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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO


DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA

GEOMETRIA GRÁFICA TRIDIMENSIONAL


PARA ENGENHARIA E ARQUITETURA

Andiara Valentina de Freitas e Lopes


Mariana Buarque Ribeiro de Gusmão

Recife-PE, 2020 (1ª Edição)


LOPES, Andiara Valentina de Freitas e;
GUSMÃO, Mariana Buarque Ribeiro de

Geometria Gráfica Tridimensional para


Engenharia e Arquitetura. Recife, 2020

Geometria Gráfica, Representação Gráfica,


Projeção Cilíndrica; Perspectiva
APRESENTAÇÃO e AGRADECIMENTOS

Este livro foi desenvolvido especialmente para O livro está dividido em seis capítulos. O primeiro
os estudantes de engenharia e arquitetura. No entanto capítulo é introdutório e aborda algumas noções básicas
seu conteúdo também pode ser utilizado por qualquer sobre representação gráfica, projeção e perspectiva. O
pessoa que queira estudar e representar a Forma. segundo capítulo trata da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira.
Esse livro é um produto que surgiu da O terceiro capítulo aborda a Isometria Simplificada, que é
necessidade de registrar soluções teórico- uma simplificação da Perspectiva Cilíndrica Isométrica. O
metodológicas encontradas em sala de aula e quarto capítulo tem como tema o Sistema Mongeano de
discussões posteriores realizadas periodicamente por Representação. Finalmente, o quinto e sexto capítulos
uma equipe de professores que ministram a disciplina tratam dos estudos de Verdadeira Grandeza e Seção
Geometria Gráfica Tridimensional, no Ciclo Básico dos Plana, respectivamente.
Cursos de Engenharias da Universidade Federal de Agradecemos a Universidade Federal de
Pernambuco. Pernambuco e a todos que de alguma forma participaram
O livro aborda três tipos de Projeções Cilíndricas da elaboração desse trabalho, que tem como objetivo
bastante utilizadas em disciplinas usualmente principal compartilhar e disseminar o conhecimento de
conhecidas como “desenho técnico”, são elas: Geometria Gráfica na área da Ciência Visiográfica (LOPES;
Cavaleira, Isometria Simplificada e Sistema Mongeano, CARNEIRO-DA-CUNHA; GUSMÃO, 2018; LOPES; GUSMÃO;
essa última também conhecida como Sistema de CARNEIRO-DA-CUNHA, 2019).
Vistas. Além disso, o livro aborda temas como Vistas Atenciosamente,
Auxiliares, Verdadeira Grandeza e o estudo da Seção Andiara Lopes e Mariana Gusmão
Plana nos sólidos básicos.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – Noções Básicas 07
1.1 Elementos Básicos da Representação Gráfica 07
1.2 A Representação Gráfica como Linguagem 09
1.3 Ortoedro de Referência 13
1.4 Sistemas de Projeção 15
1.5 Tipos de Projeção 19
1.5.1. Projeção Cônica 18
1.5.2. Projeção Cilíndrica 20
1.6 Aplicabilidade da Perspectiva Cilíndrica 22

CAPÍTULO 2 – Perspectiva Cilíndrica Cavaleira 25


2.1. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira 25
2.2. Eixos Coordenados 26
2.3. O Eixo y 29
2.4. Parâmetros da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira 31
2.4.1. A Direção da Cavaleira (α) 32
2.4.2. Fator de Deformação (K) 34
2.5. Rotação da Peça 36
2.5.1. Diferença entre Rotação e Variação do Quadrante de Projeção do Eixo y 37
2.5.2. Diferença entre Faces e Vistas 38
2.6. Trabalhando com Arestas que não Estão Paralelas aos Eixos Coordenados 39
2.7. Cilindros e Cones 41
2.7.1. Cilindros 43
2.7.2. Cones 44
2.7.3. A representação da Elipse 45
SUMÁRIO
CAPÍTULO 3 – Isometria Simplificada 52
3.1. Caracterização da Axonometria 52
3.2. Caracterização da Isometria Simplificada 54
3.3. Isometria Simplificada na Prática 55
3.4. Os Eixos Coordenados e o Ortoedro de Referência 56
3.4. 1. A Visualização de Todas as Faces 58
3.4.2. Rotação da Peça 59
3.5. Cilindros e Cones 60
3.5.1. A representação da Elipse e da Oval 63
3.6 Furo Cilíndrico 71

CAPÍTULO 4 – A Perspectiva Cilíndrica Ortográfica 73


4.1. Introdução 73
4.2. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Ortográfica 75
4.3. Observador, Objeto e Planos de Projeção 81
4.3.1. Primeiro e Terceiro Diedros 81
4.3.2. Segundo e Quarto Diedros 83
4.3.3. Sistemas Alemão e Americano 84
4.4. As Seis Vistas 85
4.5. Os Eixos Coordenados 92
4.6. Visualização das Vistas Mongeanas e da Peça 94
4.7. A Escolha das Vistas 97
4.8. Representando as Primeiras Peças em Mongeano 99
4.8.1. Exercícios Passando de Vista para Perspectiva 104
SUMÁRIO
4.9. Os Sólidos Básicos: Prismas, Pirâmides, Cilindros, Cones e Esferas 106
4.9.1. Prisma 106
4.9.2. Pirâmides 110
4.9.3. As Geratrizes de Limites de Visibilidade nos Cilindros e Cones 113
4.9.4. Cilindros 119
4.9.5. Cones 124
4.9.6. Esferas 127
4.9.7. Partes da Esfera 133
CAPÍTULO 5 – Verdadeira Grandeza 138
5.1. Definições e Usos 138
5.1.1. Compreendendo as Três Posições Básicas: Paralela, perpendicular e Oblíqua 139
5.2. Sistema Mongeano e Plano Auxiliar 141
5.3. Mudança de Plano 145
5.3.1. Caso 1 146
5.3.2. Caso 2 149
5.3.3. Caso 3 153

CAPÍTULO 6 – Seção Plana 157


6.1. Introdução ao Conceito de Seção Plana e Interseção 157
6.1.1. Superfície e Sólido 157
6.1.2. Interseção e Seção 159
6.2. Seção Plana de Sólidos Geométricos Básicos 162
6.2.1. Seção Plana de Prismas 163
6.2.2. Seção Plana de Pirâmides 169
6.2.3. Seção Plana de Cilindros 177
6.2.4. Seção Plana de Cones 186
EXERCÍCIOS 201
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 319
CAPÍTULO 1 – NOÇÕES BÁSICAS Voltar
sumário

1.1 Elementos Básicos da Representação Gráfica


A Geometria Gráfica possui quatro elementos 2. A linha: À medida que o ponto se move, a sua
básicos por meio dos quais podemos representar as trajetória descreve uma linha. Assim, a linha é o
Formas. São eles: o ponto, a linha, a superfície e o enfileiramento de pontos unidos. Possui apenas uma
volume. Esses elementos são conceitos ou ideias, dimensão (comprimento); mas possui posição e
portanto são abstratos. Quando fazemos uma direção. Porém, a posição e a direção são sempre
representação de um ponto, de uma linha, de uma relativas a um referencial, conforme veremos. É
superfície ou de um volume esses conceitos deixam de representada por uma letra minúscula do alfabeto
ser conceitos e passam a ser representações. latino (a, b, c, r, p, q, v, x). A linha define os limites de
uma superfície e pode ser classificada de acordo com o
1. O Ponto: É o elemento mais básico e mais Formato e de acordo com o Traço. A reta é um caso
fundamental da Geometria Gráfica. Ele indica uma particular de linha, gerada pelo deslocamento do
posição, não possui formato ou dimensão, não ocupa ponto em uma única direção.
um lugar no espaço. É também o lugar da intersecção
de duas ou mais linhas. O ponto marca o início e o fim No quadro a seguir (quadro 1.1) estão os tipos de
de um segmento. É representado por uma letra linhas mais usados nas representações gráficas básicas
maiúscula do alfabeto latino (A, B, D, K). Observe as nas áreas de engenharia e arquitetura. Vale salientar
figuras 1.1, 1.2 e 1.3. que cada área do conhecimento possui normas
técnicas específicas e padronizadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Fig. 1.1 Fig. 1.2 Fig. 1.3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 1 | Pág. 07
ESPESSURA USO
TIPO DE LINHA
(LAPISEIRA) CAVALEIRA E ISOMETRIA MONGEANO
Representar o Ortoedro de
Representar as linhas de
0,3 Referência e as linhas
Contínua fina chamada (projeção das
auxiliares, construtivas gerais e
projetantes)
arestas não visíveis
Representar as arestas
Contínua grossa 0,5 Representar as arestas visíveis
visíveis
Representar as linhas de
Contínua +grossa 0,7 - terra (encontro dos planos
mongeanos)
Representar as arestas não
Tracejada grossa 0,5 -
visíveis

Quadro 1.1

3. A superfície: Na medida em que a linha se desloca, a 4. O Volume: A trajetória de uma superfície em uma
sua trajetória, que não seja a sua direção intrínseca, se direção, que não seja a sua direção intrínseca, se torna
torna uma superfície. Assim, a superfície é o um volume. O volume tem uma posição no espaço e
enfileiramento de linhas unidas. As superfícies possui também três dimensões: largura, altura e
possuem apenas duas dimensões. A superfície define profundidade. No espaço o volume é limitado por
os limites de um volume. Porém, a posição e a direção planos. Ver figura 1.4.
são sempre relativas a um referencial, conforme
veremos. É representada por uma letra do alfabeto
grego (α, β, γ, δ, λ, π, φ). O Plano é um caso particular
de superfície, gerado pelo deslocamento da linha se
desloca em uma única direção.

Fig. 1.4

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1.2 - Representação Gráfica como Linguagem Voltar
sumário

De maneira geral, a representação gráfica é uma


forma de linguagem, a linguagem gráfica, que serve
para comunicar ideias sobre a Forma. Em outras
palavras, um interlocutor a utiliza para representar
uma ideia sobre uma Forma e, assim, transmiti-la
para um outro interlocutor. As representações
Gráficas podem ter funções variadas, entre elas as
funções artísticas e técnicas.
Kandinsky, Arch and Point, 1923
Uma representação artística é uma escolha do Fonte: http://www.invisiblebooks.com/Kandinsky.htm
artista, que não tem, necessariamente, compromisso Fig. 1.5
com a representação do que é real. Portanto, sua
representação é livre e é feita de acordo com a
interpretação do real no contexto da visão de mundo
do artista. Nesse caso, cada artista possui uma
linguagem própria, única, como mostra a figura 1.5.
Diferentemente do desenho artístico, o desenho
técnico é comprometido com a representação da
realidade. Essa sua característica possibilita a
comunicação entre as partes envolvidas no processo Fonte: http://aordemsinequanonoide.blogspot.com.br/2010/12/desenho-

de produção de um objeto através da linguagem tecnico-mecanico.html


Fig. 1.6
universal, figura 1.6.

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Nas engenharias e arquitetura , bem como em Dessa maneiras, a representação gráfica em um
muitas áreas de conhecimento existe a necessidade projeto não pode ser feita de qualquer maneira, deve
de se criar e/ou modificar as formas de um objeto. obedecer alguns padrões e procedimentos que visem
Consequentemente, as representações gráficas sua universalização. Dessa maneira, o desenho técnico
nessas áreas adquirem um caráter específico, no qual cumpre sua função de linguagem gráfica, que é a de
precisam representar o objeto contextualizado no estabelecer a comunicação entre as partes envolvidas
mundo real. Portanto, a representação gráfica adquire no processo de criação e execução de objetos.
uma função técnica, uma vez que precisa representar
Para representar um objeto é importante perceber
dimensões e posição do objeto de acordo com as
que todos os objetos que estão a nossa volta possuem
necessidades de cada projeto. As representações
três dimensões: largura, altura e profundidade. Quando
dessa natureza são comumente conhecidas com o
vamos fazer a representação desse objeto, as
nome de Desenho Técnico.
dimensões precisam ser representadas em uma
A base desse processo está numa etapa superfície com apenas duas dimensões, como é o caso
chamada de criação, sendo seu produto final o do papel ou da superfície da tela do computador.
projeto. Esse último consiste na representação
Esse ebook tem com objetivo mostrar algumas
daquilo que está no plano das ideias. Para que as
maneiras de fazer representações gráficas que são a
ideias sejam compreendidas e executadas pelos
base utilizada para a construção do projeto nas áreas de
outros profissionais envolvidos no processo, elas
engenharia e arquitetura, bem como em outras áreas
precisam ser representadas graficamente e, além
que utilizam o chamado “desenho técnico”.
disso, precisam ser compreendidas por todas as
pessoas envolvidas, daí a importância da linguagem
gráfica.

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É importante salientar, mais uma vez, que a A primeira diz respeito ao processo cognitivo de
representação para o desenho técnico, não pode ser transpor o objeto (real ou imaginado) para a imagem
feita de maneira aleatória, ela deve obedecer às normas (representação do real ou imaginado), está última é
específicas para garantir a universalidade da linguagem. feita em uma superfície, o papel(representação em ou
Tanto quem faz a representação gráfica como quem a lê um software gráfico. A outra etapa é, exatamente,
precisa falar a mesma língua, ou seja, dominem o tipo percorrer o caminho inverso, o qual consiste em
de projeção na qual a representação foi feita. Visando perceber a tridimensionalidade do objeto quando ele
padronizar as possíveis representações de um objeto está representado no papel (duas dimensões – 2D) ou
foram criados sistemas de representação. em um software gráfico (duas e/ou três dimensões,
dependendo do software). Ambos os processos
Os sistemas de representação são como linguagens
requerem o domínio das regras que diferenciam as
a qual os profissionais da área dominam. Quem
perspectivas.
representa e que lê a representação sabem em qual
sistema de representação o objeto foi representado, A maneira mais simples de definir perspectiva é:
sabe retirar/interpretar da própria representação as a perspectiva é a imagem de um objeto feita através de
informações necessárias para a sua construção. As um processo chamado projeção. Nesse sentido a
representações dentro dos Sistemas de Representação perspectiva é uma representação. O processo de
são chamadas de perspectivas e são geradas por uma projeção é complexo porque envolve muitas variáveis
projeção. O principal objetivo das perspectivas é (observador, projetantes, objeto, plano de projeção e
representar em uma superfície bidimensional as três imagem, são os principais) de um objeto. Nesse
dimensões de um objeto. Existem duas etapas nessa sentido, muitas vezes os termos perspectiva,
representação. representação e projeção (enquanto produto),
aparecem como sinônimos.
PERSPECTIVA = 3D 2D

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Ao lado estão diferentes representações de
um mesmo objeto utilizadas no desenho técnico,
figura 1.7.

Essas representações se diferenciam em


função de dois aspectos:

1. Posicionamento do ORTOEDRO DE
REFERÊNCIA, que imaginariamente envolve o
objeto, em relação ao plano de projeção e;

2. Tipo de projeção.

A seguir tais aspectos serão explicados com


mais detalhes.

Fig. 1.7

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1.3 – Ortoedro de Referência Voltar
sumário

A utilização do Ortoedro de Referência (OR) é uma As figuras 1.9 e 1.10 mostram um mesmo
técnica muito útil quando se trabalha com representações objeto inserido em ORs diferentes. Esse exemplo nos
em geral. Ela consiste em imaginarmos o objeto que mostra como o mesmo objeto pode ter
queremos desenhar dentro de uma caixa, mas não de uma interpretações diferentes dependendo da colocação
caixa qualquer. Essa caixa também pode ser chamada de do OR.
Ortoedro Auxiliar, Ortoedro Envolvente, ou ainda, de
Paralelepípedo de Referência. Ver figura 1.8.

Fig. 1.8
O OR possui características que facilitam tanto a sua
Fig. 1.9 Fig. 1.10
representação quanto a visualização espacial do objeto,
são elas:
1. Todas as suas arestas são paralelas a algum dos três
eixos coordenados x, y e z, largura, profundidade e Na figura 1.9 a face ABC está perpendicular ao
chão, colada com a face frontal do OR. Já na figura
altura, respectivamente;
1.10 a face ABC está inclinada, ou oblíqua ao chão,
2. Possui faces retangulares; como uma rampa.
3. As faces formam ângulos retos umas com as outras;
4. As faces opostas são iguais entre si.

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A técnica do OR é um artifício utilizado para A figura 1.11 mostra um objeto qualquer e a
desenhar qualquer objeto. É muito importante que ele figura 1.12 mostra o mesmo objeto inserido no
envolva completamente o objeto e, além disso, que Ortoedro.
fique bem “colado” ao objeto, de modo que possibilite a
coincidência de faces e arestas do objeto com faces do
OR. Dessa maneira, o OR é a MENOR CAIXA POSSÍVEL
capaz de conter o objeto que queremos desenhar.

Muitas vantagens podem ser vistas quando


usamos o OR:

1. O Ortoedro é um objeto simples de ser desenhado;


2. O uso do Ortoedro faz com que possamos controlar
quais faces queremos mostrar, porque primeiro
decidimos como fica o OR e só então colocamos o Fig. 1.11
objeto dentro dele;
3. Como o OR possui todas as suas arestas paralelas a
um dos três eixos coordenados, é fácil fazer uma
correlação entre as medidas do objeto e as
medidas do OR;
4. Qualquer objeto pode ser colocado, ou imaginado,
dentro de um OR, especialmente os objetos com
faces curvas ou muito detalhadas. Quando mais
Fig. 1.12
detalhado é o objeto mais precisamos do OR.

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1.4 – Sistema de Projeção Voltar
sumário

As representações têm em seu arcabouço sistemas de Um sistema de projeção funciona de forma


projeção. Para entender como funciona um sistema de semelhante. Para representar um objeto é necessário
projeção o exemplo mais comumente utilizado é o da primeiramente projetá-lo. O processo de projeção
sombra. Ver figura 1.13. funciona como uma cena, para compreendê-la
precisamos conhecer alguns elementos básicos que a
compõe.

São eles:

a. Observador: centro de projeção;

b. Projetantes: raios visuais que partem dos olhos


do observador;
Fonte: http://well31.comunidades.net/index.php?pagina=1305455344
c. Objeto: o objeto é o que queremos representar;
Fig. 1.13
d. Plano de Projeção: é o plano onde será
Na figura 1.13, a fonte de luz (F) emite raios representada (desenhada) a projeção.
luminosos que iluminam o objeto e a parede atrás do
objeto. Como os raios que iluminam a parede sofrem um e. Imagem: que a projeção do objeto no Plano de
interrupção ao chegar ao objeto, cria-se uma sombra na Projeção.
parede. A sombra funciona como uma imagem do objeto
projetada na superfície bidimensional da parede.

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A cena funciona da seguinte maneira: o
observador observa o objeto. Para que o objeto seja
percebido, partem dos olhos do observador raios
visuais, ou projetantes, que conectam os olhos do
observador aos limites do objeto, projetando o objeto
no plano de projeção, como mostra a figura 1.14. Os
pontos, onde as projetantes “passam” ou “tocam” no Fonte:http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/0
3/projecoes-conicas.html
plano de projeção definem a representação da projeção Fig. 1.15
do objeto, que, nesse caso, consiste em uma imagem
bidimensional proporcional ao objeto tridimensional. Na figura 1.15 o centro de projeção está
representado pela lanterna, os raios de luz que saem
da lanterna (projetantes) incidem sobre o objeto
projetando-o no plano do quadro (plano de projeção).
Na situação apresentada o exemplo foi dado a partir de
um objeto real, porém, podemos imaginar uma
situação na qual o objeto é virtual, ou seja, existente
apenas como uma ideia. Sendo assim, é necessário um
grau de abstração relativamente maior para imaginar
toda essa cena primeiramente em nossa mente, para,
só então, representar no papel a projeção final do
processo.

Fig. 1.14

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1.5 – Tipos de Projeção Voltar
sumário

Existem dois tipos de projeção


bastante conhecidos e utilizados, a
PROJEÇÃO CÔNICA e a PROJEÇÃO
CILÍNDRICA.

Aqui serão abordadas as Projeções


Cilíndricas: Cavaleira, Isometria e Sistema
Mongeano.

Observe o mesmo objeto sendo


representado em cada um dos tipos de
projeção no quadro síntese da Figura
1.16.

Fig. 1.16

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1.5.1 – Projeção Cônica Voltar
sumário

Na projeção Cônica o centro de projeção é chamado


de PRÓPRIO, isso porque ele está a uma distância finita do
objeto. Esse sistema é bem semelhante ao exemplo dado
anteriormente, que comparou o centro de projeção com
uma lanterna.

No exemplo da figura 1.17 é fácil perceber que as


projetantes que partem dos olhos do observador formam
um feixe cônico. Por essa razão o sistema é chamado de
Cônico. Esse feixe projeta o objeto, no caso uma esfera, no
Fig. 1.17
plano de projeção, ficando a imagem projetada em forma
de circunferência.

Na figura 1.18 temos um exemplo da uma projeção


cônica de um objeto bidimensional, o triângulo ABC, o
qual projetado segundo um centro de projeção O, forma a
imagem A’B’C’.

Nesse livro nós não estudaremos esse tipo de


projeção. Mas é importante sabermos que a projeção
Fonte:http://det.ufc.br/desenho/?page_id=86
cônica simula a visão humana. Por isso, sua representação
é mais facilmente percebida, mesmo por pessoas que não Fig. 1.18

conhecem as regras do desenho técnico.

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As figuras 1.19 e 1.20 mostram a mesma cena vista de dois ângulos diferentes. Tal cena mostra uma
projeção cônica com o plano de projeção localizado entre o observador e o objeto. Ao observarmos as duas
imagens, podemos perceber claramente a relação entre observador, projetantes, objeto e sua imagem.

Fonte: http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/projecoes- Fonte: http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/projecoes-


conicas.html conicas.html

Fig. 1.19 Fig. 1.20

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 1 | Pág. 19
1.5.2 – Projeção Cilíndrica Voltar
sumário

Na projeção Cilíndrica o observador está a uma


distância infinita do objeto. Nesse caso o centro de
projeção é IMPRÓPRIO, ver figura 1.21.

As projetantes ao invés de serem concorrentes


(num ponto que é o centro de projeção), como ocorre no
sistema cônico de projeção, elas são paralelas.

Isto é, as projetantes partem do centro de projeção


num feixe de retas paralelas, como as geratrizes de um
cilindro, é por essa razão que esse sistema de projeção é
chamado de cilíndrico.

Um exemplo que ilustra bem a mecânica desse Fonte:http://edificacacaomoderna.blogspot.com.br/2012/03/


projecoes-conicas.html
sistema de projeção é o dos raios luminosos que partem
Fig. 1.21
do sol. O sol está a uma distância tão grande da terra que
ao chegar à sua superfície os raios luminosos estão quase
paralelos entre si e aí projetam a sombra dos objetos
sobre a superfície terrestre de forma cilíndrica.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 1 | Pág. 20
No sistema cilíndrico de projeção podemos ter as projeções cilíndricas oblíquas (figura 1.22) e as projeções
cilíndricas ortogonais (figura 1.23). O que diferencia uma da outra é exatamente o ângulo de incidência das retas
projetantes no plano de projeção. Nas projeções cilíndricas oblíquas o ângulo é diferente de 90° e nas projeções
cilíndricas ortogonais esse ângulo é igual a 90°. Reparem a diferença:

Fonte: http://det.ufc.br/desenho/?page_id=86 Fonte: http://det.ufc.br/desenho/?page_id=86

Fig. 1.22 Fig. 1.23

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 1 | Pág. 21
1.6 – Aplicabilidade da Perspectiva Cilíndrica Voltar
sumário

Uma coisa muito importante e motivadora As Perspectivas Cilíndricas são indispensáveis


para aprender um novo conteúdo é saber sobre a para todas as áreas do conhecimento que trabalham ou
aplicabilidade do que se está aprendendo. Uma estudam a FORMA: Arquitetura, Engenharia, Arte,
pergunta sempre válida diante de um novo Design, Expressão Gráfica, entre outras. Tal tipo de
conhecimento é “Que usos esse conteúdo possui?” representação é a base do desenho técnico.
ou, no caso específico do conteúdo em questão,
“Que usos a representação de objetos Outra aplicação das Perspectivas Cilíndricas está
tridimensionais em duas dimensões pode ter para presente em manuais de equipamentos sejam de
um futuro engenheiro?” móveis, de máquinas e até de brinquedos. Esses se
utilizam das perspectivas cilíndricas tipo Cavaleira ou
A primeira aplicação seria a representação de
Axonometria (usualmente a Isometria Simplificada)
objetos que muitas vezes estão apenas no plano das
para representar peças e equipamentos.
ideias. Quando é necessário comunicar uma ideia
para outros, apenas palavras não explicam tudo,
especialmente quando as ideias tratam de formas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 1 | Pág. 22
Veja a figura 1.24 de um manual virtual
para montagem de um brinquedo. Observe que
desde as peças do menu até a representação da
peça a ser montada estão em Isometria
Simplificada.

Fonte: http://www.tecmundo.com.br/1085-o-que-e-visao-isometrica-.htm
Fig. 1.25

Na área das Engenharias a aplicabilidade das


perspectivas em geral é quase uma obrigatoriedade,
porque não há como falar de objetos, sejam reais ou
virtuais, sem lançar mão do uso de algum tipo de
representação da forma (ver figura 1.25). As perspectivas
Fonte: http://www.baixaki.com.br/download/lego- nesse caso são os recursos que estabelecem a
digital-designer.htm
comunicação na área. Nesse caso é possível utilizar tanto
Fig. 1.24
as perspectivas feitas à mão livre, quanto as feitas com
Uma terceira forma de aplicação das esquadros e compasso, até mesmo as feitas com o
perspectivas está nos ambientes virtuais de jogos e auxílio de softwares especializados. Independentemente
manuais. Nesse ambiente a visão isométrica é um de como as perspectivas são elaboradas, para desenhá-
recurso amplamente utilizado, como mostra a las são necessários conhecimentos específicos sobre o
figura 1.25. assunto.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 1 | Pág. 23
Fonte: http://www.naval.com.br/blog/2012/03/09/avisos-hidroceanograficos-fluviais-
avhoflu-rio-solimoes-e-rio-negro/
Fig. 1.26

Muitos acreditam que com o amplo uso do computador não será mais necessário aprender certos
conceitos, essas pessoas esquecem que o computador não realiza procedimentos sozinho.
Para que a representação seja feita com softwares é preciso efetuar comandos, caso contrário, mesmo
com os mais avançados softwares disponíveis no mercado, a representação pode findar incorreta ou
incompleta.

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CAPÍTULO 2 – PERSPECTIVA CILÍNDRICA CAVALEIRA sumário

2.1 – Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira


Conforme visto no item 1.4 do capítulo anterior,
as representações de objetos em perspectiva se
diferenciam em função de dois aspectos:

1. Tipo de projeção (Cônica ou Cilíndrica) e;

2. Posição do Ortoedro de Referência em relação ao


plano de projeção.

No caso da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira, que


está representada na figura 2.1, a posição característica
Ortoedro de Referência é tal que a face frontal do OR
sempre ficará paralela ao plano de projeção.

Com relação a projeção, a cavaleira é um tipo de Fig. 2.1


projeção CILÍNDRICA OBLÍQUA, ou seja, as retas Fonte: COSTA, 2008
projetantes são paralelas entre si, porque o observador
está em um ponto impróprio, e essas encontram o plano
de projeção de forma oblíqua, fazendo, portanto, um
ângulo diferente de 90ᵒ, como aparece na figura 2.1.

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A análise da figura 2.2, que traz a representação em Voltar
sumário
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira do objeto da figura 2.1,
mostra que os ângulos retos existentes na face frontal são
mantidos em sua verdadeira grandeza (VG), ou seja, a
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira mantém a VG das medidas
angulares e lineares da face frontal do OR. No caso da figura
22, a face frontal da peça está coincidente com a face frontal
do OR, portanto, paralela ao plano de projeção e,
consequentemente em VG. Além disso, as arestas referentes
às profundidades e às alturas são paralelas entre si. Vamos Fig. 2.2

aprender mais sobre VG no capítulo 5 deste livro.

2.2 – Eixos Coordenados


A visualização de objetos tridimensionais se dá com A figura 2.3 traz uma representação esquemática dos
mais facilidade quando se utilizam os eixos coordenados, três eixos coordenados em cavaleira.
uma vez que eles funcionam como uma estrutura que dá
suporte à representação. Sendo assim, o eixo x, que é o
eixo referente às larguras; o eixo y que é o eixo referente
às profundidades, e o eixo z, que é o eixo referente às
alturas.
Observe que, em uma projeção do tipo Cilíndrica,
todas as larguras da peça ficarão paralelas ao eixo x,
todas as profundidades ficarão paralelas ao eixo y e todas
as alturas ficarão paralelas ao eixo z.
Fig. 2.3
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Posicionamento das Faces

A figura 2.4 mostra um dado desenhado em


Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e referenciado pelos eixos
coordenados. A face que contém o número 3 (três) é a
FACE FRONTAL, a face que contém o número 2 (dois) do
dado é a FACE SUPERIOR e a face que contém o número 1
(um) é a FACE LATERAL DIREITA.
A face oposta à face frontal é a FACE POSTERIOR, já
a face oposta à face superior é a FACE INFERIOR e,
finalmente, a face oposta à face lateral direita é a FACE
Fig. 2.4
LATERAL ESQUERDA. Nesse exemplo, a exemplo do OR, as
faces opostas são paralelas entre si.

ATENÇÃO!
É muito comum confundir a denominação das faces laterais, esquerda e direita.
A face lateral esquerda fica do lado esquerdo de quem observa. Consequentemente, a face
lateral direita fica do lado direito.
Lembrem-se de que as representações são inanimadas, elas não possuem consciência e
referência próprias. O observador é quem denomina as partes, direções e demais elementos da
representação. Portanto, é o referencial de quem observa que é levado em consideração.

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Apresentamos novamente a figura 2.3 para
mostrar que quando os eixos coordenados são
desenhados é possível perceber alguns aspectos
particulares da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira.

O primeiro deles é a manutenção da


ortogonalidade entre os eixos x e z. Se considerarmos
o espaço tridimensional (o real), é possível afirmar que
todos os eixos fazem 90ᵒ entre si. No entanto, se
considerarmos a representação em Perspectiva
Cilíndrica Cavaleira só enxergamos 90ᵒ de fato entre os
eixos x e z. Essa característica confere à Perspectiva
Cilíndrica Cavaleira um aspecto importante que é o Fig. 2.3
fato dos ângulos e medidas contidas na face frontal e
posterior do Ortoedro de Referência manterem suas
verdadeiras grandezas (VG), isto é, as medidas da Dessa maneira, quando se desenha uma
representação são iguais às medidas do objeto real. Perspectiva Cilíndrica Cavaleira os eixos x e z SEMPRE
fazem 90ᵒ entre si, ou seja, eles ficam fixos nessa posição.
É por essa razão que se diz que na Perspectiva
Cilíndrica Cavaleira as faces paralelas ao plano de Já o eixo y não tem uma posição fixa. A variação da
projeção estão em VG. Já as outras faces sofrem algum direção do eixo y e as implicações dela serão estudadas
tipo de deformação, fato que será estudado com mais no próximo item.
detalhes adiante.

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2.3 – O Eixo y Voltar
sumário

As perspectivas sempre mostram três faces. No caso


da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira a face frontal, que fica
paralela ao plano de projeção é considerada a face principal,
portanto, é sempre mostrada. Usualmente, são mostradas
as três faces que contêm mais detalhes ou as três que
melhor definem o objeto. Sendo assim, podemos ter apenas
as seguintes combinações:
▪ Frontal, lateral direita e superior; Fig. 2.5
▪ Frontal, lateral esquerda e superior;
▪ Frontal, lateral direita e inferior, e;
▪ Frontal, lateral esquerda e inferior.
A representação de um ou de outro conjunto de faces,
acima listados, depende da direção escolhida para projetar o
eixo coordenado y, pois, como foi mencionado, os eixos x e z
ficam fixos, fazendo 90° entre si. Assim, caso a direção
escolhida para o eixo y seja como a que está na figura 2.5, as
faces mostradas são a FRONTAL, a LATERAL ESQUERDA e a
SUPERIOR. Já se a direção de y for como na figura 2.6 as Fig. 2.6
faces mostradas são FRONTAL, LATERAL DIREITA e INFERIOR.

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A figura 2.7 traz a síntese das quatro possíveis
direções que o eixo y pode assumir o que,
consequentemente, determina as faces que são
mostradas em cada caso.

Quando a direção escolhida para a projeção do


eixo y é a que está:

➢ No quadrante 1, são mostradas as faces: FRONTAL,


LATERAL ESQUERDA e INFERIOR;

➢ No quadrante 2 são mostradas as faces: FRONTAL,


LATERAL DIREITA e INFERIOR;

➢ No quadrante 3, são mostradas as faces: FRONTAL,


LATERAL DIREITA e SUPERIOR; e, finalmente;

➢ No quadrante 4, são mostradas as faces: FRONTAL,


Fig. 2.7
LATERAL ESQUERDA e SUPERIOR.

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2.4 – Parâmetros da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira Voltar
sumário

Para que uma Perspectiva Cilíndrica Cavaleira A figura 2.8 apresenta a projeção de um objeto em
possa ser elaborada dois parâmetros precisam ser Perspectiva Cilíndrica Cavaleira.
previamente definidos:
Nessa representação podemos perceber que as
1) (α) → direção do eixo y (em valores arestas referentes à largura (ex.: AC) e à altura (ex.: AD) são
absolutos e referentes ao eixo x (fixo na horizontal) paralelas ao plano de projeção e quando projetadas
aparecem nesse plano exatamente com a mesma medida
2) (k) → fator de deformação
que possuem no espaço. Isso significa que na Perspectiva
Cilíndrica Cavaleira elas estão em VG.

No entanto, as arestas referentes à profundidade (ex.:


AB), que no espaço estão perpendiculares ao plano de
projeção, quando projetadas, aparecem de maneira
deformada.

Essa deformação vai depender da direção tomada


pelas retas projetantes (ex.: AA’). Tal direção pode ser
determinada por dois ângulos (α e β). No próximo item tais
ângulos e as relações que eles têm com os parâmetros
determinantes da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira serão
Fig. 2.8 estudados.
Fonte: COSTA, 2008

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2.4.1 – Direção da Cavaleira (α) Voltar
sumário

DEFINIÇÃO: O ângulo α pode ser definido como sendo


o ângulo formado pela horizontal da projeção (ex.: A’C’) e
pela projeção da profundidade do objeto (ex.: A’B’), como
podemos ver na figura 2.8.

Não existe uma medida definida para α, ou seja, uma


Perspectiva Cilíndrica Cavaleira pode ser desenhada com α
medindo qualquer ângulo entre 0ᵒ e 90ᵒ (intervalo aberto,
ver quadro em destaque). No entanto, a medida de α vai
influir na porção vista das faces.

Os ângulos existentes nos esquadros (30ᵒ, 45ᵒ e 60ᵒ)


acabam sendo, pela praticidade, os ângulos mais utilizados
Fig. 2.8
Fonte: COSTA, 2008 na elaboração de Perspectivas Cilíndrica Cavaleira, mas nada
impede que outras medidas sejam adotadas.

ATENÇÃO!

Ao escolher a medida de α, evite os


ângulos 90ᵒ e 180ᵒ, porque com esses
valores só é possível mostrar duas das
faces do Ortoedro de Referência.
Fig. 2.12
Fonte: COSTA, 2008

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Fig. 2.9 Fig. 2.10 Fig. 2.11

As figuras 2.9, 2.10 e 2.11, mostram o mesmo O que podemos concluir após a análise das figuras
cubo. Perceba que a face frontal permanece igual em acima é que quando o ângulo α varia, porções
todas as representações. No entanto,, as faces diferentes das faces FRONTAL e LATERAL DIREITA são
secundárias, superior e lateral direita, aparecem em mostradas.
proporções diferentes. Sendo assim, mesmo que estejam sendo
Na figura 2.9, α mede 30°, e a face LATERAL mostradas as mesmas faces secundárias (FRONTAL,
DIREITA aparece com bem mais destaque do que a face LATERAL DIREITA e SUPERIOR), estas adquirem
SUPERIOR. Já na figura 2.10, onde α mede 45ᵒ, ambas as proporções diferentes de acordo com o ângulo α. No
faces aparecem com o mesmo destaque. Finalmente, na entanto, o mesmo não ocorre com a face FRONTAL, a
figura 2.11, que tem α medindo 60°, vemos uma porção qual aparece da mesma forma nas três figuras. Isso
bem menor da face LATERAL DIREITA do que da face acontece porque ela está paralela ao plano de projeção
SUPERIOR. O mesmo pode ser feito com as outras e, consequentemente, em VG. Dessa forma, suas
combinações de faces. medidas lineares e angulares são resguardadas mesmo
depois da sua projeção.

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2.4.2 – Fator de Deformação (K) Voltar
sumário

DEFINIÇÃO: O fator de deformação (K) consiste na relação


constante entre o comprimento real de um segmento (ex.:
AB, da figura 2.13) e o comprimento dele depois de
projetado (ex.: A’B’).
Essa relação também é dada pela tangente do ângulo β, o
qual está contido no triângulo AOA’ da figura 2.13.
Fig. 2.13
DEMOSNTRAÇÃO: k = tg (β) Fonte: COSTA, 2008

tg (β) = cateto oposto = A’O = A’B’


cateto adjacente AO AB

Assim: K = A’B’ ➔ A’B’ = K x AB ➔ Se K = 1; A’B’ = AB


AB Se K = 0,5; A’B’ = 0,5 x AB

ATENÇÃO!
O fator de deformação (K) atua apenas nas projeções das arestas que são paralelas
ao eixo coordenado Y, ou seja, aquelas que no espaço, são ortogonais ao plano de projeção.
As projeções das arestas paralelas ao plano de projeção permanecem com o tamanho real.

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O fator de deformação (K) é utilizado nos
casos em que se quer mostrar uma face em
detalhes. Muitas vezes a representação da
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira sem deformação
(K=1), ou seja, com as medidas iguais às do
Fig. 2.14 Fig. 2.15
Fonte: COSTA, 2008 Fonte: COSTA, 2008 objeto real faz com que porções de uma
determinada face não apareçam, ver figura 2.14.
ATENÇÃO! Se uma face não estiver sendo vista
completamente é possível aplicar o fator de
A prática mostrou que se o fator de deformação (K) variar
deformação (K) de forma que essa face seja
entre 0,5 e 1 a representação da peça se assemelha
mostrada completamente, ver exemplo das
bastante ao aspecto real da mesma. Portanto, para que a
figuras 2.14 e 2.15. Na primeira figura K = 1 e na
perspectiva se assemelhe à peça real utilize esses valores.
segunda k = 0,4.
Quando uma peça está representada em perspectiva
cavaleira e não está indicado acima dela qual é o seu fator
de deformação K devemos assumir que o K=1.

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2.5 – Rotação da Peça Voltar
sumário

A rotação é uma operação gráfica utilizada no As figuras 2.17 e 2.18 mostram um exemplo de
aprendizado da visualização espacial. Uma maneira de rotação. Na primeira figura tem-se a peça na posição
realizar essa rotação ainda no plano das ideias é utilizar original, já a figura 2.18 mostra a representação da
os eixos coordenados como referência e imaginar o mesma peça após uma rotação de 90ᵒ, em torno do
objeto sendo rotacionado em torno de um dos eixos, ver eixo z, no sentido anti-horário.
figura 2.16.

Fig. 2.16
Fig. 2.17 Fig. 2.18
Dessa forma, a rotação depende:
1. do eixo escolhido como referência: x, y ou z;
2. do sentido da rotação, se horário ou anti-horário, e;
3. da extensão da rotação, ou seja, com quantos graus
deverá ser feito o giro.

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2.5.1 Diferença entre ROTAÇÃO e Voltar
sumário
VARIAÇÃO DA DIREÇÃO DA PROJEÇÃO DO EIXO Y
É importante não confundir a ROTAÇÃO, discutida no
item 2.5, com a VARIAÇÃO DA DIREÇÃO DA PROJEÇÃO DO
EIXO Y, discutido no item 2.3. Tais procedimentos podem
ocorrer tanto em comandos distintos como em um mesmo
comando. Se esse for o caso, a rotação ocorrerá primeiro e
somente no plano das ideias (mentalmente), ou seja, o
objeto será rotacionado em torno de um dos eixos e, em
seguida, serão escolhidas as faces que serão mostradas após
a rotação. Essa escolha dependerá da direção tomada pela
projeção do eixo y.

A peça da figura 2.17 após


rotacionada 90ᵒ, em torno do eixo z,
Fig. 2.19
no sentido anti-horário, pode ser
representada, de quatro maneiras, ou
seja, em quatro combinações de vistas,
conforme mostra a figura 2.19. É
possível perceber na figura abaixo que
as quatro representações mostram a
peça na mesma posição, porém as Fig. 2.17

faces mostradas variam.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 37
Voltar
sumário

2.5.2. Diferença entre FACES e VISTAS

Existe uma diferença entre o que chamamos de


FACE e o que chamamos de VISTA. A face pertence ao
objeto, enquanto que a vista é própria do Ortoedro de
Referência.
As vistas do Ortoedro de Referência se
configuram num referencial fixo de posicionamento.
Por exemplo, na figura 2.4 que apresentamos
novamente, a face do objeto que contém o número 2
(dois) corresponde à vista SUPERIOR do Ortoedro de
Referência. Da mesma maneira, a face do objeto que
contém o número 3 (três) corresponde à vista Fig. 2.4
FRONTAL do Ortoedro. Já a face do objeto que contém
o número 1 (um) corresponde à vista LATERAL DIREITA
do Ortoedro de Referência.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 38
2.6. Trabalhando com arestas que Voltar

não estão paralelas aos eixos coordenados sumário

Em inúmeras situações precisaremos trabalhar com Observando a face ABCD do prisma, vamos
arestas e planos que não estão paralelos a uns dos três focar nossa atenção nas arestas AB e CD, que são as
eixos coordenados. O melhor exemplo desse tipo de únicas arestas que não estão paralelas a nenhum dos
arestas e planos são as rampas. eixos coordenados. Comparando tais arestas nas duas
figuras, percebemos que na primeira figura a
dimensão das arestas AB e CD é maior do que a
dimensão das mesmas arestas na segunda figura.
Por que isso acontece? O que ocorre é que as
arestas que não estão paralelas aos eixos
coordenados não têm dimensões “confiáveis”,
porque elas podem variar devido ao efeito da
Fig. 2.20: prisma mostrando as Fig. 2.21: prisma mostrando as perspectiva. Foi o que acabamos de ver acontecer ao
vistas F, S e LD vistas F, I e LD trocar as vistas mostradas, ou seja, na primeira figura
As figuras 2.20 e 2.21 acima trazem o mesmo é mostrada a vista superior e na segunda é mostrada
prisma, porém cada uma delas mostra vistas diferentes a vista inferior.
do mesmo. Na primeira figura vemos as vistas F, S e LD.
Já na segunda figura podemos ver as vistas F, I, e LD. A
única diferença é que escolhemos trocar a vista Superior
pela Inferior. Observe que não rotacionamos nem
modificamos o “α”, nem o “K” da peça.

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Como trabalhar com esse tipo de aresta, então? A resposta é: trabalhar com os invariantes!

Mas o que são invariantes? Nesse caso, os Quando você localizar o vértice B você terá
invariantes são as arestas AP, PB, DQ e QC, porque estas segurança para traçar, finalmente, a aresta AB.
estão paralelas aos eixos coordenados. A aresta AP está Uma outra maneira de trabalhar com arestas não
paralela ao eixo z; a aresta PB está paralela ao eixo y; a paralelas aos eixos coordenados é perceber que seus
aresta DQ está paralela ao eixo z e a aresta QC está vértices possuem as mesmas coordenadas em relação a
paralela ao eixo y. Observe que não houve mudanças um dos eixos coordenados. No caso das figuras 2.20 e
nas dimensões dessas arestas se compararmos as 2.21, os vértices A e B possuem a mesma coordenada
figuras 2.20 e 2.21, diferente do que ocorreu com as no eixo x, assim como os vértices C e D, que também
arestas AB e CD. possuem a mesma coordenada no eixo x. Em ambos os
Na prática, para se representar arestas não casos devemos então trabalhar com as outras
paralelas aos eixos coordenados é preciso partir de suas coordenadas, que são variantes, que em ambos os
extremidades. Assim, no caso da aresta AB, temos que casos, são as coordenadas nos eixos y e z.
localizar os vértices A e B. É por isso que é tão importante utilizar o
Uma maneira de fazer isso é utilizar a estrutura do Ortoedro de Referência, pois com ele podemos
Ortoedro Auxiliar como referência, ou seja, se você facilmente visualizar essas relações.
localizou o vértice A, para chegar em B, você vai O que aprendemos sobre a representação de
percorrer a aresta AP e depois PB. arestas que não estão paralelas aos eixos coordenados
também será aplicado para as Perspectivas Cilíndricas
Isométricas, mais especificamente o Isometria
Simplificada (ver Capítulo 3), bem como para o Sistema
de Representação Mongeano (ver Capítulo 4).

Fig. 2.20 Fig. 2.21

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 40
2.7. Cilíndros e Cones Voltar
sumário

Cilindros e cones são sólidos geométricos gerados segundo “leis de


geração”.
Pode-se dizer, por exemplo, que o cilindro é uma superfície
gerada por uma reta (geratriz) paralela a um eixo, a qual se desloca em
torno de uma circunferência (diretriz), como aparece na figura 2.22.
Outra forma de gerar uma superfície cilíndrica é quando uma
circunferência (geratriz) se desloca em torno de um eixo. O
deslocamento da geratriz nesse movimento também gera uma
superfície cilíndrica.
Portanto, um cilindro possui geratrizes retas (primeiro exemplo),
bem como geratrizes curvas (segundo exemplo).
Fig. 2.22

Superfícies cônicas podem ser geradas de forma semelhante à descrita


acima. No primeiro caso, tem-se uma reta g (geratriz) apoiada num eixo
Hh que se desloca em torno de uma circunferência (diretriz). Outra
forma de gerar um cone é quando uma circunferência (geratriz) se
desloca ao longo de um eixo, e na medida em que se desloca tem seu
raio diminuído até chegar ao vértice, onde o raio é igual a zero. Ver
figura 2.23.
Fig. 2.23
http://www.solucaomatematica.com.br/?p=1873

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 41
Neste livro trataremos apenas de Cilindros e de Cones de Revolução. Eles são casos particulares dos cilindros e
cones uma vez que possuem uma propriedade específica que diz que todo plano perpendicular ao eixo desses sólidos
cortará a superfície desse sólido segundo uma circunferência.
Na representação de objetos em forma de cilindros e cones de revolução em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira
são utilizados segmentos curvos (circunferências e elipses) para representar as faces planas, e segmentos retos para
representar a superfície curva. Tais segmentos retos são chamados de Geratrizes de Limite de Visibilidade (GLV). No
cilindros, as GLVs, em geral, são paralelas a um dos eixos coordenados. Na figura 2.24 as GLVs estão paralelas ao eixo
z, enquanto que na figura 2.25 elas estão paralelas ao eixo x, já na figura 2.26 elas estão paralelas ao eixo y.

Fig. 2.24 Fig. 2.25 Fig. 2.26 Fig. 2.27

No caso da representação de objetos em forma de cones de revolução as geratrizes de limite de visibilidade


concorrem em um ponto chamado vértice (ver figura 2.27). Tais elementos serão estudados mais adiante.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 42
2.7.1. Cilindros Voltar
sumário

No espaço, um objeto em
forma de cilindro possui duas faces
planas e uma superfície curva. A
representação das faces planas em
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira é
composto por circunferências ou
arcos de circunferência.
Fig. 2.24 Fig. 2.25 Fig. 2.26

É preciso chamar a atenção para o fato de que as faces planas do cilindro possuem forma de circunferência
quando estão no espaço. No entanto, quando são representadas em perspectiva, elas podem permanecer com
forma de circunferência ou tomar forma de elipse. Tudo vai depender da posição dessas faces em relação aos
eixos coordenados, como mostram as figuras 2.24, 2.25 e 2.26.
A figura 2.24 traz a representação de um cilindro cujas faces planas são paralelas ao plano formado pelos
eixos x e y. Nessa situação, as curvas assumem a forma de elipse. Situação semelhante ocorre com o cilindro da
figura 2.25, onde as curvas aparecem como elipses. Nessa figura, as faces planas são paralelas ao plano formado
pelos eixos y e z. Já na figura 2.26, as faces planas aparecem como circunferências, nesse caso, elas estão paralelas
ao plano formado pelos eixos x e z.
É importante destacar que toda vez que a face plana do cilindro estiver paralela ao plano de projeção, como
é o caso da figura 2.26, ela vai ser representada como circunferência, isso ocorre porque ela está em VG
(Verdadeira Grandeza). Já se a face plana estiver perpendicular ao plano de projeção, como é o caso das figuras
2.24 e 2.25, a face vai ser representada como uma elipse, uma vez que sofre deformação causada pelo eixo y.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 43
2.7.2. Cones Voltar
sumário

Situações semelhantes ocorrem na representação de objetos com forma de cone. As figuras 2.27, 2.28 e
2.29 mostram que a face plana do cone pode aparecer em forma de circunferência ou de elipse pelas mesmas
razões explicadas acima para o cilindro.

Fig. 2.27 Fig. 2.28 Fig. 2.29

Na figura 2.29 a face plana do cone aparece como uma circunferência porque ela está paralela ao plano
de projeção (plano formado pelos eixos x e z), portanto em VG. Já os cones das figuras 2.27 e 2.28 têm suas
faces planas representadas em forma de elipse, uma vez que se apoiam eu um plano paralelo aos eixos xy e yz,
respectivamente, sofrendo assim uma deformação em elipse.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 44
2.7.3. A representação da Elipse Voltar
sumário

Existem alguns procedimentos para facilitar o traçado de uma elipse. A seguir serão apresentados dois
deles para a Perspectiva Cilíndrica Cavaleira: o procedimento dos 8 pontos, também chamado de
procedimento das diagonais, e o procedimento dos “n” pontos.

Procedimento dos 8 Pontos

Para desenhar uma elipse parte-se de


parâmetros que valem para uma circunferência inscrita
em um quadrilátero, ou seja, a circunferência
tangencia o quadrado na qual está inscrita em quatro
pontos, os pontos 1, 2, 3 e 4 da figura 2.30. Esses
quatro pontos são os pontos médios dos lados do
quadrado. As diagonais do quadrado interceptam a
circunferência inscrita nele em outros quatro pontos,
Fig. 2.30 Fig. 2.31
que são os pontos 5, 6, 7 e 8 da figura 2.31.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 45
Colocados os parâmetros que valem para a
circunferência, é possível transpô-los para a representação
da circunferência em perspectiva, ou seja, da elipse. Para
isso, começamos representando o quadrado que
circunscreve a circunferência em perspectiva. Teremos,
então, um paralelogramo posicionado de forma
perpendicular ao plano de projeção, ou seja, paralelo ao
plano formado pelos eixos x e y, ver figura 2.32.
No paralelogramo da figura 2.32 estão representados
Fig. 2.32
os mesmos parâmetros vistos na figura 2.31 para o
quadrado, ou seja, as retas que ligam os pontos médios dos
lados e as diagonais. Através desses parâmetros é possível
encontrar os primeiros quatro pontos: 1’, 2’, 3’ e 4’, que são
os pontos de tangência da elipse no paralelogramo. Eles
correspondem aos pontos 1, 2, 3 e 4 do quadrado original.
Para encontrar os pontos correspondentes aos pontos
5, 6, 7 e 8 do quadrado original, é necessário levá-los para o
paralelogramo por meio de quatro linhas, duas paralelas ao
eixo z, que ligam os pontos 6 e 7 e outra duas paralelas ao
eixo y, que ao cruzar com as diagonais do paralelogramo,
Fig. 2.33
determinam os pontos 6’ e 7’, como aparece na figura 2.33.
O mesmo procedimento é feito para encontrar os pontos 5’
e 8’.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 46
Para determinar a elipse traçamos, à mão livre, uma
linha curva que passe pelos oito pontos encontrados
anteriormente, ver figura 2.34.
Para desenhar uma elipse na face lateral direita do
objeto procede-se de maneira análoga, como mostra a
figura 2.35.
Um exercício muito interessante, que pode ser
realizado tanto com o procedimento que acabou de ser
apresentado, quanto com o procedimento que será
apresentado a seguir, consiste em desenhar a elipse em Fig. 2.34 Fig. 2.35
todas as faces do Ortoedro de Referência.

DICA IMPORTANTE!
É possível determinar os pontos correspondentes aos pontos 5’, 6’, 7’ e 8’ do exemplo anterior sem que
seja necessário representar um quadrado com uma circunferência circunscrita previamente. Para isso encontra-
se o segmento AB, da figura 2.36, através da fórmula: AB = r x 0,3.
A justificativa desse procedimento se baseia no fato de que:
AB = OB – OA = r – r cos (45o)
AB = r (1 - cos (45o)) = r (1 - 0,707)
AB = 0,293 x r, ou seja, AB = r x 0,3
O ponto D do paralelogramo corresponde
ao ponto C do quadrado.
Fig. 2.36
Fonte: COSTA, 2008.

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Procedimento dos “n” Pontos

Existe outro procedimento que determina pontos da


elipse e que auxilia a construção dessa curva, o chamado
procedimento dos “n” pontos.
Enquanto o procedimento anterior determina no
máximo oito pontos da elipse, com o procedimento que será
apresentado agora é possível determinar quantos pontos se
desejar, ou seja, “n” pontos. Quanto mais pontos da elipse Fig. 2.37
forem conhecidos, mais precisa será a construção da mesma,
sobretudo se a representação for feita à mão livre. Portanto, a
vantagem desse procedimento é uma representação mais
precisa da circunferência em perspectiva (elipse).
Partimos do paralelogramo que circunscreve a elipse
que se quer construir. Em seguida, determinam-se os quatro
pontos médios dos lados do paralelogramo: M1, M2, M3 e
Fig. 2.38
M4, figura 2.37. A partir desses pontos, divide-se o
paralelogramo em quatro quadrantes, como mostra a figura
2.38.
Dividem-se os segmentos destacados na figura 2.39 em
qualquer quantidade de partes iguais. VER NA PÁGINA
SEGUINTE COMO DIVIDIR SEGMENTOS EM PARTES IGUAIS.
Nesse exemplo, os segmentos foram divididos em três partes
iguais. É muito importante que os segmentos sejam divididos Fig. 2.39
no mesmo número de partes.

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DIVISÃO DE UM SEGMENTO EM PARTES IGUAIS

Tomamos como exemplo o segmento AB (figura


2.40), que será dividido em “n” partes iguais.

Fig. 2.40 Fig. 2.42

O primeiro procedimento consiste na construção Em seguida, liga-se a extremidade da última


de uma linha auxiliar partindo de uma das divisão à extremidade do segmento, nesse caso o ponto
extremidades do segmento AB, formando um ângulo A, traçando assim o segmento 3A, como mostra a figura
qualquer com o segmento AB, figura 2.41. 2.43.

Fig. 2.43
Para finalizar deve-se traçar segmentos paralelos ao
segmento 3A passando pelos pontos 1 e 2. Dessa maneira,
Fig. 2.41 os segmentos traçados irão interceptar o segmento AB
Em seguida, divide-se a linha auxiliar no número dividindo-o em 3 partes iguais, como se vê na figura 2.44.
de partes que queremos dividir o segmento AB (nesse
exemplo dividiremos em três partes iguais). Essa divisão
pode ser feita com escala ou utilizando uma mesma
abertura no compasso, como mostra a figura 2.42.
Fig. 2.44

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 49
Voltando ao Procedimento dos “n” Pontos
Não importa que largura, altura ou profundidade, tenha o paralelogramo que envolve a elipse, os dois
segmentos que formam cada quadrante devem ser divididos no mesmo número de partes. Depois, enumeram-se os
segmentos destacados da mesma forma como aparece nas figuras 2.45, 2.46 e 2.47.

Fig. 2.45 Fig. 2.46 Fig. 2.47

Para demonstrar como desenhar a elipse vamos


realizar o procedimento no 1° quadrante (fig. 2.48) e,
depois, repeti-lo nos demais quadrantes.
Liga-se o ponto A ao ponto 1 do segmento oblíquo e Fig. 2.48
o ponto B ao ponto 1 do segmento horizontal. O
cruzamento dos segmentos A1 e B1 é um dos pontos da
elipse, o ponto C. Para determinar mais um ponto no
mesmo quadrante, repita a operação anterior ligando o
ponto A ao ponto 2 do segmento oblíquo e o ponto B ao Fig. 2.49
ponto 2 do segmento horizontal, o cruzamento dos
segmentos A2 e B2, resulta no ponto D, figura 2.49.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 2 | Pág. 50
Já é possível traçar à mão livre a elipse nesse
quadrante.
Para isso, inicia-se o traçado no ponto B (que é um dos
ponto de tangência da elipse com o quadrilátero que a
circunscreve), e segue-se traçando o arco de elipse até o
ponto D. Em seguida, segue-se ao ponto C e finaliza-se o Fig. 2.50
arco de elipse no ponto O (que é outro ponto de tangência
da elipse com quadrilátero que a circunscreve), ver a figura
2.50.
Para traçar a elipse nos outros quadrantes, inicia-se o
traçado em um dos pontos de tangência da elipse e
procede-se analogamente, como mostra a figura 2.50.
A elipse completa fica como na figura 2.51.
Fig. 2.51

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CAPÍTULO 3 – ISOMETRIA SIMPLIFICADA sumário

3.1 – Caracterização da Axonometria


A isometria faz parte de um sistema de representação
chamado AXONOMETRIA. Conforme foi explicitado no
Capítulo 1, os sistemas de representação se diferenciam por
duas características:
1. Tipo de projeção e;
2. Posição de Ortoedro de Referência com relação ao
plano de projeção.
Na Axonometria a projeção é CILINDRICA
ORTOGONAL, ou seja, as retas projetantes são paralelas
entre si e formam um ângulo de 90° com o plano de
projeção.
No caso da Axonometria o Ortoedro de Referência está
Fig. 3.1
posicionado de tal maneira com relação ao plano de Fonte: COSTA, 2008
projeção que se as três arestas que partem de um mesmo
vértice, no caso da figura 3.1, o vértice A, forem prolongadas,
todas elas encontrarão o plano de projeção. No caso da
figura 3.1 isso ocorrerá nos pontos E, F e G. Diferentemente,
na Cavaleira se as três arestas fossem prolongadas, apenas
delas encontraria o plano de projeção.

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Quando todas as faces do objeto são projetadas
obtém-se uma imagem como mostra a figura 3.2. Como não
existem faces paralelas ao plano de projeção, pois estão
todas oblíquas em relação a ele, não existe nenhuma face
em VG, ou seja, as três faces sofrem deformação ao serem
projetadas.

Fig. 3.3

Fig. 3.2
Como cada face, ao ser projetada, faz com o plano da
representação um determinado ângulo podem ocorrer três
situações:
(1) se os três ângulos são diferentes entre si, temos a
TRIMETRIA, onde as faces que têm maiores ângulos têm Fig. 3.4
menos destaque, ver figura 3.3;
(2) se dois dos ângulos são iguais e apenas um deles é
diferente, temos a DIMETRIA, onde duas faces terão mais
destaque do que a outra, ver figura 3.4;
Fig. 3.5
(3) se os três ângulos são iguais, temos a ISOMETRIA, onde
as três faces sofrem a mesma deformação. O ângulo que as
faces fazem com o plano de projeção é igual a 120° (pois
360°/3 = 120°, ver figura 3.5).

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3.2. Caracterização da Isometria Simplificada Voltar
sumário

Dentre as projeções axonométricas, a isometria é a Veja a demonstração na figura 3.6: Os pontos E,


mais utilizada. Principalmente a perspectiva isométrica na F e G são as interseções dos prolongamentos das
sua forma simplificada, o DESENHO ISOMÉTRICO ou arestas AB, AC e AD com o plano de projeção.
ISOMETRIA SIMPLIFICADA, que não carece de coeficientes Traçando por A e B perpendiculares a EG
de redução. determina-se o segmento A’’ B’’.
O termo isométrico significa igual medida. Nas
A’’B’’ = AB x cos(45o) = A’B’ x cos(30o)
representações de perspectiva isométrica, o objeto está
A’B’= cos(45o) / cos(30o) x AB = 0,816 x AB
oblíquo em relação ao plano de projeção, conforme
mostra a figura 3.5. Essa obliquidade em relação ao plano Sendo assim, a representação da projeção fica
de projeção faz com que a projeção das dimensões do como a figura 3.6, ou seja, com todas as arestas
objeto no plano de projeção seja reduzida igualmente em reduzidas com relação à peça real.
cada direção dos eixos. Dessa maneira, na isometria,
todas as arestas da peça que possuem direção igual a uma
das direções das arestas de um Ortoedro Envolvente (AB,
AC ou AD) têm a mesma inclinação em relação ao plano
de projeção. Portanto as projeções ortogonais dessas
arestas têm a mesma deformação (nesse caso, uma
redução):
A’B’= 0,816 x AB
A’C’= 0,816 x AC
Fig. 3.6
A’D’= 0,816 x AD
Fonte: COSTA, 2008

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Observe nas figuras 3.7 e 3.8 a diferença entre a sumário
perspectiva isométrica e a isometria simplificada. A
ISOMETRIA SIMPLIFICADA, figura 3.7, é maior porque não há
redução das arestas. A Isometria Simplificada é muito
utilizada para o ensino de conteúdos introdutórios de
representação gráfica e para a representação em softwares
gráficos..
Repetindo:
Na Isometria Simplificada as projeções das arestas
não sofrem a redução natural de 0,816 (A’B’= AB, A’C’= AC
e A’D’= AD). Fig. 3.7 Fig. 3.8
Fonte: COSTA, 2008 Fonte: COSTA, 2008

3.3. Isometria Simplificada na prática

Na prática, a construção do Ortoedro Envolvente em


Isometria Simplificada começa com a representação de uma
linha horizontal de referência. Em seguida é escolhido um
ponto nessa linha para a partir dele representarmos duas
linhas formando 30o com a linha horizontal (ver figura 3.9).

Fig. 3.9
Fonte: COSTA, 2008

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 55
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Para desenhar as linhas com 30° comece desenhando sumário

uma reta vertical e posicione os esquadros como indicado


na fig. 3.10. Depois, desloque o esquadro de 30o na direção
da seta e desenhe a reta destacada. Em seguida, posicione
os esquadros como indicado na fig. 3.11 e desenhe a reta
destacada nessa figura.

Determine a altura, a largura e a espessura da peça de


acordo com os eixos coordenados e complete o Ortoedro de Fig. 3.10 Fig. 3.11
Referência traçando as paralelas indicadas, conforme
veremos no próximo item.

3.4. Os Eixos Coordenados e o Ortoedro de Referência


Da mesma forma como foi demonstrado para a perspectiva Cavaleira, podemos visualizar as peças
desenhadas com mais facilidade quando relacionamos suas dimensões com os eixos coordenados.
Ao pensarmos que tudo a nossa volta possui três dimensões, facilitamos a transposição do objeto real
para o objeto representado no papel. Dessa maneira, teremos o eixo das larguras, o eixo x; o eixo das
profundidades, o eixo y e o eixo das alturas, o eixo z.

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A figura 3.12 mostra como fica a posição dos eixos
coordenados na Isometria Simplificada. Na literatura, o
eixo z sempre aparece localizado verticalmente, porém,
não há um consenso com relação ao posicionamento dos
eixos coordenados x e y. Algumas vezes é adotado o eixo x
posicionado à esquerda e o eixo y à direita. No entanto,
muito autores da área (BORTOLUCCI, 2005; COSTA;
COSTA, 1996; DUARTE, 2008,) adotam o eixo x
posicionado à direita e o eixo y à esquerda. Nesse livro Fig. 3.12
adotaremos esse último posicionamento, conforme
mostra a figura 3.12.
A representação padrão exibe o objeto como na
figura 3.13, que mostra um dado desenhado em isometria
e referenciado pelos eixos coordenados. A face que
contém o número um do dado corresponde à vista
superior do Ortoedro de Referência; a face que contém o
número três do dado corresponde à vista frontal do
Ortoedro de Referência e, consequentemente, a face que
contém o número dois do dado corresponde à vista
lateral direita do Ortoedro de Referência. Todas as peças
Fig. 3.13
desenhadas em Isometria Simplificada seguirão essa
mesma convenção.

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3.4.1. Visualização de Todas as Faces Voltar
sumário

A exemplo da Perspectiva Cavaleira, na Isometria


Simplificada são sempre mostradas três vistas do Ortoedro
Envolvente. Na figura 3.13 foram mostradas as vistas
superior, frontal, lateral direita, sendo esta a forma mais
usual de apresentação na Isometria. No entanto, é possível,
embora não seja muito usual para Isometria, mostrar as
outras vistas do objeto, podemos ter as seguintes Fig. 3.14
combinações:
• Frontal, lateral direita e superior (default);
• Frontal, lateral esquerda e superior;
• Frontal, lateral direita e inferior, e;
• Frontal, lateral esquerda e inferior.

Dada a peça da figura 3.14, desenhada em Isometria


Simplificada, que mostra as vistas: frontal, superior e lateral
direita do Ortoedro de Referência, podemos representá-la
de forma a mostrar as outras faces da peça, conforme
mostram as peças da figura 3.15. Nesse caso, tem-se que
rotacionar a peça em torno de algum dos eixos coordenados
Fig. 3.15
ou variar a posição do eixo y, como foi visto para a
Perspectiva Cavaleira.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 58
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sumário

3.4.2. Rotação da Peça

Na Isometria Simplificada a rotação de uma peça pode


ocorrer da mesma maneira como vimos na Perspectiva
Cavaleira. Porém, deve ser observada a posição dos eixos
coordenados.

Dessa forma, a rotação depende:

1. Do eixo escolhido como referência: x, y ou z;


2. Do sentido da rotação, se horário ou anti-horário;
3. Da extensão, em graus, da rotação.

Observe a figura 3.16 e veja como fica a rotação para Fig. 3.16
cada um dos eixos coordenados.

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sumário

3.5. Cilindros e Cones


As propriedades geométricas dos cilindros e
cones não se alteram em função do tipo de
representação escolhida. Assim, a conceituação
para leis de geração e geratrizes de limite de
visibilidade se aplicam para a Isometria Simplificada
da mesma forma como foi visto para a
Fig. 3.17
representação da Perspectiva Cavaleira.
Na representação do cilindro e do cone em
Isometria Simplificada as faces que têm forma de
circunferência, quando são representadas em duas
dimensões sempre irão tomar forma de elipse,
porque no caso da Isometria Simplificada nenhuma
das faces do Ortoedro de Referência está paralela
ao plano de projeção.

Fig. 3.18

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 60
Fig. 3.19

O cilindro pode assumir três posições básicas na


ATENÇÃO!
Isometria Simplificada com relação aos eixos coordenados.
Na figura 3.19, vemos que na primeira representação a face Tanto na Isometria Exata quanto na
plana do cilindro, que possui forma de circunferência, está Simplificada a circunferência sempre toma
representada de forma paralela aos eixos y e x. forma de elipse, não importa a que eixos a face
Já na segunda representação a face plana do cilindro em forma de circunferência ou arco de
está paralela aos eixos x e z. Diferentemente, se circunferência esteja paralela. Isso ocorre
porque em Isometria todos ou eixos estão
representada em Perspectiva Cavaleira, a face em forma de
oblíquos com relação ao plano de projeção.
circunferência do cilindro ficaria na forma de uma
circunferência.
Por último, na terceira representação a face plana do
cilindro, está representada paralela aos eixos y e z e,
também.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 61
Pode-se aplicar para os cones o mesmo que foi visto para os cilindros, uma vez que as situações são
semelhantes. Na figura 3.20, a primeira representação traz um cone cuja face plana está paralela aos
eixos x e y. Vai acontecer o mesmo que aconteceu com o cilindro, ou seja, a face em forma de
circunferência vai aparecer na perspectiva como uma elipse.

Fig. 3.20

Na segunda representação a face plana do cone está paralela aos eixos y e z e, a exemplo do cilindro,
também se torna uma elipse. Já na última representação a face curva do cone está paralela aos eixos x e z.

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3.5.1. Representação da Elipse e da Oval Voltar
sumário

A exemplo da Perspectiva Cavaleira, na Isometria Simplificada, existem alguns procedimentos para facilitar
o traçado da elipse, estudaremos três deles.

Os dois primeiros tipos são semelhantes aos procedimentos já vistos para a Perspectiva Cavaleira: o traçado
da elipse com 8 pontos, usando as diagonais e o traçado da elipse com “n” pontos, usando a divisão do
quadrilátero em quadrantes.

O terceiro procedimento, que é a representação da oval regular de quatro centros, não é utilizado na
Perspectiva Cavaleira, ele é utilizado apenas para representar Isometria e a Isometria Simplificada.

Procedimento dos 8 pontos

Para desenhar a elipse em Isometria Simplificada, a


exemplo do que aprendemos para a Perspectiva Cavaleira,
serão utilizados parâmetros que valem para uma
circunferência inscrita em um quadrilátero. Por essa razão
mostramos novamente a Figura 2.31 que traz os 8 pontos
definidos após procedimentos discutidos no capítulo
Fig. 2.31
anterior.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 63
Esses mesmos parâmetros são transpostos para
realizar a representação da elipse em Isometria Simplificada.
O primeiro procedimento consiste na representação
do quadrilátero em Isometria Simplificada, mostrado na
Figura 3.21. Relacionando essa informação ao que já
aprendemos sobre os eixos coordenados, podemos dizer
que esse paralelogramo é paralelo aos eixos x e y. No
paralelogramo são representados os mesmos parâmetros
presentes no quadrado da Figura 2.31. Assim define-se os 4
primeiros pontos, que são os pontos de tangência da elipse
Fig. 3.21
com o paralelogramo, pontos M1, M2, M3 e M4, como
mostra a Figura 3.21. Esses pontos estão localizados nos
pontos médios de cada lado do quadrilátero e equivalem
aos pontos 1, 2, 3 e 4 da Figura 3.22.
O segundo procedimento consiste em encontrar os
outros 4 pontos, equivalentes aos pontos 5, 6, 7 e 8
definindo, então os 8 pontos do procedimento em estudo.
Para isso serão traçadas as diagonais do paralelogramo,
como mostra a Figura 3.22.
Fig. 3.22
Observe que na Isometria Simplificada as diagonais de
um paralelogramo ficam na vertical e na horizontal.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 64
Para determinar os pontos 5, 6, 7 e 8, não é
necessário desenhar a circunferência. Basta utilizar
o parâmetro: AB = r x 0.3, da mesma forma como
vimos na Perspectiva Cavaleira, ou seja, mede-se o Fig. 3.23
raio, multiplica-o por 0,3 e descobre-se o tamanho
do segmento AB.

Em seguida, posiciona-se o segmento AB em


uma das arestas do Ortoedro de Referência e,
assim, determinam-se os pontos 5, 6, 7 e 8,
conforme a figura 3.23. Para determinar a elipse
traça-se uma curva à mão livre prestando bastante
Fig. 3.24
atenção para que essa passe por todos os pontos
determinados, ver figura 3.24.

Um exercício muito interessante e que ajuda


a fixar os conhecimentos aprendidos até o
momento é representar a elipse em todas as faces
do Ortoedro de Referência, como mostra a figura
3.25. Fig. 3.25

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 65
Procedimento dos “n” pontos

O outro procedimento, denominado


“Procedimento dos “n” pontos”, que foi
demonstrado para a Perspectiva Cavaleira,
também pode ser utilizado na Isometria
Simplificada.
Ele permite determinar não apenas 8, mas
sim inúmeros pontos da elipse. Essa é a vantagem
Fig. 3.21
da utilização desse procedimento, pois quanto
mais pontos forem utilizados para dar suporte ao Parte-se de alguns princípios representados
traçado da curva à mão livre, mais precisa ficará a na figura mencionada:
representação da curva. 1. A elipse será representada de forma inscrita
A Figura 3.21, já utilizada para explicar o no paralelogramo;
procedimento anterior, também servirá como 2. Serão determinados 4 pontos de tangência no
ponto de partida para a execução do Procedimento paralelogramo, os quais coincidem com os
dos “n” pontos. pontos médios dos seus lados;
3. Ao ligarmos o ponto M1 ao ponto M3 e o
ponto M2 ao ponto M4, dividimos o
paralelogramo em 4 quadrantes.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 66
Os quadrantes são trabalhados um a um, como Ligamos o ponto A ao ponto 1 do segmento
mostram as Figuras 3.26 e 3.27. mais próximo e o ponto B ao ponto 1 do outro
Para demonstrar como representar a elipse segmento, o cruzamento dos segmentos A1 e B1 será
vamos realizar o procedimento no 1° quadrante e um ponto da elipse, o ponto C. Observe a Figura 3.26.
depois repeti-lo nos demais quadrantes. Para determinar mais um ponto no mesmo
Como mostra a figura 3.26, as laterais do quadrante, ligue o ponto A ao ponto 2 do segmento
primeiro quadrante são divididas em um número mais próximo e o ponto B ao ponto 2 do outro
igual de partes. Nesse exemplo dividiu-se ambos os segmento, o cruzamento dos segmentos A2 e B2 será
segmentos em 3 partes iguais. É muito importante outro ponto da elipse, o ponto D. Observe na figura
que os dois segmentos que formam cada quadrante 3.26. Já é possível traçar, à mão livre, um arco de
sejam divididos no mesmo número de partes. elipse nesse quadrante.
Para fazer isso inicie o traçado no ponto B (que
é um ponto de tangência da elipse no quadrilátero
envolvente), siga traçando o arco de elipse até o
ponto D e depois ao ponto C e finalize o arco de
elipse no ponto 0 (que também é um ponto de
tangência da elipse no quadrilátero envolvente).
Quando esse procedimento é repetido nos
outros três quadrantes o resultado é como o da figura
Fig. 3.26
3.27.

Fig. 3.27

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 67
Representação da Oval Regular de Quatro Centros

No caso da Isometria e da representação da elipse


pode ser realizado utilizando uma curva chamada de oval
isométrica regular de quatro centros. Como a oval é muito
semelhante à elipse, ela também é conhecida como “falsa
elipse”.
Muitas pessoas preferem desenhar uma oval a
desenhar uma elipse, porque a oval pode ser desenhada
totalmente com instrumentos (esquadros e compasso),
eliminando assim a parte do traçado à mão livre que precisa
ser feita quando se desenha uma elipse.
Fig. 3.21
Para desenhar a oval parte-se novamente da Figura
3.21, a qual traz a divisão do quadrilátero em 4 quadrantes.
Sendo os pontos M1, M2, M3 e M4 os pontos médios de
cada lado. Ao final do procedimento serão desenhados com
o compasso quatro arcos de circunferências com quatro
centros diferentes, sendo um em cada quadrante.
O primeiro centro de arco, o ponto C1, é definido no
vértice de maior ângulo do quadrilátero. A partir desse
primeiro centro, o ponto C1, são traçados dois segmentos de Fig. 3.28

reta ligando-o aos pontos médios dos lados opostos M1 e


M2, ver figura 3.28.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 68
O procedimento que acaba de ser descrito é
repetido no vértice oposto. Dessa maneira temos o
segundo centro da oval, o ponto C2. A partir de C2
são traçados mais dois segmentos de reta ligando-o
aos pontos médios dos lados opostos M3 e M4,
como mostra a figura 3.29.

O cruzamento de C1M1 com C2M4 gera o Fig. 3.29


ponto C3, que é o terceiro centro da oval. Da mesma
forma, o cruzamento de C1M2 com C2M3 gera o
ponto C4, que será o quarto centro que compõe a
oval, ver figura 3.30. Agora já é possível a traçar a
oval.
Resumindo:
1. C1 e C2 são centros de dois arcos maiores de
mesmo raio;
2. C3 e C4 são centros de dois arcos menores de
mesmo raio;
3. Todos os arcos começam e terminam nos
Fig. 3.30
pontos médios do quadrilátero.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 69
Para traçar a oval regular de quatro centros basta colocar Um exercício muito interessante e que
a ponta seca do compasso em C1 e fazer uma abertura (raio) ajuda a fixar os conhecimentos aprendidos é
até M1, em seguida, traçar um arco até M2. De forma desenhar a oval regular de quatro centros
semelhante, mantendo a mesma abertura (raio), centrar a em todas as faces do Ortoedro de
ponta seca do compasso em C2 e traçar um arco de M3 até Referência, como na figura 3.34.
M4, conforme a figura 3.31.

Fig. 3.31 Fig. 3.32

Fig. 3.34

Fig. 3.33

Para concluir a oval, centra-se a ponta seca do compasso


em C3, faz-se uma abertura (raio) até M1 e traça-se um arco
até M4. De forma semelhante, mantendo a mesma abertura
(raio) centra-se a ponta seca do compasso em C4 e traça-se um
arco de M3 até M2conforme a figura 3.32 e 3.33.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 70
3.6 Furo Cilíndrico Voltar
sumário

A ideia de realizar um furo em uma peça é muito


útil e importante para qualquer campo da Engenharia.
Por exemplo, na Engenharia Mecânica essa ideia é
fundamental quando pensamos em encaixes.
Furar uma peça é retirar dela uma parte. Essa parte
retirada pode vazar toda a peça ou apenas parte desta.
Para furar, cavar, vazar devemos pensar em uma
primeira peça, a qual queremos furar, e em uma
segunda peça, que terá a forma da parte que queremos
retirar da primeira. Dessa maneira, introduzimos a
segunda peça na primeira de forma a cavar nesta um
determinado volume.
Quando furamos uma peça, na verdade estamos
Fig. 3.35
criando um vazio na peça furada e esse vazio é
representado por novas arestas. Os furos também
podem ter diferentes formatos. Por exemplo, o formato
do furo pode ser cilíndrico como mostra a Figura 3.35.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 3 | Pág. 71
Para representarmos um furo em uma peça
devemos proceder o entendimento dessa interseção
plano a plano. Veja o exemplo da inserção de um furo
cilíndrico em uma peça nas Figuras 3.36, 3.37, 3.38 e
3.39.

Fig.3.38: Peça com o furo

Fig. 3.36: Peça antes do furo

Fig.3.39: Peça com


o furo, mostrando o
furo perfurando
toda a peça

Fig. 3.37: Peça inicial com linhas


de construção. Preparação para o
furo

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CAPÍTULO4 – PERSPECTIVA CILÍNDRICA ORTOGRÁFICA sumário

4.1 - Introdução
A Perspectiva Cilíndrica Ortográfica é resultado da
projeção de objetos tridimensionais segundo as regras do
chamado Sistema Mongeano. Tal sistema tem como
arcabouço teórico a Geometria Descritiva, que é
considerada a parte da matemática que tem como
finalidade “representar no plano as figuras do espaço, de
modo a podermos, com o auxílio da Geometria Plana,
estudar suas propriedades e resolver os problemas relativos
às mesmas” (MACHADO, 1976, p. 11).
Dessa maneira foi possível expressar, comunicar,
antecipar e resolver problemas relativos aos objetos reais,
de diversas áreas do saber que trabalham e estudam a
forma através da sua representação antes mesmo que esses
objetos fossem construídos. Tal fato trouxe um significativo
aumento na eficiência dos processos produtivos na Europa
estimulando tanto a Engenharia Militar quanto a Revolução Fig. 4.1
Industrial. Fonte: http://www.sciencephoto.com/

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 73
Gaspard Monge, cuja foto aparece na figura 4.1, Outro exemplo de sua contribuição foi durante a
é considerado o criador da Geometria Descritiva e Revolução Francesa quando houve a necessidade de se
grande teórico da Geometria Analítica. Ele viveu na produzir uma grande quantidade de canhões e de
França entre os anos de 1746 e 1818, era uma pessoa pólvora num curto espaço de tempo. Monge liderou a
que gostava das ciências exatas (física, matemática e produção e acabou elaborando um boletim, chamado
geometria) e que possuía o que chamamos atualmente "A Arte da Fabricação do Canhão", o qual se tornou o
de inteligência espacial, ou seja, ele facilmente manual das fábricas. Nesse boletim e ele traduziu seu
visualizava relações espaciais complexas. Foi um dos raciocínio espacial do ambiente militar e estratégico
fundadores da Escola Politécnica Francesa e também para o ambiente da produção de produtos em larga
lecionou na Escola Militar Meziéres, tornando-se um escala. Hoje, podemos dizer que ele criou uma
acadêmico de renome. linguagem gráfica universal, a linguagem do desenho
Como também era um cidadão engajado técnico. Essa linguagem possibilitou a transmissão de
politicamente, seu conhecimento também contribuiu informação sobre objetos tridimensionais com a
para a Engenharia Militar. Como militar criou um precisão necessária para a execução dos mesmos. De
método baseado na aritmética e em operações fato, a linguagem Mongeana permitiu que fábricas
espaciais que tornou a artilharia francesa muito mais fossem estruturadas não só na França, mas ao redor do
eficiente. A mudança foi tão significativa que seu mundo e que os produtos deixassem de ser fabricados
método foi considerado segredo de Estado durante nos quintais dos artesãos e passassem a ser
anos. Em seus estudos, Monge acabou por elaborar o produzidos em larga escala.
arcabouço teórico que possibilitou o avanço bélico
francês.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 74
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sumário

4.2. Caracterização da Perspectiva Cilíndrica Ortográfica

Nos capítulos anteriores vimos que as É possível afirmar ainda que:


representações de objetos em perspectiva se
diferenciam em função de dois aspectos: ▪ O tipo de projeção da Perspectiva Cilíndrica
1. Tipo de projeção (Cônica ou Cilíndrica) e; Ortográfica ou Sistema Mongeano é a PROJEÇÃO
2. Posição do Ortoedro de Referência em CILÍNDRICA ORTOGONAL, o que significa que o
relação ao plano de projeção. observador está localizado a uma distância que
No caso da Perspectiva Cilíndrica tende ao infinito, o que, por sua vez, tem como
Ortográfica, o objeto é projetado em pelo menos consequência o fato das retas projetantes serem
dois planos de projeção, diferentemente da paralelas entre si, e;
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e da Isometria
Simplificada, onde a projeção é realizada somente ▪ A posição do Ortoedro de Referência em relação
em um plano de projeção. Por essa razão o a cada um dos planos de projeção é a seguinte:
Método Mongeano também é chamado de pelo menos uma das faces do Ortoedro de
“Método da Dupla Projeção Ortogonal”. Referência tem que estar paralela ao plano de
projeção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 75
Fig. 4.2 Fig. 4.3
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/a Fonte:http://meioambiente.culturamix.com/n
lfa/meridianos-e-paralelos/meridianos-e- oticias/historia-do-meridiano-de-greenwich
paralelos.php

O método desenvolvido por Monge consiste, primeiramente, na divisão do espaço por meio de dois
planos de projeção, um vertical e outro horizontal.
Fazendo uma analogia às linhas imaginárias do Planeta Terra é como se o plano horizontal passasse
exatamente na Linha do Equador dividindo o espaço em dois semi-espaços, um meridional ou sul e outro
setentrional ou norte, como aparece na figura 4.2. E da mesma maneira, o plano vertical passasse no
meridiano de Greenwich. A figura 4.3 mostra este plano dividindo e o espaço em dois semi-espaços, um
oriental ou leste e outro ocidental ou oeste.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 76
Os dois planos juntos dividem o espaço em
quatro semiespaços, chamados de diedros (“di” de
dois e “edros” de planos) os quais são enumerados
e organizados como mostra a figura 4.4. Cada
diedro consiste no espaço existente entre dois
semiplanos, cuja nomenclatura também está na
figura 4.4. A linha de encontro ou interseção do
Plano Horizontal com o Plano Vertical chama-se
Linha de Terra ou, simplesmente, LT.

Fig. 4.4

Em seguida, Monge posicionou o objeto a ser


representado num dos diedros – geralmente sem
tocar em nenhum dos planos de projeção – e, assim,
realizou a projeção ortogonal de todos os pontos
desse objeto nos planos de Projeção Vertical e
Horizontal, ver figura 4.5.

Fig. 4.5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 77
Tomando como exemplo a face frontal do objeto
contido na figura 4.5, esta é perpendicular ao plano de
projeção horizontal é possível perceber (1) que as
arestas AB e DC têm projeções em forma de segmento
de reta no plano π1, (2) que a aresta AD foi reduzida a
um ponto também no plano π1, (3) que o mesmo
ocorreu para a aresta BC. Resumindo, todos os pontos
contidos nessa face foram projetados no plano π1
Fig. 4.5
sobre o mesmo segmento de reta, ou seja, por ter
A figura 4.5 traz uma nova nomenclatura para arestas paralelas ou perpendiculares à π1, tal face
os planos de projeção e para as distâncias entre o aparece reduzida a um segmento de reta quando
objeto e os planos de projeção, as quais também projetada.
serão adotadas ao longo desse livro: (1) o plano de
projeção horizontal será chamado de plano π1 e o Analisando a mesma face, agora em relação ao
plano de projeção vertical será chamado de plano plano π2, é possível afirmar (1) que ela é paralela a tal
π2, (2). Já a distância entre qualquer ponto do objeto plano de projeção, (2) que todas as arestas foram
e o plano π1, é chamada de cota, e a distância entre projetadas de forma que foram mantidas suas
o objeto e o plano π2, é chamada de afastamento. A medidas lineares, (3) que os ângulos entre as arestas
figura também mostra que a cota fica registrada no ao serem projetados também mantiveram suas
plano de projeção vertical e que o afastamento fica grandezas e que, portanto, tal face foi projetada em
registrado no plano de projeção horizontal. VG.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 78
Fig. 4.6

As outras faces do objeto também são projetadas de modo que todo o objeto seja representado nos
planos de projeção. No exemplo acima o objeto tem forma de caixa, porém a Perspectiva Cilíndrica
Ortográfica pode representar qualquer objeto, desde um parafuso até um arranha-céu.

Dando continuidade ao raciocínio gráfico de Monge – cujo objetivo era obter a representação do
objeto, que é tridimensional, em duas dimensões – foi necessário fazer o plano horizontal girar de modo
que ele coincidisse com o plano vertical. Com essa operação, Monge criou o que ele chamou de Épura,
definindo-a como sendo a representação de um objeto por suas projeções. Na épura é possível visualizar as
três dimensões do objeto, utilizando-se apenas duas dimensões de uma superfície qualquer, como o papel,
conforme mostra a figura 4.6.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 79
É importante salientar que o sistema idealizado por Monge presumia dois planos e,
consequentemente, realizava uma dupla projeção. Sendo assim, após realizada a projeção um plano era
rebatido sobre o outro e assim as duas projeções poderiam ser representadas em uma superfície
bidimensional, como a folha do papel: a épura.

Com o passar do tempo o método evoluiu devido a necessidade de visualização do objeto por
completo para a possibilitar a realização de operações gráficas. Para isso foram inseridos novos Planos
de Projeção e, consequentemente, novos diedros foram gerados. Dessa maneira, passou-se a projetar o
objeto também nos planos laterais, inferior e posterior, que somados aos planos iniciais de monge
(frontal e superior) passaram a compor seis vistas ortográficas, as chamadas vistas mongeanas. Sendo
assim, é possível representar um objeto em todas as suas possíveis vistas.

O método é conhecido por diversos nomes entre eles: Sistema Ortogonal, Vistas Ortogonais,
Vistas Mongeanas, Sistema Alemão, Sistema Universal, Sistema Europeu, Desenho Técnico, porém a
nomenclatura “Sistema de Vistas” é a mais comumente referenciada. Apesar disso, nesse livro optamos
por utilizar o termo “Sistema Mongeano” para dar crédito ao idealizador do Sistema, Gaspar Monge.

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4.3. Observador, Objeto e Planos de Projeção sumário

Como já foi dito, um objeto terá suas projeções horizontais e verticais, independente do diedro no qual
está localizado. No primeiro capítulo desse livro, foram estudados os elementos que compõem um sistema de
projeção. Abaixo estão relacionados os principais elementos de um sistema de projeção:
1) Observador: como se trata de um sistema cilíndrico o observador está no infinito;
2) Objeto: pode ser um objeto com quaisquer dimensões. É possível representar um objeto existente ou
mesmo um objeto que está no plano das ideias;
3) Planos de projeção: os principais planos de projeção são o Vertical e o Horizontal, no entanto, mais
adiante veremos que podemos utilizar outros planos para obter mais vistas do objeto;
4) Imagem: produto final da projeção, representação do objeto, que é o que buscamos.
Tais elementos adquirem diferentes posições um em relação ao outro, considerando cada diedro.
Na condição do primeiro diedro – que é a mais utilizada - um princípio básico respeitado é de que o objeto
sempre deve estar entre o observador e o plano de projeção.

4.3.1. Primeiro e Terceiro Diedros


No primeiro diedro, a face frontal do objeto, projeta-se
no plano vertical superior e a face superior projeta-se no
plano horizontal anterior, como mostra a figura 4.7. Dessa
maneira, a ordem dos elementos da projeção é a seguinte:
OBSERVADOR → OBJETO → PLANO DE PROJEÇÃO.
Fig. 4.7
Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
hypergeo/monge.htm

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 81
Outra consequência do
posicionamento do objeto no
primeiro diedro é que cotas e
afastamentos são positivos. É por
essa razão que a maioria das
representações se faz localizando-
se o objeto no primeiro diedro.
Em épura tem-se a face frontal Fig. 4.7 Fig. 4.8
Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
representada acima da linha de
hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm
terra e a face superior
representada abaixo da mesma
linha, resultando no que mostra a
figura 4.8.

Quando o objeto é
localizado no terceiro diedro,
como mostrado pela figura 4.9,
ele passa a não mais estar entre o
observador e o plano de
projeção. A ordem dos elementos Fig. 4.9 Fig. 4.10
da projeção passa a ser a Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
seguinte: OBSERVADOR → PLANO hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm
DE PROJEÇÃO → OBJETO.

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Essa mudança faz com que a face frontal do objeto, seja projetada no plano vertical inferior e a sumário

face superior é projetada no plano horizontal posterior. Quando se faz o rebatimento do plano horizontal
sobre o vertical para obter a épura teremos – agora diferente do que ocorre no primeiro diedro – a face
frontal abaixo e a face superior acima da Linha de Terra.

4.3.2. Segundo e Quarto Diedros

Na representação técnica,
o segundo e o quarto diedros
não são utilizados para
posicionar objetos porque
quando ocorre a rotação do
plano horizontal sobre o plano
Fig. 4.11 Fig. 4.12
vertical para obter a épura, as Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
projeções ficam sobrepostas, o hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm
que dificulta o entendimento da
representação do objeto.
Observe as figuras abaixo.

Fig. 4.13 Fig. 4.14


Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/ Fonte: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/
hypergeo/monge.htm hypergeo/monge.htm

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sumário
4.3.3. Sistemas Alemão e Americano
A organização da apresentação das vistas apresentada no
item anterior é resultado do diedro escolhido para posicionar o
objeto. No caso da organização trazida na figura 4.15, o objeto está
posicionado no primeiro diedro, ou seja, a ordem dos elementos
da projeção é a seguinte: OBSERVADOR → OBJETO → PLANO DE
PROJEÇÃO (ver itens 4.3.1 e 4.3.2). Quando isso acontece diz-se
que o sistema de apresentação das vistas adotado foi o Sistema
Alemão ou Europeu. É possível perceber que a vista (LD) está à
esquerda da vista (F), a vista (LE) está à direita da vista (F), a vista Fig. 4.15
(S) está abaixo da vista (F) e a vista (I) está acima da vista (F).

O Sistema Americano difere do Sistema Alemão exatamente


no que diz respeito ao diedro escolhido para posicionar o objeto.
No Sistema Americano o objeto fica no terceiro diedro. Dessa
forma, a ordem dos elementos da projeção é: OBSERVADOR →
PLANO DE PROJEÇÃO → OBJETO. Tal fato resulta numa
apresentação diferente para as vistas mongeanas, a qual está
ilustrada na figura 4.16. É possível perceber que a vista (LD) está à
direita da vista (F), a (LE) está à esquerda, a vista (S) está acima da
(F) e a vista (I) está abaixo da vista (F).
Fig. 4.16

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 84
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No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que regula todo tipo de sumário

padronização não só para a área da Geometria e do Desenho Técnico, como também para outras as
áreas do conhecimento, adota o Sistema Alemão, também chamado de Sistema Europeu. No entanto,
ela admite a utilização do Sistema Americano em determinadas áreas do conhecimento. O Sistema
Alemão tem maior abrangência se comparado ao Sistema Americano de apresentação das vistas,
sendo, portanto a representação do objeto no terceiro diedro mais rara e utilizada, sobretudo, na
Inglaterra e nos Estados Unidos.

4.4. As Seis Vistas

Uma única projeção ortogonal de um objeto não


é suficiente para entender o objeto por completo.
Comparando as figuras 4.17 e 4.18, se percebe que os
objetos são diferentes, a primeira figura mostra um
cubo, já a segunda um prisma. No entanto, as
projeções das faces frontais das peças, ou seja, as
Fig. 4.17
projeções verticais são iguais.
Caso somente a projeção vertical desses objetos
estivesse disponível se teria somente as dimensões de
altura e largura. Dessa maneira, não seria possível
identificar a dimensão do comprimento.
Consequentemente, não se teria o entendimento
correto das peças. Fig. 4.18

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 85
Na medida em que outras faces da peça são
projetadas é possível visualizar outras dimensões do objeto.
As figuras 4.19 e 4.20 trazem a projeção da face superior das
peças, o que por consequência faz as dimensões de largura e
de comprimento serem mostradas.
Com as projeções das faces frontal e superior dos
Fig. 4.19
objetos as três dimensões da peça são visualizadas (largura,
altura na face frontal e largura e comprimento na face
superior). Dessa maneira, muitas peças já podem ser
definidas, como é o caso das peças das figuras 4.17 e 4.18.
Por essa razão essas duas projeções, a frontal e a superior,
são chamadas de projeções básicas do Sistema Mongeano.

Fig. 4.20

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 86
Entretanto, muitas vezes as duas projeções básicas não são suficientes para o entendimento de
alguns objetos. Sendo necessárias outras projeções. A figura 4.21, mostra na sua primeira coluna
épuras de um mesmo objeto e nas demais colunas as isometria simplificadas das possíveis
interpretações dessas épuras.

Na primeira linha da figura 4.21 apenas uma das vistas é conhecida. Nesse caso, são possíveis
pelo menos três interpretações do objeto, como mostram as figuras da linha 1, colunas A, B e C. Todas
essas figuras podem ser representações da figura dada na épura 1.

Quando são fornecidas duas vistas, épura 2, ainda são possíveis duas interpretações do objeto,
os objetos das colunas A e da coluna B. Note que a figura da coluna C é descartada, uma vez que vista
superior dada na épura não é compatível com a vista superior de um cilindro.

Para que se possa ter certeza de que objeto se trata, mais uma vista precisa que ser dada. Tem-
se, então, a épura 3, que traz as vistas (F), (S) e (LD). Com tais informações é possível afirmar que o
objeto tratado é o que está representado na coluna B.

Assim, percebe-se que ao fornecer três vistas mongeanas de um objeto restringe-se a


possibilidades de interpretação.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 87
Fig. 4.21

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 88
Para realizar as seis projeções possíveis de um objeto é mais
prático imaginar os seis Planos de Projeção se unindo para formar
uma Caixa de Projeção imaginária. Dessa maneira, é mais fácil
controlar a posição dos Planos de Projeção e garantir que estes
estejam perpendiculares e/ou paralelos entre si. Sendo assim, os
pares de Planos (frontal x posterior, superior x inferior e lateral
esquerdo x lateral direito) estão paralelos entre si; enquanto que os
Planos laterais estarão perpendiculares aos planos frontal, posterior,
superior e inferior, como mostra a figura 4.22.

É importante não confundir a Caixa de Projeção com o Fig. 4.22


Ortoedro de Referência (OR), ver figura 4.22 o OR em azul e a Caixa
de Projeção em verde. O OR também é uma caixa imaginária, mas
esta envolve um objeto no espaço ficando totalmente ajustada ou
“colada” ao objeto, de forma que seja o menor ortoedro que envolva
todas as faces do objeto, tornando mais fácil a sua manipulação.

Após o posicionamento do objeto dentro do OR e este dentro


da Caixa de Projeção é feita a projeção do objeto em todos os lados
da caixa, ou seja, as faces da caixa de projeção funcionam como
planos de projeção e, duas a duas, funcionam como diedros. Dessa
maneira o objeto tem sua representação em cada um dos seis planos
de projeção (faces da caixa), observar a figura 4.23. Fig. 4.23
Fonte: COSTA, 2008

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 89
Após as projeções, a Caixa de Projeção é aberta,
como mostra a figura 4.24. Esse movimento é o mesmo
que Gaspard Monge fez ao fazer o plano horizontal
coincidir com o plano vertical, para assim criar a épura
mongeana. De forma análoga, quando a caixa é aberta é
possível ver todas as representações do objeto em uma
superfície bidimensional.

No caso da figura analisada, após a abertura da


Fig. 4.24
caixa, todos os planos envolvidos coincidiram com o
Fonte: COSTA, 2008
plano vertical e, assim, tem-se as vistas mongeanas de
todas as faces do objeto.

É possível perceber que as vistas ficam organizadas


segundo certa ordem, como mostra a figura 4.15. Esta
ordem não é aleatória, ela é o resultado da relação
entre os diedros e possibilita o processo de projeção e
obtenção das vistas como foi visto nas figuras 4.23 e
4.24.
Fig. 4.15

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 90
Essa organização também deixa clara uma característica das
vistas mongeanas, a relação projetiva existente entre as vistas, a qual
se dá por meio das LINHAS DE CHAMADA, que aparecem em verde na
figura 4.25. Tal relação possibilita que informações dimensionais (x, y e
z) de uma vista auxiliem a construção de outras. Além disso, é
exatamente essa relação que possibilita que operações gráficas sejam
realizadas na épura, isso porque elas registram as medidas lineares e
angulares do objeto, bem como das distâncias entre as arestas e os
planos de projeção.
A vista FRONTAL (F) é considerada a principal vista da peça por
conter suas informações mais importantes. Tal fato juntamente com a
relação projetiva existente entre as vistas, fazem com que ela seja
Fig. 4.25
referência para a construção ou localização das outras. Tal vista
representa a projeção obtida no plano vertical de projeção. A figura
4.15 mostra que esta vista fica localizada no centro da épura,
desconsiderando a vista posterior.
A vista SUPERIOR (S) se localiza abaixo da vista frontal e a vista
INFERIOR (I), se localiza acima. Seguindo o mesmo raciocínio a vista
LATERAL DIREITA (LD) fica à esquerda da vista frontal e a vista LATERAL
ESQUERDA (LE) fica à direita da vista frontal. Já a vista POSTERIOR (P)
pode ficar ao lado das vistas laterais ou acima da vista inferior ou ainda
abaixo da vista superior. No exemplo dado na figura 4.15 a vista
posterior está localizada ao lado da vista lateral esquerda. Fig. 4.15

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 91
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sumário

4.5. Os Eixos Coordenados

É interessante perceber que a interpretação ou


leitura das informações trazidas pelo Sistema Mongeano
exige um pouco mais de abstração e de conhecimento
gráfico, uma vez que diferentemente da Isometria
Simplificada ou da Perspectiva Cilíndrica Cavaleira, as
informações sobre as dimensões do objeto vêm
“separadas”. Cada vista traz duas dimensões do objeto,
enquanto que a terceira dimensão aparece sempre em
vista básica (perpendicular ao Plano de Projeção).

A vista FRONTAL, por exemplo, traz as medidas de


largura (x) e de altura (z), as medidas de profundidade (y)
ficam em Vista Básica.
Fig. 4.26
Já a vista SUPERIOR traz as medidas de largura (x) e
profundidade (y) e a medida de altura, z, em Vista Básica.
Da mesma maneira acontece com as outras vistas, ou
seja, cada uma dela mostra uma combinação de duas
dimensões e a terceira dimensão em Vista Básica
(perpendicular ao Plano de Projeção):

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 92
Assim, de acordo com as grandezas mostradas podemos
visualizar o Planos de Projeção em pares de vistas:

• Frontal (F) + posterior (P): que mostram medidas de largura


(x) e altura (z), estando as medidas de profundidade (y)
perpendiculares;
• Superior (S) + inferior (I): larguras (x) e profundidades (y),
sendo que as medidas de altura (z) estão perpendiculares;
• lateral direito (LD) + lateral esquerda (LE): alturas (z) e
profundidades (y), sendo que as medidas de largura (x) estão
perpendiculares.

A figura 4.26 traz os eixos coordenados ilustrados com


todas as combinações de dimensões por face. Para visualizar Fig. 4.26
uma peça representada no Sistema Mongeano é preciso
estabelecer um diálogo entre todas as vistas mostradas. Esse
diálogo se dá por meio da relação projetiva existente entre as
faces do objeto. Somente assim, é possível ter uma ideia da
totalidade da peça.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 93
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4.6. Visualização das Vistas Mongeanas e da Peça


A figura 4.27 mostra a representação de um objeto, uma vista
Frontal, na qual tem-se duas grandezas, x e z e a terceira grandeza é
y que está em Vista básica. Nesta vista percebe-se duas superfícies
distintas (duas linhas poligonais fechadas), identificadas pelos
números 1 e 2, como trata-se de uma vista frontal, cada linha
Fig. 4.27 poligonais fechada indica superfícies com profundidades (y)
MUDANÇA DE PLANO diferentes.
Outra indicação de a de que é possível concluir que são duas
superfícies devido à presença da reta destacada. Tal reta representa
uma mudança de plano (nesse caso, no sentido da profundidade), a
qual pode ser: 1) uma reta de interseção entre as superfícies 1 e 2,
ou; 2) uma terceira superfície perpendicular à superfície 1 e à 2.
Para saber se a peça traz uma interseção entre superfícies ou
uma terceira superfície é necessário que mais vistas sejam
fornecidas, como foi discutido no item 4.4 desse livro. Dessa forma, é
possível fazer uma associação entre as vistas, bem como utilizar a
relação projetiva existente entre elas, para definir a volumetria da
peça. Essas duas possibilidades geram uma série de possíveis
interpretações para a peça, como mostra figura 4.28. O fato é que a
existência da linha na vista significa que há uma mudança de plano
Fig. 4.28
Fonte: COSTA, 2008 na peça.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 94
A figura 4.29 traz a segunda vista a ser
fornecida, nela estão indicadas por setas as
superfícies 1 e 2, que estão reduzidas a uma reta.
Com essa vista já se tem mais informações sobre a
peça. Sabe-se, por exemplo, que não há superfícies Fig. 4.29
curvas, o que descartaria algumas das possíveis
interpretações da peça presentes na figura 4.28. 3

Já a figura 4.30 traz as duas vistas associadas,


tal fato facilita a interpretação das informações,
inclusive porque pelo próprio posicionamento das
vistas já é possível afirmar que a vista da figura 4.27 é
a vista (F), enquanto que a vista da figura 4.29 é a
vista (S) ou ainda que a primeira é a vista (I) e a 3
segunda é a vista (F). O mais comum é que sejam
fornecidas as vistas (F) e (S), visto que essas são as
vistas que mostram as faces com mais detalhes da
peça.
Fig. 4.30

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 95
A análise feita a seguir parte da interpretação de que a
Figura 4.30 traz as vistas (F) e (S). Tal figura mostra a superfície
número 1 em vista na vista (F) e reduzida a uma reta na vista (S).
3
Isso ocorre porque essa superfície está posicionada de modo
paralelo ao plano vertical (plano da vista Frontal) e de modo
perpendicular ao plano horizontal (plano da vista superior) (ver
Figura 4.31). O resultado desse posicionamento é que a superfície
aparece em VG na vista (F) e como um segmento paralelo à linha
de terra (LT) na vista (S).
A superfície número 2 aparece do mesmo modo que a 3
primeira superfície analisada, ou seja, em vista na vista (F) e como
um segmento na vista (S). No entanto, seu posicionamento em
relação aos planos de projeção é diferente. Ela está perpendicular
ao plano horizontal, mas é oblíqua ao plano vertical (Fig. 4.31). É
por essa razão que ela aparece oblíqua em relação à LT na vista (S).
Fig. 4.30
No caso da superfície número 3, é possível afirmar que ela
está paralela ao plano horizontal e perpendicular ao plano vertical
(Fig. 4.31). 3
A interpretação de vistas mongeanas ocorre dessa maneira,
ou seja, por meio da análise das superfícies da peça em relação aos
planos de projeção e da relação que elas estabelecem entre si.
Parece mais complicado do que é na realidade. O treino da 2
visualização das vistas mongeanas se da interpretação das peças
ocorre através da resolução dos exercícios. Após a resolução de um 1 Fig. 4.31
bom número deles, a análise acima se torna automática.

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4.7. A Escolha das Vistas

Quando utilizamos o Sistema Mongeano para


representar um objeto, muitas vezes não precisamos
representar as seis vistas. A representação de três vistas,
usualmente as vistas (F), (S) e (LD) ou (LE), é suficiente para
o entendimento de um objeto. Isso porque nessas três vistas
podemos ver a combinação dos três eixos coordenados, dois
a dois. Essa escolha é muito importante, pois as vistas
escolhidas devem mostrar o máximo de detalhes existentes Fig. 4.32
no objeto. Se a escolha das vistas a serem mostradas não for Fonte: COSTA, 2008
eficiente pode haver dúvida quanto à volumetria da peça ou
uma má interpretação da mesma.
Vejamos o exemplo ao lado: dadas as duas vistas
mongeanas de uma peça (Fig. 4.32) há várias possibilidades
de interpretação do objeto, como mostram as figuras 4.33 e
4.34. Se forem fornecidas somente tais vistas, não será
possível definir qual a volumetria do objeto. Dessa maneira,
deve-se sempre procurar representar as vistas do objeto que Fig. 4.33 Fig. 34
mais claramente caracterizem-no. De forma que não deixe Fonte: COSTA, 2008 Fonte: COSTA, 2008
margens para dúvidas na interpretação.

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Como já foi mencionado, geralmente são
representadas três vistas da peça, porém, há
situações em que mesmo mostrando três vistas a Fig. 4.35
Fonte: COSTA, 2008
interpretação continua indefinida, como mostram as
figuras 4.35 e 4.36.
No caso das figuras mencionadas, ter
representado as vistas LD e LE não ajudou a
interpretação da volumetria da peça porque ambas
são equivalentes, ou seja, não mostram nada
diferente uma da outra. Para resolver tal situação
seria necessário representar outro conjunto de vistas,
como por exemplo as vistas (F), (S) e (LD).

Fig. 4.36
Fonte: COSTA, 2008

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4.8. Desenhando as Primeiras Peças em Mongeano


O primeiro passo para fazer uma represntação é conhecer a convenção utilizada no Sistema
Mongeano. Leia atentamente o quadro 4.1 com os tipos de linhas mais usados, suas espessuras e suas
funções no desenho técnico:

USO
ESPESSURA
TIPO CAVALEIRA E
(LAPISEIRA) MONGEANO
ISOMETRIA
Representar o Ortoedro de
Representar as linhas de
0,3 Referência e as linhas
CONTÍNUA FINA chamada (projeção das
auxiliares, construtivas
projetantes)
gerais e arestas não visíveis
Representar as arestas Representar as arestas
CONTÍNUA GROSSA 0,5
visíveis visíveis

Representar as linhas de
CONTÍNUA MAIS
0,7 - terra (encontro dos
GROSSA
planos mongeanos)

Representar as arestas
TRACEJADA GROSSA 0,5 -
não visíveis

Quadro 4.1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 99
Em seguida, é necessário identificar as medidas dos segmentos da peça nas direções das arestas
do Ortoedro de Referência utilizando os conhecimentos já adquiridos sobre Perspectiva Cilíndrica
Cavaleira e Isometria Simplificada, como sugere a figura 4.37. Dando continuidade à representação da
peça, são feitas as Linhas de Terra (LT), as quais são representadas por duas linhas ortogonais entre si.
As LTs criam quadrantes dentro dos quais as vistas serão organizadas, como aparece na figura 4.38.

Fig. 4.37
Fonte: COSTA, 2008 Fig. 4.38

O próximo procedimento consiste na escolha das vistas que serão projetadas. Em geral, são
representadas no Sistema Mongeano as mesmas vistas que aparecem na Perspectiva Cilíndrica Cavaleira ou
na Isometria Simplificada, uma vez que se tem informações sobre elas, ou seja, não é preciso presumir
informações. No entanto, essa prática não é regra. É possível ter que projetar faces que não estão sendo
vistas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 100
No exemplo mostrado na Isometria
Simplificada da Figura 4.39 as vistas escolhidas
foram: (F), número 1, faces em azul; (LD), número
2, faces em vermelho e; (S), número 3, faces em
amarelo. Na sequência, as vistas são organizadas
nos quadrantes formados pelas LTs, de acordo
com a ordem mostrada na figura 4.15, o resultado
da organização das vistas está na figura 4.40.
Procede-se então para a representação das Fig. 4.39
vistas mongeanas da peça, deixando um espaço Fonte: COSTA, 2008

entre as vistas e as LTs. Esse espaço deve ter, de


preferência, entre 0,5 e 1 cm. Uma vez escolhida,
essa distância terá que ser respeitada na
representação das outras vistas, tal fato mantém LATERAL FRONTAL
a relação projetiva entre as vistas. DIREITA
x

SUPERIOR

Fig. 4.40

Fig. 4.15

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É possível começar a representação por qualquer uma
das vistas. No exemplo da Figura 4.41, a representação
começa pela vista (F) e a distância escolhida entre as vistas e Fig. 4.41
as LTs é de 1cm.
De acordo com que já foi estudado, a vista (F) mostra
a coordenada x (largura) e coordenada z (altura). A
coordenada y (profundidade) está em Vista básica. O ponto
A da figura possui, então, as seguintes coordenadas [x; z] =
[1;1]. Em todas as outras vistas o ponto A deve aparecer
com as mesmas coordenadas.
Na figura 4.42, que traz também a vista (S), é possível
observar a coordenada y do ponto A, que é [5]. Dessa forma, Fig. 4.42
as três coordenadas são, então, disponibilizadas, são elas [x;
y; z] = [1; 5; 1]. Com essa informação e a relação projetiva
entre as faces, dada pelas linhas de chamada, é possível
encontrar o ponto A em qualquer uma das outras vistas.
A figura 4.43 mostra o ponto A sendo “transportado”
pelas linhas de chamada para o quadrante onde será
construída a vista (LD). Esse procedimento pode ser feito
para qualquer ponto do objeto representado.
Fig. 4.43

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 102
É importante observar que:
▪ As medidas de profundidade (y) são transportadas
primeiro até o eixo y e só então são levadas com o compasso
ou com o esquadro de 45° para o eixo x (que representa o
rebatimento do eixo y na épura). Se as medidas de
profundidades forem transportadas com o compasso, a
ponta seca deve ser centrada na origem dos eixos
coordenados;
▪ As linhas tracejadas são utilizadas para representar as
arestas existentes, porém não visíveis;
▪ As linhas de chamada são traços contínuos finos;
▪ As LTs e as arestas visíveis da peça devem ser traços
contínuos grossos;
▪ As arestas não visíveis devem ser traços descontínuos,
Fig. 4.43
ou tracejados, grossos.

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4.8.1. Exercícios Passando de Vistas para Perspectiva

Realizar a leitura de um projeto de uma peça I. Fazer a representação de todos sólidos básicos:
dado em vistas ortográficas e representar essa peça prisma, pirâmide, cone, cilindro e esfera;
em uma perspectiva do tipo Cavaleira ou Isometria II. No Sistema Mongeano, traçar todas as LINHAS DE
Simplificada é uma tarefa difícil. Isso porque realizar a CHAMADA conectando todas as vistas. Ao
síntese gráfica a partir de três ou mais projeções é algo, conectarmos as vistas, consequentemente
cognitivamente muito elaborado e requer bastante conectamos os volumes que formam determina
treino para ser realizado com sucesso. peça. Dessa maneira fica mais fácil identificar os
Uma forma de treinar a visualização espacial, diferentes volumes que formam a peça (para
mais especificamente a síntese gráfica, é se familiarizar realizar esse procedimento com eficácia é
com as representações dos sólidos básicos: prisma, importante ter familiaridade com as
pirâmide, cone, cilindro e esfera. É importante se representações dos sólidos básicos e de suas
familiarizar com as possíveis representações de um partes);
sólido e partes deste sólido. Assim será mais fácil e III. Identificar os DIFERENTES VOLUMES que compõe a
rápido identificá-lo quando ele aparecer compondo peça, procurar compreender cada um deles em
qualquer peça. separado, se for preciso pode ser feito um esboço
Alguns procedimentos podem ajudar no em separado de cada volume. Esse pensamento é
processo de síntese gráfica. Aqui descrevemos algumas muito semelhante ao procedimento de
ações que podem contribuir para uma boa leitura de decomposição na matemática. Por exemplo,
um projeto de uma peça. quando somamos 130 + 120 = intuitivamente
somamos 100 + 100 = 200 e 30 + 20 = 50,
totalizando 250;

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IV. Iniciar a representação da perspectiva da peça do que você imagina ser a peça dada, apenas
traçando o ORTOEDRO DE REFERÊNCIA ainda nas quando você representar toda a peça é que você
vistas ortográficas. Assim você terá total controle poderá comprovar ou não a sua hipótese, mas isso
sobre as medidas totais da peça, larguras, alturas e levará muito tempo Sendo assim, é fundamental
profundidades. Em seguida, representar a peça, com que você trace um ESBOÇO do que você imagina
auxílio do esboço, dentro do Ortoedro de ser a peça, assim você poderá ir confrontando, a
Referência; todo momento, aquilo que você está imaginando e
V. NOMEAR PONTOS NOS VÉRTICES. Esse processo é as vistas ortográfica da peça. O esboço é
importante para identificar no sólido partes mais importante porque é algo que você pode traçar
complexas, ou aquelas que temos dúvidas. Localizar rapidamente, sem muito compromisso com
vértices importantes em todas as vistas vai ajudar ao medidas, isso irá dar agilidade ao seu raciocínio.
processo de entendimento mais detalhado da peça; Após essa etapa você não terá mais dúvidas de
VI. Agora já é possível ter uma visão mais geral da peça. como é a peça e assim poderá começar a fazer a
Antes de começar a representação da peça com sua representação com auxílio de instrumentos;
instrumentos é fundamental fazer um ESBOÇO DA
PEÇA. Nessa etapa, também está presente um
importante tipo de raciocínio típico da matemática, Agora você já tem total segurança para fazer a
o raciocínio hipotético-dedutivo. Funciona assim, realização do traçado da peça na perspectiva
quando você observa as vistas, e realiza os desejada.
procedimentos I e II você está gerando um hipótese.

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4.9. Os Sólidos Básicos: Voltar
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prismas, pirâmides, cilindros, cones e esferas


Nesse livro, o estudante terá que representar figuras que são fornecidas em Perspectiva Cilíndrica
Cavaleira, Isometria Simplificada, Sistema Mongeano; ou, ainda, realizar o caminho inverso, ou seja, representar
figuras que são dadas em Vistas Mongeanas, Perspectiva Cilíndrica Cavaleira ou Isometria Simplificada.

Para iniciar a representação de um sólido seja qual for o sistema escolhido é preciso reconhecer suas
propriedades geométricas. Além disso, é necessário que a figura dada seja compreendida para só então realizar
alguns procedimento com ela. Como representá-la em uma perspectiva diferente da dada. Para isso é crucial
reconhecer o tipo de representação em que a figura foi elaborada, ou seja, se a peça dada está representada em
Perspectiva Cavaleira, Isometria Simplificada ou Vistas Mongeanas. Como cada uma dessas projeções possui
regras próprias de representação, já estudadas nos capítulos anteriores, é possível identificar o tipo de projeção
ou representação utilizado para representá-la e, assim, extrair, com precisão, as grandezas lineares e angulares
necessárias para a (re)construção da peça atendendo ao que for pedido.

4.9.1. Prisma

Para representar prismas é preciso ter em mente suas características básicas, ou seja, saber que eles são
sólidos geométricos delimitados por faces planas, que suas bases pertencem a planos paralelos entre si e que
suas faces laterais serão quadriláteros.

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Dessa forma, dado o objeto da figura 4.44, o primeiro
procedimento é reconhecer em que sistema de
representação ele foi representado. Dessa forma é possível
extrair informações, especialmente com relação às medidas
de largura, comprimento e altura.
No caso dessa figura, o objeto está desenhado em
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira e possui k = 0,5, isso significa
que quando a peça for representada em Isometria
Simplificada ou no Sistema Mongeano, as medidas relativas
ao eixo y serão aumentadas (segundo o fator K dado que é de Fig. 4.44 Fig. 4.45
0,5), uma vez que nesses sistemas de representação o K
sempre é igual a 1.
Feito isso é necessário identificar as faces que estão
sendo mostradas, no caso do exemplo são as (F), (S) e (LD), LATERAL FRONTAL
como mostra a figura 4.45. DIREITA
x
Em seguida, as vistas são organizadas nos quadrantes
resultantes do encontro das Linhas de Terra segundo a lógica,
SUPERIOR
já estudada, apresentada na figura 4.40.
É importante lembrar que é preciso definir uma y

distância entre as vistas e as Linhas de Terra (ou seja, entre o


Fig. 4.40
objeto e os planos de projeção).
O ideal é que essa distância seja a mesma em todos os
quadrantes.

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A representação das vistas do objeto é iniciada com a
representação da vista (F), a qual guarda as medidas de
largura e altura, extraídas a figura dada em Perspectiva
Cilíndrica Cavaleira, já que nela a vista (F) está em VG, ver
figura 4.46.
O próximo procedimento consiste na representação
da vista (S) através do traçado das linhas de chamada (no
sentido vertical), o que mais parece o prolongamento das
arestas que representam as alturas, como pode ser visto na Fig. 4.46
figura 4.46.
Em seguida, as medidas de comprimento, extraídas da
Perspectiva Cilíndrica Cavaleira são introduzidas na
representação no quadrante da vista (S), como aparece na
figura 4.47.
Após a representação dessa vista, procede-se com o
traçado das linhas de chamada horizontais. Estas vão partir
da vista (F) levando as medidas de altura para a construção
da vista (LD), bem como vão partir da vista (S) levando as
medidas de comprimento para a construção da mesma vista.
No caso da vista (S), as linhas de chamada vão até o eixo y,
como está mostrado na figura 4.47.
Fig. 4.47

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 108
Com o compasso, ou com o esquadro de 45°,
transportam-se as medidas de comprimento da vista
(S) até o quadrante da vista (LD). O compasso deve
Fig. 4.48
ser centrado na origem dos eixos coordenados e as
linhas de chamada devem partir de um eixo e
chegar até o outro eixo, como mostra a figura 4.48.
Em seguida, as linhas de chamada são
levantadas a partir do eixo para cruzarem-se com as
linhas que partiram da vista (F). Dessa forma, a vista
(LD) é definida, ver resultado final da épura na figura
4.49.

Fig. 4.49

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4.9.2. Pirâmides

Pirâmide é um sólido geométrico delimitado por faces


planas, sendo sua base um polígono qualquer e suas faces
laterais triângulos que possuem um ponto em comum chamado
de vértice.
Dada a pirâmide da figura 4.50, o primeiro procedimento
para sua representação em Mongeano é, como foi dito para
Prismas, a identificação do sistema em que a figura foi dada. No
caso da figura 4.50 depois de uma análise dos ângulos
representados é possível afirmar que ela está em Perspectiva
Cavaleira.
Em seguida, se faz uma análise mais profunda da
representação para que a peça seja entendida por completo. Um
recurso que auxilia o entendimento de uma peça é, como foi Fig. 4.50
discutido no primeiro capítulo, o uso da técnica do Ortoedro de
Referência, que aparece em verde na figura 4.50.
Em razão da representação do Ortoedro é possível afirmar
que a figura 4.50 representa uma pirâmide reta de base
quadrangular, ou seja, todas as faces triangulares são iguais e o
vértice se projeta no centro da base.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 110
A representação da pirâmide em estudo teve início
com vista (S), ver figura 4.51, que guarda as mesmas
medidas de largura e de profundidade dadas na
perspectiva.
O próximo procedimento é a representação da vista
(F). Para isso estendemos as linhas de chamada no sentido
vertical, incluindo a linha de chamada que contém as
informações sobre o vértice. Em seguida, são traçadas
Fig. 4.51
linhas de construção, com as medidas de altura, trazidas
da Perspectiva Cavaleira, ver figura 4.51.
Na figura 4.52 é possível verificar que conhecendo a
localização do vértice, facilmente são traçadas as duas
arestas que representam as duas faces laterais da
pirâmide, e por consequência, a face frontal é definida.
As linhas de construção e de chamada podem ser
deixadas na representação, porém devem ser
diferenciadas das arestas definitivas por meio da espessura
do traço.
Fig. 4.52

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Para representar a vista (LD), procede-se como foi
explicado para os prismas, ou seja, as medidas de altura e de
comprimento são transportadas para o quadrante em que a
vista (LD) será representada por meio das linhas de
chamada.
Ao se cruzarem, elas criam uma malha com linhas e
pontos, que auxiliam a representação tanto das arestas
definitivas quanto das não visíveis da peça.
É importante perceber que os pontos sempre estarão
sobre a mesma linha de chamada. Isso ocorre devido à
existência da relação projetiva entre as faces, estabelecida
pelas linhas de chamada. Um ótimo exemplo para ilustrar
Fig. 4.53
essa situação é o ponto V que representa o vértice da
pirâmide. Ele está sempre na mesma linha de chamada, não
importa a vista em questão. Em outras palavras, ele
“percorre” todos os quadrantes, ver figura 4.53.

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4.9.3. As Geratrizes de Limites de Visibilidade nos Cilindros e Cones


Para formar uma superfície cilíndrica partimos de
um eixo e uma reta geratriz (paralela a este eixo) ao
Os sólidos redondos básicos são os cones, mover a geratriz em torno do eixo a uma distância
cilindros e esferas (ver figura 4.54). Nesta seção serão constante, temos uma superfície cilíndrica.
mostrados as representações de cones e cilindros. A Para formas uma superfície cônica partimos de um
representação da esfera será mostrada no item 4.9.6. eixo e uma reta geratriz (concorrente a este eixo) ao
mover a geratriz em torno do eixo, temos uma superfície
cônica.
A quantidade de geratrizes em cada sólido é
ilimitada. No entanto, quando representamos esses
sólidos precisamos mostrar apenas algumas dessas
geratrizes, as geratrizes de limite de visibilidade. A
Geratriz de Limite de Visibilidade (GLV) é, como o nome
já diz, a geratriz que marca o limite da superfície que
está sendo visualizado pelo observador em cada
projeção. Consequentemente, cada projeção possui suas
geratrizes de limite de visibilidade.
Fig. 4.54: Geratrizes do cilindro, cone e esfera.
Fonte: http://www.uel.br/cce/mat/geometrica/php/img/gif/gd/gd_16t/1.gif
No caso de uma peça representada em diferentes
tipos de projeção, as geratrizes não serão,
necessariamente, as mesmas. Eles podem mudar de
uma projeção para outra.

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As figuras abaixo mostram um cilindro representado em Mongeano, em Isometria Simplificada e
em Cavaleira. É possível observar que em cada tipo de representação são apresentadas diferentes
geratrizes de limite de visibilidade do cilíndro: No Mongeano, na vista (F) g1 e g2, na vista (LD) g3 e g4;
na Isometria Simplificada g7 e g8; na Cavaleira g9 e g10. Já as geratrizes curvas são as mesmas nessas
três projeções mostradas, g5 e g6. No entanto vale salientar que g5 e g6 nas vistas (F) e (LD) estão
reduzidas a retas, já na isometria simplificada e na cavaleira elas tomam forma de elipse.

Fig. 4.56: Isometria Simplificada Fig. 4.57: Cavaleira do mesmo


do mesmo cilindro da figura cilindro da figura 4.55,
4.55, mostrando suas GLVs mostrando suas GLVs
Fig. 4.55: Vistas mongeanas de um cilindro
mostrando suas GLVs

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 114
Observe por exemplo que na vista (F) mongeana temos como GLVs curvas, g5 e g6, mas como GLVs retas temos
g1 e g2. Quando observamos a vista (LD) mongeana temos novamente g5 e g6, mas como GLVs retas temos agora
g3 e g4. O mesmo vai ocorrer nas representações para Isometria Simplificada e Cavaleira. Observe que na
Isometria Simplificada temos g7 e g8 como GLVs retas, já para a projeção da Cavaleira temos g9 e g10. As GLVs
curvas, g5 e g6, são comuns a todas as representações, mas as GLVs retas mudam de uma projeção para a outra.
É muito importante ter essa percepção no momento quem que estamos representando, pois um erro muito
comum é achar que as GLVs visualizadas em uma projeção serão as mesmas para uma nova projeção. Por exemplo,
se um determinado objeto está representado em Mongeano e se quer sua representação em Isometria
Simplificada, tem-se que saber que as GLVs vistas no Mongeano são diferentes das GLVs representadas em
Isometria Simplificada e vice-versa. O mesmo vai ocorrer no caso da Cavaleira.

Fig. 4.56: Isometria Fig. 4.57: Cavaleira do


Simplificada do mesmo mesmo cilindro da
cilindro da figura 4.55, figura 4.55, mostrando
Fig. 4.55: Vistas mongeanas de um mostrando suas GLVs suas GLVs
cilindro mostrando suas GLVs

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia


Geometria Gráfica e Arquitetura
Tridimensional (2020) |e Andiara
para Engenharia Lopes
Arquitetura & Mariana
(2020) Gusmão
| Andiara Lopes| &Capítulo
Mariana4 | Pág. 115
Gusmão |
Um exercício fundamental para ajudar na compreensão
da percepção das GLVs é imaginar onde estariam as GLVs de
todas as projeções em cada uma das projeções (Vistas
Moneganas, Isometria Simplificada e Cavaleira), ou seja, onde
estariam g1, g2, g3, g4, g5, g6, g7, g8, g9 e g10 em todas as
projeções. Por exemplo, e as geratrizes g1, g2, g3 e g4, em cada Fig. 4.58
Ao comparar a figura 4.58 às figuras 4.59 e 4.60 é
possível fazer um paralelo para cada par de geratrizes e
perceber dois aspectos principais. O primeiro aspecto está
relacionado às arestas curvas. Percebe-se que em todas as
formas de representação apenas as geratrizes curvas se
mantêm as mesmas (g5 e g6), enquanto que os pares de
geratrizes retas mudam a depender do tipo de projeção. Nas
vistas mongeanas: g1, g2, g3 e g4, na Isometria Simplificada: g7
e g8 e na Cavaleira: g9 e g10. Fig. 4.59

O segundo aspecto tem a ver com as geratrizes retas. Nas


projeções apenas as GLVs “aparecem”, em linha contínua
grossa, já as outras geratrizes não “aparecem”, ou seja, estão
nas projeções apenas como linhas de construção (contínua
fina). O importante é entender que mesmo sem “aparecer”
elas são parte das projeções e mantêm suas propriedades
geométricas. Tal fato tem grande importância não somente na
Fig. 4.60
construção das projeções, mas também no estudo de outros
conteúdos como, por exemplo, Verdadeira Grandeza, pois elas
auxiliarão a construção de resoluções que serão estudadas
mais adiante.
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 116
Observando as figuras abaixo percebe-se que uma situação semelhante vai ocorrer no caso da
representação do cone. No entanto, vale prestar bem atenção que as geratrizes retas agora concorrem no
vértice.

Fig. 4.62: Isometria Simplificada Fig. 4.63: Cavaleira do mesmo


do mesmo cone da figura 4.60, cone da figura 4.60, mostrando
mostrando suas GLVs suas GLVs
Fig. 4.61: Vistas Mongeanas de um
cone mostrando suas GLVs

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 117
Para ajudar na compreensão da percepção das GLVs propõe-se realizar o mesmo exercício que foi feito
para o cilindro, ou seja, imaginar onde estão as geratrizes em cada uma das projeções abaixo.

Fig. 4.65: Isometria Simplificada Fig. 4.66: Cavaleira do mesmo


do mesmo cone da figura 4.63, cone da figura 4.60, mostrando
mostrando as GLVs e outras as GLVs e outras geratrizes
geratrizes
Fig. 4.64: Vistas Mongeanas de um
cone mostrando as GLVs

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4.9.4. Cilindros

Como já foi discutido no item 2.7.1, o cilindro é um


sólido que, de acordo com uma de suas leis de geração,
possui um eixo, uma diretriz e várias geratrizes.
A representação de cilindros em vistas mongeanas
ocorre como a representação de qualquer sólido geométrico
estudado até o momento. Primeiramente, há a identificação
do sistema de representação utilizado para representar a
figura dada.
Em seguida, se dá a compreensão da volumetria e das
propriedades geométricas da peça, essa etapa é feita,
usualmente, por meio da representação do Ortoedro de
Referência na peça dada.
Então, são definidas as vistas que irão ser mostradas
na representação em épura para que seja feita a organização
da localização das mesmas. No caso da figura 4.67 estão
sendo mostradas as vistas (F), (S) e (LD). Por uma escolha Fig. 4.67
didática as vistas a serem representadas em Mongeano
serão as mesmas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 119
Na figura 4.67, tem-se um cilindro com seu Ortoedro
de Referência e oito das suas geratrizes destacadas.
Primeiramente, foram destacadas as duas Geratrizes
de Limite de Visibilidade (GLVs) da Isometria Simplificada.
As GLVs são retas que estão presentes em qualquer
representação de sólidos que possuem superfícies curvas.
Isso porque superfícies dessa natureza não possuem
arestas, logo a superfície curva aparece na forma de duas
arestas verticais. Portanto, as GLVs servem para marcar os
limites de visibilidade do observador.
As outras seis geratrizes destacadas na figura 4.67
são:
• g1 e g2: geratrizes de limite de visibilidade da vista Fig. 4.67
Frontal mongeana;
• g3 e g4: geratrizes de limite de visibilidade das vistas As GLV’s sempre tangenciam as
Laterais Esquerda e Direita mongeanas; circunferências das faces planas do cilindro e a
• g5 e g6: geratrizes de limite de visibilidade das vistas depender do tipo de representação adotado o par
Superior e Inferior mongeanas de GLVs pode variar. Por exemplo, se a peça for
Embora a figura trate de um cilindro representada em Isometria Simplificada as GLVs são
representado em isometria simplificada é importante saber as que vemos na figura 4.67, mas se a peça for
a localização das geratrizes g1, g2, g3 e g4, uma vez que elas representada em Perspectiva Cavaleira outro par de
são especialmente úteis para o entendimento da peça e GLVs será representado e não esse que está na
para sua subsequente construção em outros tipos de figura (conteúdo explicado no item 4.9.3).
projeção, como nas vistas mongeanas do cilindro.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 120
Para representar o cilindro da figura 4.67 utilizando o
sistema de vistas mongeanas procede-se como nos sólidos
já estudados até o momento, ou seja, escolhe-se uma das
vistas para se iniciar a representação.
Quando estamos trabalhando com sólidos que
possuem superfícies curvas é interessante iniciar a
representação pela vista que contém a curva (geratrizes g5 e
g6), no caso do cilindro da figura 4.67, seria a vista (S). Isso é
especialmente importante quando se está desenhando à
mão livre, pois ajuda a manter a precisão na representação.
Para representar a vista (S), foi definida uma medida
de afastamento do sólido para os planos de projeção, que se
traduz na distância existente entre o Ortoedro de Referência
e as Linhas de Terra. É interessante que assa medida de
afastamento seja respeitada em todas as vistas. Em seguida
é representado o quadrilátero que circunscreverá a
circunferência (geratrizes g5 e g6) que representa a vista (S)
da peça. Na circunferência, é possível identificar as quatro Fig. 4.68
geratrizes: g1, g2, g3 e g4, mencionadas acima. Nessa vista
elas estão reduzidas a pontos devido a sua posição em
relação ao plano π1, ver figura 4.68.

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Na vista (F) as GLV’s do cilindro são g1, g2, g5, e g6,
ver figura 4.69. Para representar a vista (F) do cilindro é
necessário levar as linhas de chamada que partem das
arestas do quadrilátero até o quadrante onde ficará a vista
em questão. Para definir a altura de g1 e g2 basta buscar
essa medida no Ortoedro de Referência da Isometria Fig. 4.69
Simplificada e marca-la sobre as linhas de chamada.
Pode-se ainda marcar as GLV’s da vista (LD), g3 e g4
na vista (F). A diferença é que g1, g2, g5 e g6 são marcadas
com linhas grossas de aresta visível enquanto g3 e g4 são
marcadas com linhas finas, de construção ou auxiliares.

Na vista (LD) as GLV’s são g3, g4 e, novamente, g5 e g6,


ver figura 4.70. Para representar a vista (LD), é necessário
levar as linhas de chamada que partem das vistas (S) e (F).
Quando elas se cruzam no quadrante em que fica a vista
(LD) a vista está praticamente pronta.
Fig. 4.70 Pode-se ainda marcar as GLV’s da vista (F), g1 e g2 na
vista (LD). A diferença é que g3, g4, g5 e g6 são marcadas
com linhas grossas de aresta visível enquanto g1 e g2 são
marcadas com linhas finas, de construção ou auxiliares.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 122
Para finalizar basta destacar com linhas contínuas
grossas as geratrizes que estão visíveis em cada vista, ver
figura 4.71,
Com as três vistas representadas vale observar o que
está sendo mostrado em cada uma das vistas. Na vista (S)
estão representadas as superfícies planas do cilindro, as
GLV’s g5 e g6, que estão coincidentes.
A vista (F) mostra a extensão de visibilidade do
observador, a qual compreende o arco g1g4g2 (ver na vista
superior). Já o que está no arco g1g3g2 fica não visível.
Na vista (LD) a extensão de visibilidade do observador
compreende o arco g3g1g4 (ver na vista Superior), enquanto
que o arco g3g2g4 está não visível.
Com essa compreensão fica mais fácil entender que as
linhas de chamada que partem dos pontos g1 e g2, e sobem
Fig. 4.71
na direção do quadrante da vista (F), marcam os limites
laterais do sólido, sendo portanto, as GLVs. O mesmo vale
para a geratrizes g3 e g4 na vista (LD).

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4.9.5. Cones

Cones, assim como cilindros, possuem superfícies de


diferentes naturezas, uma é plana e outra que é curva.
Consequentemente, os procedimentos para a representação de
cones no Sistema Mongeano se assemelham aos procedimentos da
representação do cilindro nesse sistema, estudados no item
anterior. No entanto, os cones possuem um elemento que os
cilindros não possuem, o vértice. Tal ente geométrico é o ponto de
convergência de todas as geratrizes do cone, consequentemente,
das GLVs, como pode ser observado na figura 4.72. Sua localização é
muito importante na determinação das vistas mongeanas desse
sólido.
No caso da figura 4.72 estão sendo mostradas as vistas (F), (S)
e (LD) da Isometria Simplificada. Por uma escolha didática, as vistas
a serem representadas em Mongeano serão as mesmas.
A representação de um cone segue a mesma lógica da
representação de qualquer sólido geométrico. Primeiramente, há a Fig. 4.72
identificação das propriedades geométricas do objeto na figura
dada. Essa etapa acontece com a identificação do sistema de
representação utilizado, no caso da figura 4.72, tem-se uma
Isometria Simplificada. Depois, se dá a compreensão da volumetria
da peça, essa etapa é feita, usualmente, por meio da representação
do Ortoedro de Referência na peça dada, ver figura 4.72.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 124
No caso do exemplo tratado nesse item, a representação em
Mongeano também vai ter início com a vista (S). Como mostra a
figura 4.73, a representação dessa vista consiste na construção de
uma circunferência, que é a GLV g5 (circunscrita por um
quadrilátero que representa a vista superior do Ortoedro de
Referência) e na localização do vértice do cone no centro dela. Fig. 4.73
Nota-se que não há GLVs na vista (S), pois quando visto de cima o
cone não possui arestas, ou seja, não existem mudanças de plano.
A figura 4.74 mostra o segundo momento da representação
no Sistema de Vistas Mongeanas que tem início com a localização
dos limites laterais do cone ainda na vista (S), que são os pontos 1,
2, 3 e 4. Com tais pontos também se pode localizar as GLV’s da
vista Frontal, g1, g2. Aqui foram marcadas as GLV’s da vista (LD)g3
e g4.
Para construir a vista (F), tem-se que subir as linhas de
chamada a partir dos pontos 1, 2 e V e nelas marcar o afastamento
do objeto até o plano π1 e a altura do cone. Isso é feito por meio
de duas linhas paralelas ao eixo x. Com o auxílio das linhas de
chamada que partem da vista (S) e da malha de linhas no Fig. 4.74
quadrante da vista (F), localiza-se os pontos 1 e 2 que estão na
base do cone e o ponto V que está no ponto mais alto do cone. Ao
conectar, com linhas contínuas grossas, os pontos V aos pontos 1 e
2 tem-se as GLVs g1 e g2. Conecta-se também o ponto 1 ao ponto
2, finalizando assim, a representação da vista (F) do cone.

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Para construir a vista (LD), é preciso levar as
linhas de chamada que partem das vistas já
construídas, como mostra a figura 4.75. Com isso
tem-se uma malha de linhas que deixa a Fig. 4.75
construção da vista (LD) como uma mera repetição
do procedimento anterior. É preciso apenas
atentar para a localização das GLVs já que nessa
vista é um outro par que aparece com linha
contínua grossa, o par g3 e g4, como mostra a
figura 4.76.
Da mesma forma que ocorre com o cilindro,
nas vistas (F) e (LD) as GLVs marcam a extensão da
visibilidade do observador. No caso da vista (F), as
GLVs limitam o que se vê na parte frontal da peça,
ou seja, o que compreendido no arco 241 (ver
vista (S)). Já no caso da vista (LD), ela mostra o que
Fig. 4.76
se vê no arco 314.

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4.9.6. Esferas

A esfera é um sólido geométrico que possui uma


característica marcante em relação aos outros sólidos,
ele possui uma única superfície e ela é curva.
Consequentemente, a esfera não possui arestas ou
vértices, ela só possui geratrizes e elas são curvas. Há
dois tipos de geratrizes curvas: os meridianos e os
paralelos, como aparece na figura 4.77. A representação
da esfera é feita usualmente em Vistas Mongeanas e em
Isometria (Exata ou Simplificada. Não é usual
representar a esfera em Perspectiva Cilíndrica Cavaleira
Fig. 4.77
porque a ela fica tão deformada que deixa de parecer http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_15t.php
uma esfera. Conforme vimos no capítulo 3, na Isometria
(Exata) as medidas paralelas aos eixos coordenados
sofrem uma deformação natural de 0,816, tanto na
altura, como na largura e na profundidade, ou seja, em
todas as suas medidas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 127
ISOMETRIA EXATA
ISOMETRIA SIMPLIFICADA
Fig. 4.78 Fig. 4.79

No entanto, na isometria exata, a representação do Contorno Aparente da Esfera (CAE) não sofre
deformação, como mostra a figura 4.78. Isso ocorre porque embora as medidas do OR estejam sofram uma
deformação natural (0,816) a superfície visível da esfera não sofre deformação, consequentemente, o CAE
tem o diâmetro da própria esfera.

Para representar a esfera em Isometria Simplificada vai ocorrer o contrário, ou seja, como as medidas
que estão paralelas aos eixos coordenados sofrem deformação, a qual é desconsiderada, a representação do
CAE (que na Isometria Exata não sofre deformação) será deformado em 0,816, como mostra a figura 4.79.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 128
A figura 4.80 traz um exemplo de como representar uma esfera de
Para representar uma meia
raio igual a 2cm em Isometria Simplificada.
esfera, primeiro desenha-se um plano
que divide o Ortoedro Auxiliar ao
meio, depois, nesse pano, desenha-se
uma elipse.
Uma curiosidade importante é
que quando se está trabalhando com
uma meia esfera é possível
representar o CAE sem ter que dividir
o raio real por 0,816. Para isso
desenha-se a elipse que dividirá a
esfera ao meio e observa-se os raios
(real e deformado na representação,
como mostra a figura 4.80). Os raios
paralelos aos eixos coordenados estão
em medida real, ou seja, 2cm, mas o
Fig. 4.80
raio no sentido horizontal (que não
está paralelo a nenhum eixo) já está
Primeiramente, desenha-se o Ortoedro de Referência com suas
desenhado com a deformação
medidas reais (os lados do Ortoedro medem 4cm). Em seguida,
desejada, como mostra a figura 4.80.
desenha-se o CAE, para isso centra-se o compasso no centro do
Então centra-se o compasso no
Ortoedro Auxiliar com abertura igual ao raio da esfera, mas atenção! O
vértice do Ortoedro Auxiliar (que une
raio real deve ser dividido pelo fator de deformação 0,816 para que o
as vistas F, S e LD) com uma abertura
CAE fique proporcional à Isometria Simplificada, ou seja, 2,45cm.
igual ao raio deformado e traça-se o
CAE.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 129
Para se representar esferas em épura
procede-se da mesma forma que para representar
qualquer outro sólido geométrico. Primeiramente
há a identificação das propriedades geométricas do
Fig. 4.81
objeto na figura dada através da identificação do
sistema de representação utilizado.
Depois, se dá a compreensão da volumetria
da peça, essa etapa é feita, usualmente, por meio
da representação do Ortoedro de Referência na
peça dada, ver figura 4.81.
A representação da esfera no Sistema de
Vistas Mongeanas se assemelha de certa forma à
representação do cone e do cilindro. Isso ocorre
porque no caso da esfera também teremos GLVs.
Na representação da vista (S) o observador vê
apenas uma circunferência, como mostra a figura
4.82. Essa circunferência representa a GLV da vista Fig. 4.82

(S), g1, da esfera. Tal geratriz corresponde a um dos


meridianos da esfera e se uma analogia ao Planeta
Terra for feita, é possível dizer que G1 é equivalente
à linha do Equador, ver figura 4.81.

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Para representar a vista (F), mostrada na figura
4.83, traça-se duas tangentes à g1 na vista (S). Tais
tangentes são as linhas de chamada que vão levar as
medidas de largura para a vista (F). Sobre essas linhas
marca-se o diâmetro da esfera e fecha-se a vista (F)
do Ortoedro Envolvente. Com isso é possível traçar a
GLV da vista (F), g2, da esfera. Assim como a g1, a g2
corresponde a um dos meridianos da esfera.

Fig. 4.83

Fig. 4.81

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Para finalizar, representa-se a vista (LD) da esfera, ver figura 4.84. Por meio de linhas de chamadas
tangentes à g1 na vista (S), e à g2 na vista (F), cria-se uma malha de linhas que é a vista (LD) do Ortoedro Auxiliar
e, assim, traça-se a GLV g3, da vista (LD), que também corresponde a um dos meridianos da esfera, como mostra a
figura 4.85.
Observe que para efeitos didáticos foram indicadas as posições de todas as GLVs em todas as vistas.
Conclui-se assim que as linhas de chamada são retas tangentes às GLVs de cada projeção da esfera, ou seja, a
circunferência vista pelo observador em cada vista.

Fig. 4.84 Fig. 4.85

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4.9.7. Partes da Esfera

Para representar partes de esfera temos que fazer uso de planos que a
seccionam, como se se estivesse fatiando a esfera. Como a esfera possui somente
geratrizes curvas (meridianos e paralelos) a seção plana de uma esfera, em 3
dimensões, sempre resulta em uma circunferência. Nas representações da seção
plana da esfera, seção plana (fatiamento) resultará em circunferências, elipses e arcos
de circunferências e elipses. De forma que a representação final das partes da esfera
poderá ser composta por circunferências, arcos de circunferências, elipses, arcos de
elipses, Geratrizes de Limite de Visibilidade e o Contorno aparente da esfera (CAE).
Conforme vão mostrar as figuras a seguir.

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MEIAS ESFERAS

Considerando uma esfera dentro de um Ortoedro Com relação ao plano vertical temos quatro
Auxiliar e utilizando UM plano que necessariamente possibilidades de representação. Conforme mostram
passe no centro da esfera temos a geração de duas meias as figuras 4.87 e 4.88.
esferas. Com relação as possibilidades de posicionamento
desse plano setor, ele pode estar no sentido horizontal ou
vertical.
No sentido horizontal temos duas possibilidades de
representação, a meia esfera inferior e a meia esfera
superior, como mostra a figura 4.86.

Fig. 4.87: Exemplos de metades de esferas com plano de seção


paralelo aos eixos y e z

Fig. 4.86: Exemplos de metades de esferas com plano


de seção paralelo aos eixos x e y.

Fig. 4.88: Exemplos de metades de esferas com plano de seção


paralelo aos eixos x e z

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QUARTOS DE ESFERA

Fig. 4.89: Quartos de esfera, 12 possibilidades

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OITAVOS DE ESFERA

Fig. 4.90: Oitavos de esfera, mostrando 8 dentre as 24 possibilidades.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 4 | Pág. 136
Dessa maneira, a depender do posicionamento do plano setor podem ser
gerados:
• meias esferas (6 possiblidades);
• quartos de esfera (12 possibilidades);
• oitavos de esfera (24 possibilidades).

Observações importantes:
❖ Para não confundir o CAE das elipses nas partes da esfera represente todos os
planos de corte, bem como todas as partes de elipse necessárias para a
construção da solução;

❖ Para construção de:


- 1/2 da esfera, serão necessários um plano de corte e uma elipse completa (ver
figuras 4.86, 4.87 e 4.88);
- 1/4 da esfera, serão necessários dois planos de corte, cada um contendo 1/2
de elipse (ver figura 4.89);
- 1/8 da esfera, serão necessários três planos de corte, cada um contendo 1/4 de
elipse (ver figura 4.90);
- Partes de esfera cujos planos de corte não passam pelo centro da esfera
exigirão um trabalho referenciado pelo Ortoedro Auxiliar.

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CAPÍTULO 5 – VERDADEIRA GRANDEZA Voltar
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5.1 – Definições e Usos


Nem sempre as características geométricas do
O termo Verdadeira Grandeza (VG) se refere às objeto representado possibilitam a extração direta de
medidas angulares e lineares reais de arestas ou suas verdadeiras grandezas, pois, às vezes mesmo a
faces de um objeto - como altura, largura e representação de todas as vistas de um objeto não
profundidade. mostra todas as partes deste objeto em VG. Para lidar
Na área de conhecimento das Engenharias é com situações dessa natureza, é necessário dominar o
imprescindível o conhecimento das medidas reais, uso de operações gráficas para determinar a VG de
ou verdadeiras grandezas, de um objeto.. superfícies ou de arestas. Na Geometria Descritiva
Geralmente, o uso das verdadeiras grandezas de um existem algumas operações gráficas para isso, as
objeto está atrelado ao cálculo de áreas e, principais são:
realmente, sem o conhecimento da real medida do ▪ Mudança de Plano;
perímetro de uma superfície, por exemplo, é ▪ Rotação; e
impossível realizar o cálculo de sua área com ▪ Rebatimento.
precisão. No entanto, saber “ler” ou, mais ainda,
saber extrair as verdadeiras grandezas de um objeto Todas as operações citadas possuem o mesmo
que está representado no Sistema Mongeano é objetivo, que é o de determinar a VG de objetos
importante não somente para cálculo de áreas, mas geométricos. No entanto, nesse e-book optou-se por
também para a realização de diversas outras trabalhar com a operação da Mudança de Plano para
atividades da prática profissional da engenharia, determinar a VG de faces e arestas. Isso ocorre por que
como, por exemplo, análise de projetos e pareceres a Mudança de Plano é uma operação versátil, com ela
técnicos. se resolve qualquer caso de obtenção de VG.

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5.1.1. Compreendendo as três posições básicas: Voltar
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paralela, perpendicular e oblíqua


Para compreender o conceito de Verdadeira
Grandeza é imprescindível conhecer as três posições
básicas de referência posicional entre os elementos
geométricos que compõem um objeto (arestas ou faces)
e, principalmente, de referência posicional entre os
elementos desse objeto e os planos de projeção.
São três as posições básicas que um ente
geométrico pode assumir: paralela, perpendicular e
oblíqua. Em outras palavras, arestas e faces podem estar
paralelas, perpendiculares ou oblíquas entre si ou em
relação aos seis planos de projeção mongeanos.
Tais posições foram já foram estudadas no
Capítulo 4, onde o Sistema Mongeano foi trabalhado.
No entanto, o que será feito agora é compreender como
cada uma dessas posições pode interferir na visualização
da VG de arestas e superfícies.
A figura 5.1 mostra uma casa esquemática
representada no Sistema Mongeano, vistas (F), (S), (LE) e
Figura 5.1: Vistas ortográficas de
(LD). Nessa representação tem-se a superfície ABCD que
casa esquemática
compõe a coberta. A superfície ABCD é composta por 4
arestas: AB, BC, CD e AD, todas são mostradas nas
projeções mongeanas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 139
Analisando a posição da aresta AD na vista
frontal percebe-se que ela está perpendicular ao
plano π2, portanto, aparece representada como um
ponto. Todas as vezes que um elemento está
perpendicular ao plano de projeção, diz-se que ele
está em vista básica (VB) nesse plano. Dessa maneira,
a aresta AD está em VB na vista (F).
Já com relação aos outros três planos de
projeção π1, π3 e π4 (S, LE e LD), a aresta AD está
paralela a todos eles, aparecendo nas projeções com
sua dimensão real. Portanto, na vista Superior e nas
Laterais a aresta AD está em verdadeira grandeza. É
importante ressaltar que a única posição que um
objeto pode tomar em relação a um plano de projeção
para que esse objeto apareça em VG é quando ele
está paralelo ao plano de projeção.
Na mesma figura, a 5.1, a aresta AB está
representada por um segmento de reta em todas as
Figura 5.1: Vistas ortográficas de
casa esquemática vistas. No entanto, ela não está na mesma posição
com relação a todos os planos de projeção. Na vista
Na vista superior (plano π1), a aresta AD é frontal a aresta AB está em VG, porque está paralela
representada por um segmento de reta. Na vista frontal ao plano da vista frontal. Já nas outras três vistas ela
(plano π2), AD está representada por um único ponto e, aparece com dimensões reduzidas em relação à suas
finalmente, nas vistas laterais (planos π3 e π4) AD medidas reais. Isso ocorre porque ela está oblíqua aos
aparece novamente representada por um segmento de planos de projeção π1, π3 e π4 das vistas (S), (LE) e
reta. (LD).
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 140
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Podemos concluir que dependendo da
posição da aresta com relação aos planos de 5.2. Sistema Mongeano e Plano
projeção, podemos ter essa aresta em verdadeira
grandeza (VG), em vista básica (VB) ou com Auxiliar
dimensões reduzidas. Veja o quadro síntese
abaixo:
Tomando como exemplo
uma situação na qual é
objeto paralelo = objeto em
ao plano de projeção verdadeira grandeza (VG) solicitado o cálculo da área da
superfície da coberta da casa
objeto perpendicular = objeto em
ao plano de projeção vista básica(VB)
representada em épura na
figura 5.2 para que se possa
objeto oblíqua = objeto com fazer o cálculo do quantitativo
ao plano de projeção dimensões reduzidas
de telhas para cobrir o
Quadro 5.1: Resumo das posições que um objeto telhado, percebe-se que nem
pode tomar em relação a um plano de projeção e as
a vista superior da casa
suas consequentes representações
(projeção no plano horizontal),
O mesmo raciocínio utilizado para nem na vista frontal (projeção
compreender as posições relativas de uma aresta no plano vertical) oferecem as
com relação aos planos de projeção deve ser medidas reais da superfície da
aplicado para as faces do objeto. Como será visto coberta.
no próximo item. Figura 5.2: Casa em épura

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 141
Dessa forma, nenhuma das quatro vistas
mongeanas fornece as medidas reais da face ABCD.
Isso ocorre porque o plano em que a superfície da
coberta se apoia é oblíquo tanto ao plano de
projeção horizontal (π1), quanto aos planos verticais
- principal (π2) e auxiliares (π3, π4).
Para que a face ABCD fosse mostrada em VG seria
necessário que estivesse posicionada de forma
paralela a um dos planos mongeanos. No entanto,
embora a superfície ABCD não apareça em VG em
nenhuma das projeções mongeanas, algumas
arestas do plano estão representadas em VG em
algumas das vistas. É exatamente a noção da união
das partes que estão em VG que irá nos auxiliar na
aplicação do método da Mudança de Plano para a
extração da VG de ABCD.
Figura 5.1: Vistas ortográficas de casa Observe que na vista frontal a superfície ABCD está
esquemática representada em VB. Lembrando que a VB ocorre
Na figura 5.1 é possível notar que a superfície quando o objeto representado está perpendicular
ABCD (que corresponde à metade da superfície da ao plano de projeção. Consequentemente, se o
coberta) aparece nas projeções, porém com medidas objeto for um segmento de reta, sua representação
deformadas, menores do que suas medidas reais. Na em VB será um ponto, e se o objeto for um plano,
vista superior (π1), e nas duas laterais (π3 e π4), a face sua representação será uma reta, como é o caso da
em estudo aparece com suas medidas reduzidas, já na superfície ABCD.
vista frontal (π2) ela aparece em VB.
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 142
Observe ainda na figura 5.1 que os segmentos AB e
DC são paralelos ao plano vertical de projeção (π2),
estando, portanto, em VG nessa vista. Além disso, os
segmentos AD e BC estão paralelos tanto ao plano
horizontal (π1), como aos planos verticais de projeção
(π3 e π4), consequentemente estão em VG nessas vistas.
Se fosse possível unir as partes que estão em VG
do plano ABCD ter-se-ia a VG desse plano. Contudo, esse
raciocínio, embora útil e fácil de ser aplicado em faces
com poucas arestas, é difícil de ser aplicado no caso de
faces com muitas arestas, ou de faces com arestas com
medidas diferentes, por exemplo. Para isso existe a
operação da Mudança de Plano. Com ela é possível
reunir as partes da face, da qual se quer a VG, que estão
com suas medidas reais, mas que estão representadas
em planos mongeanos diferentes.
Para que se conheçam as medidas reais da coberta Figura 5.1: Vistas ortográficas de
é necessário produzir mais uma projeção. Vale ressaltar casa esquemática
que a condição essencial para se trabalhar no Sistema
Mongeano é operar dentro de diedros.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 143
Portanto, o primeiro passo de uma operação de
Mudança de Plano é criar um novo diedro. Este terá que
ser criado porque nenhum dos diedros já conhecidos (os
que fornecem as seis vistas mongeanas) colocam o plano
que apoia a face da qual se quer a VG na posição
necessária para se obter suas VGs. Em outras palavras, é
preciso criar um diedro, no qual o novo plano seja
perpendicular a um dos planos mongeanos e ao mesmo
tempo seja paralelo à face ABCD, como mostra a figura
5.3, visto que somente essa posição fornecerá a VG da
face ABCD.
No caso do exemplo da figura 5.3, o novo diedro é
composto pelo plano π2 e por um novo plano, também
chamado de Plano Auxiliar (PA). É por essa razão que
essa operação é chamada de “Mudança de Plano”.
Criado o novo diedro, projeta-se a face ABCD
ortogonalmente no PA.
No entanto, no Sistema Mongeano não se trabalha
em perspectiva isométrica, como aparece na Figura 5.3,
Figura 5.3: Casa esquemática para mostrara mas sim em épura. Sendo assim, tem-se que realizar a
projeção do telhado no plano auxiliar projeção no PA trabalhando de forma bidimensional. Os
próximos itens vão explorar o traçado dessa operação
gráfica.

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sumário

5.3. Mudança de Plano

Para se extrair a VG de uma aresta ou de uma face utilizando a operação Mudança de


Plano devemos ter duas premissas em mente:
1. Para visualizar uma face ou aresta em VG, essa face ou aresta precisa ser projetada
num PA paralelo a ela;
2. O PA é sempre inserido perpendicularmente (em VB) a um dos seis planos
mongeanos. Essa condição de perpendicularidade ocorre porque é necessário criar um novo
diedro.
Assim, chega-se a uma conclusão importante: para se obter a VG de um ente geométrico
ele tem que estar em VB em pelo menos uma das vistas. Porém, nem sempre essa é a situação
que um objeto está em relação a um plano de projeção, como discutido anteriormente.
Para tornar a lógica da operação de Mudança de Plano no sistema Mongeano mais fácil de
ser compreendida. Elaborou-se três possíveis situações de posicionamento entre os entes
geométricos e os planos de projeção. Cada situação foi chamada de Caso, assim tem-se os Casos:
1, 2 e 3.

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5.3.1 Caso 1 sumário

No Caso 1, a face da qual se quer a VG já Quando o objeto se apresenta nessa situação é


aparece em VB em pelo menos uma das seis vistas necessário realizar apenas um procedimento, ou seja,
mongeanas. Tomando como exemplo o objeto da a inserção de um plano auxiliar para extrair a VG da
Figura 5.4 identifica-se que sua situação se enquadra face.
no Caso 1, ou seja, a face 1234 aparece em VB
(reduzida a um segmento de reta) na vista frontal. RESUMO DA ANÁLISE (Figura 5.4):
1. Analisar as vistas com o objetivo de localizar se
há alguma vista na qual a face 1234 esteja
representada em VB:
a) Na vista superior (π1) a face 1234 está com
as arestas 12 e 34 com medidas reduzidas.
Mas as arestas 14 e 23 estão em VG;
b) Na vista lateral direita (π3) a face 1234
também está com as arestas 12 e 34 com
medidas reduzidas. Mas as arestas 14 e 23
estão em VG;
c) Na vista frontal (π2) as arestas 12 e 34
estão em VG;
d) A face 1234 está em VB no plano da vista
frontal, pois está reduzida a um segmento
de reta.

Figura 5.4: Caso 1

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Tal procedimento tem início com a inserção de um Na sequência ocorre o transporte das medidas das
PA (π4) em VB no plano π2 de forma que ele fique arestas 14 e 23 que estão em VG no plano π1, também
paralelo à VB da face 1234, criando um novo diedro, o por meio das linhas de chamada. Nesse momento é
diedro π2 π4, como mostra a figura 5.5. preciso ter o cuidado de tomar como referência as linhas
Em seguida, no novo diedro projeta-se os vértices de terra (π1π2 e π2π4).
da face em estudo através das linhas de chamada. Esse Finalmente, une-se os pontos encontrados no
procedimento levará as medidas das arestas 12 e 34 que plano π4, fechando a linha poligonal e formando a face
estão em VG em π1 para π4. 1234 em VG, como ilustra a Figura 5.5.

RESUMO DOS PROCEDIMENTOS


(Figura 5.5):
1. No plano π2, insere-se o PA (π4) em VB no plano
π2 e paralelo à VB da face 1234. Cria-se o diedro
π 2π 4;
2. As arestas 12 e 34 que estavam em VG em π2
têm suas medidas projetadas em π4, isso é feito
através das linhas de chamada;
3. Com o compasso mede-se a distância que vai da
linha de terra (π1π2) até cada um dos pontos da
face 1234. Transporta-se essas medidas através
das linhas de chamada até o PA. Com o cuidado
de ao transpor as medidas tomar como
referência as linhas de terra;
4. Após o transporte das medidas, a linha poligonal
Figura 5.5: Caso 1, procedimento para obtenção
é fechada por meio da união dos vértices.
da VG da face 1234

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Linhas de Chamada e transporte das medidas para o PA
Um aspecto relevante sobre as linhas de chamada é o fato de que estas estabelecem uma
relação de ortogonalidade dentro do diedro. As linhas de chamada transportam medidas de um
plano para o outro dentro do diedro formado por ambos. Portanto, as linhas de chamada sempre
estão perpendiculares à linha de terra do diedro ao qual pertence.
Outro aspecto que merece atenção é o transporte das medidas para o PA. Há uma dúvida
recorrente com relação ao transporte de medidas no momento de rebater o PA. Existem duas
maneiras de visualizar de que lugar devemos extrair as medidas para o transporte:
1. Observar os eixos coordenados. Se, por exemplo, o PA foi inserido em π2, estamos
trabalhando com larguras (x) e alturas (z), portanto quando rebatermos o PA as medidas
que aparecerão serão as profundidades (y).
2. Observar a relação do diedro. Se fecharmos os diedros do desenho, voltando a relação
em 3D, podemos, facilmente, observar de onde deveremos extrair as medidas que
queremos.
É importante lembrar que, para evitar erros, esse transporte deve ser feito com o compasso
e utilizando as distâncias de plano a ponto.

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5.3.2. Caso 2
No Caso 2, a face 1234, da qual se quer a VG não
está em VB em nenhuma das seis vistas mongeanas,
como é possível verificar na Figura 5.6. No entanto, pelo
menos uma de suas arestas está em VG em pelo menos
uma das seis vistas mongeanas.
No caso em análise a aresta 12 está paralela à linha
de terra π1π2 e, portanto, está representada em VG no
plano de projeção π1. Na figura 5.6 há outras arestas em
VG, porém basta ter uma aresta na situação desejada
(VG) para enquadrar a situação no Caso 2.
Diferente do Caso 1, as situações que se
enquadram no Caso 2, necessitam de dois procedimentos
para que seja possível extrair a VG da face:
1) O primeiro procedimento tem como objetivo a
obtenção da face 1234 em VB e consiste na utilização
de um PA para criar um novo diedro para obtenção
da VB da face da qual se quer a VG, 1234. Quando
isso ocorrer, tem-se uma situação semelhante a do
Caso 1. Figura 5.6: Caso 2
2) O segundo procedimento consiste em utilizar um
segundo PA para extrair a VG da face. Esse
procedimento é semelhante ao que é feito no Caso 1.

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Com o objetivo de obter a VB da face 1234 é
necessário utilizar um PA para criar um novo diedro. Para
isso utiliza-se um dos teoremas da Geometria Descritiva
que diz que em um diedro, se uma reta é perpendicular a
um dos planos de projeção, ela, obrigatoriamente, será
paralela ao outro, e que qualquer plano que contiver
essa reta também será perpendicular a esse plano
(CHAPUT, 1949).
Na situação colocada na Figura 5.7, tem-se que no
plano π2 a aresta 12 está paralela à linha de terra π1π2
estando, portanto, em VG plano π1. Em seguida, um PA
(π4) é inserido perpendicular a aresta 12 (prolongada),
criando um novo diedro π1π4.
Nesse ponto é possível concluir que no novo
diedro a aresta 12 vai funcionar como a reta do teorema
citado anteriormente. Em outras palavras, sabe-se que a
aresta 12 pertence à face da qual se quer obter a VG ao
mesmo tempo que se sabe que ela é perpendicular à π4
(visto que ela está em VG em π1), sendo assim, qualquer
plano que a contiver (inclusive o plano que dá suporte à
Figura 5.7: Caso 2, primeiro procedimento para face 1234) também será perpendicular ao plano π4
obtenção da VG da face 1234 aparecendo, portanto, em VB depois de projetado.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 150
Com a VB da face 1234, chegamos à mesma situação do Caso
1, não sendo necessário, portanto, que se repita a explicação sobre a
obtenção da VG da face. Contudo, a obtenção da VG está ilustrada na
Figura 5.8.

RESUMO DOS PROCEDIMENTOS NO CASO 2


(Figura 5.8):
1. Localizar se há algum plano no qual a face 1234 esteja
representada em VB. Nesse caso não há;
2. Fazer uma nova vista da face 1234, utilizando um plano
auxiliar para reduzi-la à sua VB;
3. Para que a face 1234 fique em VB em um PA, esse plano
precisa estar perpendicular à face 1234. Mas para fazer isso
é preciso trabalhar com a VG de uma aresta pertencente à
face 1234 que esteja em VG. Em π2, identificamos que as
arestas 12 e 34 estão paralelas à π1, portanto, em π1 elas
estão em VG. Dessa maneira, se o PA estiver perpendicular a
qualquer aresta pertencente a face 1234, a nova projeção
irá reduzir essa aresta à sua VB (que é um ponto),
consequentemente irá reduzir toda a face 1234 à sua VB
(que é um segmento de reta). Assim, para que a face 1234
esteja em VB no PA, este precisa estar perpendicular à VG
de uma aresta dessa face. Em π2, identificamos que as
arestas 12 e 34 estão paralelas à π1, portanto, em VG nesse
plano; CONTINUA...
Figura 5.8: Caso 2, procedimento para obtenção
da VG da face 1234

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 151
RESUMO DOS PROCEDIMENTOS
4. Insere-se o primeiro PA (π4) perpendicular a
aresta 12 (prolongada) que está em VG (também
poderia ser a aresta 34, que esta na mesma situação
da aresta 12);
5. Projeta-se a face 1234 no novo diedro (π1π4).
O resultado será a VB da face 1234. Isso finaliza o
primeiro procedimento;
6. Para o segundo procedimento (semelhante ao
Caso 1) cria-se um novo diedro (π4π5) inserindo um
segundo PA (π5) em VB com relação a π4 e paralelo à
VB da face 1234;
7. Em seguida, projeta-se a face 1234 em π5, em
VG. Para isso é necessário levar as linhas de chamada
para o novo diedro e marcar nelas (em π5) as
medidas transportadas, com o compasso, a partir da
linha de terra π1π4 (medidas s e t da figura 5.8). (Para
esse transporte, perdemos a referência dos eixos
coordenados, devemos utilizar, então, a relação do
diedro);
8. Após o transporte das medidas fechamos a
linha poligonal unindo os vértices 1, 2, 3 e 4 obtendo, Figura 5.8: Caso 2, procedimento para obtenção
assim, a VG da face 1234. da VG da face 1234

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5.3.3. Caso 3

No Caso 3 a face da qual se quer a VG, face 123,


não está em VB em nenhuma das vistas mongeanas, e,
além disso, nenhuma de suas arestas aparece
representada em VG em nenhuma das seis vistas
mongeanas, como mostra o exemplo da Figura 5.9.
Para obter a VG dessa face são necessários 3
procedimentos.
Utiliza-se o teorema da Geometria Descritiva
exposto anteriormente. Entretanto, é preciso realizar
um procedimento antes de utilizar tal teorema.
Esse procedimento busca chegar à mesma
situação que caracteriza o caso 2, ou seja, ter uma das
retas da face 123 em VG em uma das vistas dadas.

Figura 5.9: Caso 3

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O primeiro procedimento consiste em estabelecer
uma aresta pertencente ao plano 123 em VG em pelo
menos um dos planos mongeanos. No caso em estudo em
π2 destaca-se o segmento 2P (como mostra a figura 5.10),
que está paralelo ao plano π1, portanto, em VG em π1. Ao
obtermos 2P em VG, voltamos a mesma situação do Caso
2.

RESUMO DOS PROCEDIMENTOS


Destacar a VG de segmento da face 123
(Figura 5.10):
1. É preciso projetar a VB da face 123 para extrair sua VG.
Para isso precisa-se de uma aresta em VG em uma das
vistas mongeanas. A figura 5.10 não possui essa aresta
em VG. É preciso, então, criar uma;
2. A partir de um dos vértices da face, no caso da figura
5.10, o vértice 2, o segmento de reta 2P paralelo à π1 é
traçado;
Figura 5.10: Caso 3, primeiro procedimento
3. Se P pertence à aresta 13, irá, consequentemente,
pertencer a todas as projeções de 13. Sendo assim,
através de uma linha de chamada encontra-se P em π1, e,
consequentemente, tem-se 2P em VG, chegando a uma
situação semelhante ao Caso 2.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 154
Em seguida é realizado segundo
procedimento do Caso 3, ver Figura 5.11, que
consiste na inserção do PA π4 para criação de um
novo diedro (π1π4), justamente como ocorreu
no Caso 2 (Figura 5.7). Assim, o PA π4 é inserido
perpendicular ao segmento de reta 2P
(prolongado). O resultado desse procedimento é
a VB da face 123 (situação semelhante ao Caso 1,
na qual em que a face da qual se quer obter a VG
está em VB).
Por último, é realizado o terceiro
procedimento com objetivo final de extrair a VG
da face 123. Assim, é inserido um segundo PA
(π5), paralelo a VG de 123 em PA π4, para criar
um novo diedro π4π5. (A explanação completa
para se obter a VG da face 123 pode ser revisada
no item 5.3.1 e a operação gráfica está registrada
Figura 5.11: Caso 3, segundo
na Figura 5.12). procedimento Caso 3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 5 | Pág. 155
RESUMO DOS PROCEDIMENTOS
Determinar a VG da face 123 (Figura 5.12):
1. A face 123 está em VB em π4. Cria-se, então,
um novo diedro (π4π5) inserindo-se mais um
plano auxiliar, o plano π5. Tal plano é inserido em
VB com relação a π4 e paralelo a VB da face 123;
2. Projeta-se a face 123 em π5 através das linhas
de chamada;
3.Rebate-se π5, transportando as medidas com o
compasso a partir da linha de terra π1π4 até os
pontos 1, 2 e 3 para π5 (medidas “d”, “e” e “f”).
Com o cuidado de, no momento do transportar,
centrar na linha de terra π4π5.

Atenção!!! Nesse transporte se perde a


referência dos eixos coordenados, então, é
preciso utilizar a relação do diedro.

4. Fecha-se a linha poligonal unindo os vértices 1,


2 e 3. Se houver dúvidas no fechamento da linha
poligonal, é possível observar a face da qual se
quer obter a VG nas das projeções mongeanas. Figura 5.12: Caso 3, terceiro
procedimento Caso 3

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CAPÍTULO 6 – SEÇÃO PLANA Voltar
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6.1 – Introdução aos Conceitos de Seção Plana e Interseção


6.1.1. Superfície e Sólido
Superfície é uma região que possui dois comprimentos.
Segundo Rangel (1979) a definição mais básica e abrangente
para qualquer superfície é a definição de Gaspar Monge:
“Superfície é o limite da extensão a três dimensões”. Porém,
no intuito de ampliar o entendimento de superfícies Rangel
apresenta mais três definições:
“a) Superfície é a película sem espessura que separa duas
regiões no espaço tridimensional; Figura 6.1: Superfície cilíndrica Figura 6.2: Superfície cônica
http://www.mat.ufmg.br/ http://www.professores.uff.br/
b) É o lugar geométrico dos pontos comuns a duas regiões
tridimensionais, e;
c) É todo lugar bidimensional” (RANGEL, 1979, p. 97).
Portando, as superfícies podem possuir diferentes
formas. As figuras 6.1, 6.2 e 6.3 mostram diferentes exemplos
de superfícies. As três superfícies possuem leis de geração,
sendo assim consideradas superfícies geométricas: “Toda
superfície geométrica pode ser gerada por uma linha que se Figura 6.3: Superfície esférica
http://www.professores.uff.br/
move segundo uma lei dada” (CHAPUT, 1949, p. 193).

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A figura 6.4 é um caso particular de
superfície, pois trata-se de uma superfície plana.
A superfície plana também é um exemplo de
superfície geométrica.
Já as figuras 6.5 e 6.6 trazem exemplos de Figura 6.4: Superfície plana
superfícies não geométricas, porque possuem http://7dasartes.blogspot.com.br/

formas irregulares, as quais não estão submetidas


a nenhuma lei de geração.
As superfícies fechadas, a exemplo da
superfície esférica, figura 6.7, admitem interior e
exterior. O espaço interior à superfície é o seu
volume e todo o restante é o espaço exterior. A Figura 6.6:
soma da superfície com o espaço interior chama- Figura 6.5: Superfície de um bule Superfície curva qualquer
http://knowledge.autodesk.com/suppor http://knowledge.autodesk.co
se sólido (RANGEL, 1982, p. 3). Por exemplo, a t/autocad/ m/support/autocad/
esfera é um sólido composto pela superfície
esférica somada a toda região compreendida por
essa superfície.
Os sólidos podem ser classificados em dois
grandes grupos: os poliedros e os sólidos de
revolução. A esfera é um exemplo de sólido de
revolução (figura 6.7). Já os sólidos da figura 6.8,
são exemplos de poliedros. Figura 6.7: Esfera Figura 6.8: Poliedros
http://geometriaespacial- http://www.reidaverdade.net/o-
3g.blogspot.com.br/ que-sao-poliedros.html

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A figura 6.9 mostra os sólidos


geométricos básicos que serão
trabalhados nesse e-book, são eles:
prisma, cone, pirâmide e cilindro.
Figura 6.9: Sólidos geométricos básicos

6.1.2. Interseção e Seção

O conceito de interseção na Geometria é o mesmo da


Matemática, isto é, os elementos que fazem parte do
conjunto interseção são os elementos comuns aos conjuntos
relacionados.

Na Geometria uma interseção ocorre entre entes


geométricos: retas, sólidos e superfícies. A figura 6.10
mostra a interseção (I) entre a porção de uma superfície
esférica (E) e um tronco de cone (C).
Figura 6.10: Interseção entre superfícies
http://www.mat.uel.br/geometrica/

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 159
A interseção mais simples e mais facilmente
percebida é da figura 6.11, que ilustra a
interseção entre duas retas, marcada por um
ponto comum às duas retas. A interseção entre Figura 6.11: Interseção entre
uma reta é uma superfície também pode ser duas retas Figura 6.12: Interseção entre
superfície e reta
marcada por um ponto (figura 6.12) ou por
múltiplos pontos (figura 6.13).
A interseção entre um plano e uma reta,
não pertencente a este, é marcada por um ponto
(A), como ilustra a figura 6.14. A interseção entre
dois planos é marcada por um reta. No caso da
figura 6.15, onde os planos são perpendiculares
entre si, a interseção entre é chamada de Linha de Figura 6.13: Interseção entre
Terra, ou, simplesmente, LT, como vimos no superfície e reta (múltiplos pontos)
estudo do Sistema Mongeano. Figura 6.14: Interseção entre
As figuras ilustram alguns exemplos de reta e plano
interseção, porém não foram esgotadas todas as
possibilidades, podem existir interseções entre
superfícies, entre superfícies e sólidos ou ainda
entre sólidos.
Figura 6.15: Interseção entre planos
perpendiculares entre si
(interseção=linha de terra)

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A definição de seção em Geometria também pode ser encontrada nos dicionários:

“Seção: 1 Ato ou efeito de seccionar. 2 Lugar onde uma coisa está cortada. 3 Cada uma
das partes em que um todo foi seccionado ou separado; segmento. (...) 6 Desenho da
figura que resultaria do corte de qualquer coisa por um plano, geralmente
vertical. (...) 8 Geom Figura proveniente da interseção de um sólido ou superfície por um
plano. (...).” (http://michaelis.uol.com.br/)

O conceito de seção está incluso no conceito de interseção porque para realizar o estudo da
seção entre um plano de seção (também chamado de plano setor) e um objeto, por exemplo, tem-se
que determinar pontos e arestas em comum entre ambos, ou seja, tem-se que determinar as
interseções entre o plano de seção e os elementos do objeto que está sendo seccionado. Dessa
forma, podemos afirmar que toda seção é uma interseção.

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6.2. Seção Plana de Sólidos Geométricos Básicos

A seção plana envolve um plano e um sólido ou superfície. O plano “corta” o sólido


ou superfície. No caso da seção plana de uma superfície, a seção será a linha de interseção
entre o plano e esta superfície. No caso da seção plana de um sólido, a seção resultante
será uma figura plana, que compreende toda a região de interseção entre o plano e o
sólido.

As possibilidades de posição de plano setor são infinitas. Nesse e-book, por uma
opção didática, o plano setor será sempre fornecido em vista básica em uma das vistas
mongeanas. Além disso, serão exploradas algumas posições que melhor representam essa
variedade de possibilidades e que, consequentemente, ilustram grande parte das situações
encontradas na atividade profissional de engenheiros e arquitetos. Dessa forma, serão
exemplificadas várias posições de plano setor para cada sólido geométrico. Para facilitar o
entendimento, o plano horizontal (também chamado de plano do chão, ou ainda π1)
sempre será a referência para a posição do plano setor.

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6.2.1 Seção Plana de Prismas

Para trabalhar com a seção de prismas, será usado como exemplo um prisma reto de base
retangular. As seções de prismas serão estudadas em três situações, que são:
• Plano de seção paralelo ao plano horizontal (PH);
• Plano de seção oblíquo ao plano horizontal;
• Plano de seção perpendicular ao plano horizontal.

1) Plano de seção paralelo ao plano horizontal: no caso do prisma de base retangular da figura 6.16,
a seção produzida é um polígono igual ao polígono da base, como mostra a figura 6.17.

Figura 6.16: Prisma seccionado por um plano Figura 6.17: Prisma truncado após a seção
paralelo ao PH

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A figura 6.18 mostra como fica a representação em vistas mongeanas da seção de um plano paralelo
ao plano horizontal em um prisma de base retangular e a figura 6.19 mostra o resultado dessa seção,
com destaque para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção
(hachura com pontos).
Na figura 6.18 o plano setor α está em vista básica na vista frontal e na vista lateral, onde a área
seccionada está reduzida a um segmento de reta. Na vista superior a área seccionada é uma região
semelhante a da base do prisma.

Figura 6.18: Vistas mongeanas de um prisma a ser Figura 6.19: Vistas mongeanas da peça
seccionado por um plano paralelo ao PH resultante da seção

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2) Plano de seção oblíquo ao plano horizontal: no caso da figura 6.20, a seção produzida é
um polígono diferente do polígono da base, conforme mostra a figura 6.21.

Figura 6.20: Prisma seccionado por um plano Figura 6.21: Prisma truncado após a seção
oblíquo ao PH

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A figura 6.22 mostra como fica a representação em vistas mongeanas da seção de um plano oblíquo
ao PH em um prisma de base retangular e a figura 6.23 mostra o resultado dessa seção com destaque
para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção (hachura com
pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista frontal. Nas vistas superior e lateral as áreas
seccionadas são regiões quadrangulares com dimensões diferentes das dimensões da base e do topo do
prisma.

Figura 6.22: Vistas mongeanas de um prisma Figura 6.23: Vistas mongeanas da peça
seccionado por um plano oblíquo ao PH resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 166
3) Plano de seção perpendicular ao plano horizontal: no exemplo da figura 6.24 o plano
setor está perpendicular ao plano do chão e está paralelo à face frontal do prisma. Nesse
caso, a seção produzida é um polígono igual à face frontal, conforme mostra a figura 6.25.

Figura 6.24: Prisma seccionado por um Figura 6.25: Prisma truncado após a seção
plano perpendicular ao PH

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 167
A figura 6.26 mostra como fica a representação em vistas mongeanas da seção de um plano
perpendicular ao plano horizontal em um prisma de base retangular e a figura 6.27 mostra o resultado
dessa seção com destaque para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça
resultante da seção (hachura com pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista superior e o mesmo ocorre na vista lateral. Na vista
frontal, a área seccionada é um polígono semelhante à face frontal do prisma uma vez que o plano está
paralelo a essa face.

Figura 6.26: Vistas mongeanas de um prisma Figura 6.27: Vistas mongeanas da peça
seccionado por um plano perpendicular ao PH resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 168
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6.2.2 Seção Plana de Pirâmides
Para trabalhar com a seção de pirâmides, será usada como exemplo uma pirâmide reta de base
quadrangular. Serão estudadas quatro posições básicas para o plano de seção, são elas:
• Plano paralelo ao plano horizontal (PH);
• Plano de seção oblíquo ao plano horizontal;
• Plano de seção perpendicular ao plano horizontal;
• Plano de seção perpendicular ao plano horizontal passando pelo vértice.

1) Plano paralelo ao plano horizontal: no caso da pirâmide de base quadrangular da figura 6.28, a
seção produzida é um polígono semelhante ao polígono da base, como mostra a figura 6.29. Nas
pirâmides, a seção resultante de um plano setor paralelo ao chão é diferente da do prisma porque nas
pirâmides as faces laterais concorrem no vértice, ou seja, as arestas laterais não são paralelas entre si,
como nos prismas, e por isso, elas não mantêm as distâncias entre si.

Figura 6.28: Pirâmide seccionada por um Figura 6.29: Pirâmide truncada após a seção
plano paralelo ao PH
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 169
A figura 6.30 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
paralelo ao PH em uma pirâmide de base quadrangular e a figura 6.31 mostra o resultado dessa seção
com destaque para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção
(hachura com pontos).

O plano setor α está em vista básica na vista frontal. O mesmo ocorre na vista lateral, onde a
seção está reduzida a um segmento de reta. Já na vista superior, a área seccionada é uma região
semelhante, porém menor, que a da base da pirâmide.

Figura 6.30:
Figura 6.31: Vistas mongeanas da peça
Vistas mongeanas de uma pirâmide seccionada
resultante da seção
por um plano paralelo ao PH

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 170
2) Plano de seção oblíquo ao plano horizontal: no caso da figura 6.32, a seção produzida é um
polígono diferente do polígono da base, conforme mostra a figura 6.33.

Figura 6.32: Pirâmide seccionada por Figura 6.33: Pirâmide truncada após a seção
um plano oblíquo

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 171
A figura 6.34 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano oblíquo
ao PH em uma pirâmide de base quadrangular e a figura 6.35 mostra o resultado dessa seção com destaque
para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção (hachura com
pontos).

O plano setor α está em vista básica na vista lateral. Nas vistas frontal e superior as áreas seccionadas
são regiões quadrangulares de dimensões diferentes das da base. É possível observar que a base é um
quadrado e as seções das vistas frontal e superior são trapézios, isso ocorre por conta da obliquidade do
plano setor α.

Figura 6.34: Vistas mongeanas de uma


Figura 6.35: Vistas mongeanas da peça
pirâmide seccionada por um plano
oblíquo ao PH resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 172
3) Plano de seção perpendicular ao plano horizontal: no caso da pirâmide, como mostra a
figura 6.36, a seção produzida é um polígono diferente do polígono da face frontal,
conforme mostra a figura 6.37.

Figura 6.36: Pirâmide seccionada Figura 6.37:


por um plano perpendicular ao PH Pirâmide truncada após a seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 173
A figura 6.38 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
perpendicular ao PH em uma pirâmide de base quadrangular e a figura 6.39 mostra o resultado dessa seção
com destaque para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção
(hachura com pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista superior. Na vista lateral, a área seccionada também está
em vista básica, reduzida, portanto, a um segmento de reta. Já na vista frontal a área seccionada tem a forma
de um trapézio.

Figura 6.38: Vistas mongeanas de uma pirâmide seccionada por um


Figura 6.39: Vistas mongeanas da peça
plano perpendicular ao PH resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 174
4) Plano de seção perpendicular ao plano horizontal passando pelo vértice: a figura 6.40
mostra uma pirâmide seccionada por um plano perpendicular ao plano horizontal
passando pelo vértice, já a figura 6.41 mostra que a seção produzida é um triângulo
semelhante à face frontal.

Figura 6.40: Pirâmide seccionada por um plano Figura 6.41: Pirâmide truncada após a seção
perpendicular ao PH que passa pelo vértice

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 175
A figura 6.42 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
perpendicular ao PH que passa pelo vértice de uma pirâmide de base quadrangular e a figura 6.43
mostra o resultado dessa seção com destaque para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e
para a peça resultante da seção (hachura com pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista superior e na vista lateral, estando, portanto,
reduzidos a segmentos de reta. Já na vista frontal a área seccionada é um triângulo semelhante ao da
face frontal.

Figura 6.42: Vistas mongeanas de uma pirâmide Figura 6.43: Vistas mongeanas da
seccionado por um plano perpendicular ao PH que peça resultante da seção
passa pelo vértice

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 176
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6.2.3 Seção Plana de Cilindros

Para trabalhar com a seção de sólidos curvos, como o cone e o cilindro, é necessário utilizar
os conceitos de lei de geração e de geratrizes de limite de visibilidade. Para realizar qualquer
seção em um cilindro, ou em um cone, serão utilizadas suas geratrizes retas e suas geratrizes
curvas, mostradas nas figuras 6.44 e 6.45.

Figura 6.44: As geratrizes retas e Figura 6.45: As geratrizes retas e


curvas de um cilindro reto curvas de um cone reto

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 177
Para o estudo da seção plana de cilindros será utilizado como exemplo um cilindro reto. A
exemplo da pirâmide, estudaremos quatro posições básicas:
• Plano de seção paralelo ao plano horizontal;
• Plano de seção oblíquo sem cortar a base;
• Plano de seção oblíquo ao plano horizontal cortando uma das superfícies planas do cilindro;
• Plano de seção perpendicular ao plano horizontal.

1) Plano de seção paralelo ao plano horizontal: no caso do cilindro reto da figura 6.46, a seção
produzida é uma circunferência igual à circunferência da base, como mostra a figura 6.47.

Figura 6.46: Cilindro seccionado Figura 6.47: Cilindro truncado


por um plano paralelo após a seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 178
A figura 6.48 mostra como fica a
representação, em vistas mongeanas, da seção de
um plano paralelo ao plano horizontal em um
cilindro reto e a figura 6.49 mostra o resultado
dessa seção com destaque para a área seccionada
(hachura com linhas oblíquas) e para a peça
resultante da seção (hachura com pontos).
O plano setor α está em vista básica na
vista frontal. Na vista lateral, a área seccionada Figura 6.48: Vistas
também aparece em vista básica. Na vista mongeanas de um cilindro
reto seccionado por um
superior, a área seccionada é uma região igual a
plano paralelo ao PH
da base, ou seja, uma circunferência.
Como o cilindro é um sólido redondo, para
determinar os pontos da seção que “cortam” a
face curva deve-se trabalhar com as geratrizes de
limite de visibilidade. A figura 6.48 mostra que na
vista frontal as geratrizes são g1 e g2. A partir
delas determinamos os pontos 1 e 2 em todas as
vistas. Tais pontos pertencem tanto à seção como
à face curva do cilindro. Já na vista lateral, os
limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4. A
partir delas foram determinados os pontos 3 e 4 Figura 6.49: Vistas
em todas as vistas. mongeanas da peça
resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 179
2) Plano de seção oblíquo sem cortar a base: no caso da figura 6.50, o plano setor está oblíquo ao
plano horizontal e “corta” as geratrizes retas e curvas da face curva do cilindro. A seção produzida é
uma elipse, conforme mostra a figura 6.51.

Figura 6.50: Cilindro seccionado por um Figura 6.51: Cilindro truncado após a seção
plano oblíquo ao PH

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 180
A figura 6.52 mostra como fica a representação,
em vistas mongeanas, da seção de um plano oblíquo ao
PH em um cilindro reto e a figura 6.53 mostra o
resultado dessa seção, com destaque para a área
seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça
resultante da seção (hachura com pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista
frontal. Na vista superior a área seccionada tem sua Figura 6.52: Vistas
representação semelhante à da circunferência da base, mongeanas de um
no entanto a curva da seção é uma elipse. Isso ocorre cilindro seccionado
porque quando a elipse é projetada na vista superior por um plano
ela fica aparentemente com as mesmas dimensões da oblíquo ao PH

base. Na vista lateral a área seccionada corresponde a


uma elipse com dimensões reduzidas no sentido do eixo
menor devido ao fato do plano que a contém estar
oblíquo ao plano em que é projetada.
Para determinar os pontos da seção que “cortam”
o cilindro deve-se trabalhar com as geratrizes de limite
de visibilidade. Na vista frontal, as geratrizes são g1 e
g2, a partir delas são determinados os pontos 1 e 2 em
todas as vistas. Tais pontos pertencem tanto à seção
como à face curva do cilindro. Na vista lateral os limites Figura 6.53: Vistas
de visibilidade são as geratrizes g3 e g4, a partir delas mongeanas da
foram determinados os pontos 3 e 4 em todas as vistas. peça resultante
da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 181
3) Plano de seção oblíquo ao plano horizontal cortando uma das superfícies planas do
cilindro: no caso da figura 6.54, o plano setor está oblíquo “cortando” a face curva do
cilindro, mas também “corta” a face plana, que tem forma de circunferência. Nesse caso,
a seção produzida é um arco de elipse somado a um segmento de reta, conforme mostra
a figura 6.55.

Figura 6.54: Cilindro seccionado por um Figura 6.55: Cilindro


plano oblíquo ao PH truncado após a seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 182
A figura 6.56 mostra a representação, em vistas
mongeanas, da seção de um plano oblíquo ao PH que passa
por uma das superfícies planas de um cilindro reto e a
figura 6.57 mostra o resultado dessa seção, com destaque
para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e
para a peça resultante da seção (hachura com pontos).
Na vista frontal o plano setor α está em vista básica.
Na vista superior, a área seccionada é limitada por um arco
de circunferência somado a um segmento de reta. O arco Figura 6.56: Vistas
de circunferência corresponde ao arco de elipse projetado mongeanas de um cilindro
na vista superior, o segmento de reta corresponde à seccionado por um plano
oblíquo ao PH que passa pelo
interseção entre o plano setor e o topo do cilindro. Na vista
topo do cilindro
lateral, a área seccionada também corresponde a um arco
de elipse somado a um segmento de reta, aqui o arco de
elipse apresenta um tamanho reduzido no sentido do eixo
maior.
Para determinar os pontos da seção que “cortam” o
cilindro deve-se trabalhar com as GLVs. Na vista frontal, as
geratrizes são g1 e g2, porém a seção não passa pela
geratriz g1. A partir de g2 determinamos o ponto 2 em
todas as vistas. Tal ponto pertence tanto à seção como a
face curva do cilindro. Ainda na vista frontal, determina-se
os pontos 1 e 1’ que estão no topo do cilindro. Na vista
Figura 6.57: Vistas
lateral direita, os limites de visibilidade são as geratrizes g3
mongeanas da peça
e g4, a partir delas são determinados os pontos 3 e 4 em
resultante da seção
todas as vistas.
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 183
4) Plano de seção perpendicular ao plano horizontal: no caso da figura 6.58, o plano setor é
perpendicular ao plano horizontal e “corta” as geratrizes curvas do cilindro. A seção
produzida é um quadrilátero (nesse caso um retângulo), sendo dois dos lados iguais às
geratrizes retas e os outros dois lados secantes às circunferências da base e do topo do
cilindro, conforme mostra a figura 6.59.

Figura 6.58: Cilindro seccionado por Figura 6.59: Cilindro truncado


um plano perpendicular ao PH após a seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 184
A figura 6.60 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
perpendicular ao PH em um cilindro reto e a figura 6.61 mostra o resultado dessa seção, com destaque
para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção (hachura com
pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista superior. Na vista frontal, a área seccionada
corresponde a um quadrilátero, sendo os segmentos 13 e 24 iguais às geratrizes retas do cilindro. Os
segmentos 12 e 34 são secantes às faces planas do cilindro que têm forma de circunferência. Na vista
lateral, a área seccionada está em vista básica e, portanto, representada por um segmento de reta. É
possível observar que o plano setor não interceptou as geratrizes de limite de visibilidade.

Figura 6.60: Vistas mongeanas de um cilindro Figura 6.61: Vistas mongeanas da peça
seccionado por um plano perpendicular ao PH resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 185
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6.2.4 Seção Plana de Cones


O estudo de seções planas nos cones poderia ser um capítulo à parte. Isso porque elas
geram as quatro curvas cônicas, conforme mostra a figura 6.62: circunferência(a), parábola(b),
elipse(c) e hipérbole (d). Cada curva cônica possui propriedades geométricas específicas. O tipo de
curva cônica depende da posição que o plano de seção toma em relação ao eixo do cone quando
está cortando a superfície cônica.

Figura 6.62: As quatro curvas cônicas: circunferência


(a), parábola (b), elipse (c) e hipérbole (d)

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 186
Conforme foi dito anteriormente, para trabalhar com a seção de sólidos redondos, como o cone e o
cilindro, é necessário utilizar os conceitos de lei de geração e de geratrizes de limite de visibilidade. Para
realizar qualquer seção em cones serão utilizadas suas geratrizes curvas e suas geratrizes retas, as quais são
mostradas nas figuras 6.63 e 6.64. O cone esquemático da figura 6.65 será tomado como referência.

Figura 6.63: As geratrizes Figura 6.64: As geratrizes Figura 6.65: Vista esquemática
retas do cone curvas do cone do cone com seus elementos
formadores

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 187
Para o estudo da seção plana do cone será utilizado como exemplo um cone reto.
Diferentemente dos outros sólidos estudados, estudaremos cinco posições básicas para o plano de
seção, são elas:
• Plano de seção perpendicular ao eixo do cone (circunferência);
• Plano de seção oblíquo ao plano horizontal (elipse);
• Plano de seção oblíquo ao plano horizontal e paralelo à geratriz do cone (parábola);
• Plano de seção oblíquo ao plano horizontal (hipérbole qualquer);
• Plano de seção perpendicular ao plano horizontal (hipérbole equilátera).

1) Plano de seção perpendicular ao eixo do cone (circunferência): no caso do cone reto da figura
6.66, a seção produzida é uma circunferência semelhante à circunferência da base, como mostra a
figura 6.67.

Figura 6.66: Cone seccionado por Figura 6.67: Cone


um plano paralelo truncado após a seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 188
A figura 6.68 mostra um cone
esquemático sendo cortado pelo plano setor α.
Quando o plano setor está perpendicular
ao eixo do cone “e” tem-se um caso particular
de seção de sólidos, o qual produz uma
circunferência.

Figura 6.68: Cone esquemático mostrando a


posição do plano de seção perpendicular ao
eixo do cone

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 189
A figura 6.69 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
perpendicular ao eixo de um cone reto, e a figura 6.70 mostra o resultado dessa seção, com destaque para a
área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção (hachura com pontos).
O plano setor α está em vista básica na vista frontal e na lateral. Na vista superior, a área seccionada é
uma região semelhante à da base, ou seja, uma circunferência, porém possui diâmetro menor do que a
circunferência da base.
Como o cone é um sólido redondo, para determinar os pontos da seção que “cortam” a face curva
deve-se trabalhar com as geratrizes de limite de visibilidade. Na vista frontal, as GLVs são g1 e g2, a partir
das quais determinam-se os pontos 1 e 2 em todas as vistas. Tais pontos pertencem tanto à seção quanto à
face curva do cone. Na vista lateral, as GLVs são as geratrizes g3 e g4, a partir delas são determinados os
pontos 3 e 4 em todas as vistas.

Figura 6.69: Vistas mongeanas de um cone Figura 6.70: Vistas mongeanas da peça
seccionado por um plano paralelo ao PH resultante da seção
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 190
2) Plano de seção oblíquo ao plano horizontal (elipse): no caso da figura 6.71, o plano setor está
oblíquo ao PH, ou seja, “cortando” as geratrizes retas e curvas da face curva do cone. A seção produzida
é uma elipse, conforme mostra a figura 6.72.

Figura 6.71: Cone seccionado por Figura 6.72: Cone truncado após a seção
um plano oblíquo ao PH

A figura 6.73 mostra um cone esquemático sendo


cortado por um plano setor oblíquo ao PH.
Quando o plano setor forma com o eixo do cone um
ângulo (β) maior do que o ângulo que esse eixo forma com a
geratriz do cone (φ), a seção produzida tem forma de elipse.
Resumindo: diferentemente da seção em forma de
circunferência, caso em que o plano setor assume somente
uma posição (perpendicular ao eixo do cone) e que por essa
Figura 6.73: Cone esquemático
razão é chamado de caso particular, no caso do plano setor mostrando a posição do plano
oblíquo é possível que ele assuma várias posições, e desde oblíquo ao PH
que β > φ, tem-se vários casos de elipse.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 191
A figura 6.74 mostra como fica a
representação, em vistas mongeanas, da seção de
um plano oblíquo ao PH em um cilindro reto e a
figura 6.75 mostra o resultado dessa seção, com
destaque para a área seccionada (hachura com
linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção
(hachura com pontos).
Na vista frontal plano setor α está em vista Figura 6.74: Vistas
mongeanas de um cone
básica. Nas vistas superior e lateral, as áreas
seccionado por um plano
seccionadas correspondem a elipses. As elipses oblíquo ao PH
possuem dimensões reduzidas no sentido do eixo
maior devido ao plano que as contém estar
oblíquo ao plano em que estão projetadas.
Para determinar os pontos que definem
uma seção em um cone deve-se trabalhar com as
GLVs. Na vista frontal, as geratrizes são g1 e g2, a
partir delas são determinados os pontos 1 e 2, em
todas as vistas. Tais pontos pertencem tanto à
seção como à face curva do cone. Na vista lateral,
os limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4,
a partir delas são determinados os pontos 3 e 4, Figura 6.75: Vistas
em todas as vistas. mongeanas da peça
resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 192
3) Plano de seção oblíquo ao plano horizontal e paralelo à geratriz do cone (parábola): no caso da figura
6.76, o plano setor está “cortando” as geratrizes retas e curvas da face curva do cone. A seção produzida é
uma parábola, conforme mostra a figura 6.77.

Figura 6.76: Cone seccionado por um plano Figura 6.77: Cone truncado após a seção
oblíquo ao PH

A figura 6.78 mostra um cone esquemático


sendo cortado pelo plano setor.
Quando o plano setor está oblíquo ao plano
horizontal e ao mesmo tempo paralelo à geratriz do
cone, ele forma um ângulo β com o eixo do cone que
possui a mesma grandeza do ângulo que a geratriz do
cone faz com o eixo do mesmo, o ângulo Φ. A seção
resultante tem a forma de uma parábola.
Figura 6.78: Cone
Importante: a parábola também é um caso
esquemático mostrando a
particular que acontece apenas quando o ângulo β é posição do plano paralelo à
igual ao ângulo φ. geratriz

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 193
A figura 6.79 mostra como fica a
representação, em vistas mongeanas, da seção de
um plano oblíquo ao PH e paralelo à geratriz de
um cone reto e a figura 6.80 mostra o resultado
dessa seção, com destaque para a área seccionada
(hachura com linhas oblíquas) e para a peça Figura 6.79: Vistas
resultante da seção (hachura com pontos). mongeanas de um cone
Na vista frontal o plano setor α está em seccionado por um
vista básica. Já nas vistas lateral e superior as plano oblíquo ao PH e
áreas seccionadas correspondem a parábolas paralelo a uma de suas
geratrizes
somadas a segmentos de reta. Tais parábolas
possuem dimensões reduzidas no sentido do eixo
maior devido ao plano que as contêm estar
oblíquo ao plano em que estão projetadas.
Para determinar os pontos da seção que
“cortam” o cone deve-se trabalhar com as GLVs.
Na vista frontal é possível identificar as geratrizes
são g1 e g2. A partir de g1 determina-se o vértice
da parábola, o ponto 1. Ainda na mesma vista,
define-se os pontos 2 e 2’ na base do cone, que
está em vista básica. Deve-se determinar os
pontos 1, 2 e 2’ em todas as vistas. Na vista lateral
os limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4,
Figura 6.80: Vistas mongeanas
a partir delas foram determinados os pontos 3 e 4, da peça resultante da seção
em todas as vistas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 194
4) Plano oblíquo ao plano horizontal (hipérbole qualquer): quando o plano setor está oblíquo ao plano do
chão. No caso da figura 6.81, o plano setor está oblíquo “cortando” as geratrizes retas e curvas da face curva do
cone. A seção produzida é uma hipérbole qualquer, conforme mostra a figura 6.82.

Figura 6.81: Cone seccionado por um Figura 6.82: Cone truncado após a seção
plano oblíquo ao PH

A figura 6.83 mostra um cone esquemático


sendo cortado por um plano de seção oblíquo ao PH.
Quando este plano forma com o eixo do cone
um ângulo (β) menor do que o ângulo que esse eixo
forma com a geratriz do cone (φ), a seção produzida
tem forma de hipérbole.
Resumindo: O plano setor oblíquo pode assumir
várias posições, mas se β < φ tem-se vários casos de Figura 6.83: Cone
esquemático mostrando a
hipérbole.
posição do plano oblíquo
ao PH

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 195
A figura 6.84 mostra a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano oblíquo em um
cone reto tendo como resultado uma hipérbole e a figura 6.85 mostra o resultado dessa seção, com
destaque para a área seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção (hachura
com pontos). Na vista frontal o plano setor α está em vista básica. Nas vistas superior e lateral, a área
seccionada corresponde a hipérboles somadas a segmentos de reta, já que o plano setor corta a base e o
topo do sólido. As dimensões das hipérboles estão reduzidas no sentido vertical devido à obliquidade do
plano que a contém em relação aos planos em que estão projetadas.

Figura 6.84: Vistas mongeanas cone Figura 6.85: Vistas mongeanas da


seccionado por plano oblíquo peça resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 196
Para determinar os pontos da seção que “cortam” o cone deve-se trabalhar com as GLVs. Na vista frontal, as
geratrizes são g1 e g2. A partir delas os pontos 2 e 3 são determinados em todas as vistas. Tais pontos pertencem
tanto à seção como à face curva do cone. Na vista lateral, os limites de visibilidade são as geratrizes g3 e g4. A
partir delas são determinados os pontos t e t’, em todas as vistas. Já na base e no topo foram determinados dois
pares de pontos, que são: 1, 1’ e 4, 4’.

Figura 6.84: Vistas mongeanas cone Figura 6.85: Vistas mongeanas da


seccionado por plano oblíquo peça resultante da seção

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 197
5) Plano de seção perpendicular ao plano horizontal (hipérbole equilátera): no caso da figura 6.86, o
plano setor está perpendicular ao PH, “cortando” as geratrizes curvas e passando pelas geratrizes retas da
face curva do cone. A seção produzida é uma hipérbole equilátera, conforme mostra a figura 6.87. Uma
hipérbole dessa natureza possui seus dois ramos com iguais características geométricas.

Figura 6.86: Cone seccionado por um plano oblíquo Figura 6.87: Cone truncado após a seção

A figura 6.88 mostra um cone esquemático


sendo cortado pelo plano setor. Quando o plano
setor está paralelo ao eixo do cone “e”, a seção
resultante tem a forma de uma hipérbole equilátera.
Resumindo: a hipérbole equilátera é um caso
particular que acontece apenas quando o plano
setor está paralelo ao eixo “e”.
Figura 6.88: Cone esquemático mostrando a
posição do plano setor paralelo ao eixo “e”

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 198
A figura 6.89 mostra como fica a representação, em vistas mongeanas, da seção de um plano
perpendicular ao PH em um cone reto e a figura 6.90 mostra o resultado dessa seção, com destaque para a área
seccionada (hachura com linhas oblíquas) e para a peça resultante da seção (hachura com pontos)
Na vista frontal o plano setor α está em vista básica. Na vista superior, a área seccionada também está em
vista básica, correspondendo a um segmento de reta. Na vista lateral, a área seccionada corresponde a uma
hipérbole somada a dois segmentos de reta (devido à interseção entre o plano setor e o topo e a base do cone)
com dimensões em verdadeira grandeza já que o plano setor está paralelo ao plano de projeção da vista lateral.

Figura 6.89: Vistas mongeanas Figura 6.90: Vistas mongeanas


de um cone seccionado por um da peça resultante da seção
plano perpendicular ao PH

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 199
Para determinar os pontos da seção que “cortam” o cone deve-se trabalhar com as GLVs. Na vista
frontal, as geratrizes são g1 e g2. A partir delas determinamos os pontos 2 e 3, em todas as vistas. Tais pontos
pertencem tanto à seção como à face curva do cone. Na vista lateral, os limites de visibilidade são as
geratrizes g3 e g4. Observe que não há pontos que tangenciam essas geratrizes. Nas bases foram
determinados dois pares de pontos, que são: 1, 1’ e 4, 4’, em todas as vistas.

Figura 6.89: Vistas mongeanas Figura 6.90: Vistas mongeanas


de um cone seccionado por um da peça resultante da seção
plano perpendicular ao PH

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Capítulo 6 | Pág. 200
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sumário

EXERCÍCIOS E GABARITOS

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | EXERCÍCIOS | Pág. 201
A a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K=1, mostrando as vistas: frontal,superior e
lateral esquerda) após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do eixo “x”.
P. 30
Z

1. Na peça dada (Fig. 1): desenhar o OE


através do prolongamento das arestas que
se encontram nos limites externos da peça.
Em seguida, desenhe os eixos coordenados
X (Fig. 2). Com isso criamos um sistema de
referência o que faz com que a manipulação
da peça durante a rotação se torne mais
fácil. Além disso, o OE facilita o
entendimento volumétrico da peça uma vez
Y que ele nos dá uma noção clara de todas as
Fig. 1
Fig. 2 dimensões da peça;
Z
2. Novo desenho (Fig. 3): desenhar os eixos
coordenados na posição solicitada no
enunciado, ou seja, mostrando as vistas F, S
e LE. Desenhar o OE rotacionado (90° no
sentido horário em torno do eixo "x").
Como a rotação foi feita em torno do eixo
X "x", larguras, tais medidas não mudam de
posição no novo desenho. No entanto, o
que estava na posição de profundidade (y)
passa agora para a posição de altura (z) e
vice versa. Em seguida, proceder com o
desenho das faces da peça na nova posição
Y utilizando como referência o OE.
Fig. 3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 202
B a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K = 1, mostrando as
vistas: frontal, superior e lateral direita) após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em
P. 08 torno do eixo “z”. Z

K = 0,5 1. Peça dada (Fig. 1): desenhar o OE


através do prolongamento das
arestas. Em seguida desenhe os
eixos coordenados (Fig. 2);
2. Novo desenho (Fig. 3): desenhar
os eixos coordenados na posição
solicitada no enunciado, ou seja,
X mostrando as vistas F, S e LD.
Desenhar o OE rotacionado (90°
no sentido anti-horário em torno
do eixo "z"). Com a rotação, o que
estava na posição de largura (x)
Z passou para a posição de
Fig. 1 profundidade (y) e vice versa.
Y Fig. 2
Utilizar a fórmula A'B'= k x AB
para obter a profundidade da
peça no novo desenho. No caso:
K=1 A'B'= 3cm, dessa forma, AB
medirá 6 cm. Em seguida,
proceder com o desenho das
X faces da peça na nova posição
utilizando como referência o OE.

Fig. 3
Y

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 203
E1 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; E2 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1), a figura abaixo em Cavaleira (α = 45° , K= 1),
P. 135 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita. P. 135 b) Redesenhe
mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita.

K=1
K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 204
E3 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K = 1),
E4 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60°, K=1,
P. 152 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita. P. 30 mostrando as vistas: Frontal, Superior e Lateral Esquerda).

K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 205
E5 a)b) Redesenhe
Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; E6 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1), b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45° , K= 1),
P. 08 mostrando as vistas: frontal, inferior e lateral esquerda. P. 66 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral esquerda.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 206
E7 b)a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60°, K = 1),
E8 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30°, K=1,
P. 18 mostrando as vistas: frontal, inferior e lateral direita. P. 134 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral esquerda).

K=1
K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 207
E9 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; E10 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1),
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1),
P. 33 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do P. 11 após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do
eixo “x”, mostrando as mesmas vistas.
eixo “z”, mostrando as vistas: frontal, inferior e lateral
esquerda.
K = 0.5
K = 0.8

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 208
a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
E11 b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60° , K= 0.5),
E12 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60° , K= 1),
P. 51 após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do
eixo “y”, mostrando as mesmas vistas. P. 29 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do
eixo “z”, mostrando as vistas: frontal, superior e lateral
esquerda.

K = 0.5 K = 0.5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 209
E13 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45° , K= 1),
E14 a)b) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45° , K= 0,7),
P. 56 após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno
do eixo “x”, mostrando as vistas: frontal, inferior e lateral
P. 144 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do
eixo “y”, mostrando as vistas: frontal, inferior e lateral
direita. direita.

K = 0,5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 210
E15 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1),
E16 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1),
P. 77 após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do
eixo “x”, mostrando as vistas: frontal, superior e lateral
P. 88 após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do
eixo “z”, mostrando as mesmas vistas.
esquerda.

K = 0.8

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 211
E17 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; E18 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30°, K= 0,5), b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60° , K= 1),
P. 34 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do P. 13 após rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do
eixo “z”, mostrando as mesmas vistas. eixo “y”, mostrando as vistas: frontal lateral esquerda e
inferior.

K = 0,5 K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 212
E19 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; E20 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60° , K= 1), b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30° , K= 1),
P. 161 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do P. 15 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do
eixo “y”, mostrando as vistas: frontal, superior e lateral eixo “z”, mostrando as mesmas vistas.
direita.

K = 0,7

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 213
E21 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K = 1),
E22 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 60°, K=0,8,
P. 05 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do
eixo “z”, mostrando as vistas: frontal, lateral esquerda
P. 06 após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do
eixo “y”, mostrando as mesmas vistas.
e superior.

K=1 K = 0,8

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 214
a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
C b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico após rotacioná-la 90° no sentido
anti-horário, em torno do eixo “x”, mostrando as mesmas vistas.
P. 66 Z

1. Peça dada (Fig. 1): desenhar o OE.


Em seguida desenhe os eixos
coordenados (Fig. 2). Como a peça é
V uma pirâmide a grande dificuldade
aqui vai ser fechar a altura. Para
isso, temos que realizar um traçado
auxiliar. Como se trata de uma
h pirâmide reta de base
quadrangular, tal traçado consiste
Z h na construção das diagonais da
Fig. 1 base. O cruzamento das diagonais
marca o ponto B. A distância de B
Y até V é a altura do OE (Fig. 2). A
B partir daqui você pode proceder a
X exemplo dos exercícios resolvidos
anteriormente;
2. Novo desenho (Fig. 3): desenhar os
eixos coordenados na nova posição,
Fig. 2
desenhar o OE após a rotação e
desenhar a peça dentro do OE na
nova posição.

Y X

Fig. 3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 215
a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
D b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico, após rotacioná-la 90° no sentido
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
anti-horário, em torno do eixo “z”.
P. 14 Z

c X

b
Z

1. Peça dada (Fig. 1): desenhar o OE,


prolongando as arestas retas. No
Fig. 1
caso do desenho das linhas curvas,
Fig. 2 sempre encontrar o quadrilátero
Y
que circunscreve a curva (Fig. 2)
porque ele será imprescindível na
aplicação de um dos métodos de
construção da elipse. Em seguida,
desenhe os eixos coordenados (Fig.
2);
2. Novo desenho (Fig. 3): Novo
desenho (Fig. 3): desenhar os
eixos coordenados na nova
posição, desenhar o OE após a
rotação e desenhar a peça dentro
X do OE na nova posição.
Y
Fig. 3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 216
a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada; EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
E b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30°, K=0,8, mostrando as vistas: frontal,
superior e lateral direita).
P. 39 Z

1. Desenhar o OE na peça dada (Fig. 1).


Como a peça é composta por troncos de
cilindros temos que trabalhar com seus
diâmetros. Portanto, tem-se que
a identificar os diâmetros máximos em cada
eixo. O seg. de reta a, que é um dos
diâmetros, é a medida máxima da peça
c no eixo "y". Já o seg. b é a medida máxima
com relação ao eixo "z". A medida
b máxima com relação ao eixo "x" é dada
pela soma dos segmentos c e d, como
Fig. 1 d vemos na Fig. 2. Com isso tem-se as
Y
medidas do OE. Tais medidas terão que
X ser alteradas devido a estarmos passando
Z Fig. 2 do Desenho Isométrico para a Cavaleira;
2. Como a Cavaleira solicitada possui K = 0,8,
K = 0,8 teremos que calcular as novas medidas
para os segmentos paralelos ao eixo "y".
Primeiramente calcula-se a medida do y
do OE, e, depois, repetimos o
procedimento para os outros segmentos.
K = A'B'/AB --> 0,8 = A'B'/3,5 --> A'B' = 2,8
3. Desenha-se, então, os eixos coordenados
X na posição solicitada, mostrando as vistas
F, S e LD;
4. Em seguida, desenha-se o OE nos eixos, e
logo depois, a peça dentro do OE.

Y Fig. 3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 217
E23 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico (lembrando: E24 a) Desenhe o ortoedro auxiliar;
b) Redesenhe a peça em Desenho Isométrico mostrando
mostrar as vistas frontal, lateral direita e superior).
P. 35 P. 162 as mesmas faces que estão na Cavaleira.
K = 0,5
K = 0,5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 218
E25 a)b) Redesenhe
Desenhe o ortoedro de referência na peça dada;
a peça abaixo em Desenho Isométrico E26 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α=45°, K=1,
P. 163 (lembrando:
direita).
mostrar vistas frontal, superior e lateral
P. 79 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral esquerda)
após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do
eixo "z".
K = 0,5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 219
E27 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico
E28 a) Desenhe o ortoedro de referência na peça dada;
b) Redesenhe a peça abaixo em Desenho Isométrico
P. 34 (lembrando: mostrar as vistas frontal, lateral direita e
superior). P. 164 lateral
(lembrando de mostrar as vistas frontal, superior e
direita).

K=0,5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 220
E29 b)a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico (lembrando:
E30 a) Desenhe o paralelepípedo de referência na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico
P. 19 mostrar as vistas frontal, lateral direita e superior). P. 27 (lembrando: mostrar as vistas frontal, lateral direita e
superior).
K = 0,5

K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 221
E31 a) Desenhe o paralelepípedo envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30°, K = 0,5 ,
E32 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K = 1,
P. 05 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita) após
rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do eixo "z".
P. 06 mostrando as vistas: Frontal, Superior e Lateral Direita) após
rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno do eixo "z".

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 222
E33 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada; E34 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K = 0,5, b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 30°, K=1,
P. 12 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita) após P. 26 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita), após
rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do eixo rotacioná-la 180° em torno do eixo "z".
"x".

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 223
a) Desenhe o ortoedro de referência na peça dada;
E35 b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico
E36 a) Desenhe o ortoedro envolvente na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico após
(lembrando: mostrar as vistas frontal, superior e lateral
P. 09 direita) após rotacioná-la 90° no sentido horário, em torno P. 106 rotacioná-la 180° em torno do eixo "z", mostrar as vistas:
frontal, lateral direita e inferior.
do eixo "y".

K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 224
E37 a) Desenhe o paralelepípedo de referência na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Cavaleira (α = 45°, K = 0,75) com
E38 b)a) Desenhe o paralelepípedo de referência na peça dada;
Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico depois de
um furo prismático de base hexagonal. A circunferência que rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em torno do eixo "z";
P. 36 circunscreve o hexágono tem raio 1,5cm a seu centro coincide P. 142 c) Em seguida, faça um furo cilíndrico de raio igual a 1cm, cujo
com o centro da face frontal da peça. Perfure toda a peça. eixo está localizado no centro da vista lateral esquerda e é
Mostre as mesmas vistas. paralelo ao eixo "x". Perfure toda a peça. Mostre as vistas:
frontal, lateral direita e superior.

K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 225
E39 b)a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico
E40 b)a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico (mostrar
P. 165 (lembrando: mostrar as vistas frontal, lateral direita e superior)
depois de rotacioná-la 90° no sentido anti-horário, em P. 166 ascilíndrico
vistas: frontal, lateral direita e superior) fazendo um furo
que perfure toda a peça com raio igual a 1,5 cm e
torno do eixo "z", fazendo um furo cilíndrico de raio igual a eixo que coincide com AB.
1cm e eixo coincidente com o segmento AB, perfurando toda a
peça.
K=1 K = 0,5
A
A

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 226
E41 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada; E42 a) Desenhe o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico (mostrar
b) Redesenhe a figura abaixo em Desenho Isométrico (mostrar as vistas: frontal, lateral direita e superior) fazendo um furo
P. 167 as vistas: frontal, lateral direita e superior) fazendo um furo P. 168 cilíndrico de raio igual a 1,5 cm, cujo eixo coincide com AB
cilíndrico que perfure toda a peça, com raio igual a 1cm e eixo perfurando toda a peça.
que coincide com AB.

A K = 0,5

B A

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 227
E43 a) Represente o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas do objeto abaixo
E44 a) Represente o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo.
P. 64 mostrando as mesmas vistas que aparecem na Cavaleira. P. 35 Mostre as mesmas vistas.

K = 0,5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 228
E45 a) Represente o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas do objeto abaixo
E46 a) Represente o paralepípedo de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
P. 30 mostrando as mesmas vistas que aparecem na Cavaleira. P. 29 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 229
a) Represente o paralelepípedo de referência na peça dada;
E47 a) Represente o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas do objeto abaixo
E48 b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
P. 110 mostrando as mesmas vistas que aparecem na Isometria
Simplificada.
P. 71 mostrando as mesmas vistas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 230
E49 a) Represente o ortoedro auxiliar na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas do objeto abaixo
E50 a) Represente o paralepípedo de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
P. 88 mostrando as mesmas vistas que aparecem na Cavaleira. P. 49b mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 231
E51 a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
E52 a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
P. 68 mostrando as mesmas vistas. P. 84 mostrando as mesmas vistas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 232
a) Represente o ortoedro de referência na peça dada; a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
E53 b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
E54 b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
mostrando as mesmas vistas. mostrando as mesmas vistas.
P. 73 P. 53

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 233
E55 a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
E56 a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
P. 92 mostrando as mesmas vistas.
P. 104
mostrando as mesmas vistas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 234
E57 a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
E58 a) Represente o ortoedro de referência na peça dada;
b) Represente três vistas mongeanas da peça abaixo
P. 39 mostrando as mesmas vistas. P. 40 mostrando as mesmas vistas.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 235
E59 a) Faça a representação da vista lateral direita da peça dada;
b) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada.
E60 a) Represente a vista superior da peça dada;
b) Represente a peça abaixo em Cavaleira (α 45°, k=1),
P. 51 P.56 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral esquerda.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 236
E61 a) Faça a representação da vista lateral esquerda da peça dada;
b) Represente a peça abaixo em Cavaleira (α=30°, k=1)
E62 a) Represente a peça dada em Isometria Simplificada.

P. 57 mostrando as faces: frontal, superior e lateral esquerda. P. 101

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 237
E63 a) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada
(mostrando as faces: frontal, superior e lateral direita).
E64 a) Represente a peça dada em Isometria Simplificada.

P. 78 P. 80

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 238
E65 a) Represente a peça dada em Isometria Simplificada,
mostrando as três vistas indicadas;
E66 a)Represente a vista Lateral Esquerda da peça dada;
b)Represente a peça em Cavaleira (k=1 , vistas: Frontal, Lateral
P. 174 b) Destaque as arestas visíveis e deixe as linhas de chamada P. 58 Esquerda e Superior, ɑ 45°).
e de construção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 239
E67 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada. E68 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada.

P. 61 P. 70

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 240
E69 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada. E70 a) Dadas as vistas frontal e lateral direita faça a representação
da vista superior da peça dada;
P. 69 P. 76 b) Redesenhe a peça em Isometria Simplificada.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 241
E71 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada. E72 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada.

P. 83 P. 86

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 242
E73 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada. E74 a) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada.

P. 171 P. 94

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 243
E75 a) Represente a vista frontal da peça dada; E76 a) Complete a vista lateral direita da peça dada;
b) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada.
b) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada
P.56 (mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita). P. 98

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 244
E77 a) Represente a vista lateral direita da peça dada; E78 a) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada.
b) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada,
P.59 mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita. P. 175

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 245
E79 a) Represente a peça abaixo em Isometria Simplificada, E80 a) Dadas as vistas mongeanas abaixo, represente uma
mostrando as vistas: frontal, superior e lateral direita. Isometria Simplificada mostrando as mesmas vistas.
P.172 P. 176

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 246
E81 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada E82 a) Dadas as vistas mongeanas abaixo, represente uma
mostrando as mesmas vistas. Isometria Simplificada mostrando as mesmas vistas.
P.103 P. 90

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 247
E83 a) Dadas as vistas mongeanas abaixo, represente uma E84 a) Dadas as vistas mongeanas abaixo, represente uma
Isometria Simplificada mostrando as mesmas vistas. Isometria Simplificada mostrando as mesmas vistas.
P.65 P. 105

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 248
E85 a) Represente uma Isometria Simplificada da peça dada E86 a) Dadas as vistas mongeanas abaixo, represente uma
mostrando as mesmas vistas. Isometria Simplificada mostrando as mesmas vistas.
P.67 P. 177

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 249
E87 Represente a face α em verdadeira grandeza. E88 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 66 P. 82

α
α

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 250
E89 Represente a face α em verdadeira grandeza. E90 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 56 P. 57

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 251
E91 Represente a face α em verdadeira grandeza. E92 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 64 P. 69

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 252
E93 Represente a face α em verdadeira grandeza. E94 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza.
P. 78 P. 90

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 253
E95 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza. E96 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza.
P. 76 P. 80

β
α

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 254
E97 Represente a face α em verdadeira grandeza. E98 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 98 P. 101

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 255
E99 Represente as faces α, β e Ω em verdadeira grandeza. E100 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 109 P. 178

Ω
β
α

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 256
E101 Represente a face α em verdadeira grandeza. E102 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza.
P. 179 P. 180

α α

α
β

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 257
E103 Represente a face α em verdadeira grandeza. E104 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza.
P. 181 P. 182

α
α
β

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 258
E105 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza. E106 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza.
P. 183 P. 184

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 259
E107 Represente a face α em verdadeira grandeza. E108 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 185 P. 186

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 260
E109 Represente a face α em verdadeira grandeza. E110 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 174 P. 187

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 261
E111 Represente as faces α e β em verdadeira grandeza. E112 Represente a face α em verdadeira grandeza.
P. 188 P. 207

α α

α β

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 262
E113 a) Represente a vista lateral direita das peças; E114
P. 189 b) Represente nas três vistas mongeanas de cada P. 189
peça o resultado da seção plana feita pelo plano α;
c) Represente uma Isometria Simplificada das peças
após a seção;
d) Determine a VG das seções.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 263
E115 a)
b)
Represente a vista lateral direita das peças;
Represente nas três vistas mongeanas de cada
E116
P. 190 peça o resultado da seção plana feita pelo plano α; P. 190
c) Represente uma Isometria Simplificada das peças
após a seção;
d) Determine a VG das seções.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 264
E117 a) Represente a vista lateral direita das peças; E118
b) Represente nas três vistas mongeanas de cada peça o
P. 190 resultado da seção plana feita pelo plano α; P. 191
c) Represente uma Isometria Simplificada das peças
após a seção;
d) Determine a VG das seções.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 265
E119 a) Represente nas três vistas mongeanas de cada E120
P. 191 peça o resultado da seção plana feita pelo P. 191
plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada das
peças após a seção;
c) Determine a VG das seções.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 266
E121 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da
seção plana feita pelo plano α;
P. 192 b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
d) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 267
E122 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
plana feita pelo plano α;
P. 192 b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 268
E123 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 193 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 269
E124 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 194 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 270
E125 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 195 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 271
E126 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 196 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 272
E127 a) Represente a vista lateral esquerda da peça abaixo;
P. 197 b) Represente nas três vistas mongeanas da peça o
resultado da seção plana feita pelo plano α;
c) Represente uma Isometria Simplificada da peça
após a seção;
d) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 273
E128 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 198 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 274
E129 a) Represente a vista lateral esquerda da peça abaixo;
P. 199 b) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
plana feita pelo plano α;
c) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
d) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 275
E130 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 200 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 276
E131 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
plana feita pelo plano α;
P. 201 b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 277
E132 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
plana feita pelo plano α;
P. 202
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 278
E133
a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o
P. 203 resultado da seção plana feita pelo plano α;
b) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 279
E134 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 204 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 280
E135 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 205 plana feita pelo plano α;
b) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 281
E136 a) Represente nas três vistas mongeanas da peça o resultado da seção
P. 206 plana feita pelo plano α;
b) Represente uma Isometria Simplificada da peça após a seção;
c) Determine a VG da seção.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 282
E1 GABARITO E2 GABARITO
P. 135 P. 135
K=1

E3 GABARITO E4 GABARITO
P. 146 P. 30
K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 283
E5 GABARITO E6
GABARITO
P. 8 P. 66

E7 GABARITO E8 GABARITO
P. 18 P. 134

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 284
E9 GABARITO E10 GABARITO
P. 33 P. 11
K = 0.5

E11 GABARITO E12 GABARITO


P. 51 P. 29
K = 0.5 K = 0.5 K = 0.5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 285
275
E13 GABARITO E14 GABARITO
P. 56 P. 144

K = 0,7

K = 0,5

E15 GABARITO E16 GABARITO


P. 77 P. 88

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 286
E17 GABARITO E18 GABARITO
P. 34 K = 0,5 P. 13

K = 0,5

E19 GABARITO K=1 E20 GABARITO


P. 147 P. 15
K = 0,7

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 287
E21 GABARITO E22 GABARITO K = 0.8
P. 05 P. 06 K = 0.8

K=1

E23 GABARITO E24 GABARITO


P. 35 P. 162
K = 0,5

K = 0,5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 288
E25 GABARITO E27 GABARITO
P. 163 P. 34
K=0,5

E26 GABARITO
P. 79

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 289
E28 GABARITO E29 GABARITO
P. 164 P. 19
K = 0,5

K=1
E30 GABARITO
P. 27

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 290
E31 GABARITO E32 GABARITO
P. 05 P. 06

E33 GABARITO E34 GABARITO


P. 12 P. 26

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 291
E35 GABARITO E36 GABARITO
P. 09 P. 106

E37 GABARITO E38 GABARITO


P. 36 P. 142
K=1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 292
E39 GABARITO E40 GABARITO
P. 165 P. 166 K = 0,5

A
A

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 293
E41 GABARITO
P. 167

B A

E42 GABARITO
P. 168 K = 0.5

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 294
E43 GABARITO E44 GABARITO
P. 64 P. 35 K = 0,5

E45 GABARITO

P. 30

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 295
E46 GABARITO E47 GABARITO
P. 29 P. 110

E48 GABARITO
P. 71

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 296
E49 GABARITO E50 GABARITO
P. 88 P. 49b

E51 GABARITO
P. 68

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 297
E52 GABARITO E53 GABARITO
P. 84 P. 73

E54 GABARITO
P. 53

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 298
E55 GABARITO E56 GABARITO
P. 92 P. 104

E57 GABARITO
P. 39

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 299
E58 GABARITO E59 GABARITO
P. 40 P. 51

E60 GABARITO
P. 56

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 300
E61 GABARITO E62 GABARITO
P. 57 P. 101

E63 GABARITO
P. 78

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 301
E64 GABARITO E65 GABARITO
P. 80 P. 174

E66 GABARITO
P. 101

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 302
E67 GABARITO E68 GABARITO
P. 61 P. 70

E69 GABARITO
P. 69

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág.303
E70 GABARITO E71 GABARITO
P. 76 P. 83

E72 GABARITO
P. 86

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 304
E73 GABARITO E74 GABARITO
P. 171 P. 94

E75 GABARITO
M1 M2
P1 P2 P1=P2

P. 56 M1=M2 Q1 Q2 Q1=Q2

P2=Q2

M1 M2
P1=Q1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 305
E76 GABARITO E77 GABARITO
K K
P. 98 L L
P. 59
M M

K
T T

M
L
K
T

E78 GABARITO
P. 175

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 306
E79 GABARITO E80 GABARITO
P. 172 P. 176

E81 GABARITO
P. 103

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 307
E82 GABARITO E83 GABARITO
P. 90 P. 65

E84 GABARITO
P. 105

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 308
E85 GABARITO E87
P. 67 P. 66
V.G.
α

E86 GABARITO E88


P. 177 P. 82
V.G.
α

S S

α
S

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 309
E89 E90 E91 P. 64
P. 56 P. 57
α
V.G. V.G.
α α

α
α

V.G.
α E94
V.G.
P. 90 β
E92 P. 69 E93
P. 78 α
V.G.
α V.G.
α

β
α
α

V.G.
α
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 310
E95 P. 76 E97 1

P. 98 4
1
1
V.G. 3 VG α
V.G. β
α 4
4
β α
α 2

2=3 2 3

E96 1 2 5

P. 80 α β
4 3 2 3
6

E98 P. 101
5
6 1
5=6
1
VG β 2 1

3
3
5 6 α 2=3
VG α
β
1 2 3 3
2
α
3=4
4 3 3 2

1
1
4
2 VG α

2
3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 311
1 1
E101 P. 179 E100
2 P. 178 α
1 α
2 3 2 3
3
α
5 P
E99 1=2 2 1
3
4
P. 109 2 1 α 2

6
1 VG α
2
VG
1 2
Ω 3
7
2
1 3
α 8
6
3 3
2=7
3
5 1=8
4 3 5
P 5=P

4 4 VG α 1

5 6
5=6
4
VG
5
β
8 2 2
7
3 3
Ω 6 5
β
2
1
2
1
α
3=4 4 3

1
4

2 VG α

3
Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 312
E102 P. 180 E103 P. 181 2

3 1
VG α
2 3
2=3

4
1 4
2 1=4

1
VG
β
2 2

2 3

α α
1 4 1=4 α
1 4

P
3
3

1 4
β 2

2 2
α
VG α

P
1

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág.313
E105 P. 183
4

VG
β
3
4=5 5 4
6

β
2 6 3 2
3=6 3
α α

1 1
VG
β
2
2
2 4

6 5 2
3=4

β VG α 2
3 4 1=3
1
3
β
4

α E104 1 α
1 2 P. 182 1 1
P

2 VG α
2

3
P
α 2

β
3 4

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 314
E107
3
P. 185 1 1 3

2 2

P
4
4
1=3
5
5 3
2
3
1
1
2
2
E106
4
α 4 VG α
4
VG α
P. 184 P
5

5
5
2 3=6 2 3

β 4=5 β

3
1
1 3

2 6 5

VG 1=2
β 1
α

β
2

1 3 4

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 315
E108 E109
P. 186 P. 174
3
1

1 1 2

α 2 2 2
α VG α VG α
3 3 1=2
3 4
3

3 4
1

1=2

4 1 4 1

α α

α 3 2 3 2
3

2
1 2

α
4

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 316
E110 E111
P. 187 P. 188 2 2

1 1 α 1
α P

1
β 3 β 3

3 VG β 4

4
3
2 P

3=4
α β

1 1

4
α 2 4
α 2

3 3

1=2

1 2

1
2
α 3=4 VG α
4
VG α 3
3

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 317
E112 1 1

P. 207

α P α
2
2

3 3

2
α
P
1

3
2

VG α

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Exercícios | Pág. 318
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAPUT, Frère Ignace. Elementos de Geometria Descritiva:


Descritiva com numerosos exercícios. 12ed. Rio de Janeiro: F.
Briguiet e Cia, 1949.
COSTA, João Duarte. Introdução ao Desenho:
Desenho sistemas de representação gráfica. Apostila da Disciplina
Introdução ao Desenho, 2008.
COSTA, Mario Duarte; COSTA, Alcy P. de A. Vieira. Geometria Gráfica Tridimensional:
Tridimensional: sistemas de representação,
v. 1. Recife: Editora Universitária – UFPE, 1996.
BORTOLUCCI, M. A. (Org.) Desenho Técnico:
Técnico: teoria & prática. São Carlos: SAP/EESC-USP, 2005.
LOPES, A. V. F.; CARNEIRO-DA-CUNHA, M. W.; GUSMÃO, M. B. R. Quem Somos? Uma abordagem epistemológica
sobre a geometria gráfica e suas práticas. Revista Geometria Gráfica, Recife, v. 2, n. 1, p. 5-24, 2018.
LOPES, A. V. F.; GUSMÃO, M. B. R.; CARNEIRO-DA-CUNHA, M. W.; Quem somos? O que fazemos? Para onde
vamos? Uma reflexão epistemológica sobre a geometria gráfica. Revista Brasileira de Expressão Gráfica, Recife,
v. 7, n. 2, p. 63-80, 2019.
MACHADO, Ardevan.. Geometria descritiva: teoria e exercícios. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976.

Geometria Gráfica Tridimensional para Engenharia e Arquitetura (2020) | Andiara Lopes & Mariana Gusmão | Ref. Bibliográficas| Pág. 319

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