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TERRA ESTRANGEIRA

Monica Tinoco

Exposição no átrio da Capela do edifício da Faculdade de Belas Artes

Lisboa, 10 de maio de 2022

Inspirada no título homônimo do lme de Walter Salles e Daniela Thomas, de 1995, a


exposição Terra Estrangeira, da artista, professora e pesquisadora Monica Tinoco,
apresenta obras em cerâmica, em vidro e em os de algodão, produzidas no âmbito do
estágio de pós doutoramento realizado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de
Lisboa, sob orientação dos Professores Pedro Fortuna e Fernando Quintas.

As obras que compõem a mostra foram realizadas inicialmente no ateliê da artista no


Brasil, desde o momento da matrícula (remota) no programa, em janeiro de 2021, e
posteriormente desenvolvidas, produzidas e nalizadas nas o cinas de cerâmica e de
vidro da Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, a partir de novembro do mesmo ano.

A exposição apresenta 10 trabalhos, sendo 1 peça têxtil em o de algodão, 3 obras


compostas de diversos elementos em vidro, 5 conjuntos de objetos de cerâmica e 1
arranjo composto por peças em cerâmica e em vidro.

Os trabalhos procuram abordar algumas questões relacionadas às vivências dos


indivíduos e das coletividades que se encontram em situação de exílio, êxodo ou refugio,
e a busca para encontrar na diáspora algo que lhes seja familiar e que possa trazer
segurança, aconchego e acolhimento.

As peças em vidro se referem a alguns aspectos mais desa adores, agudos e perigosos
da condição de estrangeiro. Ao mesmo tempo em que se apresentam como peças muito
frágeis e instáveis, que se quebram facilmente, podem ferir profundamente. Os trabalhos
sugerem também que a aparente proteção que alguns mecanismos oferecem, são
verdadeiramente ine cazes diante do perigo.

Os conjuntos em cerâmica se relacionam com as questões mais domésticas e cotidianas


dos sujeitos expatriados. As violências sofridas e normalizadas, a incerteza de moradia, a
adaptação cultural necessária, e também as belezas e sutilezas diárias, percebidas na
realização das tarefas domésticas que trazem alimento, conforto e amparo em meio à
tanta insegurança.

A obra têxtil faz referência à origem, ancestralidade e continuidade da vida

O átrio da Capela, com suas escadarias de pedra e paredes de azulejos decorados,


propicia entrelaçamentos e embates com as obras arranjadas ali. Para além das relações
simbólicas, históricas, que se podem estabelecer, o interesse está nas associações e nos
contrastes entre as diferentes materialidades, nomeadamente pedra, azulejo, vidro,
cerâmica e madeira. Há uma a nidade cromática entre todos os elementos que procura
fazer com que o conjunto caótico de formatos, estilos, temporalidades e materiais tão
diversos consigam conviver no mesmo espaço. A topogra a das escadas reforça uma
ideia de camadas de cor existente nas peças. Os materiais e os matizes sobrepõem-se e
vinculam-se uns aos outros.

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Lista de obras

Fronteira (Muralha) 2022


Vidro e madeira, dimensões variáveis

Orbes 2022
Vidro e cerâmica, dimensões variáveis

Desterro 2021/2022
Cerâmica vidrada, dimensões variáveis

Aldeia 2022
Cerâmica, dimensões variáveis

Cordão 2021/2022
Fio de algodão, dimensões variáveis

Fronteira (Trincheira) 2022


Vidro e madeira, dimensões variáveis

Urbes 2022
Cerâmica, dimensões variáveis

Paisagens 2022
Cerâmica, dimensões variáveis

Escudos (Bolhas) 2022

Vidro e madeira, dimensões variáveis

Poço 2022

Cerâmica, dimensões variáveis

Todas peças, seus moldes e as estruturas expositivas foram confeccionadas pela artista, com o suporte
amoroso e incansável do Roberto Sanovicz. Nada disso teria sido possível sem o apoio e a con ança
fundamentais dos Professores Pedro e Fernando, o diálogo valoroso com a Professora Marta Castelo, os
ensinamentos do Sr Martins, a convivência com os alunos e funcionários da Faculdade de Belas Artes e a
ajuda dos amigos aqui de Lisboa. Meus lhos, meus pais e amigos do Brasil: saudades amorosas. À todos,
o meu agradecimento imenso.
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