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Simone Santos Oliveira1, Mary Yale Neves2, Jussara Brito1, Lúcia Rotenberg3
DOI: 10.1590/0103-11042021E111
RESUMO O artigo visou refletir acerca da produção intelectual da pesquisadora Helena Hirata como
importante referência para o campo da saúde coletiva, em especial para a compreensão das relações entre
o trabalhar e as dinâmicas que envolvem a saúde. Recorreram-se às suas publicações teórico-acadêmicas
e entrevistas concedidas a revistas especializadas, cuja análise foi aprofundada por meio de uma conversa
virtual com a pesquisadora. Com suas pesquisas comparativas no Brasil, na França e no Japão, Hirata
apresenta as diversidades e semelhanças dos mundos do trabalho, dos processos de globalização e seus
efeitos, fortalecendo a discussão sobre a ampliação do conceito de trabalho – para além do trabalho
assalariado – e sua centralidade. Seus estudos enriquecem o debate sobre a indissociabilidade entre as
relações sociais de sexo/gênero e a divisão sexual do trabalho. A imbricação e a interdependência do
conjunto das relações sociais figurarão de forma exemplar em suas análises acerca do trabalho de cuidado,
possibilitando a condensação de ideias e conceitos. Dessa forma, a produção intelectual de Hirata, ao
afirmar a transversalidade das relações sociais de sexo/gênero, subsidia reflexões sobre a determinação
do processo saúde-doença, contribuindo decisivamente para os estudos da relação saúde e trabalho.
ABSTRACT The article aims to reflect on the intellectual production of researcher Helena Hirata, as an
important reference for the field of collective health, especially for understanding the relationships between
work and the dynamics that involve health. Her theoretical-academic publications and interviews with spe-
cialized journals were used, whose analysis was deepened through a virtual conversation with the researcher.
1 Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), Escola Nacional
With her comparative research in Brazil, France, and Japan, Hirata presents the diversities and similarities
de Saúde Pública Sergio of the worlds of work, the processes of globalization and their effects, strengthening the discussion about the
Arouca (Ensp), Centro expansion of the concept of work beyond wage labor and its centrality. Her studies enrich the debate on
de Estudos da Saúde do
Trabalhador e Ecologia
the inseparability between the social relations of sex/gender and the sexual division of labor. The imbrication
Humana (Cesth) – Rio de and interdependence of the set of social relations will appear in an exemplary way in her analysis of care
Janeiro (RJ), Brasil work, enabling the condensation of ideas and concepts. In this way, Hiratas intellectual production, when
sssoliver@gmail.com
affirming the transversality of the social relations of sex / gender, subsidizes reflections on the determination
2 Universidade Federal of the health-disease process, contributing decisively to the studies of the health-work relationship.
Fluminense (UFF), Instituto
de Psicologia – Niterói (RJ),
Brasil. KEYWORDS Feminism. Health. Work. Workers health.
3 Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), Instituto
Oswaldo Cruz (IOC),
Laboratório de Educação
em Ambiente e Saúde – Rio
de Janeiro (RJ), Brasil
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer
meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 45, N. ESPECIAL 1, P. 137-153, OUT 2021
138 Oliveira SS, Neves MY, Brito J, Rotenberg L
da União Nacional dos Estudantes (UNE), (GEDISST), conduziu Hirata a estudar as di-
então na clandestinidade, permaneceu detida ferenças entre homens e mulheres na organi-
por dez dias. Devido à sua atuação política, zação do trabalho, nos salários, na promoção,
foi obrigada a deixar o País sem concluir sua na carreira. Assim, pôde evidenciar que as
formação acadêmica. Portando documentos questões de gênero perpassavam o processo
falsos, seguiu via Chile em direção à França, produtivo, as políticas de gestão e a dimen-
país onde encontraria seu companheiro e berço são tecnológica, levando à conclusão de que
da produção intelectual que subsidiava até caberiam estudos específicos acerca de tal
então os seus estudos. problemática. De 1992 a 1995, o GEDISST
Sem comprovar titulação acadêmica, ins- esteve sob a sua direção.
creveu-se na Universidade Vincennes-Saint- Em 1997, ela obteve a habilitação para dirigir
Denis-Paris VIII. Seu trabalho ‘O papel do pesquisas, que é a titulação de mais alto nível
Estado nos países subdesenvolvidos: o caso acadêmico na França, pela Universidade de
do Brasil’ conferiu-lhe, em 1979, o título cor- Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines. Além
respondente atualmente ao de doutora. A tese, disso, desde 2003, atua como diretora de
no campo da sociologia política, foi sua única pesquisa no CNRS, vinculada ao Grupo de
pesquisa não empírica, elaborada a partir dos Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris
livros de Sérgio Buarque de Holanda. (CRESPPA), associado às Universidades de
Assim que conseguiu inserir-se no CNRS Paris VIII-Saint-Denis e Paris X-Nanterre. No
como datilógrafa (1977 a 1979), Hirata passou CRESPPA, integra a equipe Gênero, Trabalho,
a contar com a solidariedade das demais mu- Mobilidades (GTM). É diretora de pesquisa
lheres, sociólogas – entre elas, Danièle Kergoat emérita desde sua aposentadoria, em 2011.
–, que a orientaram, inclusive, na elaboração Os(as) pesquisadores(as) do CNRS foram,
de um projeto de pesquisa. Esse apoio foi es- ao longo dos anos, assimilando atividades
sencial para que ela, futuramente, alcançasse docentes, o que possibilitou a Helena Hirata
uma vaga de pesquisadora na instituição. O orientar diversas teses de doutorado e pós-
movimento sindical para a integração dos -doutorado, inclusive de várias pesquisado-
‘hors-statuts’ (com contratos de pesquisa, sem ras brasileiras. Vale destacar que, segundo a
vínculo regular) foi fundamental para o seu autora, mesmo com o reconhecimento das
ingresso no CNRS e de muitas de suas colegas pesquisadoras do CNRS do trabalho por
por volta de 1980. elas desenvolvido, havia uma discriminação
Decidida, ainda, a continuar estudando o na própria instituição acerca da promoção
Brasil, conversou com o diretor do Centro de à direção de pesquisa para as mulheres que
Sociologia das Organizações (CSO), Michel trabalhavam com as temáticas do feminismo
Crozier. Partiu dele a sugestão de um tema que e das relações sociais de sexo/gênero.
aludisse ao Japão. Foi com o projeto ‘Aspectos Com a integração ao CNRS, Hirata dedicou-
técnicos e socioculturais da organização do -se durante décadas ao exame dos processos
trabalho: comparação Brasil, França e Japão’ de globalização e de reestruturação produtiva,
que Helena Hirata passou a integrar, como à observação da divisão sexual do trabalho e
pesquisadora, o CNRS, onde permanece desde à análise do fenômeno do desemprego, cha-
janeiro de 1980. mando atenção para seus efeitos na saúde dos
Apesar de esse projeto inicial não contem- trabalhadores e das trabalhadoras – estudos
plar questões vinculadas às relações de sexo/ e interlocuções desenvolvidos em momentos
gênero, a aproximação com Danièle Kergoat, diversos com outros(as) pesquisadores(as), de
em um sublaboratório do CSO, que se trans- diferentes disciplinas, entre eles(as), Danièle
formaria mais tarde no Grupo de Estudos Kergoat, John Humphrey, Philippe Zarifian,
sobre a Divisão Social e Sexual do Trabalho Christophe Dejours, Kurumi Sugita, Nadya
Araujo Guimarães, Alice Rangel de Paiva Abreu, identificar como suas contribuições teóricas se
Bila Sorj, Liliana Segnini e Pascale Molinier. constituíram e se constituem em um dos pilares
Helena Hirata tem realizado investigações de sustentação de certas experiências do movi-
sempre em uma perspectiva comparativa entre os mento de mulheres brasileiro3.
aspectos técnicos, sociais e culturais da organiza- Por fim, vale destacar que, em janeiro de
ção do trabalho industrial; e, mais recentemente, 2020, realizou-se, em Paris, o colóquio ‘Em
esses estudos têm discorrido sobre o trabalho de torno do trabalho de Helena Hirata. Trabalho,
cuidado na França, no Japão e no Brasil. Assim, gênero e subjetividades – da fábrica ao tra-
a pesquisadora manteve seu vínculo com o país balho de cuidado’, que contou com a parti-
que a adotou desde o início de sua formação aca- cipação de pesquisadores(as) e parceiros(as)
dêmica até os dias atuais, incluindo o período em da pesquisadora, procedentes da França, do
que esteve exilada. Reino Unido, da Espanha, da Itália, do Japão,
Ao Brasil, somente retornara em 1979, após do Canadá, da Argentina e do Brasil.
a Lei de Anistia aos presos e perseguidos po- A autora sempre valorizou a potência do
líticos, promulgada em decorrência de uma trabalho coletivo, fosse nos projetos de pes-
ampla mobilização social. A partir de então, quisas e nas cooperações internacionais, fosse
participou de inúmeros seminários, congressos na confecção de artigos e livros, fomentando
e colóquios nacionais, além de ter estabelecido uma sólida e instigante produção acadêmica.
parcerias, inclusive institucionais, duradouras, Várias dessas obras foram traduzidas em di-
integrando diversas redes de intercâmbio e de versas línguas. Apresentamos as principais
pesquisas. Atuou, principalmente, como pesqui- obras produzidas por Helena Hirata, sozinha
sadora visitante do Centro Brasileiro de Análise ou em coautoria (quadro 1), e as entrevistas
e Planejamento (Cebrap) e como professora vi- concedidas a revistas especializadas e outros
sitante da USP e da Universidade de Campinas canais midiáticos, bem como as participações
(Unicamp), sobretudo nos anos 1980-1990. da pesquisadora em podcasts, entre os anos
Cabe destacar ainda seu diálogo contínuo e 2000 e 2020 (quadro 2), nas quais resgata a
permanente com movimentos sociais, sindicatos sua trajetória intelectual e socioprofissional,
e grupos feministas no País. No dossiê organi- além de discorrer sobre temas e objetos da
zado por Briguglio, Grecco, Lindôso e Lapa2, no sociologia do trabalho e das relações sociais
qual é destacada a potente parceria construída de sexo/gênero, principalmente na França e
entre Daniéle Kergoat e Helena Hirata, pode-se no Brasil.
Quadro 1. Listagem de livros e coletâneas escritos ou organizados por Helena Hirata, entre os anos 1993 e 2017
Quadro 1. (cont.)
Quadro 2. Entrevistas publicadas sobre Helena Hirata, entre os anos 2000 e 2020
Quadro 2. (cont.)
gênero-raça, deixando a dimensão classe social operária de São Paulo, levou à compreensão de
em um plano menos visível. A não hierarquiza- que uma análise a partir do ponto de vista da
ção, a interseccionalidade das três dimensões, divisão sexual do trabalho demanda a convo-
de acordo coma autora, pode “ser considerada cação de diferentes e complementares teorias:
um instrumento de conhecimento e ao mesmo dos mercados de trabalho, dos processos de
tempo um instrumento de ação política”24(61). trabalho e do sujeito-sexuado.
O diálogo com a psicodinâmica do trabalho,
Subjetividade e trabalho a partir de 1987, insere-se exatamente nessa
perspectiva. Hirata sinaliza que, tanto para a
É importante registrar o interesse de Hirata abordagem das relações sociais de sexo/gênero
pela questão da subjetividade e a adoção de quanto para a psicodinâmica do trabalho, as
uma perspectiva interdisciplinar no desenvol- relações de trabalho não são apenas relações
vimento de suas pesquisas4,17,18,26. A proble- de exploração, mas também relações intersub-
mática do individual e do coletivo mobilizou jetivas. Como uma das clínicas do trabalho,
a autora, desde suas primeiras incursões, a psicodinâmica do trabalho27 tem o olhar
por razões de ordem teórica e empírica. Do dirigido para as relações intersubjetivas, cujo
ponto de vista teórico, a relação interindividual enfoque é considerado fundamental para a
homem/mulher se constitui como um dos análise do trabalho e para o campo da saúde
componentes do antagonismo entre os grupos mental e trabalho. Uma importante contri-
sociais que é notabilizado pela abordagem das buição de Hirata, em parceria com Kergoat26,
relações sociais de sexo/gênero. Já os materiais para o desenvolvimento dessa abordagem foi
empíricos de uma pesquisa de campo realizada abrir uma discussão a respeito da ausência da
por ela no Japão, ainda no início da década dimensão sexuada da divisão do trabalho em
de 1980, despertaram a necessidade de uma suas construções teóricas sobre sofrimento e
análise sobre a relação entre o individual, o prazer no trabalho, além do debate em torno
grupo e o coletivo. No caso, a observação de dos sistemas defensivos desenvolvidos coleti-
que havia uma primazia do grupo sobre o indi- vamente diante de situações potencialmente
víduo mostrou-se como um ponto fundamental nocivas à saúde mental.
a ser elucidado, tendo em vista a compreensão Apesar de seus valiosos instrumentos con-
da dinâmica do trabalho industrial no País. ceituais, estes não consideravam, até então, a
De acordo com Hirata22, no tocante ao relação de poder existente entre os sexos nem
processo de trabalho, o capitalismo japonês a correspondência de uma ética e uma estética
mobilizava especificamente o sujeito desse da abnegação e do altruísmo feminina a uma
processo, e não uma ‘força de trabalho’ ou uma ética e uma estética da virilidade masculina,
força de trabalho homogênea e quantificável. historicamente exercícios de subjetividade que
Os resultados de sua pesquisa indicaram que são explorados pela organização do trabalho e
as relações sociais, especialmente as relações que, por sua vez, também podem estar na base
homem-mulher, são essenciais para a análise dos sistemas defensivos apregoados por aquela
do desempenho da indústria japonesa. Nos abordagem. Essa crítica gerou o encaminha-
estudos comparativos internacionais, a inte- mento de vários estudos posteriores, entre
gração do contexto social às relações sociais eles, o desenvolvido por Pascale Molinier27,
de sexo/gênero – com sua dimensão intersub- com a criação de conceitos que buscam tratar
jetiva – possibilitou, assim, tanto a crítica aos das relações intersubjetivas no trabalho, tendo
determinismos econômicos e tecnológicos, em vista as vivências das trabalhadoras e dos
como a crítica ao culturalismo18,22,23. Ainda em trabalhadores, com suas especificidades.
1981, um estudo sobre desemprego realizado Dessa forma, o exame dos elementos sub-
com John Humphrey, em um bairro da classe jetivos – não econômicos e não tecnológicos
quanto aos beneficiários do serviço. Para ambos, legado vinculado à afirmação da centralidade
há uma clara diferença entre provisão e práticas, do trabalho, que é um dos pontos de desta-
entre ética e trabalho concreto. Para eles(as), as que em sua obra, nos modos de apreensão
atividades realizadas referem-se não apenas à de diferentes problemas. Nessa linha, com o
dimensão fisiológica, mas também à dimensão entendimento de que as esferas da produção
psicológica, e, entre as disposições apontadas e da reprodução, de que o trabalho remune-
como importantes, evoca-se a paciência neces- rado e o trabalho doméstico estão sempre
sária para realizar essas atividades. Entretanto, em conexão, isso propicia a aquisição de um
o ‘cuidado’ e as ‘atividades’ são percebidos como olhar mais abrangente (não fragmentado),
‘ajuda’ pelas cuidadoras e, menos frequentemen- beneficiando tanto os estudos que tratam da
te, pelos cuidadores. vida no âmbito familiar quanto aqueles que se
Sob a ótica da demanda por cuidado, na debruçam sobre os mundos da produção. No
França, o estado e as políticas públicas têm primeiro caso, seria um equívoco desconsi-
um papel essencial para supri-las. No Japão, derar a questão do trabalho e das relações de
a família apresenta-se como maior suporte classe, por exemplo, em estudos sobre saúde
de provisão de cuidados. Já no Brasil, as e violência doméstica. No segundo caso, seria
lacunas do Estado são compensadas por uma falha ignorar o problema da dominação,
redes de apoio provenientes da vizinhança, da opressão e da exploração das mulheres – e,
principalmente de mulheres da família. mais especificamente, das mulheres negras.
Esses estudos desenvolvidos por Helena Observamos, também, que a perspectiva da
Hirata 24(61-62) reafirmam, então, a impor- divisão sexual do trabalho, além de conduzir a
tância do reconhecimento e da valorização um questionamento das ‘competências’ reque-
do trabalho de cuidado, ainda mais visível ridas às mulheres para atuar, principalmente,
com a demanda crescente por cuidado de- em trabalhos repetitivos e no setor de serviços,
corrente da expansão demográfica e do en- contribui para o reconhecimento de quadros
velhecimento da população nas sociedades diferenciados de sofrimento e de adoecimento
industriais e pós-industriais. Nessa direção, de trabalhadores(as).
coloca que é inegável a relevância da Encontramos, igualmente, inspiração em
suas discussões sobre a globalização, tendo
Discussão teórica em torno de ‘desgenerizar’ em vista a identificação de situações de maior
o care para pensar uma nova divisão sexual do vulnerabilidade social das mulheres em alguns
trabalho de cuidado, em que homens e mulheres países devido à dinâmica de interdependência
sejam responsáveis pela atenção às pessoas das relações entre sexo/gênero, classe e raça.
dependentes. Além disso, na medida em que essas relações
e a divisão do trabalho não são pensadas de
O cuidado deve ser realizado independen- forma determinista, considerando a existência
temente do sexo, já que todos e todas apre- de um espaço de liberdade para o exercício da
sentarão, em algum momento de suas vidas, capacidade de ação dos(as) explorados(as),
a condição de vulnerabilidade. oprimidos(as) e dominados(as), entendemos
que estudos comparativos como os desenvolvi-
Alguns diálogos com as pesquisas dos por Helena Hirata são fundamentais para a
em saúde elucidação das possibilidades e dos obstáculos
encontrados em diferentes contextos para que
No que tange especificamente às contri- as mudanças desejadas aconteçam.
buições de Hirata para o desenvolvimento de Seu aporte mais recente às análises sobre
pesquisas na área da saúde coletiva, ressaltam- o trabalho de cuidado dialoga de forma
-se, assim, as consequências incontornáveis do direta com grandes demandas das sociedades
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Suporte financeiro: não houve