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Grupo B: resíduos químicos.

Gestão de resíduos químicos no Instituto de Química da


USP.

Dra. Patricia Busko Di Vitta


pabusko@iq.usp.br

Serviço de Gestão Ambiental e Resíduos


1
● Legislação aplicável
● Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos Químicos
● Gerenciamento de Resíduos Químicos no Instituto de Química
da USP

2
Legislação Aplicável
● Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010;
● Política Estadual de Resíduos Sólidos - Lei 12.300/2006;
● Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 6.938/1981;
● Políticas de Gestão Ambiental da UNIFESP (Política de Resíduos Sólidos);
● Resolução ANVISA RDC Nº 222/2018;
● Resoluções CONAMA Nº 358 (2005), 357 (2005), 397 (2008) e 430 (2011);
● Norma Técnica CETESB P4.262/2007: Gerenciamento de resíduos químicos;
provenientes de estabelecimentos de serviços de saúde: procedimento;
● Lei de Crimes Ambientais - Lei 9.605/1998;
● entre outras.
3
Resoluções
ANVISA RDC Nº 222/2018 CONAMA Nº 358/2005
Regulamenta as Boas Práticas de Dispõe sobre o tratamento e a
Gerenciamento dos Resíduos de disposição final dos resíduos dos
Serviços de Saúde e dá outras serviços de saúde e dá outras
providências. providências

Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características, podem apresentar risco de infecção;
Grupo B: resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à saúde pública ou
ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade;
Grupo C: rejeitos radioativos;
Grupo D: resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao
meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares;
Grupo E: resíduos perfurocortantes ou escarificantes.

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5
GRUPO B: ...Produtos farmacêuticos - Resíduos de saneantes, desinfetantes,
desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório,
inclusive os recipientes contaminados por estes. - Efluentes de processadores de
imagem (reveladores e fixadores). - Efluentes dos equipamentos automatizados
utilizados em análises clínicas. - Demais produtos considerados perigosos: tóxicos,
corrosivos, inflamáveis e reativos.

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Norma Técnica CETESB P4.262/2007: Gerenciamento de resíduos químicos;
provenientes de estabelecimentos de serviços de saúde: procedimento;

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CETESB / P4.262 / Ago/07 - Definições

● Resíduos químicos: resíduos resultantes de atividades de estabelecimento de prestação de serviços


de saúde, podendo ser: produtos químicos impróprios para uso (vencidos ou alterados), frascos ou
embalagens de reagentes, sobras de preparação de reagentes e resíduos de limpeza de
equipamentos e salas.
Não se enquadram nesta definição resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados,
interditados ou não utilizados), drogas quimioterápicas e materiais contaminados pelas mesmas.

● Resíduos químicos perigosos


Resíduos pertencentes ao Grupo B, conforme Resolução CONAMA n° 358 e classificados como
perigosos de acordo com a NBR 10.004 por apresentarem características de toxicidade, reatividade,
inflamabilidade, corrosividade ou quaisquer combinações dentre elas.

● Resíduos químicos não perigosos


Resíduos químicos de atividades de estabelecimentos de prestação de serviços de saúde que não
apresentam características de toxicidade, reatividade, inflamabilidade e corrosividade. Dessa forma,
esses resíduos se enquadram nos Grupos A, D ou E em função de suas características.
8
CETESB / P4.262 / Ago/07

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Gestão de Resíduos Químicos
Conjunto de atividades técnicas e administrativas, que envolvem:
● Levantamento dos resíduos gerados
● Adoção de medidas de minimização
● Segregação
● Acondicionamento
● Identificação
Etapas interligadas!
● Armazenamento
● Transporte Processo dinâmico!
● Destinação final ambientalmente adequada
● Registros e Controles

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Levantamento
● Consiste na quantificação, caracterização e classificação dos resíduos gerados;

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Minimização

Qualquer ação que reduza a quantidade ou a periculosidade dos resíduos antes do


tratamento ou da disposição final.

● Redução na fonte – elimina a geração de resíduos;


● Reaproveitamento: Reduz a quantidade de resíduo a ser enviada para disposição
final (reciclagem, reuso).

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Segregação

ABNT NBR 10.004: Estabelece os


critérios para a classificação de
resíduos e os códigos para a
identificação dos resíduos de acordo
Não Perigoso Perigoso com suas características.

Estado Físico Estado Físico

Destinação final Incompatibilidade


ambientalmente química
adequada

Destinação final
ambientalmente adequada
13
ABNT NBR 10.004 - Define
Periculosidade de um resíduo:
Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando
seus índices;
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.

Resíduos sólidos:
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
14
ABNT NBR 10004 - Classificação de resíduos:
● A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu
origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com
listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.
● A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser
criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que
lhe deu origem.
● Para os efeitos desta Norma, os resíduos são classificados em:

a) resíduos classe I - Perigosos;

b) resíduos classe II – Não perigosos;

– resíduos classe II A – Não inertes.

– resíduos classe II B – Inertes.


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● Resíduos Perigosos:

Aqueles que apresentam periculosidade ou que apresentam características de


inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, ou patogenicidade.

São listadas propriedades que uma amostra do resíduo deve apresentar para que o
mesmo possa ser categorizado como inflamável, corrosivo, reativo, tóxico ou
patogênico.

● Resíduos Não Perigosos:

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos.

16
ABNT NBR 10004

17
ABNT NBR 10004

18
Fontes de Informação
NR 26
ABNT 14725
● FDS;
● Rótulo do Produto;
● The Merck Index, catálogos e “Handbooks”;
● Sites específicos.

19
20
FDS

21
Rotulagem

22
GHS

● Globally Harmonized System of Classification and Labeling of Chemicals


(Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos).
● Proposto e elaborado pelas Nações Unidas.
● Distribui produtos químicos em classes de modo a categorizar, graduar e
classificar os produtos químicos.
● Propõe elementos harmonizados de comunicação de perigos, incluindo rótulos e
fichas de segurança.
● Visa garantir uma melhor proteção à saúde humana e ao meio ambiente durante
o manuseio de produtos químicos, incluindo o seu transporte e uso final.

23
24
Perigos Físicos (17)
Classes de Perigo
Explosivos
Gases, líquidos e sólidos inflamáveis
Aerossóis
Gases oxidantes e gases sob pressão
Substâncias e misturas auto-reativas e auto-aquecíveis
Líquidos e sólidos pirofóricos
Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis
Líquidos e sólidos oxidantes
Peróxidos orgânicos
Corrosivo aos metais
Explosivos dessensibilizados
Perigos à saúde humana (10)

Toxicidade aguda Perigos ao meio ambiente (2)


Corrosão/irritação da pele
Lesões oculares graves/irritação ocular Perigoso ao ambiente aquático
Sensibilização respiratória ou dérmica Perigoso à camada de ozônio
Mutagenicidade em células germinativas.
Carcinogenicidade
Toxicidade à reprodução
Toxicidade sistêmica em órgão alvo – exposição única
Toxicidade sistêmica em órgão alvo – exposição múltipla
Perigoso por aspiração
“Produto químico não classificado como perigoso” 25
Pictogramas

26
Palavra de Advertência

● Perigo
● Atenção

27
Frases de Perigo
P273 Evitar a liberação para o
ambiente

Frases de Precaução

H314 Provoca queimaduras na


pele e lesões oculares graves

28
Dra. Marcela Gerardo Ribeiro, Fundacentro
1. Identificação
FDS
2. Identificação de perigos
3. Composição e informações sobre os ingredientes
4. Medidas de primeiros-socorros
5. Medidas de combate a incêndios
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
7. Manuseio e armazenamento
8. Controle de exposição e proteção individual
9. Propriedades físicas e químicas
10. Estabilidade e reatividade
11. Informações toxicológicas
12. Informações ecológicas
13. Considerações sobre destinação final
14. Informações sobre transporte
15. Informações sobre regulamentação
29
16. Outras informações
30
The Merck Index, catálogos e “Handbooks”

30
Sites
• European Chemical Agency • CAMEO Chemicals
https://echa.europa.eu/ https://cameochemicals.noaa.gov/search/simple

• NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards


https://www.cdc.gov/niosh/npg/npgsyn-a.html

• Cetesb – manual de produtos químicos


http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/produto_consulta_nome.asp

• International Chemical Safety Cards (ICSC)


http://www.ilo.org/dyn/icsc/showcard.home

• GESTIS Substance Database


https://gestis-database.dguv.de/

31
Sites

As buscas podem ser feitas pelo nome ou pelo número


CAS do produto

O número CAS ou registro CAS é o número de registro no banco de dados do


Chemical Abstracts Service, uma divisão da Chemical American Society.

Como encontrar o CAS de uma substância:

FDS - Campo 3: composição e informações sobre os ingredientes

32
Buscando o CAS do produto

33
É só isso?
Resoluções CONAMA

357/2005 397/2008 430/2011

Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá
outras providências.

Decreto Estadual Nº. 8.468, de 8/9/1976 (São Paulo);


Norma Brasileira ABNT NBR 9800:1987.
Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário - Procedimento

Dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente

Norma Brasileira ABNT NBR 9800:1987


Estabelece critérios para o lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público
do esgoto sanitário. 34
Segregação

ABNT NBR 10.004: Estabelece os


critérios para a classificação de
resíduos e os códigos para a
identificação dos resíduos de acordo
Não Perigoso Perigoso com suas características.

Estado Físico Estado Físico

Destinação final Incompatibilidade


ambientalmente Resoluções CONAMA (357: 2005,
adequada
química 397: 2008 e 430: 2011, ABNT NBR
9800:1987 - estabelecem condições
e padrões de lançamento de
Destinação final efluentes em corpos receptores
ambientalmente adequada
35 35
Incompatibilidade Química

Produtos químicos são ditos incompatíveis quando reagirem


violentamente entre si, levando a explosões, à liberação de calor, ou
ainda à formação de substâncias altamente inflamáveis ou tóxicas,
entre outras.

36
Fontes de Informação

● Tabelas
● Listas
● FDS
● Matrizes
● Sites específicos

37
Lista

38
FDS
1. Identificação
2. Identificação de perigos
3. Composição e informações sobre os ingredientes
4. Medidas de primeiros-socorros
5. Medidas de combate a incêndios
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
7. Manuseio e armazenamento
8. Controle de exposição e proteção individual
9. Propriedades físicas e químicas
10. Estabilidade e reatividade
11. Informações toxicológicas
12. Informações ecológicas
13. Considerações sobre destinação final
14. Informações sobre transporte
15. Informações sobre regulamentação
16. Outras informações

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Matrizes

Um recurso bastante empregado na identificação de compatibilidades para


segregação de reagentes é a matriz de compatibilidade pelo método da EPA
(Environmental Protection Agency), que relaciona a compatibilidade de
substâncias a partir das classes químicas a que pertencem, sem trazer uma
relação direta entre seus nomes.

40
Método EPA-600/2-80-076 April 1980 (APÊNDICE 1)

41
Método EPA-600/2-80-076 April 1980 (APÊNDICE 1)

Ácido Acético = #3 (Ácidos orgânicos)

Trietilamina = #7 (Aminas)

42
https://www.epa.gov/hwpermitting/method-de
termining-compatibility-hazardous-wastes

43
Sites

44
Segregação

Não Perigoso Perigoso

Estado Físico Estado Físico


Tratamentos

Destinação final Incompatibilidade


ambientalmente química
adequada
Disposição Final

Destinação final
ambientalmente adequada
45
Avaliação da compatibilidade química entre os resíduos gerados
durante as aulas práticas nos laboratório de ensino

E os ânions?

46
Monografia apresentada por Daniel Rossado Oliveira para conclusão do MBA em Gestão Ambiental no PECE- EPUSP
Acondicionamento
Recipientes:
● que não levem a erros/acidentes;
● compatíveis com o resíduo;
● com resistência física;
● com capacidade adequada em função da geração, da frequência de retirada e do transporte
interno e externo.

Respeitando:

● NR32 - estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à


segurança e à saúde dos TRABALHADORES EM SERVIÇOS DE SAÚDE.
● RDC 222/2018 - regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de
Saúde e dá outras providências.
● Resolução CONAMA 275 (2001), que estabelece código de cores para a diferenciação de
resíduos e informações para a coleta seletiva.
● Legislação de transporte de produtos perigosos 47
Recipientes x Resistência Química

48
NR 32
Redação: Portaria MTE n.º 485, de 11 de Novembro de 2005 (DOU de 16/11/05 – Seção 1)
Atualização: Portaria SEPRT º 915, de 30 de Julho de 2019

32.3 Dos Riscos Químicos

32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos
químicos utilizados em serviços de saúde.
32.3.2 Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser
identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição
química, sua concentração, data de envase e de validade, e nome do responsável pela
manipulação ou fracionamento.

32.3.3 É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos.

49
MAS...
RDC Nº 222/2018 - Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos
de Serviços de Saúde e dá outras providências.

Art. 61 As embalagens e os materiais contaminados por produtos químicos, exceto as


embalagens primárias vazias de medicamentos cujas classes farmacêuticas constem
no Art. 59 desta Resolução (produtos hormonais e produtos antimicrobianos;
citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos, imunomoduladores;
antirretrovirais), devem ser submetidos ao mesmo manejo do produto químico que os
contaminou.

§ 1º As embalagens primárias vazias podem ser utilizadas para acondicionamento de


RSS do Grupo B (substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde ou ao
meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade), observada a compatibilidade química, conforme Anexo IV
desta Resolução.
50
51
Identificação

Rotulagem e Ficha com dados de segurança de resíduos (FDSR)

Deve comunicar a composição, os perigos e as medidas de precaução ou proteção que


devem ser adotadas para o manejo do resíduo, conforme a ABNT NBR 16725:2023 -
Resíduo químico perigoso - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente - Ficha
com dados de segurança de resíduos (FDSR) e rotulagem.

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FDSR
Deve ter 16 seções obrigatórias, claramente separadas, numeradas
seqüencialmente, na ordem que se segue e com a apresentação de
títulos, quais sejam:

1. Identificação
2. Identificação de perigos
3. Composição e informações sobre os ingredientes
4. Medidas de primeiros-socorros
5. Medidas de combate a incêndio
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
7. Manuseio e armazenamento
8. Controle de exposição e proteção individual
9. Propriedades físicas e químicas
10. Estabilidade e reatividade
11. Informações toxicológicas Para os resíduos químicos
12. Informações ecológicas classificados como não
13. Considerações destinação final perigosos, a FDSR não é
14. Informações sobre transporte obrigatória.
15. Informações sobre regulamentações
16. Outras informações
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Rotulagem
Para resíduos perigosos, conforme ABNT NBR 16725:2023, colocar
● identificação do resíduo químico perigosos e nome e telefone de emergência do
gerador
● composição química
● informação do perigo, conforme ABNT NBR 10004 ou ABNT NBR 14725.
● frases de precaução
● outras informações

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Rotulagem

55
Rotulagem

Para resíduos não perigosos, a Norma Brasileira ABNT NBR 16725:2023


estabelece que o rótulo deve conter no, mínimo, as seguintes informações:

● o nome do resíduo químico.


● o nome e o telefone de emergência do gerador.
● a frase “Este resíduo químico é classificado como não perigoso, conforme a
ABNT NBR 10004 e as Regulamentações de Transporte de Produtos
Perigosos e suas instruções complementares.” ou “Este resíduo químico é
classificado como não perigoso”

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Rotulagem - Simplificada Resíduo Químico
Pictograma não-perigoso- Solução Aquosa
não
Elementos presentes: Ácido Clorídrico
exigido (CAS 7647-01-0)

Produto químico não classificado como


perigoso de acordo com a ABNT NBR 10004
Setor:
_________
Local: NÃO DESCARTAR. PROVIDENCIAR
________ TRATAMENTO APROPRIADO ANTES DE
DESCARTE Responsável
__________
DESTINAÇÃO FINAL
HCl 0,001M Usar luvas de proteção/ proteção ocular. Caso sinta
Data início
pH = 3 _____/_____ indisposição, contate um CENTRO DE INFORMAÇÃO
Data ANTIVENENOS
término
____/______ CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA
CEATOX - 0800 0148110
Contato
__________ A Ficha com Dados de Segurança deste resíduo químico
RESÍDUO PERIGOSO? classificado como não
57
perigoso pode ser obtida por meio de…
Armazenamento

● local apropriado (critérios de construção, operação, sinalização…);


● temporário;
● segregação feita por periculosidade, classe de perigo, compatibilidade
química, estado físico, peso;
● utilizar contentores secundários;
● verificar exigências específicas (luminosidade, temperatura, atmosfera
inerte…), prazo de estocagem;
● armazenar apenas frascos fechados, íntegros e apropriadamente rotulados;
● fazer vistorias periódicas;
● não coletar ou armazenar em capelas ou pias;
● ...

58
59
60
Transporte interno/externo

● obedecendo normas de segurança (EPIs, quantidade, veículos compatíveis e


sinalizados, capazes de conter vazamentos);
● disponibilidade de absorvedores químicos/estrutura para atendimento a
eventuais acidentes;
● conforme Regulamento para o Transporte Terrestre de Produtos Perigosos da
Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) (documento fiscal,
certificação, vistoria e identificação de veículos, confecção de ficha de
emergência, habilitação específica, adoção de embalagens homologadas,etc.

61
Fonte: David Balbino de Oliveira, Chefe do STR - IQUSP em CD&TIQUSP,
1° curso EaD Gestão de Resíduos: Os resíduos químicos, atualizado.

Resíduo Perigoso
Armazenagem
Regulamentação Classificação Embalagens Rotulagem Documentação
e transporte

TRANSPORTE TERRESTRE DE PRODUTO PERIGOSO

NBRs 10.004/04, A ficha de


emergência e o
7500/23, envelope de
7.503/23i, A rotulagem dos segurança podem
Embalagem
13.221/21, volumes deve seguir a 7.503/23.
homologada para Nota fiscal,
16.725/23 entre Usar a Resolução ser feita de
transporte de declaração de
outras. 5.998/22 para acordo com a Verificar a transporte devem
produtos
Resolução enquadrar o NBR incompatibilidade seguir padrão de
perigosos. Item escrita na Resolução
5998/22 da resíduo num 16.725/2023. na NBR
6.1.1 da 5.998/22.
ANTT. número ONU da A sinalização do 14.619/23. MTR deveii seguir
resolução
CONAMA 5, 6 e lista. veículo deve padrão da NBR
5.998/22.
313. seguir a NBR 13.221/2023.
CADRI. 7.500/23. ii - em SP temos o SIGOR,
i - ficha de emergência deixou sistema da CETESB para
de ser obrigatória; geração de MTR, CDR e
outros documentos. 62
Destinação Final Ambientalmente Adequada

Tratamentos: podem ser efetuados no laboratório gerador ou por um terceiro, que pode
ser da própria instituição ou de uma empresa contratada. Tem como objetivo:

● Inativar
● Reduzir a periculosidade
● Reduzir o volume
● Diminuir a permeabilidade
● Permitir o reaproveitamento

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Destinação Final Ambientalmente Adequada

● Tratamento intra estabelecimento gerador (neutralização, oxi-redução,


precipitação, processos de adsorção, troca iônica, destilações...);
● Tratamento extra estabelecimento (físico-químicos, reciclagem, térmicos, etc.)

Disposição Final Ambientalmente Adequada

● Disposição Final - Disposição definitiva de resíduos no solo ou em locais


previamente preparados para recebê-los: Aterros. Para resíduos perigosos,
utiliza-se o denominado Aterro Classe 1;

64
Como determinar o tratamento adequado?
FDS
1. Identificação
2. Identificação de perigos
3. Composição e informações sobre os ingredientes
4. Medidas de primeiros-socorros
5. Medidas de combate a incêndios
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
7. Manuseio e armazenamento
8. Controle de exposição e proteção individual
9. Propriedades físicas e químicas
10. Estabilidade e reatividade
11. Informações toxicológicas
12. Informações ecológicas
13. Considerações sobre destinação final
14. Informações sobre transporte
15. Informações sobre regulamentação
16. Outras informações 65
Como determinar o tratamento adequado?

Sites

66
Como determinar o tratamento adequado?

Livros
● Destruction of Hazardous Chemicals in the Laboratory - George Lunn & Eric B. Sansone, John
Wiley & Sons, Inc. 1994
● Handbook of Laboratory Waste Disposal - Martin J. Pitt & Eva Pitt, Halsted Press 1987
● Hazardous Laboratory Chemicals Disposal Guide-Margaret-Ann Armour, Lewis Publishers
1996 (47, 603)
● Prudent Practices for Disposal of Chemicals from Laboratories - National Research Council
(E.U.) Committee on Hazardous Substances in the Laboratory, National Academic Press 1983
● Prudent Practices in the Laboratory - Handling and Disposal of Chemicals - National Research
Council (E.U.) Committee on Hazardous Substances in the Laboratory, National Academic
Press 1995
● Waste Disposal in Academic Institutions - James A. Kaufman, Lewis Publishers, Inc. 1990
● Manual de Biossegurança - 3ª edição, Mario Hiroyuki Hirata, Rosario Dominguez Crespo
Hirata, Editora Manole;
● Catálogos. 67
68
69
Registros e Controles

● Toda a documentação pertinente (geração, tratamentos, transporte,


destinação, produtos controlados, relatórios para órgãos ambientais, etc.)
● Plano de Gerenciamento de Resíduos, com o fluxo dos mesmos.

70
Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química da USP

71
Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química da USP

Graduação
•750 alunos
Bacharelado, Biotecnologia, Atribuições Tecnológicas,
Licenciatura e Química Ambiental
•3000 alunos/semestre de outras Faculdades/Institutos em Cursos Experimentais

Pós-Graduação
•450 alunos
116 Professores
184 Servidores técnico-administrativos
Cerca de 110 Laboratórios
72
Histórico – Resíduos Químicos
● Projeto FAPESP Infra V – 2001;
● Contrapartida: Prédio para instalação de laboratório para tratamento de
resíduos químicos;
● Contrapartida: Contratação de funcionário com dedicação exclusiva (2002,
DQF);
● Levantamento dos resíduos gerados (2002);

73
Histórico – Resíduos Químicos

● Instalação do laboratório para a realização de tratamentos específicos (Central


de Solventes - 2003, recuperação de solventes orgânicos, de mercúrio metálico
e tratamento de elementos potencialmente tóxicos);
● Criação do Setor Técnico de Tratamento de Resíduos (STRES, 2005) e do
Serviço de Gestão Ambiental e Resíduos (SVGAR, 2013 - Junção dos Setores
de Reagentes e de Resíduos Químicos).
● SVGAR: Responsável pela gestão

● Base legal e foco em segurança e sustentabilidade!


● Recursos institucionais.
74
IQUSP - Gestão de Resíduos Químicos - SVGAR

● Responsável por Produtos Controlados, Armazenamento de Reagentes, Gestão


de Resíduos Químicos e Treinamentos nas áreas afins;
● Treinamentos buscam divulgar procedimentos e trazer os atores envolvidos na
geração do resíduo para dentro do fluxo de gestão, de modo que todos entendam
a importância de sua ações (o que acontece se eu errar?)
● Responsável pelas renovações ou atualizações de Licenças, relatórios para
Órgãos Controladores, aquisições de embalagens e contratos de terceiros;
● Determina procedimentos relacionados à gestão de resíduos químicos;
● Inclui a gestão de resíduos de vidraria/frascos, pilhas, pirofóricos e explosivos.

75
IQUSP - Gestão de Resíduos Químicos - SVGAR

● Levantamento contínuo de resíduos gerados


● Permite repasse de custos
● Planejamento das aquisições
● Adequações
● Minimização
● ...

76
IQUSP - Gestão de Resíduos Químicos - Minimização
Gestor das Unidades Didáticas tem visão Unidade Didática Volume
global de reagentes e de resíduos gerados e de
pode propor ações para uma melhor gestão resíduo
EPT (L)
de resíduos nestes laboratórios.
2022
LDQA 195
Multiplicadores
LDQG 275

Parceiros LDQI 270


LDQO 15
LDFQ 45
LDBQ 5
Total 805
77
Banco compartilhado de dados de reagentes

Recorte da planilha de banco de dados dos reagentes dos laboratórios de ensino, com controle de estoque dos reagentes
disponíveis em cada laboratório
78
Monografia apresentada por Daniel Rossado Oliveira para conclusão do MBA em Gestão Ambiental no PECE- EPUSP
Banco compartilhado de dados de reagentes

Recorte da planilha de banco de dados dos reagentes dos laboratórios de ensino, com caracterização das suas
periculosidades.
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Monografia apresentada por Daniel Rossado Oliveira para conclusão do MBA em Gestão Ambiental no PECE- EPUSP
Avaliação dos experimentos das disciplinas experimentais introdutórias do Curso de Química visando a
redução e destinação adequada de resíduos
PUB 2020/2021: Bárbara Raíssa Russo, Bruno Murillo Roncoleta, Luana Buzzo Carrion, Patricia Busko de Vitta e Renato Sanches Freire
Este projeto compilou dados referentes aos diversos experimentos realizados nas primeiras quatro disciplinas experimentais do curso (QFL1111,
QFL1102, QFL2101 e QFL2103). Obteve-se um inventário riquíssimo em informações acerca dos reagentes utilizados e resíduos gerados em cada um
dos experimentos. Com isto, elaborou-se uma planilha para acesso prático dos docentes e técnicos, que poderiam utilizá-la para evidenciar os impactos
ambientais de cada atividade. Idealmente estes parâmetros deveriam ser considerados nas preparações de atividades, buscando manter os conteúdos mas
com a maior sustentabilidade.

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Cost: US$ 0.05/g
1 g of CMC/BG/PDA purifies ~ 1.0 L
of waste
100 L of waste → US$ 5.00

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Determinações - SVGAR - Minimização

● Cada laboratório deve buscar maneiras de minimizar a geração de resíduos;


● SVGAR incentiva e propicia a doação interna de reagentes (Gestão centralizada
do estoque de reagentes da Instituição);
● SVGAR indica quando reagentes estão “parados” no estoque;
● SVGAR viabiliza o descarte de passivos e vencidos;
● SVGAR tem banco de dados para que laboratórios analisem como está sua
geração de resíduos.

● Reaproveitamento - reuso e reciclagem, feito nos laboratórios geradores ou no


STRES
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Determinações - SVGAR
● Cada laboratório deve segregar, armazenar e identificar os resíduos (rotulagem padrão),
respeitando a periculosidade, o estado físico, a compatibilidade e o destinação final
ambientalmente adequada dos mesmos;
● Distribuição de embalagens apropriadas para o acondicionamento de resíduos é feita pelo
SVGAR. Inclui a distribuição de embalagens homologadas para o transporte de produtos
perigosos.
● Adoção de embalagens rastreáveis.
● Adoção de rotulagem padrão feita/orientada pelo SVGAR.
● Os resíduos são tratados no laboratório gerador ou encaminhados para o Serviço de Gestão
Ambiental e Resíduos, responsável por alguns tratamentos e pelo encaminhamento para
destinações finais ambientalmente corretas.
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Rotulagem

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Rotulagem

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FDSR

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Armazenamento

Recebimento de resíduos uma vez por semana

● Abrigo para resíduos passíveis de incineração (18 m2);


● Abrigo para resíduos contendo elementos potencialmente tóxicos que necessitam
de tratamento antes de serem dispostos (8 m2);
● Abrigo para resíduos contendo elementos potencialmente tóxicos que devem ser
encaminhados para disposição final (3 m2).

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Transporte

● Interno
○ Gerador leva do local de geração ao local de recebimento, em carrinhos
específicos, uma vez por semana;

● Externo
○ Classificação do resíduo
○ Escolha e aquisição de embalagens homologadas;
○ Paletização e estivagem efetuadas na Instituição;
○ Emissão da documentação pertinente (Manifesto de Transporte, FDSR,
Licenças específicas, identificação do veículo, declaração do expedidor);
○ Contratação de empresa especializada.
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Transporte

89 89
Destinação Final Ambientalmente Adequada

● Tratamentos realizados no laboratório gerador (neutralização, oxi-redução,


precipitação);
● Tratamentos realizados no STRES (neutralização, oxi-redução, precipitação,
processos de adsorção, troca iônica ou destilações);
● Tratamento extra estabelecimento (incineração);
● Disposição Final - Envio de resíduo sólido contendo elementos
potencialmente tóxicos para Aterro Classe 1;

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SVGAR - STRES

Recebe para destinação:


● Soluções aquosas contendo cátions/ânions de elementos potencialmente tóxicos;
● Resíduos sólidos de/ou contaminados com elementos potencialmente tóxicos;
● Sobras de reagentes, reagentes vencidos ou fora de especificação, contendo
elementos potencialmente tóxicos;
● Mercúrio metálico e resíduos sólidos contaminados com mercúrio metálico;
● Resíduos de fluoretos inorgânicos no estado sólido;
● Pirofóricos e explosivos;
● Demais soluções/compostos, sob consulta.

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Infraestrutura
● Laboratório (250 m2);
● Área para tratamento de soluções aquosas (2 m2)

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Fluxo - Soluções Aquosas contendo Elementos Potencialmente Tóxicos

SVGAR - STRES

Fonte:https://9d9507d4-96a5-4e73-bc24-4d8655b5858c.filesusr.c 93
om/ugd/5c8c5e_d620c7c0873e469f88ee85ad1d2acdc4.pdf
Fluxo - Resíduos sólidos contaminados com Elementos Potencialmente Tóxicos

SVGAR - STRES

Fonte:https://9d9507d4-96a5-4e73-bc24-4d8655b5858c.filesusr.c 94
om/ugd/5c8c5e_d620c7c0873e469f88ee85ad1d2acdc4.pdf
Fluxo - Resíduos incineráveis
4ª Preparo para o
transporte

Fonte: Fonte: DBO.


Fonte: DBO.
https://educador.brasiles
Fonte: DBO.
cola.uol.com.br/estrategi Fonte: DBO.
as-ensino/cientista-maluc
2ª Acondicionamento 3ª Rotulagem
o.htm

6ª 5ª Armazenamento
1ª Gerador temporário
Transporte

6ª Certificado
de
tratamento

Fonte: DBO. Fonte: BARROS, A. T. C.

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DBO = David Balbino de Oliveira
Fonte: DBO.
Registros e Controles

● Obtenção de Licenças
● Certificados de Tratamento/Destruição
● Emissão de relatórios para Órgãos responsáveis pelos Produtos Controlados
● Emissão de relatórios para Órgãos Ambientais;
● Mapeamento de embalagens, resíduos recebidos, tratados, paletizados,
transportados e destinados (SIGOR - MTR);
● Plano de Gerenciamento de Resíduos Químicos.

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Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química da USP
Alguns números

● Recuperação de até 4 T de solventes orgânicos por ano;


● Tratamento anual de cerca de 1 T de soluções aquosas que contêm elementos
potencialmente tóxicos;
● Recebimento anual de cerca de 100 kg de resíduo sólido contendo elementos
potencialmente tóxicos;
● Recuperação de mercúrio metálico;
● Recolhimento/recuperação de outros materiais: (prata, sílica, ácidos, bases,
catalisadores, embalagens, lâmpadas especiais, termômetros quebrados,
pirofóricos, pilhas, explosivos, etc.);
● Cerca de 5 T de resíduos líquidos e de 3 T de resíduos sólidos enviados para
incineração ao ano (custo médio de R$ 80.000,00);

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Resultados
● Redução do passivo e de descartes irregulares;
● Liberação de espaço no almoxarifado e nos laboratórios;
● Aumento da segurança pela transferência de processos para um único laboratório;
● Racionalização do tempo de trabalho de pós-graduandos e técnicos que passaram a ficar
liberados das tarefas de tratamento de resíduos químicos;
● Capacitação de alunos, funcionários e docentes de inúmeras instituições;
● Formação de estagiários e alunos de Pós-graduação;
● Colaboração com diversos grupos de pesquisas;
● Estabelecimento e desenvolvimento de métodos de tratamento;
● Publicações e apresentações de trabalho em congressos nacionais e internacionais;
● Contribuição com esferas diversas da USP e de outras instituições;
● Mitigação dos impactos ambientais causados pelas atividades realizadas no IQ;
● Somos referência na área de resíduos químicos;
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Grupo B: resíduos químicos.
Gerenciamento de resíduos químicos no Instituto de Química da USP

Dra. PATRICIA BUSKO DI VITTA


pabusko@iq.usp.br
99
(11) 3091-3081

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