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dos caules, tamanho e distribuição dos espinhos, além da beleza das suas flores. Os
espécimes são adaptados a ambientes xéricos devido a capacidade de armazenar água
nos seus caules suculentos e a modificação das folhas em espinhos (Anderson, 2001).
O Nordeste Brasileiro tem registro da ocorrência de 90 espécies sendo 34 endêmicas
(Zappi, Taylor & Larocca, 2011), dessas o estado de Sergipe possui ocorrência de 20
espécies (Santos & Meiado, 2015) ou seja 58 % das espécies endêmicas do Nordeste
estão presente no menor estado do Brasil. Entre as quais estão as pertencentes ao gênero
Melocactus, conhecidas popularmente como cabeça-de-frade ou coroa-de-frade, muito
utilizadas como plantas ornamentais.
A redução da área ocupada pelo bioma Caatinga devido ao desmatamento resultou em
uma considerável diminuição na área de distribuição e abundância de diversas
cactáceas, entre as quais Melocactus zehntneri (Zappi, Taylor & Larocca, 2011). A
exploração comercial dessa espécie, com finalidade ornamental, geralmente é suprida
por extrativismo gerando uma pressão antrópica.
Assim é necessário o desenvolvimento de estudos que possam permitir a propagação
vegetativa, pois na natureza a reprodução do gênero Melocactus ocorre apenas através
de sementes (Correia et al., 2012). Uma alternativa viável é a micropropagação que
consiste no cultivo de um pequeno explante em meio asséptico com a finalidade de
obter um grande número de mudas (Grattapaglia & Machado, 1998).
A germinação in vitro pode ser utilizada para a superação de dificuldades no processo
germinativo, como dormência, através da aplicação de giberelinas, além de servir como
uma forma de obtenção de explantes livres de contaminação. Assim plântulas obtidas a
partir da germinação in vitro por já estarem desinfestados servem como fonte de
explante para a micropropagação (Ledo et al., 2007)
Dessa forma o estabelecimento de plantas de Melocactus zehntneri através de
germinação in vitro é um ponto de partida para obtenção de protocolos eficientes de
propagação vegetativa dessa espécie.
Objetivos
OBJETIVO GERAL
Avaliar a viabilidade do estabelecimento in vitro de Melocactus zehntneri utilizando
como explantes sementes
Objetivos Específicos
Testar diferentes tempos de embebição e sua influência na germinação in vitro de
Melocactus zehntneri;
Avaliar o efeito da concentração de sacarose na germinação in vitro para a espécie
estudada;
Estabelecer plantas in vitro;
Caráter Tecnológico do Plano
MATERIAL E MÉTODOS
Plantas adultas de Melocactus zehntneri serão mantidas na estufa agrícola do
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Sergipe para servirem de
matrizes para a produção das sementes utilizadas nas etapas dessa pesquisa.
Os frutos maduros serão coletados, em seguida as sementes serão despolpadas com
auxílio de uma peneira e lavadas em água corrente para a retirada completa do
pericarpo, colocadas sobre papel filtro para secar a temperatura ambiente antes de
serem armazenadas em um recipiente de vidro fechado e a temperatura ambiente.
Condições de cultivo
Após a inoculação, a cultura será mantida em sala de crescimento com fotoperíodo de
16 horas, temperatura de 30 ± 2ºC, e irradiância de fótons de 36 µmol m-2s-1.
Análise Estatística
Ao final de 30 dias serão analisados o IVG (índice de velocidade de emergência) e a
taxa de germinação submetida à análise estatística ao nível de significância de 5% no
programa SISVAR 5.6 (FERREIRA, 2010).
Produtos Tecnológicos Esperados
Melocactus zehntneri é uma espécie nativa do estado de Sergipe e sua área de
ocorrência a cada ano vem sendo reduzida devido aos impactos provocados pelo
desmatamento, queimadas, substituição da vegetação nativa por pastagens e plantações.
Dessa forma, a realização de pesquisas que permitam propagar a espécie de forma
assexuada contribuirão para ações visando sua conservação. Ao final desse estudo
espera-se publicar um artigo científico em revista científica da área de Biologia.
Outro impacto será a capacitação de um aluno de graduação do curso de Biologia nas
técnicas de produção de meio de cultura, desinfestação e inoculação de explantes
vegetais, dessa forma contribuindo com a formação profissional nas áreas de Fisiologia
Vegetal e Biotecnologia.