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ENQUADRAMENTO

AGENTES QUÍMICOS Segurança e Higiene do Trabalho

“Aplicação de medidas destinadas a promover a


melhoria da Segurança e Saúde dos trabalhadores nos
locais de trabalho.”
Directiva Quadro (89/391/CEE)

HIGIENE DO TRABALHO

Daniela Fernandes
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ÁREAS FUNCIONAIS ENQUADRAMENTO

Medicina do

Riscos Ambientais Higiene do Trabalho


Trabalho

Psicossociologia

Riscos Profissionais Saúde do Trabalho


Ergonomia
do trabalho

SHST
Riscos de Operação Segurança do Trabalho
Higiene do Segurança do
trabalho trabalho

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RISCOS DE OPERAÇÃO RISCOS AMBIENTAIS


Riscos Biológicos Riscos Físicos
Quedas e Escorregadelas de Pessoas
 Vírus  Ruído
Manuseamento de Ferramentas de Trabalho
 Fungos  Ambiente Térmico
Movimentação Manual de Cargas  Bactérias  Iluminação
 Parasitas  Radiações
Contacto com Produtos Químicos

Choques, Golpes, Impactos, Pancadas, Cortes Riscos Químicos

 Produtos Químicos
 Partículas Suspensas
 Gases e Vapores
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ENQUADRAMENTO PERIGO vs RISCO QUÍMICO

Segurança do Trabalho Perigo


propriedades intrínsecas do agente químico (propriedades
 Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação toxicológicas e físico-químicas)
 Prevenção de acidentes de trabalho
Risco
Higiene do Trabalho
possibilidade de que o potencial para provocar danos se
 Estudo, avaliação e controlo dos riscos ambientais realize nas condições de utilização e ou exposição
 Prevenção de doenças profissionais

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AGENTES QUÍMICOS COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO AR PURO


Definição Designação %
Azoto 78,1
Qualquer elemento ou composto químico, isolado ou Oxigénio 20,9
em mistura, que se apresente no estado natural ou Árgon 0,9
Dióxido de Carbono 0,03
seja produzido, utilizado ou libertado em Hidrogénio 0,01
consequência de uma actividade laboral, Agua (vapor) Vestígios
Outros gases raros Vestígios
inclusivamente sob a forma de resíduo, seja ou não
intencionalmente produzido ou comercializado
Decreto-lei nº 290/2001 de 16 de Novembro
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FORMA COMO SE APRESENTAM FORMA COMO SE APRESENTAM OS


Agentes Químicos
AGENTES QUÍMICOS
Estado Sólido
 Partículas ou Poeiras
Sólido Líquido Gasoso
Suspensão no ar de partículas esferoidais de pequeno
tamanho, formadas por trituração ou outro tipo de ruptura
Partículas
ou poeiras
Neblina Gases mecânica de um material original sólido.

Fibras Aerossóis ou Vapores


Nevoeiro Ex.: inalação, pelo trabalhador, de poeira contendo sílica
livre cristalizada durante a perfuração de rochas.
Fumos

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Panificação
Asma devida a
inalação poeiras
de farinha

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FORMA COMO SE APRESENTAM OS AMIANTO


AGENTES QUÍMICOS Nos termos da legislação europeia, a comercialização e a
Estado Sólido utilização de produtos ou substâncias que contêm amianto
foram proibidas a partir de Janeiro de 2005 (Directiva
Fibras
1999/77/CE).
Partículas acirculares provenientes de uma desagregação
Em 15 de Abril de 2006, entraram em vigor medidas mais
mecânica e cujo comprimento excede em mais de 3 vezes
restritivas com vista a proteger os trabalhadores contra os
o seu diâmetro.
riscos de exposição a fibras de amianto (Directiva
2003/18/CE que altera a Directiva 83/477/CEE).
Ex.: Indústrias de fibrocimento que utilizam o amianto como
matéria prima. Consequentemente, os problemas de amianto que subsistem
na Europa são devidos ao amianto instalado em edifícios,
instalações fabris ou equipamentos.
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MATERIAS QUE CONTÉM AMIANTO MATERIAS QUE CONTÉM AMIANTO

Caixa de painéis de isolamento de amianto, Abertura numa parede pondo a


parcialmente removida e mostrando uma conduta de descoberto um tubo com isolamento
fibrocimento. de amianto
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MATERIAS QUE CONTÉM AMIANTO MATERIAS QUE CONTÉM AMIANTO

Placas de amianto para revestimento de pisos Revestimento de fibrocimento numa fábrica.


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MATERIAS QUE CONTÉM AMIANTO FORMA COMO SE APRESENTAM OS


AGENTES QUÍMICOS
Estado Sólido
Fumos
Suspensão no ar de partículas esféricas resultantes de uma
combustão incompleta ou resultante da sublimação de
vapores, geralmente depois da volatilização a altas
temperaturas de metais fundidos.

Ex.: reacção febril do organismo à exposição de certos


Amianto nas pastilhas dos travões de um camião. fumos, principalmente de zinco.
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FORMA COMO SE APRESENTAM OS FORMA COMO SE APRESENTAM OS


AGENTES QUÍMICOS AGENTES QUÍMICOS
Estado Líquido Estado Líquido
Aerossóis ou Nevoeiro Neblinas
Suspensão no ar de gotículas não Suspensões de gotículas líquidas visíveis e produzidas por
visíveis, provenientes da dispersão condensação de vapor
mecânica de líquidos

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FORMA COMO SE APRESENTAM OS COV´s (Compostos Orgânicos Voláteis)


AGENTES QUÍMICOS vapores de origem orgânica que afectam o sistema nervoso e
têm características cancerígenas
Estado Gasoso

Gases Ex.: Solventes Orgânicos


Estado de certas substancias gasosas a 25ºC e 1 atm benzeno (benzolismo)

Vapores
Fase gasosa de substâncias líquidas ou sólidas a 25ºC e 1 atm

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ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E


Pintura e Artes Gráficas RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA
Riscos neurológicos por solventes orgânicos  Inertes
Não produzem alterações fisiológicas, embora possam
ficar retidas nos pulmões.
Poeiras

Somente apresentam problemas em concentrações


elevadas.

Ex.: Alguns carbonatos, celulose, caulino

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ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E


RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA
 Fibrogénicas ou pneumoconióticas  Alergizantes
São poeiras susceptíveis de provocar reacções químicas ao Podem actuar sobre a pele ou sobre o aparelho
nível dos alvéolos pulmonares, dando origem a doenças respiratório.
Poeiras

Poeiras
graves (pneumoconiose).
Ex.: madeiras tropicais, cromatos, resinas.
Ex.: sílica livre, cristalina (silicose), amianto

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ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E


RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA
 Tóxicas (sistémicas)  Irritantes
Gases e Vapores

Têm uma acção química ou corrosiva, produzindo inflamação dos tecidos com
Podem causar lesões em um ou mais órgãos viscerais, de os quais entram em contacto. Actuam principalmente sobre os tecidos de
uma forma rápida e em concentrações revestimento e epiteliais como a pele, mucosas das vias respiratórias,
Poeiras

conjuntiva ocular, etc.


elevadas (intoxicações agudas) ou lentamente e em Os irritantes muito solúveis são absorvidos pelos primeiros tecidos epiteliais
concentrações relativamente baixas (intoxicações crónicas). que encontram, ou seja, quando penetram pela via respiratória, são
essencialmente absorvidos ao nível do
A maioria das poeiras metálicas são tóxicas. Destacam-se
nariz e da garganta
entre outras as de chumbo, cádmio, manganês, berílio, Ex.: amoníaco
crómio, etc. Podem ainda originar cancro e alterações no Os irritantes de solubilidade moderada actuam em todas as partes do sistema
sistema nervoso central. respiratório
Ex.: cloro, ozono).

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ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E


RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA
 Asfixiantes  Narcóticos ou Neurotóxicos
Gases e Vapores

Gases e Vapores
Podem ser classificados em simples e químicos. Os simples são os que, Apresentam uma acção depressiva sobre o sistema nervoso
sem interferir nas funções do organismo, podem provocar asfixia por
central, produzindo um efeito anestésico, após terem sido
reduzirem a concentração de oxigénio no ar.
absorvidos pelo sangue.
Ex.: azoto, hidrogénio, acetileno.

Os de actuação química interferem no processo de absorção de Ex.: éter etílico, acetona


oxigénio no sangue ou nos tecidos.
Ex.: monóxido de carbono, cianetos.

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ALGUNS AGENTES QUÍMICOS E


RESPECIVA ACÇÃO FISIOLÓGICA VIAS DE ENTRADA
Contaminação directa
 Tócxicos contacto de uma substância ou composto químico com o
Gases e Vapores

Os vapores orgânicos são produtos tóxicos sistémicos e tal trabalhador, o qual provoca uma passagem para o
como as poeiras anteriormente referidas podem causar Organismo humano por uma ou mais do que uma das
lesões em vários órgãos, tais como o fígado e os rins. diferentes vias de penetração (ocular, digestiva, respiratória
e cutânea).

Ex.: hidrocarbonetos halogenados (tetracloreto de Contaminação indirecta


carbono, tricloroetileno, clorofórmio) quando uma trabalhador entra em contacto com uma
substância ou composto químico depositado sobre
qualquer objecto, vestuário de trabalho ou na atmosfera
de trabalho.
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VIAS DE ENTRADA VIAS DE ENTRADA


Via Respiratória Via Cutânea e Ocular
Substâncias (partículas de poeira mais
A substância penetra nos vasos
grossas, neblinas, etc.) podem
sanguíneos através da pele e entra na
facilmente ficar retidas na superfície
circulação
interior das fossas nasais, traqueia ou
brônquios.

– expulsas, pela respiração, expectoração, salivação


– chegam aos alvéolos pulmonares e ficam ai retidas por não poderem
incorporar-se no sangue, podem provocar doenças respiratórias.
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VIAS DE ENTRADA Conceito de Dose – Resposta Biológica


Via Digestiva Factores intrínsecos
Por ingestão acidental devido a São aqueles sobre os quais o homem não pode exercer qualquer
hábitos pouco higiénicos, como controlo.
fumar, comer ou beber no posto de Ex.: idade, o sexo, código genético, capacidade de desintoxicação do
trabalho, por contacto com as mãos
corpo, susceptibilidade.
e por deglutição das partículas
inaladas. Factores extrínsecos
São aqueles em que o homem tem alguma influência
Ex.: concentração do contaminante na atmosfera, os hábitos de
trabalho, a duração de exposição, os hábitos alimentares e o uso
de substâncias tóxicas (álcool, tabaco e droga).
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DOSE
Quantidade de contaminante absorvido (por qualquer tipo de
via de entrada) susceptível de causar dano.
– É independente de factores intrínsecos.

– Estuda os factores que estão relacionados com a causa da


doença profissional e que podem estar sujeitos a um controlo.

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Valores Limite de Exposição (VLE) Valores Limite de Exposição (VLE)

 Concentrações no ar dos locais de trabalho das diversas  Os valores limite de exposição nunca devem ser utilizados
substâncias e representam condições para as quais se como uma linha divisória entre situações perigosas e não
admite que quase todos os trabalhadores podem estar perigosas.
expostos, dia após dia, sem efeitos adversos para a saúde.
 A melhor actuação consiste em manter as concentrações de
 Em virtude da grande amplitude de susceptibilidade todos os contaminantes o mais baixas que for possível.
individual, é possível que uma pequena percentagem de
trabalhadores apresentem desconforto para certas
substâncias a concentrações iguais ou inferiores ao valor
limite de exposição.

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Categorias de VLE Categorias de VLE


b) CURTA DURAÇÃO (VLE-CD)
a) MÉDIA PONDERADA (VLE-MP) Concentração à qual se considera que praticamente todos os
Concentração média ponderada para um dia de trabalho de 8 horas e uma trabalhadores possam estar repetidamente expostos por curtos períodos
semana de 40 horas, a qual se considera que praticamente todos os de tempo, desde que o valor de VLE-MP não seja excedido. e sem que
trabalhadores possam estar expostos, dia após dia, sem efeitos adversos ocorram efeitos adversos, tais como irritação, lesões crónicas ou
para a saúde. irreversíveis dos tecidos; narcose que possa aumentar a probabilidade de
ocorrência de lesões acidentais, comprometer o seu nível de consciência
vigil ou reduzir a sua capacidade de trabalho.
O VLE-CD é definido como uma exposição VLE-MP de 15 minutos que
nunca deve ser excedida durante o dia de trabalho, mesmo que a média
ponderada seja inferior ao valor-limite.
Exposições superiores ao VLE-MP e inferiores ao VLE-CD não devem
exceder os 15 minutos e não devem ocorrer mais do que 4 vezes por dia.
Estas exposições devem ter um espaçamento temporal de, pelo menos,
60 minutos.
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Categorias de VLE VLE PARA MISTURAS


Efeitos independentes
c) CONCENTRAÇÃO MÁXIMA (VLE-CM)
Concentração que nunca deve ser excedida durante qualquer Se os efeitos de uma ou mais substâncias se podem
período de exposição.
considerar independentes

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VLE PARA MISTURAS VLE PARA MISTURAS


Efeitos aditivos (contaminação provocada
Efeitos aditivos (contaminação provocada por por uma mistura líquida de vários agentes)
Quando as misturas têm um efeito sinérgico, isto é, que o
vários agentes isolados) efeito da mistura é superior à soma dos efeitos dos agentes
Quando duas ou mais substâncias isoladas agem que a compõem, pois o VLE do produto 1 na mistura é
simultaneamente a um mesmo nível do organismo humano (que diferente do seu VLE sozinho, pois é afectado pelos outros
actuam sobre o mesmo órgão) constituintes da mistura.

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EXPRESSÃO DOS RESULTADOS NÍVEL DE ACÇÃO


As concentrações dos contaminantes são expressas em Com a intenção de se tomarem acções preventivas face a
termos volúmicos ou em massa: determinados valores de concentrações (C) obtidas num
dado dia, a OSHA define o NA (nível de acção) como 1/2 do
VLE.
• partes por milhão (ppm) - partes de gás ou vapor por
milhão de partes de ar no ambiente. Nível de Acção
O Nível de Acção, que é igual a metade do VLE, e é também
um valor referente a 8 horas diárias e 40 semanais. Significa
• miligramas por metro cúbico de ar ( mg/m3) -
que nos locais de trabalho onde este valor é ultrapassado, se
massa de contaminante, em miligrama, por metro cúbico
recomenda a tomada de medidas preventivas.
de ar.

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NÍVEL DE ACÇÃO CONTROLO DE RISCOS


 Concentração C > VLE Processos para Controlo de Riscos
A colheita deve repetir-se todos os meses até que se obtenha C
< VLE 1) R  H
 VLE/2 < C < VLE 2) R  H
A colheita deve repetir-se de 2 em 2 meses, e os trabalhadores
devem ser treinados no sentido de se defenderem do poluente, 3) R  H
bem como ser submetidos a vigilância médica periódica; ELIMINAR O RISCO

4) R  H
Sinalizar com a placa de perigo de “Substâncias Tóxicas” as zonas
de trabalho em que se verifiquem tais condições.
 C < VLE/2 em duas colheitas consecutivas
intervaladas de uma semana
Não é necessário fazer mais colheitas
ISOLAR O RISCO PROTEGER O INDIVÍDUO
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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO

 A integração da prevenção na actividade  Mudança de processo ou práticas de trabalho


 Substituição de pintura a pistola por pintura spray
Para a concepção dos processos produtivos deve-se ter em electrostática
conta, não só os aspectos tecnológicos e económicos, mas  Redução de temperatura de um processo, utilização de
solventes a temperaturas mais baixas, reduzindo a
também os riscos para a saúde dos trabalhadores que evaporação
possam advir de cada uma das várias alternativas  Redução da área exposta de um líquido para diminuir a
possibilidade de evaporação;
 Limitação ou diminuição de contacto físico entre
trabalhadores e agentes prejudiciais, através de dispositivos
mecânicos, mecanização de operações, suportes, etc

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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO

 Isolamento  Redução do numero de trabalhadores


A aplicação deste princípio é geralmente vista como a expostos
interposição entre o trabalhador e o produto ou processo  Organização das tarefas de forma a serem executadas pelo
de uma barreira de natureza física número de pessoas estritamente necessário
 Separação das zonas de trabalho com agentes químicos
perigosos das restantes actividades
 Limitação do acesso as zonas de risco

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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO

 Redução da concentração e tempo da  Medidas de higiene adequadas


exposição  A proibição de comer, beber ou fumar nas zonas onde
possam estar presentes agentes químicos perigosos
 Ventilação do local de trabalho  A manutenção de um mínimo de limpeza da roupa de
 Ajustamento de parâmetros (T e P) às operações trabalho e do seu uso habitual em vez do vestuário de rua
 Organizar o trabalho de forma a minimizar o tempo de  A disponibilidade e utilização das instalações para a higiene
exposição, reduzindo-o ao estritamente necessário pessoal antes das refeições e no final do dia de trabalho
 Ampliar as medidas de higiene nos locais e instalações e
assegurar que as operações de limpeza não constituam um
risco adicional para os trabalhadores
 Eliminação limpeza dos derrames de substancias liquidas
sobre o solo e sobre a maquinaria de trabalho

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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO


 Redução das quantidades de agentes químicos  Procedimentos de trabalho adequados, medidas
presentes no local de trabalho para o manuseamento, armazenagem e
 A magnitude e as consequências de uma explosão ou de um transferência dos agentes químicos perigosos e
incêndio podem depender da quantidade de um agente dos resíduos em condições de segurança
químico presente no local de trabalho  Uma operação esporádica que possa ocasionar uma
 O risco de inalação ou de contacto com agentes químicos está contaminação ambiental importante deverá ser realizada quando
relacionado com a quantidade a unidade fabril não estiver ocupada
 Em operações nas quais as medidas de prevenção sejam
insuficientes e em que seja possível reduzir ou eliminar o risco
através de normas de actuação predeterminadas. Por exemplo,
a activação do sistema de extracção localizada, antes de se
iniciar uma determinada operação
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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO


 Substituição total ou parcial do agente  Mudança de forma ou estado físico
químico  A forma em que se encontra um certo agente químico não
altera as propriedades toxicológicas, mas pode influenciar a
 Substituição do amianto por fibras sintéticas de isolamento
possibilidade de que penetre no organismo humano e alcance
 Automatização total /parcial o órgão crítico.
A automatização consiste em substituir, num processo, o  Quando se utilizam substâncias em pó, é possível reduzir a
operador humano por dispositivos mecânicos ou electrónicos tendência para passar para o modificando a sua forma física e
Os trabalhadores deixam de estar em contacto com os agentes utilizando-as em grânulos, grãos ou sob outra forma similar
químicos perigosos (cessa a exposição) ou estão em contacto mais compactada.
durante menos tempo (diminui a exposição) ou ficam afastados
dos focos (diminui a intensidade).

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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO


Ventilação
Processo fechado ou confinamento


 Fechar o processo consiste em utilizar um invólucro físico de – Local
estanque ou quase estanque em cujo interior se desenrolam • Capta os poluentes o mais próximo possível da sua fonte de emissão.
as operações próprias do processo.
• Constitui o método mais adequado para o controlo das concentrações
atmosférica de substâncias em suspensão no ar e que apresentam um
risco potencial para a saúde ocupacional.
• Necessita de menos caudais de ar, logo os custos de investimento, de
funcionamento e de aquecimento são menores

– Geral
• Consiste na introdução de ar limpo em quantidade suficiente para levar
as concentrações das substâncias tóxicas a valores inferiores aos VLE
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MEDIDAS DE CONTROLO MEDIDAS DE CONTROLO


 Dispositivos de aspiração portáteis  Métodos Húmidos
Têm a capacidade de captar com aceitável eficácia as poeiras que A mudança de método limita a dispersão de poeiras e portanto
se formam. seu acesso ao organismo

– areia molhada em vez de seca


– perfuração de rochas com injecção de água
– moagem, britagem, etc. a húmido
– jactos abrasivos com água
– operações de limpeza com água, em locais poeirentos

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MEDIDAS DE CONTROLO SISTEMA DE COLHEITA DE AMOSTRAS


 Equipamentos de Protecção Individual  O ponto de partida para a determinação de um risco realiza-se
– Quando não é técnicamente possível a protecção colectiva através de medições de recolha de amostras, as quais devem ser
– Complementar, sempre que a protecção colectiva for representativas das condições reais de trabalho e da exposição
insuficiente em cada posto de trabalho.
– Reforço da prevenção, face a um risco residual imprevisível ou  Para tal, é necessário conhecer as diferentes técnicas de
inevitável amostragem, a fim de facilitar a escolha adequada para efectuar a
avaliação.

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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS


Método Directo
Método Directo Monitores contínuos e descontínuos
• Através de um sinal analógico ou digital ou de ambos,
Utilizam equipamentos que de imediato dão a resposta sobre a
Gases e vapores

fornecem a concentração em continuo ou a


concentração do contaminante no local concentração pontual do contaminante específico para
o qual foi concebido.
• Existem vários equipamentos que recorrem a
diferentes técnicas analíticas nomeadamente a
cromatografia gasosa, a espectrofotometria e a
fotoionização.
• Qualquer um destes aparelhos necessita de calibração
prévia, para o contaminante em causa.
• Nos locais de trabalho com contaminação múltipla
pode trazer interferências.
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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS


Método Directo Método Directo
Instrumentos Colorimétricos Vantagens
– Leitura imediata no momento da medição
Gases e vapores

São dispositivos analíticos integrados, constituídos por um

Gases e vapores
– Útil em investigações de campo, por evitar as análises
tubo com um enchimento que reage com o contaminante laboratoriais e os problemas inerentes ao transporte e
em causa, dando uma resposta qualitativa e quantitativa. conservação das amostras
• Estes são acoplados a uma bomba manual, de fole ou de – Permite avaliação e registo contínuo da concentração do
pistão. No caso de tubos de longa duração são utilizadas contaminante
bombas alimentadas a baterias ou eléctricas. Desvantagens
• Existem tubos para uma gama muito alargada de gases. – Elevado custo inicial do equipamento
• As limitações são as suas respostas, devido a – Necessidade de calibrações/verificações frequentes
interferências quando estão presentes mais do que um – Possível má utilização por pessoal inexperiente
contaminante.
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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS


Método Directo
Instrumentos Ópticos Método Indirecto
Os princípios de medida destes equipamentos são:
Métodos que requerem análise posterior, ou seja, é necessário
- Extensão da luz ao atravessar o aerossol. Aplicável a grandes
concentrações de partículas no ambiente. proceder à colheita de amostras de ar representativas das
Aerossois

- Dispersão da luz. Aplicável nos caso de partículas de baixas situações a estudar.


concentrações.

Dentro deste tipo de instrumentos encontram-se os seguintes:


• Instrumentos para medição de partículas com fonte de luz
visível.
• Fotómetros com fontes de raio laser
• Reflectómetros
• Equipamento de medição espectral

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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS


Colectores do contaminante – variam consoante a técnica de  Suportes sólidos - Sistemas Activos
retenção mais adequada ao contaminante a dosear. Consiste em aproveitar a propriedade que alguns sólidos porosos
Os mais utilizados são os seguintes: apresentam de reter por adsorção superficial determinados
• Suportes sólidos; contaminantes gasosos.
• Suportes líquidos; O adsorvente sólido coloca-se no interior de um tubo através do
qual se faz circular o ar a analisar.
• Filtros.
Existem vários enchimentos adsorventes que de origem natural –
carvão activo, sílica gel, alumina; quer sintéticos – Chromosorb,
Tenax, Amberlt, etc.

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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS


 Suportes sólidos - Sistemas Passivos  Suportes Líquidos (Absorção)
Retêm o contaminante gasoso utilizando um adsorvente O ar é obrigado a borbulhar numa solução, o contaminante
recoberto com uma solução que reage com o em analise reage com a solução ficando retido;
contaminante a captar, sem necessidade da passagem de A solução de colheita é contida nos designados frascos
ar forçado através do colector. lavadores ou impingers.
O fenómeno que preside à recolha do contaminante no
colector é a difusão.
Este amostrador que pode tomar a forma de uma banda
ou de um círculo é colocado no vestuário do trabalhador.

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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS


 Suportes Líquidos (Absorção)  Filtros – Filtração
Este processo é utilizado para partículas, a retenção do
contaminante é por filtração.
Os filtros são de material e porosidade adequados às
partículas que se pretendem estudar, sendo colocados em
porta-filtros.
O filtro é atravessado por ar forçado, e as partículas presentes
nesse ar, de dimensão superior ao poro, ficam retidas. No
decorrer do processo de filtração são geradas forças
gravitacionais e electrostáticas, que vão permitir recolher no
filtro partículas de dimensão inferior ao seu poro.
O material mais utilizado nos filtros é a fibra de vidro e de
impingers celulose e as membranas de ésteres de celulose.
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SISTEMAS DE COLHEITA DE AMOSTRAS ENQUADRAMENTO LEGAL


Se se verificar a existência de agentes químicos perigosos, o
TIPOS DE AMOSTRAGEM
empregador deve avaliar os riscos para a segurança e a
 PESSOAL
saúde dos trabalhadores resultantes da presença desses
O amostrador acompanha o trabalhador durante todo o período D.L. n.º
agentes, tendo em conta, nomeadamente:
de trabalho e é colocado próximo à região respiratória. 290/2001 de 16
de Novembro
a) As suas propriedades perigosas;
É o tipo mais indicado de amostragem para caracterizar a
exposição. b) As informações relativas à segurança e a saúde constantes
das fichas de dados de segurança de acordo com a legislação
 AMBIENTAL
aplicável sobre classificação, embalagem e rotulagem das
Próxima do ponto mais poluído do ambiente e dá-nos substâncias e preparações perigosas e outras informações
informações sobre a nocividade da fonte suplementares necessárias à avaliação de risco fornecidas
pelo fabricante, designadamente a avaliação específica dos
riscos para os utilizadores
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ENQUADRAMENTO LEGAL ENQUADRAMENTO LEGAL


… deve avaliar os riscos para a segurança e a saúde dos … deve avaliar os riscos para a segurança e a saúde dos
trabalhadores resultantes da presença desses agentes, tendo trabalhadores resultantes da presença desses agentes, tendo
em conta, nomeadamente: em conta, nomeadamente:
D.L. n.º
290/2001 de 16 c) A natureza, o grau e a duração da exposição; D.L. n.º
290/2001 de 16 c) A natureza, o grau e a duração da exposição;
d) As condições de trabalho que impliquem a presença desses d) As condições de trabalho que impliquem a presença desses
de Novembro de Novembro

agentes, incluindo a sua quantidade agentes, incluindo a sua quantidade;


e) Os valores limite obrigatórios e os valores limite biológicos e) Os valores limite obrigatórios e os valores limite biológicos
estabelecidos; estabelecidos;
f) Os valores limite de exposição profissional com carácter f) Os valores limite de exposição profissional com carácter
indicativo constantes do anexo indicativo constantes do anexo;
g) Os resultados disponíveis sobre qualquer vigilância da saúde g) Os resultados disponíveis sobre qualquer vigilância da saúde
já efectuada já efectuada.
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ENQUADRAMENTO LEGAL ENQUADRAMENTO LEGAL


Medidas gerais de prevenção (Artigo 5º)
Medidas gerais de prevenção (Artigo 5º)
d) A redução ao mínimo do número de trabalhadores expostos
1 — O empregador deve assegurar que os riscos para ou susceptíveis de estar expostos;
a segurança e a saúde dos trabalhadores resultantes da D.L. n.º e) A redução ao mínimo da duração e do grau da exposição;
D.L. n.º
290/2001 de 16 presença no local de trabalho de um agente químico 290/2001 de 16
de Novembro f) A adopção de medidas de higiene adequadas;
perigoso sejam eliminados ou reduzidos ao mínimo
de Novembro
g) A redução da quantidade de agentes químicos
mediante:
presentes ao mínimo necessário à execução do trabalho;
a) A concepção e organização dos métodos de trabalho no local
de trabalho; h) A utilização de processos de trabalho adequados,
nomeadamente disposições que assegurem a segurança
b) A utilização de equipamento adequado para trabalhar com durante o manuseamento, a armazenagem e o transporte
agentes químicos; de agentes químicos perigosos e dos resíduos que os
c) A utilização de processos de manutenção que garantam a contenham.
saúde e a segurança dos trabalhadores;
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ENQUADRAMENTO LEGAL ENQUADRAMENTO LEGAL


Medidas gerais de prevenção (Artigo 5º) Artigo 2.º
2 - Se os resultados da avaliação dos riscos revelarem risco Valores limites de exposição profissional indicativos
para a segurança e da saúde dos trabalhadores, devem ser É alterado o anexo ao Decreto-Lei n.º 290/2001, de 16 de
D.L. n.º
290/2001 de 16 aplicadas as medidas específicas de protecção, prevenção e D.L. n.º
305/2007 de 24
Novembro.
acompanhamento previstas nos artigos 6.º a 11.º e 13.º
de Novembro de Novembro

3 - Se o resultado da avaliação dos riscos demonstrar que


a quantidade do agente químico perigoso existente no local
de trabalho constitui um baixo risco para a segurança e a
saúde dos trabalhadores e que as medidas adoptadas nos
termos do n.º 1 são suficientes para reduzir esse risco, as
medidas previstas nos artigos 6.º a 11.º e 13.º não são
aplicáveis. 89 90

Agentes Químicos Cancerígenos Agentes Químicos - Amianto


– Decreto-Lei n.º 275/91 de 7 de Agosto.
Regulamenta as medidas especiais de prevenção e protecção da saúde – Decreto-Lei n.º 266/07 de 24 de Julho
dos trabalhadores contra os riscos de exposição a algumas substâncias Relativo à protecção sanitária dos trabalhadores contra os riscos de
químicas. exposição ao amianto durante o trabalho

– Decreto-Lei n.º 479/85 de 13 de Novembro.


Fixa as substâncias, os agentes e os processos industriais que
comportam risco cancerígeno, efectivo ou potencial, para os
trabalhadores profissionalmente expostos.

– Decreto-Lei n.º 301/2000 de 18 de Novembro.


Regula a protecção dos trabalhadores contra os riscos ligados à
exposição a agentes cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho.

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Agentes Químicos - Chumbo Agentes Químicos – Cloreto de Vinilo


– Decreto-Lei n.º 274/89.
Estabelece diversas medidas de protecção da saúde dos – Decreto-Lei n.º 301/2000 de 18 de Novembro.
trabalhadores contra os riscos de exposição ao chumbo (revogou o Decreto-Lei n.º 273/89
Regula a protecção dos trabalhadores contra os riscos ligados
à exposição a agentes cancerígenos ou mutagénicos durante o
trabalho.

93 94

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