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Como base para o entendimento da visão Antroposófica, proposta por Rudolf Steiner, sobre o
desenvolvimento humano faremos indicação de fragmentos de textos que podem ser lidos na
íntegra no Portal o Instituto Ruth Salles.
Texto 1: A ciência do ser humano
(por Rubens Salles)
Assim, podemos afirmar que o que diferencia os seres dos reinos orgânicos vegetal e animal,
inclusive o homem, do reino mineral e inorgânico, é o que chamamos de vida, onde há
nascimento, respiração, metabolismo, crescimento, regeneração, reprodução e morte. Estas
forças vitais também são chamadas por Steiner de corpo vital ou corpo etérico.(2)
3) Enquanto as plantas vivem num estado de constante “dormência”, sem expressar nenhum
tipo de sensação, os homens e os animais passam por estados alternados de sono e de vigília,
e possuem a característica de sentir e expressar sensações e instintos, sendo que os animais
superiores o fazem também com o uso da voz.
Assim, verificamos que tanto o homem como os animais possuem um conjunto de forças
anímicas que as plantas não possuem. No caso dos animais estas forças adquirem
características específicas para cada espécie. Conhecendo os hábitos de uma espécie
selvagem, podemos saber exatamente qual será o padrão de comportamento de um filhote
mesmo antes de seu nascimento. No caso do homem isso já não é possível, pois nossas forças
anímicas são individuais, e cada ser humano tem diferentes simpatias, antipatias, ideais,
desejos, paixões etc. Estas forças anímicas também são chamadas por Steiner de corpo das
sensações ou corpo astral.(3)
O Eu – o espírito humano
Além de uma identidade anímica individual, só o homem tem consciência de si mesmo como
indivíduo, e outras faculdades que não encontramos nos animais. Lanz destaca cinco
faculdades exclusivas do homem:
1) Só o homem pode pensar, opor-se ao mundo numa relação sujeito-objeto. Ele pode
representar de maneira abstrata as suas vivências sensoriais e elevar-se a conceitos e ideias;
2) O homem possui a durabilidade dos sentimentos, além da presença da causa. Mais ainda,
pode provocar um sentimento por pura representação mental. O animal está entregue às suas
sensações e sentimentos. Cessando a causa que lhe provoca uma sensação ou um sentimento,
acaba também o estado anímico;
3) Só o homem pode representar, sob a forma de imagens, um ser ou uma situação da qual
não há mais vestígio. A memória, como faculdade de “chamar de volta” qualquer situação
vivida anteriormente, é uma faculdade exclusivamente humana;
5) Só o homem pode ter a liberdade de agir, e escolher conscientemente entre vários atos
possíveis. Somente ele pode agir moral ou imoralmente; o animal segue trilhas fixas e pré-
determinadas pelas características de sua espécie. Ele é irresponsável.(4)
O Eu, este elemento que determina a autonomia da personalidade do homem, sua consciência
individual, e que representa o seu espírito, é o que o distingue do animal. Por meio dele, o
homem pode controlar seus sentimentos, instintos e paixões. O controle do espírito sobre
nossos impulsos anímicos vai determinar nossa ética. Para Steiner, ao designar-se como “eu” o
homem dá, em seu íntimo, um nome a si próprio. Um ente capaz de dizer “eu” a si próprio
constitui um mundo por si.(5)
Esta concepção sobre a constituição do ser humano não é uma exclusividade da Antroposofia.
Embora seja quase completamente ignorada no mundo ocidental, as escolas filosóficas do
oriente já a conheciam há muitos milênios. Tanto hindus, como chineses, caldeus, egípcios e
hebreus, referem-na em suas obras e textos, quer profanos quer esotéricos.(6)
Todas as atitudes que tomamos em nosso cotidiano, durante a vida inteira, passam por três
estágios: Pensar, Sentir e Querer/Agir. A cada decisão que a vida nos impõe, das mais simples,
como ir ou não ao cinema, até as mais graves, como cometer ou não um delito, nós pensamos
logicamente sobre o fato, avaliamos as sensações que ele nos causa, como: entusiasmo,
desânimo, desconforto, determinação, medo, raiva, carinho, vergonha etc. Após este filtro
emocional, nós decidimos que atitude tomar sobre o fato.
Cada uma destas capacidades anímicas, olhada separadamente, tem características que lhe
são preponderantes:
• O Sentir (sensações, emoções, vida sensível) situa-se entre o Pensar e o Querer. Relaciona-se
com os sistemas rítmicos respiratório e circulatório, e se realiza num estado de
semiconsciência, ou consciência onírica. Sabemos que nossas emoções têm efeito direto sobre
nosso ritmo respiratório, nossa frequência cardíaca e até sobre nossa pressão sanguínea. Do
ponto de vista temporal relaciona-se mais com o presente, representando o reflexo emocional
do que acontece a cada momento vivido.
• O Querer (agir, vontade, ação volitiva) se relaciona com os sistemas metabólico e motor, e se
realiza num estado de inconsciência, ou vigília dormente. Isso porque não temos consciência
alguma sobre o funcionamento de nosso metabolismo e de nossos movimentos, necessários
para realizar nossas ações. Do ponto de vista temporal, relaciona-se com o futuro, o que
queremos vir a realizar.
Embora o ser humano nasça completo em sua estrutura, com corpo, alma e espírito, e com as
capacidades anímicas de pensar, sentir e querer, o desenvolvimento de cada um destes
elementos se dá em etapas bem definidas. A Antroposofia divide o desenvolvimento do
homem em períodos de, aproximadamente, sete anos, os setênios.
Dentro destes períodos há defasagens entre indivíduos e entre os sexos, mas mesmo assim faz
sentido considerá-los. Até os 21 anos, época em que nosso desenvolvimento físico se
completa, a alma e o espírito estão em constante adaptação com as possibilidades oferecidas
pelo corpo físico. Segundo a visão antroposófica, a partir do terceiro setênio há um maior
desenvolvimento das qualidades da alma até os 42 anos, que será a base para o maior dos
desenvolvimentos do ser humano, o espiritual, que leva novamente 21 anos, dos 42 aos 63
anos, quando ele passa a viver como ser plenamente presente, em um ciclo de plenitude e
serenidade. É com esta visão do desenvolvimento humano que a Pedagogia Waldorf projeta a
educação.
O longo período necessário para preparar o ser humano para a vida, não tem paralelo no
mundo animal devido a ele possuir um espírito individual, um Eu que deve fazer um
aprendizado de longos anos em convívio com outros homens.(1)
e o poder do espírito,
ansioso em trabalhar,
desejo de aprender.
amor e gratidão.
Verso da Manhã – 5° ao 8° ano
Eu contemplo o mundo
e vivendo crescem,
e sentindo vivem.
Onde já o homem,
tendo em si a alma,
abrigou o espírito.
Eu contemplo a alma
O divino espírito
na amplidão do espaço
A ti eu suplico,
ó divino espírito:
para eu aprender,
para eu trabalhar,
Sites:
Referências Bibliográfica:
Para certificação da Atividade off line você deve seguir as orientações dos
facilitadores a cada encontro.
Atividades do II Encontro
2) Qual dos assuntos apresentados lhe chamou mais atenção e gostaria de saber
mais?
4) Agora temos um desafio para você!!! Busque uma árvore natural e real no
seu dia a dia. Escolha um momento tranquilo em que você possa
disponibilizar pelo menos 15 a 20 minutos de concentração. Escolha um bom
ângulo de observação para sua árvore e desenhe com o máximo de detalhes
possível esta árvore. Qual característica você nota neste processo? Foi
diferente dos desenhos anteriores? Como você se sentiu?