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Seminário para Supervisores de

Co-processamento
Resíduos Industriais:
Classificação e Co-processamento

Francisco Chaves Jr.


Cantagalo (RJ) – Novembro/2006

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Resíduos: Definições
CONAMA 264/99:
 Materiais que se apresentem nos estados sólido, semi-sólido e
os líquidos não passíveis de tratamento convencional,
resultantes de atividades humanas. Fica também estabelecido
que o termo resíduo compreende um único tipo de resíduo ou
mistura de vários, para fins de co-processamento.

NBR 10004:2004
 Resíduos Sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido,
que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou
exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis
em face à melhor tecnologia disponível.
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NBR 10.004

Critérios de Classificação de Resíduos Sólidos.


A classificação de Resíduos Sólidos envolve identificação do
processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes
e características, e comparação destes constituintes com
listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao
meio ambiente é conhecido.
A Norma estabelece os critérios de classificação e códigos para a
identificação dos resíduos de acordo com suas características.

Classificação de Resíduos Sólidos.


 Resíduos Classe I − Perigosos.
 Resíduos Classe II − Não Perigosos.
 Resíduos Classe II A − Não Inertes.

 Resíduos Classe II B − Inertes.

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Classificação de Resíduos
 Resíduos Classe I − Perigosos:
 Resíduos que apresentam periculosidade, ou constem nos
Anexos A (Resíduos perigosos de fontes não específicas) ou
B (Resíduos perigosos de fontes específicas), da NBR 10004.
 Resíduos Classe II A − Não Inertes:
 Resíduos que não se enquadram nas classificações de resíduos
Classe I - Perigosos ou de resíduos Classe II B - Inertes, nos
termos da Norma. Os resíduos classe II A - Não inertes podem
ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água.

 Resíduos Classe II B − Inertes:


 Resíduos que, submetidos a um contato dinâmico e estático com
água destilada ou desionizada, não tiverem nenhum de seus
constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor,
turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G.
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Resíduos Perigosos
 Periculosidade é a característica apresentada por um resíduo
que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou
infecto-contagiosas, pode apresentar:
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de
doenças ou acentuando seus índices.
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de
forma inadequada.

 Outras características apresentadas por um Resíduo que


lhe conferem Classificação como Perigoso:
 Inflamabilidade.

 Corrosividade.

 Reatividade.

 Toxicidade.

 Patogenicidade.
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Inflamabilidade

 Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável quando


apresentar qualquer das seguintes propriedades:
a)Ser líquida e ter ponto de fulgor inferior a 60°C, excetuando-se as
soluções aquosas com menos de 24% de álcool.
b)Não ser líquida e ser capaz de produzir fogo por fricção, absorção
de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando
inflamada, queimar vigorosa e persistentemente, dificultando a
extinção do fogo.
c) Ser um oxidante definido como substância que pode liberar
oxigênio e, como resultado, estimular a combustão e aumentar a
intensidade do fogo em outro material.
d)Ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação
Federal sobre transporte de produtos perigosos.

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Corrosividade

 Um resíduo sólido é caracterizado como corrosivo quando


apresentar qualquer das seguintes propriedades:
a)Ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou, superior ou
igual a 12,5, ou sua mistura com água, na proporção de 1:1 em
peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 ou
superior ou igual a 12,5.
b)Ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água,
produzir um líquido e corroer o aço a uma razão maior que 6,35
mm ao ano, a uma temperatura de 55°C.

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Reatividade
 Um resíduo sólido é caracterizado como reativo quando
apresentar qualquer das seguintes propriedades:
a) Ser instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar.
b) Reagir violentamente com a água.
c) Formar misturas potencialmente explosivas com a água.
d) Gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para
provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando
misturados com a água.
e) Possuir em sua constituição os íons CN− ou S2− em concentrações que
ultrapassem os limites de específicos de liberação de HCN ou de H2S.
f) Ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de
forte estímulo, ação catalítica ou temperatura.
g) Ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição
detonante ou explosiva.
h) Ser explosivo.

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Toxicidade
 Um resíduo sólido é caracterizado como tóxico quando
apresentar qualquer das seguintes propriedades:
a) Quando o extrato obtido desta amostra contiver qualquer um dos
contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no
anexo F (Limites máximos de concentração para o lixiviado).
b) Possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C (Substâncias
que conferem periculosidade) e apresentar toxicidade.
c) Ser constituída por restos de embalagens contaminadas com
substâncias constantes nos anexos D (Substâncias agudamente tóxicas)
ou E (Substâncias tóxicas).
d) Resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do
prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos
anexos D ou E.
e) Ser comprovadamente letal ao homem.
f) Possuir substância em concentração letal ao homem ou estudos que
demonstrem DL50 (oral ratos) ou CL50 (inalação ratos) ou DL50 (dérmica coelhos)
menores que os limites especificados (mg/kg).
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Patogenicidade
 Um resíduo é caracterizado como patogênico se contiver ou se
houver suspeita de conter, microorganismos patogênicos,
proteínas virais, ácido desoxiribonucléico (ADN) ou ácido
ribonucléico (ARN) recombinantes, organismos geneticamente
modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas
capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.

 Os resíduos de serviços de saúde deverão ser classificados


conforme ABNT NBR 12808. Os resíduos gerados nas estações
de tratamento de esgotos domésticos e os resíduos sólidos
domiciliares, excetuando-se os originados na assistência à
saúde da pessoa ou animal, não serão classificados segundo
os critérios de patogenicidade.

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Resíduos: Definições

Classificação de resíduos sólidos


quanto ao risco

1 2

Perigoso Não-perigoso

1 2

I C R T P H
Inerte Não-inerte

NOTA
O código H indica substâncias
I = Inflamável C = Corrosivo altamente perigosas,
R = Reativo T = Tóxico independentemente das
P = Patogênico H = Alta periculosidade concentrações presentes.

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O que é Co-processamento
 Resolução CONAMA No 264/99:
 Co-processamento de resíduos em fornos de produção de
clínquer: Técnica de utilização de resíduos sólidos industriais a
partir do processamento desses como substituto parcial de
matéria-prima e/ou de combustível no sistema forno de
produção de clínquer, na fabricação de cimento.

 Solução Ambiental:
 Praticada desde 1976 em diversos países do mundo.
 Regulamentada no Brasil pela Resolução CONAMA No 264 de
1999.
 Regulamentada em diversos estados brasileiros através de
Normas ambientais específicas.

Seminário Tecnológico
para Supervisores
sobre de
Reciclagem
Co-processamento
− Campina−Grande
Cantagalo
(PB)(JR) Resíduos:
O Co-processamento
Classificação
como
e Co-processamento
alternativa de tratamento de Resíduos 13
Co-processamento na Prática

 Opção para destinação de Resíduos Industriais:


destruição integral, sem gerar cinzas.

 Opção para Reciclagem de Resíduos:


aproveitamento como substituto de
combustível ou de matéria-prima

Solução em conformidade com o conceito de


“Desenvolvimento Sustentável”.

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Resíduos no Forno

Resíduos Energéticos

- Resíduos Sólidos.
- Resíduos Líquidos.

Resíduos Energéticos

- Resíduos Sólidos.
- Resíduos Líquidos.

Resíduos Não Energéticos

- Substitutos de Matérias-
primas

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Resíduos: Alto Valor Calorífico
Resíduos Líquidos:
 Resinas, Colas, Tintas e Solventes.
 Óleos usados e Resíduos oleosos.
 Produtos Líquidos fora de especificação.

Resíduos Sólidos e Pastosos:


 Graxas e Lamas de processos
químicos.
 Resíduos de destilação.
 Catalisadores e Elementos Filtrantes.
 Tecidos, Papéis, Papelões e Madeiras.
 Plásticos, Borrachas, Pneus, Látex.
 Alimentos impróprios para consumo.

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Resíduos: Baixo Valor Calorífico
Resíduos Líquidos:
 Resíduos aquosos.
 Águas contaminadas com tintas e solventes.
 Líquidos aquosos de processos químicos.

Resíduos Sólidos e Pastosos:


 Lodos de Estações de Efluentes
Industriais.
 Solos contaminados.

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Substitutos de Matérias-primas

Matérias-primas Alternativas:
 Lamas com alumina [Al2O3].
 Lamas siderúrgicas [Fe2O3].
 Areias de Fundição [SiO2].
 Elementos filtrantes [SiO2].
 Refratários usados [SiO2 e Al2O3].
 Resíduos da fabricação de vidros
[SiO2 e F−].
 Gessos, escórias e cinzas.

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Pela atenção,
muito obrigado!
Francisco Chaves Jr.
francisco.chaves@ecoprocessa.com.br
www.ecoprocessa.com.br

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