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1) INTRODUÇÃO

Das mais remotas civilizações que se tem notícia até as mais recentes, a abelha

sempre esteve, e está intimamente associada ao ser humano e sua evolução. Nada menos que

dez mil obras foram escritas sobre elas, desde Aristóteles, Catão, Varrão, Plínio etc. O

primeiro tratado de apicultura data de três séculos A.C.,escrito por Virgílio, no quarto livro

das famosas “Geórgicas” (WIESE, 2000).

Segundo Wiese (2000), mesmo as abelhas já sendo conhecidas, somente a partir

do século XIX que se registraram as mais importantes descobertas que proporcionaram um

grande avanço na atividade apícola mundial. Desde os primeiros estudos da biologia das

abelhas em 1630- 1680, até a primeira indústria de colméias e materiais apícolas em escala

industrial, com base nas descobertas, a apicultura vem se desenvolvendo e aperfeiçoando em

vários países.

Antes de 1840, as abelhas criadas no Brasil eram as nativas, ou seja, abelhas

Melipônicas ou indígenas, cuja variedade é muito grande. Abelhas mansas e sem ferrão, as

Melipônicas produzem mel de excelente qualidade, porém em menor quantidade. Depois

desta época, as abelhas européias Apis mellifera mellifera foram trazidas para o Brasil por

padres jesuítas.

Por serem originarias de países que apresentam inverno rigoroso, estas abelhas

tinham o hábito de estocar alimento em quantidade para hibernar durante as estações mais

frias do ano. Elas se adaptaram muito bem ao clima brasileiro e por se tratarem de abelhas

dóceis e de fácil manejo, o seu desenvolvimento se deu de forma acelerada, produzindo


ótimos resultados. Entre os anos de 1845 e 1880, novas colônias foram introduzidas por

imigrantes italianos e alemães que se estabeleceram no sul e sudeste do país.

Em 1956, o Dr. Warwick Estevam Kerr trouxe da África, para fins científicos,

cerca de cinqüenta abelhas rainhas das subespécies Apis mellifera adansonii e Apis mellifera

capensis e as introduziu em Piracicaba, interior de São Paulo. Acidentalmente houve uma

fuga destas abelhas que acabaram cruzando com as européias já existentes no país. Desse

cruzamento resultaram as abelhas africanizadas, causando problemas sérios na apicultura

nacional. Agressivas e migratórias, elas se reproduziram rapidamente e hoje a população de

abelhas africanas e africanizadas no Brasil é estimada em 90 %. Após esse período de

“africanização” houve um verdadeiro caos na apicultura brasileira, a dependência de material

importado era absoluto, muitos apicultores abandonaram a atividade. Por esse motivo houve

uma série de ações em universidades, e alguns órgãos governamentais, lideradas pelos

pesquisadores, técnicos e apicultores, proporcionou grandes mudanças na apicultura

brasileira: aceitação das abelhas africanizadas pelos apicultores; significativa produção de

artigos científicos acerca dessas abelhas; desenvolvimento de novas metodologias de manejo;

autonomia da indústria de material apícola.

Atualmente, a apicultura é aproveitada em forma econômica pelo homem na

polinização das plantações, assim como na produção de própolis, geléia real e apitoxina e o

mais conhecido e explorado pelo homem que é o mel, pois além de ser uma rica fonte de

alimento, o mel também é muito utilizado na medicina caseira. Para Inaba e Pasin (1998), a

apicultura tem demonstrado ser uma excelente alternativa para complementação de renda do

empresário rural, pois sua atividade, normalmente, não compete em recursos de produção com

as atividades já existentes na empresa rural.

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