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Curso Online:

Gestão e Auditoria em
Serviços de Saúde
Faturamento hospitalar........................................................................................2

Práticas de contas médicas.................................................................................3

Tabelas: AMB, CIEFAS, CBHPM, Brasindice, Simpro e próprias dos hospitais.5

Materiais e medicamentos (cobrança)...............................................................10

Cobrança de diárias e taxas..............................................................................12

Modelos de Contrato..........................................................................................13

Administração (Linha Hospitalar).......................................................................16

Referências bibliográficas..................................................................................19

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FATURAMENTO HOSPITALAR

Faturista Hospitalar: Realiza faturamento de contas médicas e hospitalares,


emite notas fiscais, boletos e duplicatas. Analise a cobrança correta de clientes
conforme contrato e prontuário e revisa glosas.

O faturamento é a soma de todas as vendas, seja de produtos ou de serviços,


que uma empresa realiza em um determinado período.

Este processo demonstra a real capacidade de produção da empresa e sua


participação no mercado, ou seja, no fluxo de caixa da empresa, o faturamento
constitui grande parte das entradas de dinheiro.

Em geral, a fatura só é emitida para pagamentos ainda não efetuados (vendas


a prazo ou contra-apresentação). Nela são discriminados todos os itens
comprados na operação, e por isso, a fatura também é usada como controle.

O faturamento também pode servir como um documento de origem fiscal,


desde que nele estejam discriminados os tributos correspondentes, como o
ICMS, por exemplo.

Faturamento bruto: é o valor que a empresa recebeu pelas vendas de


produtos ou serviços em um determinado período. Multiplique a quantidade de
produtos vendidos pelo valor que ele foi comercializado.

Faturamento bruto = R$100 X 1000 = R$100.000

Faturamento líquido: é o valor do que foi recebido pelas vendas, já com os


devidos descontos dos impostos que incidem na venda. É preciso descontar do
valor que se recebe o ICMS. É preciso levar em conta os impostos a pagar pela
venda.

Faturamento Líquido = R$100.000 – R$18.000 = R$82.000

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PRÁTICAS DE CONTAS MÉDICAS

Parte do faturamento de clínicas e hospitais ficam retidos, e um fator de maior


impacto neste quesito é a glosa médica, o que acaba gerando diversos
problemas para os gestores financeiros da área da saúde.

Glosa médica é a recusa de pagamento por parte dos convênios de saúde, são
valores sobressalentes, aqueles recalculados, que têm referentes a
atendimentos, materiais, medicamentos ou taxas cobradas pelos prestadores.

Dessa forma podemos entender que os serviços/produtos glosados são


aqueles que as operadoras (convênios) não pagaram.

Esses pagamentos podem ser negados por diversos motivos, seja pela
alteração dos valores de insumos, alterações de termos e condições muitas
vezes previstas em contrato ou até mesmo falhas administrativas como o
preenchimento incorreto de pedidos, guias e autorizações.

As glosas podem ser divididas em três categorias:

 administrativas,
 técnicas ou
 lineares.

As glosas administrativas são aquelas que ocorrem pelas cobranças feitas de


maneira incorreta, seja por falta de informação ou anotações erradas. O
importante é entender que esse tipo de glosa geralmente é motivado por falhas
operacionais.

As glosas técnicas estão mais ligadas ao evento médico e acontece quando


valores errados são cobrados pelas prestadoras de serviço. Neste caso é
preciso que um enfermeiro auditor revise a cobrança e determine o valor
correto.

A glosa linear é menos comum e acontece quando o convênio opta por glosar
uma fatura sem justificar o motivo. Mas, neste caso, as prestadoras de serviço
podem solicitar que a justificativa seja feita pela operadora.

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O fechamento das contas médicas faz parte da rotina das operadoras de
Saúde. É a partir dele que essas organizações conhecem seus custos,
estruturam e viabilizam toda a sua operação. Portanto, evitar glosas e
inadimplência são requisitos fundamentais para garantir a sustentabilidade
financeira e a qualidade da assistência ao beneficiário.

A gestão inteligente das contas médicas traz oportunidade de reduzir custos e,


consequentemente, ampliar receita. Quando automatizada, torna-se mais
controlada, já que é possível criar alertas para evitar erros comuns, tais como
preenchimento incorreto de dados ou cobranças indevidas.

É papel da operadora de Saúde estabelecer os limites de cobertura e fornecer


orientação a fim de informar, alertar e educar os prestadores de serviços,
mantendo um canal de comunicação sempre aberto. Assim, é possível evitar
as contas glosadas, que atrapalham o fechamento contábil e implicam em um
processo de análise cujo resultado leva mais tempo - o que impacta
diretamente no faturamento. A gestão inteligente das contas médicas evita que
a operadora arque com gastos desnecessários ou não previstos
contratualmente.

Padronizar a realização de cobranças e a gestão de inadimplências: como o


dinheiro que não entra desequilibra as finanças, devem ser estabelecidos
padrões para a realização de cobranças e a verificação de inadimplências. O
uso de ferramentas de controles de reajustes, por exemplo, impede cobranças
a menor em valores negociados juntos aos clientes. Uma ferramenta que
concentre todos os dados em um único sistema otimiza esse controle e detecta
automaticamente casos de inadimplência e/ou reajustes indevidos.

O faturamento de contas médicas começa na recepção, pois quem faz o


lançamento, em geral, é a recepcionista, assim que atende o paciente.
Primeiramente, ela vai conferir ou cadastrar tanto os dados pessoais, quanto o
número da carteira/matrícula constante no cartão do convênio.

Em seguida, lança a consulta e/ou os procedimentos a serem realizados,


conforme previamente agendados. Então, se a operadora exigir papel, fará a
impressão das guias, solicitando a cada paciente sua assinatura.

Logo depois, o ideal é que as guias sejam encaminhadas para os médicos no


ato do atendimento de suas respectivas consultas, a fim de que
sejam devidamente assinadas e carimbadas. Assim que cada atendimento for
concluído, a guia deve ser recolhida e armazenada em local seguro.

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TABELAS: AMB, CIEFAS, CBHPM, BRASINDICE, SIMPRO

E PRÓPRIAS DOS HOSPITAIS

O setor de planos de saúde sempre foi repleto de terminologias, codificações e


processos totalmente diversos. A tabela TUSS padroniza os códigos e as
nomenclaturas dos procedimentos médicos, em total sintonia com as
informações trafegadas na saúde privada, determinadas pela Troca de
Informações na Saúde Suplementar (TISS) — padrão obrigatório para as
trocas eletrônicas de dados instituído pela ANS por meio da resolução
normativa 305, de 2012.

A TUSS tem por base a 5ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de


Procedimentos Médicos (CBHPM), com todas as descrições nos processos de
faturamento das operadoras devendo ser realizadas obrigatoriamente sob esse
formato. A Associação Médica Brasileira (AMB), responsável pela CBHPM, é a
organização incumbida pelo trato com as terminologias, bem como a indicação
de novas inclusões — desde que nos termos da instrução normativa 34, de
2009. À ANS cabe a disponibilização da relação de procedimentos e seus
respectivos códigos no site oficial.

É importante destacar que a TUSS não é uma tabela de preços, mas sim um
referencial terminológico. CBHPM,AMB, Brasíndice e Simpro: essas sim são
tabelas de preços que precisam ser correlacionadas à TUSS. OBrasíndice,
guia farmacêutico indicador de valores de medicamentos, soluções parenterais
e materiais hospitalares, tem incorporado os códigos TUSS gradualmente. Já
a Simpro, que possui tabela de função semelhante ao Brasíndice, vem
desenvolvendo sistemas que integram suas tabelas aos códigos TUSS.

Além dessas codificações, ainda circula em paralelo no setor a CBHPM, um


ordenamento dos métodos e procedimentos presentes na área terapêutica e
diagnóstica que determina portes em função de tecnologia, complexidade e
métodos relacionados a cada item — fixando então o custo operacional de
cada ação médica. Por sua vez, essa tabela foi constituída com o objetivo de
substituir aos poucos a antiga tabela AMB 92. Era um mar de códigos que
colocava em risco o padrão TISS e a modernização da comunicação entre as
empresas do setor de saúde privada.

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O artigo 44 da resolução normativa 124, esclarece que ―deixar de cumprir as
normas relativas ao padrão essencial obrigatório para as informações trocadas
entre operadoras e prestadores de serviços de saúde sobre o atendimento
prestado a seus beneficiários gera sanção/advertência, multa de 35 mil reais‖.

A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos


(CBHPM) é utilizada como parâmetro para cálculo de consulta médica.

A CBHPM é elaborada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e as


sociedades de especialidades médicas. Essas instituições contam com o apoio
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e o apoio de todas as
entidades médicas nacionais:

 Associação Médica Brasileira (AMB);


 Federação Nacional dos Médicos (FENAM);
 Conselho Federal de Medicina (CFM).

A regulamentação da Tabela CBHPM tem como base a Resolução CFM nº


1.673/03. Neste documento o CFM adota a CBHPM como padrão mínimo e
ético de remuneração dos procedimentos médicos para o Sistema de Saúde
Suplementar. Além disso, define que os valores relativos aos portes de
procedimentos médicos deverão ser determinados pelas entidades nacionais,
com auxílio da Comissão Nacional de Honorários Médicos. Assim, deve-se
considerar que as variações regionais devem ser aprovadas pelas Comissões
Estaduais ou regionais de Honorários Médicos.

A fórmula para calcular honorários médicos pela CBHPM é bem simples:

Porte do procedimento + custo operacional (quando houver previsão) =


valor total.

A Classificação de Procedimentos Médicos — CBHPM representa um


referencial para a cobrança de honorários médicos. Sua elaboração é feita pela
Associação Médica Brasileira e sociedades de especialidades médicas, dentre
outras entidades da área, visando cobrir a defasagem dos valores
praticados pelo SUS — Sistema Único de Saúde e as operadoras de planos de
saúde, que sempre pagaram aos médicos valores muito abaixo do mercado.

Por isso, usada como referência na hora de calcular os honorários, a CBHPM


conta com transparência e respaldo de instituições sérias, que amparam a
prática da Medicina no Brasil. Hoje ela é reconhecida pela grande maioria das

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operadoras do setor de saúde, a começar pela ANS — Agência Nacional de
Saúde.

Entre os benefícios podemos citar:

 a preservação da qualidade no atendimento médico, pois com valores


justos, mais profissionais se sentirão motivados a aderir aos planos e ao
SUS;
 a transparência na conduta dos profissionais da área médica, já que é
possível consultar e conferir os procedimentos nos órgãos
regulamentadores;
 a padronização das cobranças; o que facilita também auditorias e um
maior controle pelos administradores;
 a remuneração justa para os procedimentos; beneficiando tanto clientes
quanto profissionais;
 o valor unificado das cobranças;
 o uso de ferramentas atuais para conquistar a remuneração adequada
das operadoras.

Pegamos um exemplo a tabela AMB/92 - Hospital Santa Paula para


demonstrar visualmente tabelas utilizadas por hospitais.

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A tabela abaixo é utilizada para aplicação dos valores dos portes e UCO
(Unidade de Custo Operacional). Os cálculos dos honorários médicos e de
exames são baseados na tabela CBHPM 2010.

Acompanhe o exemplo a seguir:

3.07.33.04-9 - Cirurgião (Via Principal)


Porte10C = R$ 1.283,57 (2xtabela) = R$ 2.567,14
UCO = 12,00 x 38,50 = 462,00 (1xtabela) = R$ 462,00
Total = R$ 3.029,14

Obs.: O valor constante no Saúde Connect refere-se a 1 x tabela (Porte +


1xUCO). O valor do custo operacional é somado somente para honorários do
cirurgião.

A tabela Brasíndice é uma tabela publicada por empresa especializada, na qual


consta o preço de medicamentos vendidos no Brasil. Nesta tabela há o preço
de fábrica e o preço máximo ao consumidor, além das alíquotas de ICMS
aplicáveis nos diversos Estados da Federação.

Esta tabela é antiga e reconhecida no meio hospitalar, de forma que a maior


parte dos contratos de prestação de serviços hospitalares tem esta tabela
como referencial para negociações, pois refletem o custo efetivo do
medicamento.

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RESOLUÇÃO No- 3, DE 4 DE MAIO DE 2009: Proíbe a aplicação de Preço
Máximo ao Consumidor – PMC a medicamentos de uso restrito a hospitais.

Art. 1º Preço Fabricante – PF é o teto de preço pelo qual um laboratório ou


distribuidor de medicamentos pode comercializar no mercado brasileiro um
medicamento que produz.

Art. 2º Preço Máximo ao Consumidor – PMC é o teto de preço a ser praticado


pelo comércio varejista, ou seja, farmácias e drogarias.

Parágrafo único. As farmácias e drogarias, quando realizarem vendas


destinadas a entes da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão praticar o teto de preços
do Preço Fabricante – PF, de que trata o artigo 1º.

Art. 3º Fica proibida a publicação de Preço Máximo ao Consumidor – PMC, em


qualquer meio de divulgação, para medicamentos cujo registro defina ser o
mesmo ―de uso restrito a hospitais e clínicas‖.

Não há qualquer norma jurídica que proíba a utilização do PMC nos contratos
entre operadoras de planos de saúde e hospitais e clínicas. Nem mesmo para
os medicamentos de uso restrito a hospitais.

A proibição, ao nosso ver inconstitucional, atinge com maior vigor as empresas


que publicam e comercializam revistas com índices, pois não mais poderão
incluir o PMC dos medicamentos de uso restrito a hospitais e clínicas.

A Tabela Simpro é considerada um balizador para a saúde suplementar.


Pois ela determina:

• Código – Padronizando a identificação de produtos no ato do faturamento,


facilitando a comunicação entre operadores, prestadores e fornecedores.

• Valor – Apresentando precificação exata de cada material, além de nortear as


negociações entre operadores e prestadores de saúde.

Para trabalhar com esse balizador é interessante conhecer sua origem,


principalmente pelo fato de ainda existir tabelas novas que são criadas
embasadas nas tabelas anteriores.

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MATERIAIS E MEDICAMENTOS (COBRANÇA)

Nas cobranças, buscamos receber algo que nos pertence ou é devido. Ou seja,
é feita uma certa pressão para que os clientes paguem suas dívidas. Caso não
haja uma resposta positiva, o cobrador destaca as consequências do não
pagamento.

E a negociação visa chegar a um meio-termo, visto que há um interesse mútuo,


tanto por parte do credor quanto por parte dos clientes, em pagar o que é
devido. Então, pesquise o histórico do inadimplente e planeje uma abordagem
de acordo com o perfil de cada um. Assim, você constrói empatia e ajuda a
chegar a um consenso para o pagamento.

Antes de partir para as cobranças, é preciso ter um bom conhecimento do


Código de Defesa do Consumidor. Caso você ultrapasse os limites do CDC,
corre o risco de sofrer medidas administrativas e até penais, que vão desde
multa à cassação de licença, bem como suspensão de atividades até detenção
de três meses a um ano.

Os remédios fornecidos aos pacientes deverão observar o Preço Fabricante


fixado por meio da Resolução nº 3/2009, expedida pela Câmara de Regulação
do Mercado de Medicamentos (CMED), que é vinculada à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).

Essa resolução estabelece dois tipos de preços para remédios, o Preço


Fabricante (PF), que é o valor máximo pelo qual um laboratório ou distribuidor
pode comercializar um medicamento no Brasil, e o Preço Máximo ao
Consumidor (PMC), que é o valor máximo a ser praticado pelo comércio
varejista.

O artigo 3º da resolução proíbe expressamente que medicamentos de uso


restrito a hospitais e clínicas possam utilizar o Preço Máximo ao Consumidor.

No entanto, de acordo com a ação proposta em conjunto pelo Ministério


Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-
MG), os 10 hospitais, todos da rede privada, estão praticando preços iguais ou
até maiores do que os cobrados por farmácias e drogarias, o que viola não só a
Resolução nº 3/2009 da CMED, como também o Código de Defesa do
Consumidor, que proíbe o fornecedor de produtos ou serviços de prevalecer-se

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da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua saúde, para
impor produtos e serviços.

De acordo com a Lei, ―na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não


será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça‖. Então, todo cuidado é pouco na hora de contatar
o devedor.

Para evitar erros, como cobrar uma dívida já paga, por exemplo, uma gestão
de cobranças costuma ser eficiente. Além disso, ela orienta o tom da
abordagem ao ver o processo como um todo. Então, defina um procedimento
padrão, com prazos e estratégias acessíveis para cada tipo de ação e
acompanhamento diário. Também há a possibilidade de utilizar as ferramentas
de gestão disponíveis no mercado.

A abordagem na hora das cobranças deve ser direta, mas amigável e sem
agressividade. Afinal, os clientes, embora inadimplentes hoje, podem voltar a
fazer negócios futuramente. Mesmo errados, se os devedores se sentirem
ofendidos, o relacionamento pode ir por água abaixo com a sua empresa.

Mesmo que a dívida seja antiga ou alta, ao fazer cobranças, sua empresa deve
sempre estar disposta a renegociar o débito, bem como oferecer vantagens
para o pagamento. Um desconto ou um parcelamento maior do valor devido
são alguns dos exemplos.

Para realizar as cobranças, você pode optar por diversos formatos diferentes.
Escolha o mais adequado para o perfil dos seus clientes, além, claro, da fase
do processo de cobrança. Confira os tipos:

 E-mail e carta;
 SMS;
 Conversas telefônicas.

Independente da forma e da quantidade de cobranças, alguns clientes têm


muitas dificuldades em pagar o que é devido. Não de forma proposital, mas por
questões financeiras mesmo. Com a economia ainda estagnada no Brasil e a
baixa geração de empregos, há muita gente sem trabalho, o que acarreta,
obviamente, em falta de dinheiro. Além disso, há outras situações que fazem
com que o débito não seja pago.

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COBRANÇA DE DIÁRIAS E TAXAS

Uma empresa de cobranças visa maximizar os recebimentos de seus


contratantes através da recuperação de dívidas. Contudo, um escritório
especializado na área poderá atuar em todo o processo ou apenas em parte
dele. Isso vai depender da necessidade do contratante e do modelo de trabalho
da firma de cobranças.

Quando a taxa se refere a algo que sempre é feito para o paciente,


independente de uma condição qualquer, não deve existir. O valor referente a
ela deve estar incluso no valor da diária, ou na taxa de sala, ou na taxa de
atendimento (casos de não internação).

A taxa deve representar um acréscimo do custo assistencial fixo, quando uma


condição determina que o hospital tenha um custo variável para o caso
específico.

Pegando o mesmo exemplo (monitoração cardíaca), pelo nome pode significar


coisa diferente dependendo de quem interpreta.

Não existe negociação sobre regra contratual: ou a regra vale para todos os
casos, ou deve ser excluída do contrato.

Taxa administrativa, taxa de comercialização sobre material, taxa de


comercialização sobre medicamento …

Taxas administrativas são banidas reajustando os preços que são afetados por
ela.

Quem pensa que acrescer um % sobre o valor do produto, ou cobrar uma taxa
com o mesmo % é a mesma coisa certamente não tem a menor intimidade com
a diferença de complexidade administrativa entre uma coisa e outra e,
principalmente, da margem de erro que a segunda opção traz.

Um seguro com diária de internação hospitalar para doenças ou acidentes


cobertos.

Um paciente diagnosticado com covid-19 e que precise ser internado em uma


Unidade de Terapia Intensiva (UTI) custará, em média, R$ 1,8 mil por dia para
o Sistema Único de Saúde (SUS).

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MODELOS DE CONTRATO

Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito


correspondido pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado
pela segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um acordo de duas
ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer
uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir,
modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. Sendo
um negócio jurídico, requer, para sua validade, a observância dos requisitos
legais (agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei).

No Brasil, cláusulas consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser


invalidadas pelo juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Trata-se da
cláusula geral rebus sic stantibus (que se explica pela teoria da imprevisão, que
em uma tradução aberta seria "permanecem as coisas como estavam antes"
caso venha ocorrer fato imprevisto e imprevisível à época da contratação,
possibilitando a revisão judicial do contrato), que objetiva flexibilizar o princípio
da pacta sunt servanda (força obrigatória dos contratos), preponderando,
assim, a vontade contratual atendendo à teoria da vontade.

Deve constar, obrigatoriamente, nos contratos de planos de saúde: nome


comercial e número de registro do plano de saúde na ANS, seu tipo de
contratação, segmentação assistencial, padrão de acomodação em internação,
área geográfica de abrangência, e sua(s) área(s) de atuação; o objeto e
características do contrato, o início da sua vigência, as regras de
rescisão/suspensão e a qualificação da operadora e do contratante; as
condições de admissão dos beneficiários nos contratos; as coberturas
obrigatórias e excluídas; os períodos de carência, se houver; as regras para o
atendimento de urgência e emergência e para as doenças ou lesões
preexistentes, e aquelas de acesso à livre escolha de prestadores, se houver;
os mecanismos de regulação; a formação de preço do plano de saúde, as
obrigações do contratante relativas ao seu pagamento, os critérios de reajuste,
incluindo os percentuais incidentes em cada faixa etária, se houver; as
condições de perda da qualidade de beneficiário; o foro da comarca do
contratante, e, se houver, os bônus/descontos e os serviços e coberturas
adicionais. Nos planos coletivos empresariais em que há participação do
beneficiário no custeio do plano, devem constar ainda os direitos dos demitidos
sem justa causa e dos aposentados de manutenção da condição de

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beneficiário e a garantia de ingresso em plano individual ou familiar no caso de
cancelamento deste benefício pelo empregador.

Podemos conceituar Contrato de Saúde como sendo a formalização da


prestação de serviços médicos e de saúde que se realizam com o pagamento
pelo contratante de determinado valor ao contratado, para que este por si ou
seus colaboradores forneçam ao primeiro atendimento médico e demais
serviços relacionados, conforme estabelecido em prévio acordo.

Existem duas formas de Contratar Planos de Saúde; os planos individuais e os


planos coletivos.

Os planos individuais são feito por contrato direto entre o contratante (pessoa
física) e a operadora, onde estabelecem-se as regras que naquele contrato
serão aplicadas. Referido plano pode ser exclusivo para o contratante ou
extensivo à sua família.

Os planos coletivos podem ser de dois tipos:

Empresarial, feito por empresas para seus funcionários;

Adesão, feito por grupos formados em sindicatos ou associações.

Os planos coletivos possuem regras menos rígidas que os planos individuais.


O grande diferencial é que para os reajustamentos das parcelas pagas pelos
contratantes não há limite do índice. O índice de reajuste é imposto pela
própria operadora contratada aos seus contratantes.

É a empresa operadora quem decide o índice de aumento anual da parcela


mensal paga, ―os valores são livremente reajustados pelos fornecedores e, em
sua grande maioria, são muito superiores ao porcentual estipulado pela ANS
para os contratos individuais/familiares (CRUZ, 2013)

Contratos de planos de saúde são diferentes de contrato de seguro


saúde, sendo que plano de saúde o contratante efetua pagamento mensal e
sucessivo, recebendo em troca (por intermédio de seus

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prepostos/conveniados) atendimento médico, hospitalar, laboratorial, etc. Em
regra nos planos de saúde o contratante tem uma rede de atendimento pré
estabelecida, credenciada de médicos, laboratórios e hospitais, disponíveis
para seu atendimento.

A mais recente alteração em matéria de contratos de planos de saúde, no


Brasil, é um novo produto, autorizado pela ANS, que está sendo testado em
nível de público interno das próprias operadoras de saúde, é o plano de
Atenção Plena a Saúde – APS.

Inspirados nos modelos de sucesso na Europa e no Canadá que apresentaram


bons resultados, diminuindo custos para as operadoras e menos internações
aos clientes.

Referido plano consiste em uma nova modalidade de assistência médica, com


atendimento por médico generalista (médico da família) que faz um primeiro
atendimento e avalia a necessidade de encaminhar à um especialista. Referido
médico e equipe se torna uma referência em saúde nos prontuários do
paciente/cliente.

Exemplo de como iniciar um contrato:

De acordo com a Lei 9.656, de 3 de junho de 1998, o plano de saúde é defnido


como: Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços
ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pósestabelecido, por prazo
indeterminado, com a † nalidade de garantir, sem limite † nanceiro, a
assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por pro† ssionais
ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede
credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica,
hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente a expensas da
operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador,
por conta e ordem do consumidor.

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ADMINISTRAÇÃO (LINHA HOSPITALAR)

Os hospitais têm a missão da cura e do restabelecimento do paciente que


possui algum tipo de enfermidade.

O controle da utilização dos materiais através da criação de kits


individuais, além de evitar o erro, também contribui na diminuição do
desperdício de material.

Assim como a diminuição de resíduos. A destinação adequada dos resíduos


gerados nestes locais, evita a contaminação por infecção e evita acidentes de
trabalho.

A qualidade dos materiais utilizados é extremamente importante, a falha do


fabricante gera aumento na utilização do mesmo, tornando o processo
ineficiente além de ser prejudicial ao paciente.

O Ministério da Saúde no Brasil define hospital como parte integrante de uma


organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à
população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer
regimes de atendimento, inclusive o domiciliar. Define, também, como sendo
um centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisa em
saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe
supervisionar e orientar estabelecimentos de saúde a ele vinculados
tecnicamente.

Hoje no hospital moderno não se encontra mais espaço para administradores


amadores que exercem suas atribuições em tempo parcial e de forma
improvisadas sem planejamento e sem dedicação. Como qualquer empresa de
prestação de serviços e de fabricação de produtos, o controle dos processos
produtivos é essencial para o gerenciamento em todos os níveis, desde a
Diretoria até o serviço de limpeza do hospital.

O termo "administração" significa direção, gerência. Ou seja, é o ato de


administrar ou gerir negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de
alcançar metas definidas.

Atualmente, sobretudo, com as contribuições da Abordagem Neoclássica da


Administração, em que um dos maiores nomes é Peter Drucker, os princípios

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foram retrabalhados e são conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e
Controlar (PODC).

Administrar é o processo de dirigir ações que utilizam recursos para atingir


objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação de
recursos, a principal razão para o estudo da Administração é seu impacto sobre
o desempenho das organizações. É a forma como são administradas que torna
as organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus
recursos para atingir os objetivos corretos.

Como elo entre os recursos e os objetivos de uma organização, cabe ao


profissional da Administração combinar os meios na proporção adequada,
sendo, para isso, necessário tomar decisões constantemente num contexto de
restrições, pois, nenhuma organização dispõe de todos os recursos e a
capacidade de processamento de informações do ser humano é limitada.
Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos,
arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes
às técnicas de Administração.

As funções administrativas norteiam os objetivos do administrador em sua


rotina.

Atualmente, as principais funções administrativas são:

 Fixar objetivos (planejar);


 Analisar: conhecer os problemas;
 Solucionar problemas;
 Organizar e alocar recursos (recursos financeiros e tecnológicos e as
pessoas);
 Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar);
 Negociar;
 Tomar as decisões (rápidas e precisas);
 Mensurar e avaliar (controlar).

O profissional de administração hospitalar está relacionado com a organização


do hospital, utilizando práticas comprometidas com a busca pela eficiência e
qualidade dos serviços. Apesar de precisar entender a área médica, ele
também necessita conhecer as políticas públicas de saúde, questões de
administração, marketing e contabilidade, o que leva a uma perspectiva mais
―empresarial‖ da unidade de saúde.

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Agradecemos por escolher a iEstudar.

Blog https://iestudar.com/blog/

Site https://iestudar.com/

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Referências Bibliográficas

Catho. O que faz um Faturista Hospitalar?

Disponível em:

https://www.catho.com.br/profissoes/faturista-hospitalar/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Fatura.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fatura

Significados. Significado de Faturamento.

Disponível em:

https://www.significados.com.br/faturamento/

ZG Soluções. Glosa médica: O guia completo.

Disponível em:

https://zgsolucoes.com.br/blog/glosa-medica-guia-
completo/?gclid=CjwKCAjwyo36BRAXEiwA24CwGdfP7r6iCFBY-
Rx500SBiVMNeFglkPwQN3-hqmtEZbMbW2WyUoH9gRoCdl0QAvD_BwE

MV. 6 passos para a gestão inteligente das contas médicas.

Disponível em:

http://www.mv.com.br/pt/blog/6-passos-para-a-gestao-inteligente-das-contas-medicas

ProDoctor. GESTÃO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS. COMO FAZER O


FATURAMENTO DE CONTAS MÉDICAS.

Disponível em:

https://prodoctor.net/blog/como-fazer-o-faturamento-de-contas-medicas/

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MV. Tabela TUSS: o que é e para que serve.

Disponível em:

http://www.mv.com.br/pt/blog/tabela-tuss--o-que-e-e-para-que-serve

AmpliMed. Tabela CBHPM: como calcular o valor da consulta de forma padronizada?

Disponível em:

https://amplimed.com.br/tabela-cbhpm/

André Luiz Forchesatto. Clínica nas Nuvens.Aprenda como calcular honorários


médicos pela CBHPM.

Disponível em:

https://clinicanasnuvens.com.br/blog/calcular-honorarios-medicos-pela-
cbhpm/#:~:text=A%20f%C3%B3rmula%20para%20calcular%20honor%C3%A1rios,ho
uver%20previs%C3%A3o)%20%3D%20valor%20total.

AMB/92 - Hospital Santa Paula.

Disponível em:

http://www.santapaula.com.br/

Portal do Prestador. Como calcular os honorários médicos.

Disponível em:

https://prestador.fcopel.org.br/noticias/2017/5/16/como-calcular-os-honorarios-medicos

Fabio Adriano Stürmer Kinsel.OAB/RS 37.925.Utilização da tabela brasíndice após a


edição da resolução CMED Nº 03/2009.

Disponível em:

https://www.kinsel.com.br/2012/04/utilizacao-da-tabela-brasindice-apos-a-edicao-da-
resolucao-cmed-no-
032009/#:~:text=A%20tabela%20Bras%C3%ADndice%20%C3%A9%20uma,nos%20d
iversos%20Estados%20da%20Federa%C3%A7%C3%A3o.

20
ZG Soluções. O que é Tabela Simpro e tudo que você precisa saber.

Disponível em:

https://zgsolucoes.com.br/blog/o-que-e-tabela-simpro/

Jornal Contábil Rede. Cobranças: Entenda a diferença entre cobrar e negociar.

Disponível em:

https://www.jornalcontabil.com.br/cobrancas-entenda-a-diferenca-entre-cobrar-e-
negociar/

Procuradoria da República em Minas Gerais. Hospitais estão proibidos de cobrar


preços de mercado por medicamentos Ação sustenta que cobrança atual desrespeita
não só o Código de Defesa do Consumidor, como a própria regulamentação oficial
sobre os limites dos preços de medicamentos no Brasil.

Disponível em:

https://pr-mg.jusbrasil.com.br/noticias/161695187/hospitais-estao-proibidos-de-cobrar-
precos-de-mercado-por-medicamentos-acao-sustenta-que-cobranca-atual-
desrespeita-nao-so-o-codigo-de-defesa-do-consumidor-como-a-propria-
regulamentacao-oficial-sobre-os-limites-dos-precos-de-medicamentos-no-brasil

Portal Saúde Business.Aumentando o Faturamento (4) – Taxas.

Disponível em:

https://saudebusiness.com/sem-categoria/aumentando-o-faturamento-4-taxas/

JULIANA BAETA. O Tempo.Liminar proíbe cobrança superior a 30 diárias em pátios


do Detran.

Disponível em:

https://www.otempo.com.br/cidades/liminar-proibe-cobranca-superior-a-30-diarias-em-
patios-do-detran-1.1269323

Redação. Minha Saúde. Cobertura para internação por um preço que você pode
pagar.

21
Disponível em:

https://minhasaude.proteste.org.br/seguro-internacao-
proteste/#:~:text=A%20diferen%C3%A7a%20entre%20eles%20%C3%A9,%24%2036
%2C50%20por%20m%C3%AAs.

Vinicius Bruno. Livre. No SUS ou em hospital particular: quanto custa um dia de


internação em uma UTI?

Disponível em:

https://olivre.com.br/no-sus-ou-em-hospital-particular-saiba-quanto-custa-um-dia-de-
internacao-em-uma-uti

Wikipédia, a enciclopédia livre.Contrato.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Contrato

ANS.O que deve constar, obrigatoriamente, nos contratos de planos de saúde?

Disponível em:

http://www.ans.gov.br/index.php?option=com_legislacao&view=indice&task=Visualizar
&for

Âmbito Jurídico. Planos de saúde: Contratos de prestação de serviços.

Disponível em:

https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-166/planos-de-saude-contratos-de-
prestacao-de-servicos/

Luiz Alfredo Carvalho Junior.Contrato de Plano de Saúde Particular.

Disponível em:

https://www.emerj.tjrj.jus.br/

22
Roberta Massa.O papel da enfermagem no gerenciamento de resíduo para gestão
eficaz.

Disponível em:

http://gehosp.com.br/2016/11/09/enfermagemresiduogestao/

Maria Anice da Silva; Alacoque Lorenzini Erdmann; Renata da Silva Cardoso.O


processo de produção administrativa da enfermagem hospitalar: um sistema complexo
viável.

Disponível em:

http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/385

Wikipédia, a enciclopédia livre.Administração.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o

Roberta Massa B. Pereira. A importância do Administrador Hospitalar nas instituições


de Saúde.

Disponível em:

http://gehosp.com.br/2016/07/14/a-importancia-do-administrador-hospitalar-nas-
instituicoes-de-
saude/#:~:text=A%20import%C3%A2ncia%20do%20Administrador%20Hospitalar%20
nas%20institui%C3%A7%C3%B5es%20de%20Sa%C3%BAde,-
Por%20Roberta%20Massa&text=Est%C3%A1%20sob%20as%20responsabilidades%
20de,financeira%20e%20produtiva%20do%20hospital.

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