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RESUMO
A busca por equipamentos eletrônicos, como computadores, tablets, celulares e smartphones
tem sido uma prática frequente entre os consumidores. Porém, em pouco tempo, são
descartáveis por estarem obsoletos. É preciso um destarte consciente de forma a não agredir o
meio ambiente. O avanço tecnológico tem acelerado o ciclo de vida dos equipamentos
tecnológicos, gerando o lixo eletrônico. A escola deve formar cidadãos mais conscientes e
preocupados com a escassez dos recursos naturais no planeta, adotando práticas cotidianas
que propiciem mais a reciclagem do lixo produzido e adotando hábitos de consumo que
evitem o desperdício e o consumo exagerado de novas mercadorias. A lei 12.305/2010
instituiu o processo da logística reversa, no sentido de tornar as empresas cada vez mais
responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, obrigando a recolherem os
equipamentos descartados para áreas adequadas e longe de perigo para o meio ambiente. A
Política Nacional de Resíduos sólidos (PNRS) possui instrumentos para mitigar os impactos
causados pela má gestão de resíduos sólidos, uma vez que prevê a interação entre educadores
ambientais, entidades e sociedade civil. Uma boa política de educação ambiental deve levar
em conta três princípios básicos: reduzir, reutilizar e reciclar (3Rs). Esses princípios podem
ser aplicados em qualquer lugar e por qualquer pessoa.
ABSTRACT
The search for electronic equipment, such as computers, tablets, cell phones and smartphones
has been a frequent practice among consumers. However, in a short time, they are disposable
because they are obsolete. It is necessary to be aware of this so as not to harm the
environment. Technological advancement has accelerated the life cycle of technological
equipment, generating electronic waste. The school must train citizens who are more aware
and concerned with the scarcity of natural resources on the planet, adopting daily practices
that provide more recycling for the waste produced and adopting consumption habits that
avoid waste and excessive consumption of new goods. Law 12.305/2010 instituted the reverse
logistics process, in order to make companies more and more responsible for the entire life
cycle of their products, forcing them to collect the discarded equipment in appropriate areas
and away from danger to the environment. The National Policy on Solid Waste (NPSW) has
instruments to mitigate the impacts caused by the poor management of solid waste, since it
provides for the interaction between environmental educators, entities and civil society. A
good environmental education policy must take into account three basic principles: reduce,
reuse and recycle (3Rs). These principles can be applied anywhere and by anyone.
1 INTRODUÇÃO
A tecnologia vem sendo utilizada cada vez mais para atender às demandas dos
cidadãos que vivem na Terra. Em decorrência do consumo desenfreado de novas tecnologias
no dia a dia, o planeta não está preparado para receber o descarte do lixo produzido por essa
inovação, quando ela deixa de ser útil, tornando-se um bem inservível e nocivo à natureza.
Para Brollo e Silva (2001), somente no final do século XX, a sociedade começou a se
preocupar com a destinação adequada do material que não serve mais para a atividade
humana, devendo ser descartável de maneira que não agrida o meio ambiente. Porém,
percebe-se uma falta de conhecimento da população sobre como se dever proceder a um
descarte adequado, as consequências no meio ambiente das formas inadequadas de se desfazer
do lixo e o impacto desses diferentes tipos de descarte na vida em sociedade. Mesmo que
ocorram campanhas para o uso de lixeiras seletivas as pessoas não percebem o quanto este
tipo de ação pode influenciar no meio ambiente.
Propostas educacionais sobre coleta seletiva precisam ultrapassar os muros dos
ambientes de trabalho e escolar para chegar ao convívio da população. É através de uma
proposta educacional de descarte adequado do lixo que será possível criar uma cultura de
forma consciente, com vista à preservação do meio ambiente para as gerações futuras.
As propostas que atualmente existem não são claras em relação a informações e não
se apresentam de forma objetiva e muito menos se justificam. A maioria das proposições vem
por uma indicação de modismo que acompanha uma onda de defesa do meio ambiente, mas
de forma limitada, a exemplo da campanha sobre a proibição do uso do canudo de plástico nas
praias da cidade do Rio de Janeiro. Estas propostas não se completam em si, porque não se
apresentam concatenadas e interligas, e logo caem no esquecimento. Há de verificar que as
propostas e campanhas para a coleta seletiva de lixo em locais públicos ou instituições
educacionais não contemplam todos os tipos de objetos, principalmente, os tecnológicos.
Uma campanha adequada, por exemplo, para a coleta seletiva pode ensejar um viés para o
desenvolvimento social e local quando esta é amparada por indivíduos que capacitam outras
pessoas com o aproveitamento dos objetos coletados, fazendo o uso da reciclagem ou do
reuso, que poderá tornar o lixo um meio de sustento da família.
presentes nos componentes eletrônicos, como mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e
alumínio, entre outras, penetram no solo e nos lençóis freáticos.
A produção do lixo eletrônico é feita em todos os setores, seja em residências,
indústrias ou no comércio. Com o avanço acelerado das novas tecnologias e o consumo ativo
do capitalismo globalizado, a necessidade de atualização e obtenção de novos aparelhos
eletrônicos é imensa e intensa. Neste contexto, eletroeletrônicos considerados obsoletos se
tornam cada vez mais presentes, sendo descartados e trocados por novos aparelhos. Este ciclo
de mudança pode gerar um grande impacto ambiental, caso o equipamento não passe por um
processo adequado de descarte. Atualmente, milhões de toneladas de lixo eletrônico são
produzidos anualmente em todo o mundo.
Segundo pesquisa de Meirelles (2017), em 1988, havia no Brasil cerca de um milhão
de computadores em uso. No início do século XXI, esse número subiu para 10 milhões e, em
2017, saltou para 166 milhões. Considerando-se que a população brasileira atual é da ordem
de 207 milhões, segundo projeção da população do IBGE, isso significa que, na atualidade,
são quatro computadores para cada cinco habitantes. De maneira prognóstica, em meados de
2020, o número de computadores pessoais poderá alcançar 210 milhões. Há ainda os celulares
smartphones, que tiveram seu uso ampliado no país, chegando a 208 milhões em 2017, ou
seja, um por habitante.
Para que não haja um impacto ambiental, o lixo eletrônico deve ser despejado em
locais específicos a fim de não ser misturado com o lixo orgânico ou lixo de reciclagem
normal (vidros, plásticos e papéis). Muitos desses aparelhos possuem componentes químicos
que poluem e contaminam o solo e a água.
Alguns cuidados são necessários para evitar essa contaminação: aparelhos celulares,
baterias e demais periféricos podem (e devem) ser entregues às empresas de telefonia celular
ou às fabricantes; doar equipamentos usados para outras pessoas, em vez de jogá-los fora,
pois além de não poluir o meio ambiente, ainda ajuda outra pessoa que esteja precisando; e
fazer o descarte dos equipamentos apenas em locais apropriados, como cooperativas e
empresas especializadas em reciclagem de materiais eletrônicos.
de crescimento populacional no país, que no período foi de 0,9%” (ABRELPE, 2014, p.28) e
cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos produzidos pela população brasileira tiveram
destinação imprópria, ou seja, quase 24 milhões de toneladas de lixo, o equivalente a 168
estádios de futebol, foi descartado de forma incorreta em lixões ou aterros controlados, locais
desprovidos do conjunto de sistemas necessários para a proteção do meio ambiente e da saúde
pública (ABRELPE, 2014).
A gestão inadequada do lixo gera inúmeros danos ambientais que comprometem
seriamente a qualidade de vida, tais como: a emissão de gases nocivos pela putrefação;
descarte em galerias pluviais provocando alagamentos e inundações; depósito em áreas de
preservação ambiental que contamina o solo e polui as águas superficiais e subterrâneas;
disposição inadequada que contribui para transmissão de doenças, entre tantos outros.
À proporção em que aumenta o número de habitantes nas cidades, cresce a geração
de lixo. Observa-se que as cidades cada vez mais apresentam dificuldades para implantar,
ordenar e gerenciar de modo sustentável os resíduos por si gerados. Com a assinatura da Lei
12.305/2010, introduzem-se no ordenamento jurídico brasileiro os princípios e instrumentos
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), destacando-se a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa.
Entre os conceitos introduzidos está a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como
para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do
ciclo de vida dos produtos. Desta forma, a Lei exige que as empresas assumam o retorno de
seus produtos descartados (ou seja, a retornabilidade dos produtos usados) e cuidem da
adequada destinação, ao final de seu ciclo de vida útil.
Existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminha no sentido de
tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos após
a entrega aos clientes e pelo impacto ambiental provocado pelos resíduos gerados em todo
processo produtivo, e, também após seu consumo. Camargo e Souza (2015) enfatiza que outro
aspecto importante neste sentido se consubstancia no aumento da consciência ecológica dos
consumidores capaz de gerar uma pressão para as empresas reduzirem os impactos negativos
de sua atividade no meio ambiente.
A fim de viabilizar esta responsabilidade compartilhada, surge o instrumento da
logística reversa que é definido pela Lei 12.305/2010 como:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
[...]
5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
prioridade. Quando somos estimulados a trocar copos de plástico por canecas de porcelana,
reduzimos toneladas de resíduos anualmente. A reutilização ocorre quando utilizamos um
produto várias vezes, como garrafas de vidro. A reciclagem ocorre quando partes de produtos
descartados podem ser restauradas e desempenhar outras funções.
Há também a coleta seletiva. Um projeto de educação ambiental que estimule essa
prática está aumentando a renda de catadores de papel. A coleta seletiva consiste no
recolhimento de resíduos separados na fonte geradora. Quanto melhor a separação, melhor o
reaproveitamento e a destinação desses materiais.
produzido no dia a dia, fazer uma reflexão sobre o consumismo, enfatizando a influência que
a mídia tem sobre as pessoas, e como somos induzidos a comprar. Nas discussões com os
alunos, valerá a pena citar a influência dos grandes centros de compras (shoppings centers)
que atraem o consumidor, o que as propagandas representam do produto anunciado, e o seu
objetivo em despertar nas pessoas a vontade de adquiri-lo, ou seja, seduzir o consumidor a
comprar os produtos anunciados.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil, os caminhos percorridos pelo lixo eletrônico são muito pouco conhecidos.
Se de um lado os eletrônicos por aqui têm uma vida mais longa, uma vez que o poder de
compra é mais limitado e não é difícil encontrar interessados em receber os equipamentos
mais velhos, de outro pouco se sabe sobre o que acontece com um aparelho quando ele
realmente não tem mais utilidade.
Apesar de existirem muitos protocolos de responsabilidade ambiental assinados pelos
países, observamos que ainda existe uma transformação de países subdesenvolvidos em
verdadeiros lixões. Sem conhecerem os verdadeiros riscos e a quantidade de materiais
prejudiciais à saúde do ser humano, ou por simplesmente não se importarem, grande parte das
empresas mundiais simplesmente repassam um problema que é de todos para lugares que
estão fora de seus olhos, mas este tipo de solução, além de ser eticamente reprovável, acaba
afetando a todos, sem escolher classe social ou nação.
A logística reversa tende a ser uma solução para este problema, visando à
preservação do meio ambiente, o desenvolvimento sustentável, o planejamento eficiente das
empresas e também da sociedade como um todo.
Com isso, as empresas preocupadas com questões ambientais deveriam estar cada
vez mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. A orientação da gestão empresarial
para uma atuação mais efetiva quanto aos processos finais do clico de vida de seus produtos
exige a mobilização de conhecimentos técnicos e capacidade gerencial. Com isso, os maiores
desafios e implicações encontram-se na reorientação das estratégias empresariais, de forma a
incorporar de maneira consistente a análise da cadeia produtiva e principalmente seus fluxos
reversos.
Em 2010, no Brasil, foi instituída a lei 12.305/2010, que é um instrumento
importante na política nacional de resíduos sólidos, na qual estabelece normas a serem
observadas na cadeia produtiva, instituindo reflexão crítica, diálogo e debates, que provoquem
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