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ISSN: 2525-8761
Emanuelly Bernardes-Oliveira
Doutorado
Laboratório de Pesquisa em Imunologia Celular e Molecular, DACT, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil.
Endereço: R. General Gustavo Cordeiro de Farias, S/N - Petrópolis, Natal – RN, Brasil.
https://orcid.org/0000-0003-4673-9209
E-mail: bionatalrn@yahoo.com.br
RESUMO
A candidíase vulvovaginal (CVV) é uma doença onde se encontra uma infeção da vulva
e da vagina, causada pelo gênero Candida spp.. Possui mais de 200 tipos de diferentes
microrganismos, dos quais a Candida albicans se destaca mais em função de sua taxa de
prevalência em condições normais e de infecção. Nessa perspectiva, este estudo buscou
realizar uma revisão de literatura sobre os fatores de virulência de candidíase em mulheres
grávidas. O presente estudo se caracteriza como um tipo de revisão bibliográfica,
exploratória e descritiva. Os trabalhos selecionados foram incluídos a partir de base de
dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e no PubMed, o período de busca
foram os anos de 2015 a 2021. Os descritores utilizados para a busca de estudos foram:
“candidíase”, “Candida”, “Candida albicans”, “candidíase vulvovaginal”, “gravidez”,
“vulvovaginal candidiasis”, “pregnancy and predisposing factors”. Observou-se que a
candidíase vaginal é das maiores ocorrências relacionadas a infeções genitais e, na
maioria das vezes, é uma doença primária, ou seja, surge em função de algum
desequilíbrio da microbiota vaginal normal da paciente ou até mesmo alterações no seu
estado imunológico. Desse modo, em função da diversidade de formas e métodos de
resistência é preciso uma atualização dos tratamentos, realização de campanhas para
conscientização e esclarecimentos, na busca por novos alvos terapêuticos, e estratégias
de prevenção e diagnóstico destas infeções principalmente ao que se refere a mulheres
gestantes.
ABSTRACT
Vulvovaginal candidiasis (CVV) is a disease where an infection of the vulva and vagina
is found, caused by the genus Candida sp. it has more than 200 types of different
microorganisms, of which Candida albicans stands out more due to its prevalence rate
under normal and infection conditions. From this perspective, this study sought to carry
out a literature review on the virulence factors of candidiasis in pregnant women. The
present study is characterized as a type of bibliographical, exploratory and descriptive
review. The selected works were included from the Scientific Electronic Library Online
(SCIELO) database and in PubMed, the search period was the years 2015 to 2021. The
descriptors used to search for studies were: “candidiasis”, “candida”, “candida albicans”,
“vulvovaginal candidiasis”, “pregnancy”, “vulvovaginal candidiasis”, “pregnancy and
predisposing factors”. It was observed that vaginal candidiasis is one of the biggest
occurrences related to genital infections and, in most cases, it is a primary disease, that
is, it arises due to an imbalance in the patient's normal vaginal microbiota or even changes
in her immune status. Thus, due to the diversity of forms and methods of resistance, it is
necessary to update treatments, carry out campaigns for awareness and clarification, in
the search for new therapeutic targets, and prevention and diagnosis strategies for these
infections, especially with regard to women pregnant women.
1 INTRODUÇÃO
A candidíase vulvovaginal (CVV) é uma uma infecção da vulva e da vagina,
causada pelo gênero Candida spp. que possui mais de 200 espécies, das quais a Candida
albicans se destaca mais em função de sua taxa de prevalência em condições normais e
de infecção, seguida por Candida glabrata e Candida tropicalis (SILVA et al., 2019).
A Candidíase vaginal causa um corrimento espesso, grumoso e esbranquiçado,
acompanhada geralmente de irritação no local. O gênero Candida spp. habita
naturalmente o trato genital, ou seja, faz parte da microbiota normal, mas a doença
aparece quando há desequilíbrio na imunidade ou quando há mudanças no pH vaginal, o
que facilita a multiplicação do fungo, caracterizando-o como oportunista (FURTADO et
al., 2018).
No Brasil, o estudo de Leal et al. (2016) aponta a candidíase vaginal como
segundo diagnóstico mais comum em ginecologia, o que tem ocasionado preocupação
dos profissionais da saúde devido ao crescente número de casos recorrentes.
Fatores de risco, como o uso de anticoncepcionais por via oral, diabetes melittus,
terapia de reposição hormonal, utilização de antibióticos sistêmicos e vestimentas
apertadas aumenta a incidência de candidíase. Durante a gravidez acontece a proliferação
desordenada da Candida em decorrência do aumento de estrogênio e glicosúria na
mucosa vagina (FREITAS; PIRES, 2016; ISIBOR et al., 2011).
Estudos demonstram que cerca de 5 a 40% das mulheres podem ter leveduras em
exames cervicovaginais de forma assintomática e 5% apresentam casos de candidíase
vulvovaginal de forma recorrente (VIANA et al., 2019; SOUZA et al., 2012).
Segundo Passini et al. (2010) o corrimento vaginal infeccioso em mulheres
grávidas é relatado com apresentação de um grande risco de complicações, incluindo
aborto, ruptura prematura de membranas, corioamnionite, prematuridade, baixo peso ao
nascer e endometrite pós-parto.
A candidíase vaginal pode ser observada em grande incidência nos estudos
relativos à gestação, mostrando a necessidade de os profissionais de saúde terem domínio
do tema para apresentar as formas de manifestação, seus processos patogênicos e
imunológicos, tratar e evitar a infecção durante a gravidez.
Nessa perspectiva, essa infecção pode ser prejudicial para a saúde da mulher em
um período crucial da vida, surge o seguinte questionamento: como a virulência da
candidíase afeta as mulheres grávidas?
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CARACTERISTICAS DO GÊNERO E ESPÉCIES DE CANDIDA
O gênero Candida é considerado um patógeno oportunista e também uma
levedura dimórfica, o qual depende de fatores próprios de virulência e fatores pré-
disponentes do hospedeiro para causar algum tipo de infecção (CAMARGO et al., 2008).
É um fungo diploide assexual e dimórfico, ou seja, dependendo das condições ambientais
pode existir como levedura unicelular em forma oval com brotamento (blastosporo e
clamidósporo), bem como em diferentes formas filamentosas denominadas hifas e
pseudohifas (Figura 1) (RAZZAGHI-ABYANEH; SHAMSGHAHFAROKHI; RAI,
2015).
A Candidíase é uma infecção oriunda da proliferação por leveduras do gênero
Candida. Em pessoas saudáveis, Candida coloniza, principalmente as mucosas do trato
gastrointestinal e urogenital, e também a pele sem demonstrar qualquer sintoma da
doença. Todavia, quando há um desequilíbrio da microbiota ou o sistema imune do
hospedeiro encontra-se comprometido, as leveduras tendem a manifestações agressivas,
tornando-se patogênicas (BROOKS et al., 2014).
Quanto à origem, pode ser endógena, quando oriunda da microbiota; ou exógena,
quando transmitida através do ato sexual. A espécie C. albicans é o principal causador da
candidíase, ela tem a capacidade de emitir hifas verdadeiras ou tubos germinativos após
incubação em contato com soro humano durante cerca de 90 minutos a 37ºC, que podem
ser vistas através do microscópio. Outro teste morfológico que diferencia a C. albicans
de outras espécies é a capacidade de produzir grandes clamidósporos esféricos em meios
nutricionalmente deficientes. Testes de fermentação e assimilação de açúcares podem ser
usados para confirmar a identificação das outras espécies de Candida (BROOKS et al.,
2014).
3 METODOLOGIA
O estudo em questão possui um método qualitativo. A pesquisa se caracteriza
como do tipo de revisão bibliográfica, exploratória e de natureza descritiva. Segundo Gil
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O presente estudo tem como base abordar o tema proposto, mantendo o mesmo
em uma delimitação de objetivos descritos pela pesquisa a serem alcançados. Após
aplicação dos critérios de inclusão e exclusão restaram cinco artigos para análise, esses
que tem a perspectiva de sanar a pergunta norteadora (Quadro 1).
De acordo com Rocha et al. (2021), vários estudos vêm sendo realizados no intuito
de verificar novas moléculas que possam inibir a produção ou até mesmo a formação dos
mecanismos de resistência, principalmente, no desenvolvimento do biofilme nas espécies.
Dentre fatores que auxiliam na infecção por espécies de Candida citados no estudo de
Rocha et al. (2021) se observa:
5 CONCLUSÃO
Observou-se que a candidíase vaginal é das maiores ocorrências relacionadas a
infeções genitais e, na maioria das vezes, é uma doença primária, ou seja, surge em função
de algum desequilíbrio da microbiota vaginal normal da paciente ou até mesmo alterações
no seu estado imunológico, acarretando na proliferação fúngica e invasão tecidual. Com
relação à patogenia esta é bastante complexa e diversos fatores de risco foram descritos
nos últimos anos, como foi possível verificar ao longo do trabalho.
Desse modo, em função da diversidade de formas e métodos de resistência é
preciso uma atualização dos tratamentos, realização de campanhas para conscientização
e esclarecimentos, na busca por novos alvos terapêuticos, e estratégias de prevenção e
diagnóstico destas infeções. Com ênfase a candidíase na gravidez, nem todos os
medicamentos são eficazes ou adequados, por isso a importância de entender melhor os
fatores de virulência, mecanismos de ações e demais informativos no que se refere à
patologia.
REFERÊNCIAS
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