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Ministério do Exterior Britânico. (NA)
— Supus, senhor Arame — disse-lhe — que o
“Intelligence Service” me paga bem por considerar-me
inteligente, entre outros méritos...
— Bem — gesticulou. — Vamos, pois, por partes, como
você quer.
— Que instruções Nagar recebeu do marajá?
— Zelar por Muarí. Trabalhar para seu sustento, como
um cidadão comum, educando-o como se fosse seu próprio
filho. Não lhe dizer jamais que é o herdeiro do trono de
Kiachai, a não ser que um dia o marajá ordenasse o
contrário. Se o marajá morresse, o que se deu, manter o
segredo enquanto não tivesse a certeza de recuperar o poder
real para Muarí.
— Por quê?
Porque viver modestamente seria mais aceitável para
Muarí, se ignorasse seu sangue real. Sem esperanças
concretas, era aconselhável que os inimigos políticos
desconhecessem sua existência, ou seu paradeiro.
— E os partidários do marajá?
— Sempre receberam informações secretas de que Muarí
ainda vivia, mas nunca souberam onde nem como. Uma
indiscrição poderia atrair o punhal assassino. Nós sabemos
onde está vivendo: em Karachi.
— Um milhão e duzentos mil habitantes. Fácil, não?
Bastar-me-á bater de casa em casa, até encontrá-lo...
— Inútil — negou Arame — Já tentamos isso. Em vinte
anos, Muarí e Nagar mudaram muito de aparência. Nagar,
premeditadamente, por precaução, e Muarí, porque tem
agora vinte e dois anos.
— Se ainda estiverem vivos — grunhi, ao vê-lo sorrir.
— Estão vivos, sim. Surab afirmou-o, há um mês, num
hospital de Paris onde foi encontrado moribundo, quando o
governo britânico, finalmente, resolveu procurar o príncipe.
Mas o pobre Surab estava tão enfraquecido que só pôde
responder com um movimento de cabeça à pergunta. Em
seguida, talvez pela emoção, seu estado agravou-se e caiu
em coma. Morreu ontem, e com ele nossa esperança de
outros detalhes.
— Por que o atual interesse pelo príncipe?
— Os monarquistas de Kiachai estão, agora, em
condições de recuperar o poder, se receberem nossa ajuda.
Os governantes comunistas decepcionaram a nação, que
começa a dar mostras de impaciência e de saudosismo.
— Podíamos ter ajudado Kaipur, há vinte anos. Por que
não, naquela época, e por que sim, agora?
— Petróleo. O governo atual descobriu jazidas em
Kiachai. Não estão em exploração, ainda. Restaurada a
monarquia, teremos preferência.
— Oh, o magnânimo espírito britânico! Vamos em busca
do príncipe Muarí, enfrentando os degoladores kiachaienses
a serviço do comunismo!
— E os astutos agentes franceses! — suspirou o senhor
Arame.
— Como? — assustei-me. — Que tem a França a ver
com este assunto?
— Kaipur, desenganado com os ingleses, dirigiu-se aos
franceses, certa feita. Não conseguiu nada, também. Mas
agora, ao saberem da existência de petróleo, devem ter
cheirado bons negócios...
Fiquei algum tempo pensativo. Depois, pedi:
— Bem, dê-me todas as informações que tiver.
— Já lhe dei; não tenho mais nada. Ah! Ia-me
esquecendo! Parece-me que o príncipe tem um sinal
particular. Uma cicatriz, um sinal... não me recordo. Você
encontrará nos arquivos do Foreign Office uma cópia do
registro de seu nascimento, com todos os dados pessoais.
— Ouça, senhor Arame! — disse-lhe, irritado.
— Pretende que eu ande examinando sinais ou cicatrizes
de todos os jovens de Karachi? Como quer que, com tão
fracos elementos, eu encontre um indiano na índia?
— Eu supunha, senhor John Pearson — replicou, em tom
irônico — que o “Intelligence Service” lhe paga muito bem
por considerá-lo inteligente, entre outros méritos...
Não respondi. Já percorríamos as ruas de Londres,
quando tomei a falar, mal-humorado:
— Esse assunto requer, mesmo, os serviços do melhor
agente secreto do mundo? Bastaria ao governo britânico pôr
um anúncio nos jornais de Karachi.
— Vamos por partes — brincou o senhor Arame. — Com
referência ao melhor agente do mundo, devo recordá-lo de
que, segundo você mesmo reconhece, há uma francesa que
pelo menos o iguala. E tenho mesmo a impressão de que
você foi por ela derrotado no “Caso do tele-detonador
atômico”2. “Mademoiselle Fantasma”... não é assim que a
apelidou?
Não respondi. Por sorte, “Mademoiselle Fantasma” já
tinha nome para mim: Brigitte Montfort! E corpo, e uns
deliciosos braços apaixonados... Essa descoberta, que fiz
durante o caso do detonador, constituía a única deslealdade
para com o “Intelligence Service”.
Em vez de responder, insisti:
— Que me diz da sugestão sobre o anúncio?
— Em código, Nagar não o entenderia. Às claras, os
comunistas de Kiachai ficariam de sobreaviso.
2
O leitor interessado em conhecer este caso deve procurar ler a novela “Olhar
para a Morte”, edição número 12 desta coleção. Aí aparece Brigitte Montfort, como
“Mademoiselle Fantasma”, trabalhando contra (ou com) John Pearson.
Era verdade. Devia reconhecer que o Intelligence Service
não tinha outro remédio senão recorrer a mim, saindo de
seus hábitos de poupança. O “Caso do Trono Escarlate”,
como eu já pensava intitulá-lo em minhas memórias, exigia
minha agudeza mental. A ideia de uma possível consulta aos
arquivos municipais de Karachi passou fugazmente por
minhas células cinzentas, mas abandonei-a imediatamente.
Envergonhei-me, mesmo, dessa ideia. Imaginar que
Karachi pudesse contar com um meticuloso centro de
imigração era duvidar que os contos das mil-e-uma-noites
ainda fossem uma realidade, na maior parte da Ásia.
— Não vamos ao Departamento — disse o senhor
Arame. — Enfie-se por esta rua, e vamos para o norte, a um
novo bairro que está em construção nos arredores de Yellow
Hill. Sabe onde é? Eu lhe indicarei.
Eram dez horas da manhã. O sol continuava a brilhar,
embora estivéssemos na geralmente sombria Londres. Um
dia totalmente impróprio para iniciar-se uma aventura de
espionagem, que poderia ser perigosa. Um dia para namoros
e amenidades.
O PRIMEIRO VÉU
3
Novamente a novela “Olhar para a Morte”, volume 12, já disponibilizada. (NR)
Mostrou um frasquinho de cápsulas verdes, ajuntando em
tom de graciosa simpatia, ao mesmo tempo em que nos
convidava, com um gesto, a passar para a sala contígua:
— Os senhores estão convidados. Ao chá, não às
pílulas...
Havia uma ampla porta envidraçada em uma parede da
salinha aonde nos conduzira. Através dela via-se uma parte
do terraço, que devia prolongar-se por toda a largura da
fachada anterior da casa. O sol atingia-a em cheio, e pareceu-
me um magnífico lugar para tomar-se um pouco de luz ao ar
livre, em uma cadeira de balanço. Mas o pai de Sawai não
estava à vista.
A jovem assomou ao terraço e, com seu ciciante inglês,
chamou o pai, olhando de um lado para o outro. Não houve
resposta. Sawai voltou um rosto sorridente para nós, dizendo
em tom maroto:
— Caiu no sono. Venham, vamos acordá-lo: quero que
sejam testemunhas, pois diz que as preocupações não lhe
permitem dormir. Mas o certo é que adormece em qualquer
lugar e a qualquer hora...
Saímos ao terraço. No outro extremo, estendido em um
divã, meio de costas para nós, havia um homem barbudo,
vestido à europeia com um grosso jaquetão. Acercamo-nos,
devagar, seguindo os requebros da jovem. O barbudo
conservava-se imóvel.
Imóvel demais, e com os olhos abertos.
Fui eu o primeiro a ver o cabo da faca cravada em seu
peito.
— Espere, Sawai! — gritei.
Era tarde. A moça havia parado, com os olhos
arregalados de horror, levando as mãos crispa- das à boca,
tentando conter um grito rouco que lhe escapava da garganta.
Rodeei-lhe os ombros com os braços, e ela encolheu-se,
trêmula, contra meu peito. Não gritou. Começou,
repentinamente, a sacudir-se, deixando escapar do fundo de
seu coração um pranto amargo e silencioso. Seus lábios
murmuravam palavras ininteligíveis em um idioma
desconhecido. Julguei que seria sua língua natal, que para
mim era incompreensível.
O senhor Arame estava tão aturdido como desconsolado.
Quando reagiu, acercou-se do morto, para comprovar que
nada havia a fazer, o que para mim fora evidente desde o
primeiro momento.
Arame olhou em redor e percebeu o que eu já havia visto:
uma árvore baixa e copada, em cujos ramos qualquer pessoa
poderia esconder-se, e donde um arremessador de facas
poderia lançar comodamente seu afiado raio mortal contra o
peito do barbudo pai de Sawai. A posição era favorável e a
distância tão curta, que o arremesso silencioso seria infalível.
Eu não pensara apenas nisso. Tinha ido muito mais
adiante no meu raciocínio. Por exemplo: os republicanos
kiachaienses estavam muito bem informados. Por exemplo:
seus métodos eram perfeitamente eficientes. Por exemplo:
sem dúvida, o barbudo estivera em condições de achar, com
nossa ajuda, o príncipe Muarí...
E diversas coisas, mais: os assassinos nos teriam visto
chegar, e até mesmo fotografado com teleobjetiva. De
qualquer modo, Karachi estaria coalhada de kiachaienses
inimigos, à espera de um agente inglês; se alguém, amigo
sem as devidas precauções, ou inimigo, descobrisse Nagar, e,
consequentemente, Muarí, antes de mim, o ministro e o
príncipe receberiam dose igual à que o barbudo nos
apresentava...
— Foi há poucos instantes — disse o senhor Arame, que
estivera a examinar detidamente o morto. — Talvez há
menos de cinco minutos.
Era uma notícia velha, para minhas deduções já muito
adiantadas. O homem devia ter sido morto entre o momento
em que a filha subia em busca das pílulas e o de nossa saída
do carro, ante a porta do jardim. Haviam-no feito naquele
instante, precisamente devido à nossa chegada, para que não
pudesse falar conosco.
Assassinos, no plural, porque haveria indubitavelmente
dois, pelo menos: um, vigiando a caça pelo terraço e janelas
da fachada posterior, oculto na frondosa copa da árvore, e
outro, afastado da casa, na parte fronteira. Este último teria
dado ao da árvore o aviso de nossa chegada, à aproximação
dos automóveis.
Praguejei contra Arame, por aquele descuido. Não
deveríamos ter vindo à casa do barbudo tão às claras. Nós
mesmos havíamos provocado sua morte, porque...
Meu cérebro trabalhava com tanta pressa, que falhou
naquele ponto. Uma ideia cruzou tão rapidamente minha
massa cinzenta, que não pude fixá-la. Não lhe senti mais do
que a sombra, que me deixou inquieto, sabendo, apenas, que
se baseava em algum trecho da complicada história que
Arame relatara.
Desisti do intento, pois a oportunidade não era propícia
ao raciocínio puro. A pobre Sawai, repentinamente,
desprendeu-se de meus braços, correndo para o corpo do pai.
Abraçou-o, chorando convulsivamente, agora com leves
gritinhos de desespero, e amarfanhando as roupas do morto
com os dedos crispados.
Tentei afastá-la, sob o olhar estupefato de Arame. Ela se
agarrava com todas as forças, mas acabou cedendo. Foi um
alívio: desmaiara.
Levantei-a nos braços e levei-a para a salinha por onde
passáramos momentos antes. Depositei a bela escultura
oriental num divã. Estava pálida, mas não perdera o encanto
de antes. Olhei-a, embevecido, e vi então uma mancha
vermelha na brancura de sua jaqueta, sobre o peito, perto do
ombro direito. Percebi que o alfinete do broche cravara-se
quase por completo em suas carnes, naquele ponto, sem
dúvida por haver-se aberto quando se debatia.
Tirei-o, descobri seu ombro e enxuguei com o lenço o
sangue que manava do ferimento. Ela não se moveu. Estava
extraordinariamente atraente, com o ombro nu, um ombro
moreno, arredondado, delicioso...
— Bem, Pearson — disse o senhor Arame, da porta do
terraço, e em sua voz percebi um acre sarcasmo. — Deve
estar satisfeito. Suponho que percebeu que isso aconteceu
enquanto eu tentava convencê-lo de que o homem era de
confiança. Se alguma dúvida houver restado, pergunte ao
morto, ou a essa pobre moça. Por que não lhe finca o
alfinete, para comprovar se o desmaio é real?
— Cale-se! — repliquei com energia, voltando-me de
repente. — Se você serve realmente para alguma coisa no
Intelligence Service, tome uns dias de férias, para pensar.
Talvez chegue a descobrir os disparates que cometeu neste
caso, e como me tornou difícil a investigação. Não seja
irônico, por favor.
A sombra daquela ideia perpassou outra vez por minha
mente. Mas eu estava demasiadamente furioso para captá-la.
Na profissão que abracei, a cólera é um dos piores inimigos.
Procurei serenar-me, no que fui secundado pelo senhor
Arame, que deixou de ser irritante. Minha atitude
descontrolada o havia impressionado. Murmurem
humildemente:
— Precisamos... Precisamos chamar a Polícia.
— Sim, faça-o você mesmo, e fique com Sawai, porque
eu desapareço, agora. Não esqueça de que a verdade do caso
deve ser conservada no mais absoluto segredo. Será melhor,
também, que ponham a pequena em lugar seguro. Viajarei
amanhã, mas antes pretendo falar com ela. Se possível, esta
tarde ainda. Talvez seu pai lhe haja contado alguma vez
qualquer detalhe que nos sirva. Juro-lhe, senhor Arame, que
os sujeitos que mataram o pai desta encantadora boneca vão
pagar muito caro pelo que fizeram. Mas não dê mais passos
em falso, por favor...
Cobri o ombro de Sawai e saí para a rua, após examinar
detidamente os arredores com o olhar. Não haviam muitos
transeuntes, mas não se podia saber se algum deles era um
espião. Como poderia saber se estava sendo observado do
interior de algum dos automóveis que passavam? Como
poderia saber se havia olhos vigilantes dentro dos
apartamentos vazios ou habitados?
Pisei com força no acelerador de meu Austin, e saí
disparado. Recorri a todos os truques conhecidos, para
despistar algum eventual seguidor. Depois de dez minutos de
corrida desabalada, e de virar esquinas sobre duas rodas,
certifiquei- me de que ninguém me seguia.
Tinha a certeza. Absoluta. Os assassinos teriam
permanecido nas proximidades do apartamento, a espera de
oportunidade para eliminar também Sawai. O caso, antes de
iniciar-se no Oriente, já era um mistério em plena luz do dia,
em Londres.
CAPÍTULO SEGUNDO
Onde se pode ver que o sangue não para de jorrar.
CAPÍTULO TERCEIRO
Para uma busca incessante, no melhor estilo inglês.
EXPECTATIVA
CAPÍTULO QUINTO
Gato atrás do rato, rato atrás do gato.
SUSTO E EXPLICAÇÃO
NOVAS EXPERIPNCIAS
5
Ver novamente a novela “Olhar para a Morte” NA
— Procuro o homem capaz de fazer um trabalho como
este — ajuntei. — Poderia o senhor indicá-lo?
— Onde conseguiu esta fotografia? — perguntou,
tentando dissimular sua ansiedade. — É um ótimo trabalho.
— Um amigo me deu. A obra que está aí fotografada é da
sua coleção. Se encontrarmos quem a fez, meu amigo pagará
o que for preciso para que ele possa continuar a fazer obras
como essa.
Nova pausa. Brigitte espichava o pescoço par a ver a
fotografia, sem resultado. A atitude d Jal-Jhao era para mim
a prova suficiente de que...
— Posso ficar com ela? — pediu o comerciante. — Vou
pensar. Talvez possa...
— Pense à vontade. E muito obrigado, amigo, pelas
atenções. Nós vamos visitar a loja. Mais tarde nos veremos.
O comerciante acompanhou-nos até à porta do escritório.
Naturalmente, cedemos a primazia a Brigitte e, naturalmente,
Jal-Jhao cedeu passagem a mim, em seguida. Naquele
momento, entreguei-lhe a carta. Apanhou-a com tão rápido
movimento, que tive certeza da confirmação de minha
suspeita.
— Que fotografia era aquela? — perguntou- me Brigitte,
quando ficamos sós a examinar porcelanas na loja.
— Uma miniatura de Vishnú — menti-lhe. E contei uma
história semelhante à que apresentara na véspera a Jal-Jhao.
Mas ela não acreditava em mim. Depois de pensar um
minuto inteiro, voltou a perguntar:
— Desde quando conhece esse Jal-Jhao?
— Há muitos anos. Sempre que venho a Karachi visito-o.
Faz-me presentes, jantamos juntos... Você vai ter
oportunidade de jantar conosco, decerto, Brigitte.
Minha profecia cumpriu-se um quarto de hora mais tarde.
Jal-Jhao veio até à loja, elogiou nosso gosto pela escolha das
mercadorias que fizéramos e deu ordem para que as
embrulhassem e enviassem ao hotel. Quis pagá-las, mas o
comerciante levantou as mãos em protesto, dizendo:
— Oh, não. Mais tarde, falaremos em dinheiro. Quando
pretendem voltar à Europa?
— Logo que nos for possível. Talvez mesmo esta noite...
— respondi.
— Oh, então, não temos tempo a perder! — sorriu. —
Convido-os a almoçarem comigo, em meu iate. Aceitem, por
favor, esta pequena homenagem à sua bela esposa...
— Mas eu não posso navegar — protestou fracamente
Brigitte. — Eu enjoo, e...
— Não vamos navegar — cortou Jal-Jhao.
— Compareçam dentro de uma hora e tomaremos
aperitivos. É o “Cabo Azul”, no cais número cinco.
— Aceitamos com prazer, amigo — decidi. — Será um
grande prazer...
Quando saímos à rua, Brigitte quis separar-se de mim,
com a desculpa de que precisava ir a um cabeleireiro.
Peguei-a fortemente pelo braço.
— Não, minha querida, não. Tenho medo de seus
pistoleiros. Você não se afastará um palmo de mim. Tenho
que impedi-lo, mesmo que precise quebrar-lhe as lindas
pernas. E aviso-a de que descarreguei esta manhã a pistola
que você leva na bolsa.
Continuamos nosso caminho, de braços dados.
— Seu amigo Jal-Jhao tem algum filho? — perguntou
ela.
— Não, meu amor — sorri. — Nem filhos, nem
sobrinhos, nem afilhados. Juro-lhe que não tem, e que é a
pura verdade. Tão verdade, como que a amo...
EPÍLOGO
Onde, afinal, tudo se explica, segundo a tradição do óbvio.