamos
reconhecer a reciclagem como uma alternativa importante na administração da produção de
lixo, e assumir um compromisso de mudança no comportamento consumista. Ao trabalhar a
reciclagem podemos despertar maior interesse dos alunos, de suas famílias e demais pessoas
envolvidas em dar um destino adequado ao lixo produzido, evitando o desperdício e
adaptando-se aos novos hábitos de consumir e reutilizar.
Para Cuba (2010), é necessário o engajamento do poder público, através das
Secretarias de Educação, para a capacitação dos professores no sentido de incorporar novos
conceitos e metodologias que venham ao encontro da realidade, para que eles sejam atuantes e
críticos diante das situações socioambientais e possam atuar e influenciar nas mudanças de
atitudes.
Nas escolas, é preciso que os alunos sejam sensibilizados a pensar e questionar sobre
as suas ações na sociedade, uma vez que a situação está ligada ao cotidiano dos alunos,
fazendo com que desperte maior interesse sobre o tema. A sensibilização também pode
ocorrer no ambiente de trabalho, através de campanhas educativas ou mesmo no ambiente
familiar, onde os meios de comunicação terão um papel fundamental na conscientização das
pessoas.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica trazem o reconhecimento da
necessidade de defesa do meio ambiente (BRASIL, 2013, p. 85), compreendendo o contexto

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econômico, político e cultural em relação às questões ambientais, de modo que a sociedade é


componente e sujeito dessa problemática. Por isso a importância dos órgãos governamentais e
educacionais propiciarem condições e conhecimentos para que a população possa adquirir
práticas de cidadania e preservação do meio ambiente.
De acordo com Dias (2012), o resultado da ação dos seres humanos sobre o meio
ambiente nas últimas décadas tem demonstrado que nossa espécie vive em uma crise de
percepção. Age como se não dependesse dos sistemas que asseguram a vida no planeta, como
se pudessem dispensar os serviços ecossistêmicos como se fosse à última geração sobre a
Terra.
Muitas pessoas não se dão conta da quantidade de substâncias químicas que são
usadas na composição dos produtos eletrônicos e como se tornam prejudiciais quando
expostas ao meio ambiente. Pode-se constatar, principalmente, nos países subdesenvolvidos
que muitas pessoas ainda estão alheias aos problemas ambientais e não têm consciência de
como se deve descartar o lixo corretamente e precisam ter consciência da compra
irresponsável de produtos no mercado negro, sem buscar saber a procedência ou o modo de
fabricação. Ainda não existem campanhas efetivas nos meios de comunicação para uma
divulgação efetiva de como proceder à coleta do lixo eletrônico, bem como à guarda das
pilhas e baterias, por parte dos revendedores, fabricantes ou importadores, cuja obrigação de
recolher o material inservível decorre por força da Lei 12.305/2010, que trata da logística
reversa no contexto do ciclo de vida do produto. Assim, desenvolver atividades com os alunos
no sentido de que eles possam aprender o que seja uma coleta seletiva e reciclagem, para que
possam separar o lixo adequadamente, evitando hábitos tão comuns como a queima do lixo
próximo de suas residências, e tomar conhecimento dos malefícios que esses insumos causam
à saúde humana e ao meio ambiente.
Na escola, o professor pode desempenhar um papel fundamental quando, com suas
atitudes, desenvolva ações cotidianas para contribuir na formação de pessoas conscientes e
responsáveis em relação ao consumo e produção de lixo, tendo como objetivo a compreensão
da realidade e a preservação do lugar onde se vive. Independentemente de ser da área rural ou
urbana, a população necessita de ar, água e solo sem contaminação. O problema se agrava
ainda mais na área rural, de onde vem grande parte dos alunos, que não dispõem de coleta
seletiva e não sabem o que fazer com o lixo produzido em suas casas e na comunidade, tendo
em vista que o acesso ao consumo de produtos eletrônicos aumentou nas últimas décadas no
campo. Assim, será necessário desenvolver um projeto, que destaque a necessidade de
aprender cada vez mais em relação ao consumo e ao descarte adequado do lixo que é

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produzido no dia a dia, fazer uma reflexão sobre o consumismo, enfatizando a influência que
a mídia tem sobre as pessoas, e como somos induzidos a comprar. Nas discussões com os
alunos, valerá a pena citar a influência dos grandes centros de compras (shoppings centers)
que atraem o consumidor, o que as propagandas representam do produto anunciado, e o seu
objetivo em despertar nas pessoas a vontade de adquiri-lo, ou seja, seduzir o consumidor a
comprar os produtos anunciados.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil, os caminhos percorridos pelo lixo eletrônico são muito pouco conhecidos.
Se de um lado os eletrônicos por aqui têm uma vida mais longa, uma vez que o poder de
compra é mais limitado e não é difícil encontrar interessados em receber os equipamentos
mais velhos, de outro pouco se sabe sobre o que acontece com um aparelho quando ele
realmente não tem mais utilidade.
Apesar de existirem muitos protocolos de responsabilidade ambiental assinados pelos
países, observamos que ainda existe uma transformação de países subdesenvolvidos em
verdadeiros lixões. Sem conhecerem os verdadeiros riscos e a quantidade de materiais
prejudiciais à saúde do ser humano, ou por simplesmente não se importarem, grande parte das
empresas mundiais simplesmente repassam um problema que é de todos para lugares que
estão fora de seus olhos, mas este tipo de solução, além de ser eticamente reprovável, acaba
afetando a todos, sem escolher classe social ou nação.
A logística reversa tende a ser uma solução para este problema, visando à
preservação do meio ambiente, o desenvolvimento sustentável, o planejamento eficiente das
empresas e também da sociedade como um todo.
Com isso, as empresas preocupadas com questões ambientais deveriam estar cada
vez mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. A orientação da gestão empresarial
para uma atuação mais efetiva quanto aos processos finais do clico de vida de seus produtos
exige a mobilização de conhecimentos técnicos e capacidade gerencial. Com isso, os maiores
desafios e implicações encontram-se na reorientação das estratégias empresariais, de forma a
incorporar de maneira consistente a análise da cadeia produtiva e principalmente seus fluxos
reversos.
Em 2010, no Brasil, foi instituída a lei 12.305/2010, que é um instrumento
importante na política nacional de resíduos sólidos, na qual estabelece normas a serem
observadas na cadeia produtiva, instituindo reflexão crítica, diálogo e debates, que provoquem

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o desejo de mudança. O Poder Público deverá criar campanhas de educação e conscientização


para os consumidores, estimulando práticas de educação ambiental, que podem ocorrer dentro
e fora das escolas. Educadores ambientais devem se reúnem com todos os setores da
sociedade para estimular práticas sustentáveis.
Garantir que a política de educação ambiental e de gestão de resíduos sólidos seja
corretamente implantada será um desafio. Há que se trabalhar muito para que a legislação se
cumpra em favor da sustentabilidade e da qualidade de vida da humanidade. O conhecimento
transforma o mundo. Um educador ambiental preparado é o principal instrumento para a
aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

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______________________
Recebido em: 3 fev. 2020.
Aceito em: 6 fev. 2020.

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