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Direito Constitucional

Gabarito letra E.

CF/88, art. 40, § 13 alterado para facilitar a leitura:

Aplica-se o Regime Geral de Previdência Social ao agente público ocupante,


exclusivamente,

(1) de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,

(2) de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,

(3) ou de emprego público. (Redação dada pela EC 103/19)

Maria foi convidada para integrar a Administração Pública direta do Município Beta.
Embora tenha ficado muito empolgada com o convite, já que, até então, não lograra êxito
em ser aprovada em um concurso para ocupar um cargo de provimento efetivo, teve sérias
dúvidas em relação ao respectivo regime previdenciário, caso viesse a desempenhar
trabalho temporário ou a ocupar cargo em comissão.
Ao se inteirar sobre a temática, Maria foi corretamente informada de que estaria sujeita ao
A
regime próprio de previdência social, se viesse a desempenhar trabalho temporário e, ao
regime geral de previdência social, caso viesse a ocupar cargo em comissão.
B
regime próprio de previdência social, se viesse a ocupar cargo em comissão e, ao regime
geral de previdência social, caso viesse a desempenhar trabalho temporário.
C
regime próprio de previdência social, em ambos os casos, se o Município Beta o tivesse
criado até a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. 
D
regime próprio ou geral de previdência social, conforme a opção realizada por Maria no
momento da nomeação.
E
regime geral de previdência social, em ambos os casos, o que não poderia ser
excepcionado pelo Município Beta.

FGV - 2022 
Direito Constitucional
SEFAZ-AM 
Auditor Fiscal do Tesouro Estadual
Após sofrer uma sanção disciplinar aplicada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria,
Juíza Federal, decidiu ingressar com uma ação visando à anulação da respectiva decisão, a
qual, ao se ver, teria afrontado diversos direitos fundamentais.
À luz dessa narrativa, o foro competente é
A
um Juiz Federal, mas apenas se Maria interpuser mandado de segurança.
B
o Supremo Tribunal Federal, mas apenas se Maria interpuser mandado de segurança.
C
um Juiz Federal, qualquer que seja a ação proposta por Maria, incluindo eventual ação
declaratória de nulidade ajuizada em face da União.
D
o Supremo Tribunal Federal, qualquer que seja a ação ajuizada por Maria, incluindo
eventual ação declaratória de nulidade ajuizada em face da União.
E
o Superior Tribunal de Justiça, que, por imposição constitucional, deve apreciar as ações
ajuizadas em detrimento das decisões disciplinares proferidas pelo CNJ.

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Q1926390
FGV - 2022 
Direito Constitucional
SEFAZ-AM 
Auditor Fiscal do Tesouro Estadual
Para permitir a ingerência do Poder Legislativo na escolha dos titulares dos cargos que
integram os órgãos de cúpula de determinadas autarquias especiais, foi aprovada a
Lei federal nº XX.
De acordo com esse diploma normativo, o Senado Federal deveria aprovar
previamente a escolha desses agentes, que seria realizada pelo Presidente da
República.
A Lei federal nº XX é
A
constitucional, pois a lei ordinária pode dispor sobre os cargos cujos titulares devem
ser previamente aprovados pela referida Casa Legislativa.
B
inconstitucional, pois somente a lei complementar pode dispor sobre os cargos cujos
titulares devem ser previamente aprovados pela referida Casa Legislativa.
C
inconstitucional, pois, embora a lei ordinária possa dispor sobre a matéria, a
competência para aprovar a escolha desses agentes é do Congresso Nacional, não de
uma de suas Casas.
D
inconstitucional, por afronta à separação dos poderes, pois, com exceção das
situações expressamente previstas na ordem constitucional, compete privativamente
ao Presidente da República realizar as nomeações, sem prévia aprovação.
E
constitucional, pois a Lei federal nº XX tão somente reproduziu, em parte, a
Constituição de 1988, já que qualquer nomeação para órgãos de cúpula da
administração indireta deve ser previamente aprovada pelo Senado Federal.

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Q1926388
FGV - 2022 
Direito Constitucional
SEFAZ-AM 
Auditor Fiscal do Tesouro Estadual
Um grupo de pessoas, com destacada vida pública e elevado prestígio social, decidiu
adotar as providências necessárias para constituir um partido político e lançar
candidatos nas eleições que seriam realizadas dois anos depois.
Um(a) advogado(a) informou corretamente ao grupo que, observados os demais
requisitos estabelecidos pela ordem jurídica, os partidos políticos
A
adquirem personalidade jurídica com o registro dos seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral, sendo a filiação partidária uma condição de elegibilidade.
B
adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil, devendo posteriormente
registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral, sendo a filiação partidária uma
condição de elegibilidade.
C
adquirem personalidade jurídica com o registro dos seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral, sendo a filiação partidária condição de elegibilidade, mas não
requisito para o recebimento de cotas do fundo partidário.
D
adquirem personalidade jurídica com o seu reconhecimento pelo Tribunal Superior
Eleitoral, não sendo a filiação partidária uma condição de elegibilidade, mas requisito
para o recebimento de cotas do fundo partidário.
E
adquirem personalidade jurídica na forma da lei civil, devendo comunicar o início de
atividades ao Tribunal Superior Eleitoral, sendo admitidas candidaturas autônomas,
sem filiação partidária, apenas para o Executivo.

Maria, de nacionalidade portuguesa, tem residência permanente no Brasil há pouco


mais de duas décadas. Como pretende concorrer a um cargo eletivo, procurou um(a)
advogado(a) e solicitou informações a respeito dessa possibilidade.
O(A) advogado(a) respondeu corretamente que Maria, à luz da ordem constitucional,
com observância das condicionantes que sejam estabelecidas em tratado
internacional,

A
pode se alistar como eleitora, mas não concorrer a cargo eletivo.
B
pode concorrer a qualquer cargo eletivo, em igualdade de condições com o brasileiro
nato.
C
pode concorrer a cargo eletivo se requerer sua naturalização de modo concomitante
com o alistamento eleitoral.
D
não pode concorrer a cargo eletivo, pois é, peremptoriamente, vedado a qualquer
estrangeiro o registro de candidatura.
E
pode concorrer a cargo eletivo, salvo nos casos previstos na Constituição de 1988, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros. 

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Q1926386
FGV - 2022 
Direito Constitucional
SEFAZ-AM 
Auditor Fiscal do Tesouro Estadual
João, pessoa com deficiência, compareceu à Secretaria de Assistência Social do
Município Alfa e solicitou o acesso ao seu cadastro. Ato contínuo, constatou que seus
dados estavam incorretos, principalmente em relação à sua deficiência, o que o
impedia de participar dos programas assistenciais existentes.

Ao solicitar a retificação dos seus dados, foi surpreendido com a negativa do Diretor,
sob o argumento escrito de que não estavam sendo apreciados requerimentos de
pessoas não filiadas ao mesmo partido político do Prefeito Municipal. A decisão foi
mantida, pelo próprio Prefeito, após a interposição do recurso hierárquico cabível.
Por entender que a decisão era manifestamente ilegal, havendo prova pré-constituída
de sua existência, João consultou um(a) advogado(a) a respeito da ação constitucional
passível de ser ajuizada.
O(A) advogado(a) respondeu, corretamente, que a referida ação é 
A
o mandado de segurança ou o habeas data, conforme a livre escolha de João. 
B
o mandado de segurança.
C
o direito de petição.
D
o habeas data.
E
a reclamação.

GABARITO: D

Como o direito negado foi o de retificação de dados pessoais do próprio impetrante, o


remédio constitucional cabível é o habeas data.

CF: Art. 5º, LXXII - conceder-se-á "habeas-data":


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo;

FGV - 2022 
Direito Constitucional
SEFAZ-AM 
Auditor Fiscal do Tesouro Estadual
Maria e Joana, estudiosas do Direito Constitucional, travaram intenso debate a
respeito da força normativa das normas programáticas, concluindo corretamente, ao
fim, que normas dessa natureza 
A
somente terão força normativa, produzindo algum efeito na realidade, após sua
integração pela legislação infraconstitucional.
B
somente adquirem eficácia após sua integração pela legislação infraconstitucional, não
ostentando, até então, a natureza de verdadeiras normas.
C
somente podem ser utilizadas, no controle de constitucionalidade, quando inexistir
norma de eficácia plena que possa ser utilizada como paradigma de confronto. 
D
a exemplo de qualquer norma de eficácia contida, não ensejam o surgimento de
posições jurídicas definitivas, já que seu alcance será delineado pela legislação
infraconstitucional.
E
possuem eficácia, mas de modo limitado, devendo direcionar a interpretação dos
demais comandos da ordem jurídica, além de revogar as normas infraconstitucionais
preexistentes que se mostrem incompatíveis com elas. 

Após o falecimento de João, servidor público estadual, Joana, que com ele vivera em
união por quase dez anos, com aparência de família, compareceu perante a
autoridade estadual competente e requereu o recebimento da pensão por morte.
Para sua surpresa, o requerimento foi indeferido, sob o argumento de que João era
casado, situação constituída em momento anterior ao início da união com Joana, e a
esposa, com a qual convivia de modo simultâneo, estava recebendo o referido
benefício previdenciário.

Irresignada com a situação, Joana procurou um advogado, sendolhe corretamente


informado que, em harmonia com a sistemática constitucional afeta à família, ela
A
tem direitos idênticos à esposa, de modo que o benefício deve ser dividido entre
ambas.
B
tem o direito de receber a integralidade do benefício, pois a aparência de família
supera o formalismo do casamento.
C
não tem direito ao benefício, pois o concubinato não pode ser equiparado, para fins
de proteção estatal, ao casamento.
D
não tem direito ao benefício, pois a ordem constitucional somente reconhece direitos
nas uniões afetivas decorrentes do casamento.
E
tem o direito de receber o benefício na forma que dispuser a lei, pois a ordem
constitucional dispõe que a união estável deve ser protegida nos termos da lei.

A Fundação de direito privado Alfa, cujo objetivo estatutário é a pesquisa e a


manipulação de material genético, foi notificada de que, em determinado dia, fiscais
vinculados ao ente competente compareceriam em sua sede, para fiscalizar não suas
instalações ou seus documentos contábeis, mas, especificamente, a forma como suas
atividades finalísticas eram desenvolvidas.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que essa fiscalização é

A
ilícita, pois afronta a liberdade de pesquisa científica e o sigilo assegurado nas
descobertas que sejam realizadas.
B
ilícita, pois a livre iniciativa não compactua com o exercício do poder de polícia sem a
notícia da prática de ilícito. 
C
lícita, pois a fiscalização de atividades dessa natureza é uma imposição constitucional. 
D
ilícita, pois a cultura e suas distintas formas de projeção devem ser fomentadas e
protegidas, não tolhidas com uma fiscalização dessa natureza.
E
lícita, já que compete ao Poder Público regulamentar e fiscalizar, em caráter contínuo,
todas as atividades privadas, independentemente de sua natureza.

FGV - 2022 
Direito Constitucional
SEFAZ-BA 
Agente de Tributos

Maria, vereadora do Município Alfa, solicitou que sua assessoria analisasse a


compatibilidade, com a ordem constitucional, de eventual projeto de lei que
estabelecesse uma disciplina específica para os contratos de compra e venda de
banana, o que derivava da elevada produção local, dos períodos de entressafra e da
forma específica de comercialização no território do Município, no qual era comum a
realização de trocas, sem a utilização da moeda nacional.

A assessoria respondeu corretamente que eventual projeto de lei seria

A
constitucional, desde que sejam observadas as normas gerais editadas pela União.
B
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre a matéria.
C
inconstitucional, pois compete concorrentemente à União e ao Estado legislar sobre a
matéria.
D
constitucional, desde que o Município se limite a suplementar as normas editadas pela
União e pelo Estado.
E
constitucional, pois se trata de assunto de interesse local, o que atrai a competência
legislativa do Município. 

Direito civil e comercial é privativa da União, art. 22, I, CF.

Art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar


as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

oão, cientista político brasileiro, é ferrenho defensor da forma de governo monárquica


e das ideias do Partido Político Alfa, que defende essa forma de governo. Por tal razão,
é infenso à organização das estruturas estatais de poder com base em ideais
republicanos, especialmente em relação à forma de provimento dos cargos afetos à
Chefia do Poder Executivo nas distintas esferas de governo. Ao ser editada a Lei
federal nº XX, que impôs à generalidade dos adultos, excetuados aqueles que
apresentassem algum óbice de ordem física ou psíquica, a obrigação de desempenhar
determinada atividade de interesse público em um curto período de tempo, João
redigiu um alentado manifesto e negou-se a cumprir a obrigação legal.

Nessa situação, João agiu de modo

A
lícito, mas deve cumprir a prestação alternativa que estiver fixada em lei.
B
ilícito, pois ninguém pode deixar de cumprir obrigação legal de caráter geral.
C
lícito, pois ninguém pode ser compelido a exercer uma função pública contra a sua
vontade.
D
ilícito, pois apenas por motivo de crença religiosa poderia deixar de cumprir obrigação
legal de caráter geral.
E
lícito, pois a todos é assegurado o direito de não cumprir obrigação legal de caráter
geral, desde que seja cumprida prestação alternativa fixada em regulamento.

João nasceu em território brasileiro quando seus pais, de nacionalidade francesa, aqui
trabalhavam a serviço do governo francês, na respectiva embaixada. Poucos meses
após o nascimento, foi levado para a França e jamais retornou ao Brasil. Trinta anos
depois, casou, no território francês, com Maria, brasileira nata. Dessa União advieram
filhos, todos nascidos na França, sendo adquiridos bens imóveis naquele País e no
Brasil.
Com o falecimento de João, Maria e seus filhos procuraram um advogado e o
questionaram a respeito da lei aplicável na sucessão dos bens situados no território
brasileiro.
O advogado respondeu corretamente que, de acordo com a ordem constitucional,

A
João era brasileiro nato, logo, a sucessão será regulada pela lei brasileira.
B
João era estrangeiro, mas a sucessão será regulada pela lei brasileira em benefício de
Maria e seus filhos, caso lhes seja mais favorável.
C
João era brasileiro nato, logo, a sucessão será regulada pela lei brasileira, desde que
seja mais favorável a Maria e aos filhos que a lei francesa.
D
João era estrangeiro, mas a sucessão será regulada pela lei brasileira em benefício de
Maria, mas não em benefício de seus filhos, que têm nacionalidade francesa.
E
João era estrangeiro, mas a sucessão será regulada pela lei brasileira em benefício de
Maria e seus filhos, quer lhes seja mais favorável que a lei pessoal do de cujus, quer
não.

Procurei julgados nesse sentido, mas não achei, acho que a resposta está na CF

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

XV - proteção à infância e à juventude;


§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais.         

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.           

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais,  os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.          

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário. 

Após intensa mobilização da sociedade civil organizada, determinado Estado da


federação editou a Lei nº XX, prevendo a concessão de subsídios financeiros às
famílias que acolhessem, sob a forma de guarda, crianças e adolescentes órfãos ou
que se encontrassem abandonados.

À luz dessa narrativa, é correto afirmar que Lei estadual nº XX é

A
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre a matéria, mas é
admitida, sob o prisma material, a concessão de subsídios na forma indicada.
B
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre a matéria, além
de não ser admitida, sob o prisma material, a concessão de subsídios na forma
indicada.
C
constitucional, pois também compete ao Estado legislar sobre a matéria, desde que
observadas as normas gerais da União, sendo possível a concessão de subsídios na
forma indicada.
D
inconstitucional, pois, apesar de competir concorrentemente à União e aos Estados
legislar sobre a matéria, é vedado o direcionamento de recursos públicos para a
finalidade indicada.
E
constitucional, pois compete privativamente ao Estado legislar sobre as hipóteses de
estímulo ao acolhimento, mediante guarda, de crianças e adolescentes nas situações
indicadas.

o demandou o conhecimento acerca do Controle de Constitucionalidade.

Aludido tema é previsto na Constituição Federal e em legislação ordinária, como a Lei


nº 9.868/99 e a Lei nº 9.882/99. 

O controle abstrato é aquele que, diante de um fato abstrato, ou seja, sem vinculação
com uma situação concreta, objetiva verificar se a lei ou ato normativo estão em
O Partido Político WW, que contava com representantes apenas na Câmara dos
Deputados, ajuizou, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), ação direta de
inconstitucionalidade (ADI), que tinha como objeto a Lei nº XX, do Estado Beta.
O Partido argumentou que esse diploma normativo teria afrontado determinadas
normas programáticas da Constituição da República de 1988, as quais, inclusive,
tinham sido reproduzidas na Constituição do Estado Beta.
Considerando a sistemática estabelecida na Constituição da República, é correto
afirmar que essa narrativa:

A
não apresenta qualquer incorreção, sendo possível que o STF conheça da ADI.
B
apresenta uma única incorreção, consistente na ilegitimidade do Partido Político WW
para o ajuizamento da ADI.
C
não apresenta incorreção, mas o processo no STF deve permanecer suspenso até que
a compatibilidade da Lei nº XX com a Constituição de Beta seja decidida no plano local.
D
apresenta uma única incorreção, consistente na impossibilidade de o STF conhecer a
ADI, isto em razão da incompatibilidade da Lei nº XX com a Constituição de Beta.
E
apresenta uma única incorreção, consistente na impossibilidade de as normas
programáticas da Constituição da República de 1988 serem utilizadas como paradigma
de confronto.

O referido controle é de competência originária do STF, quando o debate envolve leis


ou atos normativos federais em face da Constituição Federal, ou, ainda, dos Tribunais
de Justiça de cada Estado, nos casos de dissonância entre as leis locais e a Constituição
estadual. Não há controle de leis e atos municipais. 

Já o controle difuso não tem como fundamento a declaração da


inconstitucionalidade/constitucionalidade, mas sim a aplicação de lei ou ato normativo
diante de um caso concreto submetido à sua apreciação. É exercido por “todo "Poder
judiciário, incluindo juízes singulares ou tribunais.

A questão exigiu conhecimento específico da  Lei nº 9.868/99, que dispõe sobre o


processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória
de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. 

Passemos à análise das assertivas.

A alternativa "a" está correta, pois o art. 103, VIII, da CRFB aduz que tem legitimidade
para propor ADI o partido político com representação no Congresso Nacional,
bastando um deputado ou um senador. O art. 2º, VIII, da CRFB possui disposição
normativa similar.

A alternativa "b" está errada, pois o art. 103, VIII, da CRFB aduz que tem legitimidade
para propor ADI o partido político com representação no Congresso Nacional,
bastando um deputado ou um senador. O art. 2º, VIII, da CRFB possui disposição
normativa similar.

A alternativa "c" está errada, pois inexiste essa necessidade de prévia análise perante a
instância local.

A alternativa "d" está errada, pois a norma impugnada é de reprodução obrigatória da


CRFB, o que permite que o STF aprecie a ADI.

A alternativa "e" está errada, pois norma constitucional programática é norma


constitucional, de forma que pode sim ser parâmetro para fins de controle de
constitucionalidade.

Maria e Joana, estudiosas do Direito Constitucional, travaram intenso debate a


respeito da força normativa das normas programáticas, concluindo corretamente, ao
fim, que normas dessa natureza 
A
somente terão força normativa, produzindo algum efeito na realidade, após sua
integração pela legislação infraconstitucional. 
B
somente adquirem eficácia após sua integração pela legislação infraconstitucional, não
ostentando, até então, a natureza de verdadeiras normas.
C
somente podem ser utilizadas, no controle de constitucionalidade, quando inexistir
norma de eficácia plena que possa ser utilizada como paradigma de confronto. 
D
a exemplo de qualquer norma de eficácia contida, não ensejam o surgimento de
posições jurídicas definitivas, já que seu alcance será delineado pela legislação
infraconstitucional. 
E
possuem eficácia, mas de modo limitado, devendo direcionar a interpretação dos
demais comandos da ordem jurídica, além de revogar as normas infraconstitucionais
preexistentes que se mostrem incompatíveis com elas.

Maria, vereadora do Município Alfa, solicitou que sua assessoria analisasse a


compatibilidade, com a ordem constitucional, de eventual projeto de lei que
estabelecesse uma disciplina específica para os contratos de compra e venda de
banana, o que derivava da elevada produção local, dos períodos de entressafra e da
forma específica de comercialização no território do Município, no qual era comum a
realização de trocas, sem a utilização da moeda nacional.

A assessoria respondeu corretamente que eventual projeto de lei seria

A
constitucional, desde que sejam observadas as normas gerais editadas pela União.
B
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre a matéria.
C
inconstitucional, pois compete concorrentemente à União e ao Estado legislar sobre a
matéria.
D
constitucional, desde que o Município se limite a suplementar as normas editadas pela
União e pelo Estado.
E
constitucional, pois se trata de assunto de interesse local, o que atrai a competência
legislativa do Município. 

FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Família, Criança, Adolescente e Idoso
SSP-AM 
Técnico de Nível Superior

Com o objetivo de combater o desenvolvimento de uma base de valores


patriarcal, na qual a mulher ocupe uma posição de inferioridade, sofrendo
constantes violências no ambiente familiar, um grupo de Deputados
Federais apresentou projeto de lei ordinária dispondo que as decisões da
mulher, na educação dos filhos, teriam preeminência, devendo ser sempre
acatadas pelo homem.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que o referido projeto


é

A
constitucional, considerando que a própria Constituição da República
autoriza o tratamento diferenciado, em prol da mulher, para se construir a
igualdade material com o homem.
B
constitucional, considerando que a educação de crianças e adolescentes
deve estar lastreada em uma base de valores humanitária, com
preeminência da igualdade de gênero.
C
constitucional, considerando a preeminência da posição materna, no
ambiente familiar, nas relações com crianças e adolescentes.
D
inconstitucional, pois a temática deve ser disciplinada exclusivamente em
lei complementar, não em lei ordinária.
E
inconstitucional, pois os direitos e deveres afetos à sociedade conjugal
devem ser exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
Responder
Resposta correta
Questão 8 de 1811
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O Presidente e o Vice-Presidente da República se encontravam em missão oficial no


exterior, daí decorrendo a necessidade de que outra autoridade assumisse o exercício
da Presidência.

À luz da sistemática constitucional, a autoridade referida na narrativa será 

A
aquela que venha a ser livremente escolhida pelo Presidente da República.
B
aquela escolhida pelo Presidente da República entre os Presidentes do Supremo
Tribunal Federal, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
C
o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal ou o do Supremo
Tribunal Federal, nessa ordem, que serão chamados ao exercício da Presidência.
D
aquela que venha a ser livremente escolhida pelo Presidente da República, entre os
Presidentes do Supremo Tribunal Federal, da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.
E
o Presidente do Congresso Nacional, o da Câmara dos Deputados, o do Senado
Federal ou o do Supremo Tribunal Federal, nessa ordem, que serão chamados ao
exercício da Presidência.

Q1895522
FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Organização Político-Administrativa do Estado
SSP-AM 
Técnico de Nível Superior
Pedro, Deputado Estadual, consultou sua assessoria a respeito da constitucionalidade
formal de um projeto de lei que pretendia apresentar. Após analisá-lo, a assessoria
constatou que o projeto incursionava em matéria de competência legislativa privativa
da União, concluindo corretamente que
A
é peremptoriamente vedado ao Estado legislar sobre a matéria, o que significa dizer
que nem a União pode autorizálo.
B
o Estado somente pode legislar sobre a temática caso a lei ordinária da União, que a
discipline, o autorize de maneira expressa.
C
é vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a União pode autorizá-lo, por meio
de lei complementar, em questões específicas.
D
o Estado pode apenas complementar as normas editadas pela União no exercício
dessa competência, as quais sempre terão preeminência.
E
o Estado pode legislar sobre a matéria apenas naquilo que diga respeito a interesse
unicamente local, contextualizado apenas em seu território.

GABARITO: C

Art. 22. Compete  privativamente  à União legislar sobre:

(...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre


questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Joana pretendia concorrer ao cargo eletivo de deputada estadual. Ao reunir os


documentos necessários, constatou que fora condenada, em sentença transitada em
julgado, à sanção de suspensão dos direitos políticos por oito anos, pela prática de ato
de improbidade administrativa.

Na medida em que o referido período de 8 (oito) anos ainda estava em curso, é


correto afirmar que Joana

A
pode concorrer ao cargo eletivo pretendido, desde que o faça em Estado diverso
daquele em que foi proferida a sua condenação.
B
pode concorrer ao cargo eletivo pretendido, já que a suspensão dos direitos políticos
não acarretou a sua inelegibilidade. 
C
não pode concorrer ao cargo eletivo pretendido, já que os seus direitos políticos
passivos foram suspensos, mas não há óbice a que vote nas eleições.
D
não pode concorrer ao cargo eletivo pretendido ou mesmo votar na eleição, já que sua
condição de cidadã foi suspensa em razão da referida condenação.
E
pode concorrer ao cargo eletivo pretendido, salvo se a condenação expressamente a
impediu de participar da representação popular, que é um direito fundamental. 
Assim, nos termos do art. 15, V da CF/88, a candidata está com seus direitos políticos
suspensos. Direitos políticos, explicam Mendes e Branco, abrangem o direito ao
sufrágio (direito de votar, relacionado à capacidade eleitoral ativa) e o de ser votado
(capacidade eleitoral passiva, diz respeito à possibilidade de alguém ser votado). Uma
vez que os direitos políticos de Joana estão suspensos, isso significa dizer que ela não
pode votar e nem ser votada durante o período da condenação; em outras palavras,
Joana não pode votar e, com maiores razões, também não pode ser votada, como
indica a alternativa D, que é a resposta correta.

Maria compareceu a uma loja de departamentos e, ao solicitar a abertura de crediário,


foi surpreendida com a notícia de que o seu nome estava “negativado” em um banco
de dados de caráter público, o qual é mantido por uma instituição privada. Apesar de
ter apresentado requerimento formal, visando ao conhecimento das informações
relativas à sua pessoa, foi-lhe negado, pela instituição privada, de modo arbitrário e
manifestamente ilegal, o acesso a esses dados.

A ação constitucional cabível, para que Maria tenha conhecimento das referidas
informações, é

A
o habeas data.
B
 a ação popular.
C
o direito de petição.
D
o mandado de segurança.
E
a reclamação constitucional. 

Maria é servidora pública ocupante do cargo efetivo de Técnico de Nível Superior da


Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa e acaba de completar dois anos de
efetivo exercício no cargo. De acordo com as disposições da Constituição da República
sobre seu regime jurídico, é correto afirmar que Maria:

adquiriu estabilidade, e só perderá o cargo em algumas hipóteses, como mediante


processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
B
adquiriu estabilidade, e só perderá o cargo em algumas hipóteses, como em virtude
de sentença judicial transitada em julgado.
C
não adquiriu ainda estabilidade, que será obtida após três anos de efetivo exercício,
ocasião em que só poderá perder o cargo, em algumas hipóteses, como em virtude de
sentença judicial recorrível. 
D
não adquiriu ainda estabilidade, que será obtida após três anos de efetivo exercício,
ocasião em que só poderá perder o cargo, em algumas hipóteses, como em virtude de
sindicância sumária disciplinar, em que lhe seja assegurada ampla defesa.
E
não adquiriu ainda estabilidade, que será obtida após três anos de efetivo exercício,
ocasião em que só poderá perder o cargo, em algumas hipóteses, como mediante
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa. 

14
Q1894835
FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Família, Criança, Adolescente e Idoso
MPE-BA 
Estágio - Direito

Antônia e José, idosos com diversos problemas de saúde, estavam passando por
dificuldades em razão da impossibilidade de desenvolverem suas atividades
laborativas regulares. Em razão desse estado de coisas, tornaram público um
manifesto no qual afirmavam (I) ser da família, da sociedade e do Estado o dever de
garantir-lhes o direito à vida; (II) que o Estado deve executar os programas de amparo
aos idosos preferencialmente em seus lares; e (III) a necessidade de sua
inimputabilidade ser reduzida, dos atuais 65 anos, para 60 anos.

À luz da sistemática constitucional, está correto o que se afirma em: 

A
somente III;
B
somente I e II;
C
somente I e III; 
D
somente II e III;
E
I, II e III.

stitucional 
Controle de Constitucionalidade
MPE-BA 
Estágio - Direito
Ao apreciar recurso de apelação, João, desembargador da 1ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça do Estado Alfa, entendeu que a Lei federal nº XX era formal e materialmente
incompatível com a Constituição da República de 1988.

Nesse caso:

A
João deve afastar, monocraticamente, a aplicação da Lei federal nº XX, encaminhando
a causa ao colegiado da Câmara sem levá-la em consideração; 
B
somente o colegiado da 1ª Câmara Cível pode reconhecer a inconstitucionalidade da
Lei federal nº XX, deixando de aplicála ao caso concreto; 
C
por se tratar de lei federal, o Tribunal de Justiça do Estado Alfa não pode deixar de
aplicar o diploma normativo, sob pena de afronta ao pacto federativo;
D
deve ser solicitada a manifestação do Supremo Tribunal Federal em relação à
constitucionalidade da lei, suspendendose o processo no Tribunal de Justiça; 
E
a inconstitucionalidade da Lei federal nº XX somente pode ser reconhecida pelo voto
da maioria absoluta dos membros do Tribunal de Justiça ou dos membros do seu
órgão especial.

João, policial militar, recebeu comunicação da corporação, pelo rádio, no sentido de


que deveria comparecer à casa de Antônio e ali cumprir uma diligência.

À luz da sistemática constitucional, João: 

A
somente pode ingressar na casa de Antônio com o seu consentimento, inexistindo
exceção constitucional para a inviolabilidade do domicílio; 
B
por ser policial, pode ingressar na casa de Antônio, ainda que sem o seu
consentimento, desde que durante o dia, vedada qualquer atividade noturna;
C
pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu consentimento, entre outras situações,
no caso de desastre ou, durante o dia, por determinação judicial;
D
pode ingressar na casa de Antônio, ainda que sem o seu consentimento, durante o dia
ou à noite, mediante determinação judicial; 
E
somente pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu consentimento, mediante
determinação judicial e desde que durante o dia.

Com escopo de valorizar a carreira policial, foi editada em 2021 uma Lei
Complementar do Estado Gama que estabeleceu que é garantida a paridade e a
integralidade de vencimentos entre os policiais civis ativos e inativos.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, tal norma
é 
inconstitucional, haja vista que, apesar de o atual texto constitucional estabelecer que
os proventos de aposentadoria serão revistos na mesma proporção e na mesma data,
sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, é vedada a
integralidade.
B
constitucional, haja vista que o atual texto constitucional estabelece que os proventos
de aposentadoria não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor no
cargo efetivo em que se deu a aposentadoria, mas são asseguradas a paridade e a
integralidade.
C
constitucional, haja vista que o atual texto constitucional estabelece que os proventos
de aposentadoria serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que
se modificar a remuneração dos servidores em atividade.
D
constitucional, haja vista que o atual texto constitucional estabelece que serão
estendidos aos aposentados quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
concedidos aos servidores em atividade.
E
inconstitucional, haja vista que o atual texto constitucional não mais prevê paridade e
integralidade, mas estabelece que é assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservarlhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos
em lei.

A Lei XX, do Município Alfa, dispôs sobre os requisitos a serem atendidos pelos meios
impressos de comunicação social para que possam ser publicados no território do
Município Alfa.

Entre esses requisitos estão:


I. a necessidade de que obtenham licença da autoridade municipal competente;
II. cada exemplar se ajuste aos padrões de moralidade sedimentados na sociedade, a ser
objeto de verificação prévia à sua circulação.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que


A
o requisito I somente será constitucional se a licença for concedida de forma vinculada,
enquanto o requisito II é inconstitucional por importar em censura prévia.
B
o requisito I é inconstitucional porque a publicação de veículo impresso independe de
licença de autoridade, o mesmo ocorrendo com o requisito II, por importar em censura
prévia.
C
o requisito I somente será constitucional se a licença for concedida de forma vinculada,
mas o requisito II somente não caracterizará censura prévia se for assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
D
o requisito I é constitucional, porque toda atividade econômica depende de autorização
do Poder Público, mas o requisito II somente será constitucional se a possível negativa
estiver embasada em dados colhidos em audiência pública.
E
o requisito I é constitucional, porque toda atividade econômica depende de autorização
do Poder Público, o mesmo ocorrendo com o requisito II, que é uma forma de proteger
o interesse coletivo contra os excessos individuais.
Responder
Resposta correta
Questão 18 de 1801
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9
Q1893435
FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Poder Legislativo
PC-AM 
Delegado de Polícia
A Polícia Civil do Estado Alfa, em uma operação de rotina, constatou que o Deputado
Federal João estava em situação de flagrância na prática de determinada infração
penal.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que João


A
não pode ser preso, salvo com autorização prévia da respectiva Casa Legislativa, mas o
processo penal não carece de autorização para ser iniciado.
B
deve ser preso em flagrante, qualquer que seja a infração penal, e os autos serão
remetidos à Casa Legislativa, que resolverá sobre a prisão, devendo ainda autorizar o
início de eventual processo penal.
C
deve ser preso em flagrante, apenas se a hipótese for de crime inafiançável, e os autos
serão remetidos à Casa Legislativa, que resolverá sobre a prisão, devendo ainda
autorizar o início de eventual processo penal.
D
deve ser preso em flagrante, apenas se a hipótese for de crime inafiançável, e os autos
serão remetidos à Casa Legislativa, que resolverá sobre a prisão, mas o processo penal
não carece de autorização para ser iniciado.
E
deve ser preso em flagrante, qualquer que seja a infração penal, e os autos serão
remetidos ao Supremo Tribunal Federal, que resolverá sobre a prisão, sendo que o
início do processo penal depende de autorização da Casa Legislativa.

FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Organização Político-Administrativa do Estado
PC-AM 
Delegado de Polícia
A Lei nº XX do Estado Alfa, com o objetivo de aumentar a eficiência da atuação
administrativa, disciplinou a atividade de despachante perante os órgãos públicos,
tanto do Estado como dos Municípios situados em seu território.
Considerando os balizamentos estabelecidos, que se estendiam dos requisitos de
escolaridade e habilitação a serem preenchidos até a forma como os atos deveriam
ser praticados, houve grande insatisfação de parte da categoria.

Instado a se pronunciar, um advogado respondeu corretamente que a Lei nº XX é


A
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre a matéria.
B
inconstitucional, já que a matéria deveria ser disciplinada em lei complementar, não
em lei ordinária.
C
inconstitucional, mas apenas na parte em que estende a disciplina aos Municípios, por
afrontar a sua autonomia política.
D
constitucional, pois se trata de mera projeção da atividade administrativa, estando
absorvida pela competência dos Estados.
E
constitucional, desde que os requisitos estabelecidos não afrontem a
proporcionalidade, terminando por impedir o próprio exercício profissional.

Após regular aprovação em concurso público de provas e títulos, João ingressou no


serviço público, passando a ocupar um cargo de provimento efetivo de nível médio. A
razão de ser da escolha do cargo decorreu do regime jurídico que o regia e da
remuneração paga.

Para sua surpresa, poucos anos depois, foi aprovada a Lei nº XX, que:

I. suprimiu algumas garantias do cargo;


II. permitiu que João ascendesse a um cargo de provimento efetivo de nível superior,
caso alcançasse esse nível de instrução e tivesse boas avaliações;
III. suprimiu algumas gratificações recebidas por João, acrescendo-as à sua
remuneração, o que, embora não tenha acarretado redução estipendial, impediu que
fossem auferidos maiores ganhos no futuro.

À luz da sistemática constitucional, são medidas constitucionais:


A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.

Inicialmente, é interessante que sejam feitos alguns apontamentos sobre a ADPF.

A ADPF é uma espécie de controle concentrado no STF, que visa evitar ou reparar
lesão a preceito fundamental da Constituição em virtude de ato do Poder Público ou
de controvérsia constitucional em relação à lei ou ato normativo federal, estadual ou
municipal, inclusive anteriores à Constituição.

Segundo a doutrina, existem duas espécies de ADPF, as quais não estão propriamente
explicitadas na Consituição, mas se encontram na Lei nº9.882/99, que são: a Arguição
autônoma (visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição
resultante de ato ou Poder Público) e Arguição incidental (visa evitar ou reparar lesão à
preceito fundamental da Constituição em virtude de controvérsia constitucional em
relação à lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anteriores à
Constituição).

A legitimidade ativa é a mesma da ADI, existindo, segundo o STF, o instituto da


pertinência temática.

Quanto aos efeitos da decisão da ADPF, a doutrina afirma que se o ato normativo
impugnado for posterior à Constituição haverá o enquadramento da decisão da ADPF
nas técnicas de controle concentrado via ADI e ADC. Porém, se ato impugnado for uma
norma anterior à Constituição, o STF deverá limitar-se a trabalhar a recepção ou não
da norma em face da normatividade constitucional superveniente.

No caso hipotético trazido na questão, temos o questionamento de


inconstitucionalidade de lei municipal anterior à Constituição por suposta afronta a
preceitos constitucionais.

a) ERRADO - Como vimos, os legitimados da ADPF são os mesmos da ADI. Logo,


haveria legitimidade de entidade de classe de âmbito nacional (artigo 103, IX, CF/88).

b) ERRADO - Trata-se de situação hipotética em que caberia o manejo da ADPF, por se


enquadar nos requisitos já explicitados na introdução.

c) ERRADO - Inicialmente, é possível perceber que a Lei em discussão é anterior à


Constituição de 1988. Se ato impugnado for uma norma anterior à Constituição, o STF
deverá limitar-se a trabalhar a recepção ou não da norma em face da normatividade
constitucional superveniente. Assim, o STF, no referido caso, se procedente, declarará
a não recepção da Lei.

d) CORRETO - Segundo o artigo 102, §2º, CF/88, as decisões definitivas de mérito,


proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade
e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

Vale lembrar que, nos moldes da CF-88 e da Lei 9.868-99, em relação ao Poder
Legislativo, a decisão na ação direta de inconstitucionalidade não tem eficácia
mandamental, mas simplesmente declaratória. Entretanto, como exemplo de exceção
a essa regra, tem-se a decisão na ADO 25.

O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado. Isso também
tem como finalidade evitar a "fossilização da Constituição". Assim, o legislador, em
tese, pode editar nova lei com o mesmo conteúdo daquilo que foi declarado
inconstitucional pelo STF. Se o legislador fizer isso, não é possível que o interessado
proponha uma reclamação ao STF pedindo que essa lei seja automaticamente julgada
também inconstitucional (Rcl 13019 AgR, julgado em 19/02/2014).

Será necessária a propositura de uma nova ADI para que o STF examine essa nova lei e a
declare inconstitucional. Vale ressaltar que o STF pode até mesmo mudar de opinião no
julgamento dessa segunda ação.

e) ERRADO - Vide comentário da assertiva anterior.

GABARITO DO PROFESSOR: LETRA D

O Supremo Tribunal Federal, ao julgar dois recursos extraordinários, considerou


inconstitucionais alguns artigos das Leis X e Y do Estado Beta. Ao tomar conhecimento
do teor dessas decisões, o Senado Federal editou resolução suspendendo a execução
da íntegra das referidas leis, entendendo que os preceitos em relação aos quais o
Tribunal não se manifestara expressamente padeciam dos mesmos vícios de
inconstitucionalidade.
Em relação a essa narrativa, a atuação do Senado Federal:
1)
Enunciado da questão

Exige-se conhecimento acerca do controle


de constitucionalidade.

2)
Base constitucional

Art. 52. Compete privativamente ao


Senado Federal:
X – suspender a execução, no todo ou
em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal;

3) Base jurisprudencial

Se uma lei ou ato normativo é


declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de
controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também
produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. O STF passou a acolher a
teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário do STF
decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato
normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do
controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. Houve mutação
constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a
seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de
controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas
comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê
publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI
3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).

4)
Exame da assertiva e identificação da resposta

Consoante o
art. 52, X, da CF/88, compete privativamente ao Senado Federal suspender a
execução, no todo ou em parte, de
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal.

Por oportuno,
é importante destacar o entendimento do STF acima transcrito de que “quando
o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a
decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao
Senado
com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que
foi decidido".

Diante disso, no caso do enunciado,


houve a declaração de inconstitucionalidade parcial das Leis X e Y. Logo, o
Senado não poderia extrapolar o limite dessa decisão e suspender a eficácia das
leis na íntegra.

Na verdade, ele só poderia suspender a


eficácia da lei declarada inconstitucional pelo STF, no controle difuso, nos
exatos termos da decisão.

Portanto, no caso em questão, o Senado


agiu de forma irregular. E, sendo assim, esse seu ato se sujeita ao controle
concentrado de constitucionalidade perante o STF, conforme art. 102, I, a, da
CF, bem como perante a qualquer juiz ou tribunal pela via difusa.

Resposta:
D.

(1) Está correto, de acordo com o art. 49, XVIII, CF/88 – “É da competência
exclusiva do Congresso Nacional: XVIII – decretar o estado de calamidade
pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E,
167-F e 167-G desta Constituição (Incluído pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021).”

(2) Está correto, de acordo com o art. 167-C, CF/88 – “Com o propósito
exclusivo de enfrentamento da calamidade pública e de seus efeitos sociais
e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode
adotar processos simplificados de contratação de pessoal, em caráter
temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que assegurem,
quando possível, competição e igualdade de condições a todos os
concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 na contratação
de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição, limitada a
dispensa às situações de que trata o referido inciso, sem prejuízo do
controle dos órgãos competentes

(3) Está errado. O art. 167-D, CF/88, determina que “as proposições
legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de
enfrentar a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com
vigência e efeitos restritos à sua duração, desde que não impliquem
despesa obrigatória de caráter continuado , ficam dispensados da
observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao
aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de
despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021).”
(4) Está correto, de acordo com o art. 167-E, CF/88 – “Fica dispensada,
durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade
pública de âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167
desta Constituição (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)”.
Veja o que diz o art. 167, CF/88: “São vedados: III – a realização de
operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais
com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
absoluta.”

Fonte: Prof. Nathalia Masson

462

Rodrigo Lôbo
16/04/2022 às 16:15

PROPOR estado de calamidade pública => PR (art. 84, XXVIII, CF)

DECRETAR estado de calamidade pública => CN (art. 49, XVIII, CF)

436
Henrique Giribone
21/04/2022 às 10:21

Você ve tanto na TV que tal '' prefeito'' decretou calamidade pública.

MALDITA MÍDIA !

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27
Q1892777
FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Presidente da República, Vice-Presidente da República e Ministros de
Estado.
TCU 
Auditor Federal de Controle Externo
Em razão de um acontecimento de grande potencial lesivo para o ambiente
coletivo, de origem natural, que comprometeu gravemente a capacidade de
resposta dos serviços públicos essenciais, o presidente da República
debateu com os seus interlocutores mais próximos a possibilidade de ser
decretado estado de calamidade pública de âmbito nacional. Na ocasião, foi
afirmado por alguns interlocutores que a decretação (1) é de competência
do Congresso Nacional e, especificamente em relação ao atendimento das
necessidades decorrentes dos acontecimentos, permitiria (2) a adoção de
processo simplificado de contratação de pessoal, em caráter temporário e
emergencial; (3) o aumento de despesa obrigatória de caráter continuado; e
(4) a realização de operações de crédito em montante superior às despesas
de capital.
À luz da sistemática constitucional, estão corretas:
A
apenas a informação 1;
B
apenas as informações 2 e 3;
C
apenas as informações 3 e 4;
D
apenas as informações 1, 2 e 4;
E
as informações 1, 2, 3 e 4.
Responder
Questão 27 de 1796
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Este é um tema muito interessante e que foi objeto de intensa discussão há pouco
tempo, quando do julgamento da ADI n. 4815, que trata das biografias não-
autorizadas. Na ocasião, o STF entendeu que:

"4. O direito de informação, constitucionalmente garantido, contém a liberdade de


informar, de se informar e de ser informado. O primeiro refere-se à formação da
opinião pública, considerado cada qual dos cidadãos que pode receber livremente
dados sobre assuntos de interesse da coletividade e sobre as pessoas cujas ações,
público-estatais ou público-sociais, interferem em sua esfera do acervo do direito de
saber, de aprender sobre temas relacionados a suas legítimas cogitações.
[...]
8. Para a coexistência das normas constitucionais dos incs. IV, IX e X do art. 5º, há de se
acolher o balanceamento de direitos, conjugando-se o direito às liberdades com a
inviolabilidade da intimidade, da privacidade, da honra e da imagem da pessoa
biografada e daqueles que pretendem elaborar as biografias.
9. Ação direta julgada procedente para dar interpretação conforme à Constituição aos
arts. 20 e 21 do Código Civil, sem redução de texto, para, em consonância com os
direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação
artística, produção científica, declarar inexigível autorização de pessoa biografada
relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo também
desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus
familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes)".

Considerando as alternativas, a resposta correta é a LETRA B, a única que indica que


não é necessário obter a autorização do político ou de seus familiares.
XX, renomado escritor, decidiu elaborar uma ampla pesquisa a respeito da vida
pessoal e profissional de conhecido político, o qual, além de estar vivo, concluíra há
pouco o seu último mandato eletivo e resolvera se retirar da vida pública. Preocupado
com as repercussões do livro que pretendia escrever, solicitou orientação de um
advogado a respeito da necessidade, ou não, de obter a autorização do político ou,
eventualmente, de seus familiares, caso ele viesse a falecer durante a elaboração da
obra.
O advogado respondeu, corretamente, à luz da sistemática constitucional, que: 

O advogado respondeu, corretamente, à luz da sistemática constitucional, que: 


A
 a autorização não é exigível, caso a publicação venha a ter caráter exclusivamente
imparcial, sem críticas à pessoa e à obra do político;
B
não dependerá de autorização do político ou mesmo de seus familiares, já que a
liberdade de informação deve preponderar;
C
somente dependerá de autorização caso o político esteja vivo quando da publicação,
já que a intimidade é um direito personalíssimo;
D
sempre dependerá de autorização, pois, como o político retirou-se da vida pública, a
sua intimidade prepondera sobre o direito à informação;
E
a autorização será exigida, ou não, conforme as características da obra, devendo ser
sopesa

ral de Controle Externo


Um grupo de deputados estaduais apresentou projeto de lei à Assembleia Legislativa
do Estado Alfa, criando o programa orientador de evolução do conhecimento, a ser
desenvolvido no âmbito das escolas públicas estaduais, consistente na distribuição de
material didático. O projeto veio a ser aprovado pela Casa Legislativa e, ao final,
sancionado pelo governador do Estado, daí resultando a promulgação da Lei nº XX.  À
luz da sistemática constitucional, a Lei nº XX é formalmente:
A
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre a matéria;
B
inconstitucional, pois o programa gera aumento de despesa, o que atrai a iniciativa
privativa do governador do Estado;
C
constitucional, pois, apesar de a matéria ser de iniciativa privativa do governador do
Estado, a sanção supriu o vício;
D
constitucional, pois, apesar de o programa gerar aumento de despesa, não incursiona
na estrutura de órgãos do Poder Executivo;
E
constitucional, se houve delegação expressa da União, o que decorre da competência
desse ente para legislar sobre a matéria
Glaydson de Souza Ferreira
Delegado de Polícia e Pós-graduado em Direitos Humanos.
21/05/2022 às 16:06
O processo legislativo é composto por uma fase introdutória (de iniciativa), constitutiva (no
qual ocorre as discussões e deliberações das proposições normativas) e a fase
complementar (na qual a um atestado de existência da norma).

A questão versa, de forma geral, sobre a fase da iniciativa, onde eventual desobediência as
regras do processo legislativo ligadas à competência para iniciativa da matéria, podem
levar a uma inconstitucionalidade formal do diploma produzido.

Assim, para solucionar a questão, é necessário que o candidato saiba distinguir se haveria
inconstitucionalidade formal em um projeto de lei apresentado por deputados estaduais
que crie sistema de distribuição de material didático em escolas públicas.

Para isso, o candidato deve ter o conhecimento sobre o tema tratado no ARE 878911, de
relatoria do ministro Gilmar Mendes, que teve repercussão geral reconhecida pelo Plenário
Virtual do STF.

No referido julgamento, o Supremo Tribunal Federal reafirmou jurisprudência


dominante no sentido de que não invade a competência privativa do chefe do Poder
Executivo lei que, embora crie despesa para os cofres municipais, não trate da estrutura ou
da atribuição de órgãos do município nem do regime jurídico de servidores públicos.

Restou consignado, ainda, que as hipóteses de limitação da iniciativa parlamentar estão


taxativamente previstas no artigo 61 da CF/88, que trata da reserva de iniciativa de lei do
chefe do poder Executivo, não sendo possível ampliar a interpretação do dispositivo
constitucional para abranger matérias além das que são relativas ao funcionamento e
estruturação da Administração Pública, uma vez que a lei não cria ou altera a estrutura ou a
atribuição de órgãos da Administração Pública local nem trata do regime jurídico de
servidores públicos.

Assim, com base em tudo que foi exposto, deve-se organizar a sequência de
informações na seguinte ordem: a Lei nº XX é formalmente constitucional por prever
uma matéria não reservada ao chefe do Legislativo, uma vez que o STF entende
que não invade a competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora
crie despesa para os cofres municipais/estaduais, não trate da estrutura ou da
atribuição de órgãos do município nem do regime jurídico de servidores públicos.

a) ERRADO - É de competência concorrente legislar sobre educação, conforme artigo 24, IX,
CF/88.

b) ERRADO - Como vimos, não invade a competência privativa do chefe do Poder


Executivo lei que, embora crie despesa para os cofres municipais/estaduais, não trate
da estrutura ou da atribuição de órgãos do município nem do regime jurídico de
servidores públicos. Assim, já que a Lei versa sobre distribuição de material didático,
não é inconstitucional, ainda que crie despesa.
c) ERRADO - O Supremo Tribunal Federal entende que a sanção do chefe do Poder
Executivo não supre vício formal de iniciativa, eis que a sanção é ato de natureza política,
diversa do ato de iniciativa de lei, não podendo convalidar vício constitucional absoluto, de
ordem pública, insanável.

d) CORRETO - Vide introdução e letra B.

e) ERRADO - Vide assertiva A.

GABARITO DO PROFESSOR: LETRA D

Gabarito comentado 
Comentários de alunos 22

Estatísticas
Aulas
Mais curtidosPor data

Ramon
26/03/2022 às 10:11

1. a  extinção  total das consequências de determinados crimes; ->  ANISTIA

2. o  perdão  da pena imposta aos condenados por certos crimes, que tenham
cumprido parte dela e preencham os demais requisitos exigidos. ->  INDULTO

BASE LEGAL:

—> ANISTIA - Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do


Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49,
51 e 52[...] dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:

VIII - concessão de anistia;

-> LEI + CONGRESSO + PRESIDENTE com poder de SANÇÃO ou VETO


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------

—> INDULTO - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da


República:

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos


órgãos instituídos em lei;

-> DECRETO + DELEGÁVEL a ME/PGR/AGU

Gabarito: E

424

Mike baguncinha
25/04/2022 às 17:12

Caso Daniel Silveira não vai deixar mais ninguém errar

268

DANIEL SILVA DE ARAUJO


30/03/2022 às 09:22

Só aprofundando mais um pouquinho: A anistia tem por objeto FATOS (e


não pessoas). Em regra, são para crimes políticos, militares ou eleitorais,
excluindo-se, normalmente, os crimes comuns. Poderá ser concedida
ANTES ou DEPOIS da condenação. A anistia extingue todos os efeitos
penais, inclusive o pressuposto de reincidência, permanecendo, contudo, a
obrigação de indenizar.
Fonte: Cezar Roberto Bitencourt. Tratado de Direito Penal, Parte Geral 1.
14ª Edição, Editora Saraiva. Páginas 766/767.

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31
Q1888115
FGV - 2022 
Direito Constitucional 
Poder Legislativo
CGU 
Auditor Federal de Controle Externo
João, deputado federal, solicitou que sua assessoria analisasse quais são os
órgãos competentes, de acordo com a ordem constitucional, para praticar
dois atos:

1. a extinção total das consequências de determinados crimes;


2. o perdão da pena imposta aos condenados por certos crimes, que
tenham cumprido parte dela e preencham os demais requisitos exigidos.

A assessoria respondeu, corretamente, que o ato 1 é de competência do: 


A
Congresso Nacional, devendo ser veiculado em lei, o mesmo ocorrendo em
relação ao ato 2, com a distinção de que este último deve ser previsto em
lei de iniciativa privativa do presidente da República;
B
presidente da República, sendo veiculado em decreto, ad referendum do
Congresso Nacional, enquanto o ato 2, embora também seja veiculado em
decreto, não depende de aprovação do Poder Legislativo;
C
Congresso Nacional, devendo ser veiculado em lei, de iniciativa privativa do
presidente da República, enquanto o ato 2 é de competência deste último
agente, que o veiculará por meio de decreto;
D
presidente da República, devendo ser veiculado em decreto, ad
referendum do Congresso Nacional, enquanto o ato 2 é de competência
deste último órgão, sendo veiculado em decreto legislativo;
E
Congresso Nacional, devendo ser veiculado em lei, enquanto o ato 2 é de
competência do presidente da República, que o veiculará por meio de
decreto.

1. a  extinção  total das consequências de determinados crimes; ->  ANISTIA

2. o  perdão  da pena imposta aos condenados por certos crimes, que tenham cumprido
parte dela e preencham os demais requisitos exigidos. ->  INDULTO

BASE LEGAL:

—> ANISTIA - Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52[...] dispor sobre
todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

VIII - concessão de anistia;

-> LEI + CONGRESSO + PRESIDENTE com poder de SANÇÃO ou VETO

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

—> INDULTO - Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos


instituídos em lei;

-> DECRETO + DELEGÁVEL a ME/PGR/AGU

Gabarito: E

O Poder Judiciário brasileiro possui uma estrutura complexa, composta tanto por
órgãos encarregados precipuamente do exercício da função jurisdicional quanto por
órgãos dotados de atribuições eminentemente administrativas.
Integram a estrutura orgânica do Poder Judiciário nacional:
A
o Ministério da Justiça e o Conselho da República; 
B
os Tribunais de Contas dos Municípios, dos Estados e da União;
C
o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho da Justiça Federal;
D
o Ministério Público e a Defensoria Pública, instituições essenciais à função
jurisdicional do Estado;
E
o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Superior da
Justiça do Trabalho. 
Dentre as espécies normativas previstas na Constituição da República de 1988, talvez
sejam as medidas provisórias aquelas que mais desafios suscitam para a interpretação
e aplicação do sistema constitucional, sobretudo em face dos abusos cometidos ao
longo do tempo no manejo dessa importante ferramenta.
Sobre os limites impostos à edição de medidas provisórias, em conformidade com o
texto da Constituição da República de 1988 e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, é correto afirmar que:
A
o texto constitucional não limita a possibilidade de prorrogação da vigência de uma
medida provisória, mas determina a sua entrada em regime de urgência, em cada uma das
Casas do Congresso Nacional, caso ela não seja apreciada em até 120 dias contados de
sua publicação;
B
não existe limitação constitucional quanto às matérias a serem disciplinadas por medida
provisória, de modo que tal espécie normativa pode abordar um amplo espectro de temas,
desde que presentes os pressupostos da relevância e da urgência;
C
caso a medida provisória não seja apreciada pelo Congresso Nacional em até 120 dias
contados de sua publicação, tem-se a conversão da medida em lei, haja vista a aplicação
do instituto da convalidação tácita na hipótese;
D
desde que presentes os pressupostos da relevância e da urgência, é permitida a
reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada
pelo Congresso Nacional ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo;
E
conquanto os pressupostos da relevância e da urgência para a edição de medidas
provisórias se submetam ao controle judicial, o escrutínio neste particular tem
domínio estrito, justificando-se a invalidação da iniciativa presidencial apenas quando
atestada a manifesta inexistência desses requisitos. 

Muito se discutiu, em sede doutrinária e jurisprudencial, acerca do status normativo


dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos.
Atualmente, em face da disciplina constitucional da matéria e da jurisprudência
pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
A
os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos possuem hierarquia
equivalente à da lei ordinária federal, como todos os demais tratados incorporados ao
ordenamento jurídico brasileiro;
B
os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos possuem status
supraconstitucional, haja vista a necessidade de o Estado cumprir o pactuado no plano
internacional em matéria de direitos humanos, independentemente da adequação
constitucional interna; 
C
os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos possuem hierarquia
de norma constitucional, pois a cláusula de abertura constante do Art. 5º, §2º da
Constituição da República de 1988 estabelece textualmente que os direitos e garantias
expressos naquele dispositivo não excluem outros decorrentes dos tratados
internacionais; 
D
aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aplica-se a teoria do
duplo estatuto, isto é, aqueles aprovados pelo rito especial do Art. 5º, §3º da
Constituição da República de 1988 têm natureza constitucional, enquanto todos os
demais ostentam status supralegal, estando abaixo da referida Constituição, porém
acima da legislação interna;
E
os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pelo rito
comum são normas materialmente constitucionais, na forma do Art. 5º, §2º da
Constituição da República de 1988, enquanto aqueles aprovados pelo rito especial do
Art. 5º, §3º da referida Constituição reputam-se normas material e formalmente
constitucionais, o que os torna insuscetíveis de denúncia e parte integrante do núcleo
pétreo da Lei Fundamental.

É corrente, em doutrina, a afirmação de que a Constituição da República de 1988,


dentre outros atributos, é rígida, analítica e eclética.
Isso significa que a Constituição da República de 1988:
A
pode ser alterada por um processo legislativo mais solene e dificultoso que o
destinado às demais espécies normativas, estabelece concisamente a estrutura
fundamental do Estado e sociedade, mediante normas materialmente constitucionais,
além de ser elaborada à luz de uma ideologia determinada; 
B
pode ser alterada por um processo legislativo mais solene e dificultoso que o
destinado às demais espécies normativas, estatui prolixamente a estrutura
fundamental do Estado e sociedade, por intermédio de normas material e
formalmente constitucionais, além de ser resultante do compromisso entre forças
políticas diferentes e ideias muitas vezes contrastantes;
C
possui uma parte modificável por processo solene de reforma constitucional e outra
mudável por processo legislativo ordinário, além de estatuir prolixamente a estrutura
fundamental do Estado e sociedade, por intermédio de normas material e
formalmente constitucionais, e resultar do compromisso entre forças políticas
diferentes e ideias muitas vezes contrastantes;
D
pode ser alterada pelo processo legislativo ordinário, estatui prolixamente a estrutura
fundamental do Estado e sociedade, por intermédio de normas material e
formalmente constitucionais, além de ser resultante do compromisso entre forças
políticas diferentes e ideias muitas vezes contrastantes; 
E
possui uma parte modificável por processo solene de reforma constitucional e outra
mudável por processo legislativo ordinário, estabelece concisamente a estrutura
fundamental do Estado e sociedade, mediante normas materialmente constitucionais,
além de ser elaborada à luz de uma ideologia determinada.

Após ampla mobilização dos proprietários de farmácias, que argumentavam com a


reduzida margem de lucro oferecida pela maioria dos medicamentos, o Estado Alfa
promulgou a Lei nº XX, que autorizou a comercialização de produtos de uso comum
(rectius: artigos de conveniência) nas farmácias.
Esse diploma normativo desagradou sobremaneira os proprietários de mercados e
mercearias. Ao consultarem um emérito constitucionalista, foi-lhes informado,
corretamente, que a Lei nº XX é:
A
constitucional, pois compete privativamente aos Estados legislar sobre saúde;
B
inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre saúde;
C
constitucional, desde que sejam observadas as normas gerais editadas pela União;
D
inconstitucional, pois compete privativamente aos Municípios legislar sobre assuntos
de interesse local;
E
inconstitucional, pois matérias afetas à vigilância sanitária atraem a competência
administrativa da União e, por via reflexa, sua competência legislativa.

John, de nacionalidade estrangeira e que veio a se naturalizar brasileiro, tinha sido


condenado, anteriormente, em seu país de origem, em sentença judicial transitada em
julgado, pela prática de crime comum. Após anos de negociação, o seu país de origem
celebrou tratado de extradição com o Estado brasileiro e requereu a extradição de
John.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que John:
A
não pode ser extraditado, pois o Brasil não extradita os seus nacionais;
B
não pode ser extraditado, salvo se, previamente, for declarada a perda da
nacionalidade brasileira;
C
pode ser extraditado em razão da natureza do crime e do momento em que o
praticou, sendo-lhe aplicável o tratado de extradição celebrado posteriormente;
D
poderia ser extraditado em razão da natureza do crime e do momento em que o
praticou, mas não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado posteriormente; 
E
poderia ser extraditado, como qualquer nacional, nato ou naturalizado, em razão da
natureza do crime, mas não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado
posteriormente.

Maria, emérita professora de Direito Constitucional, foi consultada por um de seus


alunos sobre a possibilidade de um Estado-membro da Federação legislar sobre
matéria de competência legislativa privativa da União.
Maria respondeu corretamente que a dúvida suscitada pelo seu aluno exige uma
resposta
A
negativa, pois em nenhuma hipótese um ente federativo pode exercer as
competências constitucionais outorgadas a outro.
B
positiva, desde que tenha ocorrido omissão da União, cessando a eficácia da lei
estadual tão logo sobrevenha a lei da federal.
C
positiva, desde que o Congresso Nacional edite lei complementar autorizando o
Estado a legislar a respeito de questões específicas das referidas matérias. 
D
positiva, desde que tenha sido aprovada emenda à Constituição da República de 1988,
dispondo sobre o exercício temporário, pelo Estado, de competência legislativa
privativa da União.
E
positiva, desde que o Congresso Nacional o permita com a edição de lei delegada, que
deverá delimitar o seu objeto, dispondo, ainda, sobre a exigência, ou não, de que
aprove, previamente, a lei a ser editada.

Gabarito: letra C - Art. 22, parágrafo único, da CF/88:

Art. 22. Compete  privativamente  à União legislar sobre:

Parágrafo único.  Lei complementar  poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Diversos vereadores do Município Beta apresentaram projeto de lei criando um órgão


vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, que passaria a desenvolver algumas
atividades que seriam relevantes, ao ver dos autores da proposição, para a prevenção
de possíveis danos à saúde. O projeto foi aprovado por unanimidade e veio a ser
sancionado pelo Prefeito Municipal, daí resultando a Lei nº XX.
Irresignado com as atividades que os profissionais da área de saúde a serem lotados
no novo órgão passariam a exercer, já que suas obrigações seriam sensivelmente
ampliadas, o sindicato da categoria consultou seu advogado a respeito da
compatibilidade da Lei nº XX com a Constituição da República de 1988.
O advogado respondeu corretamente que a Lei nº XX é
A
inconstitucional, pois os Municípios não têm competência legislativa para criar ou
disciplinar as atividades dos órgãos municipais da área de saúde, o que decorre do
caráter nacional dessa área. 
B
constitucional, pois os Vereadores podem apresentar projetos que criem órgãos ou
alterem as atribuições da Secretaria Municipal de Saúde, desde que não haja aumento
de despesa.
C
inconstitucional, pois a criação do órgão, com a ampliação das atividades
desempenhadas pela Secretária Municipal de Saúde, é matéria de iniciativa privativa
do Prefeito Municipal.
D
constitucional, pois o Município possui competência suplementar para legislar sobre
saúde e não há iniciativa privativa do Poder Executivo na matéria.
E
constitucional, pois, apesar de a matéria versada na Lei nº XX ser de iniciativa privativa
do Prefeito Municipal, a sanção supriu o vício existente.

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