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AGENTES QUÍMICOS:
JOSÉ POSSEBON
dezembro de 2009
1
ÍNDICE
ASSUNTO PÁGINA
1 Histórico da Higiene do Trabalho 3
2 Agentes ambientais 4
3 Agentes físicos 5
4 Introdução aos agentes químicos 6
5 Os Agentes Químicos 7
6 Vias de ingresso 8
7 Limite de Tolerância 9
8 Adaptação dos LT 10
9 Classificação dos gases e vapores 11
10 Efeitos dos solventes 13
11 Cancerígenos 14
12 Os sensibilizantes 15
13 Aerodispersóides 17
14 Pneumoconioses 18
15 Classificação dos particulados 20
16 Efeitos à saúde 21
17 Limite de tolerância e metodologia para sílica e amianto 22
18 Medidas de controle 23
19 Conceitos básicos na avaliação 28
20 Estratégia de amostragem 30
21 Correção da vazão 31
22 Calibração do conjunto de amostragem 32
23 Equipamentos de leitura direta 33
24 Tubos reagentes 33
25 Levantamento de poeira de sílica 36
26 Amostragem de agentes químicos 37
27 Conjunto para amostragem de agentes químicos 40
28 Precisão e exatidão 41
29 Grupos homogêneos de Exposição 42
30 Tratamento estatístico de dados 44
31 Estrutura do método NIOSH 46
32 Folha de campo 47
33 Bibliografia 48
34 Normas de Higiene do Trabalho 50
35 Relação de fornecedores 51
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HISTÓRICO DA HIGIENE DO TRABALHO
HIGIENE DO TRABALHO
AMBIENTE TRABALHADOR
INSALUBRE DOENTE
DIAGNÓSTICO
RECONHECIMENTO TRATAMENTO
AVALIAÇÃO CURA
CONTROLE
TRABALHADOR
AMBIENTE
SAUDÁVEL
SALUBRE
3
AGENTES AMBIENTAIS
FÍSICOS
QUÍMICOS
BIOLÓGICOS
RUÍDO E VIBRAÇÕES
TEMPERATURAS EXTREMAS
PRESSÕES ANORMAIS
PARTICULADA
AGENTES FÍSICOS RADIAÇÕES GAMA
IONIZANTES: RAIOS X
NEUTRONS RÁPIDOS
RADIO-FREQUÊNCIA
MICRO-ONDAS
RADIAÇÕES NÃO INFRA-VERMELHO
IONIZANTES RADIAÇÃO VÍSIVEL
ULTRA-VIOLETA
LASER
IRRITANTES
GASES E ANESTÉSICOS
VAPORES ASFIXIANTES
AGENTES QUÍMICOS:
POEIRAS
AERODIS- FUMOS
PERSÓIDES NÉVOAS
NEBLINAS
4
AGENTES FÍSICOS
Sist.Circulatório e
Pressões Hiperbáric Respiratório, Tabela de Estágios de compressão e
Anormais Sangramento e ruptura compress/ descompressão, limitação da idade e
Hipobárica de tecidos, trauma descompr. n° de compressões
barométrico. Ventilação e acompanha- mento
Médico
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INTRODUÇÃO AOS AGENTES QUIMICOS
Os agentes químicos de interesse para a higiene do trabalho são os gases, os vapores e os aerodispersóides na forma de poeiras,
fumos, névoas, neblinas e de fibras, pois eles se mantém em suspensão no ar contaminando os ambientes de trabalho e provocando
desconforto, diminuindo a eficiência e a produtividade e sobretudo provocando alterações na saúde dos trabalhadores, podendo
chegar até as doenças profissionais com incapacitação e morte.
O risco não é só de doença mas também de morte no caso das atmosferas deficientes de oxigênio e ou explosões e inflamações de
misturas de gases, vapores e aerodispersóides no ar, por isso trataremos os agentes químicos sob os aspectos de Higiene e de
Segurança do Trabalho.
As doenças profissionais são conhecidas desde o século dezoito e Bernardino Ramazzini em seu livro “de morbis artificum
diatriba”descreve um grande número de doenças profissionais, sendo recomendada a sua leitura, apesar de que muitas das
profissões ali descritas hoje já não existam.
O que diferencia os agentes químicos dos agentes físicos é a forma de avaliação, que para os agentes químicos é diferente para
cada tipo de família e até de produto, sendo a parte mais difícil na tarefa de saneamento dos ambientes de trabalho através da
Higiene do Trabalho. O reconhecimento dos agentes químicos é uma etapa muito importante pois nem sempre se tem a
possibilidade de avaliar todos os produtos presentes nos ambientes de trabalho, e quando isto ocorrer, deve-se utilizar medidas de
controle que dê a garantia de que os trabalhadores não estarão expostos.
Um grande número de produtos químicos são comprovadamente cancerígenos e para eles não deveria existir limites de tolerância,
isto é os trabalhadores não poderiam ficar expostos, pois o processo cancerígeno pode se originar em uma única célula e daí se
espalhar para todo o corpo. Os limites só existem para tornar possível a continuidade operacional, pois quando se fala de Limites
de Tolerância, temos a idéia de abaixo desse valor não existe risco à saúde.
No caso do benzeno, se corrigiu essa situação, adotando para ele o chamado VRT Valor de Referência Tecnológico e não Limite
de Tolerância. O VRT é um valor de concentração média ponderada exeqüível sob o ponto de vista técnico e no caso do benzeno
foi definido em um processo de negociação tripartite, sendo referência para um processo de melhoria contínua.
1. Existem mais de 750.000 substâncias conhecidas, de origem natural ou resultado da atividade humana (IPCS,
1992; UNITAR, 1998);
2. Cerca de 100.000 substâncias são comercializadas, sendo 70.000 cotidianamente utilizadas pelo homem e a cada
ano são introduzidas cerca de 2.000 novas substâncias no mercado. Em apenas cerca de 6.000 substâncias foram
realizados alguns testes de toxicidade (IPCS, 1992; UNITAR, 1998);
3. A produção mundial da indústria química passou de 1 milhão de toneladas no ano de 1930 para 400 milhões de
toneladas em 1979, com faturamento de aproximadamente 1,5 trilhão de dólares, o que representa cerca de 7 %
dos rendimentos globais e 9 % do comércio internacional (OECD, 2001);
4. A projeção para o ano 2020 é de que a produção seja 85 % maior que a do ano de 1995 e que existam
multinacionais maiores, mas em menor número. O maior crescimento se dará nos chamados países em
desenvolvimento (OECD, 2001).
5. Existem somente cerca de 600 limites de tolerância para produtos químicos em ambientes de trabalho. Na
legislação brasileira, temos cerca de 200 limites de tolerância.
6
OS AGENTES QUÍMICOS
Indústria Química,
GASES Geralmente grande, pois se mistura Petroquímica, Processos de
totalmente no ar Combustão
GASOSO
Utilização de solventes,
VAPORES Função da (Temp..e Pr.Vapor) aplicação de tintas e colas
LÍQUIDO
NEBLINAS Geração por. Condensação e têm d<0,5 Ácidos e bases
um
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Vias de ingresso dos agentes químicos
Os agentes químicos que poluem os ambientes de trabalho, podem ingressar no organismo dos trabalhadores, produzindo diversas
doenças, através de três diferentes vias de penetração:
- RESPIRATÓRIA
- CUTÂNEA
- DIGESTIVA(ORAL)
1) VIA RESPIRATÓRIA
É a mais importante via de penetração, porque a maior parte dos contaminantes estão dispersos na atmosfera na forma de gases,
vapores e poeiras e o volume inalado durante o período de trabalho é muito grande., da ordem de 10 a 20 quilos de ar (7500 litros
a 15.000 litros). Como a troca gasosa exige uma área muito grande, os pulmões possuem cerca de 90 metros quadrados de área,
tornando-o importante meio de absorção dos agentes químicos.. Como a avaliação ambiental é feita medindo-se as concentrações
dos agentes no ar, os Limites de Tolerância levam em consideração somente essa via de ingresso.
2) VIA CUTÂNEA
Normalmente a gordura natural da pele funciona como uma barreira natural protetora contra os agentes agressivos, no entanto
alguns produtos conseguem atravessá-la, atingindo desta forma a corrente sangüínea. Como os Limites de Tolerância levam em
consideração apenas a absorção por via respiratória, devemos tomar todas as precauções possíveis com tais produtos, pois o fato
de apresentarem concentrações abaixo do LT, não garante que o trabalhador esteja protegido. O anexo 11 da NR 15 essa
propriedade dos produtos químicos, através de um sinal ( + ) e dentre esses produtos citamos alguns exemplos:
chumbo tetraetila cloreto de vinila anilinas
Inseticidas metanol hidrazina
fenol dissulfeto de carbono çtetracloroetano
benzeno acrilato de metila
3) DIGESTIVA (ORAL)
A absorção por via digestiva já é menos provável e decorrente de hábitos não higiênicos como fumar, comer e beber nos
ambientes de trabalho.
INTOXICAÇÃO AGUDA
Se caracteriza por exposições de curta duração, absorção rápida do agente químico, uma dose única ou várias doses, em um
período não maior que 24 horas.
INTOXICAÇÃO CRÔNICA
a) –o agente tóxico se acumula no organismo, porque a quantidade absorvida é maior que a eliminada, ou
b) os efeitos produzidos pelas exposições repetidas se somam sem acumulação do agente tóxico
É o pior tipo de exposição, pois geralmente é de difícil detecção e quando isto acontece, os danos ao organismo atingiram um
estágio de difícil recuperação.
LIMITES DE TOLERÂNCIA(ou LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL)
Limites de Tolerância são valores de concentrações abaixo das quais é razoavelmente seguro o exercício das atividades sem
danos à saúde, pela maioria dos trabalhadores, em uma jornada de trabalho de oito horas ou semanal de até 48 horas. Os limites
de tolerância são estabelecidos através de experimentos animais, humanos e industriais e objetiva a proteção de pelo menos 98%
da população trabalhadora. Os nossos limites de tolerâncias foram estabelecidos pela Portaria 3214 de 1978, através da Norma
Regulamentadora número 15 em seus anexos 11 e 12. Os valores foram adaptados da ACGIH, utilizando-se o Fator de Redução
fornecido pela fórmula de Brief & Scalla, que corrige os valores levando em consideração o aumento do tempo de exposição e a
conseqüente diminuição do tempo de descanso, pois o regime de trabalho americano era de 40 horas semanais e o nosso de 48
horas.
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Normalmente os limites de tolerância para os agentes químicos são expressos em :
ppm - partes por milhão
mg/m3 - miligramas por metro cúbico
mppdc - milhões de partículas por pé cúbico
Normalmente utilizamos o ppm para concentrações de gases e vapores e a mg/m³ ³ para aerodispersóides, sendo a mpppc utilizada
apenas para poeira coletada pelo método de coleta com o impactador (impinger) e contagem pela técnica de campo claro.
O Anexo 11 da NR-15 fornece os limites de tolerância para dos produtos químicos e outras informações como: a absorção pela
pele apresentada por alguns produtos e o grau de insalubridade, bem como as substâncias que apresentam o chamado Valor Teto.
O VRT- Valor de Referência Tecnológico, não é um Limite de Tolerância e sim um valor mínimo de concentração
tecnologicamente possível para a continuidade operacional, pois o Benzeno é comprovadamente cancerígeno para humanos, sendo
perigoso em qualquer concentração, tendo sido esse valor negociado através de uma Comissão Tripartite entre Governo,
Trabalhadores e Empregadores.
VALOR MÁXIMO
O Valor Máximo é determinado através do produto do limite de tolerância por um fator de desvio que é função da faixa de valor
em que está esse limite.
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VALOR MÁXIMO = LT x FD
LIMITE DE TOLERÂNCIA (ppm ou mg/m³³) FATOR DE DESVIO
0 < LT ≤ 1 3,00
1 < LT ≤ 10 2,00
1 0 < LT ≤ 100 1,50
100 < LT ≤ 1000 1,25
1000 < LT 1,10
Exemplo: A amônia possui um limite de tolerância de 20 ppm, logo o seu Valor Máximo é o produto do limite de tolerância por
1,5 que é o fator de desvio para produtos com o LT entre 10 e 100 ppm..
VM = LT x FD
VM = 20 x 1,5 = 30 ppm
VALOR TETO
É um valor que não pode ser ultrapassado em momento algum, por ser um produto de efeito extremamente rápido, nesse caso não
aplicamos o fator de desvio, sendo o limite de tolerância o próprio valor teto..
Adaptação do limite de tolerância para jornadas de trabalho maiores que 40 horas semanais, conforme a fórmula de
Brief & Scalla.
A Portaria 3214 de junho de 1978, adotou como LT para produtos químicos, os valores da ACGIH, no entanto esses valores
tiveram que ser adaptados pois o regime de trabalho nos EUA era de 40 horas semanais, enquanto que o nosso era de 48 horas. A
fórmula de Brief & Scalla utiliza um fator de redução para regimes de trabalhos maiores que 40 horas semanais e leva em
consideração não só o aumento do tempo de exposição como também a conseqüente redução do tempo de descanso(da exposição).
LT = LT x FR
(H) (40)
40 (168 - H)
FR = ----- x ------------
H 128
Onde:
LT = Limite de Tolerância
FR = Fator de Redução
H = Jornada de Trabalho Semanal(horas)
10
40/H = Parcela referente ao período de exposição
(168-H)/128 = Parcela referente ao período de não exposição
O fator de redução estabelecido em 1978 foi de 0,78.
Existem vários tipos de Limites de Tolerância em função do tempo que um determinado produto químico demora para exercer o
seu efeito tóxico no organismo do trabalhador.
Assim se o efeito for muito rápido, se utiliza em primeira instância um alarme e como Segunda opção, medição de curta duração.
IRRITANTES
ANESTÉSICOS
ASFIXIANTES
1) IRRITANTES.
A irritabilidade das vias respiratórias está ligada à solubilidade dos gases e vapores, pois elas são extremamente úmidas. Os gases
e vapores muito solúveis atacam preferencialmente as vias aéreas superiores.
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a) Irritantes de ação sobre as vias respiratórias superiores (nariz/ garganta). (solubilidade grande)
ácidos fortes: Clorídrico e Sulfúrico
bases fortes : Amônia e hidróxido de sódio.
IRRITANTES SECUNDÁRIOS
2) ANESTÉSICOS.
a) Anestésicos primários: provocam somente efeito narcótico.
hidrocarbonetos alifáticos: butano, propano, etileno; ésteres,
aldeídos, cetonas etc.
3) ASFIXIANTES
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EFEITOS DOS SOLVENTES:
ALTERAÇÕES MEMÓRIA
NEUROCOMPORTA- DESTREZA MANUAL
OUTROS EFEITOS MENTAIS TEMPO DE REAÇÃO
ALTERAÇÕES
IMUNOLÓGICAS ?????????????
vasodilatação, eritema,
PELE irritação e secagem
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CARCINOGENICIDADE DOS PRODUTOS QUÍMICOS(ACGIH-2005)
A1 –
CLASSIFICAÇÃO IARC
A listagem da IARC tem 935 substâncias, misturas ou processos de produção estudados, divididos em 5 grupos.
A ACGIH apresenta cerca de 16 substâncias, misturas ou processos comprovadamente cancerígeno para humanos e cerca de 28
suspeitos de serem, cancerígenos..
Muitos produtos que pela classificação ACGIH são considerados suspeitos, na classificação IARC são considerados como
comprovadamente cancerígenos para humanos, como o formaldeído e o óxido de etileno.
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REAÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO.
Uma resposta imunológica a um químico. O mecanismo de imunização envolve os seguintes eventos: exposição inicial de uma
substância química ou animal; um período de indução no animal; e a produção de uma nova proteína chamada de anticorpo.
A ACGIH utilizou como critério para o estabelecimento dos limites de tolerâncias os efeitos mais importantes e a
sensibilização foi considerada na determinação dos LT das seguintes substâncias.
-Ácido pícrico
-Acrilato de etila
-Anidrido ftálico
-Captafol
-2-Cloroacetofenona
-Dietileno triamina
-Dihidrocloreto de piperazina
-Diisocianato de isoforona
-Éter alil glicidílico
-Éter n butil glicidílico
-Etileno diamina
-M e p- fenilenodiamina
-Glutaraldeído
-Hexametileno diisocianato(HDI)
-Metileno bis- 4 ciclohexilisocianato
-Resina de fluxo de solda (Pb/Sn)
-Sais solúveis de Platina
-Tetril
-Tolueno 2,4-diisocianato (TDI)
Alguns ramos de indústria utilizam muitas substâncias que são sensibilizantes como: a indústria da borracha, da fotografia, dos
corantes e dos aditivos de uma forma geral..
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PRODUTOS QUÍMICOS SENSIBILIZANTES
LT STEL
PRODUTO (ppm) (ppm) NOTAÇÃO BASE DO TLV
AERODISPERSÓIDES
Aerodispersóides são dispersões de partículas sólidas ou líquidas no ar, de tamanho tão reduzido que conseguem
permanecer em suspensão por longo tempo. Quanto mais tempo permanecerem no ar, maior a possibilidade de serem
inaladas pelos trabalhadores. Os aerodispersóides são classificados em quatro tipos:
POEIRAS
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FUMOS
NÉVOAS
NEBLINAS
POEIRAS: São partículas sólidas geradas por ação mecânica de ruptura de sólidos, através de operações como:
Lixamento, Moagem, Trituração, Peneiramento, Perfuração, Explosão etc. Geralmente são maiores que 0,5
micrômetros.
O nosso sistema respiratório possui proteção contra as chamadas poeiras naturais, que geralmente são maiores que 10
micrômetros, não possuindo no entanto proteção contra as poeiras menores que 10 micrômetros. Existe portanto uma
faixa de poeiras respiráveis que vai de 05, a 10 micrômetros e que são geradas nos processos industriais, e contra as
quais não temos proteção. As poeiras menores que 0,5 micrômetros geralmente são re-exaladas.
0 µm µm
0,5µ µm
10µ µm
50µ
µm = 10-6 m
1µ
FUMOS: São partículas sólidas geradas por condensação ou oxidação de vapores de substâncias que são sólidas à
temperatura ambiente. Os fumos são geralmente menores que 0,5 micrômetros e gerados em operações de: soldagens,
fusão de metais e outras operações com aquecimento.
NÉVOAS: São partículas líquidas geradas por ruptura mecânica e geralmente maiores que 0,5 micrômetros. Ocorrem
em operações de pulverizações de líquidos, como inseticidas, tintas, desmoldantes etc.
NEBLINAS: São partículas líquidas geradas por condensação de vapores de substâncias líquidas às temperaturas
normais sendo geralmente menores que 0,5 micrômetros.
De um modo geral chama-se de Poeira qualquer partícula sólida ou fibra de tamanho tão reduzido que consiga
permanecer no ar em suspensão por longo tempo. Para se ter uma idéia da periculosidade das poeiras nos ambientes de
trabalho, foi feito um ensaio do tempo de queda de uma partícula de sílica no ar totalmente parado, onde se constatou
que partículas pequeníssimas podem permanecer em suspensão por até 10 horas, como mostra a tabela abaixo.
µm)
DIÂMETRO (µ TEMPO DE QUEDA (min.)
(para percorrer 30cm)
5 2,5
2 14,5
1 54
0,5 187
0,25 590
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Segundo os efeitos das poeiras no organismo podemos classificá-las em:
FIBROGÊNICAS: São aquelas que provocam lesões permanentes nos pulmões (fibrose) e dentre elas as mais comuns
são: a Sílica e o Amianto.
IRRITANTE: São as que provocam a irritação das mucosas do trato respiratório provocando uma Doença Pulmonar
Crônica Inespecífica.
ALERGÊNICAS: Provocam as alergias respiratórias como a asma ou a alveolite e geralmente são constituídas por
poeiras vegetais, fungos e pelos de animais.
CANCERÍGENAS: Afetam o mecanismo regulador bioquímico, transformando células normais em células malignas.
Como exemplos temos: Amianto, Arsênico, Cromo, Níquel etc.
TÓXICAS: São partículas que além do trato respiratório, atingem o sistema nervoso central e órgãos internos e como
exemplos encontramos o Cádmio, o Manganês, o Chumbo e o Níquel.
DE EFEITOS CUTÂNEOS: Produzem dermatites e urticárias. Como exemplos temos: as Fibras de Vidro, Lã de
Rocha, Madeiras Exóticas, etc.
PNEUMOCONIOSES
A Pneumoconiose é uma doença provocada pelo acúmulo de poeira nos pulmões e as reações dos tecidos pela
presença desta poeira.
O mecanismo da ação fibrogênica da Sílica livre cristalizada ainda não está bem explicado, existindo três teorias:
TEORIA MECÂNICA: A ação fibrogênica seria causada pela irritação das pontas agudas e das bordas
cortantes das partículas de quartzo.
TEORIA DA SOLUBILIDADE QUÍMICA: A fibrogênese seria devido à ação do ácido silícico liberado
pelas partículas quando em contato com as células de defesa dos pulmões.
TEORIA IMUNOLÓGICA: A sílica, na forma cristalina teria um efeito tóxico seletivo sobre os macrófagos,
que se autolisam após terem fagocitado as partículas, liberando uma substância que levaria à formação da lesão nodular
característica.
Os fatores de predisposição para as pneumoconioses são:
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Os fatores ligados aos efeitos são:
AGENTE: tamanho e forma das partículas
concentração do agente nocivo.
HOMEM: Idade
Doenças pré existentes
MEIO
AMBIENTE: Ramo de Atividade
Tipo de Operação.
POEIRA RESPIRÁVEL
É a fração de partículas, do ar inspirado, que é retira no trato respiratório e o local de deposição depende de vários
fatores:
Antigamente se dava importância somente ao particulado respirável, hoje sabemos que particulados toráxicos e
inaláveis também são importantes, pois alguns produtos exercem sua ação tóxica em todo o trato respiratório.
PARTICULADO TORÁXICO: Material perigoso quando depositado em qualquer lugar dentro dos pulmões e na
região de trocas gasosas, e apresentam diâmetro aerodinâmico variando de 0 a 25 micrômetros.
PARTICULADO INALÁVEL: Material perigoso quando depositado em qualquer lugar do trato respiratório, com
diâmetro aerodinâmico variando de 0 a 100 micrômetros para 50% de material inalável.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PARTICULADOS
1) PARTICULADO INALÁVEL: Materiais que são perigosos quando depositado em qualquer parte do trato respiratório,
tendo seus diâmetros aerodinâmicos variando de 0 a 100 micrômetros.
DIÂMETRO AERODINÂMICO MASSA DO PARTICULADO
DA PARTICULA (µ µm) INALÁVEL (%)
0 100
1 97
2 94
5 87
10 77
20 65
30 58
40 54,5
50 52,5
100 50
2) PARTICULADO TORÁXICO: Materiais que são perigosos quando depositados dentro dos dutos aéreos e na região
de trocas gasosas, com diâmetro aerodinâmico variando de 0 a 25 micrômetros.
DIÂMETRO AERODINÂMICO DA MASSA DO PARTICULADO
PARTÍCULA (µ µm) TORÁXICO (%)
0 100
2 94
4 89
6 80,5
8 67
10 50
12 35
14 23
16 15
18 9,5
20 6
25 2
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EFEITOS À SAÚDE DE ALGUNS AGENTES QUÍMICOS
SÍLICA LIVRE Silicose(fibrose dos pulmões); Pulmões; Região de trocas Fração Respirável
CRISTALINA Doença pulmonar restritiva gasosas, alvéolos
progressiva e irresversível
As fibras são estruturas com uma relação diâmetro/comprimento menor ou igual a 1/3, sendo as fibras respiráveis as de diâmetro
menor que 3 micrômetros e de comprimento maior que 5 micrômetros.
D
L/D ≥ 3
L
As fibras minerais naturais são: Asbesto, Woolastonita, Erionita, Atalpulgita.
As fibras minerais fabricadas(mmmf) são: as fibras de vidro e as lãs de vidro, de rocha, de escória etc.
As fibras são utilizadas na indústria como isolante térmico e acústico, na proteção contra o calor e o fogo, no refôrço de materiais
plásticos, cimento e nos componentes têxteis e automotivos, nos refratários, nos filtros de ar e de líquidos e nas fibras óticas.
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LIMITES DE TOLERÂNCIA E METODOLOGIA PARA LEVANTAMENTO OCUPACIONAL DE SÍLICA LIVRE
CRISTALIZADA.
0,2 fibras/ cm3 maiores que 5µm 0,1 fibras/ cm3 (para todas as formas)
com diâmetro < 3µm
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FONTE ➨ PERCURSO ➨ TRABALHADOR
(geração) (propagação) (recepção)
1) VENTILAÇÃO
A Ventilação Geral ou Diluidora é muito eficiente no caso de Sobrecarga Térmica, no entanto para a maioria dos
Agentes Químicos não é muito eficiente pois dilui os contaminantes antes de retirá-los do ambiente, sendo no
entanto utilizada quando os produtos químicos não são muito tóxicos(LT > 500ppm).
A Ventilação Diluidora pode complementar a Ventilação Local Exaustora e geralmente é feita através de uma
Insuflação, Exaustão ou Insuflação e Exaustão combinadas. A combinação dos dois sistemas de ventilação é
utilizada quando o produto é muito tóxico.
A Ventilação Local Exaustora é muito eficiente no controle de poluição dos ambientes de trabalho, pois retira os
contaminantes antes que eles se espalhem pelo ambiente e o sistema deve incluir o tratamento dos poluentes que
pode ser uma simples retenção em malha de filtros manga, precipitador eletrostático, lavador de gases ou retenção
em adsorvente sólido(Carvão Ativado, Sílica-gel etc.). Um sistema de ventilação local exaustora é formado pelos
seguintes componentes:
- Captor (próximo da fonte geradora ou sobre ela)
- Tubulações (diâmetro variável ao longo do trecho)
- Válvulas de Controle (para balanceamento do sistema)
- Sistema de Coleta ou neutraliz. (lado de fora do ambiente)
- Exaustores (lado de fora do ambiente)
Existem vários tipos de captores para os diversos tipos de operação:
Captor Tipo Cabine: Apesar da operação poder ser realizada dentro dele, não é eficiente porque a velocidade de
face é muito pequena.(velocidade de face é a velocidade do fluxo de ar perpendicular à superfície de entrada do
captor).
Captor Externo Tipo Fresta: É mais eficiente porque a velocidade de face é maior
Captor Tipo Receptor: É muito eficiente para esmeris e politrizes, onde as partículas são geradas em alta
velocidade.
Captor Tipo Enclausurante c/Exaustão: É o mais eficiente de todos.
No sistema de ventilação local exaustora, o exaustor e o sistema de coleta deve ser colocado fora do ambiente de trabalho,
reduzindo dessa forma os níveis de ruído e de poluição representada pela descarga e limpeza do coletor.
É muito comum a existência de captores tipo coifa onde a face do trabalhador fica no percurso dos poluentes. Esse sistema só
é indicado para alimentos, que não são tóxicos e estão aquecidos, tendendo a subir.
23
1 – Captor tipo Enclausuramento com exaustão
2 – Captor tipo receptor
3 – Captor externo tipo fresta
4 – Captor tipo cabina
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Consiste na substituição do agente por um outro equivalente porém inerte ou menos tóxico:
3) UMIDIFICAÇÃO
A umidificação é um dos mais eficientes métodos de controle de poeiras em ambientes de trabalho e
pode ser feita em diversas operações
jateamento de areia , britagem e moagem
perfuração de rochas
4) ISOLAMENTO
O isolamento das operações poder ser feito de duas formas: isolamento no tempo e/ou no espaço, isto é a
realização das operações em uma hora onde a quantidade de expostos é pequena, ou em um local longe
de outros trabalhadores.
5) ENCLAUSURAMENTO
É o fechamento das máquinas e dos equipamentos e geralmente combinado com um sistema de exaustão
ou isolamento no espaço e pode ser utilizado em diversas operações como:
O enclausuramento funciona bem em equipamentos ou operações com ciclos longos como nos tamborões
de indústria cerâmica, que funciona durante vários dias. Para operações com alimentação contínua o
enclausuramento não pode ser total, diminuindo sua eficiência.
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MODIFICAÇÃO DE MÉTODOS, PROCESSOS E/OU EQUIPAMENTOS
6) MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Um programa completo de manutenção preventiva serve para evitar poluição por ruído, gases, vapores e
aerodispersóides, através da eliminação de folgas e frestas e da lubrificação eficiente.
O Equipamento de Proteção Individual deve ser utilizado somente em algumas situações especiais como:
A utilização do EPI além de satisfazer o critério acima descrito para o seu uso, apresenta alguns
inconvenientes como:
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- suas limitações que devem ser conhecidas pelos usuários.
- o seu uso de forma adequada, utilizando o EPI adequado
- a sua manutenção e guarda devem ser feitas adequadamente.
2) TREINAMENTO
3) EXAMES MÉDICOS
A empresa deve realizar os exames médicos admissionais, periódicos e demissionais e realizando todas as
avaliações biológicas compatíveis com o tipo de risco de exposição e outras técnicas de detecção precoce de doenças
profissionais.
4) ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Pode-se reduzir a exposição dos trabalhadores reduzindo-se o período de exposição. Pode-se também adotar um
sistema de rodízio entre os trabalhadores, no entanto esta técnica deve ser utilizada com muito cuidado, pois não
elimina o risco, apenas o dilui, distribuindo-o entre os próprios trabalhadores.
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CONCEITOS BÁSICOS NA AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS
• CICLO DE TRABALHO
• PONTO DE TRABALHO
• ZONA RESPIRATÓRIA
Nas avaliações para a caracterização da exposição ocupacional a agentes químicos, é importante que a coleta ou medição seja feita
dentro da chamada Zona Respiratória e que o Tempo de Amostragem seja maior que pelo menos um Ciclo de Trabalho, a fim de
evitar que alguma parte da operação não seja avaliada. É importante também o uso
de cintos para prender a bomba na cintura e o conjunto de coleta, de forma que fique dentro da Zona Respiratória e não interfira
com a roupa e o conforto do trabalhador.
A avaliação dos agentes químicos pode ser qualitativa ou quantitativa e é a segunda fase da Higiene do Trabalho, após o
reconhecimento da existência de determinado agente agressivo.
A avaliação quantitativa de um ambiente de trabalho é o ponto de partida para o planejamento das medidas de controle a serem
adotadas para a eliminação ou atenuação dos riscos presentes e para a avaliação das medidas de controle adotadas.
A avaliação quantitativa dos agentes químicos é muito complexa e dispendiosa, tendo em vista que para cada agente existe um
método de coleta e/ou análise, utilizando equipamentos analíticos bastante diversificados como Difratometria de Raios X,
Espectrofotometria de Absorção Atômica, diversos tipos de Cromatografia e outras técnicas sofisticadas.
Em algumas situações, onde a presença dos agentes em grandes concentrações é visível, dispensando-se a avaliação quantitativa e
adotando-se a avaliação apenas qualitativa e o dinheiro que seria investido na avaliação pode ser de imediato aplicado em medidas
de controle, após o que torna-se indispensável a avaliação quantitativa, pois em algumas situações os ambientes parecem limpos
quando na verdade o trabalhador pode estar com sua saúde comprometida, pois no caso das poeiras siliciosas, as partículas visíveis
tem diâmetro de 50 ou mais micrômetros, quando a fração respirável está entre 0,.5 a 10 micrômetros.
28
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM PARA AVALIAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
ETAPAS DA AVALIAÇÃO
- Levantamento preliminar
- Avaliação (amostragem e análise)
- Projeto e implantação das medidas de controle
- Avaliação da eficiência das medidas adotadas(Avaliação)
Geralmente amostram-se três dias, com 75% do período de trabalho(6 a 8hs). O número de amostras vai depender do tempo de
amostragem para cada coleta, que por sua vez é limitado pelos níveis de concentração ambiental e pelo volume mínimo e máximo
permitido pelo método.
O tempo de amostragem nunca poderá ser inferior ao do Ciclo de Trabalho, pois as operações mais críticas são geralmente no
início e no fim do ciclos, com a carga e descarga dos reatores.
TIPOS DE AMOSTRAGEM
PESSOAL
O amostrador acompanha ao trabalhador durante todo o período de trabalho e é colocado próximo à região respiratória. É o tipo
mais indicado de amostragem para caracterizar a exposição.
AMBIENTAL
Próxima do ponto mais poluído do ambiente e nos dá informações sobre a emissividade da fonte, servindo às vezes para o
dimensionamento do sistema de controle de poluição.
29
INSTANTÂNEA
Quando o tempo de amostragem é menor que cinco minutos e serve para verificarmos se o Valor Máximo não foi atingido e
fornece informações sobre o processo e serve também para se avaliar as os instantes de maiores concentrações. Uma grande
aplicação das avaliações instantâneas, que são realizadas por equipamentos de leitura direta é a localização de fontes poluidoras.
CONTÍNUAS
Tempos de coleta maiores que 30 minutos e servem para a comparação com os limites de tolerância que é Média Ponderada no
Tempo.
TIPO DE COLETOR :
1- Filtro membrana de PVC(poeira de sílica e algodão), Éster de Celulose(Amianto e fumos)
2- Sólido adsorvente: Carvão ativado para solventes orgânicos
Sílica Gel para solventes polares
3- Líquido absorvente
OUTROS CUIDADOS
A maioria das coleta é com separação dos contaminantes, que não exige sensibilidade muito alta dos equipamentos analíticos. A
coleta de ar total já exige alta sensibilidade analítica e a análise deve ser feita o mais rápido possível o produto não está adsorvido
podendo permear através das paredes do equipamento de coleta (frasco de coleta ou sacos de amostragem).
O transporte a as condições de armazenamento das amostras deve seguir a orientação do laboratório que irá fazer as análises.
As amostras em branco são muito importante para a validação dos resultados.
Separar os filtros amostrados dos não amostrados, utilizando o código de cores (azul para virgens e vermelho para os amostrados)
Toda amostragem deve ser precedida da calibração da bomba e ao final se deve fazer a aferição da da mesma..
Os cassetes amostrados devem ser acondicionados em mala especialmente desenhada para isso e não podem sofrer impacto e nem
serem virados.
Todos os campos da Folha de Campo devem ser preenchidos.
30
Calibração do conjunto de amostragem
A calibração da bomba deve ser feita no conjunto de amostragem que será utilizado na coleta.
O tubo graduado de 500cc deve ser utilizado para vazões entre 1 e 4 litros por minutos e o tubo de 50cc para vazões abaixo de 1
litro por minuto. O tempo que a bolha demora para percorrer o volume de calibração deve ser medido com um cronômetro de
precisão.
CORREÇÃO DA VAZÃO
Se as condições de temperatura e pressão barométrica forem substancialmente diferentes do local de calibração, isto é,
aproximadamente ± 40 mmHg (1500 pés de elevação) ou ± 11°C de variação, é necessário a calibração do rotâmetro de precisão
no local da amostragem onde as mesmas condições são presente, ou aplicar fatores de correção indicados nas tabelas 1 e 2
31
Tabela 1. Fator de Correção para Temperatura.
Exemplo
Uma bomba foi calibrada em São Paulo((700 m de altitude e 690mmHg) com uma vazão de 2,0 litros por minuto e utilizada em
Cubatão(760 mmHg). Qual a vazão real?
COLETA DE AMOSTRAS
Sacos de amostragem
AR TOTAL Frascos de amostragem
Seringas
32
COLETA DE AMOSTRAS
Retenção em filtros
C/SEPARAÇÃO Absorção em meio liquido
DOS CONTAMIN. Adsorção em meio sólido
Condensação de vapores.
A coleta de ar total, exige um método de alta sensibilidade, tendo em vista que o contaminante vem diluído em ar. Já o método da
amostragem com a separação dos contaminantes fornece o contaminante concentrado absorvido em meio líquido ou adsorvido em
meio sólido. Em ambos os casos a análise deve ser realizada o mais rápido possível pois o contaminante pode permear através das
paredes plásticas ou sofrer uma dessorção perdendo-se parte da amostra
Existem medidores específicos para determinados tipos de gases e vapores e sua leituras geralmente são instantâneas, porém se
forem acoplados a um registrador, avaliaçðes contínuas(tempo de medição maior que 30 min) poderio ser feitas.
As avaliaçðes instantâneas são muito úteis quando se quer informaçðes sobre o processo.
1) TUBOS REAGENTES
Um dos equipamentos mais utilizados em avaliaçðes ambientais são os tubos reagentes, que são tubos de vidro selados, no interior
dos quais existe um produto químico que reage especificamente com o poluente a ser medido, mudando a coloração da camada
reagente, sendo sua concentração diretamente proporcional ao seu comprimento. Isto que dizer que cada tubo reagente é específico
para determinado produto ou família de produtos. A leitura normalmente é feita em uma escala gravada no tubo, porém válida
para um certo volume de ar amostrado, expresso pelo número de aspirações especificado no tubo. Alguns tubos não trazem a
escala gravada, sendo a concentração nesse caso obtida mediante o número de aspirações realizadas, isto é quanto maior o volume
amostrado, menor a concentração.
Como exemplo pode-se citar o caso do tubo reagente Fosgênio (0,05a) que possui uma camada reagente de cor amarela que após a
exposição a vapores de fosgênio torna-se cinza azulada e como o tubo não possui escala, a leitura é feita quando a camada
indicativa ficar toda colorida e a leitura é feita de acordo com o nº de aspirações dadas:
33
sofrer alterações.
Esse método não é muito preciso, poderá dar um erro de 10 a 20%, no entanto o seu maior problema é a interferência de outros
produtos, por isso leia atentamente a bula, que indicará possíveis interferentes e a correspondente cor da camada indicativa.
Existem outros tubos reagentes, como os de longa duração e os tubos reagentes de leitura direta por difusão.
Os tubos de longa duração exigem a utilização de bombas de acionamento motorizado, com baterias recarregáveis, ao invés da
bomba manual.
Os tubos de leitura direta por difusão, são presos à lapela do trabalhador e durante o período de amostragem, possui apenas um dos
lados abertos, permitindo que o contaminante específico entre dentro do tubo, por um processo de difusão e reaja com a camada
indicativa, colorindo-a. Esse tipo de amostrador também é chamado de passivo, isto é não necessita de bomba de aspiração.
Existem tubos reagentes que liberam vapores corrosivos e que exigem a utilização de um tubo adicional após o tubo de leitura,
para reter os vapores corrosivos que poderio danificar a bomba de aspiração.
Algumas vezes, a camada reagente é muito instável e só pode ser preparada no momento da avaliação, nesse caso, existe um ou
mais tubos internos com o produto que será misturado na camada indicativa, no momento que quebrarmos o tubo reagente de
forma que o tubo interno seja também quebrado.
O levantamento de poeira total é feito utilizando-se uma bomba de amostragem individual, calibrada com uma
vazão de 1,5 litros por minuto, um cassete com filtro de PVC de 37 mm, com porosidade de 5 micrômetros,
acoplado à bomba. Como a concentração é dada em mg/m3, necessitamos da massa e do volume de ar coletado.
A massa coletada é obtida pesando-se o filtro antes e após a coleta e o volume coletado é calculado multiplicando-
se a vazão da bomba pelo tempo de coleta.
Com isso tem-se a concentração de poeira contendo sílica no ambiente, valor que deve ser comparado com o limite
de tolerância para verificar se está abaixo ou acima dele. Após a gravimetria, essa amostra é preparada e sofre uma
análise por Difratometria de Raio X, sendo o LT então calculado :
24
LT = ----------------
% SiO2 + 3
Tem-se agora a concentração ambiental e o LT, com os quais se faz uma comparação e se a concentração estiver
acima da metade do LT, deve-se adotar ou melhorar as medidas de controle existentes.
O levantamento de poeira respirável é feito da mesma forma, porém a vazão da bomba de amostragem deve ser de
1,7 litros por minuto e após o cassete com o filtro conecta-se um ciclone separador de nylon de 10mm, que permite
a passagem sòmente de partículas menores que 10 micrômetros, que ficam retidas no filtro e as maiores que 10
micrômetros, sendo mais pesadas, depositam-se no fundo do ciclone. Nesse caso os procedimentos de cálculo são
os mesmos com exceção do cálculo do LT que será:
34
8
L T = ----------------
% SiO2 + 2
No caso de coleta de poeira pelo método do impinger (impactador), é feita uma contagem por microscopia ótica,
com leitura em campo claro e o limite de tolerância deverá ser expresso em milhões de partículas por decímetro
cúbico:
8,5
L T = --------------(mppdc)
% SiO2 + 10
35
AVALIAÇÃO DE POEIRA DE SÍLICA
DETERMINAÇÃO
DA CONCENTRAÇÃO
DETERMINAÇÃO DA % DE
SÍLICA LIVRE
CRISTALIZADA
36
AMOSTRAGEM DE AGENTES QUÍMICOS
AMOSTRADORES PESSOAIS
Os amostradores pessoais são dispositivos de coleta montados próximos à Região Respiratória do trabalhador para a avaliação da
exposição ocupacional a diversos agentes químicos, utilizando diversos tipos de adsorventes sólidos (Sílica Gel, Carvão Ativado,
Poropak, Tenax etc.)
No caso de materiais particulados, utilizamos os filtros membrana de PVC, Ester de Celulose, Fibra de Vidro. No passado
utilizou-se impingers para a coleta de poeira de sílica, cuja quantificação era feita por microscopia ótica por contagem em campo
claro.
No caso dos solventes orgânicos tem-se utilizado os tubos com carvão ativado como adsorvente sólido.
Os Amostradores Ativos utilizam bombas de amostragem para a aspiração da amostra, enquanto que os Passivos utilizam o
princípio da difusão para a coleta dos contaminantes.
AMOSTRADORES ATIVOS
Utilizam bombas de amostragens, que são equipamentos especiais com algumas características:
PORTÁTEIS(pois serão montadas na cintura do trabalhador)
FONTE DE ENERGIA PRÓPRIA(Bateria recarregável, com capacidade para pelo
menos 8 horas de amostragem)
VAZÃO REGULÁVEL(cada método utiliza uma vazão diferente)
SEGURANÇA INTRÍNSECA(pois trabalhará em áreas classificadas)
Os amostradores passivos não necessitam de bombas de aspiração, pois a amostra é aspirada através do princípio da difusão,
sendo mais leves e confortáveis que os ativos, no entanto o seu uso é limitado aqueles materiais que interagem com o dispositivo
de coleta e são influenciados por algumas variáveis ambientais como velocidade de vento, temperatura e umidade relativa.
A massa coletada é função direta da velocidade de difusão, que é uma característica do par de gases formado, da Área do
amostrador e indireta do percurso de difusão.
VAZÃO = (D x A) / L
MASSA COLETADA = (D x A) / L x C x T
Onde: D = Coeficiente de Difusão (cm2/seg)
A = Área (cm2)
L = Percurso de Difusão (cm)
C = Concentração do Poluente
37
FATORES QUE INTERFEREM NA COLETA COM O AMOSTR. PASSIVO
1) Temperatura
O aumento da temperatura em 10°C provoca um erro de 1,8%
2) Umidade Relativa
A umidade relativa alta reduz a capacidade máxima do adsorvente
3) Vento
O vento interfere no processo de difusão, sendo necessária a utilização de alguns recursos como: telas, folhas atenuantes,
membranas de permeação ou o uso de coletores com cavidades.
4) Geometria do Amostrador
A variação da geometria do amostrador permite a coleta de amostras de altas ou baixas concentrações, alterando-se a
relação entre a Área e o espaço de difusão.
5) Tempo de Resposta
O tempo de resposta está relacionado com a geometria do amostrador e varia de 0,1s a 1,5minutos.
Existem muitos tipos de monitores para inorgânicos, que utilizam os mais diferentes materiais coletores, incluindo em alguns,
kites para análise.
38
Montagem de conjunto para amostragens ambientais.
39
MONTAGEM DE DISPOS. PARA COLETA DE POEIRA DE ALGODÃO
(Elutriador Vertical de Lunsden Linch)
Mangueira
Filtro de PVC,
37mm e 5µ µm
porosidade
D= 12,7CM
29,6 cm
21,6cm
150 cm
Bomba de
Amostragem
////////////////////////////////////////////////////////////////
40
PRECISÃO E EXATIDÃO
A precisão é a repetibilidade ou reprodutibilidade de medidas individuais expressas em Desvio Padrão S ou Desvio Padrão
Relativo Sr.
Todos os métodos e equipamentos apresentam uma precisão e exatidão que deve ser conhecida pelos técnicos responsáveis pelas
avaliações ambientais.
Se um laboratório fornecer uma mistura de cloro em ar na concentração de 10 ppm e pedir para medir essa concentração sem que
se saiba esse valor, e a medição for feita com um tubo reagente, dificilmente se obterá o valor exato de 10ppm, porque o tubo
reagente não possui uma precisão e uma exatidão de 100%. Como o tubo reagente para cloro tem um desvio padrão relativo entre
10 e 15% (vide tabela abaixo), os valores medidos para essa concentração estariam entre 8,5 e 11,5 ppm., isto é se for feita uma
única medição com o tubo reagente, poderia se obter qualquer valor entre esses dois números, inclusive o 10 ppm. Por isso se
torna necessário um grande número de medições instantâneas (8 a 11) para determinarmos o valor exato dessa concentração, na
determinação do Limite de Tolerância Média Ponderada.
Foi feita a seleção de alguns métodos NIOSH que têm correspondentes nos tubos reagentes, para se fazer s uma comparação entre
os dois e se verificar que não existem diferenças significativas entre eles, porque o tubo reagente apesar de ser menos eficiente,
utiliza apenas uma operação, pois após a reação é feita e leitura, enquanto que o método NIOSH utiliza muitas operações, como
coleta e análise acumulando os erros de calibração das bombas e leitura do tempo de amostragem, com os erros de análise.
41
GRUPOS HOMOGÊNEOS DE EXPOSIÇÃO(ou SIMILARES)
Como a avaliação da exposição ocupacional aos agentes químicos é complexa, cara e demorada, não se avalia toda a
população trabalhadora e sim uma amostragem que seja representativa da exposição dessa população.
Assim divide-se os trabalhadores em Grupos Homogêneos de Exposição(GHE), de tal forma que a avaliação de um
trabalhador seja representativa de todo o grupo.
GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO é um grupo de trabalhadores que tem o mesmo perfil de exposição, com
as mesmas tarefas nos mesmos ambientes, sujeitos aos mesmo produtos químicos e turno de trabalho.
FUNÇÃO
TAREFA
EXPOSIÇÃO
GHE PRODUTOS QUÍMICOS
AMBIENTES
TURNOS
Após a determinação de todos os GHE, se numera os trabalhadores, que serão selecionados de acordo com a Tabela
de Números Aleatórios, para evitar qualquer interferência do avaliador.
Serão necessárias pelo menos 6 avaliações para cada GHE, para que se possa fazer um tratamento estatístico desses
resultados, pois se está avaliando a amostra e não o universo dos trabalhadores..
Geralmente se inicia a avaliação no Exposto ao Maior Risco(MRE), que é determinado por observação direta ou
através das avaliações. Quando o MRE não é conhecido, utilizamos a tabela para o tamanho da amostra parcial para
os 10% mais expostos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NIOSH OCCUPATIONAL EXPOSURE SAMPLING STRATEGY MANUAL
U.S. Department of Health, Education, and Welfare
Public Health Service – Center for Disease Control - NIOSH
42
Quadro comparativo entre os métodos NIOSH / tubos reagentes DRAGER
DESVIO PADRÃO
PRODUTO FAIXA DE n p a RELATIVO
MEDIÇÃO DRAGER NIOSH
(ppm) (%) (% e método)
Foram pesquisados um total de 136 tubos reagentes de leitura direta de curta duração da Drager, perfazendo um total de 80
substâncias, pois existem vários tubos para um mesmo produto e desse total foram selecionados para comparação apenas 36 tubos
reagentes..
43
DESVIO PADRÃO RELATIVO
5 – 10 1 2,9 2 6,7
10 – 15 14 40,0 15 50,0
15 – 20 14 40,0 11 36,6
20 – 30 3 8,6 2 6,7
30 – 40 1 2,8 - -
> 40 2 5,7 - -
Oitenta por cento dos tubos reagentes selecionados, possuem um desvio padrão relativo entre 10 e 20 por cento, enquanto que os
métodos NIOSH possuem 86,6% com um desvio padrão relativo entre 11 e 15%.
Uma poeira com LT de 10 mg/m3 teve 17 amostras de período completo, coletadas aleatoriamente de trabalhadores em um GHR,
resultando o seguinte conjunto de dados:
2,5 - 2,1 - 2,5 - 2,1 - 1,3 - 2,4 - 2,5 - 2,2 - 1,9 - 1,8 - 12,0 - 2,0 - 2,2 - 1,8 - 2,9 - 2,8 - 9,8.
LT = 10 mg/ m3
NA= 5 mg/ m3
Elimina-se os valores de 9,8 e 12,0, se houve o acompanhamento completo do período de amostragem, não ocorrendo nada de
anormal com a operação e com o sistema de ventilação.
Porém se durante esse período ocorreu alguma alteração na operação, manutenção ou parada do sistema de ventilação, esse valor
deve permanecer.
Colocando em ordem crescente os dados obtidos teremos:
1 - 1,3 10 - 2,4
2 - 1,8 11 - 2,5
3 - 1,8 12 - 2,5
4 - 1,9 13 - 2,5
5 - 2,0 14 - 2,8
6 - 2,1 15 - 2,9
7 - 2,1 16 - 9,8
8 - 2,2 17 - 12,0
9 - 2,2
44
Supondo nesse caso que nada de anormal ocorreu durante a amostragem, que pudesse provocar um aumento exagerado na
concentração, elimina-se os dois últimos valores.
∑ i =1 [ln( xi ) − ln( MG ) ]
n
ln (DG) =
n −1
ln (MG) 0,77..........................MG = 2,16
45
ESTRUTURA DO MÉTODO NIOSH
AMOSTRADOR: TÉCNICA:
VAZÃO: ANALITO:
VOLUME-MIN.: DESORÇÃO:
-MAX.:
VOLUME DE INJEÇÃO:
TRANSPORTE:
TEMPERATURA:
ESTABILIDADE:
GÁS DE ARRASTE:
BRANCOS:
COLUNA:
CALIBRAÇÃO:
FAIXA:
PRECISÃO
FAIXA ESTUDADA: MASSA ESTIMADA:
BIAS:
PRECISÃO GERAL: PRECISÃO:
EXATIDÃO:
APLICABILIDADE:
INTERFERENTES:
OUTROS MÉTODOS:
46
FOLHA DE CAMPO – COLETA DE AMOSTRAS AMBIENTAIS
Empresa
Responsável pela Coleta
Data da Coleta
HORÁRIO 1º HORÁRIO 2º
Liga Liga
Desliga Desliga
Subtotal (min) Subtotal
Tempo Total (min) Tempo Total (min.)
Setor
Operação/Equipamento/avaliados
Nome do Trabalhador
Horário de Trabalho
DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO/EQUIPAMENTO
47
DADOS T (s) T (s) Q (L/min) DADOS T (s) T (s) Q (L/min)
DE DE
CALIBRAÇÃO CALIBRAÇÃO
Q (%) Qm
OUTRAS INFORMAÇÕES
Substância amostrada:
Outros componentes:
OBSERVAÇÕES GERAIS
48
Bibliografia recomendada para reconhecimento de riscos químicos
1) Encyclopaedia of Occupational Health and Safety -Fourth Edition - International Labor Office- Geneva. Jeanne Mager
Stellman, PhD. – 1998
2) Dangerous Properties of Industrial Materials –N.IRVING SAX – Richard J. Lewis – Seventh edition - 1993Van Nostrand
Reinhold Company.
5) William A Burgess – Identificação de possíveis riscos à saúde do trabalhador nos diversos processos industriais. Ergo-
1997- BH. 540 pg7) Shreve, R. Norris; Brink Jr., Joseph A – Indústrias de Processos Químicos Editora Guanabara Dois – 1980 –
717 pg
3) Industrial Hygiene Aspects of Plant Operations Lester V. Cralley- Lewis J. Cralley - Macmillan Publishing company – 1985
4) Industrial Hazards of Plastics and Syntetic Elastomers. Symposium on Occupational Hazards related to Plastics and
Syntetic Elastomers. ESPOO - FINLAND -22 a 27 de novembro de 1982.
6) AIHA –AMERICAN INDUSTRIAL HIGYENISTS ASSOCIATION – Neil C. Hawkins, Samuel K. Norwood, James C. Rock
– A Strategy for Occupational Exposure Assessment. AKRON – AIHA – 1991 –179pg.
8 ) Bland, William F. e Davidson, Robert L.- Petroleum Processing Handbook Mc Graw-Hill Book Co. 1967
8) Tintas e Vernizes – Ciência e Tecnologia Jorge M.R.Fazenda –Editora da ABRAFATI – 2 vol, 1279pg
9) Brevigliero E., Possebon J., Spinelli Robson. Higiene ocupacional – Editora SENAC São Paulo –2008 3a ed. 448pg
49
NORMAS DE HIGIENE DO TRABALHO DA FUNDACENTRO
NHO 02 - Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Análise Qualitativa da Fração Volátil (vapores Orgânicos)
Em Colas, Tintas e Vernizes Por Cromatografia Gasosa / Detector de Ionização de Chama.
NHO 04 – Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio de Coleta e a Análise de Fibras em Locais de
Trabalho.
NHO 05 – Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional aos
Raios X nos Serviços de Radiologia.
50
Relação dos fornecedores de equipamentos para a avaliação dos
ambientes de trabalho.
3) DRAGER (P.DATTLER)
Tel.: (011) 4213889 – Al. Araguaia, 933 –9 andar
4) J. BRASIL
Rua Gal. Polidoro, 31 – 011- 277-0489
Tel.: (011)2770489
7) POLITEST
Rua Reims, 185 CEP 02517-010 Tel. 3857-7055(José Luiz)
8) INSTRUTHERM
Termômetros digitais, anemômetros e psicrômetros.
Rua Souza Filho, 669 - 876-7056- 3932-2800
51