Uma dúvida muito freqüente entre os pais que pretendem matricular seus filhos em uma escola é quanto
aos métodos ou às abordagens educacionais por elas adotados. No Brasil, sobretudo a partir dos anos
1980, a teoria de aprendizagem que serviu de fundamento para a educação pública e, posteriormente,
também para a privada foi o construtivismo, concebido por pedagogos como Lev Vygotsky e Paulo
Freire.
Mas, afinal, o que é o construtivismo?
A palavra construtivismo só pode ser usada com um sentido preciso e compartilhado universalmente em
dois sentidos: quando designa um movimento artístico nascido na União Soviética após a revolução de
1917, tendo sido empregada pela primeira vez pelo teórico da arte russo Malevich para comentar o
trabalho do artista Rodchenko, e na filosofia da matemática. Tanto na arte quanto na matemática a
palavra construtivismo tem um significado preciso.
Já no campo da educação isso não ocorre. Há tantas definições de construtivismo quantas são as cabeças
dos construtivistas. É praticamente impossível colocar-se de acordo sobre o que é o construtivismo em
educação ou em pedagogia, porque o próprio fundamento da abordagem construtivista é flutuante e
instável. Não há, pois, como definir o construtivismo no campo da educação: ele tem uma infinidade de
significados. Por isso é tão difícil – ou mesmo impossível – que nos ponhamos de acordo sobre uma
definição.
Por outro lado, exatamente por essa razão, ele é tão atraente. O construtivismo, um termo guarda-chuva,
pode abrigar qualquer coisa. Além disso, tem um apelo atual, moderno, na medida em que engloba duas
idéias que entraram na educação por intermédio da filosofia moderna: as idéias de autonomia e de
emancipação. Portanto, em educação não é possível discutir construtivismo, ou melhor, só se pode
discutir porque não há acordo, uma vez que o termo é fluido e tem uma base completamente instável.
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muito superiores em relembrar os diversos quadros de posição apresentados, ao passo que os noviços
falharam rotundamente.
Posteriormente, de Groot fez outra experiência em que mostrou padrões aleatórios de distribuição das
peças a experts e noviços, fazendo depois o teste da memória dos padrões apresentados. Nesse segundo
teste não houve diferença significativa entre experts e noviços.
Como interpretar os resultados dos dois experimentos? Aprende-se melhor e se resolve melhor os
problemas quando se tem um padrão no qual encaixar os dados. E esse é exatamente o caso dos grandes
mestres: eles têm um padrão estruturado no cérebro no qual vão encaixando as informações, ao passo
que, se lhes são dadas informações aleatórias, elas dificilmente serão fixadas na memória e utilizadas
depois para resolver problemas.
Portanto, antes de desenvolvermos capacidades e habilidades, é importante acumularmos
conhecimentos e informações e, pouco a pouco, encaixá-los nos padrões que vão se estruturando
no cérebro. Mas o construtivismo indica o caminho contrário ao pretender que a “cultura” da
criança modele seu desenvolvimento cognitivo e que ela faça reflexões críticas antes mesmo de ter
adquirido conhecimentos positivos, algo análogo a esperar que faça uma boa digestão alguém que
mal deu a primeira garfada.
Do ponto de vista teórico, todas as proposições e equacionamentos elaborados pelo construtivismo – tal
qual utilizado na educação – fracassam teórica e praticamente ao tentar explicar o problema do
aprendizado. Não há nenhuma teoria experimentada e sólida que dê guarida às formulações
construtivistas.
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Se a superioridade das abordagens instrutivistas ante as abordagens construtivistas é corroborada pela
experiência e pela teoria, isso não tem nada que ver com tradicionalismo, passadismo ou autoritarismo.
A afirmação dessa superioridade é antes a solidificação de uma tradição pedagógica – e tradição
pedagógica não é o mesmo que tradicionalismo pedagógico. Não se trata de tradicionalismo, e sim de
observar que a tradição pedagógica, acolhendo os novos avanços teóricos da ciência ao longo do tempo
e os achados consolidados e sistemáticos dos experimentos pedagógicos, vai sendo confirmada. Trata-se
de observar o que é mais eficaz e o que faz com que um maior número de crianças de diversos tipos, em
diversas circunstâncias, em diversas culturas, aprendam mais e a um custo cognitivo menor.
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Quer saber mais sobre problemas na educação do Brasil? Leia este artigo do Prof. Carlos Nadalim.
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Fonte: http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/o-que-raios-e-o-construtivismo/