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Trabalho de grupo:
A Faiança Portuguesa
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Introdução
Para a realização deste trabalho na unidade curricular de Estudos Críticos de
Património, decidimos optar pela escolha de um prato específico, de valor pessoal e
memorial, que se enquadra dentro da Faiança Portuguesa. Sendo assim, iremos explicar
um pouco a história da mesma e efetuar uma contextualização com a Revolução
Industrial.
A razão pela qual escolhemos este objeto e o tema envolvente, foi o facto do mesmo
nos proporcionar várias memórias, tal como acontece com imensas pessoas, e a vontade
de dar a conhecer a história dos pratos decorativos nas casas das nossas avós. Sendo o
período dos mesmos, na altura em que escolhemos o objeto, desconhecido deu-nos ainda
mais curiosidade e motivação para efetuar o trabalho, pois a história dos nossos e dos que
nos rodeiam, por vezes ensinam-nos muito e promovem a cultura do próximo.
Atualmente as novas gerações já não se mostram interessadas e já não valorizam as
artes tradicionais. Este desinteresse é considerado um retrocesso para os artesãos, em
questão das loiças pois os mesmos vêm a sua arte a cair no esquecimento, “Pó que se
torna pasta, pó que se torna viscoso líquido, pó que se torna forma, objetos que no final
da vida retornam ao pé primordial, matéria-prima para novos desafios. Podemos dizer
que a fabricação de casa peça cerâmica reitera o momento primordial da Criação.”
(Vale, Lacerda e Morais, 2016, p. 7).
Devido ao desinteresse na arte em estudo, o número de artesãos ativos também se
encontra reduzido, gerando alguma preocupação, na execução de produtos tradicionais
portugueses, como é o caso da Faiança Portuguesa, que se encontra atualmente em
extinção, “assumiu-se como Faiança Portuguesa todos os corpos cerâmicos,
independentemente da forma, revestidos a esmalte estanífero, produzidos em Portugal
desde a segunda metade do século XVI. O termo foi adoptado em Portugal, desde os
finais do século XIX, descrevendo sobretudo louça decorada” (Casimiro, 2010, p.2).
Alguns dos temas que iremos abordar durante o trabalho são: A apresentação do
objeto, A história da Faiança Portuguesa, A especificação do período V e VI da Faiança,
Explicitação da Faiança de Sacavém e Ratinha, Valor e significado memorial do objeto
bem como o Valor atribuído pela sociedade, entre outros.
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Apresentação do Objeto
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História da Faiança Portuguesa
A produção da Faiança durou cerca de cinco décadas, mas os séculos XVII e XVIII
foram os de maior sucesso. A expansão e a produção desta arte, deveu-se
maioritariamente ao facto de ser uma loiça duradora, de baixo custo, mas também pelas
elevadas exportações feitas nesses séculos.
Mais tarde e devido à Revolução Industrial do século XVIII, a Faiança viu o seu império
a entrar em decadência, devido à criação das grandes fábricas de porcelana. Os pratos
começaram a ser produzidos em maior quantidade o que fazia com que a produção fosse
mais barata. Porém, a qualidade também diminuiu, os pratos em vez de serem realizados
por artesãos, individualmente, eram realizados por máquinas, vários ao mesmo tempo.
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Período V e Período VI da Faiança Portuguesa
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Faiança de Sacavém e Faiança Ratinha
A Faiança de Sacavém é fundada em 1850 por Manuel Joaquim Afonso. Esta marcou
profundamente o quotidiano da povoação e de Portugal, mas a mesma não se ficou só
pelo mercado nacional, originado a frase “Sacavém é outra loiça”. Os mesmos
destacavam se na produção de faiança produzida em argila com alto grau de pureza.
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Valor e Significado Memorial
Inicialmente estes pratos eram destinados especialmente à elite, apenas mais tarde
passam a ser utilizados pelas classes mais baixas.
Após o fim da produção destes, a mesma não desaparece e começa a ser passada de
geração em geração, mantendo assim um valor ao invés de cair em total esquecimento.
A população Portuguesa tem uma enorme tendência para guardar e preservar estas peças.
Sendo que com o passar das décadas estes pratos passaram de utensílios culinários a
objetos decorativos.
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Preservação da Faiança
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Fábrica de Loiça de Sacavém
Como já foi dito anteriormente, o prato em estudo, insere-se na Faiança de Sacavém, que
por sua vez, foi produzido na Fábrica de Loiça de Sacavém. Fundada em 1850, por
Manuel Joaquim Afonso, situada na freguesia de Sacavém, ao pé da Estação Ferroviária,
ocupava na altura, cerca de 70 000 m2. Esta facilitava a expedição de mercadorias e de
matérias-primas, pois estava ligada ao Porto de Lisboa e Santa Apolónia.
No entanto, devido a vários problemas financeiros e após algumas oscilações no
desenvolvimento da fábrica, a mesma foi declarada como falida, a 23 de Março de 1994,
pelo Tribunal Civil da Comarca de Lisboa. Sendo todas as peças e bens, vendidos em
hasta pública. Hoje em dia, ocupa o espaço de Sede do Museu de Sacavém.
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Conclusão
A Faiança Portuguesa, retrata não só uma herança bem como uma coleção, permitindo
recordar o passado e olhar para o mesmo com outra visão. Espalhada pelo país inteiro e
pelo Mundo, é de facto um objeto de grande interesse nacional, quer pelas lembranças
que recorda, como também pela valorização atribuída. Tendo durado cerca de cinco
décadas, os séculos atrás referidos, V e VI, foram os de maior sucesso e de maior
expansão, para a Faiança Portuguesa. Embora já não seja produzida, encontra-se
dissipada por diversos locais, tanto nacionais como internacionais, sendo assim
preservados pela população, dando a conhecer aos mais novos, passando de geração em
geração, a arte da Faiança Portuguesa.
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Webgrafia
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Fábrica_de_Loiça_de_Sacavém
• https://www.e-cultura.pt/artigo/12490
• http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/publicacoes/rpa/rpa16/19_
351-367.pdf
• https://www.mundoportugues.pt/2019/11/10/para-uma-historia-da-faianca-
em-portugal/
• https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:E2vkC_wGCdEJ:http
s://ria.ua.pt/bitstream/10773/30385/1/Documento_Raquel_Figueiredo_Gome
s_Agostinho.pdf+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt&client=safari
• https://dicionario.priberam.org
• https://www.cm-loures.pt/media/pdf/PDF20180710113722208.pdf
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