Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Luís
2006
CLEIDIONÉIA PERREIRA DA SILVA
ELIZONEIDE LOPES VIEIRA DE PINHO
SÔNIA MARIA GOMES COSTA
São Luís
2006
CLEIDIONÉIA PERREIRA DA SILVA
ELIZONEIDE LOPES VIEIRA DE PINHO
SÔNIA MARIA GOMES COSTA
Aprovada em ____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Aiza Leal de Almeida (orientadora)
Especialista em
Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA
_________________________________________
Examinador 1
Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA
_________________________________________
Examinador 2
Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA
A Deus, fonte de luz.
Aos nossos pais e amigos pelo apoio
e incentivo.
AGRADECIMENTOS
About a qualitative study that objective to identify the alterations caused for a ostomia
in the life of its carriers, aiming at to evaluate the quality of life of the ostomizada
woman. Interviews with 16 ostomizadas in the period of February had been carried
through the March of 2006 in the Association of Ostomizados of the Maranhão.
Resolution 196/96 was followed. The data had been analyzed by the technique of
content analysis. We verify that these women have its perspective of modified life,
they need to adapt it the equipment use, feel fear of the new situation, has its
corporal image insult, its auto one esteem diminished and its compromised sexuality,
loses the control on the body and is felt estigmatizadas. Some women move away
themselves from its social conviviality, while others become more gifts as support
form. This study sample of clear form that the alterations caused for the ostomização
are complex and that the understanding of these for the familiar professionals of
health and becomes important in the direction to provide one better psy-emotional
whitewashing.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9
2 OBJETIVOS ..................................................................................................20
2.1 Geral..............................................................................................................20
2.2 Específicos...................................................................................................20
3 METODOLOGIA ...........................................................................................21
3.1 Tipos de Estudo...........................................................................................21
3.2 Local de Estudo...........................................................................................21
3.3 População e amostra...................................................................................21
3.4 Instrumento de pesquisa.............................................................................21
3.5 Coleta de dados...........................................................................................
3.6 Análise de dados..........................................................................................21
4 RESULTADOS E DISCURSSÕES................................................................22
5 CONCLUSÃO ...............................................................................................27
REFERÊNCIAS..............................................................................................28
ANEXOS........................................................................................................
1 INTRODUÇÃO
de como serão suas vidas. A sexualidade provou ser um dos aspectos mais
como processo, colabora com a qualidade dos relacionamentos que deverão ser
deve-se também considerar seus valores e crenças, além de se estabelecer com ele
um relacionamento empático.
constante que ela se depara com os temores e ansiedade, que serão ou tentarão ser
situação para ele torna-se mais fácil. Por isso o aprendizado e as orientações devem
ostomizado.
próprio profissional não sabe lidar com essa situação. A formação do enfermeiro
para submeter-se a uma ostomia, o enfermeiro deve iniciar seu plano de ação
necessárias, tipo de cirurgia, explicar o que vem a ser uma ostomia, o porquê de sua
as informações já citadas, de forma clara e sucinta, pois é sabido que ele não
demarcação bem feita traz ao paciente muitos benefícios, entre eles melhores
ou do cólon.
Por isso é muito importante que no serviço haja uma equipe multiprofissional,
para que o paciente possa ser atendido de forma holística. Essa equipe deve ser
assistentes sociais.
aceitação do mesmo, uma vez que já há uma boa interação entre paciente-
enfermeiro.
autocuidado, mas também com relação à alta hospitalar, ocasião em que ele deve
informar sobre:
Hábitos alimentares (dieta);
interação deste binômio, possibilitando assim que aqueles pacientes que não
para profissionais atuarem de forma eficaz na assistência pré, trans e pós ostomia.
sobre o assunto.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral:
urostomizada)
2.2 Específicos:
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo:
sem que seja necessária a comprovação formal quantitativa, sendo flexível e dando
(AOMA), que tem sede no hospital PAM Diamante localizado na rua João Luis s/n
estadual 249/91, lei municipal 46/92, com sede provisória. Funciona em caráter
estadual, que fazem a distribuição de bolsas para ostomias. Possui uma equipe
(apêndice B), a qual foi elaborada e aplicada no campo exclusivamente para este
trabalho.
(anexo A), que é obrigatório para pesquisas cientificas em seres humanos, onde
das falas. Neste termo foi assegurado o anonimato e que elas teriam a liberdade de
Não houve seleção das mulheres para realização das entrevistas e nem
resistência em respondê-las.
conduzia a conversa de forma discreta, pois a intenção era fazer com que as
A análise dos dados baseou-se nas falas dos atores envolvidos na pesquisa, onde
objetivos do trabalho;
qualitativos que foram agrupados em três categorias para análise: sexualidade, vida
profissional e maternidade.
mulher ostomizada.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
primeiro será realizada uma analise quantitativa dos dados e no segundo analizar-
CASADA 6 37.5%
DIVORCIADA 1 6.3%
SEPARADA 1 6.3%
SOLTEIRA 5 31.3%
VIUVA 3 18.8%
A população constitui-se
Total 16 100.0%
na sua maioria (37.5%) por
ESCOLARIDADE NÚMERO %
IDADE NÚMERO %
ANALFABETA 1 6.3
ATE 20 1 6.3 mulheres na faixa etária
FUNDAMENTAL 8 50.0
20-39 4 25.0
MEDIO 7 43.8
40-59 6 37.5 dos 40-59 anos. A maior
Total 16 100.0%
60 E MAIS 5 31.3
parte (37.5%) das
Total 16 100.0
ensino fundamental.
um tratamento ineficaz.
SÃO LUÍS
66.67%
INTERIOR
33.33%
A maior parte (66.67%) das entrevistadas procedem de São Luis. No entato 33.33%
TRAUMA
16.67%
CANCER
50%
De acordo com o gráfico 2, que avaliou motivo da confecção da ostomia, 50% das
UROSTOMIA
25%
COLOSTOMIA
50%
.
TEMPORARIA
33.33%
PERMANENTE
66.67%
Notou-se através das falas das entrevistadas que as possuem uma ostomia
possuem uma ostomia temporária não acreditam ser capazes de conviver com ela e
“[...] ainda bem que não é para sempre, isto logo será revertido. Estou
75.0
6.3
Percentual (%)
12.4
0A5 13 A 24 6 A 12 MAIS DE 2
Tempo de ostomia (meses)
“Após dois anos, acho que levo uma vida normal, pois voltei a fazer tudo que
fazia antes”.(M16)
“Já sou ostomizada a vinte anos e hoje consigo fazer tudo o que fazia antes.
Vivo feliz mesmo nesta situação. Tempo nos faz ver isso”.(M4)
recebido pelos profissionais de saúde, apoio familiar recebido, apoio recebido pelo
DIFICIL
50%
Quando se indagou sobre seu grau de aceitação constatou-se que 50% das
mulheres relataram uma difícil aceitação.
Percebe-se que, após o choque inicial, de se ver portador de uma ostomia, surgem,
momentos de depressão por vezes prolongados, e que dificultam a própria aceitação
de sua condição:
“Tenho muita dificuldade. As pessoas não dizem, mas tem preconceito, e se olham
isso aqui, já acham que é uma barreira, tem nojo. É muito difícil”.(M15)
Pela tabela 2, nota-se que ainda há uma grande deficiência em relação ao apoio
psicológico dado ao paciente. Sendo que apenas 50.% das mulheres receberam
cliente ostomizado.
operatória e ambulatorial, esses pacientes podem aceitar melhor sua nova condição,
física e reajustar ao seu estilo de vida anterior. Essa reabilitação é feita a medida
IRMA
6.25%
EX MARIDO
6.25%
FILHA
31.25%
reconhecido por estas pacientes como fundamental. Verificamos que muitas vezes,
ostomizada
“No início achei que seria impossível, mas tive o apoio da família”.(M11)
(68.8%). Sendo que apenas as que não tinham companheiro, não receberam apoio
do mesmo (31.3%).
“Meu marido sempre me deu muita força. Logo que cheguei em casa, após a
cirurgia, ele fazia tudo o que eu não podia fazer. Me ajudou muito e com isso
“Meu marido foi a pessoa que mais influenciou na minha recuperação, pois sempre
demonstrou está ao meu lado pra tudo e em todo momento [...] fiquei muito
orgulhosa e feliz”.(M6)
DESAMPARADA
18.75%
APOIADA
81.25%
Ao questionar-se sobre como se sentiu após sua nova situação, 81.3% sentiu-se
apoiada.
NÃO
6.67%
problemas que poderão advir. Além do que ela deve se encontrar em um excelente
Vida profissional
SIM
87.5%
NÃO
12.5%
outras pessoas que achavam que eu era inválida. Mas foi só no começo”.(M14)
“[...] fique um pouco afastada do trabalho, mas me sai bem. Me aposentei, mas
levanto, se me abaixo, se pego peso. Droga! Isso é ruim. Não vejo a hora de me
livrar disso”.(M2)
“[...] era eu que fazia todo o serviço da casa. Agora minha família não deixa mais.
Fiquei inútil”.(M12)
Lazer
Total 16 100.0%
De acordo com a tabela 3, metade das mulheres (50%) não freqüentam os mesmos
lugares de antes da ostomia . Isso revela que ainda há uma resistência na aceitação
de seu corpo.
Referem ter sua auto-estima diminuída devido a alteração da sua imagem corporal.
nova imagem corporal. A diminuição da auto-estima faz com que alguns pacientes
retraiam-se e busquem o isolamento como forma de defesa. Como exemplificamos
em alguns depoimentos:
“Mudou tudo, como eu disse não vou mais a praias e outros lugares que gostaria,
não banho mais em rios [...] não me animo pra nada [...] lazer mesmo eu não
uma roupa”.(M2)
O paciente ostomizado, logo após a cirurgia, pode agir com revolta. Ela é vista como
“No início eu não saia quase nem na rua, logo nos primeiros meses. Só depois de
No entanto existem também aquelas ostomizadas que referem que sua vida não
“Eu freqüento os mesmos lugares de antes, vou a festa, como, bebo, danço,
namoro eu não to nem aí. Em relação ao meu lazer não mudou nada”.(M9)
“Eu vou em qualquer lugar que me der na telha, viajo, saio mesmo.Eu não
Sexualidade
A sexualidade da mulher é alterada mais pela baixa auto-estima do que por uma
relatam que:
“Mudou muita coisa, muita mesmo. Só tenho relação à noite no escuro. Demorei a
“Há [...] claro, mudou muita coisa. Não pode ter relação né. Deus me livre, com isso
aqui nunca”.(M8)
O fato de ser portador de um ostoma não significa que a sua sexualidade foi
deve ser reiniciada assim que essa paciente tiver condições físicas e emocionais,
Pode-se notar que a adaptação sexual se deu de maneiras diferentes nas mulheres
“Não mudou nada, o meu companheiro aceita naturalmente. Assim, não tivemos
(M7)
Autocuidado
incertezas.
Receio de estar doente pelo resto da vida, e de não ser mais aceito, no meio social,
pela família, amigos, vizinhos e colegas. Incerteza para cuidar de seu próprio
ostoma.
Nessas condições nem o melhor e mais experiente profissional, com maior plenitude
um recém ostomizado.
“No começo agente fica muito abalada. Mas depois agente vê que a situação
poderia ser pior e graças a Deus tem essa cirurgia que faz com que agente viva
“Orientaria alguém sim se fosse pra falar sobre as bolsas, o cuidado com o corpo
[...] nunca diria pra se conformar, diria pra lutar, procurar outros meios, mas nunca
CONCLUSÃO
Através deste estudo, pudemos verificar diversas alterações causadas por uma
ostomia na vida de seus portadores, bem como a complexidade de fatores que estão
CARVALHEIRA. C. (Org.). Ainda posso levar uma vida normal? 2 Rio de Janeiro:
News Eventos e Produções. 1999, p. 223.
OTTO, Shirley E. Oncologia – Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2002.
PEREIRA, M. G.Imagem corporal e ostomia: uma questão de ter não de ser. In:
FERNANDES, I.(org.) Ostomizado redescobrindo a vida saudável. Portugal: Liga dos
Ostomizados de Portugal, 2001.
REIS MARQUES, A., et al: Reações emocionais à doença grave: como lidar.
Psiquiatria clínica. Editora Coimbra. 1°ed. dezembro de 1991.
WALDOW, V.R. Cuidado humano: o resgate necessário. Porto Alegre: editora Sagra
Luzzatto, 1999. 202p.