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UNIDADE:

[Gestão da Segurança]
0720

Konkrets, Lda Rua Inês de Castro nº 9-B 3200-150 Lousã

T: 239 993 478 | @: info@konkrets.pt TIPOLOGIA:

Formação para empregados e

desempregados

DURAÇÃO:

25h

Manual de Apoio
0720 – Gestão da Segurança
Página 1

Ficha Técnica:

Manual de formação “0720 – Gestão da Segurança”

2017

Copyright© Konkrets, Lda.


Konkrets, Lda Rua Inês de Castro nº 9-B 3200-150 Lousã
Visite-nos em www.konkrets.pt

Coordenador/a Cientifico/a:
Luísa Maria Braga Mouro

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0720 – Gestão da Segurança
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É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte do presente manual sem autorização


expressa por escrito pela Konkrets, Lda.

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Índice

Enquadramento......................................................................................................5

Benefícios e condições de utilização............................................................................5

Destinatários.......................................................................................................5

Objetivos Específicos..............................................................................................6

Objetivos Gerais...................................................................................................6

Conteúdos Programáticos.......................................................................................6
Carga horária.....................................................................................................7
Capítulo I – Legislação nacional e europeia......................................................................8

Capítulo II – Norma OHSAS 18001...............................................................................11

Capítulo III – Norma Portuguesa NP 4397......................................................................11

Capítulo IV – Elementos do sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional......................12

Capítulo V – Requisitos gerais....................................................................................14

Capítulo VI – Política de segurança e saúde ocupacional....................................................21

Capítulo VII – Planeamento.......................................................................................22

Capítulo VIII – Identificação, avaliação e controlo de riscos..................................................22

Capítulo IX – Implementação e operações......................................................................26

Capítulo X – Estrutura e responsabilidade......................................................................28

Capítulo XI – Formação e competências........................................................................29

Capítulo XII – Comunicação.......................................................................................29

Capítulo XIII – Controlo de documentos e dados..............................................................31

Capítulo XIV – Controlo operacional............................................................................32

Capítulo XV – Resposta a emergências..........................................................................33

Capítulo XVI – Ações corretivas..................................................................................33

Capítulo XVII – Medidas de monitorização da performance.................................................34

Capítulo XVIII – Acidentes, incidentes, não conformidades, ações corretivas e preventivas.............35

Capítulo XIX – Registos............................................................................................36

Capítulo XX – Auditorias...........................................................................................37

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Capítulo XXI – Revisão da gestão................................................................................37

Saber mais........................................................................................................38

Referências Bibliográficas.........................................................................................40

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Enquadramento

Benefícios e condições de utilização

O manual da unidade de formação “ 0720 – Gestão da Segurança” está organizado por secções:

 Secção I: Enquadramento da unidade de formação.


 Secção II: Está organizada por capítulos e contém todos os documentos e materiais de apoio sobre os
conteúdos temáticos abordados ao longo da unidade. No final de cada capítulo estão reunidas um
conjunto de informações dirigidas aqueles que pretendam complementar o estudo, aprofundando
conhecimentos.
 Secção III: É constituída pela bibliografia e documentos eletrónicos

Esta forma de apresentação permite uma consulta rápida e direcionada. Para que possa consolidar os
conhecimentos adquiridos com a leitura deste manual propomos que realize os exercícios práticos fornecidos
pelo formador durante a sessão de formação.

Destinatários

São destinatários deste manual os/as formandos/as que frequentem a unidade “5431 – Importância, Objetivos e
Fundamentos de Segurança e Saúde no Trabalho ” bem como outras pessoas que pretendam adquirir
competências ou atualizar/reciclar conhecimentos na área de formação.

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Objetivos Específicos

A unidade de formação “0720 – Gestão da Segurança” tem por objetivo dotar o/a formando/a com as
competências necessárias para:

 Reconhecer os principais diplomas legais no âmbito da segurança e saúde ocupacional.

Objetivos Gerais

A unidade de formação 0720 – Gestão da Segurança tem por objetivo dotar o/a formando/a com as
competências necessárias para:

 Identificar os requisitos do referencial OHSAS 18001.

 Identificar e controlar os riscos do sistema de segurança e saúde ocupacional.

Conteúdos Programáticos

 Legislação nacional e europeia


 Norma OHSAS 18001
 Norma Portuguesa NP 4397
 Elementos do sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional
 Requisitos gerais
 Política de segurança e saúde ocupacional
 Planeamento
 Identificação, avaliação e controlo de riscos
 Implementação e operações
 Estrutura e responsabilidade
 Formação e competências
 Comunicação
 Controlo de documentos e dados
 Controlo operacional
 Resposta a emergências
 Ações corretivas
 Medidas de monitorização da performance

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 Acidentes, incidentes, não conformidades, ações corretivas e preventivas


 Registos
 Auditorias
 Revisão da gestão

Carga horária

 25 Horas

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Capítulo I – Legislação nacional e europeia

A segurança e saúde do trabalho inscreve-se no âmbito das políticas sociais, sendo que os tratados originais das
Comunidades Europeias, CECA, CEE e CEEA, visavam objetivos de natureza económica e comercial. É, contudo, a
partir do Tratado da CEE que surge uma dinâmica no âmbito da segurança e saúde do trabalho.
 
O Tratado CEE explicitava no seu art.º 2º a necessidade de se promover um desenvolvimento harmonioso das
atividades económicas e, também, um acelerado aumento do nível de vida. Contudo, esta intervenção não foi,
em si mesma, suficiente para garantir o desenvolvimento social que era entendido como consequência natural
do crescimento económico.
 
Paralelamente, os art.ºs nr.ºs 117 e 118 que contemplavam matérias inerentes à saúde e segurança, não se
mostram suficientes para desencadear o enquadramento normativo e garantir o suporte jurídico adequado para
o desenvolvimento destas questões.
 
As Diretivas que apareceram sobre a segurança dos produtos eram fundamentadas no art.º 100, visando facilitar
as livres trocas comerciais, mas, na prática, tiveram um efeito perverso, pois deram lugar a normas nacionais
que, de facto, acabavam por inviabilizar a livre circulação pretendida.
 
Por estas razões a “oportunidade” para a segurança, higiene e saúde do trabalho surge quando, na Conferência
de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Paris, em 1972, se formularam alguns considerandos e
princípios destinados ao estabelecimento de um programa de ação social, onde se indicava que:
 
A expansão económica não é um fim em si mesmo, mas deve traduzir-se por uma melhoria da qualidade do
nível de vida;
Uma ação vigorosa no domínio social tem a mesma importância que a realização da união económica e
monetária, pelo que se convidavam as instituições comunitárias a empreenderem um programa de ação social.
 
A orientação base para este Programa apontou para a “melhoria das condições de vida e trabalho que permitam
a sua igualização no progresso”. E, assim, a humanização das condições de vida e de trabalho, passa,
normalmente, pela:
 
Melhoria da Higiene e Segurança do Trabalho;
Eliminação progressiva dos riscos físicos e psíquicos nos locais de trabalho.
 
Na sequência deste desenvolvimento, uma resolução do Conselho, de 21 de Janeiro de 1974, apontava para o
estabelecimento de um programa de segurança, higiene e saúde no trabalho.
 
E, por Decisão do mesmo Conselho, de 27 de Junho de 1974, foi criado o Comité Consultivo para a Segurança,
Higiene e Proteção da Saúde no Local de Trabalho, cujas funções se circunscrevem ao âmbito do Tratado CEE e
que serve de órgão de consulta destinado a apoiar a ação de Comissão na matéria em causa.
 
Diretiva sobre Sinalização de Segurança
O desenvolvimento normativo comunitário processa-se a partir desta época, aparecendo, em 1977, uma Diretiva
do Conselho sobre Sinalização de Segurança, aliás complementada por uma Diretiva da Comissão, em 1979,

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ambas transportadas para o direito interno português, ainda na época de pré-adesão.


 
Embora seja matéria importante para a prevenção de riscos profissionais, a sinalização da segurança foi
abordada nestas Diretivas de uma forma restrita e uma das suas justificações era a de que a ajudaria a eliminar
as dificuldades linguísticas para a livre circulação dos trabalhadores.
 
Em 1985 foi publicado um Livro Branco que tinha por objetivo equacionar as medidas preparatórias para o
Mercado Interno.
 
Através do Ato Único Europeu passou-se, a partir de 1987, a uma segunda etapa destinada a criar um grande
mercado sem fronteiras a partir de 1993, tornando óbvia a necessidade de dar consistência à Europa social e,
simultaneamente, à Europa económica, exigindo o desenvolvimento da harmonização desta regulamentação a
nível de todos os Estados Membros.
 
Dois artigos do Ato Único Europeu, aditados ao Tratado CEE, materializam este objetivo: O artigo nº. 100-A,
relativo à segurança dos produtos, e o artigo nº. 118-A, relativo à segurança e saúde dos trabalhadores, tendo
por objetivo a harmonização no progresso das condições existentes nesse âmbito.
 
Dado o desequilíbrio europeu provocado neste domínio pelas normas mais exigentes dos países da Europa do
Norte e para não prejudicar a proteção dos seus trabalhadores, são estabelecidas prescrições mínimas,
progressivamente mais exigentes, para se garantir a harmonização plena, sem colocar em causa os países mais
atrasados.
 
É de salientar que estas Diretivas passam a ser adotadas por maioria qualificada, com base nas alterações
introduzidas no artº. nº 100-A, o que, como se compreende, veio tornar o respetivo processo de adoção muito
mais rápido.
 
Atenção dada à problemática das PME
Em 1988 foi adotado o terceiro programa de ação, explicitando áreas prioritárias de atuação e dando uma
atenção particular à problemática das PME.
 

Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, que regulamenta o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no
trabalho, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de
fevereiro (alterado pela Lei n.º 42/2012, de 28 de agosto)

Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro, que procede à segunda alteração à Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, que
aprova o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, e à segunda alteração ao Decreto-Lei
n.º 116/97, de 12 de maio, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva 93/103/CE, do Conselho, de 23
de novembro, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde no trabalho a bordo dos navios de pesca

Declaração de Retificação n.º 20/2014, de 27 de março, que retifica a Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro

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Decreto-Lei n.º 88/2015, de 28 de maio, que altera o Decreto-Lei n.º 141/95, de 14 de junho, que estabelece as
prescrições mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no trabalho, alterado pela Lei n.º 113/99, de 3
de agosto; a Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, que aprova o regime jurídico da promoção da segurança e
saúde no trabalho, alterada pelas Leis n.os 42/2012, de 28 de agosto, e 3/2014, de 28 de janeiro; o Decreto -Lei
n.º 24/2012, de 6 de fevereiro, que consolida as prescrições mínimas em matéria de proteção dos trabalhadores
contra os riscos para a segurança e a saúde devido à exposição a agentes químicos no trabalho e transpõe a
Diretiva n.º 2009/161/UE, da Comissão, de 17 de dezembro de 2009; e o Decreto-Lei n.º 301/2000, de 18 de
novembro, que regula a proteção dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes
cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho.

Lei n.º 146/2015, de 9 de setembro, que regula a atividade de marítimos a bordo de navios que arvoram
bandeira portuguesa, bem como as responsabilidades do Estado português enquanto Estado de bandeira ou do
porto, tendo em vista o cumprimento de disposições obrigatórias da Convenção do Trabalho Marítimo, 2006, da
Organização Internacional do Trabalho, transpõe as Diretivas 1999/63/CE, do Conselho, de 21 de junho de 1999,
2009/13/CE, do Conselho, de 16 de fevereiro de 2009, 2012/35/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
21 de novembro de 2012, e 2013/54/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de novembro de 2013, e
procede à segunda alteração aos Decretos-Leis n.os 274/95, de 23 de outubro, e 260/2009, de 25 de setembro,
e à quarta alteração à Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, e revoga o Decreto-Lei n.º 145/2003, de 2 de julho.

Lei n.º 28/2016, de 23 de agosto, combate as formas modernas de trabalho forçado, procedendo à décima
primeira alteração ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, à quinta alteração
ao regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, aprovado pela Lei n.º 102/2009, de 10 de
setembro, e à terceira alteração ao regime jurídico do exercício e licenciamento das agências privadas de
colocação e das empresas de trabalho temporário, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 260/2009, de 25 de setembro.

Portaria n.º 97/2017, de 7 de março, procede à atualização anual das pensões de acidentes de trabalho, para o
ano de 2017.

Decreto-Lei n.º 106/2017, de 29 de agosto, regula a recolha, publicação e divulgação da informação estatística


oficial sobre acidentes de trabalho

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Capítulo II – Norma OHSAS 18001

Boas políticas de saúde e segurança ocupacional são essenciais para os colaboradores, mas também são cada
vez mais importantes para os seus clientes e outras partes interessadas. A certificação em saúde e segurança
ocupacional através da OHSAS 18001 é um forte sinal do compromisso.

Muitas organizações estão implementam um Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho (SGSST),


como parte de sua estratégia de Gestão de Risco para lidar com mudanças na legislação e proteger
os colaboradores

A certificação OHSAS 18001 permite às organizações gerir os riscos operacionais e melhorar o seu desempenho.
A norma oferece orientações sobre avaliações de saúde e segurança e sobre como gerir os aspectos de saúde e
segurança das atividades de seu negócio de forma mais eficaz, levando em consideração a prevenção de
acidentes, a redução de riscos e o bem-estar de seus colaboradores.

A OHSAS 18001:2007 aborda as seguintes áreas fundamentais:

 HACCP (Análise de Perigos e dos Pontos Críticos de Controlo)


 Requisitos legais e outros
 Objetivos e Programa (s) OHS
 Recursos, Funções, Responsabilidade e Autoridade
 Competência, Formação e Sensibilização 
 Comunicação, Participação e Consulta
 Controle operacional
 Preparação e resposta a emergências
 Medição, acompanhamento e aprimoramento do desempenho

Trabalhar com a SGS para auditar e obter sua certificação em saúde e segurança do trabalho, promova um
ambiente de trabalho seguro e saudável. Aumente também a segurança dos colaboradores e a qualidade do
ambiente de trabalho dos mesmos, além de demonstrar a sua conformidade com as atuais exigências legais.

Capítulo III – Norma Portuguesa NP 4397


As organizações estão cada vez mais preocupadas em alcançar e evidenciar um sólido desempenho em matéria
de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) através do controlo dos respetivos riscos de natureza ocupacional,
consistente com a sua política e objetivos da SST. As organizações fazem-no num contexto de exigências legais
cada vez mais restritivas, de desenvolvimento de políticas económicas e de outras medidas indutoras de boas
práticas de SST e da crescente preocupação expressa pelas partes interessadas nas questões da SST.

Muitas organizações realizaram “diagnósticos” ou “auditorias” para avaliar o respetivo desempenho em SST.
Estes diagnósticos e auditorias poderão, por si só, não ser suficientes para dar à organização a garantia que o
respetivo desempenho não só cumpre como continuará a cumprir os correspondentes requisitos legais e de

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política. Para serem eficazes têm de ser realizados no quadro de um sistema de gestão estruturado e integrado
na organização.

A presente Norma pretende fornecer às organizações os elementos de um sistema de gestão da SST eficaz que
possa ser integrado com outros requisitos de gestão e auxiliar as organizações a alcançar objetivos de SST e
económicos.
A presente Norma não se destina a ser usada para criar barreiras ou entraves comerciais nem para ampliar ou
alterar as obrigações legais de uma organização.

A presente Norma especifica requisitos para um sistema de gestão da SST, a fim de permitir a uma organização
desenvolver e executar uma política e os objetivos que têm em conta os requisitos legais e informação sobre os
riscos da SST. Pretende-se que seja aplicável a todos os tipos e dimensões das organizações e considerar as
diversas circunstâncias geográficas, culturais e sociais.

A presente Norma baseia-se no modelo de sistema de gestão do tipo “Plan”, “Do”, “Check”, “Act” – PDCA.
O sucesso do sistema depende do compromisso de todos os níveis e funções da organização, e especialmente
da gestão de topo. Um sistema deste tipo permite a uma organização desenvolver uma política da SST,
estabelecer objetivos e processos para atingir os compromissos da política, desenvolver as ações necessárias
para melhorar o respetivo desempenho e demonstrar a conformidade do sistema com os requisitos da presente
Norma.
A finalidade última da presente.
Norma é dar suporte e promover boas práticas de SST, em equilíbrio com as necessidades sócio-económicas.

A presente Norma clarifica alguns aspetos da primeira edição e tomou em devida consideração os requisitos
das Normas NP EN ISO 9001, NP EN ISO 14001 e do documento Linhas de Orientação ILO-OSH (Organização
Internacional do Trabalho), bem como de outras normas ou publicações sobre sistemas de gestão da SST para
aumentar a compatibilidade destas normas em benefício dos respetivos utilizadores.

A demonstração da aplicação bem-sucedida da presente Norma pode ser usada por uma organização para
assegurar às partes interessadas que adota um sistema de gestão da SST apropriado.

Capítulo IV – Elementos do sistema de gestão de segurança e saúde


ocupacional

 Fazer uma avaliação cuidadosa das necessidades da organização em função dos meios de que dispõe;

 Adaptar o SGSST aos resultados da avaliação;

 Assegurar que o sistema se concentra na eficácia das medidas de prevenção e de proteção;

 Não esquecer que o sistema é delineado mais para se aperfeiçoar do que para se Justificar;

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 Assegurar que as auditorias contribuam para um processo de melhoria contínua e não se tornem unicamente

num mecanismo para melhorar os resultados da própria auditoria;

 Lembrar que o nível de desempenho de um sistema de gestão da SST funciona unicamente em função do

suporte ou do programa de SST existentes na organização;

 Assegurar que os programas de SGSST se desenvolvam em conformidade com o enquadramento legislativo

nacional, devendo a organização assegurar que o sistema inclua uma análise das disposições regulamentares e

que tais disposições sejam integradas nos programas consoante a sua evolução;

 Providenciar para que a formação profissional em matéria de SST para a implementação do programa de

SGSST seja concretizada numa base de continuidade a todos os níveis, desde os administradores de topo até

aos operários, e atualizada regularmente, de modo a assegurar o conhecimento do sistema e o

acompanhamento das mudanças na organização;

 São necessários canais de comunicação entre os diferentes níveis da organização para que o sistema se

enfoque nas pessoas. As informações e as preocupações em matéria de SST devem circular nos dois sentidos,

devendo dar-se a devida consideração às que são transmitidas pelos operários e permitir que cheguem ao topo

da hierarquia;

 Um SGSST não pode funcionar devidamente sem que exista um diálogo social efetivo (envolvimento e

consulta diretos). Deve ser dada oportunidade aos trabalhadores e aos seus representantes de participarem

amplamente na gestão da SST na organização, seja no contexto de comités de segurança e saúde ou de outros

mecanismos, tais como convenções coletivas.

 Um sistema só é bem-sucedido se forem atribuídas responsabilidades definidas para a respetiva execução a

todos os interessados.

Os serviços de inspeção do trabalho são ainda, no que se refere às relações laborais e a SST, o principal elo

oficial entre o sistema nacional de SST e as organizações. Com formação profissional adequada, poderiam ter

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um papel decisivo na garantia de que os programas de SGSST, incluindo os mecanismos de verificação, estejam

em

Conformidade com a legislação e os regulamentos nacionais.

Capítulo V – Requisitos gerais

Por segurança no trabalho entende-se o conjunto de métodos que visam controlar os riscos associados ao local
de trabalho e ao processo produtivo, quer ao nível dos equipamentos e matérias-primas, que ao nível dos
equipamentos e matérias-primas, quer ao nível do ambiente de trabalho, etc. o objetivo primordial é a
prevenção de acidentes de trabalho. A higiene do trabalho entende-se por conjunto de métodos e de boas
práticas “não médicas”, importantes para a prevenção de doenças profissionais. Nomeadamente, o controlo de
agentes físicos, químicos e biológicos.

A atividade do serviço de segurança e de saúde no trabalho visa  (Artigo n.º73-A, Lei n.º 3/2014, de 28 de
Janeiro):

 Assegurar as condições de trabalho que salvaguardem a segurança e a saúde física e mental dos
trabalhadores;
 Desenvolver as condições técnicas que assegurem a aplicação de medidas de prevenção;
 Informar e formar os trabalhadores no domínio da segurança e saúde no trabalho;
 Informar e consultar os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho ou, na
sua falta, os próprios trabalhadores.

Entidade Empregadora

O empregador deve assegurar a vigilância da saúde do trabalhador em função dos riscos a que estiver
potencialmente exposto no local de trabalho.

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O empregador deve zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de
segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os seguintes princípios gerais de prevenção  (Artigo
n.º 15, Lei n.º 3/2014, de 28 de Janeiro)

 Evitar os riscos;
 Planificar a prevenção como um sistema coerente que integre a evolução técnica, a organização do
trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais;
 Identificação dos riscos previsíveis em todas as atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, na
conceção ou construção de instalações, de locais e processos de trabalho, assim como na seleção de
equipamentos, substâncias e produtos, com vista à eliminação dos mesmos ou, quando esta seja
inviável, à redução dos seus efeitos;
 Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no conjunto das
atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as medidas adequadas de proteção;
 Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de
proteção;
 Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos
fatores de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador;
 Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho,
à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a,
nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;
 Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de organização do trabalho;
 Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
 Priorização das medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual;
 Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo
trabalhador.

Trabalhadores

Constituem obrigações do trabalhador (Artigo n.º 17, Lei n.º 3/2014, de 28 de Janeiro):

 Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho estabelecidas nas disposições legais e
em instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, bem como as instruções determinadas com
esse fim pelo empregador;

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 Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como pela segurança e pela saúde das outras pessoas
que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho, sobretudo quando exerça funções
de chefia ou coordenação, em relação aos serviços sob o seu enquadramento hierárquico e técnico;
 Utilizar corretamente e de acordo com as instruções transmitidas pelo empregador, máquinas,
aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à sua disposição,
designadamente os equipamentos de proteção coletiva e individual, bem como cumprir os
procedimentos de trabalho estabelecidos;
 Cooperar ativamente para a melhoria do sistema de segurança e de saúde no trabalho, tomando
conhecimento da informação prestada pelo empregador e comparecendo às consultas e aos exames
determinados pelo médico do trabalho;
 Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, ao trabalhador designado
para o desempenho de funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local de trabalho as
avarias e deficiências por si detetadas que se lhe afigurem suscetíveis de originarem perigo grave e
iminente, assim como qualquer defeito verificado nos sistemas de proteção;
 Em caso de perigo grave e iminente, adotar as medidas e instruções previamente estabelecidas para tal
situação, sem prejuízo do dever de contactar, logo que possível, com o superior hierárquico ou com os
trabalhadores que desempenham funções específicas nos domínios da segurança e saúde no local de
trabalho.

O trabalhador tem direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a sua segurança e a sua saúde,
asseguradas pelo empregador ou, nas situações identificadas na lei, pela pessoa, individual ou coletiva, que
detenha a gestão das instalações em que a atividade é desenvolvida  (Artigo 5.º, Lei n.º 3/2014 de 28 de
janeiro).

O Plano de Segurança e Saúde

O plano de segurança e saúde é um instrumento fundamental na segurança do trabalho, devendo ser elaborado
quando a obra começa a ser projetada. Este plano deve ser desenvolvido por iniciativa do dono de obra.

Conforme estabelecido no artigo 5º do Decreto-Lei nº 273/2003, o plano de segurança e saúde é obrigatório


em todas as obras que exijam a comunicação de abertura de estaleiro e, ainda, nos locais onde se
desempenham tarefas que:

 Exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento ou de queda em altura.

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 Submetam os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos que podem originar doenças;


 Exponham os trabalhadores a radiações ionizantes;
 Sejam efetuadas em locais próximos de linhas elétricas de média e alta tensão;
 Sejam efetuadas em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização, ou perto destas;
 Impliquem o risco de afogamento;
 São desenvolvidas em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;
 Envolvam a utilização de explosivos, ou suscetíveis de originarem riscos derivados de atmosferas
explosivas;
 Envolvam a montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja forma, dimensão
ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
 São consideradas, pelos responsáveis pela segurança, suscetíveis de constituir riscos graves para a
segurança e saúde dos trabalhadores

Durante a execução da obra, as especificações das medidas de segurança que têm de ser aplicadas no estaleiro
fazem parte das responsabilidades do executante. Além disto, o executante tem também de propor, quando
achar necessário, a complementaridade das medidas previstas. Em ambas as situações, os seguintes pontos têm
de ser considerados para garantir a segurança:

 Identificar atividades simultâneas ou incompatíveis que decorram no local ou na sua proximidade;


 Os processos e métodos construtivos, incluindo os que exijam uma planificação detalhada das medidas
de segurança;
 Os equipamentos, materiais e produtos necessários;
 As medidas específicas respeitantes a riscos especiais;

O projeto do estaleiro, incluindo os acessos, as circulações, a movimentação de cargas, o armazenamento de


materiais entre outros;

 A informação e formação dos trabalhadores;


 O sistema de emergência, incluindo as medidas de prevenção, de controlo e combate a incêndios, de
socorro e da evacuação de trabalhadores.

Quando o plano da obra em execução é realizado, a entidade executante pode aplicar soluções alternativas às
propostas na fase de projeto do plano de segurança. No entanto, as alterações têm de ser justificadas e não
podem representar uma diminuição nos níveis de segurança.

As alterações e especificações realizadas durante a fase de execução têm de ser validadas tecnicamente pelo
coordenador de segurança e aprovadas pelo dono da obra. Só depois da aprovação do plano de segurança e
saúde, a entidade executante pode iniciar a implantação do estaleiro e o início das obras.

O plano de segurança e saúde, assim como as alterações neste, têm de estar acessíveis no estaleiro a
subempreiteiros, trabalhadores independentes e representantes de trabalhadores.

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Conhecer o processo de trabalho no local analisado: os trabalhadores: número, sexo, idade, formações de
segurança e saúde, jornada; os instrumentos e materiais de trabalho; as atividades exercidas; o ambiente.

• Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação específica dos riscos ambientais.
• Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia. Medidas de proteção coletiva; medidas de
organização do trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene e conforto: banheiro,lavatórios,
vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.
• Identificar os indicadores de saúde, queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos
mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças profissionais diagnosticadas, causas mais freqüentes
de ausência ao trabalho.
• Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.

Obrigação dos Empregadores

Gerais

A entidade empregadora tem de criar condições para que os trabalhadores possam desempenhar as suas
funções em segurança. Além de ser responsável pela criação de um plano de segurança e saúde no trabalho, as
entidades empregadores têm ainda de fornecer os equipamentos de protecção individual, conhecidos como EPI.

Dentro do plano de segurança e saúde no trabalho, as entidades empregadoras têm de definir medidas de
evacuação, de combate a incêndios e de primeiros socorros. É também responsabilidade das entidades
patronais suportar integralmente os custos das despesas com a segurança e a saúde dos trabalhadores.

Para garantir a segurança dos trabalhadores, devem ser tidos em conta alguns princípios de segurança como:

 Identificação dos riscos nas atividades desempenhadas e nos equipamentos, substâncias e produtos
utilizados;
 Combate aos riscos na origem, para eliminar ou reduzir a exposição a estes e aumentar os níveis de
proteção;

Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo trabalhador.

18
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A Segurança e Saúde no trabalho (SST) é uma disciplina que trata da prevenção de acidentes e de doenças

profissionais bem como da proteção e promoção da saúde dos trabalhadores.

Em Portugal, é possível encontrar na Lei nº 102/2009, de 10 de setembro e a Lei 3/2014 de 28 janeiro, o

regime jurídico sobre a promoção da segurança e saúde no trabalho. Quanto à obrigatoriedade de

realização da avaliação de riscos, esta está estipulada no artigo 15º da referida Lei, segundo a qual “o

empregador deve zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de

segurança e saúde para o trabalhador, tendo em conta os seguintes princípios gerais de prevenção (de

acordo com a Diretiva 89/391/CEE):

1 Evitar os riscos

Planificar a prevenção como um sistema coerente que integre a evolução técnica, a organização do trabalho, as
2 condições de trabalho, as relações sociais e a
influência dos
Identificação fatores
dos riscosambientais
previsíveis em todas as atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, na conceção ou
construção de instalações, de locais e processos de trabalho, assim como na seleção de equipamentos, substâncias e
3 produtos, com vista à eliminação dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução dos seus efeitos
Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no conjunto das atividades da
4 empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as medidas adequadas de proteção;

5 Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de proteção;

Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco
a
6 psicossociais não constituem risco para segurança e saúde do trabalhador;

Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho, à escolha de
7 equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a, nomeadamente, atenuar o trabalho
monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos Psicossociais;

8 Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de organização do trabalho;

9 Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

1 Priorização das medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual;


0

1 Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo trabalhador.


1

O serviço de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) tem como finalidades a gestão dos riscos

profissionais, a vigilância e a promoção da saúde dos trabalhadores. A qualidade de vida no trabalho,

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conducente à realização pessoal e profissional, insere-se numa matriz de desenvolvimento que integra

como pilar fundamental as adequadas condições de segurança e saúde nos locais de trabalho, geridas de

uma forma integrada e global.

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Analisar, avaliar e gerir os riscos profissionais;

Efetuar a vigilância de saúde dos trabalhadores e das condições ambientais dos locais de trabalho;

Prevenir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais

Efetuar a vigilância de saúde dos trabalhadores e das condições ambientais dos locais de trabalho;

Prevenir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais;

Promover a análise e caracterização dos acidentes de trabalho;

Desenvolver atividades de investigação - ação sobre os problemas de segurança e saúde identificados;


Informar e formar os trabalhadores no domínio da segurança e saúde no trabalho;

Informar e consultar os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho ou, na sua falta, os próprios
trabalhadores;

Colaborar com a organização na assessoria sobre matérias de Segurança e saúde no trabalho. Desenvolver as condições
técnicas que assegurem a aplicação das medidas de prevenção;

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Capítulo VI – Política de segurança e saúde ocupacional

O empregador é responsável pela segurança e saúde de todos os seus trabalhadores (Art.15º), a quem cabe
definir e instituir uma Política de Saúde e Segurança do Trabalho (por vezes também denominada como Política
de Saúde Ocupacional) para a sua empresa/estabelecimento.

A Política de Segurança e Saúde do Trabalho é um conjunto de intenções, formalmente expressa pelo


empregador, que evidencia o reconhecimento e a importância prestada por este à saúde e segurança do
trabalho (SST), para além de fornecer um enquadramento de suporte à organização, à sua atuação e à definição
de objetivos (institucionais e dos trabalhadores) nesta matéria.

Esta Política deverá estar vertida em documento escrito, datado e assinado pelo empregador, visando a
responsabilização das chefias, a todos os níveis, assim como a divulgação e o incentivo dos trabalhadores e
outras partes interessadas. No processo de definição/elaboração da Política, deve-se privilegiar a participação
dos trabalhadores e prever a sua atualização, sempre que necessário.

Entre outros aspetos, a Política de Segurança e Saúde do Trabalho deve assegurar o compromisso da
empresa/estabelecimento quanto:

a) À garantia de um ambiente de trabalho seguro e saudável a todos os trabalhadores, designadamente pelo


cumprimento do quadro legal neste âmbito.

b) À aplicação das necessárias medidas de prevenção e proteção que evitem/minimizem os danos para a saúde
dos trabalhadores, tendo por base a gestão dos riscos profissionais.

c) À adequada organização do Serviço de SST, designadamente pela atribuição de funções e competências


específicas em matéria de saúde e segurança dos trabalhadores, e pela disponibilização dos recursos essenciais
ao funcionamento do Serviço, incluindo profissionais especializados, instalações, equipamentos e utensílios de
trabalho e de avaliação de saúde e recursos financeiros.

d) À disponibilização a todos os trabalhadores da informação e formação necessárias ao incremento da cultura


de segurança do trabalho e da promoção da saúde dos trabalhadores.

e) À monitorização e melhoria contínua da gestão da SST da empresa/estabelecimento.

f) À partilha dos princípios de SST com toda a cadeia de produção e comercialização e em todas as
comunidades onde opera

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Capítulo VII – Planeamento

O planeamento é fundamental em matérias de SST, porquanto que a improvisação é inimiga da prevenção. Esta
fase é composta por quatro requisitos a seguir apresentados.

A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a identificação sistemática dos perigos, avaliação
dos riscos e a implementação das necessárias medidas de controlo.

Estes devem incluir:

• Atividades de rotina e fora da rotina;


• Atividades de todo o pessoal que tenha acesso ao local de trabalho, incluindo fornecedores e visitantes;
• Instalações no local de trabalho, quer sejam fornecidas pela organização ou por terceiros.

A organização deve assegurar-se que os resultados destas avaliações e os efeitos destes controlos são
considerados quando estabelecer os seus objetivos de SST.

A organização deve documentar e manter esta informação atualizada.

Capítulo VIII – Identificação, avaliação e controlo de riscos

As atividades ou trabalhos de risco elevado (artigo 79 Lei 102/2009 e Lei 3/2014) porque possui

atividades:

 Trabalhos de obras de construção;

 Utilização ou armazenamento de produtos químicos perigosos suscitáveis de provocar acidentes

graves;

 Contato com correntes elétricas;

 Exposição a radiações ionizantes;

 Exposição a agentes cancerígenos, mutagénicos ou tóxicos para a reprodução;

 Exposição a agentes biológicos do grupo 3 e 4.

As atividades de risco elevado e porque tem mais de 30 trabalhadores é obrigado a possuir serviços

internos (artigo 78 Lei 102/2009 e Lei 3/2014) de segurança e saúde no trabalho exclusivamente com

trabalhadores da sua responsabilidade. Este serviço faz parte da estrutura da instituição e funciona na

dependência do empregador.

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Por tipo de Risco

Estão divididos em cinco grupos:

 Riscos físicos

São efeitos gerados por máquinas, equipamentos e condições físicas, caraterísticas do local de trabalho que
podem causar danos à saúde do trabalhador. Os agentes físicos encontram-se subdivididos em: ruído,
vibrações, ambiente térmico e radiações ionizantes e não ionizantes.

A exposição ao ruído pode causar surdez, fadiga, irritabilidade, alteração de ritmos cardíacos, perturbações
gastrointestinais, etc. As vibrações podem conduzir a problemas articulares, alterações neurovasculares,
problemas urológicos e problemas na coluna.

Os sintomas vulgarmente associados ao ambiente térmico quente são a desidratação, fadiga física, distúrbios
neurológicos e problemas cardiovasculares. No ambiente térmico frio são as feridas, gretas e necrose da pele,
agravamento das doenças reumáticas e problemas respiratórios.

Nas radiações ionizantes, consoante a intensidade da dose recebida, os tipos de lesões ou doenças são a
anemia, cancro, leucemia, alterações genéticas, etc. Nas radiações não ionizantes são as queimaduras,
conjuntivite, cataratas, cancro na pele, entre outros.

 Riscos químicos

São representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas líquido, sólido e gasoso, contidos
no ar, água ou alimentação e classificam-se em: poeiras, gases, fumos, vapores, névoas e neblinas. Os
contaminantes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do trabalhador por via
respiratória, digestiva, epiderme e por via ocular (alguns produtos químicos que permanecem no ar causam
irritação nos olhos e conjuntivites, o que mostra que a penetração dos agentes químicos também pode ocorrer
por esta via).

A exposição a estes riscos pode provocar irritação na pele e olhos, queimaduras, perturbações cutâneas, etc.

 Riscos biológicos

Ocorrem por meio de microrganismos como bactérias, fungos, vírus, parasitas, germes, entre outros, que em
contacto com o homem são capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza
de trabalho. Estes microrganismos podem dar origem a doenças como infeções intestinais, gripes, hepatite,
meningite, etc.

 Riscos ergonómicos

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As condições de trabalho em desacordo com as caraterísticas do trabalhador podem causar desconforto ou


doença. Os riscos ergonómicos, provocados quase sempre pela organização do trabalho que impõe, facilita ou
permite posturas inadequadas, movimentos repetitivos, levantamento e transporte manual de pesos, ritmos
excessivos, monotonia, entre outros, pode dar origem a dores musculares, cansaço físico, hipertensão arterial,
tendinites, lombalgias por esforço, alteração do sono, diabetes, ansiedade, etc.

 Riscos psicossociais

Resultam da interação entre o indivíduo, as suas condições de vida e as suas condições de trabalho. Podemos
destacar como riscos psicossociais a sobrecarga de trabalho mental e físico, sobrecarga horária, monotonia,
assédio moral e violência, insegurança no emprego, stress, entre outros.

A exposição e estes riscos tem consequências nefastas para a saúde dos trabalhadores, quer a nível fisiológico,
mental ou psicológico. Os sintomas associados são o stress, esgotamento, dificuldades de concentração e
propensão para cometer erros, problemas em casa, abuso de álcool e drogas, problemas de saúde física,
nomeadamente, doenças cardiovasculares e problemas músculo-esqueléticos.

Pelo exposto, o trabalho deve ser realizado num ambiente seguro e saudável e as condições de trabalho devem
ser consistentes com o bem-estar dos trabalhadores. Em muitos casos, o efeito da exposição a estes riscos é
silencioso.

O empregador tem a obrigação de garantir a segurança e saúde dos trabalhadores em todos os aspetos
laborais, através de medidas adequadas que incluem: prevenção dos riscos laborais, informação e formação aos
trabalhadores.

Na Legislação nacional, Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro, ambos os conceitos encontram-se definidos do

seguinte modo: perigo/fator risco é “a propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento, um

agente ou outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano”; risco é “a

probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização, exposição ou interação do

componente material do trabalho que apresente perigo”.

De forma mais simplificada, podem-se entender estes termos da seguinte forma:


Os conceitos de perigo e de risco, bem como a relação entre ambos, podem facilmente levar a confusões. Um

perigo é a propriedade intrínseca ou potencial de um produto, de um processo ou de uma situação nociva,

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que provoca efeitos adversos na saúde ou causa danos materiais. Pode ter origem em produtos químicos

(propriedades intrínsecas), numa situação de trabalho com utilização de escada, em eletricidade, num cilindro

de gás comprimido (energia potencial), numa fonte de incêndio ou, mais simplesmente, num chão

escorregadio.

Um “fator de risco” é uma fonte de efeito adverso potencial ou uma situação capaz de causar efeito

adverso em termos de saúde, lesão, ambiente ou uma sua combinação) ou; um “perigo” é uma fonte,

situação, ou ato com potencial para o dano em termos de lesão ou afeção da saúde, ou uma combinação

destes (Uva e Graça, 2004). Risco é a possibilidade ou a probabilidade de que uma pessoa fique ferida ou

sofra efeitos adversos na sua saúde quando exposta a um perigo, ou que os bens se danificam quem ou se

percam. A relação entre perigo e risco é a exposição, seja imediata ou a longo prazo, e é ilustrada por uma

equação simples:

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Capítulo IX – Implementação e operações


A qualidade das condições de trabalho é um dos fatores fundamentais para o sucesso de um sistema produtivo.
Nesse âmbito, a melhoria da produtividade e da competitividade das empresas portuguesas passa, necessariamente,
por uma intervenção no sentido da melhoria das condições de trabalho.
 
A transposição da Diretiva Comunitária nº. 89/391/CEE para o ordenamento jurídico português, pelo Decreto-Lei nº.
441/91, de 14 de Novembro, veio:
 

 Dotar o país de referências estratégicas de um quadro jurídico global, com vista à criação de condições de
trabalho que assegurassem a efetiva prevenção de riscos e doenças profissionais;
 Dar cumprimento integral às obrigações decorrentes da ratificação da Convenção nº 155 da Organização
Internacional do Trabalho, sobre Segurança, Saúde dos Trabalhadores e Ambiente de Trabalho;
 Institucionalizar formas eficazes de participação e diálogo de todos os interessados nesta matéria;
 Subsequentemente, muitos diplomas foram publicados, destacando-se o Decreto-Lei nº. 109/2000 de 30 de
Junho, que veio redefinir o regime de organização e funcionamento das atividades de Segurança, Higiene e
Saúde do Trabalho (SHST), anteriormente estabelecido pelo Decreto-Lei nº. 26/94, de 1 de Fevereiro e
ratificada pela Lei nº. 7/95, de 29 de Março.

 
A regulamentação destas atividades nas empresas levantou questões relacionadas com a qualificação dos Técnicos
de Segurança e Higiene do Trabalho e do seu papel nas organizações. Estes profissionais terão como missão planear,
implementar, coordenar e controlar as atividades de gestão da prevenção e de proteção contra riscos profissionais,
em consonância com o sistema de Certificação, obrigatório desde 30 de Agosto de 2000.
 
O Decreto-Lei nº. 100/2000, de 30 de Junho, veio dar cumprimento ao disposto na Lei-Quadro (Decreto-Lei nº.
441/91, de 14 de Novembro), estabelecendo normas de acesso à certificação Profissional e Homologação dos Cursos
de segurança e Higiene.
 
O reconhecimento dos Técnicos Superiores de Segurança e Higiene no Trabalho pressupõe a aquisição e o
desenvolvimento de competências, nos termos previstos naquele diploma legal, de modo a garantir a prática de
elevados padrões de excelência numa área de importância crescente para a qualidade como a Segurança e a Higiene
no Trabalho.

Princípios fundamentais
Toda a atividade de prevenção passou a ter uma matriz de referência, baseada num conjunto de princípios
fundamentais (princípios gerais de prevenção):
 

 Evitar os riscos;
 Avaliar os riscos que não podem ser evitados;
 Combater os riscos na origem;

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 Adaptar o trabalho ao homem, agindo sobre a conceção, a organização e os métodos de trabalho e de


produção;
 Realizar estes objetivos tendo em conta o estádio da evolução da técnica;
 De uma maneira geral, substituir tudo o que é perigoso, pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
 Integrar a prevenção dos riscos num sistema coerente que abranja a produção, a organização, as condições de
trabalho e o diálogo social;
 Adotar prioritariamente as medidas de proteção coletiva, recorrendo às medidas de proteção individual
unicamente no caso de a situação impossibilitar qualquer outra alternativa;
 Formar e informar os trabalhadores e demais intervenientes na prevenção.

 
Em todo o contexto, a avaliação dos riscos assume um papel fundamental, porque é a partir deste processo que se
devem determinar as abordagens preventivas, tendo em conta:
 

 As prioridades de intervenção;
 As necessidades de informação e formação;
 As medidas técnicas e organizativas;
 O controlo periódico das condições de trabalho;
 O grau de exposição dos trabalhadores aos riscos;
 As necessidades da vigilância da saúde dos trabalhadores.

 
A conjugação de todas estas abordagens supõe, naturalmente, o planeamento, para que seja garantida a
adequabilidade e a eficácia das medidas, a par dos seus bons resultados ao nível da gestão empresarial.
 
A Diretiva-Quadro aponta, assim, a necessidade das empresas desenvolverem a capacidade de gestão, nela integrando
a prevenção dos riscos profissionais, como forma do empregador reunir, organizar e rentabilizar um conjunto de
meios suficientes e adequados à promoção de níveis de segurança, saúde e bem estar elevados.
 
Ora, é nesse contexto que surge o conceito de Serviços de Prevenção, enquanto sistema de gestão que dê qualidade e
coerência às atividades a desenvolver e obtenha a sua perfeita integração no processo produtivo, na organização da
empresa e no seu processo de desenvolvimento.
 
A Diretiva-Quadro acentua todo este conjunto de princípios enformadores da filosofia da gestão da prevenção,
deixando aos Estados Membros a liberdade de definirem em concreto os sistemas de organização dos serviços de
prevenção na empresa.
 
Refira-se ainda, que esta Diretiva considera como fundamental o papel que deve ser desempenhado pelos próprios
trabalhadores. Partindo da consideração de que os trabalhadores não são o objeto da prevenção, mas, sim, atores da
prevenção, define como dimensões fundamentais do seu envolvimento, a informação e a formação, devendo o campo
da sua participação estender-se à consulta e à cooperação em diversos domínios das atividades preventivas.
 
Por fim, importa referir que após a realização do Ano Europeu para a Segurança e Saúde no Local de Trabalho, em
1992, e já no âmbito desta Diretiva e das Diretivas especiais dela decorrentes, o 4º Programa de Acão, adotado pela
Comissão em 1996 com um horizonte temporal até ao ano 2000, vem colocar o acento tónico na informação, no apoio
às PME’s, no reforço da proteção dos trabalhadores a par do desenvolvimento da capacidade competitiva das

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empresas e no papel do diálogo social na promoção das políticas de segurança e saúde.

Capítulo X – Estrutura e responsabilidade

Hoje em dia, a importância dada à Segurança e Saúde no Trabalho (SST), tem vindo a crescer no entanto, para a
maioria dos empregadores e colaboradores, ainda é vista como uma obrigação imposta pela legislação
nacional.

Mas a SST é mais do que isso, é um compromisso dos empregadores, proporcionando as condições adequadas
de trabalho e dos colaboradores com sua produtividade, para atingir o objetivo comum, que é o sucesso da
empresa!

As empresas investem em SST, porque isso lhes permite evitar lesões e doenças decorrentes do trabalho, o que
representa um indicador chave para o sucesso da empresa.

Abaixo são apresentadas algumas das vantagens para as empresas que apostam numa boa SST, e face à
sociedade, mercado, clientes e colaboradores:

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Capítulo XI – Formação e competências

Conforme o artigo 9º da Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro, para além da integração de conteúdos sobre SST
nos planos curriculares dos vários níveis de ensino, por forma a criar uma cultura de prevenção aplicável à vida
adulta, é da responsabilidade do Estado Português incluir também esta temática na educação e formação
profissional, especialmente nas que são dedicadas a empregadores e trabalhadores, mas nunca esquecendo a
informação e formação do público em geral. No artigo 10º da Lei supra referida, contempla-se também um
investimento cada vez mais acentuado no que diz respeito a investigação e formação especializada nas áreas da
segurança e saúde no trabalho, através da promoção do conhecimento, apoio à criação de estruturas,
intercolaboração entre estruturas e organismos, divulgação e partilha de informação científica e técnica e, ainda,
o incentivo individual para o investimento em estudos nesta área.

Em contexto de empresa, importa identificar que obrigações existem para o empregador e para o trabalhador,
no que diz respeito às condições de segurança e saúde no trabalho. A Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro, nos
seus artigos 15º e 17º enumera um conjunto de obrigações que abaixo se resumem:

- Ao empregador compete:

 Cumprir com as prescrições legais ou convencionais em matéria de SST;

 Assegurar condições de SST a todos os trabalhadores e em todos os aspetos do seu trabalho;

 Reger-se pelos princípios gerais da prevenção durante o exercício da atividade (identificação, avaliação
e combate/redução dos riscos profissionais, priorizar medidas de proteção e intervenções, minimização
da exposição ao risco, adaptação do trabalho ao Homem e organização do trabalho contemplando
também a prevenção de riscos psicossociais e ergonómicos, elaboração e divulgação de instruções e
orientações, preferencialmente incluindo os trabalhadores );

Capítulo XII – Comunicação

Considerando que um sistema de comunicação desempenha uma alavanca fundamental num processo de
mudança comportamental das organizações e dos indivíduos que as integram, facilmente se constata a
importância da comunicação interna no sucesso de um programa de prevenção de acidentes, de valorização da
saúde e do bem-estar dos trabalhadores.

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Os métodos de comunicação quando bem conhecidos e aplicados colaboram na formação de equipes de


trabalho mais produtivas e eficientes, na redução de conflitos e na criação de um ambiente mais harmônico e
seguro no trabalho. Estudos realizados em diferentes empresas registram que muitos empregados mencionam a
falta de comunicação como a maior fonte de desperdício de tempo, esforços e de materiais, falta de segurança,
juntamente com os conflitos internos e externos.

A comunicação ocorre na transmissão de instruções, procedimentos, na percepção de riscos, implementação de


sistemas de segurança no trabalho, monitoramento e revisão para garantir a melhoria contínua do sistema,
assegurando que este se mantenha ajustado à realidade da indústria e meio em que se insere, produzindo
resultados eficazes em prol da melhoria das condições de segurança e bem-estar de todos os colaboradores
(trabalhadores).

Alguns exemplos dos diferentes tipos de comunicação presentes em nosso cotidiano profissional são:

Conversas;

Ordens que recebemos;

Apresentações;

Informativos escritos, memorandos e planos;

Chamadas e mensagens telefónicas;

E-mails

Fax;

Palestras/cursos;

Símbolos/signos/códigos de segurança.

Esta diversidade de formas de comunicação exige grande atenção de nossa parte, uma vez que as
possibilidades de obtermos êxito ou fracasso em nossas atividades profissionais são enormes.

O ponto principal é que cada um de nós deve ser o grande responsável pela nossa comunicação, seja a que
recebemos ou a que enviamos.

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Por que é importante saber falar para trabalhar com segurança?

Querendo ou não somos responsáveis pelas mensagens que enviamos e recebemos. Quando emitimos uma
opinião, mandamos um e-mail ou mesmo realizamos uma palestra, estamos projetando signos e códigos que
expressam nossa personalidade, habilidades, capacidades, além de outros aspetos a nós pertinentes. Por isso, é
fundamental nos aprimorar cada vez mais para que possamos, sim, fazer um bom trabalho - expressar nossos
conhecimentos de forma adequada e positiva para os públicos que interagem connosco em nossas esferas
pessoal e profissional.

Portanto, para evitar erros no trabalho decorrentes da má comunicação, você precisa ter as ideias em ordem
antes de se comunicar. Saber o que falar antes de fazê-lo é, então, muito importante.

 
Capítulo XIII – Controlo de documentos e dados

A documentação do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho deve incluir:

 A política de SST e os objetivos;

 Uma descrição do âmbito do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho;

 Uma descrição dos principais elementos do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho e
suas interações, e referências a documentos relacionados;

 Documentos, incluindo registos, requeridos por esta Norma;

 Documentos, incluindo registos, definidos como necessários pela organização para assegurar o
planeamento, a operação e o controlo eficazes dos processos relacionados com os seus riscos para a
SST.

NOTA É importante que essa documentação seja proporcional ao respetivo nível de complexidade, perigos e
riscos e mantido no mínimo requerido para garantir a eficácia e eficiência.

Os documentos requeridos pelo sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho e pela presente Norma
devem ser controlados. Os registos são um tipo específico de documentos e devem ser controlados de acordo
com os requisitos constantes em 4.5.4.

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A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para:

a) Aprovar os documentos quanto à sua adequação antes da respetiva emissão;


b) Rever e atualizar, conforme necessário, e reprovar os documentos;
c) Assegurar que são identificadas as alterações e o estado atual da revisão dos documentos;
d) Assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão disponíveis nos locais de utilização;
e) Assegurar que os documentos permanecem legíveis e facilmente identificáveis;
f) Assegurar que os documentos de origem externa definidos pela organização como necessários ao
planeamento e operação do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho são identificados e a sua
distribuição
Controlada;
g) Prevenir a utilização involuntária de documentos obsoletos, e identificá-los devidamente caso estes sejam
retidos por qualquer motivo.

 
Capítulo XIV – Controlo operacional

A organização deve identificar as operações e atividades que estão associadas aos perigos identificados e

em que seja necessário aplicar medidas de controlo para gerir os riscos para a SST. Tal deverá incluir a

gestão das alterações (veja-se 4.3.1).

No que se refere a estas operações e atividades, a organização deve implementar e manter:

a) Controlos operacionais, como aplicável à organização e às suas atividades; a


organização deve integrar estes controlos operacionais no seu sistema de gestão da
segurança e saúde do trabalho;
b) Controlos relacionados com os bens, equipamentos e serviços adquiridos;
c) Controlos relacionados com subcontratados e outros visitantes no local de trabalho;
d) Procedimentos documentados que abranjam situações nas quais a sua inexistência
possa conduzir a desvios da política e dos objetivos de SST;
e) Critérios operacionais estipulados, onde a sua ausência possa conduzir a desvios da
política e dos objetivos de SST

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Capítulo XV – Resposta a emergências

 A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos:

a) para identificar o potencial para situações de emergência;


b) para responder a estas situações de emergência.
A organização deve responder às situações de emergência atuais e prevenir ou mitigar as consequências

associadas, adversas para a SST.

Ao planear a sua resposta a emergências a organização deve ter em consideração as necessidades das

partes interessadas relevantes, ex. serviços de emergência e vizinhos.

A organização deve também testar periodicamente os seus procedimentos para resposta a situações de

emergência, sempre que praticável e envolver as partes interessadas relevantes conforme apropriado.

A organização deve analisar periodicamente e, quando necessário, rever os seus procedimentos de

preparação e resposta a emergências, em particular após a realização periódica dos testes e após a

ocorrência de situações de emergência (veja-se 4.5.3).

 
Capítulo XVI – Ações corretivas

A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para tratar as não

conformidades reais e potenciais e para implementar as ações corretivas e as ações preventivas. Este(s)

procedimento(s) deve(m) definir requisitos para:

a) a identificação e correção da(s) não conformidade(s) e a implementação de ações para


minimizar as suas consequências para a SST;
b) a investigação da(s) não conformidade(s), a determinação da(s) sua(s) causa(s) e a
implementação das ações necessárias para evitar a sua recorrência;
c) a avaliação da necessidade de ações para prevenir não conformidade(s) e a implementação
das ações apropriadas, destinadas a evitar a sua ocorrência;
d) o registo e comunicação dos resultados de ações corretivas e de ações preventivas
implementadas; e

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e) a revisão da eficácia de ações corretivas e de ações preventivas implementadas.

Quando as ações corretivas e preventivas identificam novos perigos ou alterações nos existentes ou a

necessidade de novos/alteração de controlos existentes, o procedimento deve exigir que as ações

propostas devam ser tomadas através do processo de avaliação de riscos antes da sua implementação.

Todas as ações, corretivas ou preventivas, destinadas a eliminar as causas de não conformidades reais e

potenciais devem ser as apropriadas à dimensão dos problemas e proporcionais aos riscos para a SST

encontrados.

A organização deve assegurar que são efetuadas todas as alterações necessárias na documentação do

sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho, decorrentes das ações corretivas e preventivas.

 
Capítulo XVII – Medidas de monitorização da performance

A organização deve estabelecer e manter procedimentos para monitorizar e medir, periodicamente o

desempenho em SST. Estes procedimentos devem providenciar:

a) As medidas qualitativas e quantitativas, apropriadas às necessidades da organização


A monitorização da extensão em que são atingidos os objetivos de SST da organização;
b) Monitorização da eficácia dos controlos (para a saúde e também para a segurança);
c) As medições proactivas do desempenho que monitorizem a conformidade com o programa de
gestão de SST, medidas de controlo e critérios operacionais;
d) As medições reativas do desempenho para a monitorização de danos para a saúde, incidentes
(incluindo acidentes, quase acidentes, etc.) e outras evidências históricas do deficiente
desempenho da SST;
e) O registo dos dados e dos resultados da monitorização e da medição que sejam suficientes para
permitirem a subsequente análise das ações preventivas e corretivas

Se for requerido equipamento de monitorização para medir e monitorizar o desempenho, a organização deve
estabelecer e manter procedimentos para a calibração e a manutenção desse equipamento, conforme
apropriado. Devem ser conservados os registos das atividades de calibração e de manutenção bem como os
respetivos resultados

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Capítulo XVIII – Acidentes, incidentes, não conformidades, ações corretivas
e preventivas

Um acidente de trabalho não é um acontecimento fortuito, cuja responsabilidade se possa imputar a um acaso,
a uma “fatalidade”.

Um acidente de trabalho tem sempre origem em uma ou mais causas.

Devemos no entanto distinguir entre:

 Incidente - Acontecimento não intencional que em circunstâncias ligeiramente diferentes poderia

provocar danos corporais, danos materiais ou perdas de produção.

 Acidente - Acontecimento não intencional que provoca danos corporais, danos materiais ou perdas de

produção.

Sempre que um dano corporal necessitar de cuidados médicos ou de enfermagem é um acidente, mesmo que o
acidentado, por razões diversas, não tenha procurado esses cuidados.

A investigação de incidentes e acidentes torna-se pois um elemento essencial para a determinação dos níveis de
risco existentes nas operações das organizações. A essência do controlo de perdas manifesta-se na correta
investigação das causas dos incidentes e acidentes de Trabalho (IIAT) com a apropriada melhoria contínua e
adequado envolvimento da gestão. Compreende-se que a IIAT se reveste de uma importância acrescida para as
organizações que pretendem ser competitivas.

Segundo Vincoli “Uma investigação de acidentes é um esforço metódico para recolher e interpretar factos. É um
olhar sistemático à natureza e extensão do acidente, dos riscos assumidos e das perdas envolvidas.

É um inquérito ao como e porquê da ocorrência de tal evento. Como uma das funções básicas da investigação
de acidentes é prevenir a ocorrência futura de eventos similares, é também um processo de planeamento para
explorar as ações que podiam ter sido tomadas para prevenir ou minimizar a recorrência do acidente.”

Para que a IIAT possa ser uma ferramenta tão produtiva quanto possível para a gestão, é necessário que
primeiro sejam estabelecidos os parâmetros dentro dos quais essa mesma investigação deve decorrer, é
essencial que exista um modelo operacional que potencie os ganhos de eficiência e eficácia, e que permita
obter resultados dentro dos constrangimentos e realidades encontradas.

Se tomarmos como referência Jeffrey W. Vincoli e James Thornhill, poderemos verificar que ambos sustentam a
mesma relevância na necessidade de preparação e existência de um modelo operacional de IIAT que possibilite
ganhos de eficiência e de tempo aquando da ocorrência de incidentes ou acidentes.

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Lei n.º 98/2009

de 4 de Setembro

Regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a


reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei
n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.

Considera-se que uma doença profissional é aquela que resulta diretamente das condições de trabalho e que
causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte. As doenças profissionais em nada se distinguem das
outras doenças, salvo pelo facto de terem a sua origem em fatores de risco existentes no local de trabalho.

Existe uma Lista de Doenças Profissionais, aprovadas através do Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de
Julho, embora a Lei também considera que a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não incluídas
na lista serão indemnizáveis, desde que se provem serem consequência, necessária e direta, da atividade
exercida e não representem normal desgaste do organismo (Código do Trabalho, n.º 2 do art. 310).

Capítulo XIX – Registos

A organização deve estabelecer e manter registos, na medida em que sejam necessários para demonstrar a

conformidade com os requisitos do seu sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho e desta Norma, e

para demonstrar os resultados obtidos

A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para a identificação, o

armazenamento, a proteção, a recuperação, a retenção e a eliminação dos registos.

Os registos devem ser e manter-se legíveis, identificáveis e rastreáveis.

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Capítulo XX – Auditorias

A organização deve assegurar que as auditorias internas ao sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho

são realizadas em intervalos planeados para:

a) Determinar se o sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho


1) Está em conformidade com as disposições planeadas para a gestão da SST, incluindo os requisitos desta
Norma; e
2) Foi adequadamente implementado e é mantido;
3) É efetivo no atingimento da política e objetivos da organização;
b) Fornecer à gestão informações sobre os resultados das auditorias.

O(s) programa(s) de auditorias deve(m) ser planeado(s), estabelecido(s), implementado(s) e mantido(s) pela

organização, tendo em conta o resultado da avaliação de riscos das atividades da organização e os

resultados de auditorias anteriores.

Devem ser estabelecidos, implementados e mantidos um ou mais procedimentos de auditoria de forma a

considerar:

a) as responsabilidades, competências e os requisitos para o planeamento e realização das auditorias, para


relatar os resultados e para manter os registos associados;
b) a determinação dos critérios, do âmbito, da frequência e dos métodos de auditoria.

A seleção dos auditores e a realização das auditorias deve assegurar a objetividade e a imparcialidade do

processo de auditoria.

Capítulo XXI – Revisão da gestão

A Gestão de topo deve rever o sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho da organização em

intervalos planeados, para assegurar a sua contínua adequação, suficiência e eficácia. Estas revisões devem

incluir a avaliação de oportunidades de melhoria e a necessidade de alterações ao sistema de gestão da

segurança e saúde do trabalho, incluindo a política de SST e os objetivos de SST. Devem ser mantidos

registos das revisões pela Gestão.

As entradas para as revisões pela Gestão devem incluir:

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a) Os resultados das auditorias internas e avaliações de conformidade com os requisitos legais e com
outros requisitos que a organização subscreva;
b) Os resultados da participação e consulta (veja-se 4.4.3);
c) As comunicações de partes interessadas externas, incluindo reclamações;
d) O desempenho da SST da organização;
e) O grau de cumprimento dos objetivos;
f) O estado das investigações de incidentes, das ações corretivas e preventivas;
g) As ações de seguimento resultantes de anteriores revisões pela gestão;
h) Alterações de circunstâncias, incluindo desenvolvimentos nos requisitos legais e outros requisitos
relacionados com a SST;
i) Recomendações para melhoria.

As saídas das revisões pela gestão devem ser coerentes (consistentes) com o compromisso de melhoria

contínua da organização e devem incluir quaisquer decisões e ações relativas a possíveis alterações em:

a) Desempenho (performance) da SST;


b) Política e dos objetivos de SST;
c) Recursos;
d) Outros elementos do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho.

Saber mais

 Medidas de Prevenção

o Favorecer o arejamento do edifício, de modo a evitar a acumulação de poluentes.

o Não fumar (especialmente em locais fechados).

o Evitar a acumulação de poeiras.

o Escolher os produtos de limpeza menos tóxicos e utilizá-los corretamente.

o Não utilizar inseticidas, pesticidas ou ambientadores.

o Não utilizar carpetes e alcatifas.

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o Garantir uma adequada manutenção dos sistemas de renovação de ar, bem como dos sistemas de ar

condicionado.

Conclusão

Qualquer empresa de hoje em dia conhece bem as implicações e requisitos legais quando se fala em HSST-
Higiene, Segurança e Saúde no trabalho, tendo consciência de que uma falha neste âmbito dentro da empresa,
pode gerar automaticamente o pagamento de uma multa por incumprimento legal.

A Higiene, Segurança e Saúde no trabalho é um conjunto de ações que nasceu das preocupações dos
trabalhadores da indústria em meados do século 20, pois as condições de trabalho nunca eram levadas em
conta, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo de morte dos trabalhadores. Numa época em que
a indústria era a principal atividade económica em Portugal, os trabalhadores morriam ou tinham acidentes
onde ficavam impossibilitados para toda a vida, simplesmente porque a mentalidade corrente era a de que o
valor da vida humana era para apenas útil para trabalhar e porque não existia qualquer legislação que
protegesse o trabalhador.

O cenário demorou tempo a mudar e apenas a partir da década de 50/60, surgiram as primeiras tentativas sérias
de integrar os trabalhadores em atividades devidamente adequadas às suas capacidades, e dar-lhes
conhecimento dos riscos a que estariam expostos aquando do seu desempenhar de funções.

Atualmente a dimensão que encontramos neste âmbito é muito diferente, sobretudo porque a Lei-Quadro de
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho faz impender sobre as entidades empregadoras a obrigatoriedade de
organizarem os serviços de Segurança e Saúde no Trabalho.

Desta forma, para além de análises minuciosas aos postos de trabalho a empresa tem que garantir também as
condições de saúde dos trabalhadores (como a existência de um posto médico dentro de cada empresa), e
ainda garantir que são objeto de estudo as investigações de quaisquer tipos de incidentes ocorridos, sendo
sempre analisada a utilização ou não de equipamentos de proteção individual (vulgo EPI).

Em resumo, todas as atividades de HSST se constituem como as atividades cujo objetivo é o de garantir
condições de trabalho em qualquer empresa “num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a
ausência de doença e enfermidade” (de acordo com a Organização Mundial de Saúde.)

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Referências Bibliográficas

AA VV., Compilação de dados estatísticos sobre sinistralidade laboral e doenças profissionais em Portugal , Ed.
UGT, 2012

AA VV., Manual de higiene e segurança no trabalho, Programa de formação PME, AEP

AA VV., Participação dos Trabalhadores na Segurança e Saúde no Trabalho: Guia Prático, Ed. Agência Europeia
para a Segurança e Saúde no Trabalho, 2012

AA VV., Qualificação de Técnicos Superiores de Higiene e Segurança no Trabalho: Manual de Formação, Ed.
Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial, 2007

Espiga, M., Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho: textos de apoio , Ed. CECOA

[1] ISO 9000:2005, Quality management systems – Fundamentals and vocabulary


[2] ISO 9001:2000, Quality management systems – Requirements
[3] ISO 14001:2004, Environmental management systems – Requirements with guidance for use
[4] ISO 19011:2002, Guidelines for quality and/or environmental management systems auditing

Sites Consultados

ACT – Autoridade para as condições de trabalho


http://www.act.gov.pt

Agência Europeia de Higiene e Segurança no Trabalho


https://osha.europa.eu/pt

O Portal da Construção
http://www.oportaldaconstrucao.com

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