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A Correção do Fator de Potência

(PFC) na eletrônica
23/08/2014Paulo BritesEletrônica Básica • Eletrônica Reparação • Informática
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Parte I

Todo Eletricista com “E” maiúsculo


sabe como é importante efetuar a  correção do fator de
potência  em algumas instalações, ou seja, aquelas onde há um
grande número de cargas indutivas.

Entretanto, para a maioria dos técnicos reparadores de


aparelhos eletroeletrônicos, o PFC, que é a sigla
para  Power  Factor  Correction, ainda é uma novidade. 

Neste artigo que será divido em duas partes irei falar um


pouco sobre Correção do Fator de Potência, mais
especificamente sob o ponto de vista da eletrônica, ou melhor,
das fontes de alimentação incluindo as fontes de PC e, como
sempre gosto de fazer, começarei pelos conceitos básicos.

Por que a preocupação com a Correção do Fator de


Potência?
Cargas indutivas (motores, transformadores) provocam uma
perda de energia além de “sujar” a rede de distribuição com
harmônicos indesejáveis, daí a necessidade de corrigir o fator
de potência.

Nos últimos 10 anos (aproximadamente) as agências


internacionais de meio ambiente começaram a se preocupar
fortmente com a questão do desperdício de energia, por
razões óbvias, e passaram a “‘exigir” que os fabricantes de
equipamentos eletrônicos como televisores, monitores e
fontes de PC também introduzam circuitos em seus projetos
que minimizem os efeitos negativos para sociedade (ou
melhor, para o planeta Terra) das perdas de energias.

E é aí que os circuitos de PFC começaram a aparecer nos


modernos televisores de tela grande.

Antes de tratarmos especificamente sobre o circuito PFC


façamos uma breve abordagem sobre o conceito de potência
em eletricidade.

O que significa watt?


Quando queremos expressar a potência elétrica, geralmente
utilizamos o  watt  que é simbolizado por W (maiúsculo).

Se vamos comprar uma lâmpada, por exemplo, nos


preocupamos em olhar de “quantos watts” é a lâmpada e assim,
concluímos que uma lâmpada de 60W iluminará mais que uma
de 40W (e também gastará mais energia).

O técnico em eletrônica sabe que para especificar ou comprar


um resistor não basta mencionar o valor de sua resistência em
ohms; é preciso também informar a  potência em watts  que,
por sua vez, está associada à quantidade de corrente (em
ampère) que passa pelo resistor.

Esta potência pode ser calculada multiplicando-se o valor da


resistência (R) pelo valor da corrente (I) ao quadrado que
circula no resistor.

Por exemplo, se temos 3A passando em um resistor de 4 ohms


a potência dissipada nele será 4 x 32 = 4 x 9 = 36W.

Se medirmos a tensão sobre o resistor que neste caso será


12V, podemos também calcular a potência dissipada nele
multiplicando o valor da tensão (E) pela corrente (I).

No nosso exemplo podemos usar a  Lei de Ohm  e calcular a


corrente no resistor (em vez de medi-la) que será I = 12/4 =
3A, logo a potência será 12V x 3A = 36W.

É isto que é ensinado na física do ensino médio e, embora este


cálculo esteja correto ele só é válido porque estamos
trabalhando com corrente contínua em um elemento
puramente resistivo.

Neste caso a potência calculada e expressa em watts é o


resultado da transformação de toda energia elétrica em calor
e por isso, ela será chamada de  potência ativa, potência
efetiva ou potência real,  embora na prática diga-se apenas
potência.
Neste ponto vale a pena fazer uma observação quanto ao
termo  potência real.

A palavra REAL aqui tem a conotação de VERDADEIRA. Os


fabricantes de fontes para PC se apropriaram deste termo,
chamando as fontes de “fonte de potência real ou fonte real”,
não sei se por má fé ou ignorância, talvez com a intenção de
“enfatizar” que suas fontes fornecem  realmente  os watts que
estão estampados na etiqueta o que nem sempre (ou quase
sempre) não é verdade.

Não existe “fonte real”. O que e existe é fonte “honesta” que


fornece a potência que está especificada na etiqueta ou não.

Isto, a meu ver, cria uma confusão na cabeça do leigo (e aqui


podemos incluir a maioria dos técnicos em informática) dando
a impressão que existem dois tipos de fonte;
uma  ruinzinha  que não oferece a potência que está estampada
no rótulo e outra  boazona, que tem “potência REAL”, mas que
no fundo, muitas vezes, nem a tal “fonte de potência real”
fornece os watts que diz o seu rótulo.

No caso específico das fontes ATX para PC uma dica pode ser
observar o preço. Se estão querendo te vender uma “fonte
real” pela metade do preço de uma shing lin esta fonte deve
ser “sureal”!

Outros “tipos” de potência


Como foi dito lá atrás a potência só pode ser expressa em
watts se estivermos trabalhando com corrente contínua.

Se tivermos trabalhando com corrente alternada e  a carga


não  for puramente resistiva  a coisa muda.
A primeira coisa que precisamos lembrar é que em um circuito
puramente resistivo a tensão e a corrente “caminham” juntas
ou, em outras palavras, não há defasagem entre elas.

O mesmo não ocorrerá se uma tensão alternada for aplicada a


um elemento reativo como um capacitor ou um indutor que
produzirão uma defasagem entre a tensão e a corrente.

Relação de fase num circuito resistivo

De qualquer maneira a corrente alternada ao “passar” num


capacitor ou indutor também “produzirá” uma potência, só que
esta potência não se manifesta em forma de calor como num
resistor e, portanto não deverá ser chamada de  potência
real  nem deverá ser medida em watts para evitar confusão.

Você já deve estar desconfiado que a potência desenvolvida


em componentes reativos, como capacitores e indutores
deverá ser chamada de  potência reativa  e para diferenciá-la
da potência real será medida em  volt-ampere reativo  (VAR).

Entretanto, o cálculo da potência reativa é feito da mesma


maneira que o cálculo da potência real, ou seja, multiplicando-
se a tensão pela corrente, mas é preciso levar em conta o
efeito da defasagem entre a tensão e a corrente e isso
mudará a maneira de fazer as contas.

Em resumo, na potência real, medida em watts, a tensão está


em fase com a corrente, enquanto a potência reativa, medida
em volt-amperes reativos, (VARs) tensão e corrente estão
defasadas.

Então se o circuito tem também, além de componentes


resistivos (sempre presentes), componentes reativos
(capacitores e indutores) teremos duas potências a
considerar: a potência real (em watt) e a potência reativa (em
var) e esta potência reativa é um desperdício de energia.

Então você deve estar pensando que a “potência total” deve


ser a soma destas duas potências: da “boa” ou real medida em
watts e da “ruim” ou reativa, medida em vars.

Se você pensou assim, pensou corretamente, só tem um


probleminha: – a soma destas duas potências (real + reativa)
não é uma soma onde 2 + 2 é igual 4, por exemplo (também não
é 5 como diz Caetano em sua música)!

O “probleminha” é que a soma das potências real com a reativa


não é uma soma aritmética e sim uma soma vetorial por causa
da defasagem entre as duas potências. Não irei entrar nestes
detalhes aqui, apenas mencionarei que  a soma das duas
potências  (real + reativa) será chamada de potência
aparente e medida em volt-ampéres (VA).

O que nos interessa aqui é entender o que é  fator de


potência  e saber como se faz a sua correção. Então vamos a
ele.

O que é fator de potência ou cosseno de fi?


Chi! Acho que agora complicou tudo. Esse tal cosseno de fi e
aquele “cara” da trigonometria?
É sim, mas não fique nervoso que eu não vou tratar dele aqui.
Isto fica para outro dia em outro artigo. Só citei o “cosseno
de fi” porque ele é uma espécie de “sinônimo” de fator de
potência e é bom você saber disso.

Nada melhor que um copo de chopp para entender o fator de


potência. Com ou sem colarinho? Como você prefere?

Dá uma olhada na figura baixo.

Potência real, reativa e aparente

O “colarinho” é a potência reativa que é desperdiçada


enquanto o chopp propriamente é a potência real que é
“aproveitada” e faz você ficar bêbado! (se for dirigir não
beba).

Quanto menos “colarinho” mais chopp, ou seja, mais potência


real que é a que interessa e aí a potência aparente ficaria
mais próxima da potência real.

O  fator de potência  é definido como a divisão entre a


potência real e a potência aparente.
Espero que você tenha percebido que o valor ideal do fator de
potência é 1, ou seja, se não temos “colarinho” (ops! potência
reativa) a potência aparente fica igual a real (mais chpp).

Mas isso só acontecerá se o circuito for puramente resistivo


o que não é o caso numa fonte de alimentação.

A briga então é fazer o fator de potência ficar o mais


próximo possível de um.

E aí que entra a Correção do Fator de Potência, mas isso vai


ficar para a semana que vem.

Uma perguntinha básica


Será que as fontes de antigamente não desperdiçavam esta
tal potência reativa?

A resposta é “sim”, sempre desperdiçaram e muito. E o preço


deste desperdício nós estamos pagando (e caro) agora.

E o pior é que não estamos pagando com dinheiro e sim com a


perda da qualidade de vida.

A primeira preocupação forte com o desperdício de energia


começou com a ECO 92. Uma briga entre os ambientalistas e a
indústria.
Os inversores rede-grupo automáticos ATS (Automatic Transfer Switches)
são usados em aplicações com uma unidade de alimentação de reserva
garantindo a continuidade do fornecimento de energia eléctrica.

Os inversores rede-grupo automáticos ATS (Automatic Transfer Switches) são usados em


aplicações com uma unidade de alimentação de reserva garantindo a continuidade do
fornecimento de energia eléctrica. Transferem automaticamente as cargas de uma fonte
de alimentação para outra.
O inversor rede-grupo automático ATS mede o nível da tensão e da frequência das linhas
primárias e de reserva (emergência). De acordo com essas medições, a carga é ligada à
unidade de alimentação adequada. Normalmente, a unidade de alimentação primária é a
rede eléctrica e a unidade de alimentação de reserva é um grupo gerador.
Em condições normais, a carga é alimentada pela rede eléctrica. Se ocorrer uma falha de
energia, o ATS detecta a falha de tensão na linha primária e envia um comando de
arranque ao grupo gerador. Quando o grupo gerador está operacional e a tensão
disponível na linha de reserva, o ATS transfere a carga da rede eléctrica para o grupo
gerador. O grupo gerador fornece energia à carga durante o período de falha. Assim que o
fornecimento da rede eléctrica é retomado, o ATS detecta a tensão na linha primária e
transfere novamente a carga. Após a transferência bem sucedida, o ATS envia um sinal de
paragem ao grupo gerador.
Gama da ABB
A gama de inversores de rede-grupo automático ATS da ABB vai de 160 até 1600
amperes. O ATS é constituído por um comutador, uma unidade motorizada e uma unidade
de controlo para operação automática.
A ABB oferece três tipos de ATS adequados a sistemas monofásicos e trifásicos, com uma
frequência de 50 ou 60 Hz:

 OTM_C2D, com unidade de controlo OMD200


 OTM_C3D, com unidade de controlo OMD300
 OTM_C8D, com unidade de controlo OMD800

Todos os tipos de ATS da ABB medem a tensão, frequência e o desequilíbrio de fase.


Adicionalmente para aplicações de rede e grupo gerador, estes equipamentos podem
ainda ser usados em aplicações de rede dupla. A gama de tensão operacional vai até 415
V.
Gama da ABB
A gama de inversores de rede-grupo automático ATS da ABB vai de 160 até 1600
amperes. O ATS é constituído por um comutador, uma unidade motorizada e uma unidade
de controlo para operação automática.
A ABB oferece três tipos de ATS adequados a sistemas monofásicos e trifásicos, com uma
frequência de 50 ou 60 Hz:

 OTM_C2D, com unidade de controlo OMD200


 OTM_C3D, com unidade de controlo OMD300
 OTM_C8D, com unidade de controlo OMD800

Todos os tipos de ATS da ABB medem a tensão, frequência e o desequilíbrio de fase.


Adicionalmente para aplicações de rede e grupo gerador, estes equipamentos podem
ainda ser usados em aplicações de rede dupla. A gama de tensão operacional vai até 415
V.
A diferença entre o OTM_C2D e o OTM_ C3D é que este último tem a funcionalidade
de Dual Power Source - DPS (Fonte de Alimentação Dupla) Desta forma, a unidade
motorizada pode ser fornecida por duas linhas separadas. A unidade motorizada é
automaticamente alimentada por uma das linhas disponíveis.
O OTM_C8D pode comunicar através de bus de campo bidireccional. O protocolo de
comunicação é o Modbus RTU, sendo possível alimentar a unidade de controlo com 24…
110V cc como tensão auxiliar, durante as falhas de energia. Desta forma, a comunicação
também permanecerá sempre operacional.

De lá pra cá, algumas “batalhas” já foram ganhas e a correção


do fator de potência, que antes estava restrito às instalações
elétricas, agora começa a surgir também nos
eletroeletrônicos.
Hoje quase tudo é comandado por controle remoto e, portanto
fica ligado o tempo todo mesmo que não esteja sendo usado e
por isso, é importante se ter fontes de baixo consumo quando
o aparelho está em  stand by.

Outra questão que pretende ser melhorada pelos circuitos


PFC são os harmônicos que “sujam” a rede elétrica e causam
transtornos em outros equipamentos.

VV

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