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Latim eclesiástico

(História e Práxis por Adilson L. P. Oliveira)


Eras do latim v·e

1500
— 75 200
900 – 1300 – – 1900 –
75 a.C. –
1300 1500 presen presente
a.C. – 200 900
te
Lati Lati Lati Latim Latim Neolat Latim
m m m medie renascent im contempor
anti clássi tard val ista âneo
go co io

O latim eclesiástico (algumas vezes


denominado latim da Igreja) é o latim usado pela
Igreja Católica Romana em todos os períodos para
propósitos eclesiásticos. Pode ser distinguido do
latim clássico por algum variações léxicas, uma
síntaxe simplificada em alguns casos e,
comumente, uma pronúncia italianada. Surge em
diversos contextos, incluindo obras teológicas, ritos
litúrgicos e proclamações dogmáticas, e em
diversas formas: tão sintaticamente simples como
na Vulgata, hierática como no Cânone Romano da
Missa do Rito Romano, técnica como no Summa
Theologica de São Tomás de Aquino, e Cicerônica
como na encíclica do Papa João Paulo II Fides et
Ratio. Na antiguidade e na Idade Média a audiência
alvo ou uso determinava o estilo utilizado pelo
escritor eclesiástico; nos dias de hoje depende do
contexto. Latim cristão é o latim utilizado por
escritores cristão do passado.

Escopo e uso
A Igreja publicou as definições dogmáticas
dos primeiros sete Concílios Gerais em grego, e
mesmo em Roma o grego mantinha-se como a
primeira língua da liturgia e a língua na qual os
primeiros Papas escreveram. (De fato, durante a
República Tardia e o início do Império, os cidadãos
romanos cultos eram geralmente fluentes em grego,
embora negócios de estado fossem conduzidos em
latim. Os livros que eventualmente tornar-se-iam o
Novo Testamento foram originalmente escritos em
grego e apenas posteriormente traduzidos para o
latim.)
A Santa Sé usa o latim como sua língua
oficial e poderia, em teoria, mudar esta prática.
Entretanto, esta mudança não é provável num
futuro próximo. Sendo uma língua morta o latim
têm a vantagem de que o sentido de suas palavras
possui uma chance menor de mudar radicalmente
através dos séculos. Isto auxilia na manutenção da
precisão teológica e no resguardo da ortodoxia. Em
concordância com isto, papas recentes reafirmaram
a importância do latim para a Igreja e em particular
para aqueles que se dedicam ao estudo eclesiástico.
PRONÚNCIA DO LATIM
(ECLESIÁSTICO)

VOGAIS E DITONGOS:

Todas as vogais se pronunciam sempre,


em qualquer que seja a posição que ocupem
na palavra.
• o A como na palavra portuguesa PÁ, por
exemplo: AltÁre, AnimA;
• o E quase como na palavra portuguesa
CREDO, por exemplo: DEus, orEmus.
• o I e o Y como na palavra portuguesa MIRA,
por exemplo: anIma, butYrum;
• o O como na palavra portuguesa ÓPERA,
por exemplo: Orémus, hÓra;
• o U como na palavra portuguesa UVA, por
exemplo: DóminUs, lUx.

Nos ditongos, cada vogal conserva o


som que lhe é próprio, menos em AE e OE,
que, com relação à pronúncia, equivalem à
vogal E, por exemplo: caelum = cElum, poena
= pEna, quáesumus = quEsumus (nota: no
ditongo o acento agudo fica sobre a primeira
das duas vogais, colocando-se sobre a vogal-
base);

Nos outros ditongos AU e EU e I (nas


interjeições: HEI) ouvem-se as duas vogais,
mas numa só emissão de voz: lau-da, eu-ge;
OU e AI nunca são ditongos - cada vogal se
pronuncia separadamente: prout = pro-ut, ait =
a-it;

O U precedido de Q ou G forma ditongo com a


vogal seguinte: qui, sanguis;

Observação:
Evite-se, cuidadosamente o defeito de
dar, como se faz em português, às vogais
átonas, som fechado ou mudo, especialmente
ao E, e ao O, por exemplo: DóminO, não
dóminU. VirtutE, não virtutI.

As vogais E e O são mediocremente abertas.

Não há nasal - cada vogal deve conservar


a pureza do seu som, seja qual for a
consoante que segue: co-nfu-nda-ntur, se-
mper.

CONSOANTES:

Para se obter a articulação nítida das


consoantes:

Articular é pôr em relevo todos os


elementos das sílabas, atacando nitidamente
as consoantes e, por conseguinte, as vogais,
que entram em sua composição.
Deve-se enunciar cada um dos
elementos da sílaba com regularidade,
unidade, clareza, inteligência e firmeza,
embora com doçura e maciez. Quando se
articula bem, a voz sempre bastará para se
fazer ouvir.
Todas as consoantes sempre se
pronunciam, seja qual for a posição que
ocupem nas palavras. Ao contrário do que se
dá em português, as consoantes dobradas
devem-se pronunciar ambas: steL-La, oF-
Fero, peC-Cáta, toL-Lis e não stela, ofero,
pecata, tolis

As consoantes e grupos de consoantes


pronunciam-se como em português, menos
nos seguintes casos:

1. a) - o C diante de E, I, Y, AE e OE tem o
som do C italiano, equivale quase a TCH:
Cícero = TCHiTCHero, Cibus = TCHibus;
b) - o grupo CC soa TTCH: ecce = eTTCHe;
c) - o grupo CH soa sempre como K:
brachium = bráKium; Melchísedech: este CH
final pronuncia-se como K = MelkísedeK

2.a) - o G antes de E e I pronuncia-se DG:


genu = DGenu; agit = aDGit.
b) - o GN soa sempre NH: agnus = a-NHus.
3.o H é letra muda, nunca aspirada; não se
pronuncia, menos em: mihi, nihil, e
compostos em que o H tem o som de K: mihi
= miKi; nihil = niKil.

4. o J para os efeitos de pronúncia vale


sempre I. Nunca, portanto, tem o som do J
português: ejus = é-Iuss. (A letra J deixou de
ser usada no latim eclesiástico)

5.a) - o S soa sempre como dois SS: nos =


nóSS e não nóz.
b) - entre vogais é ligeiramente sibilante
lembrando quase o Z: Jesus = i=éZuss.
c) - SC antes de E ou I é igual a CH (chapéu):
descéndit = deCHéndit.

6. TI precedido de uma letra qualquer, que não


seja S, X ou T e seguido de uma vogal, soa
TCI: patiéntia = paTCIénTCIa; o T final
sempre se pronuncia: es-sunT, assim como o
TH de sá-ba-oTH, palavra hebráica;

7.
a) - o X depois de vogal (que não seja o E)
soa KÇ: axis = aKÇiss.
b) - o X depois de E vale KZ: exaudi =
eKZaudi
c) - o XC diante de E e I vale KCH: excelsis =
eKCHélsiss.
8.
o Z soa DS: Zelus = DSéluss, ZiZania =
DSiDSania.

Observação:

Não há som nasal em latim: diz-se a-mor e


não ã-mor, vobíscu-m, cínere-m, orié-ntis, isto
é; o M e o N não devem nasalizar a vogal que
o precede: cí-ne-rem, co-n-céde, mu-n-di etc.
Evite-se todo o som NASAL, que não existe
na pronúncia romana. O

a) - ROSAM: o AM final não deve soar como


na 3ª pessoa do plural: eles amAM.
b) - VIRTUTEM: não como EM português: eles
devEM.
c) - MAGNUS = MÁ-nhuss e não MÃ-nhus.

Observação: Estas regras foram tiradas do


Apêndice VIII – PRONÚNCIA ROMANA DO
LATIM, da Gramática Latina, do Pe. João
Ravizza, da Arcádia Romana, livro muito
utilizado nos seminários católicos até a
década de 1960.

Defeitos brasileiros na pronúncia do latim


romano:
a) - falar para dentro, e não na ponta dos
lábios;
b) - pronunciar as vogais com nasalidade: am
na e men, im, in, om, on, um e un: Deve-se
dizer, por exemplo: qu-ó-ni-a-m (A-Me), á-me-
n (MENe), hó-mi-nes, co-n-ver-te, spí-ri-tu-m;
c) - molhar o som das sílabas di e ti. Deve-se
conservar o D e o T bem dentais;
d) - dar a AL, EL, IL, OL e UL um som cheio,
gutural quando deve ser o L pronunciado mais
na ponta da língua;
e) não pronunciar as consoantes dobradas
que devem ser, todas as duas, pronunciadas:
al-lelúia, pec-cáta, col-lium, at-ténde;

f) dar às vogais finais átonas O e E valor e U e


I, respectivamente: dóminu, virtúti por dómino,
virtúte;
g) comer as finais, como em gló-ri-a, pro-pi-ti-
á-tio, ma-ter, De-i, co-gi-ta-ti-ó-nes; ou
proncunciá-las forte demais: sanctá, Mariá,
etc;

LITURGIA: em que consiste?


O conceito Cristão da «Liturgia» tem
um carácter muito singular, uma vez que o
mais importante não é o que faz o
Celebrante, mas sim o que Deus opera, em
Jesus Cristo, através da incessante Presença
e acção do Espírito Santo.
De facto, a Liturgia não se pode definir de
um modo estrito, porque o transcendente
não pode encerrar-se nos apertados limites
de uma definição. Segundo esta ordem de
ideias, poderíamos "definir" a «Liturgia»
como "a acção Sacerdotal de Jesus Cristo,
continuada na Igreja e, pela Igreja, sob a
acção do Espírito Santo, por meio da qual
«actualiza» a Sua Obra Salvadora, através
de sinais eficazes, dando assim um Culto
perfeito a Deus e comunicando aos homens
a Salvação". .
A Igreja primitiva
(«Ekklesia/Ecclesia») é o Corpo Místico de
Cristo, ou seja, todos aqueles que, pelo
Baptismo, se incorporaram a Cristo, sua
Cabeça: esta é uma realidade
essencialmente comunitária, devido à
comunhão existente entre Cristo/Cabeça e
os baptizados.
Segundo o Livro dos Actos dos
Apóstolos, foram os Apóstolos que
organizaram e regularam o Culto Cristão,
tendo S. Paulo ditado normas gerais sobre a
Liturgia. .
A língua oficial da Igreja primitiva
era o Aramaico. Com a expansão da Igreja,
em direcção à Europa Central e, mais tarde,
para o Ocidente (cerca de metade do séc.
III), impuseram-se, respectivamente, o
Grego e o Latim: – como este dominava a
vida civil na capital do Império Romano,
também se foi impondo, gradualmente, na
Liturgia.

OS DOCUMENTOS
CONCILIARES
SOBRE A LINGUA A EMPREGAR
NA
LITURGIA

A este respeito, transcrevo alguns artigos da


«Instrução Musicam Sacram», datada de
1967, do Papa Paulo VI. No N.º 47, declara:
.

"Conforme a Constituição sobre a


Sagrada Liturgia, «conservar-se-á o
uso da língua latina nos Ritos
Latinos, salvo direito
particular» (Const. «Sacrosanctum
Concilium», N.º 36, §1). «Mas,
como o uso da língua vernácula é
muito útil ao povo em não poucas
ocasiões" (idem, N.º 36, §2), "será
da incumbência da competente
Autoridade Eclesiástica Territorial
determinar se deve usar-se a língua
vernácula e em que extensão; estas
decisões têem que ser aceites, isto é,
confirmadas pela Sé Apostólica»
(ibid., N.º 36, §3). «Os pastores de
almas cuidarão de que, além da
língua vernácula, os fiéis sejam
capazes também de recitar, ou cantar
juntos, em latim, as partes do
Ordinário da Missa que lhes
pertencem»" (ibid., N.º 54).

E, no N.º 51, diz a mesma Instrução:

"Tendo em conta as condições locais,


a utilidade pastoral dos fiéis e o
carácter de cada língua, os pastores
de almas julgarão se as peças do
tesouro de Música Sacra compostas,
no passado, para textos latinos, além
da sua utilização nas Acções
Litúrgicas celebradas em latim,
podem, sem inconveniente, ser
utilizadas também naquelas que se
realizam em vernáculo. Com efeito,
nada impede que, numa mesma
celebração, algumas peças se cantem
em língua diferente".

Já no séc. XIX, Dom Prosper


Guéranger — Abade restaurador de
Solesmes e grande liturgista — considerava
a Liturgia como "um poema transbordante
de lirismo" e nunca deixou de se erguer
contra a exigência de inteligibilidade
universal, fruto do racionalismo, à qual é
imputável, no séc. XVIII, a insipidez de
inspiração de tantas composições literárias,
destinadas à Igreja. Ora, nas suas formas
tradicionais autênticas, a Liturgia está cheia
de poesia e de Mística. D. Guéranger
argumentava assim, em favor do latim, que
é a língua oficial da Igreja Católica
Romana:

"Se é importante que a língua dos


livros Litúrgicos seja fixa e
inviolável, que não seja puramente
nacional, está também na sua
natureza ser misteriosa; o que não
deve ser é vulgar. É um sentimento
universal, porque é fundado na
natureza, aquele que leva a velar as
coisas Santas, sob a sombra das
palavras misteriosas... Todas as
Sagradas Escrituras carregadas de
figuras — às vezes, tão ousadas —
cheias, de uma ponta à outra, de
alusões arrancadas ao Oriente, será
sempre, para o vulgo, apesar das
traduções, um Livro misterioso... O
mais profundo conhecimento dos
Livros Santos em nada diminui o
exercício da Fé... Ora, se assim é
para as Sagradas Escrituras, por que
não o será também, e por mais forte
razão, para a Liturgia, na qual se
operam os Mistérios que os Livros
Santos se limitam a
anunciar?" («Instituições
Litúrgicas», Tomo III, Cap. III, pg.
75-76).
.

E também: .

"O Latim não é a única língua da


Igreja, pois no Oriente, existem
Liturgias em Grego e em Russo
antigos; mas é a mais espalhada.
Para a quase totalidade do Mundo
Católico, o Latim é a língua da
Unidade" (Abade Léon Rouyet, «Le
Lutrin», Ed. 1953, N.º 1, pg. 10).

O próprio Papa S. Pio X afirmou:

"A língua própria da Igreja Romana


é o Latim. É, portanto, proibido, nas
funções solenes do Culto, cantar, seja
o que for, em língua vulgar; é-o, mais
ainda, cantar em língua vulgar as
partes variáveis, ou comuns, da
Missa e do Ofício" («Motu Proprio»,
III, §7). .

Hoje, perante a actual postura do


Clero post-Conciliar, podemos afirmar que
a Igreja se passou, de um extremo ao
outro, radicalmente oposto! .
Padres há, que dizem que a «Instrução
Musicam Sacram» e outros documentos
Conciliares estão “ultrapassados”! Pois
bem: apresentem-me um novo documento
— que terá que ser, inevitàvelmente, uma
nova «Instrução sobre Liturgia e Música
Sacra», promulgada pelo Papa — e então…
eu me renderei perante a evidência de tal e
tão eminente documento! O que sucede,
pura e simplesmente, é que não há nenhum
documento oficial da Igreja que tivesse
revogado a citada «Instrução Musicam
Sacram»… pelo que, de momento, ponto
final no assunto! .

OS DOCUMENTOS CONCILIARES
SOBRE OS TEXTOS EM VERNACULO

Diz a «Instrução Musicam Sacram», no


N.º 54:

"Ao estabelecer as traduções


populares que hão-de ser musicadas
— especialmente, a tradução do
Saltério — os peritos cuidarão de
assegurar bem a fidelidade ao texto
latino, com a aptidão para o canto
do texto em língua vernácula.
Respeitar-se-ão o carácter e as leis
de cada língua; ter-se-ão em conta
também os costumes e o carácter
peculiar de cada povo: na
preparação das novas melodias, os
músicos hão-de ter muito presentes
estes dados, juntamente com as leis
da Música Sacra (...)".
.

Quão longe se está do cumprimento de tais


normas!

As adaptações usadas, quer para o


«Ordo Missae», quer para o
«Leccionário», quer até mesmo, para os
cânticos em língua vulgar, deixam muito a
desejar… e, a maior parte das vezes, nem
sequer respeitam o texto oficial Latino! Os
textos ditos «oficiais» enfermam,
constantemente, pela ausência total de poesia
e musicalidade, pelo que, sem estes dois
elementos primordiais, tais textos são
absolutamente inaceitáveis, quer para a
proclamação da Palavra de Deus, quer, com
muito maior razão, para o canto dos
Salmos!
Há que por em prática as normas
estabelecidas nos documentos Conciliares,
nomeadamente, a «Instrução Musicam
Sacram», assim como a Constituição
«Sacrosanctum Concilium» (do Concílio
Vaticano II) e, necessário sendo, consultar
mesmo o «Motu Proprio» de S. Pío X,
cujos princípios básicos mantêem
actualidade e força de lei, documento no
qual foi inspirada a elaboração da actual
Instr. «Musicam Sacram», de Paulo VI,
que consagra o Canto Gregoriano como "o
canto próprio da Igreja Latina", o qual,
"em igualdade de circunstâncias com
outros géneros Musicais, ocupará sempre o
primeiro lugar".
No entanto, devo advertir para o triste
facto de proliferarem por aí muitos grupos
Corais que se intitulam de "gregorianistas",
mas que, de facto, não têem a mínima ideia
do que é o Canto Gregoriano, porquanto
revelam uma ignorância total da rítmica e
da expressividade muy peculiar deste
mesmo canto, que se pauta pelo
isocronismo dos tempos, ou seja, os
tempos, em Canto Gregoriano têem todos
igual duração, não cabendo aí
"subdivisões", ao contrário do que sucede na
música «mensurada».
Exemplos do que acabo de afirmar
são, entre outros: a «Schola Hungarica», a
«Cappella Musicale di S. Petronio di
Bologna», o «Deller Consort», «The Tallis
Scholars», «La Capella Reial de
Catalunya», de Jordi Savall (todos estes
grupos especializados em Música Antiga,
mas, de modo nenhum, em Canto
Gregoriano…), o Grupo «SaggitariVs» (de
França), dirigido por Michel Laplénie, o
«Coro Gregoriano de Evora»
(exclusivamente feminino) e o «Coro
Gregoriano de Lisboa» (masculino, mas
dirigido pela Prof.ª Maria Helena Pires de
Matos: no caso concreto deste último, é
inadmissível a maneira como interpreta o
repertório Gregoriano, sobretudo, tendo em
atenção que vários desses elementos
receberam uma formação séria, segundo os
princípios da velha Escola de Solesmes,
princípios estes hoje renegados pelas
teorias modernistas do «mensuralismo».
Entre duas, uma: ou esses senhores não
fazem a mínima ideia do que é o Canto
Gregoriano — e, deste modo, poderão
beneficiar de algum perdão para os erros
crassos que, constante e sistemàticamente,
cometem… — ou então, o que fazem é
premeditado e, nesse caso, insultam,
deliberadamente, o Canto Gregoriano, o
que é imperdoável! Há que denunciar tais
barbaridades!!!… Não podemos pretender
confundir «Semiologia» e/ou «Paleografia»
com técnica[s] de interpretação
Gregoriana, nem — muitíssimo menos —
sob tal pretexto, tentar destruir pela base, e
de raiz, todo o «Método de Solesmes»: ora,
é precisamente isso o que fazem os
modernistas, apologistas das teorias de
Dom Eugène Cardine).
Porém, embora nos possa parecer
estranho, nada disto nos surpreenda,
porquanto estamos perante um movimento,
a nível Internacional, apostado na
destruição total do Canto Gregoriano e, por
analogia, da própria Igreja. Infelizmente,
hoje em dia, já pràticamente, em nenhuma
Escola, Seminário, ou Mosteiro se lecciona
e/ou se pratica o verdadeiro Canto
Gregoriano, antes bem pelo contrário, na
maior parte dos casos, se difunde o «anti-
gregoriano», através das falaciosas teorias
«cardinistas» e/ou, pior ainda, dos
chamados «mensuralistas», o que é
inaceitável!
Por simpatia, o «Cardinismo» — ao
pretender "ignorar" o «ictus» rítmico… —
conduz, fatalmente, ao «Mensuralismo». De
facto, a maior parte dos «cardinistas» que
conheço já praticam o «Mensuralismo»,
como é o caso de alguns elementos da
«Schola Antiqua», de Madrid (Grupo este,
que segue as "teorias" de D. Cardine).
Portanto, para se por em prática as
determinações da Santa Madre Igreja, no
que concerne à Música Litúrgica, comece-se
— òbviamente e, em primeiro lugar — por
se formar e manter uma
«Schola» Gregoriana, segundo os princípios
do autêntico e verdadeiro Canto
Gregoriano, ou seja, o «Método de
SOLESMES», de Dom Mocquereau.
Exemplos de boas «Scholae» são:
– o Coro da «Escola Saint Grégoire
de Le Mans» (em França, que, sob os
auspícios da Santa Sé, ascendeu ao
Estatuto de Academia Internacional de
Música Sacra);

– o Coro de monges da Abadia


Benedictina de Notre-Dâme de
Fontgombault (também em França,
pertencente à Congregação de Solesmes);

– a «Schola» e o «Coro Palestrina»


do antigo «Centro de Estudos
Gregorianos» (mais tarde, «Instituto
Gregoriano de Lisboa», quando da
oficialização deste Estabelecimento de
Ensino), dirigidos, respectivamente, pela
Prof.ª D.ª Júlia d'Almendra e pelo Prof.
Antoine Sibertin-Blanc, nos quais tive a
honra de participar:
— lamentàvelmente, por causa de conflitos
havidos entre a Sr.ª D.ª Júlia d'Almendra e a
«Comissão Instaladora» do Instituto, ambos
os Coros foram extintos!;

– os Corais «Stella Vitae» e


«Renovação», de Lisboa (exclusivamente
masculinos), dirigidos outrora, pelos
Maestros Jorge Manzonni e António Leitão
e, actualmente, por João Branco e João Luís
Ferreira, respectivamente, ambos membros
do Coro da «Fundação Calouste
Gulbenkian», de Lisboa. João Branco
dirige também o «Coro Polifónico de
Almada»; João Luís Ferreira é também
regente Coro «Vox Canonica» (o Coral
«Stella Vitae» era constituído,
inicialmente, por antigos seminaristas, e/ou
seminaristas com, pelo menos, um ano de
Seminário, estendendo, mais tarde, a sua
admissão a leigos).
O repertório de ambos os Coros engloba,
além do Gregoriano, a Polifonia
Renascentista "a Capella", com especial
incidência, não só em Palestrina e Tomás
Luís de Vittoria, mas também nos
polifonistas portugueses, nomeadamente, D.
Pedro de Cristo;

– o «Coro de Santa Maria de


Belém» (da Igreja dos Jerónimos, em
Lisboa, dirigido pelo Prof. Fernando Pinto,
tendo como assistente, desde 1995, Miguel
Farinha, o qual frequentou as «Semanas
Gregorianas» de Fátima): fundado em
1990 e constituído por cerca de uma trintena
de elementos de ambos os sexos, tem feito
um excelente trabalho de educação vocal e
de interpretação de um variado e magnífico
repertório, quer em Acções Litúrgicas, quer
em audições de carácter espiritual e,
inclusivamente, com a colaboração dos
organistas Prof. Sibertin-Blanc, António
Mota e António Esteireiro e do «Grupo de
Metais» de Lisboa;

– o Grupo Vocal «Ançã-ble»


(pequeno coro de vozes mixtas, dirigido
pelo P. Pedro Miranda): estupenda
execução de um requintado repertório vocal
"a Capella" (no entanto, não me posso
pronunciar sobre este Grupo, no que
concerne ao Gregoriano, por nunca ter tido
oportunidade de verificar como — e se — o
cantam e, como tal, não dispor de dados
para fazer um juízo a esse respeito);

– o «Coral Vértice» e o «Coro


Solemnis» (exclusivamente masculinos,
constituídos por cantores do Coro da
«Fundação Gulbenkian» e antigos
seminaristas): o primeiro foi regido pelo
Maestro João Crisóstomo, estando,
actualmente, a sua direcção a cargo de
Sérgio Fontão, membro efectivo do supra-
mencionado «Coro Gulbenkian», e
licenciado em Ciências Musicais pela
Universidade Nova de Lisboa. Quanto ao
«Coro Solemnis», é dirigido por João
Crisóstomo;

– e a «Capela Gregoriana Laus


Deo» (de Lisboa, exclusivamente feminina),
regida pela Prof.ª Idalette García Giga:
excelente interpretação de um vasto
repertório Gregoriano, segundo os
princípios da velha e autêntica «Escola de
Solesmes»; .
Outros bons Coros (baseando-me,
ùnicamente, no que, em tempos, pude
apreciar… e/ou em outras informações)
eram — e passo a citar:

– o «Audite Nova», de Lisboa (sob a


regência de Fernando Cardoso, que fez os
seus estudos musicais no antigo «Centro de
Estudos Gregorianos»). Este Coro nasceu
na Igreja Paroquial de S. João de Brito de
Lisboa, em Alvalade, onde actuou durante
alguns anos, nas Acções Litúrgicas e em
Audições de carácter Espiritual, chegando a
estar subdividido em Coro de adultos e
Coro de jovens e crianças;

– o «Públia Hortênsia» (dirigido


pelo Maestro Paulo Brandão e procedente
do antigo «Coro da Basílica da Estrela»,
em Lisboa, que foi regido, anteriormente,
por Francisco d'Orey, Jorge Manzonni,
Manuel Brito e João Crisóstomo).
Tendo o Coro saído da Paróquia, salvo erro,
em 1972/73, para se formar o «Públia
Hortênsia», constituiu-se, cerca dos anos
1975/76, na mesma Basílica, uma pequena
«Schola Cantorum» — exclusivamente
masculina (absolutamente independente do
Coro anterior) — que se dedicava, entre
outros géneros Musicais, à prática do Canto
Gregoriano, segundo o «Método de
Solesmes»: .
— infelizmente (em plena época de grandes
tensões político-sociais… e de grave crise
que já grassava no seio da Igreja post-
Conciliar…) e, devido a sérias dissensões
com a Hierarquia Eclesiástica, esta
«Schola» optou pela sua auto-extinção, em
Novembro de 1978, cerca de dois meses
após a tomada de posse do novo Prior…;

– o «Regina Coeli» (também de


Lisboa, sob a direcção de António
Lourenço);

– o «Coro da Universidade de
Lisboa» (que foi regido pelos Maestros
Francisco d'Orey, José Robert e, salvo erro,
também por Fernando Eldoro);

– e o antiquíssimo «Orfeón
Académico de Coimbra» (outrora dirigido
por Raposo Marques e, mais tarde, pelo
Prof. Joel Canhão: felizmente, tive a
oportunidade de assistir a alguns "Saraus"
promovidos por esta Entidade e, ainda
hoje, me recordo, com alguma nostalgia, do
inolvidável e emocionante «Amen» da
ópera «A Danação de Fausto» de Berlioz,
com que o Orfeón finalizava sempre as suas
actuações: — esta peça imortal… ficou
célebre no seu repertório!).

Ignoro se alguns dos Grupos Corais


mencionados ainda hoje existem (excepto,
òbviamente, aqueles de cuja extinção tenho
conhecimento… e que referi, ut supra),
porque, já há muito tempo que não tenho
notícias sobre actividades organizadas pelos
mesmos, para poder pronunciar-me sobre
eles. No entanto, não queria, de modo
algum, deixar de os mencionar, como
pontos de referência obrigatória da boa
Música Coral em Portugal.

DISCOGRAFIA:

Aconselho — de um modo muito


especial — a audição das antigas gravações
da Abadia de Solesmes, sob a direcção de
Dom Joseph Gajard, O.S.B., assim como
das Abadias benedictinas de St. Martin de
Ligugé, de St. Wandrille de Fontenelle, de
St. Benoît d'En Calcat (todas em França:
esta última, com alternância entre o Coro
dos monges e a «Escolanía» de "pueri
cantores" da Abadia), do Coro de monges e
monjas da Abadía benedictina de Le Bec
Hellouin (França), dos Padres da
Congregação do Espírito Santo de
Chevilly (também em França), sob a
direcção do Rev. P. Lucien Deiss, C.S.Sp.,
da Abadía benedictina de Santo Domingo
de Silos (Burgos, Espanha), sob a direcção
de D. Ismael Fernández de la Cuesta,
O.S.B., e de D. Francisco Lara, O.S.B.,
assim como das monjas benedictinas de San
Pelayo (Oviedo, Espanha) e também as
antigas gravações dos monges benedictinos
e da «Escolanía» da Abadía de la Santa
Cruz del Valle de los Caídos (Madrid,
Espanha), dirigidos por D. Laurentino
Sáenz de Buruaga, O.S.B., assim como da
«Schola Antiqua», de Madrid (há que
reconhecer que a interpretação do
Gregoriano, por este Coro — apesar das
suas "tendências" «cardinistas»... — é
excelente). .

Ora são, exactamente, os princípios


da autêntica «Escola de Solesmes» que me
proponho expor neste site.
.

Os exemplos Musicais (Antífonas,


Hinos, Responsórios e demais peças do
repertório Gregoriano, quer do «Kyriale»,
quer do Próprio) que ilustram este trabalho
foram sacados do antigo «Graduale
Romanum» (Ed. de 1934 — Typis
Societatis S. Ioannis Evangelistae, ©
«Desclée & Socii» — Paris, 1924), do
«Ordo Hebdomadae Sanctae — iuxta
Ritum Monasticum O.S.B.» (Ed. de
1957), assim como do «Liber
Responsorialis» e do «Processionale
Monasticum» (Ed. de 1893).

U.I.O.G.D.
(ut in omnibus glorificetur Deus)

Latim medieval
O latim medieval refere-se à forma do latim utilizada
por vários séculos após a queda do Império Romano,
como a única língua escrita dos antigos territórios
imperiais. Era a língua litúrgica da Igreja Católica
Romana e meio de interação erudita, tanto na ciência
como na literatura, no direito e na administração
pública, durante a Idade Média.

Não há consenso sobre a fronteira exata entre o Latim


tardio e o latim medieval. Este último também não
deve ser confundido com o latim eclesiástico, apesar da
origem clerical de vários de seus autores e embora
alguns estudiosos defendam que o seu surgimento
coincidiu com o advento do latim eclesiástico, na
metade do século IV ou, segundo outros, por volta do
ano 500.[1]
Página com texto latino medieval do Carmina
Cantabrigiensia (Cambridge University Library, Gg. 5.
35), 11. cent.
Mudanças no vocabulário,
sintaxe, gramática e
ortografia
Influências
O latim medieval era caracterizado por um vocabulário
aumentado, que emprestava livremente de outras
fontes. Era grandemente influenciado pela linguagem
da Vulgata, que apresentava diversas peculiaridades
estranhas ao latim clássico, como consequência da
tradução mais ou menos direta do grego e do hebreu.
Estas peculiaridades se refletiam não apenas no
vocabulário, mas também na sua gramática e sintaxe.

A língua grega forneceu uma boa parte do vocabulário


técnico do cristianismo. As várias línguas faladas pelas
tribos germânicas, que invadiram a Europa ocidental,
também foram fontes importantes de novas palavras.
Líderes germânicos tornaram-se os líderes da Europa
Ocidental, e palavras de suas línguas foram importadas
livremente pelo vocabulário da lei. Outras palavras
mais comuns foram substituídas por variações do latim
vulgar ou por fontes germânicas, porque os vocábulos
clássicos caíram em desuso.

O latim também espalhou-se por áreas como a Irlanda


e a atual Alemanha, onde não se falavam línguas
românicas e que nunca haviam estado sob jugo do
Império Romano. Trabalhos escritos nestes países,
onde o latim foi uma língua aprendida sem nenhuma
relação com o vernáculo local, também influenciaram o
vocabulário e a sintaxe do latim medieval.

Já que assuntos abstratos, como ciência e filosofia,


eram tratados em latim, o vocabulário latino
desenvolvido para estes assuntos é fonte de muitos
termos técnicos nas línguas modernas. Palavras em
português tais como abstrato, sujeito, comunicar,
matéria, provável e seus cognatos em outras línguas
européias geralmente possuem o significado dado a
elas pelo latim medieval.

Um manuscrto iluminado de um Livro das horas,


contendo orações em latim medieval. Códice 470,
Biblioteca Trivulziana, Milão.

Influência do latim vulgar


A influência do latim vulgar também é aparente na
sintaxe de alguns escritores do latim medieval, embora
o latim clássico continuasse tendo alta importância e
fosse estudado como modelo para composições
literárias.

O ponto alto no desenvolvimento do latim medieval


como uma língua literária veio com a Renascença
carolíngia, um suposto ressurgimento da literatura e
das artes que teria ocorrido principalmente no reinado
de Carlos Magno, rei dos Francos.

Alcuíno foi o principal conselheiro de Carlos Magno


para assuntos eclesiásticos e de educação, além de ter
sido um importante escritor. Sua influência levou a um
renascimento da língua e literatura latinas, após o
período menos prolífico de desintegração da
autoridade romana na Europa Ocidental.

Embora estivesse simultaneamente se desenvolvendo


nas línguas românicas, o latim propriamente dito
manteve-se bastante conservado, já que não era mais
uma língua nativa e existiam muitas gramáticas antigas
e medievais dando uma forma padrão. Por outro lado,
em senso estrito, não havia apenas uma forma de
"latim medieval". Todo autor latino no período
medieval falava latim como uma segunda língua, com
vários graus de fluência, e a sintaxe, gramática e
vocabulário frequentemente eram influenciadas pela
línga nativa do autor. Isto foi particularmente
verdadeiro a partir do século XII, após o quê a língua se
tornou cada vez mais adulterada: documentos em latim
medieval tardio escritos por francófonos tendiam a
mostrar semelhanças com a gramática e o vocabulário
franceses medievais; os escritos por alemães eram
semelhantes ao alemão, etc. Por exemplo, em vez de
seguir a regra do latim clássico de colocar o verbo no
fim da sentença, os escritores medievais
frequentemente seguiam as convenções de suas
próprias línguas nativas. Enquanto o latim não possuía
artigos definidos ou indefinidos, escritores medievais
algumas vezes usavam formas de unus como artigo
indefinido e formas de ille (refletindo o uso nas línguas
românicas) ou mesmo de quidam (significando "uma
certa pessoa/coisa" em latim clássico) como uma
espécie de artigo definido. Diferentemente do latim
clássico, no qual esse ("ser") era usado como o único
verbo auxiliar, escritores do latim medieval às vezes
usavam o verbo habere ("ter"), como ocorre em línguas
germânicas e românicas. A construção do infinitivo
acusativo do latim clássico era algumas vezes ignorada,
em favor da introdução de uma sentença subordinada
com a palavra quod (ou às vezes quia). Isto é quase
idêntico, por exemplo, ao uso de que em construções
similares em francês.

Em todas as épocas, a partir do final do século VIII


existiram escritores cultos (especialmente dentro da
Igreja) suficientemente familiarizados com a sintaxe
clássica para saber que estas formas e usos eram
'errôneos'; estes, portanto, resistiram ao seu uso.
Textos de um teólogo como São Tomás de Aquino ou
de um historiador erudito clássico como Guilherme de
Tiro não apresentavam a maior parte das
características descritas acima, mostrando que
pertenceram à Idade Média apenas através do
vocabulário e da grafia. As características apontadas
anteriormente são muito mais evidentes na linguagem
de advogados (utilizada, por exemplo, no Domesday
Book, livro inglês do século XI), médicos, escritores
técnicos e cronistas seculares. Entretanto, o último
ponto mencionado — a asserção indireta com quod —
era especialmente ubíqua e podia ser encontrada em
todos os níveis de erudição.

Mudanças na ortografia
As diferenças mais marcantes entre o latim clássico e o
medieval podem ser encontradas na ortografia.
Algumas das mais frequentes diferenças são:

• O ditongo ae é usualmente colapsado e escrito


simplesmente como e (ou e caudata'', ę); por
exemplo, puellae pode ser escrito puelle (ou
puellę). O mesmo ocorre com o ditongo oe; por
exemplo, pena e Edipus (de poena e Oedipus).
Isto já ocorria em inscrições em moedas do
século IV; escrevia-se, por exemplo, reipublice
em vez de reipublicae.
• Devido a um forte declínio no conhecimento de
grego, em palavras emprestadas ou termos
estrangeiros provenientes ou transmitidos pelo
grego, o y e o i passaram a ser usados mais ou
menos indiferentemente: Ysidorus, Egiptus, de
Isidorus, Aegyptus. Isto também ocorreu com
palavras puramente latinas : ocius ('mais
rapidamente') aparece como ocyus e silva
como sylva, esta última sendo uma forma que
sobreviveu até o século XVIII e assim tornou-se
parte do latim usado pela Nomenclatura
binomial adotado modernamente pelas
ciências biológicas.
• o h podia ser omitido: habere tornava-se abere,
ou mihi tornava-se mi (este último caso
também ocorria em latim clássico); ou mihi
podia ser escrito michi, indicando que o h
passou a ser pronunciado k, pronúncia adotada
mesmo hoje em dia no latim eclesiástico, mas
que não é encontrada no latim clássico.
• A perda do h na pronúncia também levou à
adição do h na escrita, onde ele não existia
originalmente, especialmente próximo à letra r,
como em chorona para corona, uma tendência
algumas vezes vista também no latim clássico.
• -ti- antes de uma vogal é frequentemente
escrito como -ci-, assim divitiae torna-se
diviciae (ou divicie), tertius torna-se tercius,
vitium vicium.
• A combinação mn pode ter outra consoante
plosiva inserida; assim, alumnus torna-se
alumpnus, somnus sompnus.
• Consoantes únicas freqüentemente eram
dobradas, ou vice-versa, assim tranquillitas
torna-se tranquilitas e África torna-se Affrica.
• vi, especialmente em verbos no tempo
presente, pode ser perdido, assim novisse
torna-se nosse (isto ocorreu no latim clássico
também mas foi mais freqüente no latim
medieval).
Estas diferenças ortográficas eram freqüentemente
devidas a mudanças na pronúncia ou, como no último
exemplo, na morfologia, que os autores refletiam nos
seus escritos.

A mudança gradual no latim não escapou à percepção


dos homens daquela época. Petrarca, escrevendo no
século XIV, reclamou deste declínio linguístico, que
ajudou a alimentar seu descontentamento com sua
própria época. No século XVI, Erasmus reclamava que
falantes de países diferentes não conseguiam
compreender a forma de latim que cada um falava.[2]

Literatura latina medieval


A literatura latina medieval possui uma vasta gama de
textos, incluindo trabalhos tão diversos quanto
sermões, hinos, textos hagiográficos, relatos de
viagem, romances, poesia épica, e lírica.

Período inicial
A primeira metade do século V é marcada pela
atividade literária dos grandes autores cristãos
Jerônimo (c. 347–420) e Agostinho de Hippo (354–430),
cujos textos tiveram enorme influência no pensamento
teológico da Idade Média e no discípulo de Agostinho,
Próspero da Aquitânia (c. 390-455). Do final dos anos
400s e início dos 500s, Sidônio Apolinário (c. 430 – após
489) e Enódio (474–521), ambos da Gália, são bem
conhecidos por seus poemas, bem como o é Venantius
Fortunatus (c. 530–600). Este também foi um período
de transmissão: o patrício romano Boécio (c. 480–524)
traduziu parte do corpus lógico de Aristóteles,
preservando-o assim para a latinidade ocidental, e
escrevu o influente tratado literário e filosófico De
consolatione Philosophiae; Cassiodoro (c. 485–585)
fundou uma biblioteca importante no monastério de
Vivarium próximo a Squillace onde vários textos da
antiguidade seriam preservados. Isidoro de Sevilha (c.
560-636) organizou todo o conhecimento científico
ainda disponível em seu tempo no que pode ser
denominada a primeira enciclopédia, a Etymologiae.

Gregório de Tours (c. 538–594) escreveu uma longa


história dos reis Francos. Gregório vinha de uma família
aristocrática galo-romana, e seu latim, que possuía
várias aberrações com relação à forma clássica,
demonstra a diminuição na importância da educação
clássica na Gália. Por esta época, um bom
conhecimento de latim e mesmo de grego estava
sendo preservado na cultura monástica na Irlanda e foi
levado à Inglaterra e ao continente europeu por
missionários nos séculos VI e VII, tais como Columbano
(543–615), que fundou o moastério de Bobbio no norte
da Itália. A Irlanda também foi o local de origem de um
estilo poético estranho conhecido como latim
hispérico. Outros autores insulares importantes
incluem Gildas (c. 500–570) e o poeta Aldelmo (c. 640–
709). Benedito Biscop (c. 628–690) fundou o
monastério de Wearmouth-Jarrow e dotou-lhe de
livros que havia trazido de volta de uma viagem à Roma
e que foram posteriormente utilizados por Beda (c.
672–735) para escrever sua História Eclesiástica do
Povo Inglês.

Muitos trabalhos em latim medieval foram publicados


na série Patrologia Latina, Corpus Scriptorum
Ecclesiasticorum Latinorum e Corpus Christianorum.

Autores em latim medieval


importantes
Séculos IV-V

São Jerônimo no seu estúdio, por Domenico


Ghirlandaio

• Aetheria (fl. 385)


• São Jerônimo (c. 347–420)

Séculos VI-VIII
• Gildas (d. c. 570)
• Venantius Fortunatus (c. 530 – c. 600)
• Gregório de Tours (c. 538–594)
• Papa Gregório I (c. 540 – 604)
• Isidoro de Sevilha (c. 560–636)
• Beda (c. 672–735)
• São Bonifácio (c. 672 - 754)
• Chrodegang de Metz (d. 766)
• Paulo o Diácono (720s - c.799)
• Pedro de Pisa (d. 799)
• Paulinus da Aquileia (730s - 802)
• Alcuíno (c. 735–804)

O Venerável Beda traduzindo João

Século IX
• Einhard (775-840)
• Rabanus Maurus (780-856)
• Paschasius Radbertus (790-865)
• Rudolf of Fulda (d. 865)
• Dhuoda
• Lupus of Ferrieres (805-862)
• Andreas Agnellus (Agnellus of Ravenna) (c. 805-
846?)
• Hincmar (806-882)
• Walafrid Strabo (808-849)
• Florus of Lyon (d. 860?)
• Gottschalk (theologian) (808-867)
• Sedulius Scottus (fl. 840-860)
• Anastasius Bibliothecarius (810-878)
• João Escoto Erígena (815-877)
• Notker Balbulus (840-912)

Século X
• Ratherius (890–974)
• Thietmar of Merseburg (975–1018)

Século XI
• Marianus Scotus (1028–1082)
• Adão de Bremen (fl. 1060–1080)
• Marbodius of Rennes (c. 1035-1123)
Século XII

Abelardo e sua aluna, Héloïse, por Edmund Blair


Leighton

• Pedro Abelardo (1079–1142)


• Suger de St Denis (c. 1081 – 1151)
• Geoffrey de Monmouth (c. 1100 – c. 1155)
• Ailred de Rievaulx (1110-1167)
• Otto de Freising (c. 1114–1158)
• Guilherme de Tiro (c. 1130-1185)
• Pedro de Blois (c. 1135 – c. 1203)
• Walter de Châtillon (fl. c. 1200)
• O Arquipoeta (fl. 1159–1167)
Século XIII

Estátua de Rogério Bacon no museu da Universidade de


Oxford

• Giraldus Cambrensis (c. 1146 – c. 1223)


• Saxo Grammaticus (c. 1150 – c. 1220)
• Tomás de Celano (c. 1200 – c. 1265)
• Alberto Magno (c. 1200–1280)
• Rogério Bacon (c. 1214–1294)
• São Tomás de Aquino (c. 1225–1274)
• Siger de Brabant (c. 1240–1280s)
• Duns Scotus (c. 1266–1308)

Século XIV
• Ranulf Higdon (c. 1280 - c. 1363)
• Guilherme de Occam (c. 1288 - c. 1347)
Movimentos literários do latim
medieval
• Goliardo
• Hiberno-Latino
Trabalhos importantes em latim
medieval
• Carmina Burana
• Pange Lingua
• Summa Theologiae
• Etymologiae
• Dies Irae
• Decretum Gratiani

Vulgata
Vulgata Sixtina
Vulgata é a forma latina abreviada de vulgata
editio ou vulgata versio ou vulgata lectio,
respectivamente "edição, tradução ou leitura de
divulgação popular" - a versão mais difundida (ou
mais aceita como autêntica) de um texto.
No sentido corrente, Vulgata é a tradução para o
latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV
início do século V, por São Jerónimo, a pedido do
Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Católica e
ainda é muito respeitada.
Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se
sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi
escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta
aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos
escritos cristãos de séculos seguintes.
No século IV, a situação já havia mudado, e é então
que o importante biblista São Jerónimo traduz pelo
menos o Antigo Testamento para o latim e revê a
Vetus Latina.
A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais
fácil de compreender do que suas predecessoras.
Foi a primeira, e por séculos a única, versão da
Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente
do hebraico e não da tradução grega conhecida
como Septuaginta. [carece de fontes?] No Novo
Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou
textos. Ele inicialmente não considerou canônicos
os sete livros, chamados por católicos e ortodoxos
de deuterocanônicos. Porém, seus trabalhos
posteriores mostram sua mudança de conceito, pelo
menos a respeito dos livros de Judite, Sabedoria de
Salomão e o Eclesiástico (ou Sabedoria de Sirac),
conforme atestamos em suas últimas cartas a
Rufino. Chama-se, pois, Vulgata a esta versão
latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica
Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é
fonte para diversas traduções.
O nome vem da expressão vulgata versio, isto é
"versão de divulgação para o povo", e foi escrita
em um latim cotidiano, usado na distinção
consciente ao latim elegante de Cícero, do qual
Jerônimo era um mestre.
A denominação Vulgata consolidou-se na primeira
metade do século XVI, sobretudo a partir da edição
da Bíblia de 1532, tendo sido definitivamente
consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546. O
Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata
a partir de vários manuscritos existentes, o qual foi
oficializado como a Bíblia oficial da Igreja e ficou
conhecido como Vulgata Clementina.
Após o Concílio Vaticano II, por determinação de
Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata,
sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão,
terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João
Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada
Nova Vulgata e ficou estabelecida como a nova
Bíblia oficial da Igreja Católica .
Prólogos da Vulgata
Além do texto bíblico da Vulgata, ela contém
prólogos dos quais a maioria foi escrita por
Jerônimo. Esses prólogos são escritos críticos e não
eram destinados ao público em geral.
O tema recorrente dos prólogos se refere à primazia
do texto hebraico sobre os textos da Septuaginta
(LXX), em grego koiné.
Entre os mais notáveis prólogos se destaca o
Prologus Galeatus, no qual Jerônimo descreve um
Cânon bíblico judaico composto de 22 livros.
Independentemente disto, Jerônimo traduziu e
incluiu no Antigo Testamento da Vulgata os livros
Deuterocanônicos.
O prólogo Primum Quaeritur, de autoria
desconhecida, defende a autoria paulina para a
carta aos Hebreus.
Prólogos
• Pentateuco
• Josué
• Reis - Prologus Galeatus
• Crônicas
• Esdras
• Tobias
• Judite
• Ester
• Jó
• Salmos (LXX)
• Livros de Salomão
• Isaías
• Jeremias
• Ezequiel
• Daniel
• 12 Profetas (menores)
• Os evangelhos
• Epístolas Paulinas - Primum Quaeritur
Bíblia

Cânon bíblico e livros


Capítulos e versículos
Tanakh (Torá • Nevi'im • Ketuvim)
Texto Massorético • Pentateuco
samaritano • Antigo Testamento •
Bíblia Hebraica • Novo Testamento
• Nova Aliança • Deuterocanônicos
• Apócrifos judaicos • Apócrifos
do Antigo Testamento • Apócrifos
do Novo Testamento •
Antilegomena

Desenvolvimento

Cânone Judaico • Cânone do


Antigo Testamento • Cânone do
Novo Testamento

Autoria

Autores da Bíblia • Autoria


Mosaica • Trabalhos de João •
Epístolas Paulinas

Traduções bíblicas

Septuaginta • Targum • Peshitta •


Vetus Latina • Vulgata •
Neovulgata • Bíblia gótica • Bíblia
Poliglota Complutense • Bíblia
Luther •
King James Version • Traduções
em Português • Línguas indígenas

Manuscritos bíblicos

Pergaminhos do Mar Morto • La


Bible d'Alexandrie • Tanakh em
Qumran • Manuscritos do AT com
o Tetagrama • Categoria dos textos
do NT • Variantes textuais no NT •
Lecionários do NT • Papiros do NT
• Unciais do NT grego •
minúsculos do NT

Estudos bíblicos

Crítica bíblica • Datação da Bíblia


• Hipótese Documental • Problema
Sinótico • A Bíblia e a história •
Arqueologia bíblica

Interpretação

Hermenêutica • Pesher • Midrash •


Pardes • Alegoria • Literalismo

Pontos de vista

Inerrância bíblica • Infalibilidade


bíblica • Crítica da Bíblia • Leis
bíblicas do Cristianismo • Visão
islâmica da Bíblia • Narrativas
bíblicas e do Alcorão •
Gnosticismo no Novo Testamento •
Judaísmo e Cristianismo •
Profecias bíblicas

Referências
1. ↑ Jan M.Ziolkowski, "Towards a History of
Medieval Latin Literature", in: F. A. C. Mantello
and A. G. Rigg (eds.), Medieval Latin: An
Introduction and Bibliographical Guide
(Washington, D.C., 1996), pp. 505-536 (pp. 510-
511)
2. ↑ Veja Desiderius Erasmus, De recta Latini
Graecique sermonis pronunciatione dialogus,
Basel (Frobenius), 1528.

Bibliografia Básica
• The New Missal Latin by Edmund J.
Baumeister, S.M., Ph.D. Published by St.
Mary's Publishing Company, P.O. Box 134,
St. Mary's, KS 66536-0134, USA
• A Primer of Ecclesiastical Latin by John F.
Collins, (Catholic University of America
Press, 1985) ISBN 0-8132-0667-7. A
learner's first textbook, comparable in style,
layout, and coverage to Wheelock's Latin,
but featuring text selections from the liturgy
and the Vulgate: unlike Wheelock, it also
contains translation and composition
exercises.
• Harrington, K. P., Pucci, J. e Elliott, A. G.
Medieval Latin (2ª ed.), (Univ. Chicago Pres,
1997) ISBN 0-226-31712-9

• Pós-FÁCIO
Razões que me levaram à
elaboração deste trabalho:
Sendo um apaixonado por temas como
Liturgia e Música Sacra e, verificando
que, depois do Concílio «Vaticano II»,
uma autêntica anarquia (para não dizer
subversão) se instalou no seio da Igreja,
no que concerne não só à Liturgia, mas
também — e, muito especialmente — no
campo musical, já que uma grande parte
de quantos têem por missão a
solenização das Celebrações através do
canto, não faz a mínima ideia do que é a
Liturgia — nem muito menos ainda —
do que é a Música Sacra e, de quão
primordial é o papel de ambas na vida da
Igreja (se tivermos em conta o modo
como são adulterados, ou até mesmo,
profanados, os Ritos Sagrados, os quais
exigem e merecem todo o nosso respeito
e máxima Veneração, porquanto se
dirigem a Deus, à Sua Honra, Glória e
Majestade, e que, por ser Deus Quem é,
Lhe são devidos, por direito próprio),
decidi-me apresentar, o presente Curso
de Canto Gregoriano (baseado nos
Cursos ministrados outrora no antigo
«CENTRO DE ESTUDOS
GREGORIANOS», sob a direcção da
sua Fundadora, a Profª. Dª. Júlia
d’Almendra — de feliz memória, a quem
eu rendo a minha homenagem — e em
outras obras que consultei «a
posteriori»), dirigido, de um modo
especial, aos amantes da Liturgia e da
Música Litúrgica e aos estudantes de
canto Gregoriano e, de um modo geral, a
quantos se interessam por tal matéria.
Este trabalho — todo ele, segundo os
princípios tradicionais do «Método de
Solesmes» — está dividido e/ou
agrupado nos seguintes temas:
.



1.— O canto Gregoriano (dados
Históricos);

• 2.— Notação Gregoriana:

• a) estudo progressivo da Notação


Quadrada;

• b) esclarecimento sobre certos


neumas;

• c) Quadro sinóptico dos neumas


principais, segundo notações de
Escolas diferentes;

• 3.— Rítmica Gregoriana:

• a) Tempo composto e «ictus» rítmico


— a «Célula Rítmica Fundamental»;

• b) o Ritmo composto e o Grande


Ritmo — a «Quironomia»
Gregoriana;

• c) o Ritmo e a palavra Latina: o


acento tónico e os acentos
secundários — a palavra Latina,
quer isolada, quer no contexto do
inciso literário; .

• 4.— Modalidade Gregoriana:

• a) Quadro geral do «OCTOECOS»


— observação particular sobre cada
modo;

• b) as Finais secundárias e o Sistema


Hexacordal;

• c) técnicas de Transposição;
• d) os equívocos Modais —
Modulações e equivalências —
Cadências «invertidas»;

• e) a Evolução Modal, segundo Dom


Daniel Saulnier, O.S.B. (embora este
monge Benedictino seja apologista
das "teorias" de Dom Cardine — o
que lamento, profundamente… —,
não deixei de achar sumamente
interessante o seu ponto de vista, sob
o aspecto «estritamente modal»,
motivo por que não resistí à tentação
de o mencionar neste site);
.

• 5.— Salmódia (tons simples e


solenes — estudo do cântico do
«Magnificat»);

• 6.— Breves Notas para a direcção de


uma «Schola» Gregoriana (por Mr. A.
Le Guennant, Director do antigo
«Instituto Gregoriano de Paris»);

• 7.— O “acompanhamento” ao Orgão


do canto Gregoriano (segundo os
princípios do Prof. Henri Potiron e
de Dom Hébert Desrocquettes);

• 8.— Apêndice:

• a) Bibliografia citada;

• b) Peças do repertório Gregoriano,


quer para estudo individual, quer
para a prática de canto em conjunto.
.

• ________________________

N.B.— Para maior comodidade dos
utentes — por uma questão de maior
rapidez no carregamento dos
respectivos ficheiros, a partir da
INTERNET — os Capítulos que
concernem a estes temas foram
subdivididos em vários
"subcapítulos", segundo uma ordem
lógica, tendo em atenção a sua
extensão (mais ou menos longa) e os
temas neles versados.

• Apesar dos inúmeros exemplos


musicais apresentados, de acordo
com os temas desenvolvidos, seria de
suma utilidade — eu até diria mesmo,
indispensável — que os interessados
em seguir a matéria versada neste
site, pudessem dispor de alguma das
seguintes publicações:

• • «Liber Usualis»;

• • «Graduale Romanum» (edições


de 1934, ou de 1957, ou de 1972);

• • «Antiphonale Monasticum» (ed.


de 1934).

• Seguramente, será difícil obter, hoje


em dia, um «Liber Usualis», dado
que, com a chamada "Reforma
Litúrgica" do Concílio «Vaticano
II», esse livro foi sendo substituído,
pouco a pouco, pelo novo «Graduale
Romanum», isto, quando em não
poucos casos, infelizmente, foram —
em actos de autêntica malvadez —
atirados para o lixo, ou até mesmo
queimados! (nessa famigerada onda
de anarquia e vandalismo
«progressista» sem precedentes…),
por gente sem escrúpulos e
absolutamente irresponsável…, e isto,
com maior gravidade, tratando-se de
clérigos, seminaristas e
religioso(a)s…, portanto, pessoas que
deviam ter um mínimo de bom
senso…, para preservar um
património milenário e inigualável
do tesouro Musical e Espiritual da
Igreja Católica!
No entanto, apesar de todos
estes desmandos, talvez ainda hoje
fosse possível encontrar (…?) algum
«Liber Usualis» nalguma estante
poeirenta de uma qualquer
"esquecida" biblioteca de um antigo
Mosteiro, ou numa igreja de
província, ou nalguma Catedral que
o(s) tenha votado ao caruncho… e ao
ostracismo!… O mesmo digo em
relação ao antigo «Antiphonale
Monasticum», que talvez ainda se
pudesse encontrar… e/ou obter
nalgum Mosteiro Benedictino onde,
até há pouco tempo, ainda se cantasse
o Ofício Divino em Gregoriano.

De qualquer modo, quer o
novo «Graduale Romanum», quer o
«Graduale Triplex» (ed.s de 1979 e
1983, respectivamente), quer mesmo
o antigo «Antiphonale
Monasticum» (uma vez que o novo
Antifonário ainda não foi publicado),
poderão ser encomendados à Abadia
de Solesmes — que os edita e vende
— cujo endereço é o seguinte:

Araruama-RJ
26-11-2012

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