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Gestão de Resíduos Sólidos


Considerando a crescente preocupação da sociedade com relação as
questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável, a ABNT criou a
CEET – 00.01.34 – Comissão de Estudo Especial Temporária de Resíduos
Sólidos, para revisar a ABNT NBR 10004:1987 – Resíduos Sólidos –
Classificação, visando aperfeiçoá-la e, desta forma, fornecer subsídios para
o gerenciamento de resíduos sólidos.

RESÍDUOS SÓLIDOS

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividade de


origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistema
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em
face à melhor tecnologia disponível (Resolução Nº 5 de 05/08/93 CONAMA)
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou


atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características
e a comparação destes com as listagens de resíduos e substâncias
cujo o impacto a saúde e ao meio ambiente é conhecido.
A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua
origem são partes integrantes dos laudos de classificação, onde a
descrição de matérias-primas, de insumos e do processo no qual o
resíduo foi gerado devem ser explicitados.
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização
do resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os
insumos e o processo que deram origem ao resíduo.
CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS

• Resíduos Classe I – Perigosos

• Resíduos Classe II – Não perigosos

• Resíduos Classe II A – Não inertes

• Resíduos Classe II B - Inertes


Resíduos Especiais

Classe I - perigosos: São aqueles que, em função de suas


propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem
apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, ou ainda
podem ser inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos.
Exemplo: pilhas, pesticidas, resíduos de serviços de saúde
infectantes, baterias, lâmpadas, óleos.

Classe II A - não inertes: São aqueles que não se enquadram nas


classificações de resíduos classes I-perigosos ou de resíduos classe
II B - inertes. Os resíduos classe II A - não inertes podem ter
propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água. Exemplos: restos de alimentos, papel,
resíduos de varrição.
Resíduos Especiais

Classe II B - inertes: Quaisquer resíduos que, quando


amostrados de forma representativa e submetidos a ABNT 10007
- Amostragem de resíduos sólidos, submetidos a um contato
dinâmico ou estático com água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006 -
Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos
sólidos, não tiver em nenhum de seus constituintes solubilizados
a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água,
excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor
(ABNT, 2004). Exemplos: tijolos, plástico, aço e vidro.

Rejeitos: aqueles resíduos que não podem ser reaproveitados ou


reciclados, devido à falta de tecnologia ou viabilidade econômica
para esse fim, entre eles estão: absorventes femininos, fraldas
descartáveis e papéis higiênicos usados.
PERICULOSIDADE

Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas


propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas pode implicar
em :

 risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de


doenças ou acentuando seus índices;
 riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada.
INFLAMABILIDADE

 Líquido com ponto de fulgor menor que 60°C;


 Capaz de produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou
alterações químicas espontâneas;
 Composto oxidante (libera oxigênio e estimulando a combustão)
 Gás comprimido inflamável.

CORROSIVIDADE

 Ser aquosa ou sua mistura com água na proporção 1:1 em peso


apresentar pH inferior ou igual a 2 ou superior ou igual a 12,5;
 Líquido e corroer o aço de acordo com USEPA SW 846 ou
equivalente.
REATIVIDADE

 Instável e reação violenta e imediata;


 Reagir violentamente com a água;
 Formar misturas explosivas com a água;
 Gerar gases, vapores e fumos em mistura com a água;
 Liberar gases a base de cianetos e sulfetos;
 Produzir reação explosiva ou detonante através de
estimulo;
 Produzir reação ou decomposição detonante ou explosiva;
 Ser explosivo ou produzido para ser explosivo.
TOXICIDADE

 Contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações


superiores aos valores constantes no anexo F;
 Possui uma ou mais substâncias constantes no anexo C;
 Ser constituída por embalagens contaminadas com substâncias doas
anexos D ou E;
 Resultar de derramamentos de produto químico fora de
especificação ou do prazo de validade que constam nos anexos D ou
E;
 Comprovadamente letal.
PATOGENICIDADE

 Contiver microorganismos, proteínas virais, ADN, ARN


recombinantes,
organismos geneticamente modificados ou toxinas capazes de
produzir
doenças em homens, animais ou vegetais;

Os resíduos de serviço da saúde deverão ser classificados


conforme ABNT NBR 12808
NBR 10005 - Procedimento para
obtenção de extrato lixiviado de
resíduo sólidos

Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólido.

Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para a obtenção de extrato


lixiviado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos
classificados pela NBR 10004 como classe I - perigosos - e classe II -
não-perigosos.
Procedimento

Avaliação preliminar da amostra com uma alíquota de 100 g,


verificando se amostra é sólida ou se contém líquidos e se há
necessidade de reduzir o tamanho das partículas.

Apresenta líquidos → quantificar

Bloco monolítico → reduzir o tamanho a 9,5 mm

Caso a amostra em preparo, seja para extração de voláteis, resfriar


o resíduo a 4°C antes de triturar e evitar o manuseio da amostra por
tempo prolongado para minimizar a perda de voláteis
CONTROLE DE QUALIDADE

Para cada série de amostras a ser analisada deve-se realizar uma


prova em
branco para verificar se há contaminação, utilizando a mesma solução
extratora.

Para cada tipo de resíduo fazer uma adição de padrões dos


contaminantes e
este deve ser adicionado sempre após a filtração do lixiviado.

O método para preservação do extrato, bem como o método de


análise
deverão ser baseado no SW 846 – Test methods for evaluating solid
waste
ou AWWA – APHA – WPCI Standard methods for examination of
water and
wastewater.
PRÉ-CARACTERIZAÇÃO DE UM RESÍDUO

 Processo de origem
 Quantidade aproximada
 Estado físico
 Principais constituintes
 Acondicionamento

Dados importantes para definição do tipo de amostrador, parâmetros


a serem
analisados, número de amostra a serem coletadas, volume de resíduo
a ser
amostrado, tipo de frascaria para coleta e métodos de preservação a
serem
utilizados.
REQUISITOS ESPECÍFICOS

 Práticas e regras de segurança devem ser seguidas sempre que for


realizada uma amostragem:

 Cada amostra deve ser tratada e manuseada como se fosse


extremamente perigosa e os procedimentos devem minimizar o risco
de exposição do pessoal envolvido;
 Se necessário o manuseio específico da amostra, o laboratório deve
ser alertado;
 Equipamento de proteção deve ser utilizado durante o manuseio de
substâncias para preservação de amostras.
Legislação Ambiental

Normas ABNT- Resíduos Sólidos:  

• NBR 10.004 Resíduos Sólidos – Classificação


• NBR 10.005 Lixiviação de Resíduos
• NBR 10.006 Solubilização de Resíduos
• NBR 10.007 Amostragem de Resíduos
• NBR 10.703 Degradação do Solo - Terminologia
• NBR 12.988 Líquidos Livres
- Verificação em Amostra de Resíduo
Aterros sanitários/industriais

• NBR 8418 Apresentação de Projetos de Aterros de Resíduos Industriais Perigosos


• NBR 8419 Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos
Urbanos
• NBR 10.157 Aterros de Resíduos Perigosos
- Critérios para Projetos, Construção e Operação
- P4.240Apresentação de Projetos de Aterros Industriais
- L1.030Membranas Impermeabilizantes e Resíduos
Determinação da Compatibilidade - Método de ensaio
- NBR 13.896 Aterros de Resíduos Não Perigosos
- Critérios para Projeto, Implantação e Operação
(Aguardando publicação como norma)
Armazenamento/Transporte

• NB 98 Armazenamento e Manuseio de Líquidos Inflamáveis


e Combustíveis
• NBR 7.505 Armazenamento de Petróleo e seus
Derivados Líquidos
• NB 12.235 Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos
• NB 11.174 Armazenamento de Resíduos Classe II
Não Inertes e III – Inertes
• NBR 13.221 Transporte de Resíduos
• NA-004 Licenciamento para transporte e Estocagem
de Pentaclorofenos e/ou Pentaclorofenato de Sódio
Política de Resíduos Sólidos (LEI Nº 12.305)

Art. 4º A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de


princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados
pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação
com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à
gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos
resíduos sólidos.

X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas,


direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de
acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos
ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na
forma desta Lei.
Gestão de Resíduos

Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser


observada a seguinte ordem de prioridade: não geração,
redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Reciclagem

Reciclagem é o processo de conversão de desperdício em materiais


ou produtos de potencial utilidade. Este processo permite reduzir o
consumo de matérias-primas, de utilização de energia e a poluição
do ar e da água, ao reduzir também a necessidade de tratamento
convencional de lixo e a emissão de gases do efeito estufa.

A reciclagem é um componente essencial da gestão de resíduos


moderna e é o terceiro componente da hierarquia dos resíduos
"reduzir, reutilizar e reciclar"

Entre os materiais recicláveis estão diversos tipos de vidro, papel,


metal, plástico, tecido e componentes eletrônicos. A compostagem
ou reutilização de detritos biodegradáveis, como lixo de cozinha ou
de jardim, também é considerada reciclagem. Os materiais para
serem reciclados são transportados para um centro de reciclagem ou
recolhidos porta a porta e depois separados, limpos e reprocessados
em novos materiais para produção industrial.
Agradecemos por escolher a iEstudar.

Blog https://iestudar.com/blog/

Site https://iestudar.com/
Referências Bibliográficas

Sobre o Autor:
Antonio Januzzi.Tecnologia e Desenvolvimento.CAVO Serviços e Meio Ambiente SA (Grupo Camargo Correa)

Wikipédia, a enciclopédia livre.Resíduo sólido


Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduo_s%C3%B3lido

ABNT NBR 10005:2004


Disponível em:
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1100

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.


Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm

Wikipédia, a enciclopédia livre.Reciclagem.


Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reciclagem

Design Instrucional iEstudar


Pesquisa equipe IEstudar em: 03/04/2020

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