Você está na página 1de 190

MINISTÉRIO DA MULHER,

DA FAMÍLIA E DOS
DIREITOS HUMANOS

Brasília –
DF 2020

MANUAL DO FACILITADOR - Pais


2020 Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0
Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

O conteúdo desta obra pode ser acessado na página: <https://bibliotecadigital.mdh.gov.br/jspui/handle/192/652>.


Versão brasileira adaptada do “Strengthening Families Programme for Parents and Youth10-14 – DVD Based Curriculum – Leader Guide 2006” –
SFP 10-14 UK.

Copyright da obra original ©2006 Oxford Brookes University.

SFP foi desenvolvido pelo Departamento de Serviço Social da Oxford Brookes University, Reino Unido.

O programa foi traduzido e adaptado pelo Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com o UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas
e Crime). Em 2019 a gestão no Brasil foi transferida para o Ministério da Mulher, da Família de dos Direitos Humanos.

O Departamento de Serviço Social da Oxford Brookes University detém os direitos autorais da versão em língua inglesa.

Para informações sobre permissão, entre em contato com a Escola de Saúde e Assistência Social, Oxford Brookes University, Oxford, Reino Unido,
ou consulte: <www.mys-trongfamily.co.uk>.

1ª edição – 2017 – versão eletrônica


Luiz Felipe Zago
Colaboração: Naiara Moreira Campos
Camila Morais Raquel Turci Pedroso
Greici Cristhina Justino Roberto Tykanori
Juliana Seidl Samia Abreu Oliveira
Karen Oliva
Ilustrações:
Felipe dos Reis Chaves
Elaboração de texto:
David R. Foxcroft Revisão ortográfica e projeto gráfico:
Debby Allen AGCOM
Lindsey Coombes
Tradução:
Revisão técnica: José de Arimatéa Maciel Ferreira
Clarisse Moreira Aló
Joamara Mota Borges Colaboração técnica:
Marina de Souza Pedralho Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas/
Viviane Paula Santos Rocha Ministério da Justiça

Normalização e diagramação:
Editora MS/CGDI
2ª edição – 2.2 - 2020 – versão eletrônica
Revisão técnica:
Jorge Luís Barreto Pereira
Mayara Josevina de Oliveira dos Santos

P964
Programa Famílias Fortes : Manual do Facilitador - Pais / Ministério
da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. - 2. ed. - Brasília: Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 2020.

186 p. : il. color. - (Série Programa Famílias Fortes)

1. Família. 2. Relação familiar. 3. Pais e filhos. 4. Fortalecimento dos


vínculos familiares. 5. Adolescentes. 6. Habilidades parentais. 7. Consumo de
drogas. I. Brasil. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

CDD 362.1
PROGRAMA
FAMÍLIAS FORTES

BRASÍLIA
MMFDH
2020
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Jair Messias Bolsonaro

VICE- PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Antônio Hamilton Martins Mourão

MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA


E DOS DIREITOS HUMANOS
Damares Regina Alves

SECRETARIA NACIONAL DA FAMÍLIA


Ângela Vidal Gandra Martins

DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO ILUSTRAÇÃO


E FORTALECIMENTO DA FAMÍLIA Felipe dos Reis Chaves
Marcelo Couto Dias

COORDENAÇÃO-GERAL DE FORTALECIMENTO
DOS VÍNCULOS FAMILIARES E SOLIDARIEDADE
INTERGERACIONAL
Jorge Luís Barreto Pereira
Programa Famílias Fortes - PFF
Olá!
Você tem em suas mãos o Manual do Facilitador - Pais.
Este material não é perecível e pode ser usado indefinidamente pelos facilitadores que irão
conduzir os grupos de pais ou responsáveis.
Cada unidade de serviço que realiza grupos deve receber ao menos um conjunto completo de
manuais do Famílias Fortes. O conjunto é composto de quatro manuais: Manual do Facilitador -
Introdução, Manual do Facilitador - Pais, Manual do Facilitador – Filhos e Manual do Facilitador
- Família. É importante que este material permaneça no serviço para futuro uso.
Além dos manuais há dois cadernos: O Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis e o
Caderno de Atividades dos Filhos. Esses são entregues aos participantes.
Apenas pessoas que passaram por uma formação completa e específica do PFF estão aptas a
aplicar o programa e conduzir os encontros.
O Famílias Fortes é uma ferramenta de fortalecimento de vínculos como caminho para a
prevenção de comportamentos que possam gerar prejuízo social, físico e/ou emocional a
crianças, adolescentes e suas famílias.
O Manual do Facilitador - Introdução permite que você conheça melhor o que é o Famílias
Fortes, seu histórico, objetivos, estrutura, o processo de aplicação no Brasil, as funções e o perfil
dos facilitadores, dentre outras informações.
Seja bem-vinda ou bem-vindo ao grupo de facilitadores do PFF!
Desejamos boa leitura e muito sucesso nos grupos!

Unidade: ________________________________

Município: _______________________________

Data da formação: ___ /___ /_____

Facilitador que recebeu o material: _________________________________________________


SUMÁRIO

Encontro 1 – Amor e limites ............................................................................................07


Encontro 2 – As regras da nossa casa ..............................................................................31
Encontro 3 – Incentivar boas atitudes .............................................................................49
Encontro 4 – Usar consequências ....................................................................................71
Encontro 5 – Construir pontes .........................................................................................87
Encontro 6 – Proteger contra o abuso de sustâncias .....................................................111
Encontro 7 – Ajudar e ser ajudado .................................................................................133
Acompanhamento 1 – Lidar com o estresse ..................................................................143
Acompanhamento 2 – Comunicar quando não concordar ............................................155
Acompanhamento 3 – Revisar as habilidades de amor e limites ...................................167
Acompanhamento 4 – Rever como ajudar com a pressão dos amigos ..........................175
Encontro 1

Pais
AMOR E LIMITES
Encontro 1 dos Filhos: TER METAS E SONHOS

Encontro 1 das Famílias: APOIAR AS METAS E OS SONHOS


Programa Encontro 1 – Pais
AMOR E LIMITES
Famílias Fortes

Sumário
Boas-vindas e apresentação ......................... 10
Vamos nos conhecer? ................................... 11
Preocupações e problemas comuns
entre adolescentes........................................ 12
Amor e limites ............................................... 15
Apoiando os sonhos e objetivos dos filhos… 25
Os sentimentos dos filhos ............................. 26
Prática em casa ............................................. 27
Preparação para o encontro de família ........ 28
Conclusão ...................................................... 29

Materiais Necessários: Objetivos


 Crachás (1 para cada participante) Os pais irão:
 Lista de presença dos pais  Identificar motivos de estresse e alguns
 Televisão ou projetor problemas comuns entre adolescentes.
 Leitor de DVD ou computador com leitor de  Refletir sobre as qualidades que desejam ver
DVD e entrada USB em seus filhos.
 Caixa de som  Aprender a importância de amor e limites para
 DVD 1 (Encontro 1 - Pais) o desenvolvimento saudável de seus filhos e de
suas potencialidades.
 Cartolinas (3) e pincéis atômicos
 Aprender como apoiar os objetivos e sonhos
 Canetas para os participantes (1 para cada) dos filhos.
 Desenho do contorno do jovem (desenhar em
uma cartolina ou papel pardo ou lousa)
 Caderno de atividades dos pais
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e Nota ao facilitador: é importante combinar entre
os facilitadores quem será o responsável por captar
Responsáveis” (kit)
as imagens durante os encontros. Os facilitadores
tiram fotos dos encontros dos pais, dos filhos, e em
especial das atividades em família. Essas imagens
Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem ou filmagens serão utilizadas no Encontro 7,
uso da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel momento em que os pais e filhos reveem o que
pardo, quadro branco ou qualquer material aprenderam durante as semanas anteriores.
similar. Poderá ainda optar por fazer a atividade de
modo oral, sem utilizar nenhum destes materiais,
ou tomando notas em um papel, caso seja
necessário lembrar depois.

09
Quando os participantes
chegarem
1. Receba a todos com respeito e demonstre que
a presença de cada um é importante.
2. Oriente o preenchimento dos crachás.
3. Oriente o preenchimento da lista de presença.

Boas-vindas e
apresentação
.......................... 1 minuto

Você pode dizer algo como:


LEMBRE-SE
“Bem-vindos ao Programa Famílias Fortes.
O encontro é organizado em torno do tempo.
Estamos muito felizes por estarem aqui e
Cuidado para não ultrapassar o prazo de cada
sabemos que vão descobrir muitas formas de
atividade, caso contrário o grupo de filhos
ajudar seus filhos a se prepararem para a
terminará antes e o encontro de famílias ficará
adolescência. Os filhos estarão em outro grupo,
prejudicado.
com duração de uma hora, enquanto nós estamos
aqui, no grupo dos pais, mães e responsáveis. Neste caso, as atividades de introdução devem
Depois eles irão se juntar a nós para as atividades durar ao todo 10 minutos.
em família. Vocês irão se divertir com seus filhos, (“Boas vindas”, “Vamos nos conhecer? ” E
ensinar algumas coisas que serão muito úteis na “Regras do grupo” - total 10 minutos)
criação de proximidade na família, ajudar seus
filhos a se saírem melhor nas amizades (na escola 10 MINUTOS
e fora dela) sem entrarem em problemas. É
importante que vocês não faltem. Mas, se
precisarem faltar, podem me avisar, e não se
esqueçam de voltar na próxima semana. ”

Opcional: se no seu grupo houver itens a serem Observação:


sorteados ao longo do programa, aproveite esse Para os casos que não há brindes disponíveis,
momento para esclarecer as regras e os critérios incentivamos que os facilitadores promovam um
do sorteio, por exemplo: será semanal para momento de troca de talentos entre os
aqueles que forem pontuais, ou será ao final do participantes, que pode ser desde uma receita
programa para todos que participarem de todos culinária a serviços mais complexos, como um
conserto de roupa, manicure e outras habilidades
os encontros.
de que o grupo disponha.

10
Vamos nos conhecer?
.......................... 4 minutos

1. Você, facilitador, se apresenta e diz algo que


você gostaria de fazer em família.
2. Peça que cada responsável se apresente e diga
algo que gosta de fazer em família. Oriente aos
pais que sejam breves.

Regras do grupo
.......................... 5 minutos

1. Regras do grupo: conduza o grupo na escolha


de regras básicas de convivência e anote na
cartolina. Exemplo: respeitar a opinião de todos,
sigilo no grupo, pontualidade e desligar os
celulares, etc.

2. Informe aos participantes que serão usados


DVDs em todos os encontros, e que haverá
tempo para debates durante as atividades.
Porém, terão um tempo para se expressarem,
caso contrário não terminarão o encontro no
horário combinado. Se sentirem necessidade de
falarem mais sobre um assunto, que eles podem
conversar no intervalo. Logo após, inicie o DVD.

Inicie o DVD

11
Narrador 1
Preocupações e problemas Como a maioria dos pais ou responsáveis, você quer o
comuns entre adolescentes melhor para seus filhos. Quer que eles passem pela
adolescência sem problemas com cigarro, álcool e
Fala do DVD ............. 3 minutos outras drogas, sem riscos sexuais e nem conflitos com
a polícia. Você quer que eles sejam bons filhos, que
cresçam para serem adultos responsáveis e
cuidadosos.
Você pode fazer a diferença. Sabemos que as crianças
e os jovens vão melhor na escola e fora dela quando
sabem que os seus pais ou responsáveis os amam, e,
ao mesmo tempo, têm regras para seguir.
Narrador 2
Por isso que este programa é sobre O AMOR E OS
LIMITES. Você provavelmente já faz um monte de
coisas com seus filhos que são certas, e vamos ajudá-
lo a fazer mudanças nas áreas onde eles têm
problemas. Lembre-se de que você é a influência mais
importante sobre seus filhos.
O que você faz com eles em casa, o modo como você
mostra que se importa e as regras e consequências
que você usa quando eles se comportam mal os
ajudam a ir melhor na escola, escolher melhor os
amigos e torna a vida mais fácil para a família.

Kleber
Sabe, Pedro, eu realmente invejo você agora com dois
filhos nesta difícil fase de adolescente. Achava difícil
quando eles eram pequenos, era difícil ficar sempre
disponível e se preocupar com eles o tempo todo. Mas
agora, meu Deus, essa foi a parte fácil. Os jornais só
mostram gente dirigindo bêbada e drogada. Mês
passado aquele rapaz quase morreu naquele acidente
na estrada. Não sei como Lia e eu vamos passar pelos
próximos 10 anos.

Pedro
É verdade. Achava difícil quando Joana e Antônio
eram adolescentes, mas acho que tivemos sorte de
eles não terem se metido com coisa errada. Tem tanta
coisa ruim por aí agora, deve ser muito difícil para eles
também. Esperamos que dê tudo certo para o Daniel
e a Maria como deu com nossos dois filhos mais
velhos.

12
Problemas na
adolescência
Atividade 1.1 ............. 5 minutos

1. Leia as questões que aparecem na tela e peça


ao grupo para falar das preocupações diárias
típicas da adolescência na opinião de cada um.
Anote na cartolina os itens identificados.

2. Em seguida, peça que eles tentem pensar e Quais são as preocupações diárias
dizer alguns dos problemas realmente graves que dos adolescentes?
podem acontecer na adolescência.
Quais são os problemas mais
Caso os pais não falem dos itens a seguir, é graves na adolescência?
importante que você comente: 5 min.
Preocupações diárias e corriqueiras da
adolescência:
 Pressão dos amigos
 Preocupação com a aparência
 Fazer parte de um grupo
 Problemas físicos
 Problemas de namoro
 Problemas com trabalhos escolares ou
professores
 Dificuldade em se relacionar com os amigos
 Revolta contra as regras
 Falta de dinheiro

Problemas graves na adolescência:


 Vandalismo na escola ou comunidade
 Uso de álcool ou drogas
 Fumo
 Furtos em lojas
 Comportamento sexual irresponsável
 Largar/abandonar a escola
 Imprudência ao volante

Se sobrar tempo no cronômetro do DVD, você


pode fazer a seguinte pergunta:

 Quando você era adolescente as Cena 2


preocupações eram as mesmas ou mudaram? Narrador
Com todos os problemas da adolescência, muitos pais
ou responsáveis se perguntam o que eles podem fazer
Fim da atividade para manter os filhos longe dos problemas. Bem, a boa
notícia que existem muitas coisas que os pais ou
responsáveis podem fazer para ajudar os seus filhos.
Fala do DVD ............. 2 minutos

13
Qualidades que você Kleber
Sabe, às vezes, me pergunto o que posso fazer para que
deseja no seu filho tudo dê certo com meus filhos. Lia e eu estávamos
conversando sobre nossa frustração com o Roberto, o
Atividade 1.2 ............. 7 minutos José e a Rosa. Só queremos que eles sejam
responsáveis, façam o que dizem que vão fazer e nos
1. Tenha próximo a você o desenho que fez do respeitem. Fico tão aborrecido com o Roberto quando
ele começa a me responder mal. Preciso orientá-lo
contorno de um jovem. porque ele é muito jovem! Imagine o que eu vou fazer
quando ele for um adolescente?
2. Peça a cada pai para pensar em uma
qualidade ou característica que gostariam de ver Pedro
Ter um pouco mais de experiência com certeza ajuda.
nos filhos quando eles crescerem. Dê um Eu me preocupo muito menos com o Daniel e a Maria
exemplo, como “honestidade”. do que me preocupava com os outros dois.
Acho também que a gente viu que existem algumas
3. Em seguida peça para comentarem as coisas que você deve fazer para que não aconteça
qualidades que escolheram com o colega que nenhum problema grave. Primeiro, eles sabem do que
a gente é capaz e que a gente fala sério. Outra coisa que
esteja próximo. Em duplas. Dê 2 minutos para eu acho muito importante é eles saberem que a gente
que comentem uns com os outros. gosta e se interessa por eles. E essas são as duas coisas
que queremos tentar e lembrar com o Daniel – AMOR E
4. Peça aos participantes que digam para todo o LIMITES.
grupo as qualidades que escolheram e vá Kleber
anotando no desenho do adolescente (dê 5 Amor e limites? (Ainda indeciso.) Eu acho que isso faz
minutos para essa parte, discutindo por que sentido. Todos os pais ou responsáveis querem que
cada qualidade é importante enquanto escreve seus filhos sejam como eles sonharam. Investimos
na figura). muito tempo e energia neles, cuidando deles quando
ficavam doentes, os altos e baixos, o primeiro dia na
escola. Só o que você realmente quer é que eles sejam
Caso os participantes não mencionem os itens a boas pessoas. Ter um emprego decente e sua própria
seguir, você deve mencionar: família.

• honestidade • ter um bom trabalho


• responsabilidade • confiável
• cuidar dos outros • respeitoso
Quais qualidades você deseja
Fim da atividade para seu filho?

7 min.

14
Amor e limites Narrador 1
Um dos pais disse que os adolescentes necessitam de
duas coisas: do amor e dos limites. No programa
Famílias Fortes você vai ter algumas ideias de formas
eficazes de definição de limites, regras, consequências,
formas de se comunicar para que as crianças ou
Fala do DVD ............. 3 minutos adolescentes escutem você. Ajudaremos também com
algumas novas formas para fortalecer os laços
familiares. Como um dos pais disse, quando os nossos
 Criação severa, horários, notas escolares, filhos têm certeza que os amamos de verdade, eles
aparência física. querem nos agradar e fazer o que é certo.
Narrador 2
É difícil para a maioria dos pais impor de modo firme os
limites e ao mesmo tempo ser amável. Em vez disso,
muitos familiares acabam passando dos limites,
especialmente quando estamos lidando com nosso
próprio estresse. Alguns pais ou responsáveis querem
impor as regras à sua maneira e nunca cedem. Suas
exigências sempre vêm em primeiro lugar. Esse pai é
controlador e diz “não” sem sequer pensar se a resposta
deve ser “sim”, “talvez” ou “não”. Esse pai tem muitas
regras, ou talvez ele não tenha regras específicas, mas
espera que seu filho seja perfeito e nunca cometa um
erro.

JEITO DO PAI JEITO DO FILHO

• As exigências • Os desejos dos


dos pais em filhos em primeiro
primeiro lugar. lugar.
• Pais no controle • Pais abrem mão.
• Sempre diz não • Difícil dizer não.
• Regras demais • Regras de menos.

Narrador 1
Mas, também, fazer o contrário não é a melhor forma.
Há pais ou responsáveis que acabam achando que tudo
deve ser do jeito do filho. Eles pensam nos desejos de
seus filhos sem considerar o que realmente é melhor
para a criança ou a família. O pai muitas vezes desiste,
tem dificuldade em dizer “não” e não tem regras
suficientes. Eles não impõe limites básicos aos filhos.
Narrador 2
Este programa irá ajudá-lo a encontrar um meio termo
em que você será capaz de demonstrar amor e limites,
estabelecerá regras e consequências, onde você terá
certeza do que seu filho faz, o que se espera dele e onde
você também dirá e fará coisas para construir um
relacionamento amoroso e positivo para que ele
perceba que você se preocupa com ele. Vejamos alguns
exemplos de pais ou responsáveis que não sabem como
dizer não e, por fim, acabam sendo muito duros.

15
Luísa (adolescente chega em casa à noite)
– Rita! Venha aqui agora! Você passou dos
limites! Você não tem responsabilidade, né? Você
sabe que horas são? Você tinha que estar em casa
há meia hora!

Mateus
– Agora você conseguiu, Rita! Pra mim, já chega.
Você não vai poder sair depois da escola por um
mês!

Luísa
– O que vamos fazer com ela?

Mateus
– Eu não sei.

Kleber (Abrindo o boletim, falando com a Rosa)


– Tá bom, vamos ver como você se saiu. Mesma
coisa em inglês; você melhorou em ciências. Mas
o que é isso?! (Falando alto e zangado). Suas
notas em matemática são as mesmas da última
vez. O que eu te disse, Rosa? Eu não te avisei?
Você não tá nem aí, não é? Você deveria estudar
mais e conseguir melhores resultados! Acho
melhor seu próximo boletim melhorar ou você vai
me pagar!

Carol (Maria com maquiagem)


– Maria, venha aqui para eu te ver. Você deve
estar brincando! Quantas vezes tenho que dizer
que você não pode se maquiar desse jeito? Você
não tem idade para isso. Sobe e tira essa sujeira
da cara. Você parece uma palhaça!

Maria
– A quem você acha que eu puxei?

16
Resultados de uma
criação severa
Atividade 1.3 ............. 2 minutos

Discussão: AMOR E LIMITES

O que um jovem pode aprender


sobre si mesmo?
O que um jovem pode aprender
sobre os pais/responsáveis?

1. Leia as perguntas da tela e estimule o debate, 2 min.


lembrando que devem dizer o que os filhos
aprendem sobre si e sobre os pais numa situação
como a que foi mostrada.

2. Mantenha o foco no debate sem discutir o que


os participantes teriam feito nas situações.
Narrador
Nota ao facilitador: se você preferir use apenas a Você provavelmente concorda que os pais ou
pergunta opcional: “Que tipo de comportamento responsáveis que acabamos de ver foram muito
pode resultar da criação severa? ” rigorosos, controladores e bravos. Esses mesmos
pais ou responsáveis poderiam ter definido os
Pergunta opcional, se tiver tempo: limites com calma e as atitudes poderiam ser
diferentes de gritar e culpar seus filhos.
 Que tipo de comportamento pode resultar da Agora, vamos observar alguns exemplos de pais ou
criação severa? responsáveis que estão no outro extremo:
extremamente compreensivos, mas na verdade
Fim da atividade gostariam de estabelecer o que seus filhos fazem
ou deveriam fazer.
Daniel
– Pai, eu poderia passar a noite na casa do Jorge no
sábado? Ele tem um novo videogame que eu quero
jogar.

Pedro (calmo)
Fala do DVD ............. 2 minutos – Mas os pais do Jorge não viajarão neste fim de
semana?
Daniel
 Criação flexível, dormir na casa de amigos
– Sim, mas o irmão dele vai estar lá e ele tem 17
 Criação flexível, fazer a tarefa de casa
anos. Você não precisa se preocupar, não vamos ter
problemas.

Pedro pensa
– Não sei, não. O irmão do Jorge não é muito
confiável. Acho melhor não... mas sei que o Daniel
vai encrencar. Ele tem um temperamento muito
forte!

17
Pedro
– Tá tudo bem. Mas prometa que vão se
comportar.
Daniel
– Sim, vamos.
Pedro
– De verdade.
Daniel
– Sim, vamos ficar bem.
Lia
– Rosa, é hora de fazer a tarefa de casa.
Rosa
– Mas mamãe, este é o meu programa favorito.
Eu vou fazer quando acabar.
Lia
– Ok.

(O tempo passa)
Lia
– Rosa, seu programa acabou. É hora de fazer a
tarefa de casa.
Rosa
– Tá, vou lá pegar. Vou fazer durante os
comerciais.
Lia pensa (parecendo “fraca”)
– Eu deveria fazê-la desligar a TV, ir pro quarto e
fazer a tarefa. Mas eu sei o quanto ela espera pela
noite de quinta-feira para ver televisão.

18
Resultados da
criação flexível
Atividade 1.4 ............. 2 minutos

Discussão: AMOR E LIMITES

O que um jovem pode aprender sobre


si mesmo?
O que um jovem pode aprender sobre os
pais/responsáveis?

1. Comente sobre as perguntas na tela e estimule 2 min.


o debate.

2. Mantenha o foco no debate sem discutir o que


os participantes teriam feito nas situações.
AMOR E LIMITES
Nota ao facilitador: o facilitador pode escolher
Crie e mantenha regras.
fazer apenas a pergunta opcional.
Pense nos sentimentos e nas necessidades
Pergunta opcional, se tiver tempo: dos seus filhos.
Pense nos seus próprios sentimentos e
 Que tipo de comportamento pode resultar da necessidades.
criação flexível? Mostre amor e respeito.

Nota ao facilitador: Após a atividade 1.4, terá no


1 1/2 min.
DVD uma tela AMOR e LIMITES, que ficará
1min30s. Ler a tela para o grupo.

Fim da atividade Narrador


Vimos exemplos de pais ou responsáveis
excessivamente controladores e pais muito
flexíveis, com dificuldades em impor regras e
limites.
Estudos de família mostram que os filhos se
saem melhor quando os pais ficam no meio-
Fala do DVD ............. 11 / 2 minutos termo, nem rígido e nem solto.
 Criação com amor e limites, dormindo fora É importante ter regras claras e elas serem
 Criação com amor e limites, lição de casa seguidas, mas também é preciso considerar os
sentimentos do filho e mostrar amor e respeito.
Como consequência, observa-se que as crianças
se saem melhor na escola, escolhem melhor os
amigos e aprendem a ter responsabilidade
quando os pais ou responsáveis mostram amor
e limites.
Agora, vamos observar alguns pais ou
responsáveis que têm regras firmes e
expectativas, e tratam seus filhos com
imparcialidade e respeito.

19
Luísa (adolescente chega em casa à noite)
– Rita, você pode vir aqui, por favor? Você disse
que ia estar em casa às 5 horas e você está uma
hora atrasada. Eu estou muito zangada para falar
com você sobre isso agora. Vamos discutir isso
mais tarde, quando eu estiver me sentindo mais
calma.

Mateus
– Que bom, querida? Você estava calma.

Daniel
– Pai, eu poderia passar a noite na casa do Jorge
no sábado? Ele tem um novo videogame que eu
quero muito jogar.

Pedro (calmo)
– Os pais ou responsáveis do Jorge não viajarão
neste fim de semana?

Daniel
– Sim, mas o irmão dele vai estar lá e ele tem 17
anos, então você não precisa se preocupar.

Pedro (gentil, mas firme)


– Nossa regra é que um dos pais ou responsáveis
tem que estar em casa para que você possa
dormir lá.

Daniel
– Sim, mas o irmão dele vai estar lá.

Pedro
– Olha, eu sei que você não vai gostar, Daniel, mas
a resposta é “não”.

(Daniel sai triste.)

Lia
– Rosa, é hora de fazer a tarefa de casa.

Rosa
– Mas mamãe, este é o meu programa favorito.
Eu vou fazer quando acabar.

Lia (firme, mas gentil)


– Rosa, o programa acabou de começar, e a regra
é fazer a tarefa antes da TV.

Rosa (levantando-se para fazer a tarefa)


– Não é justo!

20
Resultados da criação
equilibrada com amor
e limites
O que um jovem pode aprender
Atividade 1.5 ............. 5 minutos
sobre si mesmo?
O que um jovem pode aprender
Discussão:
sobre os pais ou responsáveis?
O que um jovem pode aprender
sobre o mundo?
5 min.
1. Comente sobre as perguntas na tela e estimule
o debate.

2. Mantenha o foco no debate sem discutir o que


os participantes teriam feito nas situações.

Nota ao facilitador: o facilitador pode escolher


fazer apenas a pergunta opcional.

Pergunta opcional, se tiver tempo:

 Qual é a maior dificuldade em mostrar amor e


limites ao mesmo tempo?

Fim da atividade

Nota: No DVD - Assim que acaba o tempo da tela:


“O que um jovem pode aprender sobre si mesmo?
O que um jovem pode aprender sobre os
pais/responsáveis? O que um jovem pode
aprender sobre o mundo? ” da Atividade 1.5, na
sequência já inicia a tela: “Coisas que faço bem
como pai” com a contagem do tempo 8 min.

21
Checklist: coisas que faço
bem como pai/responsável

Coisas que faço bem como pai


Atividade 1.6 ............. 8 minutos

1. Peça aos pais para abrirem o Caderno de


atividades na página do “Checklist: Coisas que
8 min.
faço bem como pai/responsável – Atividade 1.6”.
2. Siga o roteiro abaixo. Lendo cada item em voz
alta. OBS.: cuide para não ultrapassar o tempo da
atividade.
3. Os itens ímpares são de “limites” e os pares de
expressão de “amor”, mas não há itens bons ou
ruins. Todos são importantes para uma criação
saudável. Peça aos pais/responsáveis que
marquem: “sempre, às vezes ou nunca” fazendo
um “x” na coluna correspondente.
4. Lembre-os de que todos nós fazemos bem
algumas coisas e que podemos melhorar em
outras.

Roteiro:
Coisas que faço bem
como pai/responsável
(A seguir apresentamos uma sugestão de explicação dos itens)

Atividade ............. Checklist

1. Esperar me acalmar para depois lidar com o


problema;
Você deixa a raiva passar antes de resolver o
problema?

2. Dizer “eu amo você”;


Você diz que ama seu filho/filha “raramente”, “às
vezes” ou “sempre”?

3. Ajudo meu filho/filha a entender as regras:


Você explica as regras?

4. Divertir-se em família;
Quantas vezes vocês se divertem juntos em
família?

22
5. Digo ao meu filho/filha as consequências de
desobedecer às regras;
Com que frequência você diz ao seu filho/filha o que
vai acontecer se ele/ela fizer algo errado?

6. Elogio e dou recompensas especiais quando


meu filho/filha segue as regras;
Você “raramente”, “às vezes” ou “sempre” elogia
seu filho /filha quando ele/ela faz o que deve
fazer?

7. Aplicar as consequências quando ele/ela


desobedece a uma regra;
Com que frequência você aplica uma
consequência se ele/ela faz algo errado?

8. Abraçar;
Você abraça seu filho/filha “raramente”, “às
vezes” ou “sempre”?

9. Participar das reuniões de pais da escola;


Quando há reuniões na escola você costuma ir?

10. Vejo as apresentações de datas


comemorativas na escola do meu filho/filha;
Você costuma ir às atividades e apresentações
comemorativas da escola onde seu filho/filha
estuda?

11. Explicar como fazer as tarefas domésticas e


quando terminar;
Quando você quer que seu filho/filha faça uma
tarefa doméstica, quantas vezes você mostra
como e quando fazer?

12. Passar tempo com meu filho/filha;


Você “raramente”, “às vezes” ou “sempre” fica a
sós com seu filho/filha conversando ou se
divertindo?

13. Digo ao meu filho/filha o motivo das regras;

Você explica o porquê das regras?

14. Apoiar meu filho/filha quando ele/a está


chateado;
Quando seu filho/filha tem um problema ou está
triste, quantas vezes você ouve e ajuda ele/a se
sentir melhor?

23
15. Ter horário para fazer a lição de casa;
Você costuma dar a seu filho/filha um horário
para fazer a lição de casa?

16. Digo ao meu filho/filha que tenho orgulho


quando ele/a faz algo difícil;
Você elogia seu filho/filha quando ele/a se esforça
para fazer algo?

17. Ajudo meu filho/filha a resolver os problemas


que surgem em casa;
Quando existe um problema em casa você o ajuda
a resolvê-lo?

18. Tento ver as coisas a partir do ponto de vista


do meu filho/filha;
Você pensa como seu filho/filha pode estar se
sentindo e como ele/a vê a situação?

19. Digo ao meu filho/filha o que penso sobre


álcool, tabaco e outras drogas;
Você diz ao seu filho/filha quais são as suas regras
sobre álcool, tabaco e outras drogas?

20. Ajudo meu filho/filha a lidar com uma


situação difícil com os amigos/amigas ou na
escola;
Se seu filho/filha está irritado com algo ou um
amigo/amiga ou na escola, com que frequência
você conversa com ele/ela sobre como lidar com
isso?

Por último, peça para os pais/responsáveis


pensarem em uma coisa da lista que eles
gostariam de fazer mais. Diga que nas próximas
semanas eles terão novas ideias de como fazer
cada item da lista.

Se tiver tempo, pergunta opcional:


Diga uma coisa que você faz bem.

Fim da atividade

24
Apoiando os sonhos e
objetivos dos filhos

O que você queria ser?

Atividade 1.7 ............. 4 minutos

1. Diga ao grupo que no encontro de família vão


falar com os filhos sobre os sonhos e objetivos
deles para o futuro. Explique que um fator de
proteção o jovem ter metas e objetivos. O que você queria ser quando tinha
10-14 anos?
2. Dê ao grupo 1 ou 2 minutos para lembrar os
sonhos e objetivos de seus filhos. Dê o exemplo 4 min.
de algo que você queria fazer ou ser quando tinha
entre 10 e 14 anos. Depois passe pelos grupos e
peça aos pais para falarem dos seus próprios
sonhos quando tinham a mesma idade.
Narrador 1
No início da adolescência, os jovens começam a
pensar mais e mais sobre o que gostariam de ser
Fim da atividade quando crescerem. Os sonhos começam a ficar mais
reais quando são jovens, mas eles ainda não
conseguem ser realistas.
Rosa
Fala do DVD
– Oh, pai, eu decidi o que eu quero ser quando eu
............. 1 1/2 minuto crescer!
Kleber
 Rosa quer ser cantora – Foi?
 Daniel quer ser jogador de basquete
Rosa
– Cantora!
Kleber
– Oh, meu amor, eu sei que você gosta de cantar e que
canta bem no coral da escola e com os amigos, mas eu
não acho que você conseguiria ser uma cantora
profissional. Eu acho melhor você continuar cantando
por hobby.
(Filha abaixa a cabeça)

Pedro
– Tá na hora de fazer a tarefa. Vamos, filho.
Daniel
– Pra que tarefa? Eu vou ser um jogador de basquete
profissional quando eu crescer. Eu não vou precisar de
matemática.
Pedro
– O quê? Claro que vai. Que chance você tem de
realmente virar um jogador de basquete profissional?
Uma em um milhão.
25
Os sentimentos
dos filhos
Atividade 1.8 ............. 1 minuto O que a Rosa pode ter sentido?

Discussão: O que o Daniel pode ter sentido?

Quais poderiam se os resultados?

1 min.
1. Comente sobre as perguntas na tela e
estimule o debate. Narrador 1
Às vezes, quando ouvimos nossos filhos falarem
algo irreal, queremos protegê-los para que não
Fim da atividade. ponham suas esperanças em algo que não vai
acontecer. Mas dói quando os pais o deixam para
baixo ou zombam dele.
Sabemos que, quando os jovens têm objetivos e
Fala do DVD ............. 11/2 minuto sonhos para o futuro, se saem melhor na escola e
ficam mais propensos a permanecer longe dos
 O pai apoia um objetivo. problemas. Nós queremos que os filhos
acreditem que podem vencer na vida. Devemos
dizer “Você tem um futuro maravilhoso pela
frente, com todos os tipos de possibilidades.
Trabalhe para conseguir uma coisa que valha a
pena. Busque seus sonhos”.
Narrador 2
Tente ajudar seus filhos a ver o que eles precisam
fazer para atingir seus objetivos em vez de
zombar quando falam sobre as metas que você
acha que podem ser bastante irrealistas.
José
– Eu estou cansado de nunca ter dinheiro
suficiente para as coisas que eu preciso. Pelo
menos, quando eu for mais velho isso não vai ser
um problema. Eu vou ser um famoso e rico
cirurgião.
Kleber
– Sim, é frustrante ter pouco dinheiro. E os
médicos ganham um bom salário. O que você
acha que vai precisar para ser um cirurgião?
José
– Bem, acho que boas notas, especialmente em
ciências. E eu sou muito bom em ciências. O Sr.
Jorge disse que meu projeto foi um dos melhores
da sala.

26
Prática em casa
.......................... 2 minutos

1. Observe um momento durante a semana que


você estabelece limites.
2. Observe um momento durante a semana que
você mostra amor.

Caderno de atividades

3. Peça para abrirem na página do Caderno dos


Pais, onde tem o cartão: “Amor e limites” e
“Lema das Mães Pais e Responsáveis”.

Nota ao facilitador:
Incentive os pais/responsáveis a colocarem o
cartão em um lugar visível, por ex. na
geladeira, na parede. OBS.: eles podem
recortar o cartão AMOR e LIMITE e o Lema do
caderno para pregar em algum lugar da casa.

27
Preparação para o
encontro das família
.......................... 2 minutos

1. Se você for utilizar as fotos tiradas fora do


grupo, peça aos pais para assinarem um
“Formulário de Autorização de Imagem”, que
está no Caderno de atividades dos Pais.
2. Diga aos participantes que, no encontro de
família, eles tentarão adivinhar qual é o cartaz
(Mapa dos Sonhos) do seu filho/filha. E quando
acharem, para ficarem em frente ao cartaz e
conversarem com o filho/filha sobre as figuras
que estarão no cartaz.

Caderno de atividades

3. Abra o Caderno de atividades dos


Responsáveis, na parte “Os pais procuram e
debatem o Mapa dos Sonhos dos filhos –
Atividade 1.1”, leia em voz alta as “Questões
para o Mapa dos Sonhos” e explique que as
perguntas do caderno os ajudarão a descobrir
os sonhos e objetivos dos filhos/filhas e a criar
um diálogo com eles.

Nota ao facilitador:
Se o tempo para terminar o encontro dos pais
tiver acabado, vá direto para a leitura do lema,
e explique a atividade acima, no encontro de
família.

28
Conclusão
.......................... 1 minuto

1. Fixe o cartaz do “Lema das mães, pais e


responsáveis”.
2. Falem o lema em grupo.

Nota ao facilitador:
Explique que eles irão repetir o Lema dos pais
para o grupo todo no encontro de família. O Lema
dos pais pode ser ajustado de acordo com a
composição do grupo. Por exemplo, se o grupo for
composto apenas por mães, ou elas forem
maioria, podem adaptar o lema para “Somos
mães fortes e amorosas, que mostram amor e
estabelecem limites. Estamos ajudando nossos
filhos e filhas a se tornarem adultos
responsáveis”. Caso o grupo seja composto por
avós, tios, irmãos mais velhos ou outros, também
é possível adaptar o lema para “Lema dos Pais”,
ou um que satisfaça a preferência de todos.

29
Encontro 2

Pais
AS REGRAS DA
NOSSA CASA
Encontro 2 dos Filhos: ADMIRAR AS MÃES, PAIS E RESPONSÁVEIS

Encontro 2 das Famílias: ADMIRAR OS MEMBROS DA FAMÍLIA


Programa Encontro 2 – Pais
AS REGRAS DA NOSSA CASA
Famílias Fortes

Sumário
Revisão da prática em casa............................... 34
Como são os filhos nesta idade ........................ 35
Regras em casa? Por quê? ................................ 37
Decidindo sobre regras e responsabilidades .... 38
Usando frases que começam com “Eu”:
“Eu fico…” .........................................................40
Usando frases que começam com “Eu”:
“Quando…” .......................................................41
Usando frases que começam com “Eu”:
“Porque…” ........................................................42
Usando frases que começam com “Eu”:
“Eu quero que você” ........................................43
Prática em casa .................................................46
Preparação para o encontro das famílias .........46
Conclusão..........................................................47
Objetivos
Materiais necessários: Os pais irão:
 Compreender as mudanças que os filhos
 Lista de presença dos pais passam no período da adolescência.
 Crachás (um para cada participante)
 Entender por que as regras são necessárias e
 Televisão ou projetor importantes.
 Caixa de som
 Aprender como lembrar seus filhos e filhas sobre
 Leitor de DVD ou computador com leitor de
as regras de forma positiva sem criticá-los.
DVD/entrada de USB
 DVD 1 (Encontro 2 – Pais)
 Cartolina
 Pincéis atômicos (1 por pai/responsável);
 Papel cortado e fita adesiva (5-6 por
pai/responsável)
 Caderno de atividades dos pais
 Cartaz “Frases que começam com Eu” (kit)
 Cartaz “Árvore da Família” (kit)
 Cartaz “Tipos de Árvores” (kit) Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e uso de cartolina, o facilitador pode usar papel
pardo, quadro branco ou qualquer material similar,
Responsáveis” (kit)
poderá ainda optar por fazer a atividade de modo
oral, sem usar nenhum destes materiais ou
tomando notas em um papel, caso seja necessário
lembrar depois.

33
Os participantes
estão chegando
.......................... 1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre


que a presença de cada um é percebida.
2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu
crachá.
3. Organize o preenchimento da lista de presença.

Revisão da prática
em casa
.......................... 9 minutos AVISO

1. Faça as seguintes perguntas e discuta com o Tenha cuidado para não gastar mais de
grupo: 10 minutos com a introdução. Do
contrário, o encontro se atrasará, os
 Que limite você definiu para seu filho filhos terminarão primeiro e o encontro
durante a semana? da família ficará prejudicado.

 Como você demonstrou amor em


casa para o seu filho? 10 min.
 O que está funcionando bem em
casa?

34
Narrador 1
Nesta sessão, vamos conversar sobre como os jovens
dessa idade são e o que você deve esperar deles. Alguns
Inicie o DVD pais ou responsáveis sentem que seus filhos, na fase da
adolescência, esqueceram tudo o que foi ensinado para
eles. É bom ouvir o que outros pais ou responsáveis estão
percebendo em seus filhos, saber o que é normal para essa
idade e descobrir que tipo de regras outras famílias
estabelecem.
Narrador 2
Os filhos precisam de AMOR E LIMITES. Eles precisam
saber que nós os amamos e eles precisam de limites,
regras e consequências quando não fazem o que deveriam
fazer. Vamos começar pensando como os filhos nessa
idade são e que tipos de regras funcionam. Vamos assistir
a um casal de pais ou responsáveis falando sobre seus
filhos.
Lia
– Sabe, Júlia, eu não tenho certeza se estou pronta para
essa fase da adolescência. Mal posso acreditar o quanto o
Roberto mudou no último ano. Ele era um garoto
descontraído. Ele seguia as regras na maioria do tempo.
Mas, agora ele questiona quase tudo que eu digo, como se
Como são os filhos eu estivesse maltratando ele.
nesta idade Júlia
– Fico feliz em saber que a Ana não é a única. Ela nunca
fazia cara feia pra mim. Mas, outro dia, fomos ao centro
Fala do DVD fazer algumas compras e encontramos alguns amigos dela.
.............3 minutos E ela agiu como se não quisesse ser vista comigo, e isso me
deixou muito mal. E as roupas! Só quer de marca. Bem, eu
não tenho condições. Sinto muito por ela, mas não dá.
Lia
– Acho que estão crescendo, né? Não vão ser criancinhas
para sempre. Não dá pra acreditar! Roberto sempre
precisa de novas calças jeans e os seus pés parecem coisa
de outro mundo! (As mães riem.) Oh! Eu não sei, mas não
é apenas o tamanho que está mudando, a sua atitude
também. Outro dia ele parecia tão crescido. Ele me disse:
‘Olha, mãe, vamos ter que começar a reciclar, senão vamos
acabar vivendo em cima de um aterro sanitário’. Aí o
humor dele muda. Uma hora ele está no topo do mundo e
depois age como se ele não tivesse nenhum amigo.
Júlia
– Ah, meu Deus. É realmente bom poder falar com você
sobre isso… porque eu não sei o que está acontecendo! Na
verdade, talvez os adolescentes tenham que mudar, não
sei. Mas isso me faz lembrar de quando Ana tinha 2 anos,
ela era linda, doce e agradável, e depois virou uma
monstra! É gritar “não! “E sair correndo.
Narrador
Como os pais dizem, existem muitas mudanças em seus
filhos nessa idade. Os corpos mudam, e também seu
estado de espírito e a forma como se relacionam com a
família e amigos. Eles são mais independentes, e suas
atividades mudam também. Eles ficam mais tempo
sozinhos. Pense um pouco nas mudanças que você
percebeu em seu próprio filho ou filha.

35
Como são os filhos
Atividade 2.1 ............. 10 minutos

1. Peça ao grupo que pense que tipos de


mudanças podemos perceber nessa fase.
2. Escreva você mesmo três categorias numa
cartolina, deixando espaço para acrescentar as Que mudanças você
respostas. Dê exemplos de cada tipo de mudança. vê no seu filho?
Por exemplo:
 Física (pés maiores); 10 min.
 Relacionamento com a família (mais
independentes);
 Atividades (mais envolvido com os amigos).

3. Divida os pais em 3 grupos:


Dicas:
 Grupo 1: alterações físicas;
Se o grupo for pequeno, faça as perguntas a todo
 Grupo 2: mudanças na forma como os filhos se
grupo, sem dividi-lo.
relacionam com a família;
 Grupo 3: mudanças nas atividades.

4. Oriente que cada grupo deve dizer entre si as


alterações que acontecem naquela categoria.
Peça que tentem encontrar pelo menos 5
mudanças naquela categoria.
Se todos os participantes do encontro souberem ler
5. Depois de 5-6 minutos peça que os grupos e escrever, você pode distribuir papel cortado e fita
comentem as mudanças que pensaram enquanto adesiva para os grupos e pedir que colem na
você as escreve na cartolina. cartolina depois.

Certifique-se de que esses itens foram


mencionados:

 Físico:
Tamanho, mais alto, problemas de pele, suor, ATENÇÃO!
características sexuais; Este exercício concentra-se no desenvolvimento
saudável. Se os pais colocaram no desenho coisas
 Atividades: que não são saudáveis (como problemas com a lei,
Mais tempo sozinho, mais tempo com os amigos, roubar, mentir, fazer sexo muito cedo), chame a
querem usar o telefone, fazer o que os outros atenção aos itens listados que são saudáveis. Diga
fazem; a eles que vão aprender formas de ajudar a mudar
o comportamento que eles não gostam e mais à
frente teremos tempo para conversar sobre os
 Relacionamento em casa:
problemas.
Instabilidade emocional, mais adulto em seu
modo de pensar, questiona mais as regras e passa
menos tempo com os pais.

36
Regras em casa? Narrador 1
Você provavelmente já viu que os outros pais ou
Por quê? responsáveis estão percebendo algumas das mesmas
alterações em seus filhos que você também vê nos seus
Fala do DVD filhos. É normal que eles questionem suas regras, se
............. 2 minutos aborreçam e até mesmo respondam. Não é de
estranhar que ser pai possa ser tão frustrante! Mas
saber o que é normal ajuda. Se você ainda não notou
 Necessidade de regras da casa muitas dessas coisas, você vai saber o que esperar
quando seus filhos ficarem mais velhos. Os jovens
precisarão crescer muito para se tornarem adultos
responsáveis.
Narrador 2
Só porque é normal não significa que você deva sentar-
se e deixar que as coisas aconteçam. Agora que ele está
ficando mais velho, mais do que nunca é importante que
o seu filho aprenda a ouvir e tratá-lo com respeito. Se
você deixar para lá quando seu filho o ignora, responde,
ou se recusa a fazer o que você pede, as coisas podem
ficar realmente fora de controle.
Júlia
– Eu preciso de alguém para conversar. Eu realmente
não sei o que fazer com a Ana. Ela está se tornando tão
mal-educada. Ela até bateu boca com a avó outro dia. E
quando ela não é mal-educada, ela me ignora eu
realmente não sei o que fazer.
Carol
– Parece que a Ana precisa de algumas regras em casa.
Júlia
– Ela sabe das regras muito bem! Eu digo as regras até
ficar roxa. Mas não faz diferença.

Carol
– Aposto que ela sabe que não deveria falar assim. Na
nossa casa ajudou quando fizemos uma lista de regras.
De alguma forma, quando escrevemos entra melhor na
cabeça. A meu ver, é como um jogo de futebol. Se ela
está jogando futebol e não sabe muito bem as regras,
ela vai pegar um cartão amarelo ou vermelho. Há muita
confusão em nossa casa, mas quando se trata das regras
não há desculpa.
Júlia
– Por onde eu começo? Tem hora pra ir dormir, não
deverá chegar tarde, tem que fazer as tarefas, não
poderá ser mal-educado, não brigar com o irmão. Por
onde eu começo?
Carol
– Oh! Você só precisa começar com alguma coisa. Se
você colocar tudo de uma vez fica muito difícil.
Júlia
– Certo.

37
Narrador
Como estabelecer regras Começar com apenas algumas regras é uma boa ideia.
e responsabilidades E, para as regras funcionarem, você tem que dizer aos
seus filhos exatamente quais são.
Fala do DVD Júlia (para João)
............. 1 minuto – João, você veio jantar tarde nas últimas noites. De
agora em diante a regra é: “Chegue em casa às 6 h da
 Regra do jantar tarde, a menos que você me ligue”.
 Regra da lição de casa Pedro
– Maria, você ficou chateada ontem à noite porque
era hora de dormir e você não tinha terminado a
tarefa? Agora vamos ter uma nova regra: “Sem
televisão ou jogos de computador antes do jantar, e
só os terá quando terminar sua tarefa”. E nós vamos
colocar isso na sua nova lista de regras e colar na
geladeira. Combinado?
Maria
– OK.

“Fazer regras específicas


para seu filho”
Regras e responsabilidades
para meu filho 30 seg.
Atividade 2.2 ............. 4 1/2 minutos

Narrador 1
1. Auxilie o grupo a localizar a atividade no Fazendo uma lista de regras da casa, das quais seus
caderno dos pais onde se encontra a lista de filhos precisam lembrar, ajuda a acompanhar o que
tarefas. eles devem fazer. Como o pai disse, “Assim eles não
podem dizer que não sabiam”. O que você espera que
2. Circule entre os pais para ajudá-los durante a o seu filho faça, ou não faça, dentro e fora de casa?
próxima narração, se necessário. Pense nas regras para fazer os afazeres domésticos, a
tarefa, as refeições e dormir.
Narrador 2
Que pequenos afazeres você espera que seu filho faça
em casa? Escreva um ou dois afazeres–como arrumar
a cama, a mesa, tirar o lixo, ou ajudar com a louça.

“Que tarefas domésticas


seu filho faz?”

50 seg.
Narrador 1
Em seguida, pense que horas você quer que seu filho
faça a tarefa todos os dias. Depois da escola? Após
comer? Antes da TV? Anote as suas respostas.

38
“Quando seu filho deve
fazer a lição de casa?”

15 seg.

Narrador 1
Agora pense que horas seu filho deve estar em casa
para a janta, ou, se vocês não comem juntos, que
horas devem chegar em casa à noite?

“Que horas seu filho deve


estar em casa para jantar?”

15 seg.

Narrador 1
Por último, que horas você acha que seu filho deve
estar na cama se tiver escola no outro dia? Eles
devem ir dormir 20h30, 21h ou que horas? Anote
suas respostas.

“Que horas seu filho deve ir


dormir?”

15 seg.
Narrador 2
Nesta atividade só vimos quatro coisas que poderiam
ser responsabilidades ou regras. Provavelmente, há
coisas que você pode querer como regras, como não
mentir, ou roubar, não responder, não brigar com os
irmãos e irmãs. O que é importante é que você pense
sobre o que você realmente deseja que o seu filho faça
ou não faça sobre cada uma dessas coisas e, em seguida,
diga para eles.
Narrador 1
Se concentre nas coisas que seu filho tem problemas.
Não adianta fazer uma regra que já é seguida. Mas não
comece com os problemas graves que o preocupam
muito. É melhor começar com as regras que você pode
aplicar facilmente. Naturalmente, algumas crianças têm
mais problemas com regras que outras. Se o seu filho
segue as regras facilmente agora, é bom lembrar que
mais regras podem ser necessárias depois, se surgirem
problemas diferentes.

39
Frases que começam com “Eu” Narrador 2
Temos ouvido sobre regras para definir limites – para
que os filhos saibam o que devem fazer. Mas também
sabemos que precisamos do amor, bem como dos
ETAPA 1 – “EU FICO” limites. Em outras palavras, temos que ajudar os filhos
a seguirem as regras sem gritar, criticar ou culpá-los.
Fala do DVD Porque, quando se grita ou crítica, eles podem sentir-
se mal sobre si próprios ou tornarem-se ainda mais
............. 1 1/2 minutos
rebeldes.
Vamos começar com a frase com “Eu” para que vocês
tenham a oportunidade de lembrá-los sobre uma
regra sem deixá-los tristes.
A frase que começa com ‘Eu’ tem quatro partes. Na
primeira parte você descreve como você está se
sentindo, usando palavras que expressam
sentimentos reais – como frustrado, decepcionado,
magoado ou irritado. A frase que começa com ‘Eu’
pode ser usada para expressar sentimentos positivos
e elogios, mas, por hora, vamos nos concentrar em
usá-la para quando você está chateado, ou quando
você vir seu filho fazendo algo errado. Vejamos como
alguns pais permitem que seus filhos saibam como
estão se sentindo sobre o problema.

Kleber (para a Rosa, calmo, mas firme)


– Rosa, eu estou triste.

Luísa (mãe na cozinha para Rita, calma, mas firme)


– Rita, eu estou muito chateada.

Pedro (para Daniel, no parque, calmo, mas firme)


– Estou decepcionado.
Narrador 1
Às vezes as pessoas fazem mau uso dizendo algo como
“Eu acho que você deve estar trabalhando demais”. O
“eu acho” deve ser seguido do seu real sentimento.
Agora você terá a chance de ensaiar o que o pai pode
estar sentindo em algumas situações típicas.

“Eu fico…” “Responda as situações


dizendo:
Atividade 2.3 ............. 2 minutos
Eu fico…”
1. Ajude os pais a localizarem a atividade no
caderno para que possam continuar a lição. Use 2 min.
o cartaz “Frases que começam com Eu” para fixar
o exercício.
2. Leia as situações sugeridas e pergunte aos
participantes o que sentiriam em cada uma delas.
Pode facilitar se usar a expressão “Eu fico” ou “Eu
me sinto”. Reforce que se trata de um Se você perceber que o grupo tem dificuldade de
sentimento. Diga ao grupo para não apresentar identificar o que são sentimentos, faça uma lista
soluções agora, apenas para expressar seus rápida no quadro, cartolina ou mesmo falada,
sentimentos nessas situações: dando alguns exemplos de sentimentos.

40
a. sua filha continua ao telefone, e já passou da
hora de dormir;
b. apesar de pedir, seu filho não realizou sua tarefa
doméstica de levar o lixo para fora; Narrador 1
c. sua filha respondeu mal quando você disse que A próxima parte de uma frase que começa com
não podia ir ao cinema. “Eu” é para descrever a situação, sendo o mais
específico possível. Vamos ver como os pais ou
responsáveis descrevem o seu sentimento em
Fim da atividade
relação à ação dos seus filhos.
Usando frases que Kleber (para Rosa)
– Rosa, eu me sinto triste quando vejo você
começam com “Eu”: assistindo televisão antes de terminar sua tarefa.
Luísa (para Rita)
ETAPA 2 – “QUANDO …” – Rita, eu fico chateada quando a pia ainda está
cheia de louça suja.
Fala do DVD
............. 1 minuto Pedro (para Daniel)
– Daniel… fiquei decepcionado quando descobri
que você mentiu para mim sobre onde você
estava depois da escola.
Narrador 2
“Eu fico … quando você ...” É importante que você descreva o
comportamento indesejado evitando culpar, dar
Atividade 2.4 ............. 3 minutos sermões ou broncas. Apenas descreva o
comportamento específico ou situação. Agora, o
facilitador irá ler as mesmas situações que você
1. Leia as mesmas situações do cartaz (da
praticou antes e você reformulará o seu
atividade anterior), peça que os participantes sentimento e descreverá o comportamento ou
repitam o que sentiriam e descreva a ação do situação.
filho.
2. Diga ao grupo que ainda não vão apresentar
soluções, apenas expressar seus sentimentos e a
situação que os causaram:
a. Sua filha continua conversando ao
telefone, e já passou da hora de dormir. “Responda as situações
Por exemplo, “Fico frustrado (decepcionado, dizendo: Eu fico... quando
irritado) quando você continua falando ao você…”
telefone após a hora de dormir”

b. apesar de pedir, seu filho não terminou sua 3 min.


tarefa doméstica de levar o lixo para fora;
Por exemplo, “Fico irritado (aborrecido,
frustrado) quando vejo que o lixo ainda está na
pia”;

c. sua filha respondeu quando você disse que


não podia ir ao cinema.
Por exemplo, “Fico magoado (decepcionado,
com raiva) quando você me responde mal”.

Fim da atividade
41
Narrador 2
Usando frases que começam Assim como na frase começando com “Eu acho”
com “EU” é importante não culpar ou criticar quando você
estiver descrevendo uma situação. Detenha-se
aos fatos específicos. Isso evita que a discussão se
ETAPA 3 – “POR QUE …” torne uma luta pelo poder, e faz com que seja
menos provável que o seu filho se irrite ou fique
Fala do DVD na defensiva.
............. 1 1 / 2 minutos
Narrador 1
Na próxima parte você diz por que você se sente
assim. Depois você diz como se sente e que
determinada coisa é um problema, você dá uma
razão por que é importante que eles satisfaçam
suas expectativas. Os filhos desta idade são mais
suscetíveis a fazer o que pede se você lhes der um
bom motivo. Quando eles são pequenos, não tem
problema em dizer “porque é a regra”, mas na
idade de 10 ou 11, eles precisam saber a razão.
Kleber (para Rosa)
– Rosa, eu fico triste quando vejo você assistindo
televisão antes de terminar sua tarefa, porque a
tarefa é importante.
Luísa (para Rita)
– Rita, eu fico muito chateada quando a pia está
cheia de louça suja, porque é muito difícil fazer
comida quando ela ainda está cheia.
Pedro (para Daniel)
– Daniel, fiquei decepcionado quando descobri
que você mentiu para mim sobre onde foi depois
da escola, porque eu quero poder confiar em
você.

42
Eu fico ... quando ... Narrador 1:
Agora pratique suas situações dizendo “Eu fico...
porque ... quando... porque...”
Atividade 2.5 ............. 4 minutos

1. Leia as mesmas situações do cartaz e peça que


os participantes repitam o que sentiriam Responda às situações
descrevendo a situação e dizendo por quê. dizendo:
“Eu fico... quando... porque...”
2. Diga ao grupo que ainda não é para encontrar 4 min.
soluções:

a. Sua filha está conversando ao telefone meia


hora depois da hora de dormir;
Por exemplo, “Fico frustrado (decepcionado,
com raiva) quando vejo você falando ao
telefone depois das 21h, porque amanhã terá
dificuldade para acordar. ”

b. Seu filho também não tem feito sua tarefa


doméstica de levar o lixo para fora;
Por exemplo, “Fico irritado (aborrecido,
frustrado) quando vejo que o lixo ainda está na
pia, porque fica com mau cheiro. ”

c. Sua filha respondeu mal quando você disse


que não podia ir ao cinema.
Por exemplo, “Fico magoado (decepcionado,
com raiva) quando você me responde mal,
porque eu mereço respeito. ”

Fim da atividade

Narrador 2
Usando frases que A última parte é afirmar aquilo que você gostaria
que seu filho fizesse agora ou no futuro. Nessa
começam com “EU” parte é importante ser específico. Por exemplo,
dizer: “No futuro eu quero que você seja mais
responsável” não é específico o suficiente. Você
ETAPA 4 – “EU QUERO QUE VOCÊ ...” precisa dar um nome especificamente ao que
você quer que o filho faça. Os pais de nossos
Fala do DVD exemplos agora vão dar toda a mensagem aos
............. 2 minutos seus filhos: “Eu fico, quando, porque, e, da
próxima vez, por favor... ou eu quero que
você...”.
Kleber (para Rosa)
– Rosa, eu fico triste quando vejo você assistindo
televisão antes de terminar sua tarefa, porque a
tarefa é importante. Eu quero que você desligue
a TV e vá fazer o exercício.

43
“Eu fico ... quando ... porque ... Luísa (para Rita)
– Rita, eu fico muito chateada quando a pia está
quero que você ...” cheia de louça suja, porque é muito difícil fazer
comida aqui desse jeito. Eu quero que você lave a
louça agora mesmo.
Pedro (para Daniel)
– Daniel, fiquei decepcionado de você ter
Atividade 2.6 ............. 5 minutos
mentido para mim sobre onde você estava depois
da escola, porque eu quero poder confiar em
1. Leia as mesmas situações e peça aos você. Eu quero que você me diga o que
participantes que façam as 4 etapas das frases aconteceu.
que começam com “Eu”.

2. Oriente o grupo para não apresentar soluções


ainda, apenas acrescentar o que o filho deve
fazer:
a. Sua filha está conversando ao telefone, e já
Narrador 1
passou da hora de dormir.
Lembre-se de que as frases que começam com
Por exemplo, “Fico frustrado (decepcionado, “Eu” permitem que você diga ao seu filho como
com raiva) quando vejo você falando ao se sente quando eles fazem uma coisa errada. E o
telefone depois das 21h, porque amanhã terá que você deseja que eles façam e por quê. A parte
dificuldade para acordar. Quero que você mais importante é que você possa se comunicar
desligue e vá dormir. ” sem culpar ou criticar. Você pode mostrar amor e
respeito ao mesmo tempo em que estiver dando
b. Seu filho também não tem feito sua tarefa limites.
doméstica de levar o lixo para fora;
Narrador 2
Por exemplo, “Fico irritado (aborrecido,
Agora, a frase que começa com “Eu” está
frustrado) quando vejo o lixo ainda na pia,
completa. Você pode estar pensando que os pais
porque fica com mau cheiro. Eu quero que
ou responsáveis em nossos exemplos devem dar
você leve para fora agora. ”
consequências ao mau comportamento, como
c. Sua filha respondeu mal quando você disse um castigo ou mais afazeres. As consequências
que não podia ir ao cinema. são importantes e depois vamos falar dos castigos
Por exemplo, “Fico magoado (decepcionado, do mau comportamento. Mas, agora, vamos
com raiva) quando você me responde mal, terminar com a aprendizagem para deixar claro as
frases que começam com “Eu”.
porque eu mereço respeito. Eu quero que você
fale agora sem responder mal”.

Pergunta opcional, se tiver tempo:


Quais situações em casa você poderia usar frases
começando com “Eu”?

Fim da atividade “Eu fico... quando...


porque... eu quero que
você...”
5 min.

44
Praticando frases que
começam com “EU”
Atividade 2.7 ............. 6 minutos

1. Auxilie o grupo a localizar a atividade


“Praticando frases que começam com “Eu” no
Caderno de Atividades dos pais. “Praticando frases que
2. Leia cada situação e peça aos pais para começam com “Eu”
praticarem cada etapa:
a. Você ouve seu filho dizer um palavrão no 6 min.
telefone com um amigo. Depois que ele
desligar, você diz...
b. Seu filho ou filha pegou uma roupa sua
emprestada e deixou caída no chão do
quarto. Você diz ...
c. Já passou meia hora do seu filho/filha ir
dormir e ele/ela ainda está assistindo TV.
Você diz ...

3. Peça aos pais para voltar para atividade


anterior, “Regras e Responsabilidades para Meu
Filho”.
Discussão:

4. Peça que escrevam ou digam uma frase que


começa com “Eu” que poderiam usar com o filho
(se eles desobedecerem a uma dessas regras).
5. Em seguida, diga para compartilharem suas
frases que começam com “Eu” com o grupo.
6. Circule para oferecer ajuda no que for
necessário.

Pergunta opcional, se tiver tempo:


 Peça a vários pais para lerem a frase que
escreveram ou comentarem a que pensaram.
 Peça para um pai/responsável dizer um
problema em casa para o qual podem usar uma
frase que começa com “Eu”.

Fim da atividade

45
Prática em casa
.......................... 1 minuto

1. Use uma frase que começa com “Eu” em casa


com seu filho se ele se comportar mal.
2. Veja como seu filho segue uma regra que Prática em casa
você escreveu no caderno de atividades durante
a próxima semana. Observe quando seu filho
segue a regra ou não.
1 min.
3. Lembre aos participantes do grupo que eles
têm as etapas das frases no Caderno de
Atividades e que podem consultar quando
quiserem.

Preparação para o encontro


das famílias – Fazendo a Preparação para o encontro
árvore da família das famílias
Fazendo a árvore da família
.......................... 3 minutos
3 min.
1. Diga aos pais que no encontro das famílias eles
vão construir a árvore da família. Mostre o cartaz
da árvore da família e as “Diferentes árvores da
família” (kit).
2. Informe que cada galho é um membro da
família, com os galhos dos adultos sendo maiores.
Os pais irão escrever qualidades ou elogios nas
folhas para os filhos e os filhos vão escrever
qualidades do responsável nas folhas.
3. Se der tempo, eles vão escrever coisas boas
sobre os avós nas raízes e coisas boas sobre toda a
sua família no tronco.
4. Eles podem adicionar galhos para outros
membros da família se der tempo.
5. Explique as diferenças de formato das árvores
para estruturas familiares diferentes. Mostre o
cartaz com os diferentes tipos de árvores
familiares.
6. Diga aos pais para incluir um galho principal
para o pai, um menor para o filho e uma raiz para
cada avô. As famílias monoparentais podem
decidir incluir ou não um galho para o pai ou mãe.

46
Sugestão

Talvez seja melhor fazer duas árvores, uma em


cada lado do quadro. As famílias mistas podem
incluir mais raízes para os avós de ambos os lados.
As crianças podem fazer uma segunda árvore com
o outro pai.

Nota ao facilitador: a atividade da árvore


destina-se a desenvolver autoestima e identidade
familiar; no entanto, isso pode causar alguma
confusão, embaraço ou constrangimento se o
simbolismo não for explicado. O formato da árvore
reflete o tipo de família, primeiro casamento, pai
solteiro e misto. O galho do filho deve ser menor
que o dos pais, em especial em uma família
monoparental, para que a criança não pense que
está assumindo o papel de pai.

Conclusão
.......................... 30 segundos

1. Leiam o “Lema das Mães, Pais e


Responsáveis” em grupo.

47
Encontro 3

Pais
INCENTIVAR BOAS
ATITUDES
Encontro 3 dos Filhos: LIDAR COM O ESTRESSE

Encontro 3 das Famílias: MOMENTOS DE FAMÍLIA


Programa Encontro 3 – Pais
INCENTIVAR BOAS ATITUDES
Famílias Fortes

Sumário
Revisão da prática em casa............................. 52
O valor de elogio ............................................. 55
Elogiando ........................................................ 58
Sistema de pontos para incentivar boas
atitudes............................................................59
Construindo um relacionamento positivo ...... 66
Prática em casa ............................................... 69
Preparação para o encontro das famílias ....... 69
Conclusão........................................................ 69
Objetivos
Os pais irão:
 Reconhecer bons comportamentos e fazer
elogios.
Materiais necessários:  Usar recompensas para ensinar novas atitudes.
 Crachás (1 para cada participante)  Usar um sistema de pontos para incentivar boas
atitudes.
 Lista de presença dos pais
 Construir um relacionamento positivo.
 Televisão ou projetor, caixa de som
 Leitor de DVD ou computador com leitor de
DVD/ entrada USB
 DVD 1 (Encontro 3 – Pais)
 Papel para anotações do facilitador (1)
 Caneta (1 para o facilitador e 1 para cada
participante)
 Pedaços de papel (papel A4 dividido em 4
pedaços) (2 para cada responsável)
 Pincel atômico (1)
 Fita adesiva
 Cartolina (1)
Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem
 Caderno de atividades dos pais uso da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel
 Cartaz “Sistema de Pontos” (1 KIT) pardo, quadro branco ou qualquer material similar.
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e Poderá ainda optar por fazer a atividade de modo
Responsáveis” (KIT) oral, sem utilizar nenhum destes materiais ou
tomando notas em um papel, caso seja necessário
lembrar depois.

51
Quando os pais e responsáveis
começarem a chegar...
1. Receba a todos com respeito e demonstre que a
presença de cada um é percebida.
2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu
crachá.
3. Organize o preenchimento da lista de
presença.

Revisão da prática em casa

.......................... 10 minutos

Faça aos pais as seguintes perguntas e discuta


com o grupo: AVISO

 Qual regra seu filho obedeceu essa


Se a introdução levar mais de 10 minutos, os
semana? Teve alguma regra que ele não pais não terão terminado quando os filhos se
obedeceu? juntarem ao grupo no final do encontro.
 Alguém usou uma frase que começa com
“Eu” com o filho em casa? Se usou, o que você
falou? Como seu filho reagiu? 10 min.
 O que está indo bem com seu filho em
casa?

Inicie o DVD

52
Elogiando os acertos Narrador 1
Os filhos se saem melhor em casa, na escola e com os
amigos quando os pais usam tanto amor quanto
limites. Os filhos precisam ter limites e se saem melhor
Fala do DVD ..........2 minutos quando sabem exatamente o que você espera deles.

 Elogio; grama; quadro; louça; filhos ajudando. Narrador 2


Existem muitas formas de ensinar os seus filhos a
fazerem o que eles devem fazer – seguirem as regras,
se tornarem mais responsáveis e tratarem os pais com
respeito. Você precisa dar consequências e castigos
quando os filhos não seguem as regras.
Falaremos sobre isso mais tarde, mas outra boa
maneira dos seus filhos fazerem o que deve ser feito é
encorajá-los e elogiá-los.
Elogios não são só para mostrar a eles que você se
importa, mas também para que façam o que devem
fazer.
Narrador 1
Pessoas de todas as idades aprendem melhor quando
os outros dizem que eles estão fazendo o certo.
Imagine que você está tendo problemas para chegar
ao trabalho no horário.
Que tipo de comentário do seu chefe o encorajaria a
ser pontual?
(Chefe, rabugento) – “Você tem se atrasando muito
ultimamente. Tenho que cortar o seu salário para que
você chegue na hora? ”
OU (Chefe, agradável) – “Eu reparei que você chegou
pontualmente às 8h esta manhã. Eu gosto quando
você chega no horário”.
Se você é como a maioria das pessoas, quando o chefe
comentar sobre o que você fez direito vai ajudá-lo a se
esforçar para chegar no horário. Isso significa que ele
o elogiou por ter chegado no horário. Vejamos alguns
pais fazendo observações boas e específicas de
incentivo.

Kleber (para Roberto)


– Ei, a grama tá ótima, Roberto. Gostei do jeito que
você aparou ao redor das árvores, fantástico.
Parabéns, cara!
Vanessa (para Ester)
– Ficou ótimo, Ester. Sua cama está toda arrumada, as
roupas todas guardadas e seus CDs arrumados. Estou
impressionada.
Lia (para José–feliz)
– Ei, obrigada por lavar a louça esta manhã. E você o
fez na hora certa. Assim vou poder começar a fazer o
jantar na hora que chegarmos em casa.
Pedro (Daniel e Maria vendo o guia da TV)
– É bom ver vocês se dando bem. Vocês ficam muito
mais agradáveis quando não estão brigando. Não
acham?

53
Debate dos elogios
Atividade 3.1.............2 minutos

Discussão:

1. Comente sobre a pergunta na tela e estimule o


debate. O que você percebeu sobre os
elogios?
2. Ajude os pais a verem que os elogios foram
específicos e que os pais no vídeo comentaram
sobre o que gostaram no comportamento dos 2 min.
filhos. Além disso, os pais não usaram o elogio
como o início de um sermão, por exemplo,
“Obrigado por lavar a louça. Você deveria fazer
isso sempre. ”

Fim da atividade

Nota: não há narrativas nem falas do DVD entre


a atividade acima e as seguintes.

Quando sou deixado


de lado, eu...
Atividade 3.2.............4 minutos

Discussão:

1. Divida o grupo em duplas (se houver dois


responsáveis pelo mesmo jovem, separe-os). Você já foi ignorado?

2. Peça a cada pessoa para dar um exemplo de


uma situação em que ela se sente ignorada ou
desvalorizada (em dupla). 4 min.
3. Ainda em duplas, pergunte aos pais o que eles
fazem quando as pessoas os ignoram e peça que
descrevam como se sentem.
4. Pergunta opcional, se tiver tempo:
 O que você gostaria de ouvir da pessoa que
ignora você?
 Há algo que seu filho faz bem que você ignora?

Fim da atividade
54
Narrador 1
– Não é bom ser ignorado. Nos sentimos melhor
quando fazemos coisas que são notadas e apreciadas.
Os nossos filhos também se saem melhor quando
Fala do DVD............. 2 1/2 minutos. elogiamos o que estão fazendo direito. Por outro lado,
é desencorajador para eles quando tentam fazer o que
pedimos e nem percebemos.
 Ninguém repara
José (lembrando dos pais dando ordens)
Lia:
– “Rápido ou você vai perder o café. ”
Kleber:
– “Não se esqueça de escovar os dentes. ”
Lia:
– “Lembre- se da sua tarefa. ”
Kleber:
– “Pare de brigar com a sua irmã. ”
José (pensando):
– “Ninguém nem notou que eu me levantei no horário
O valor do elogio hoje”.
Narrador 1
Provavelmente o José não vai se levantar no horário
amanhã. Você se lembra de como notava e incentivava
seu bebê a dar os primeiros passos? Você o elogiou
percebendo, sorrindo, segurando seus braços. Isso o
incentivou a continuar tentando mesmo que fosse
difícil.
Narrador 2
Pense em algo que realmente gosta de fazer e no qual
é bom. Você gosta de cozinhar ou de jardinagem?
Algumas coisas são naturalmente elogiadas, ou seja,
nos sentimos bem só em fazê-las ou ver os resultados.
Se você fizer uma comida realmente boa, você é
elogiado porque sua família gostou, e você também
vai gostar. O elogio pela jardinagem é de que você tem
deliciosos legumes ou flores maravilhosas.
Narrador 1
Mas, se você não é bom no boliche, ou se ninguém
repara na comida que você fez, ou se suas plantas não
produzem muitos legumes ou flores, você não recebe
o elogio para continuar tentando.
Narrador 2
Muitas das coisas que queremos que nossos filhos
façam não são naturalmente ou imediatamente
elogiadas. Pode não importar ao jovem José se seu
quarto parece arrumado. E a jovem Joana talvez não
se interesse se sua tarefa é feita ou não. Que menino
de 12 anos é elogiado por colocar o lixo pra fora?
Narrador 1
É por isso que precisamos elogiar as coisas que
estamos tentando ensinar aos nossos filhos. Quando
seus filhos ouvem elogios, “Obrigado por ajudar com a
louça”, ou “Obrigado por levar o lixo”, ou “Eu gosto
quando você faz a tarefa antes da TV”, eles ficam mais
propensos a fazê-lo na próxima vez.

55
Transformando coisas negativas em
positivas

Atividade 3.3 .............6 minutos


Como você é elogiado?

1. (1 minuto). Peça para os pais dizerem, com


uma palavra, coisas que gostam de fazer em casa
ou no trabalho, que são elogiadas (por exemplo, 6 min.
uma habilidade, um hobby, uma tarefa).

2. (5 minutos). Peça para cada responsável dizer


uma coisa que o filho tem feito de errado (atitude
ruim).

3. Em seguida, peça para dizer o que ele espera


que o filho faça no lugar desta atitude ruim
(comportamento esperado). Por exemplo, “Meu
filho deixa o quarto todo bagunçado. Eu quero
que ele arrume a cama e guarde suas coisas no
armário”; “Meu filho me responde. Eu quero que
ele me ouça até o final e fale baixo ao responder”;
“Meu filho passa o dia com a roupa do colégio. Eu
quero que ele troque de roupa assim que chegar
da escola”. Anote os comportamentos esperados
em um papel para lembrá-los na atividade 3.5.

Pergunta opcional, se tiver tempo:


Por que é bom falar aquilo que você espera, ao
invés de falar o comportamento ruim? Possíveis
respostas: porque fica mais claro o que os pais
estão esperando que ele faça; porque o filho se
sente menos criticado e tem mais disposição para
fazer o que foi pedido; porque o filho vai
memorizar o que ele precisa fazer.

Fim da atividade

56
Narrador 1
O objetivo é que nossos filhos se sintam bem por
Fala do DVD ............. 2 minutos fazer as coisas certas: em terminar a tarefa, em
fazer atividades domésticas ou em aprender a
 Quando é difícil elogiar controlar suas emoções. Fazer agrados e elogios é
uma forma de incentivo para que eles se sintam
bem em fazer o que devem fazer.
Narrador 2
Agora, você deve estar pensando: “Vai ser difícil
para eu encontrar o que elogiar no meu filho”. A
gente se acostuma tanto a perceber o que nossos
filhos fazem de ruim que é difícil lembrar as coisas
que fazem bem. Mas o fato é que os estudos
mostram que mesmo as crianças com muitos
problemas ainda fazem o que devem fazer cerca de
um terço das vezes. Assim, os pais podem encontrar
coisas para elogiar, até mesmo na criança mais
difícil.
Carol:
Eu tô tentando encontrar algo de bom para dizer do
Daniel, mas é realmente difícil. Desde o momento
que ele se levanta de manhã até o momento em
que ele vai para a cama, ele está zangado comigo e
me evita. Eu sei que seria bom para ele se eu o
elogiasse, mas eu simplesmente não consigo pensar
em algo bom para dizer.
Lia:
– É realmente difícil às vezes, não é? Nós também
passamos por isso com o José. Foi muito
complicado. Bem, talvez eu possa ajudar a pensar
em algo que ele faz direito que você possa
comentar. Vejamos. Ele se levanta no horário de
manhã?
Carol (indignada):
– Nunca. Eu tenho que gritar e berrar só pra ele sair
da cama.
Lia:
– Ele não se arruma nem lembra de suas coisas para
a escola sozinho? (Carol balança a cabeça). Tá bem,
e de tarde, depois da escola? O que ele faz quando
ele chega em casa depois da escola?
Carol:
– Bem, geralmente fica fora com seus amigos até o
jantar. Hummm...(ponderando).
Bem, na verdade, nas últimas noites ele tem
chegado em casa no horário. Eu não pensei nisso,
mas é algo que ele deve fazer e que talvez seria bom
se eu dissesse pra ele:
“Eu gosto quando você chega em casa no horário”.
Lia:
– Ah, Carol, que ótimo! Quer dizer, às vezes com
alguns filhos é difícil encontrar algo que eles
estejam fazendo direito.

57
Elogiando
Atividade 3.4.............6 minutos

1. Peça que os pais digam coisas que seu filho faz


e merecem elogio. Pode ser difícil responder,
então dê exemplos.
2. Pergunte como eles poderiam elogiar seu filho Elogiando
por estes comportamentos. Por exemplo, o filho
acorda no horário quase todos os dias e a mãe diz
“Que bom que você acorda no horário! Isto nos
ajuda a sair sem atrasar”. 6 min.
3. Pegue pedaços de papel e escreva os elogios
falados por eles (um em cada papel). Cuide para
que cada responsável tenha, no mínimo, um
elogio.
 “Parabéns por ter feito a lição de casa”;
 “Obrigado por organizar a sala. Muito bem! ”
 “Gosto quando você chega no horário. ”

4. Diga aos pais que segurem o cartão para usá-


lo na próxima atividade e que, ao final, levem os
cartões de elogio para casa e escondam em
algum lugar onde os filhos possam encontrar.

Fim da atividade

58
Narrador 1
Sistema de pontos para É bom para os filhos receber elogios. Isso os ajuda
incentivar boas atitudes a se sentirem bem e permite que saibam que
você os observa quando eles fazem a coisa certa
e que você se preocupa com eles. Mas elogiar
geralmente não é suficiente. Alguns pais acham
Fala do DVD.............3 1/2 minutos que podem melhorar os problemas com os filhos
ajudando-os a ganhar pontos para privilégios ou
 Os pais falam sobre ganhar pontos recompensas.
Narrador 2
A forma como somos elogiados diz muito sobre o
que nós aprendemos a gostar de fazer. Fazemos
coisas que são elogiadas, recompensadas ou
reconhecidas. Não fazemos coisas que recebem
comentários negativos–com gritos, punições ou
que são ignoradas. Falaremos mais adiante sobre
comentários negativos, mas para agora vamos
falar sobre como usar os elogios.
Narrador 1
Se você estiver tentando ajudar seu filho a ser
mais responsável nos afazeres domésticos, nos
deveres de casa ou chegar em casa no horário, ele
provavelmente irá se esforçar mais se você o
elogiar. Uma boa maneira de elogiar é dar pontos
que eles podem usar para privilégios ou
recompensas. Não precisa ser dinheiro. Pode ser
um privilégio. Ganhar 10 pontos pelo dever de
casa pode valer uma ida ao cinema ou uma pizza.
Dar pontos para privilégios ou recompensas
incentiva o jovem a fazer o que deve.
Narrador 2
Ganhar pontos por bom comportamento
funciona para todos os filhos. Não é para ser
complicado. Talvez você queira ajudar seu filho a
aumentar a nota de matemática para 8 ou 9; ou
talvez você queira incentivá-lo a praticar suas
lições de música sem ser lembrado. Até mesmo
os pais ou responsáveis que têm filhos muito
difíceis descobriram que eles se esforçam mais
quando estão trabalhando por pontos.
Pedro
– Quer dizer que dá certo?
Kleber
– Sim, é incrível, não é? Muitas coisas estão
melhores desde que começamos este sistema de
pontos para as coisas que eles querem.
Pedro
– Pontos? Como funciona?

59
Kleber
– O Roberto até se ofereceu para limpar a garagem.
Pedro
– Tá brincando! Qual é o seu segredo?
Kleber
– Bem, Lia descobriu esta coisa de ponto, que
acabamos experimentando. As crianças ganham
pontos para as coisas que querem, mas têm que
trabalhar para ganhar os pontos. Como fazer as
tarefas domésticas, fazer o dever de casa no
horário e ir para a escola sem problemas, esse tipo
de coisa. Bem, Lia e eu pensamos em que tipo de
comportamento nos aborrecia e o que queríamos
que eles fizessem e se responsabilizassem. Aí eles
ganham pontos para ter as coisas que querem. Por
exemplo, o José quer um tênis, o Roberto que ir
para o acampamento e a Rosa quer trocar seus
pontos por CDs.
Pedro
– Nossa, parece que isso vai sair caro.
Kleber
– Não mesmo. Você só os deixa acumularem
pontos para coisas que você provavelmente já ia
comprar mesmo.
Pedro
– Ah tá! Gostei. Ok!
Kleber
– Há limites. Não deixe eles acumularem pontos
por coisas que você não pode comprar. Mas outro
dia todos nós decidimos que se todos ajudassem
a arrumar a casa depois íamos comer pizza. As
crianças adoraram.
Pedro
– Gostei, muito bom. Será que esse sistema de
pontos faria o Daniel manter suas tralhas fora da
sala?

60
Sistema de pontos

Atividade 3.5 .............3 1/2 minutos


1. Auxilie os pais a encontrarem a tabela de
pontos no Caderno de Atividades, e coloque o
cartaz “Tabela de Pontos” (kit) na parede.
Explique brevemente que esta tabela irá ajudá-
los a estimular seus filhos a contribuírem com as
tarefas domésticas e a seguirem as regras da
casa. Diga que deve ser feita uma tabela para Usando a tabela de pontos
cada filho. Circule para oferecer ajuda durante a
próxima narrativa.
30 seg.
Narrador 1
Vamos falar sobre como usar a tabela de pontos. Para
começar, escreva o nome do seu filho na parte superior.
Em seguida, pense nas regras da sua família e alguns
comportamentos específicos que você gostaria de mudar
no seu filho ou filha. Talvez o problema seja fazer a
tarefa, ou chegar em casa tarde para o jantar. Em
seguida, você vai transformar o problema em um elogio,
“Terminar a tarefa 7h30” ou “Chegar em casa para a
janta 6h”. Seja específico sobre o que você quer que seu
filho faça de forma diferente. No seu grupo, pratique
transformando o comportamento em uma frase do que
você deseja que seu filho faça.
2. Pegue as anotações feitas na atividade 3.3.
Aponte os quadros 1 e 2, onde devem escrever os
“Comportamentos Positivos”. Diga que ali eles
Transforme o problema em
escreverão os comportamentos que eles
uma frase de bom
esperam que o filho tenha. Escreva “Terminar a
comportamento.
tarefa da escola às 7h30” no cartaz. Peça a cada
responsável para escrever o comportamento 1 min.
positivo que falaram na atividade 3.3 em seu
caderno. Ajude-os a lembrar, a partir de suas
anotações. Auxilie os pais iletrados.

61
Narrador 1
Agora, digamos que o seu filho recebe um ponto todo dia
por fazer o que deve fazer. Em nosso exemplo, vamos
colocar um “1” no espaço em branco e escrever um número
no espaço em branco no seu gráfico. Durante a semana,
você irá anotar um 1 para cada dia que eles fazem o que
devem fazer. No nosso exemplo, João receberá um ponto
cada dia em que ele terminar a tarefa às 7h30.

3. Escreva “1” no quadro “Valor dos pontos” e Nome do filho Data ___/___/___

u
n
d
e

a
m

o
n

u
a

a
g

r
t

t
i

l
Q
u

e
a

a
S

x
t

t
i
e
T

a
ç
r

d
o
á

a
S
peça que os pais também escrevam. Comportamento
positivo
Valor dos
pontos

1.

2.

Número de pontos necessários


Total de pontos ganhos:
para a recompensa:

Privilégio ou recompensa a ganhar:

10 seg.
Narrador 1
Agora temos de ver quantos pontos os filhos precisam
durante a semana para ganhar a recompensa ou o
privilégio. Você não deve fazê-los ganhar cada ponto
possível para obter a recompensa porque estão
aprendendo a fazer algo que não faziam bem antes. No
nosso exemplo, vamos dizer que João tem de ganhar
quatro pontos por fazer a tarefa no horário pelo menos
4 dias durante a semana para obter a sua recompensa
.

4. Escreva “4” no quadro “Número de pontos Nome do filho Data ___/___/___


m
o

o
g
i

Q
u
n
d
e

a
S

u
a

a
r
t

Q
u

a
t

o
T

a
i

t
e

l
T

a
ç
r

a
S

x
t

d
o
á

a
S
necessários para a recompensa” e peça que os Comportamento Valor dos
positivo pontos
pais também escrevam.
1.

2.

Número de pontos necessários


Total de pontos ganhos:
para a recompensa:

Privilégio ou recompensa a ganhar:

10 seg.

Narrador 1
Por último, você precisa decidir que privilégio ou
recompensa o jovem gostaria de ganhar. Algo que
você pode pagar ou um privilégio que você pode
Fim da atividade facilmente dar, algo que ele irá realmente se esforçar
para ganhar. Você precisa falar com seu filho para
decidir que recompensa ou privilégio adotar.
Nota: Não há narrativas nem falas do DVD entre a
atividade acima e as seguintes:

62
Privilégios e recompensas
Atividade 3.6.............3 minutos

1. Peça para o grupo pensar em recompensas e


privilégios e escreva suas ideias na cartolina.
2. Diga aos pais que você irá deixar um espaço na
parte inferior da cartolina para que os filhos
possam ajudar a decidir sobre o privilégio ou a
recompensa que querem receber, durante o
encontro das famílias; Privilégios e recompensas
Nota: guarde essa cartolina para o encontro das
famílias.
3 min.
3. Diga-lhes que eles podem escrever outros
comportamentos positivos que quiserem depois.
Pergunta opcional, se tiver tempo:
Qual das recompensas e privilégios que você
listou você pode dar?

Fim da atividade

63
Narrador 1
Fala do DVD
Muitos pais viram que seus filhos realmente se esforçam
............. 4 1/2 minutos para ganhar pontos e conseguir o privilégio ou recompensa.
Mas faz toda a diferença a forma como você aborda a
 Mãe fala sobre pontos – Arrumar para escola questão dos pontos. Vamos ver como uma mãe fala com o
 Mantê-los “com fome” filho sobre os pontos.

Lia
– Roberto! Roberto, venha, sente-se aqui, meu amor. Olha,
eu sei que é difícil para você se arrumar para a escola de
manhã, se lembrar de todas as suas coisas e do dever de
casa e fazer tudo no horário. E eu fico um pouco frustrada
quando você se atrasa, por isso eu estive pensando, vou
tentar ajudá-lo a ser mais organizado para que você chegue
no horário. Então, pensei em fazer uma lista de todas as
coisas que você precisa fazer para chegar no horário. Sim?

Roberto
– Tá bom.

Lia
– Que tal se toda vez que você chegar no horário você
ganhar um ponto.

Roberto
– Pra que isso?

Lia
– Bem, vamos acompanhar os pontos e você pode ganhar
uma recompensa no final de semana. Vamos dizer que você
chegue na escola no horário quatro manhãs da semana.

Roberto
– Tudo bem. Que tipo de recompensa?

Lia
– Que tipo de recompensa? Bem, tem que ser algo que você
queira e que eu possa pagar. Vamos pensar nisso? Ok?

Roberto
– Ok.

Narrador 2
Quando seus filhos escolherem o que querem ganhar com
pontos, lembre-se que não pode ser algo que você não pode
dar – ou porque é muito caro, ou leva muito tempo para
ganhar. As crianças aprendem quando são elogiadas por
coisas logo depois de fazerem o que devem.

Narrador 1
E existem muitas coisas que eles podem ganhar, que não
custam nada extra, como escolher o jantar, ou que alguém
faça sua tarefa doméstica, ou escolher o programa que quer
assistir na TV, ou chamar um amigo para dormir. Mas tem
que ser algo que eles querem que ainda não recebem.

Narrador 2
Por isso não é bom dar muitos privilégios de graça. Como
pais, devemos aos nossos filhos suas necessidades básicas
– alimentação, vestuário e um lugar para viver. Mas ainda
há muitas coisas para ganhar – alimentos, doces, roupas
especiais, lazer, até mesmo tempo especial com o pai ou
mãe.

64
Júlia
– Não dá pra acreditar em como alguns pais mimam seus
filhos tenham. Uma das amigas de Ana gasta dinheiro, tem
roupas caras, e a mãe e o pai dela acabaram de comprar
um clarinete novinho para ela. Bem, eu não consigo
competir com isso, eu não posso dar essas coisas para a
Ana. Sinto muito por ela, mas não dá.
Lia
– Bem, não damos para os nossos filhos também. Não é só
pelo dinheiro. Se dermos tudo que eles querem, não terão
nada pelo que se esforçar. No caso da Rosa, estamos
tentando ajudá-la com seu dever de casa. Cada vez que ela
termina o dever, ela ganha um ponto. E, no final da
semana, se ela tiver pontos suficientes, compramos pizza e
ela pode escolher o canal da TV. Assim, ela precisa se
esforçar. Por isso, vamos começar a fazer isso com os
meninos também.
Júlia
– Sim, eu acho que é uma boa ideia fazê-los se esforçar.
Olha a Ana, ela começou a falar muito no telefone
ultimamente, aí fizemos um acordo para limitar a 15
minutos. Dessa forma, ela pode ganhar mais tempo para
falar no telefone. Bem, acho que vou usar o mesmo
sistema quando ela ficar mais velha, quando ela quiser sair
sozinha com as amigas, porque se ela acha que tem a
liberdade de ir para onde quer, quando ela quer, então não
posso usar isso como um privilégio para ela ganhar.
Lia
– É verdade. Talvez o que devemos fazer é pensar nas
coisas que eles querem que podem ganhar como
privilégios, porque se eu deixar o Roberto ficar fora mais
tarde do que é habitual com os amigos, então não consigo
usar esse tempo como um privilégio, não é? Por isso, talvez
eu deva pensar sobre os privilégios que eles podem ganhar
quando forem mais velhos.
Júlia
– Sim, é uma boa ideia, vai funcionar.
Narrador 1
Alguns pais acham que usar pontos e recompensas é como
subornar os filhos para que eles façam o que têm que fazer
de qualquer jeito. Mas um sistema de pontos é uma forma
de ajudar nossos filhos a se tornarem mais responsáveis.
Isso os faz se esforçarem por metas positivas.
Narrador 2
Afinal, as pessoas que trabalham para um empregador têm
uma recompensa por fazerem o que devem. Trata-se de
uma remuneração. As remunerações não são as únicas
coisas que são gratificantes no trabalho – há amizades com
colegas, reconhecimento, e sentir-se bem apenas por fazer
um bom trabalho.
Narrador 1
E ganhar pontos não é a única forma de as crianças
aprenderem a fazer o que devem. Mas tudo o que fazemos
para ajudá-las a se comportarem e construírem, um
relacionamento positivo as ajuda a se saírem melhor na
escola, com os amigos e, no futuro, como jovens adultos.

65
Construindo um Narrador 2
Ter um bom relacionamento com os seus filhos e permitir
relacionamento positivo que saibam que você está preocupado com eles o ajuda
a se sair melhor. Não é fácil, porém, ter uma relação
positiva com os filhos quando eles estão ocupados
Fala do DVD .............4 minutos tentando ser mais independentes e querendo mais e
mais tempo com os amigos.
 Melhor relacionamento (pais) Kleber
 Começar com o pé direito – Tenho tido momentos muito difíceis com o Roberto
 Vamos ficar um tempo juntos ultimamente. Ele está sempre irritado e eu fico muito
frustrado com ele. Não conseguimos ficar na mesma sala
sem discutir. Ele adorava fazer as coisas comigo, como
jogar jogos de tabuleiro, jogar bola ou assistir a um vídeo
juntos. Queria que as coisas voltassem a ser como antes.
Pedro
– Olha, eu odeio toda essa zona de guerra em casa,
porque quanto mais zangado o Daniel fica, pior eu fico e
ele só vai de mal a pior. Mas, na verdade, eu acho que
estamos um pouco melhor agora. Ele ainda gosta de
passar a maior parte do seu tempo com os amigos, mas
está um pouco mais calmo com a gente.
Kleber
– Como você fez isso?
Pedro
– Bem, eu acho que eu comecei a ver as coisas a partir do
ponto de vista dele, em vez de dar sermão o tempo todo,
em vez de dizer como ele deve se comportar e agir. Ele
chegava da escola em casa, reclamando do professor ou
dos amigos, e eu: Bem, você deve fazer isso ou você
deveria ter sido assim, e, essas coisas. Chegou a um
ponto que ele não estava mais falando comigo, sabe?
Kleber
– Bem, faz sentido. Então, você parou com os sermões?
Pedro:
– Eu acho que sim. Mas também, na verdade, passamos
um tempo juntos, tempo para nós, sem a sua irmã mais
velha ao redor. Alugo um vídeo e deixo que ele escolha,
ou jogamos um jogo, mas só nós, sabe? Essas coisas de
homem. Só eu e ele mesmo.
Kleber
– É uma boa ideia. Eu acho que o Roberto gostaria de
passar um tempo comigo sem o irmão e a irmã. Eles
ficam brigando o tempo todo e eu fico irritado e isso é
ruim para todos. Acho que você tem que revezar com
seus filhos.
Pedro
– Sim, e tentar dar-lhes a mesma atenção, o que é difícil,
mas pelo mesmo período.
Kleber
– Talvez se eu deixar o Roberto dar algumas ideias sobre
o que podemos fazer juntos ele ficaria mais feliz em
passar um tempo comigo.
Pedro
– Sim, tenta isso.

66
Narrador
Um dos pais disse que quando ele e seu filho não estão se
dando bem, as coisas vão de mal a pior. Mas a situação pode
seguir por outro caminho. Quanto mais tempo positivo você
tiver com seu filho, é mais provável que ele concorde com as
coisas e se sinta melhor. Perceber quando as crianças fazem
o que devem fazer e dar pontos e recompensas são duas
coisas que você pode fazer para construir um bom
relacionamento.

Kleber
– Sabe, Roberto, eu sei que as coisas têm sido difíceis
ultimamente. Eu odeio quando eu grito com você o tempo
todo. Que tal começarmos com o pé direito e melhorarmos
um pouco este fim de semana? Para começar, poderíamos
fazer pipocas e assistir ao jogo juntos esta tarde.

Roberto
– Tá bem.

Júlia
– Eu gostaria de fazer mais coisas com a Ester. Ela costumava
passar mais tempo comigo, mas agora ela só quer ficar no
quarto, ouvindo CDs e conversando com os amigos. Eu não sei
se a forço a passar mais tempo comigo ou se a deixo sozinha.

Carol
– Os filhos dessa idade preferem ficar sozinhos ou com os
amigos. Acho que só piora quando mandamos eles fazerem as
coisas. Bem, especialmente lá em casa.

Júlia
– Sim, eu deixo a Ester sozinha quando ela precisa e quando
estamos juntas passamos muito tempo tentando nos
entender. E temos ótimas conversas, como no carro quando
estou dirigindo. Mesmo quando estamos vendo televisão,
durante os comerciais, nos divertimos muito, brincando uma
com a outra, sabe?

Carol
– Sim, eu sei que as crianças adoram quando as levamos para
comer pizza ou ao cinema. Fazemos de tudo para ficar com
eles sem reclamar ou dar sermões.

Narrador 2
Agora, pense em outras coisas que você pode fazer para
mostrar ao jovem que você realmente se importa. Liste todas
as coisas que você faz com o seu filho e pense em como a
mensagem de amor é demonstrada.

67
Construindo uma
relação positiva
Atividade 3.7 ............. 5 minutos

1. Peça para o grupo dizer o que pode fazer para


mostrar o amor e o carinho que tem pelos filhos,
além de elogiar e dar pontos e recompensas.

2. Pergunte quais dessas coisas passarão, sem


Construindo um
dúvida, uma mensagem de amor.
relacionamento
positivo
Certifique-se de que esses itens foram
mencionados:
 Abraçar. 5 min.
 Dizer “Eu amo você”.
 Deixar um bilhete carinhoso.

Fim da atividade

68
Prática em casa
.......................... 1 minuto

1. Peça aos pais que usem a tabela de pontos em


casa e diga-lhes que vocês irão conversar sobre Prática de casa
como foi a experiência, no próximo encontro.
2. Lembre-os de esconder os cartões de elogio e
de fazer elogios em casa. 1 min.
3. Lembre aos pais de que no Caderno de
Atividades tem um quadro que resume as formas
de mostrar amor.

Preparação para o
encontro das famílias
.......................... 1 minuto
Preparação para a
1. Diga aos pais que o encontro das famílias sessão familiar
começa com um curto vídeo, que mostra pais e
filhos conversando. Após o vídeo, eles irão
conversar sobre a tabela de pontos com os filhos
e, juntos, poderão decidir qual será o privilégio ou
1 min.
recompensa desta semana. Além disso, irão se
divertir em algumas brincadeiras.

Conclusão
.......................... 30 segundos

1. Mostre o cartaz “Lema das Mães, Pais e


Responsáveis” (kit) e digam o lema juntos.

Estimule os participantes a decorarem o lema.

69
Encontro 4

Pais
USAR
CONSEQUÊNCIAS
Encontro 4 dos Filhos: SEGUIR REGRAS

Encontro 4 das Famílias: COMPREENDER OS VALORES FAMILIARES


Programa Encontro 4 – Pais
USAR CONSEQUÊNCIAS
Famílias Fortes

Sumário
Revisão da prática em casa.................................. 74
Dando pequenas consequências e
ficando calmo ...................................................... 75
Grandes consequências para grandes
problemas............................................................82
Prática em casa .................................................... 85
Preparação para o encontro das famílias ............86
Conclusão.............................................................86

Materiais necessários:
 Crachás
 Lista de presença dos pais
Objetivos
 Televisão ou projetor Os pais irão:
 Leitor de DVD ou computador
 Entender a importância de manter a calma e
 Caixa de som o respeito.
 Cartolinas
 Aprender a usar pequenas consequências
 Pincéis atômicos para pequenos maus comportamentos.
 1 caneta azul e 1 caneta vermelha (pode ser
 Aprender a dar grandes consequências para
caneta ou canetinha, e podem ser outras duas comportamentos graves.
opções de cores, como também pode ser 1
caneta azul e 1 lápis) – 2 por responsável
 Caderno de atividades dos pais
 DVD 2 (Encontro 4 – Pais)
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e Responsáveis”
(KIT)

Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem


uso de cartolina, o facilitador pode usar papel
pardo, quadro branco ou qualquer material similar,
poderá ainda optar por fazer a atividade de modo
oral, sem usar nenhum destes materiais ou
tomando notas em um papel, caso seja necessário
lembrar depois.

73
Quando os pais chegarem
1. Entregue os crachás aos participantes. Dê-
lhes as boas-vindas.
2. Preencha a lista de presença.

Revisão da prática
em casa
.......................... 10 minutos

Faça aos pais as seguintes perguntas e discuta AVISO


com o grupo:
 Como está indo o uso do sistema de pontos Se a introdução levar mais de 10 minutos,
para incentivar o bom comportamento? os pais/responsáveis não terão terminado
 O que deu certo? O que deu errado? quando os filhos se juntarem ao grupo no
final do encontro.

Inicie o DVD. 10 min.

74
Narrador 1
Dando pequenas Sabemos que os filhos se saem melhor em casa e na escola
consequências e ficando calmo quando os pais ou responsáveis usam tanto amor quanto
limites. O elogio os ajuda a fazer o que é necessário e
permite que eles saibam que você se importa com eles.
Mas, às vezes, quando seus filhos não seguem as regras,
esquecem de fazer os afazeres domésticos, não terminam
as tarefas da escola, respondem ou não voltam para casa
quando deveriam, os pais ou responsáveis precisam colocar
Fala do DVD............. 8 1/2 minutos limites.
Narrador 2
 Raiva no final do dia Quando seus filhos eram pequenos, seu sorriso e incentivo
 Dando pequenas tarefas domésticas os ajudaram a aprender a falar. Mas quando eles tentaram
colocar um brinquedo ou um dedo na tomada elétrica, o
seu “não” firme e a condução a um lugar seguro os
protegeram de um risco. Temos que mostrar aos filhos
quais são os limites e esclarecer as consequências ou
castigos que damos a eles.
Narrador 1
É como no futebol. O jogo não vai dar certo a menos que
existam regras e os jogadores não vão seguir as regras a não
ser que existam consequências quando eles
desobedecerem, como pênalti ou faltas.
Narrador 2
Mas o truque é dar consequências sem perder o humor,
sem criticar ou culpar. Os filhos precisam de amor e limites,
e quando perdemos nosso humor, podemos acabar
entrando em uma luta de poder. Os filhos pensam que
estamos sendo maus e tentando nos vingar. Do contrário,
eles seguem as regras somente quando eles pensam que
estamos vendo. Agora vamos ver o que acontece quando
uma mãe fica chateada porque a filha não lavou a louça.
Lia (zangada perdeu o humor)
– Rosa, estou farta de toda vez ter que falar para fazer suas
tarefas domésticas, tá me ouvindo? Ontem à noite você
prometeu lavar a louça e tem uma pia cheia de pratos
porque você ainda não lavou. Eu quero que você saia do
sofá, vá pra cozinha e lave. Agora!
Rosa (gritos)
– Não sei por que tenho de fazer tudo aqui.
Lia
– Olha aqui mocinha! Vai! Vai!
Rosa
– Eu já tive um dia ruim na escola e tenho um monte de
tarefas e agora você quer que eu lave essa porcaria de
louça.
Lia (quase histérica)
– Não sou obrigada a aguentar isso de você, e não faça cara
feia pra mim!
Rosa (interrompe)
– Por que você não me deixa em paz?
Lia
– Olha aqui mocinha eu não vou aceitar que você me trate
assim! Só pensa em você: o seu dia, seus planos, seus
amigos. Sempre só pensando em você. Não acredito. Onde
você aprendeu a ser assim? Onde você aprendeu a
responder desse jeito? Onde você aprendeu a ser tão
irresponsável?

75
Narrador Lia (pensativa).
Onde você acha que a situação vai parar? Que tipo de noite – Na próxima vez que ela se recusar a fazer algo como lavar
a mãe vai ter–ou a Rosa? Essa é uma grande luta de poder. a louça, humm... ela odeia ser castigada.
A mãe deu um reforço negativo, gritando com a filha, mas
a Rosa provavelmente não sabia o que sua mãe queria dela. Carol
Vamos ouvir um casal de pais/responsáveis falando sobre o – Não tire um privilégio se você não conseguir levar adiante.
que fazer para que os filhos terminem seus afazeres e Bem, você não vai querer ficar de olho em cada passo dela.
mostrem um pouco mais de respeito. Apenas dê pequenas tarefas domésticas para mostrar a ela
que você está falando sério.
Lia (desesperada)
– Honestamente, eu não sei o que fazer com a Rosa. Ela Lia
nunca foi tão atrevida e agora ela está ficando cada vez pior – Ok, então da próxima vez que ela se recusar a fazer
para fazer as coisas em casa. Está me deixando louca. qualquer coisa eu vou mandar ela limpar a garagem.
Sinceramente, às vezes eu quero bater nela.
Carol
Carol (calma e paciente) – Ahhh! Limpeza da garagem parece um grande trabalho.
– Entendo. Bem, o Daniel é um pesadelo fazê-lo cortar a Bem, grandes trabalhos são para grandes problemas. Se ela
grama ou levar o lixo para fora é como arrancar os dentes faltar aula ou for para algum lugar que não deve. Os
dele. Mas eu não perco a paciência nem grito, só peço e pequenos trabalhos são para problemas do dia a dia.
lembro bem calma, embora nem sempre funcione.
Lia
Lia – Vou ter que fazer uma lista de pequenas tarefas que ela
– Hum, mas mesmo quando eu consigo não perder a possa fazer. Não deve ser muito difícil, é impossível manter
paciência, ela ainda acaba fazendo exatamente o que ela tudo em ordem!
quer.
Carol
Carol – Verdade.
– Acho que temos de dar aos filhos uma espécie de
consequência e castigo para que eles saibam que a coisa é Narrador 1
séria. Comecei dando alguns afazeres domésticos - só coisas Veja que a mãe do Daniel disse que ela encontrou poucas
de cinco minutos que ele pode fazer, se ele não concordar tarefas domésticas para ele. É importante que sejam
com o que digo. Aí, ando pela casa com um bloco de papel bastante fáceis e curtas para que você possa fiscalizar se seu
anotando tarefas fáceis que podem ser feitas em poucos filho fez mesmo. E você realmente precisa ter uma tarefa
minutos. Assim, se ele fizer cara feia ou me ignorar, eu só em mente para que você saiba o que dizer quando seu filho
falo: “Se eu não vir você na cozinha em cinco minutos não ouviu seu lembrete ou quando ele responde. Reforço,
varrendo, depois… hummm... deixe-me ver. negativo ou positivo, funciona melhor quando é dado
imediatamente. Se você tiver dado um aviso e esperou
Lia (interessada) alguns minutos, não mais do que três ou quatro minutos,
– Quando você lhe dá uma tarefa para fazer, ele geralmente então é hora dele cumprir a tarefa. E após a tarefa, claro,
faz? eles precisam fazer o que você pediu a eles primeiro.
Carol Narrador 2
– Não de cara, porque acha que eu não estou falando sério. Quando os filhos fazem algo errado, eles precisam ter uma
Tivemos que mostrar que a coisa era séria. Falamos para consequência negativa, logo que possível. Pense em um
ele: “Agora, se você nos ignorar ou não seguir as regras, jogador de futebol que recebe uma falta. O árbitro chama o
você vai ter que fazer alguma coisa.” Aí, se ele não fizer, agressor e dá cartão imediatamente. O árbitro não espera
tiramos um privilégio, como sair depois que terminar de que um jogador faça várias faltas para dar cartão. Ou pense
varrer. Se ele não varrer não pode sair com seus amigos. No em um bebê que começa a tocar em uma tomada. Não
início ele não acreditava. Mas depois ele viu que era sério. esperamos para afastá-lo porque queremos que saiba
E ele percebeu que as tarefas domésticas não eram tão imediatamente que ele não pode tocar. Ela aprende a
ruins assim. Outro dia, ele estava sentado assistindo TV associar a tomada com um alto “não” ou ser afastado do
sabendo que tinha lição de casa. E falei só uma vez: “Se você perigo.
não estiver fazendo sua tarefa em cinco minutos, vai ter que
fazer o dever e limpar todo o banheiro”. Ele se levantou, Narrador 1
resmungando, e rapidamente pegou a lição e ouvi ele dizer: O mesmo é verdadeiro para os nossos adolescentes. Eles
“Eu não vou limpar o banheiro!”. aprendem melhor quando recebem um castigo
imediatamente depois de só um lembrete ou aviso. Quanto
Lia
mais esperarmos para dar a consequência, ou reforço
– Bem, eu não consigo sequer imaginar a Rosa fazendo algo
negativo, menos eficaz é o aprendizado da criança. Por isso,
só porque eu ia dar uma tarefa doméstica para ela fazer. Ela
uma tarefa de cinco minutos é uma maneira de fazer seu
ia só dizer não.
filho saber imediatamente que você está falando sério. As
crianças aprendem a ser mais responsáveis quando
Carol
descobrem que suas ações têm consequências. Isso ajuda a
– Você tem que esperar isso. Ela é uma criança. Mas ela vai
manter seus filhos longe de problemas durante os anos da
fazer o que você pedir no final, quando perceber que você
adolescência.
tá falando sério, e que vai ser punida. Então, não se
preocupe com isso.

76
Narrador 2
Você pode estar pensando que seu filho não se comporta
muito mal. Se ele seguir suas regras e não causar problemas,
você não precisa dar tarefas domésticas. Mas pode haver
um momento, quando eles ficarem mais velhos, que pode
haver mais problemas. Se esse momento chegar, a pequena
tarefa pode ajudar.

Listando pequenas
tarefas domésticas
Atividade 4.1 ............. 6 minutos
Lista de tarefas domésticas de 5 minutos
1. Peça aos pais para pensarem em tarefas
domésticas rápidas e fáceis que possam ser
usadas como consequências e anote na cartolina.
6 min.
Certifique-se de que esses itens sejam
mencionados:
• varrer a cozinha;
• retirar o lixo;
• limpar a cozinha;
• dobrar uma trouxa de roupa;
• tirar poeira dos móveis;
• limpar o banheiro;
• cuidar dos animais domésticos, ex.: gato,
cachorro.

2. Quais tipos de pequenos maus


comportamentos seriam apropriados para
pequenas tarefas domésticas?
Nota: se mencionarem problemas mais graves,
peça que deixem para mais tarde no debate e
diga que agora vão focar nos pequenos maus
comportamentos.

Fim da atividade
Narrador 1
Como a mãe disse para seu amigo, às vezes você tem que
reforçar a pequena tarefa, tirando um privilégio. Assim, em
primeiro lugar, dê um lembrete ou alerta, talvez com uma
frase começando com “Eu” – Eu me sinto frustrado quando
vejo você assistindo TV e sua tarefa não é feita. Por favor,
Fala do DVD ............. 30 segundos comece logo a fazer sua tarefa”. Se a criança não fizer o que
você pede em alguns minutos, dê uma tarefa curta e fácil, e
se recusar, tire um pequeno privilégio.

77
Listando pequenos
privilégios a serem tirados

Atividade 4.2 ............. 4 minutos Lista de pequenos privilégios


para serem tirados
1. Faça uma lista de pequenos privilégios para
serem tirados. Lembre aos participantes do grupo
que, quando começarem a usar pequenas tarefas
domésticas como consequências, os filhos
4 min.
provavelmente não vão acreditar que é sério, e
não vão mudar de comportamento. A princípio, os
pais/responsáveis precisam aplicar a pequena
consequência, retirando um privilégio.
Diga-lhes que os melhores privilégios para retirar
são os PEQUENOS e o pai não têm que ser um
policial para fazer cumprir (exemplos: sem
música, sem bicicleta por um dia, sem falar ao
telefone, sem assistir televisão por uma hora, não
vai sair para brincar depois do jantar).

2. O que aconteceria se você desse uma


consequência muito grande para um pequeno
mau comportamento?
Certifique-se de que esses itens sejam
mencionados:
 Eles poderiam ficar ressentidos
 Eles poderiam fazer pelas suas costas;
 Eles poderiam tentar se vingar

Nota: mantenha a discussão focada em pequenos


privilégios para tirar.

Fim da atividade

Fala do DVD ............. 4 minutos


Narrador 1
 Usando pequenas tarefas domésticas e O importante é dar um castigo pequeno quando o
removendo privilégios, lavanderia problema é pequeno, deixando os castigos grandes para
 Tarefas domésticas, como faltas de jogo problemas maiores. Em um jogo de futebol, o jogador não
 Avisando rapidamente, bicicleta, retirando é expulso por uma falta leve. Em vez disso, ele recebe um
cartão amarelo de advertência. É a mesma ideia para usar
privilégios, TV com os filhos em casa. Não fazer uma tarefa de casa, a lição
 Retirando privilégios, tarde ou dar uma pequena resposta significa receber um castigo
pequeno.

78
Narrador 2
Você pode imaginar que as crianças não vão gostar das
tarefas domésticas ou de ficar sem privilégios, mesmo que
pequenos. Podem ficar irritadas ou responderem e seria
muito fácil perder a calma. Vamos ver uma mãe que
permanece calma enquanto ela está dando uma
consequência, embora sua filha responda.

Lia (calmamente)
– Rosa, Rosa, é meio-dia e você ainda não dobrou a roupa.

Rosa (reage, grita)


– Oh, eu odeio dobrar a roupa! É a coisa mais ridícula do
mundo. Cada um dobra a sua.

Lia
– Bem, se você não dobrar a roupa, você vai ter que limpar
a mesa da cozinha.

Rosa (sarcástica, gritando)


– Ótimo! Vou passar o meu dia inteiro escravizada por você!

Lia (calmamente)
– Rosa, e agora que você está respondendo. Vou ter que
tirar um privilégio também?

Rosa (gritando, furiosa)


– Não acredito! Você nunca fica feliz a menos que me irrite,
né?

Lia (ainda calma)


– Pedi para você fazer uma tarefa e ainda não está fazendo.
Por isso, não vai pra casa da Julie até dobrar a roupa e limpar
a mesa da cozinha. Tá? (a mãe sai da sala).

Narrador 1
A mãe não entrou numa luta de poder nem levantou a voz.
Ela apenas disse pra Rosa quais eram as consequências.
Observe que a mãe da Rosa saiu da sala depois de ter tirado
um privilégio. Ficar lá só levaria a mais discussão. E ninguém
nunca ganha uma discussão! Apenas lembre-se que quando
você tira um privilégio tem de ser algo que você pode
controlar muito facilmente. E não diga se não for sério. Se
você não vai adiante com o castigo, é melhor não dizer nada.

Kleber
– Ah! Eu não tô entendendo nada sobre esse negócio de
tarefa. Uma tarefa para isso uma tarefa pra aquilo. Eu me
sinto um tirano se mandar os meus filhos fazerem tudo o
que disse.

Pedro
– Bem, eu sei o que você está dizendo. Você não quer ficar
no pé deles a cada cinco minutos. Mas, se eles não fizerem
o que devem fazer aos 10, 12 ou 14, como vão ser quando
forem adultos? Para mim, é como um jogo de futebol. O
jogador faz falta, vai ser punido, ele sabe disso. O técnico
discute com o árbitro, vai ser punido por isso. Não tem de
ser uma tarefa de cinco minutos, você apenas tira um
privilégio deles, por exemplo.

Narrador 2
Mas alguns pais ou responsáveis não usam tarefas
domésticas. Eles só tiram um privilégio quando a criança se
comporta mal ou não faz o que deve. Se você der o castigo
rapidamente e, em seguida, aplicá-lo, ele pode funcionar
muito bem.

79
Pedro
– Daniel, você deixou sua bicicleta na garagem e eu
preciso sair. Tira ela pra mim, por favor?
Daniel
– Tá, só acabar aqui.
Pedro
– Não, agora, ou vai ter que levar o lixo para fora
também.
Daniel (rabugento)
– Tá, já tô indo (bufando).
Pedro
– Olha, e sem responder ou eu tiro um privilégio seu
também, entendeu?

(Duas crianças brigando sobre que programa de TV vão


assistir)
Daniel
– Me dá o controle remoto! É minha vez.
Maria
– Não. Você já teve sua vez. Deixa de ser criança.
(Provoca Daniel tentando pegar o controle remoto).
Carol
– Como vocês dois não conseguem ver TV juntos, vou
desligar por meia hora. Me dê o controle.
Kleber (para Roberto)
– Roberto, você se atrasou para o jantar de novo, mesmo
depois de conversamos sobre as regras da casa. Você
Usando pequenas tarefas sabe a consequência que decidimos, não vai sair com os
amigos depois do jantar.
domésticas e tirando privilégios
Narrador 1
Nas últimas cenas, os pais ou responsáveis não deram
tarefas domésticas, mas deram um castigo, e ficaram
calmos. E deram castigos pequenos para pequenos
Atividade 4.3 ............. 8 minutos problemas.
Narrador 2
– Não tente mudar tudo. Se concentrar em uma ou duas
coisas que seu filho faz que realmente incomodam e
planejar com antecedência o que vai fazer como
consequência. É bom fazer uma lista de tarefas.
1. Diga aos pais que eles irão na próxima semana
se concentrar em usar uma pequena tarefa
doméstica quando o jovem tiver um pequeno
mau comportamento. Se preferirem poderão
retirar um pequeno privilégio ao invés de darem Pequenas consequências para
a tarefa doméstica. pequenos problemas

2. Peça aos pais/responsáveis para abrirem no


Caderno de Atividades na parte que há o item 8 min.
“Pequenas consequências para pequenos
problemas”. Diga aos pais/responsáveis que
estas tabelas são para eles escolherem qual Nota ao facilitador: eles podem usar o
pequenos problemas irão se concentrar na quadrado em branco para escreverem quando
próxima semana, e qual pequena tarefa não tiver uma opção do que eles querem nas
doméstica ou pequeno privilégio irão tirar. figuras.

80
3. Diga aos pais/responsáveis para pensarem em
um mau comportamento do seu filho (pequeno
problema). Dê um exemplo de um pequeno mau
comportamento (como não fazer uma tarefa
doméstica ou acordar tarde). Peça para olharem
na folha, qual desenho representa este pequeno
mau comportamento, que chamamos de
pequeno problema, e circular de azul. OBS.: Eles
podem usar o quadrado em branco para escrever
o pequeno problema (fique atento se o
responsável precisa de ajuda para escrever).
4. Agora irão pensar em pequenas tarefas
domésticas que usarão como consequência,
quando o filho tiver o mau comportamento
(pequeno problema) e circular de azul. Depois
pensarão qual pequeno privilégio que podem
tirar, e circular da mesma cor, por ex: azul
5. Agora, peça que façam mais uma vez: circular
outro pequeno problema, mas agora de outra
cor, por exemplo, vermelho. Depois circule de
vermelho uma pequena tarefa doméstica para
ser usado quando o jovem tiver este pequeno
mau comportamento (pequeno problema).
Depois circule de vermelho o pequeno privilégio
que irá retirar.
6. Explique que as cores são para que saibam
qual tarefa doméstica ou qual pequeno privilégio Narrador 2
correspondente ao pequeno problema.
Agora, é muito importante manter a calma quando você der
7. Auxilie-os. um aviso e uma tarefa. Mesmo se você pensar em uma
tarefa bem pequena, mas gritar ou perder a calma, ela não
funcionará. O seu filho irá provavelmente irritar-se e as
coisas só vão piorar. Nas próximas cenas os pais ou
Se tiver tempo, faça a pergunta ao grupo: responsáveis dão pequenas tarefas domésticas sem
paciência.
Você teve uma situação há uma ou duas semanas
em que uma pequena tarefa doméstica poderia Vanessa (irritada)
ter ajudado? – Vem aqui um minuto, Esther! Você não levou esse saco
de lixo para fora e se você não fizer isso agora você vai ter
de limpar a pia também.
Fim da atividade
Luiza (irritada)
– Rita, eu estou avisando! Pedi para limpar a sala de estar e
ainda está uma bagunça! E saia desse telefone!
Fala do DVD ............. 30 segundos
Narrador 1
Esses pais/responsáveis criaram limites, mas de uma forma
 Tarefas domésticas com raiva, lixo que não mostra amor. Essa é a parte difícil. Manter a calma
 Tarefas domésticas com raiva, limpar a sala e o respeito, mostrar amor ao mesmo tempo em que está
estabelecendo limites.

81
Ficando calmo
Atividade 4.4 ............. 5 minutos

1. Pergunte aos pais quando é mais difícil manter


a calma; Quando é difícil
manter a calma?
Certifique-se de que esses itens sejam
mencionados:
 Quando estou ocupado 5 min.
 Ao final de um longo dia
 Quando estou aborrecido com alguém
 Quando não estou me sentindo bem

2. Peça ao grupo que pense no que cada um


poderia fazer para acalmar-se para que as
consequências que desse funcionasse melhor:
 Você lembra de um momento que
“perdeu a calma” porque estava chateado?
Qual era a situação?
 Você lembra de um momento que ficou
calmo embora estivesse com raiva?

Fim da atividade

Narrador 1
Na sessão de filhos seus filhos estão aprendendo sobre os
pais ou responsáveis dando consequências em casa, tarefas
domésticas e tirando privilégios. Haverá uma atividade na
sessão da família para ajudar seu filho ou filha a
compreender por que os castigos são necessários. Lembre-
se de que poderá levar um tempo para ele aprender a lhe
ouvir. Por isso é importante não ceder diante da situação.
Grandes consequências
Júlia (calma)
para grandes problemas João, posso falar com você um minuto? (a mãe espera até
ter a atenção do João.) Acho que gritei muito com você
ultimamente. Fico tão irritada que toda vez que peço pra
Fala do DVD............. 5 1/2 minutos você fazer algo, você discute comigo. Estou cansada de
brigar com você. Eu decidi que quando eu der uma tarefa e
você não fizer, eu vou adicionar outra – que leve apenas
cinco minutos como varrer o quintal ou arrumar a sala. É
Descrevendo a regra da tarefa doméstica, importante que você aprenda a terminar o que te mandei
fazer.
grande problema, ficando calmo.
João (ressentido)
– Não é justo! Você quer que eu faça tudo na hora que você
pede?

82
Júlia (calma)
– Não, eu não falei na hora que eu peço, mas quero evitar
estas brigas. Eu não quero ficar te fiscalizando o tempo
todo, é por isso que vamos fazer isso. E se eu te der um aviso
e você discutir comigo e eu te der uma tarefa e você discutir
comigo, então vou tirar um privilégio, como assistir TV ou
andar de bicicleta. É importante que você siga as regras e
aprenda a respeitar.
João (rabugento)
– Eu não sei por que você está se importando tanto com
essas pequenas coisas.
Júlia
– Eu sei que você não se importa, mas é importante para eu
ajudá-lo a aprender a viver dentro dos limites.
Narrador 1
Algumas vezes parece para os pais ou responsáveis, e para
as crianças, que as pequenas coisas da casa não são tão
importantes. Mas sabemos de estudos sobre filhos que se
saem melhor na escola e com os amigos se aprenderem a
viver com limites em casa.
Narrador 2
Até agora falamos sobre como lidar com pequenos
problemas de comportamento, como, por exemplo,
“esquecer” de fazer uma tarefa, ignorar o que foi pedido ou
responder. Mas, e os grandes problemas, mentir, roubar,
chegar muito tarde em casa, ir para outro lugar que não é
permitido? Essa é a hora de dar-lhes uma grande tarefa e
tirar um privilégio que vai realmente chamar sua atenção.
Carol (falando ao telefone com uma amiga - furiosa)
Honestamente, Janete, não sei para onde ele foi. Ele deveria
estar de volta às 6h e agora são quase 9h, ele nunca chega
tão tarde. Bem, você acha que eu deveria ligar para a
polícia? Carol escuta a amiga ao telefone, dizendo: hmm,
hmm.
Carol
– Oh, um minuto, eu acho que ele chegou na porta agora
(olha pela janela, suspiro). Sim, é ele. Eu não sei se fico
aliviada ou aborrecida (Daniel entra) (gritos). Daniel, onde
você esteve? Fiquei preocupada! (No telefone) Espera um
minuto, tenho que resolver isso agora, desculpe, te ligo
depois (desliga o telefone). Com raiva: Daniel, você está três
horas atrasado. Onde você esteve?
Daniel (zangado)
– Eu estava no Tiago, esqueci da hora, nada demais.
Carol (tentando se acalmar)
– Nada demais? É sim. Agora sobe enquanto eu me acalmo
e, em seguida, vou te dar um castigo. Sobe agora!

(Daniel sai e depois a mãe entra no quarto dele).


Carol (calma, séria)
– Daniel, vamos falar sobre seu atraso. Que isso não
aconteça novamente. Então você vai ter que limpar o
galpão como consequência antes de poder ver seus amigos.
Daniel
– Ah, mamãe, essa tarefa é terrível. Vou levar horas! Não é
justo!

83
Grandes consequências para
comportamentos graves
Atividade 4.5.............6 minutos Grandes consequências
para grandes problemas
1. Peça que localizem no Caderno de atividades
o item “Grandes consequências para grandes
problemas.”.
6 min.
2. Peça para os pais/responsáveis pensarem o
que seu filho pode fazer (ou tem feito) de um
comportamento grave, que estamos chamando
de grandes problemas. Oriente-os a
preencherem o item 1 (como na atividade 4.3, Carol (firme, mas calma)
circulando de uma cor o grande problema). – Se você discutir comigo eu vou ter que tirar um privilégio.
3. Depois, circular da mesma cor, a grande tarefa É uma tarefa grande para um grande problema! Agora vou
doméstica e o grande privilégio que será retirado dar-lhe uma lista do que eu quero que você faça. E você vai
fazer amanhã, não hoje à noite. Você vai fazer amanhã
se o jovem tiver este comportamento grave quando eu chegar em casa. Até lá, sem telefone e sem TV.
(grande problema). Depois, os responsáveis Entendeu? Você precisa saber que existem consequências.
escolhem outro grande problema, outra grande Toda vez que você chegar em casa tarde, sem me telefonar,
tarefa doméstica e outro grande privilégio que haverá uma consequência.
será retirado, e circulam de outra cor. Lembre-se Narrador 1
que eles podem usar o quadrado branco para Quase todos os filhos cometem erros e às vezes não fazem
escreverem outras opções de respostas. o que deveriam fazer todo dia. Mas, às vezes eles cometem
4. Vá passando pela sala e ajude-os a completar um erro mais grave, afinal eles enfrentam muita pressão
dos amigos, não têm bom senso e experiência. Não estamos
os itens 1,2 e 3. Certifique-se que as falando de filhos que têm problemas com álcool ou drogas,
consequências sejam razoáveis. que muitas vezes faltam aula ou se metem em problemas.
5. Pergunte ao grupo: que consequência seria Estes é preciso acompanhar de perto para que andem na
muito grande mesmo para um grande problema? linha.
(Nota: Ficar de castigo por 3 meses é Narrador 2
provavelmente demais para praticamente Para os que se metem em apuros, você precisa ensinar que
qualquer problema). haverá consequências graves. Você precisa ter certeza que
não farão de novo. Por exemplo, qualquer companhia de
seguros de carro irá dizer-lhe que o percentual de
Se tiver tempo, faça estas perguntas: adolescentes é mais elevado porque não dirigem bem e se
arriscam de uma forma que a maioria dos adultos não se
 Sabendo que cada jovem é diferente, que arriscaria. Depois que dão uma batidinha ficam mais
consequência talvez não funcione para cuidadosos.
seu filho? Por quê? Esse é um reforço negativo. Se você lembrar que é normal
para adolescentes cometerem erros e se você der
 O que pode acontecer se você ignorar consequências e castigos, você pode impedir que as coisas
comportamentos graves e não der tomem maiores proporções.
consequências?

84
Prática em casa
.......................... 1 minuto

Prática em casa
 Diga aos pais/responsáveis que na próxima
semana irão se concentrar em usar uma pequena
tarefa doméstica quando o jovem tiver um
pequeno mau comportamento, para isso,
1 min.
seguirão a tabela “Pequenas consequências para
pequenos problemas” que fizeram na atividade
4.3 (a tabela está no caderno de atividades).
Lembre-os que se preferirem poderão retirar o
pequeno privilégio ao invés de darem a tarefa
doméstica.
LEMBRE-SE

 Pequenas consequências para pequenos


problemas.
 Grandes consequências para grandes
problemas.
Peça para os pais/responsáveis abrirem o caderno  Os filhos, às vezes, se comportam mal.
de atividades no quadrinho “lembre-se”.  Fique calmo

85
Preparação para o encontro
das famílias
.......................... 1 minuto

1. Diga aos pais que eles vão falar sobre os valores


que as famílias têm – valores como honestidade,
dedicação ao trabalho, cuidar de outras pessoas.
Eles vão descobrir seus próprios valores familiares e,
em seguida, fazer uma bandeira com o filho para
mostrar no que acreditam.

Conclusão
.......................... 1 minuto

1. Pratiquem o “Lema dos Mães, Pais e


Responsáveis”.

86
Encontro 5

Pais
CONSTRUIR
PONTES
Encontro 5 dos Filhos: LIDAR COM A PRESSÃO DOS AMIGOS

Encontro 5 das Famílias: FORTELECER A COMUNICAÇÃO FAMILIAR


Programa Encontro 5 – Pais
CONSTRUIR PONTES
Famílias Fortes

Sumário
Revisão da prática em casa .................................... 90
Aprendendo a ouvir os problemas ...................... 91
Ouvindo os sentimentos ......................................... 96
Como era a vida quando você era criança? ....100
Satisfazendo necessidades básicas ....................102
Prática em casa ........................................................108
Preparação para o encontro das famílias ........109
Conclusão ..................................................................109

Materiais necessários:
 Crachás (1 para cada participante)
 Lista de presença dos pais
 Cartolina e pincéis atômicos Objetivos
 Leitor de DVD ou computador com leitor de
Os pais irão:
DVD / entrada USB
 Entender o valor de ouvir bem
 DVD 2 (Encontro 5 – Pais)
 Aprender a escutar os sentimentos
 Caixa de som  Compreender o mau comportamento
 Caderno de atividade dos pais
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e
Responsáveis” (KIT)

Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem


uso de cartolina, o facilitador pode usar papel
pardo, quadro branco ou qualquer material similar,
poderá ainda optar por fazer a atividade de modo
oral, sem usar nenhum destes materiais ou
tomando notas em um papel, caso seja necessário
lembrar depois.

89
Quando os
pais chegarem
.......................... 1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre que


a presença de cada um é percebida.

2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu


crachá.

3. Organize o preenchimento da lista de


presença.

Revisão da
prática em casa
.......................... 5 – 10 minutos

1. Conduza a prática de casa com as seguintes


perguntas e, em seguida, abra o debate para o
grupo:
 Vocês utilizaram pequenas tarefas
domésticas?

 Contém um pouco como tem funcionado


em casa?

Inicie o DVD.

90
Aprendendo a ouvir os Narrador 1
Um bom diálogo é uma das coisas mais importantes em
problemas uma comunicação familiar, ajuda a definir os limites usando
frases que começam com “Eu” e dando consequências e
mostrando amor, escutando e vendo as coisas do ponto de
Fala do DVD vista do filho. Vimos como falar com os filhos quando eles
............. 1 1/2 minutos estão fazendo algo errado, e como fazer com que eles
saibam o que você deseja que eles façam sem gritar ou
 Problemas no trabalho, ouvir mal. criticar. Mas há outras vezes em que é muito importante a
forma como você se comunica com seus filhos e com outros
membros da família.

Narrador 2
Aprender a escutar quando alguém da família vem até você
com um problema é uma das melhores maneiras de
permitir que ele ou ela saiba que você se importa. Mas o
problema que a maioria de nós nunca aprendeu a
realmente escutar. Vamos ver um casal conversando.
Quando uma pessoa começa a falar sobre algo que
realmente incomoda o outro, veja se ele realmente escuta.

(Pedro e Carol sentados à mesa da cozinha após a janta)


Carol
– Qual é o problema, amor? Você teve um dia ruim no
trabalho?

Pedro
– Não, hoje foi OK. Estou preocupado com amanhã.

Carol
– Oh, é mesmo. Seu teste. Não se preocupe. Vai dar tudo
certo.

Pedro
– Não sei. Eu posso perder meu emprego.

Carol
– Não tem como eles ficarem sem você. Não se preocupe.

Pedro
– Eu não sei. O que vai acontecer com a gente se eu for
demitido?

Carol (ficando zangada)


– Argh! Lá vem você de novo – você está sempre pensando
o pior. Uma vez na sua vida, você não pode ver o lado bom?
Você é o seu próprio pior inimigo.

91
Problemas no
trabalho, ouvir mal
Atividade 5.1.............1 minuto
Como a esposa respondeu ao marido?
Discussão:
Como o marido se sentiu?

1 min.

 Comente estas perguntas e estimule o debate.


(Lia limpando a casa e Kleber escovando os dentes)
Lia
Fim da atividade – Não sei como vou me preparar para a visita dos seus pais
este fim de semana.

Kleber
– Não é nada demais, basta passar o aspirador de pó e
Fala do DVD ............. 1 1 / 2 minutos pronto.
 A visita, ouvir mal.
Lia
– Eu acho que é um pouco mais do que isso, não é? Você
sabe como sua mãe é, ela sempre quer ajudar na cozinha e
vai olhar cada gaveta e armários. E o seu pai, você se lembra
o que ele disse da última vez sobre o lixo?

Kleber
– Você sempre acha que eles vão criticar. Eles virão apenas
nos visitar. Eles não se importam como a casa está.

Lia
– Eu sabia que você não iria entender.

Kleber
– Você sempre teve uma coisa contra meu pai e minha mãe.
Relaxa!
A visita, ouvir mal (Lia olha.)

Atividade 5.2.............1 minuto

Discussão:

1. Comente estas perguntas e estimule o


debate. Como o esposo respondeu à esposa?

Pergunta opcional, se o tempo permitir: Como a esposa se sentiu?


Como isso pode afetar o relacionamento e sua
comunicação futura? 1 min.
Fim da atividade

92
Narrador 1
Fala do DVD............. 2 minutos Nós realmente queremos que nossos filhos nos
procurem com seus problemas e perguntas. Queremos
que falem conosco para que possamos saber o que está
 Furtos em lojas, ouvir mal acontecendo e dessa forma, ajudá-los. Mas às vezes
 Falando sobre sexo, aconselhamento ficamos tão preocupados com o que eles estão nos
dizendo que acabamos exagerando. Vamos ver alguns
pais que não sabem ouvir.
José
– O Edson quase foi pego furtando.
Lia (chocada)
– Furtando! Como assim furtando? Você já se meteu em
encrenca de novo?
Kleber (irritado)
– Eu sabia que o Edson não era boa companhia. Chega!
Você não vai mais sair com ele.
Lia
– Sobrou pra você também? O que você pegou?
José
– Não adianta falar com você, você não vai ouvir mesmo
(Sai irritado.)
Lia
– Ei! Volte aqui!
Narrador 1
Às vezes, os pais ou responsáveis não criticam quando os
filhos mostram um problema, mas os sufocam eles com
conselhos em vez de escutar.
(Mãe e filha sentadas à mesa no jantar)
Júlia
– Ana, tem alguma coisa incomodando você? Você está
tão calada desde o jantar.
Ana
– Ah, não é nada, me deixa em paz.
Júlia
– Não, eu não vou deixar porque tem sim algo de errado.
Ana
– Não, não tem não.
Júlia
– Tem sim, me fale. O que que é?
Ana
– É essa coisa com o Zeca. Eu gosto dele, mas ele está me
pressionando.
Júlia
– “Te pressionando? ” Como assim?
Ana
– Mas ele não tá fazendo nada ainda, mãe ...
Júlia (agradável, mas moralista)
– Você está tentando me dizer que ele está interessado
em sexo? Você não sabe como é perigoso?
Ana
– Mas mãe...

93
Júlia
– Mas mãe? Mas mãe nada! Você pode ficar grávida? Você
não percebe? Você não sabe o que pode pegar? Quando eu
tinha a sua idade eu nem podia chegar perto dos meninos,
tá? Eu só ia para eventos na escola acompanhada. Ana, se
ele te forçar a fazer sexo, você vai terminar com ele, ouviu?

Furtos em lojas, falando sobre


sexo, ouvir mal
Atividade 5.3 ............. 1 1/2 minutos O que esses filhos podem estar sentindo?
Eles vão falar com os pais novamente
Discussão: quando tiverem problemas?

1 1/2 min.

1. Comente estas perguntas e estimule o debate:


2. Se tiver tempo sobrando inclua essa pergunta: Narrador 1
Como isso afeta o relacionamento com os pais ou Queremos que os adolescentes falem sobre as coisas que
responsáveis? os preocupam e suas dúvidas: sexo, drogas, problemas de
seus amigos, questões na escola ou qualquer coisa que os
preocupem. Vamos ver como os mesmos pais ouvem seus
Fim da atividade filhos.
José
– O Edson quase foi pego furtando.
Fala do DVD........... 3 1/2 minutos Lia (interessada, mas não chocada)
– Furtando? O que aconteceu?
 Furtos em lojas, ouvir bem José
 Falando sobre sexo, ouvir bem – Saímos da escola com fome. O Edson disse pra eu distrair
o cara, para ele pegar um chocolate.
Kleber
– Então, o que você fez?
José
– Bem, eu não sabia o que fazer. Nós já estávamos na loja,
eu só peguei um jornal e comecei a ler.
Kleber
– Então você estava na frente da loja. O que aconteceu?
José
– Um cara veio vindo por trás e o Edson viu, mas ele já tinha
pego o chocolate. Então, quando ele ia devolver, o
chocolate caiu.
Roberto
– Bem, o que você fez?
José
– Meu coração bateu forte mesmo sem eu ter feito nada. Eu
saí. E o Edson achou engraçado.
Kleber
– Parece uma situação difícil. Eu estou feliz de você não ter
pegado nada.

94
Lia
– Ainda bem que o Edson saiu sem pegar nada também.
Fico feliz que tenha contado pra gente!
Kleber
– Eu também. Queremos que você conte seus problemas
pra gente qualquer coisa a qualquer momento. O que
faria se caísse na mesma situação de novo?
(Os pais e o menino continuam falando)
Júlia
– Ana, tem alguma coisa incomodando você? Você está
tão calada desde o jantar.
Ana
– Oh… não, não é nada.
Júlia
– Você tem alguma coisa pra me dizer?
Ana
Não. Nada mesmo.
Júlia
– Ana, eu sei que tem, eu posso te ajudar.
Ana
– Tá, é uma coisa com o Zeca. Eu gosto dele, mas ele tá
me pressionando.
Júlia
– Como assim pressionando?
Ana
– Bem, ele ainda não tá fazendo nada, mas...

Júlia
– Na sua idade é muito difícil. Você está se interessando
por ele e não sabe como lidar com isso.
Ana
– Eu gosto do Zeca, mas, às vezes, eu tenho medo dele
não gostar mais de mim se eu não fizer o que ele quer...
Júlia (pausa)
– Entendo, filha. Quando eu estava no ensino médio
tinha um menino muito especial e a gente ia ao cinema
de mãos dadas, mas você sabe… eu sabia que meus
amigos faziam mais do que dar as mãos.
Ana
– Então, o que você fez?

Júlia
– Eu não sabia o que fazer. Um dia saímos de um filme,
ele tentou me convencer a ir para um beco estranho
atrás de uns prédios. Eu fiquei assustada... porque eu não
queria me meter em confusão, então eu disse que tinha
de ir pra casa ou meus pais iam me matar.
Ana (interessada)
– Ele te largou?
Júlia
– Não, ele não me largou. Mas paramos de sair depois de
um tempo. Mas… acho que ele ficou feliz de eu não ter
entrado naquele beco estranho naquela noite.

95
E depois eu aprendi, quando fiquei um pouco mais velha e
estava namorando, que se eles quisessem que eu fizesse
sexo eu simplesmente dizia “Não, eu não quero fazer isso”.
Ana
– Eu achava que as meninas eram largadas se dissessem
“não”.
Júlia
– Algumas são. Mas, às vezes, os meninos acham que têm
que pedir… mas, se você disser “não” pra valer eles vão
respeitar sua vontade. Por que não pensamos em algumas
coisas que você pode dizer pro Zeca? Para que ele saiba que
você gosta dele, mas não quer ir tão longe. E que não quer
fazer besteira por aí.
Furtos em lojas, falando sobre Ana (balança a cabeça)
– Tá bom.
sexo, ouvir bem

Atividade 5.4 ............. 1 1/2 minutos

Discussão:

O que esses filhos podem estar sentindo?


Eles vão falar com os pais novamente
quando tiverem problemas?

1 1/2 min.
1. Comente estas perguntas e estimule o debate.
2. Se tiver tempo, inclua essa pergunta: Narrador
Às vezes é difícil saber o que dizer aos filhos quando eles
 Como isso afeta o relacionamento com vêm até nós com um problema ou quando estão chateados
os pais? com alguma coisa. Uma das melhores maneiras de fazê-los
se abrir é tentar descobrir o que eles estão sentindo.
Observe como os pais ou responsáveis nas cenas seguintes
mantêm a discussão aberta para que seus filhos continuem
Ouvindo os sentimentos falando.
Pedro
– O que foi?
Fala do DVD............ 1 1/2 minutos Daniel
– É o técnico… ele zombou de mim na frente de todo mundo
 Filhos irritados, o pai escuta no treino de futebol. Mas ninguém gosta dele mesmo.
 Filhos decepcionados, a mãe escuta
Pedro
– Parece que você está bastante chateado com o seu
técnico. É uma vergonha quando criticam você na frente do
resto da turma, não é?
Daniel (diminuindo o volume)
– É. Que idiota! Eu não queria que ninguém ouvisse o que
ele estava dizendo.

96
Narrador 2
O pai poderia ter ficado do lado do técnico e dito pro Daniel
prestar atenção a seus conselhos. Mas aí o rapaz ia se sentir
ainda pior. Em vez disso, o pai disse: “Parece que você está
muito chateado com o técnico”. Isso abriu o diálogo para
incentivar o Daniel a conversar com o seu pai.

(sala de estar, a filha chega em casa das compras frustrada)


Luíza
– Ah que dia! Estou tão cansada.

Rita
– Eu odeio shopping. Nada fica legal em mim. Por isso que
nenhum menino gosta de mim na escola. Sou tão estranha!

Luíza
– Olha, é muito chato quando as coisas não saem do jeito
que a gente quer. Não é?

Rita (voz cada vez menos frustrada)


– Ai, é verdade. Eu estava tão ansiosa para ir ao shopping e
gastar meu dinheiro de babá, mas eu não quero comprar
Ouvindo os sentimentos nada que me faça ficar feia.

Narrador 2
Atividade 5.5.............5 minutos Nesta cena, a mãe poderia ter discutido com a sua filha
sobre sua aparência. Em vez disso, ela disse que é
1. Diga aos pais que nesse momento serão lidas frustrante não gostar da aparência. Esta observação abriu a
algumas declarações típicas de filhos e que, ao conversa e a filha continuou falando com a mãe. E agora é
mais provável que ela fale com a mãe de novo na próxima
final, eles devem responder dizendo: vez que estiver frustrada.

“Parece que você está se sentindo...” ou “Você


deve estar se sentindo...”.

2. Oriente os pais a fazerem referências as dicas


da tela. Peça uma resposta de cada um. Se o pai/
responsável não der uma resposta, peça ajuda
dos outros. Use quantas situações o tempo
permitir.

Situação 1: a Karen começa a falar enquanto você


está levando-a para a escola. Ela diz: “A Júlia vai
dar uma festa sábado à noite e não acho que vá
me convidar. Ela convidou a Jennifer e a Elisa e eu
quero muito ir, mas acho que ela não gosta de
“Parece que você está sentindo...”
mim”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo” Raiva, vergonha, medo, frustração,
felicidade, preocupação, solidão,
Situação 2: Cris está prestes a ir para o seu tristeza, animação.
primeiro dia em uma nova escola. Ele diz: “Como
será que vai ser? É muito maior que a minha 5 min.
antiga escola. Espero ficar na mesma sala que o
João”.

97
O pai/responsável responde: “Você deve estar se
sentindo”

Situação 3: Elisa chega em casa depois da escola


e bate a porta. Ela entra com tudo no quarto e
quando você pergunta o que há de errado, ela
diz: “A professora gritou comigo na frente de
todos. Eu estava só conversando com a Joana
sobre sexta-feira à noite. Nada demais, mas ela
me fez sair por último! ”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo “

Situação 4: Marina entra eufórica na cozinha


depois da escola. Ela diz: “Mamãe, você nem
sabe o que aconteceu. Entrei para o grupo de
dança da escola... eu nem acredito! ”

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Situação 5: Caio está brincando com a comida


na mesa de jantar. Ele diz: “Agora que o João se
mudou eu não tenho ninguém para conversar. Eu
não posso ir para o jogo de futebol sexta-feira
à noite sozinho”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Situação 6: A Susana acabou de voltar das


compras de roupas para a escola. Ela diz: “Não
dá. Estou tão gorda que nada fica legal em mim.
Por isso que ninguém gosta de mim”.

O pai/responsável responde, “Você deve estar se


sentindo”

Situação 7: Após a janta, o Lucas começa a falar


sobre um incidente no parquinho hoje. Ele diz: “O
João se envolveu em uma briga hoje e apanhou.
Foi o Márcio que começou, mas o professor não
viu essa parte e agora os dois estão em apuros na
escola”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Situação 8: João chega em casa de skate com


os amigos e diz: “Uau! Skate é outra coisa! Caí

98
algumas vezes, mas fui melhor do que a maioria
dos meninos”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Situação 9: Paula desliga o telefone e diz: “Você


não imagina quem ligou! Era a dona Andreia e ela
quer que eu cuide dos gêmeos todos os sábados
tarde. Eles são tão fofos e eu mal posso esperar
para começar!”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Situação 10: Ane chega em casa depois de sair


com sua amiga Alice. Ela diz: “Não é justo! A Alice
já vai ter lentes de contato e eu tenho que esperar
até o ano que vem. Eu não suporto esses óculos.
Me deixam feia!”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Situação 11: Marcos entra na sala depois da janta


queixando-se de seu irmão. Ele diz: “O Fábio foi
no meu quarto de novo e bagunçou tudo. Mexeu
nos meus CDs e eu não consigo encontrar minhas
figurinhas de futebol”.

O pai/responsável responde: “Você deve estar se


sentindo”

Debate opcional, caso o tempo permita:

 Peça aos pais para trazerem situações com


seus filhos em que eles podem ter raiva,
frustração, dor, medo, ou algum outro
sentimento.

99
Como era a vida quando
você era criança?
Narrador 1
Fala do DVD ............. 3 minutos É muito mais fácil ouvir os filhos quando tentamos ver as
coisas a partir de seu ponto de vista. Mas quantos de nós
tivemos pais que ouviam nosso ponto de vista? Pense
 O que meus pais faziam quando eu era quando tinha a idade deles. Você tentava falar com seus
adolescente pais sobre algo importante, ou um problema que você
estava tendo?

Narrador 2
O que seus pais ou responsáveis faziam quando você tinha
problemas? Davam sermão, gritavam, ameaçavam ou
castigavam? Como você se sentia? Você está satisfeito
sendo o mesmo tipo de pai que eles eram – ou você gostaria
de poder lidar com as coisas de forma diferente com seus
filhos?

Carol
– Sabe, quando éramos crianças, penso nas coisas que
fazíamos. Simplesmente como meus pais conseguiam?!
Minha mãe aguentava várias situações do meu irmão, que
sempre se metia em uma encrenca atrás da outra e eu era
a linguaruda. Minha mãe tinha essa tendência de ver as
coisas a partir de nosso ponto de vista, ela tinha um jeito de
nos mostrar que a coisa era realmente séria. Eu espero
conseguir ser tão boa com meus filhos como ela foi pra
gente.

Júlia
– Queria poder dizer o mesmo. Meu pai bebia, ele sempre
chegava em casa bêbado. Ele batia demais na gente. Eu me
lembro que ficava tão assustada que só queria tentar
encontrar um lugar para me esconder e correr.
E minha mãe, ela não fazia nada. Ela não o enfrentava, nem
nós. Sei que ela ficava chateada quando ele batia na gente,
mas ela não fazia nada.
Não quero que meus filhos cresçam assim. Mas não sei
como tratá-los. Eu não quero que passem por cima de mim,
mas não quero bater neles.

100
Carol
– Sabe… quando eu olho para trás… sei que há tempo para
amor e limites, como estávamos falando outro dia. Sei que
os meus pais me amavam – passamos muito tempo juntos,
fizemos muitas coisas boas. Eu tenho a esperança de ter a
mesma sorte com meus filhos… eu posso tratá-los igual, se
não melhor, do que meus pais me tratavam. Meus pais
sempre me apoiavam. Acredite ou não, eles me ouviam. Eu
tive sorte.

Júlia
– Você realmente teve sorte. Eu definitivamente não quero
ser como meus pais eram. Acho que meus irmãos e eu
sofremos como adultos depois do que passamos quando
éramos crianças.

Como seus pais tratavam


você?
Atividade 5.6.............6 minutos

Nota: esta atividade pode provocar o acesso de


alguns conteúdos de vivências difíceis. É
provável que alguns participantes fiquem
emocionados. O facilitador precisa ter um bom
manejo, no sentido de acolher os relatos e
continuar a condução da atividade. Como seus pais tratavam você?

O que você pode fazer diferente?


Discussão:

6 min.

Narrador 1
1. A partir das perguntas abaixo, oriente os As pessoas precisam das mesmas coisas, não importa a
participantes a pensarem em situações e\ou idade. Queremos alguém para cuidar de nós, nos sentirmos
momentos em que tiveram problemas com a queridos, amados, ter amigos… e fazer o que gostamos. E
mesma idade que os filhos têm; dizer o que acontece com a gente, em vez de apenas
recebemos ordens.
 Como seus pais reagiram? Deu certo ou não?
 Que efeitos as ações de seus pais tiveram Narrador 2
sobre os seus comportamentos? Na idade de 11 ou 12 anos a maioria dos jovens começa a
pensar por si, sendo mais independentes, tomando suas
próprias decisões. Quando os filhos querem mais poder e
2. Pergunte ao grupo se há coisas que eles independência, isso não significa que os pais não são mais
gostariam de fazer diferente de seus pais. importantes. Significa apenas que os filhos estão crescendo.
Só o que fazem é tentar satisfazer essas necessidades cada
3. Diga que sabe como é difícil para algumas vez mais importantes. Todos nós achamos maneiras de
pessoas superarem algumas coisas e que eles satisfazer essas necessidades importantes de forma positiva
podem fazer diferente em suas famílias. ou negativa.

Fim da atividade

101
Satisfazendo
necessidades básicas Narrador 1

Fala do DVD ............. 1 minuto Os jovens muitas vezes fazem coisas para satisfazer suas
necessidades de modo negativo, e os pais não devem
aceitar porque podem colocá-los em sérios problemas.

Filhos satisfazendo
necessidades negativamente
Atividade 5.7.............7 minutos

Discussão:

Necessidades que todos têm:


1. Diga aos pais que tudo que seus filhos fazem Pertencimento
é na tentativa de satisfazer algumas Diversão
necessidades que muitas vezes não são Confiança
aparentes. Independência

2. Leia as seguintes situações relacionadas a 7 min.


essas necessidades. Após ler cada situação,
peça aos pais para identificarem que
necessidades eles podem estar tentando
satisfazer. Diga que não existe uma resposta
certa. Oriente a seguirem os exemplos da tela.
Situação 1: alguns meninos da pesada na escola Exemplos:
têm prestado atenção no Jadson e querem que  Todas as pessoas precisam sentir que
ele se torne um membro da gangue. fazem parte, que não estão sozinhas no
O pai/responsável responde: “As necessidades mundo
 Todos necessitam de prazer ou
que eles querem satisfazer são:”
diversão, inclusive os pais
 Às vezes, pensamos no poder como
Situação 2: a mãe pede à Elisa para ajudar com os uma coisa negativa, mas o poder dá a
pratos e a menina diz: “Lave você. Estou sensação de que você faz a diferença
ocupada”. O pai/responsável responde: “As no mundo e que é importante
 A independência é uma das
necessidades que eles querem satisfazer são:” necessidades mais difíceis dos pais
aceitarem. Sabemos que, se os filhos
Situação 3: o Kleber está na casa de um amigo, vão crescer para serem adultos
que sugere beber uma das cervejas do pai. O saudáveis, eles precisam aprender a
pensar por si próprios e tomar suas
pai/responsável responde: “As necessidades que próprias decisões
eles querem satisfazer são: “

Situação 4: Jennifer odeia todas as roupas que a


mãe escolhe quando elas estão comprando
juntas.
O pai/responsável responde: “As necessidades
que eles querem satisfazer são:”
102
Situação 5: o Samuel quer gastar todo se dinheiro
em jogos com os amigos.
O pai/responsável responde: “As necessidades
que eles querem satisfazer são:”

Situação 6: o Daniel discute com a mãe sobre


praticamente tudo. Se ela diz “sobe”, ele diz
“desce”. Se ela gosta de um programa, ele diz que
é idiota.
O pai/responsável responde: “As necessidades
que eles querem satisfazer são:”

3. Referindo-se às palavras na tela, peça aos pais


para mencionarem outras formas dos filhos
tentarem satisfazer suas necessidades de fazer
parte, prazer, poder e independência de modo
negativo. Peça exemplos nas quatro categorias,
um de cada vez. Anote-os na cartolina.
Certifique-se de que estes itens sejam
mencionados.

Formas negativas de satisfazer necessidades:


 Ser mal-educado
 Beber
 Sexo
 Furtos em lojas
 Recusar-se a fazer tarefas domésticas
 Drogas
 Gangues

Fim da atividade

103
Satisfazendo as Narrador 1
Você pode pensar que seu filho está fazendo uma coisa só
necessidades positivamente para perturbá-lo, mas, em vez disso, ele pode estar
tentando satisfazer uma de suas necessidades. Por
exemplo, se seu filho quiser furar a orelha você pode pensar
Fala do DVD ............. 5 minutos que ele está provocando você, indo contra o que você quer
que ele faça. Mas ele pode estar fazendo isso para
pertencer ao grupo, ser como os outros, ou para se divertir.
 Carro, satisfazendo as necessidades Ou você pode achar que sua filha está tentando fazer valer
sua independência quando ela chega em casa tarde...
 Entediado, satisfazendo as necessidades quando na verdade ela pode ter ficado fora até tarde
 Vídeo, satisfazendo as necessidades porque estava se divertindo com os amigos.
 Sobremesa, satisfazendo as necessidades
Narrador 2
Lembre-se, compreender que necessidades seu filho está
tentando satisfazer não significa que vale tudo. Ainda
existem regras e consequências. Mas entender suas
necessidades pode ajudá-los a compreender as atitudes dos
seus filhos.

Narrador 1
Conversamos sobre elogiar, como as pessoas fazem coisas
pelas quais são recompensadas ou se sentem bem.
Dissemos que os pais podem dar reforços positivos por bom
comportamento, como elogios, encorajamentos,
recompensas e privilégios. Infelizmente as crianças também
recebem elogios por coisas negativas. Quando as
necessidades das pessoas são satisfeitas, elas são
reforçadas pelo comportamento, porque é bom pertencer
a um grupo, ter poder, prazer e independência.

Narrador 2
Por isso é importante que os pais ou responsáveis ajudem
os jovens a encontrar maneiras de realizar seus desejos de
formas positivas. Lembre-se de que os filhos vão tentar
realizá-los de uma forma ou de outra. Agora, vamos ver
alguns pais ou responsáveis tentando elogiar seus filhos de
forma positiva para ajudá-los a atender suas necessidades.

Pedro
– Ei, Daniel. Vou verificar o óleo e fazer alguns consertos no
carro e eu achei que talvez você gostasse de me ajudar.
Vamos fazer juntos?

Que necessidades o pai está tentando


satisfazer?

 Pertencer ao grupo
 Diversão
 Ter poder
 Ter independência

30 seg.
Rosa
– Vai ser um tédio esse final de semana. Agora que a Jaque
foi embora eu não tenho ninguém para sair.

Lia
– Por que você não convida outra amiga para passar a
noite? Talvez poderíamos fazer uma pizza. Não tem outra
amiga que gostaria de convidar?

104
Rosa
– Não sei. Talvez a Elisa. Eu vou ligar pra ela.
Lia
– Ok

Que necessidades a mãe está


tentando satisfazer?

 Pertencer ao grupo
 Diversão
 Ter poder
 Ter independência

30 seg.

Pedro (Pedro com a Maria)


– Ei, Maria... que tal alugar um filme? Você quer
ajudar a escolher?
Maria
– Sim, eu quero sim.
Pedro
– Ótimo! O que assistimos na última vez?

Que necessidades o pai está


tentando satisfazer?

 Pertencer ao grupo
 Diversão
 Ter poder
 Ter independência

30 seg.
Vanessa (Vanessa e Ester)
– Carol e Pedro e as crianças virão comer com a gente
amanhã. Você pode fazer a sobremesa, se quiser. À sua
escolha... você pode fazer o que quiser.
Ester
– Tá!

Que necessidades a mãe está


tentando satisfazer?

 Pertencer ao grupo
 Diversão
 Ter poder
 Ter independência

30 seg.
105
Discutindo: como satisfazer
as necessidades
positivamente
Atividade 5.8.............3 minutos

Discussão: De que outras maneiras


você pode ajudar seus filhos
a satisfazer as necessidades
de independência e poder?

1. Comente estas perguntas e estimule o debate.


3 min.
Certifique-se de que estes itens sejam
mencionados:
 Escolher as próprias roupas e
penteados
 Ajudar a solucionar problemas;
 Ter algumas regras e
consequências
 Escolher que tarefas domésticas
fazer
 Dar responsabilidade para algumas
reais necessidades da família
 Incentivar as habilidades

Fala do DVD............. 1 minuto

 Forçando a comunicação I e II

106
Narrador 1
Quanto mais ajudarmos nossos filhos em suas necessidades
de forma positiva, mais podemos ver seu lado das coisas…
quanto mais ouvirmos e apoiarmos é mais provável que eles
nos deixem entrar em suas vidas. Mas também é verdade que
os adolescentes gostam cada vez mais de ficar a sós… e a
maioria dos jovens fala menos com seus pais ou responsáveis
à medida que crescem.

Narrador 2
Não funciona tentar fazê-los falar com você ou ficar com você
quando eles não querem. Por isso você vai ter de satisfazer
suas próprias necessidades saindo com outros adultos
quando seus filhos forem mais independentes. Tentar fazer
nossos filhos falar quando não querem os afasta ainda mais.

Kleber (Kleber com José, que parece deprimido)


– Ei, José, pode falar.

José
(Silêncio)

Kleber
– Eu te ajudo filho… pode falar.

José
(Silêncio e abaixa a cabeça)

José
– Vai ser muito bom pra você desabafar. Desabafa!

Carol (frustrada)
– Como posso te ajudar se você não fala comigo?

Maria
– Mãe, você tá dando muita importância pra isso.

Carol
– Lá vem você de novo, se afastando. Até parece que eu sou
da polícia.

107
Conversando com os
filhos
Atividade 5.9.............2 minutos

Discussão:

1. Leia as perguntas da tela e fale que eles (pais)


não precisam forçar os filhos a falar.
O mais importante é demonstrar estar sempre
aberto para escutá-lo.

Diga a seu filho que vocês podem conversar


depois se ele quiser. Pare de pressionar depois
que ele disser ou demonstrar que não quer falar. O que os filhos podem estar
Tente abrir o debate depois. sentindo? Como os pais podem
lidar com as situações? Pense em
Pergunta opcional, caso o tempo permita: um bom momento para conversar.
 Pensem em um bom momento para falar
sobre o que está acontecendo. 2 min.
Certifique-se de que estes itens sejam
mencionados:

Conversando com os filhos:

 Fazendo uma tarefa doméstica juntos;


 Indo a algum lugar
 Durante os comerciais
 Na hora de dormir
 Na hora da janta
 Depois da escola

Fim da atividade

Prática em casa
.......................... 1 minuto Prática em casa

1. Oriente os pais a acharem um tempo durante


a semana para ouvir o filho e tentar identificar 1 min.
o que ele está sentindo, tentado ver as
situações do ponto de vista dele.

108
2. Sinalize que eles encontrarão no caderno de
atividades o resumo das necessidades básicas que
os filhos têm: “Todos precisam de: ”.

Preparação para o
encontro das famílias
.......................... 1 minuto Preparação para o
encontro das famílias
1. Diga aos pais que no encontro das famílias eles vão
começar com um jogo de ouvir, onde terão a
oportunidade de ouvir os sentimentos do filho.
1 min.
2. Em seguida, os núcleos familiares terão um
momento em família para resolver um pequeno
problema de casa com os filhos.

Reforce aos participantes do grupo a importância


de lembrarem das necessidades dos filhos nessa
fase da vida, como independência e poder.
Estimule a participarem e observarem quais as
necessidades os filhos têm tido.

Conclusão............ 30 segundos

1. Pratiquem o “Lema das Mães, Pais e


Responsáveis” em grupo.

109
Encontro 6

Pais
PROTEGER CONTRA
O ABUSO
DE SUBSTÂNCIAS
Encontro 6 dos Filhos: PRESSÃO DOS AMIGOS E BONS AMIGOS

Encontro 6 das Famílias: FAMÍLIAS E PRESSÃO DOS AMIGOS


Programa Encontro 6 – Pais
PROTEGER CONTRA O ABUSO DE
Famílias Fortes SUBSTÂNCIAS

Sumário
Revisão da prática em casa ...........................114
Protegendo contra o álcool, o tabaco
e outras drogas na adolescência ...................115
Fatores de risco e proteção ...........................117
Acompanhando seu filho na escola ...............118
Prática em casa ..............................................131
Preparação para o encontro das famílias ......132
Conclusão ......................................................132

Materiais necessários: Objetivos


 Crachás (um para cada participante) Os pais irão:
 Lista de presença dos pais  Ajudar a proteger os filhos do abuso de álcool,
 Televisão ou projetor tabaco e outras drogas
 Leitor de DVD ou computador com leitor de  Aprender a participar de forma eficaz da vida
DVD / entrada USB escolar dos filhos
 Caixa de som  Aprender a acompanhar seu filho
 DVD 2 (Encontro 6 – Pais); Caderno de
Atividades
 Lápis e borracha (um par para cada família)
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e
Responsáveis” (KIT)

Nota ao facilitador: este encontro contém a


atividade “Carta para seu filho”. Alguns
participantes podem ter dificuldade em completar
a carta, seja pelo iletramento ou pela dificuldade de
expressar sentimentos e expectativas em relação
aos filhos. Ofereça auxílio e acompanhe de perto os
que precisarem, forneça ideias e encoraje os
pais/responsáveis a escreverem belas cartas.

Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem


uso da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel
pardo, quadro branco ou qualquer material similar.
Poderá ainda optar por fazer a atividade de modo
oral, sem utilizar nenhum destes materiais ou
tomando notas em um papel, caso seja necessário
lembrar depois.

113
Quando os
pais chegarem
...................................1 minuto

Entregue os crachás para os participantes;


preencha a lista de presença.

Revisão da
prática em casa
...............................10 minutos

1. Peça aos pais para falarem sobre um momento


em que ouviram seu filho e seus sentimentos.

2. Pergunte se eles viram o ponto de vista do


filho.

3. Pergunte o que está indo bem com o filho em


casa.

4. Comente que cada pessoa tem um ritmo de


aprendizado e um jeito de fazer as coisas. Pode
ser que esteja difícil colocar alguns
conhecimentos em prática, mas é importante
continuarem tentando.

Inicie o DVD.

114
Narrador 1
Protegendo contra o álcool, Uma das coisas que realmente nos preocupa é que nossos
o tabaco e outras drogas na filhos usem álcool, cigarro ou outras drogas. Mas os pais
podem fazer uma grande diferença no que seus filhos
adolescência fazem. Todas as formas de dar limites (ter regras
específicas; recompensar ou castigar; usar frases que
começam com “Eu”) e demonstrar amor (como ouvir o
ponto de vista do filho; encorajar o bom comportamento e
Fala do DVD.............3 minutos se divertir com eles) ajudam os jovens a ficar longe de
problemas e fazer o bem.
 Opiniões sobre o consumo de álcool e outras Narrador 2
drogas Quanto melhor você for em dar limites claros e, ao mesmo
tempo, demonstrar amor e carinho, mais provável será que
seu filho passe pela adolescência sem se meter em problemas.
Mas, para ajudar seu filho ou filha a evitar o abuso de
substâncias químicas é importante que decida exatamente o
que é aceitável para eles. Os pais ou responsáveis têm ideias
diferentes sobre o que seus adolescentes devem beber ou
fumar, em que idade, quando e onde. Ouça esses pais falando
sobre o que eles pensam e tente ver quantas ideias diferentes
eles têm. Veja se você concorda com algumas delas ou se tem
valores diferentes.
Mateus
– Você sabia, Pedro, que muitos jovens na turma da Rita
têm problemas com álcool.
Pedro (preocupado, mas calmo)
– Você sabe o Caio, do trabalho? Ele teve um problema com
o filho e tiveram que interná-lo em uma clínica de
recuperação ou algo assim. Eu não sei se foi drogas ou
álcool, mas realmente não faz diferença, não é?
Lia
– Não, a pior preocupação é beber e dirigir. Eu sei que não
podemos controlar o que acontece fora de nossa casa, mas
pelo menos podemos controlar o que acontece dentro
dela. Ano passado, o José fez 13 descobrimos que ele e seu
amigo estavam pegando bebidas do nosso armário. Eu sei!
Nós nos sentamos e conversamos com ele. E dissemos:
“Olha, se formos dar uma festa, sabemos quantas cervejas
tem no armário, então, se estiver faltando, você vai ter de
se explicar.”
Júlia
– É simples, em nossa casa, eu não permito bebida. Depois
do que já passei com o meu pai bebendo quando eu era
criança e o tanto de abuso que sofri, não, eu não posso
permitir. Eu sei que os pais deixam os filhos beberem em
casa – eu não. Minha irmã deixa, mas não, não dá, não dá.
Lia
– Bem, deixamos as meninas experimentar um pouco de
vinho de vez em quando e sei que o Kleber deixa os
meninos experimentarem chope, mas eu não gosto de eles
beberem tão jovens. Sei que quando os adolescentes mais
velhos saem eles experimentam álcool, mas eu não gosto
que jovens da idade do José façam tudo isso. Eu não quero
que ele experimente.
Mateus
– Bem, você sabe que não é só na sua casa, né? Não é só o
que acontece na sua casa, você precisa saber o que
acontece na casa dos amigos também. Alguns pais acham
que não tem problema os filhos adolescentes beberem, ou
experimentar a bebida, mas não é o nosso caso. Queremos
saber com quem passam a noite e onde estão.

115
Pedro
– Sim, mas não podemos protegê-los para sempre.
Luísa
– Mas pelo menos podemos controlar o que acontece
em casa. E mesmo sabendo que os filhos irão escolher
seus próprios amigos, nós queremos sim, saber um
pouco mais sobre os pais deles. Talvez poderíamos
colocar limites com relação às pessoas que eles passam
tempo.
Valores diferentes sobre o
álcool, o tabaco e outras drogas

Que diferentes valores os pais


expressam?
Atividade 6.1 ............. 3 minutos
3 min.
1. Pergunte aos pais/responsáveis quais as
opiniões dos pais, no DVD, sobre o consumo de
álcool.

Certifique-se de que estes itens sejam


mencionados:
 Os filhos nunca devem beber, mesmo com Nota ao facilitador: o facilitador pode optar por
os pais ou no fim de semana fazer a pergunta opcional antes da principal.
 Os filhos podem experimentar cerveja ou
vinho em casa com os pais, mas não devem
beber fora de casa
 Filhos mais velhos podem experimentar,
mas os menores não devem beber
 Os pais podem precisar tirar o álcool da
casa; você precisa saber os valores dos pais dos
amigos dos seus filhos

Pergunta opcional, se o tempo permitir: Narrador 1


Você pode sentir-se diferente desses pais. Só você sabe dos
 Pergunte aos pais se seus pontos de vista sobre seus valores. Alguns dos pais dos amigos do seu filho podem
as drogas são semelhantes ou diferentes aos dos ter ideias diferentes sobre o que é bom para os filhos deles.
pais do DVD.

Fim da atividade

Forte Sem
Controle Controle

Fala do DVD ............. 3 1/2 minutos


0 1 2 3 4
Sem bebidas ou Qualquer bebida
outras drogas ou outras drogas

116
Narrador 2
Você tem o direito de dar sua opinião, mas você deve saber
que os adolescentes são muito mais propensos a se
meterem em apuros com as drogas e o álcool se os pais ou
responsáveis acharem que beber ou usar droga é normal.
Veja o gráfico na tela e pense: “Onde eu fico?”. De um lado
tem os pais que têm um forte controle e acreditam que os
filhos não deveriam nem mesmo experimentar álcool.
Temos os pais que permitem experimentar um vinho ou
cerveja numa ocasião especial. E pais que não se importam
dos filhos beberem em casa. Alguns pais se dão por
satisfeitos por seus filhos beberem ocasionalmente em
festas, e outros que se fazem de cegos e dizem: “Filhos são
filhos”. De outro lado estão os pais que não querem ter
controle algum e pensam que bebidas ou drogas não são
um problema.
Narrador 1
Fatores de risco e proteção Mas, como pai, você precisa saber que deixar seu filho
beber antes dos 18 o coloca em risco de entrar em sérios
problemas. Sem falar nas drogas. Drogas nunca. Os estudos
sobre jovens que abusam de álcool e drogas mostraram,
mais uma vez, que quanto mais cedo começam a
Fala do DVD......2 1/2 minutos experimentar bebidas ou drogas, mais provável será que
eles abusem de substâncias quando ficarem mais velhos.
 Podemos fazer algo para ajudar a proteger Esses estudos também mostram que os jovens que bebem
nossos filhos? demais ou usam drogas são mais suscetíveis a engravidar
na adolescência, se envolver com a polícia e cometer
crimes.
Narrador 2
Por isso é importante que você saiba o que coloca seus
filhos em risco de abuso de substâncias, e o que você pode
fazer para reduzir esses riscos. Adolescentes cujas famílias
não têm histórico de alcoolismo correm menos riscos. Ao
mesmo tempo em que você não pode fazer nada para
mudar o passado de sua família, ajuda se seu filho souber
que você desaprova as drogas e que não bebe nem usa
drogas ilícitas. Os adolescentes que têm uma boa atitude
na escola e têm amigos que não usam drogas ou álcool são
menos propensos a entrar em apuros. Adolescentes que
conversam com pelo menos um membro da família tem
definitivamente menos riscos.

Os adolescentes têm menos risco de usar


drogas quando:
1. Não há histórico de alcoolismo na família
2. Os membros da família desaprovam as drogas
3. Os membros da família não bebem muito nem usam
drogas ilícitas
4. O adolescente tem uma atitude positiva sobre a escola;
5. Os amigos do adolescente não usam álcool, tabaco ou
outras drogas
6. O adolescente conversa com pelo menos um
membro da família
2 min.
Pedro
– Mas então, Kleber, como está indo as coisas com o
Roberto?

Kleber
– Fizemos a tabela… o Roberto gosta de ficar acordado até
tarde e de passar o fim de semana com os amigos. Bem,
tudo bem, desde que ele deixe o quarto limpo e suas tralhas
longe da sala. Fim de semana passado, seu amigo Bruno
veio dormir e acho que eles tomaram algumas cervejas. Eu
tenho certeza que tinha mais na geladeira. Eu odeio a ideia
deles bebendo tão jovens.
117
Pedro
– Eu sei. Meu pai bebia e ouvi dizer que, se tiver alcoolismo
na família, os filhos são mais suscetíveis de serem afetados
por esse tipo de coisa.

Kleber
– Bem, não dá para mudar o que seu pai fazia. Não é sua
culpa.
Pedro
– Não, eu sei, não posso mudar o passado, mas posso fazer
algumas coisas para que meus filhos não se envolvam com
drogas e álcool. Na verdade, basicamente, é voltar para o
amor e os limites, entende? E meus filhos conhecem as
regras e eles sabem que os amamos.

Kleber
– Sim... mantê-los envolvidos na escola pode ajudar muito.
Quero dizer, na nossa classe, os que nunca iam para a
escola, os que desistiram dela, eram os que mais tinham
problemas com bebida.

Narrador 1
A maioria de nós quer que nossos filhos se saiam bem na
escola, concluam o ensino médio, e que sigam adiante,
porque permanecer na escola e se sair bem faz uma grande
diferença.

Narrador 2
Acompanhando seu Quando mostramos amor e damos limites para nossos
filhos, eles provavelmente vão se sair melhor na escola. Eles
filho na escola saberão que os apoiamos e esperamos que vençam na vida.
Dessa forma, os jovens terão uma maior chance de se dar
bem.
Júlia
Fala do DVD ............. 1 1/2 minutos – Ai Lia, estou tendo dificuldades com o João ultimamente.
Ele odeia a escola. Eu nem consigo que ele faça a sua lição
 Envolva seu filho na escola de casa. Do jeito que vai eu não acho que ele vá terminar o
ensino médio.
Lia
– Ele me faz lembrar do Roberto, quando era mais jovem. A
única coisa que o interessava na escola era o recreio. Aí ele
foi pro sétimo ano e começou a jogar futebol e as coisas
ficaram um pouco melhor. Passou a gostar um pouco mais
das coisas. Eles têm que manter uma boa atitude para ficar
no time.
Júlia
– O João gosta de esporte. Ele só fala em jogar futebol nas
férias. Acho que esse é o problema. Ele quer ser um jogador
profissional. É por isso que a escola não é importante – só
os esportes.
Lia
– Bem, talvez ajudasse entrar no time da escola isso
ajudaria. Ele pode se sentir um pouco melhor sobre as
tarefas escolares.

118
Eles sabem que precisam tirar boas notas. E seu jogo
Acompanhando melhoraria… e ele pode se sentir um pouco mais motivado
seu filho na escola com as tarefas escolares. O técnico também pode ajudar,
ele o incentivaria o tempo todo, e também seria um bom
Atividade 6.2............5 minutos exemplo para ele. E, além disso, deve haver mais alguém
com uma atitude positiva sobre a escola.

Discussão: Luísa
– Sim, isso pode lhe ajudar. Se ele se envolvesse em outra
atividade isso poderia ajudá-lo a melhorar sua atitude.

1. O que a mãe do João percebeu que poderia


fazer para ajudá-lo a se interessar pela escola?
2. Que outras coisas os pais podem fazer para
ajudar seus filhos a irem melhor na escola?
Certifique-se de que estes itens sejam O que pode ajudar na atitude
mencionados: do João sobre a escola?
 Conversar com pais ou amigos para obter
Que outras coisas os pais
ideias podem fazer?
 Ver se a lição de casa foi feita
 Participar das atividades escolares, como
esportes
5 min.
 Conversar com o professor
 Ter uma hora e um local específicos para as
lições de casa
 Concordar com e apoiar as orientações do
professor
 Elogiar seu filho quando ele terminar a lição
de casa

Pergunta opcional, se o tempo permitir:

 Havia algo na escola que mantinha você


interessado e envolvido?
Narrador
Fim da atividade Falamos sobre como você pode ajudar seu filho a se sair
bem na escola, mas os professores precisam ajudá-lo
também. Seu filho deve ir para uma escola onde esteja
seguro e possa aprender. O colégio deve informar sobre o
que oferece aos alunos, como turmas especiais, ou
aconselhamento se seu filho precisar. Eles devem informar
Fala do DVD ............. 30 segundos se seu filho ou filha está tendo um problema. E o colégio
deve saber onde seu filho está, se você precisar, e você
deve poder ligar para saber se eles estão lá. A escola
também deve conhecer e entender os costumes da sua
família.

119
Seus direitos como pai:

 Uma escola segura onde seu filho possa


aprender
 Ser informado sobre os serviços da escola
 Ser informado sobre problemas graves
 Poder ligar para a escola para saber se seu
filho está lá
 Que a escola seja sensível com os
costumes da sua família
30 seg.
Narrador 1
Ajudar seu filho a se dar bem na escola é uma forma
Acompanhando seu filho importante de mantê-lo longe de problemas com o álcool,
o cigarro e as drogas. Mas há outra coisa importante que
você pode fazer para evitar o abuso de substâncias e outros
Fala do DVD .................4 minutos problemas graves durante a adolescência. Pesquisadores
que estudaram famílias com jovens que não cometeram
contravenções descobriram que é importante quando os
 Acompanhando seu filho pais ou responsáveis sabem onde eles estão, o que estão
 Ligando para os amigos dos seus filhos fazendo e quem são seus amigos. Vamos ver os pais ou
responsáveis falar sobre como eles fazem isso.
Kleber
– Uma das coisas que eu realmente odeio quando os filhos
crescem é não saber onde estão. José chegou tarde outro
dia e eu não tinha ideia de onde ele estava ou o que estava
fazendo.
Pedro
– É muito difícil saber o que está acontecendo quando não
estão em casa. Por isso que era mais fácil quando eram mais
jovens, porque pelo menos a gente sabia onde estavam,
né? Agora comecei com essa coisa de “quem”, “o quê”,
“onde” e “quando”. Isso de descobrir com quem vão estar,
o que vão fazer, que horas vão voltar e onde vão estar.
Kleber
– Bem, isso abrange praticamente tudo: é ótimo! Mas como
descobrir tudo?
Pedro
– Adquira o hábito de perguntar. Eles têm que dizer quem,
o quê, onde e quando e têm que se acostumar com isso. Há
tanto que pode dar errado e a gente precisa saber. Assim,
na verdade, se eles não falassem, aí, eu ficaria com muito
medo de deixar.
Kleber
– Quando eles crescem, passam mais tempo com os amigos.
Acho que é mais fácil acostumá-los quando são jovens e não
têm tanta liberdade.
Pedro
– Sim, embora o Daniel saia sem pedir… agora ele vai ter
que se acostumar com isso.
Kleber
– Como saber se estão onde dizem estar e fazendo o que
dizem que vão fazer?
Pedro
– Quero saber o que estão fazendo de vez em quando.
Contanto que estejam onde dizem que vão estar na
próxima terão um pouco de liberdade. Mas eles têm que
saber que nós vamos descobrir.

120
Kleber
– E, se não estiverem, suponho que aplique um castigo.
Pedro
– Com certeza.
Lia (ao telefone)
– Alô, oi, tudo bom? Aqui é Lia Oliveira. É a mãe do José.
Mãe do Jair
– Oi, tá boa?
Lia
– Ah, oi, então. É só uma ligada rápida. Acho que seu filho e o
meu são muito amigos, então resolvi ligar pra dar um alô.
Mãe do Jair
– Ah sim, os dois parecem se dar muito bem, não é?
Lia
– É acho que eles conversam muito.
Mãe do Jair
– Sim, o Jair está sempre dizendo: José isso, José aquilo.
Lia
– É, ele sempre fala: “A mãe dele o deixa fazer isso e aquilo”.
Por isso resolvi ligar pra você. O que eu realmente quero saber
é se o José tá dando algum problema na sua casa. Quero dizer
com o Jair.
Mãe do Jair
– Ah, compreendo, mas não ele nunca deu problema. Os
meninos ficam por aqui jogando e não me incomodam. Mas
qualquer coisa eu te ligo. Qual o seu número?
Lia
– Obrigada mesmo. É 292 4472.
Mãe do Jair
– Ok, já anotei e qualquer coisa me liga também.
Lia
– É, com certeza.
Mãe do Jair
– Obrigada por ligar.
Lia
– Obrigada, vamos manter contato. Até logo... tchau.
Narrador 1
Essa mãe nos deu bons conselhos. E se você não sabe quem
são os amigos dos seus filhos, seu filho precisa falar os nomes
dos pais e os números de telefone. Não adianta saber que seu
filho está com o Kleber se você não souber onde o Kleber
mora e quem são seus pais.
Narrador 2
Ligar para os pais do amigo vai facilitar depois quando seu
filho disser que vai a uma festa na casa de um amigo. Você
pode ligar pra ver se os pais vão estar em casa e se concordam
com a festa. Agora, pratique as perguntas, quem, o quê, onde
e quando. Lembre-se que perguntar “quando” seu filho vai
voltar não significa que ele ou ela tem escolha. Você deve ter
regras sobre horário, mas ainda assim é bom verificar se seu
filho vai chegar no horário.

121
Debate sobre quem, o quê,
onde e quando
Com quem você vai?
Atividade 6.3............4 minutos
O que fazer?
1. Ajude os pais a localizarem a atividade “Quem, Onde vai estar?
O Quê, Onde e Quando”, no caderno de
atividades, e faça uma encenação com eles. Quando vai voltar?

2. Leia as cenas a seguir e peça aos pais, um de 4 min.


cada vez, para perguntarem quem, o quê, onde e
quando. Faça o papel do filho e dê respostas.
Tente usar o termo filho e filha de acordo com o
sexo do jovem de cada responsável.
Cena 1 – Seu filho vem até você e pergunta:
(facilitador encena) “Terminei minha tarefa da
escola. Posso sair agora? ”
O responsável deve dizer:
“Com quem você vai? ” (Facilitador responde
inventando algo);
“O que vai fazer? ” (Facilitador responde algo
comum em sua região);
“Onde vai estar? ” (Facilitador responde);
“Quando vai voltar? ” (Facilitador responde).
Cena 2 – Seu filho diz: “Você disse que eu poderia
ir ao shopping este fim de semana. A mãe da Bia
vem me pegar. Tchau”. E vai saindo... O
responsável deve dizer:
“Com quem você vai? O que vai fazer? Quando vai
voltar? ”
(Embora ela diga que a mãe da Bia vem pegá-la,
ainda assim você deve perguntar com quem ela
vai).

Cena 3 – Seu filho vai saindo e diz: “Até mais


tarde”.
O responsável deve dizer:
“Com quem você vai? O que vai fazer? Onde vai
estar? Quando vai voltar? ”

Nota ao facilitador: faça o número de cenas que o


tempo permitir. Mas certifique-se que ao menos uma
cena foi bem feita e que os pais entenderam a
importância de fazer as 4 perguntas.

Fim da atividade

122
Narrador 1
Fala do DVD............ 2 1/2 minutos A ideia é descobrir quem, o quê, onde e quando sem
parecer que está interrogando seu filho. Veja como estes
 Perguntando quem, o que, onde, quando – pais ou responsáveis pegam as informações que precisam
sem parecer detetives.
Parte I e II
Ester
– Mãe, lembra que eu podia ir para a casa da Sílvia hoje?

Vanessa
– Sim, o que vocês vão fazer?

Ester
– Ela recebeu a mesada e quer comprar uma blusa nova. Ela
vai provar algumas roupas e quer que eu ajude a escolher.

Vanessa
– Tá, parece divertido. O que vão fazer depois?

Ester
– A mãe dela deixou a gente ver um filme.

Vanessa (olhando para o relógio)


– Deixa eu ver.... experimentar roupa e assistir a um filme.
Acho que dá pra você voltar às quatro horas. Tudo bem?

Ester
– Tá.

Vanessa
– Tudo bem. Divirta-se. Até mais tarde.

Kleber (para José que está saindo)


– Espera, José. Com quem você vai?

José
– O Miguel e o Zeca.

Kleber
– Ok. E vocês vão comer depois do filme?

José
– Sim, vamos comer uma pizza.

Kleber
– Bem… gostaria que voltasse às dez e meia, tá bom?

José
– Sim, mas… e se a pizza demorar a chegar.

Kleber
– Mesmo assim… isso te dá 1 hora para comer depois do filme.

José
– Então tá. Dez e meia.

Kleber
– E que filme vocês vão ver?

José
– Ah, um de ficção científica.

Kleber
– Ok. Divirta-se.

123
Narrador 1
Esses pais ou responsáveis conseguiram descobrir quem, o
quê, onde e quando... sem que os filhos achem que não
confiam neles. Mas saber as respostas não significa que seu
filho vai estar onde deve estar. Mostre que você vai verificar
de vez em quando. Se achar que eles estão onde deveriam
estar, você gradualmente vai confiar cada vez mais. Mas se
descobrir que não estão lá, dê um castigo e menos liberdade
no futuro.

Narrador 2
Saber com quem nossos filhos estão, o que vão fazer, onde
estarão e que horas vão voltar ajuda a protegê-los de todos os
tipos de problemas. Mas é preciso falar também sobre drogas
e álcool, dizer a eles o que esperamos. Às vezes achamos que
nossos filhos já sabem o que devem fazer. Mas talvez eles não.
Talvez eles achem que beber é errado, mas acham que cerveja
ou vinho pode. Antes de falarmos com eles, temos de ser claros
sobre nossos próprios valores. Como dissemos antes, todos os
pais ou responsáveis têm ideias diferentes sobre o que é certo.

Carta para seu filho


Atividade 6.4............9 minutos Carta para seu filho
1. Peça aos pais para virarem a página do
caderno de atividades, encontrando a atividade
“Carta: Eu Amo você!”. Se houver participantes
30 seg.
iletrados, organize-se para ajudá-los na escrita.
Eles podem falar e você escrever. Narrador 1
Eis uma atividade que vai chamar a atenção do seu filho.
2. Circule durante a próxima narrativa para Vamos ajudá-lo a preencher as lacunas de uma carta que
você vai ler na reunião de família. Você poderá dizer ao seu
ajudar e pedir que outros responsáveis ajudem filho um pouco sobre suas esperanças e sonhos para eles…
aqueles com dificuldade de escrita. e também vai dizer o que espera. Se seus filhos forem como
a maioria que ouviu seus pais lerem essas cartas, eles vão
3. Caso tenha 2 responsáveis para o mesmo ouvir atentamente.
jovem, peça que discutam o que irão escrever nas Narrador 2
lacunas da carta. A carta começa falando sobre as esperanças e os sonhos
que você tinha para seu filho quando ele era pequeno. Ela
4. Caso um responsável esteja com mais de um diz: “Quando você entrou em minha vida, eu fiquei tão feliz
jovem, ele deve escrever uma carta para cada e eu sonhava com você com 5, 12 anos e já adulto. Alguns
dos sonhos que tive para você” e aqui você preenche as
jovem. Se no seu grupo isto acontece, tire cópias lacunas.
da carta com antecedência, de acordo com o
Narrador 1
número de filhos.
Pare e pense nas qualidades que você falou no nosso
primeiro encontro. Você esperava que seu filho fosse mais
Nota ao facilitador: lembre-se que esta atividade forte e saudável, ou cuidadoso e responsável, ou se
divertisse e tivesse um bom emprego? Pense no que você
pode ser emocionante. Você pode dizer a um pai que esperava para seu filho e escreva nos espaços em branco
esteja resistente que esta carta pode ser a porta de nas linhas 3 e 4
entrada para uma relação mais agradável com o filho. .
Caso alguém chore, ofereça apoio e o incentive a
falar sobre isto mais vezes com seu filho.
Sonhos para o seu filho
Nota ao facilitador: Forte e saudável, capaz de
A próxima narração é parte dessa mesma atividade. conseguir trabalho,
cuidadoso e responsável,
Fim da atividade capaz de se divertir direito
1 min.
124
Narrador 1
Nas próximas duas linhas, diga a seu filho as coisas que
fazem você se sentir orgulhoso. Saber que você tem
orgulho dele irá ajudar seu filho a prestar atenção e
respeitar o que você diz no resto da carta. Primeiro,
coloque a idade dele e, depois, uma lista de coisas como
ser bom na escola, amoroso, inteligente, cheio de energia,
bom em esportes ou música e arte.

Do que você se orgulha:


 Bem na escola
 Amável
 Cheio de energia
 Bom em esportes ou música
1 min.
Narrador 1
Nas linhas 7 e 8, você escreverá algumas coisas que espera
para o seu filho na adolescência. Nessa parte é bom colocar
o que eles querem para si próprios, como, por exemplo,
divertir-se com os amigos, ficar longe de problemas, se
envolver em esportes ou fazer parte de um grupo de
jovens.

Coisas que você espera durante


a adolescência:
 Se divertir com os amigos
 Ficar longe de problemas
 Ser bom em esportes (música, outros
interesses)
 Ter um bom emprego

1 min.
Narrador 1
A próxima parte da carta diz “porque te amo e quero essas
coisas boas para você, eu me preocupo com o uso de
álcool, cigarro e outras drogas na sua adolescência. Eu
tenho medo de que, se você beber e/ou usar drogas, o que
espero para você e o que você espera para si mesmo
possam não se realizar. Essas são algumas das formas que
o álcool e a droga podem afastá-lo dos seus sonhos e
esperanças”. Agora liste algumas formas em que as drogas
e o álcool possam prejudicar seus filhos, como ficar com a
mente confusa, e não se sair bem na escola, ficar fora de
forma, passar tempo com jovens que podem colocar seu
filho em perigo, ser expulso do time de futebol, sofrer um
acidente de carro, etc.

Formas como o álcool, o tabaco e


outras drogas podem lhe prejudicar:
 Atrapalhar sua mente
 Ficar fora de forma
 Entrar em apuros
 Ser expulso do time
 Sofrer acidente de carro

1 min.
125
Narrador 2
Por último, temos os detalhes da carta. Diga ao seu filho
exatamente o que você pensa sobre álcool, tabaco e
outras drogas e drogas agora e no futuro. Escreva seus
valores. Você pode escrever o que está na tela, ou
qualquer outra coisa, como não beber ou usar drogas em
casa ou com os amigos. Seja cerveja, vinho, batidas ou
qualquer outra, não beber em festas, não fumar e nunca
usar drogas.

O que você espera do seu filho?

1. Não beber em casa ou com os


amigos.
2. Nada de cerveja ou vinho.
3. Nunca usar drogas ilícitas
4. Não beber em festas
5. Não fumar
1 min.

Agora sua carta está completa. Você vai ler esta carta para
seu filho ou filha na próxima reunião de família.

126
Narrador 2
Coisas que você pode fazer para Tudo que falamos, todas as ideias sobre amor e limites,
evitar abuso de substâncias podem ajudar seu filho a ficar longe de problemas com álcool,
cigarro e outras drogas. Agora vamos ver uma lista de
ferramentas e habilidades que os pais podem usar. Veja qual
você acha que pode ajudar seu filho a ficar longe do abuso de
substâncias.
Fala do DVD..............30 segundos

Quais ferramentas você pode


Atividade 6.5............4 minutos usar para evitar o abuso de
uma substância?

4 min.
Discussão:

1. Pegue o cartaz “Ferramentas e habilidades para


cuidar dos filhos” (kit) e oriente os participantes a
encontrarem as “Ferramentas e habilidades para
cuidar dos filhos”, no Caderno de Atividades.
2. Diga aos participantes que os itens listados
falam de formas de demonstrar amor e definir
limites.
3. Ajude-os a ver de que forma cada item da lista
pode ajudar a prevenir o abuso de álcool e outras
drogas.

Fim da atividade

127
Narrador 1
Agora você pode usar suas ideias para lidar com os
problemas da vida cotidiana que falamos neste programa.
Fala do DVD ............. 30 segundos A lista de coisas que você aprendeu é como uma caixa de
ferramentas. Você escolhe o que você acha que irá
funcionar melhor para você e seu filho. Não há respostas
certas.

Narrador 2
Você irá ver breves cenas com pais ou responsáveis e filhos,
e depois de cada cena você vai escolher uma das
ferramentas da lista que você aprendeu.
Possíveis soluções
para situações
Atividade 6.6............6 minutos

1. Nesta atividade, os pais assistirão a cenas no


DVD e terão que escolher quais ferramentas e
habilidades para cuidar de filhos eles acham mais
adequadas para cada situação apresentada. Haverá
cerca de meio minuto entre uma cena e outra para
eles sugerirem possíveis ferramentas. Não há
respostas certas ou erradas.
2. Peça que mantenham o Caderno de Atividades
aberto para acompanharem.
3. Caso estejam demorando para responder, o
facilitador pode ler as sugestões a seguir e pedir
que os pais/responsáveis digam qual ou quais
delas escolheria (m) em cada situação. Permita
que citem outras, além das citadas a seguir. João (para Júlia)

1. Sobre sair - Estou saindo, até mais tarde.

Opções:
 Defina tarefas domésticas de 5 minutos
 Descubra quem, o quê, onde e quando
 Tenha regras em casa

Escolhas corretas
Escolha a ferramenta para
 Descubra quem, o quê, onde e quando
lidar com a situação
 Tenha regras em casa

30 seg.

128
2. Sobre se sentir sozinho. Roberto (para a mãe, meio triste)
– Eu não tenho nada para fazer. Agora que o Aldo se mudou,
Opções: não tem ninguém para brincar.
 Compreenda o ponto de vista do filho
 Saia da sala para se acalmar
 Escute os sentimentos

Escolhas corretas: Escolha a ferramenta para lidar


 Escute os sentimentos com a situação
 Compreenda o ponto de vista do filho 30 seg.

3. Sobre consumo de álcool


Kleber (segurando uma garrafa, falando com a Lia)
– Eu tenho certeza que tinha mais vodca. E da última vez que
Opções: eu bebi estava com gosto de diluída. Eu até marquei pra saber
 Fale sobre seus valores e expectativas se o José ou o Roberto tinham mexido.
 Tire um privilégio
 Use uma frase que começa com “Eu”

Escolhas corretas: Escolha a ferramenta


 Use uma frase que começa com “Eu” para lidar com a situação
 Fale sobre seus valores e expectativas
 Tire um privilégio
30 seg.

Pedro (preocupado, para a mãe)


4. Quando está de mau humor – Sabe, a Maria está tão mal-humorada ultimamente. Ela fica
alegre e depois triste de uma hora para outra. Ela explode por
nada! Eu não entendo!
Opções:
• Lembre-se da idade do filho
• Use consequências
• Compreenda o ponto de vista do filho Escolha a ferramenta para
• Escute os sentimentos lidar com a situação

Escolhas corretas: 30 seg.


• Lembre-se da idade do filho
• Compreenda o ponto de vista do filho
• Escute os sentimentos

Luísa (para a Rita, segurando um cachecol, calma, mas firme)


5. Sobre deixar roupas no chão – Rita, encontrei meu novo cachecol dentro do seu quarto,
estava em uma pilha de roupas sujas.
Opções:
• Use uma frase que começa com “Eu”
• Tarefas domésticas de 5 minutos
• Compreenda o ponto de vista do filho Escolha a ferramenta
para lidar com a situação
Escolhas corretas:
• Use uma frase que começa com “Eu”
30 seg.
• Defina tarefas domésticas de 5 minutos

129
6. Sobre boas atitudes Kleber (para Lia)
– Lia! Eu discuti semana passada com a Rosa sobre o pincel,
lembra? Bem, eu a vi usando de novo no outro dia, mas
Opções: adivinha? Acabei de encontrar, pendurado e limpo!
• Fale com seu filho sobre seus valores e
expectativas
• Elogie a boa atitude
• Diversão para toda a família Escolha a ferramenta para lidar
com a situação
Escolha correta:
• Elogie a boa atitude 30 seg.

7. Sobre valores Ester (para a mãe, frustrada)


Possíveis soluções: – Oh, eu odeio ir pra igreja. É chato!

• Fale sobre seus valores


• Compreenda o ponto de vista do filho

Escolha a ferramenta para lidar


com a situação

30 seg.

8. Sobre tarefas domésticas Pedro (para Carol, irritado):


Possíveis soluções: Acredita que a Maria está no jardim com uma amiga. Ela
não tirou o lixo. O mesmo lixo que ela disse que ia tirar
• Tenha regras em casa; depois do jantar.
• Tire um privilégio.

Escolha a ferramenta para lidar


com a situação

30 seg.

130
8. Sobre chegar tarde em casa Júlia (calma)
– Ana, você se atrasou uma hora noite passada. Você nem
sequer me ligou. Você não vai andar de skate na sexta que
Possíveis soluções: vem.
• Diga “não” com firmeza e gentileza Ana (furiosa)
– Não é justo! Nem sabia que era tarde. Eu já tinha
• Saia da sala para se acalmar prometido pros meus amigos que iria na próxima semana.

Escolha a ferramenta para lidar


com a situação

30 seg.
Sobre chegar tarde no treino Roberto
– Pai, eu preciso de uma carona para o futebol. Estou
Possíveis soluções: atrasado.
• Momento familiar Kleber (pensamento do pai)
• Use uma frase que começa com “Eu” – Sei que o treino é importante para ele, mas não posso
parar o que estou fazendo agora. Ele deveria ter pedido
mais cedo.

Escolha a ferramenta para


lidar com a situação

30 seg.

Prática em Casa
...................................1 minuto

1. Treine perguntar para o filho: “quem, o quê,


onde e quando”, se tiver a oportunidade.
2. Procure situações para usar as ferramentas do Prática de casa
programa.
3. Mostre a eles onde está a atividade “Quem, o
quê, onde, quando” em seus Cadernos de
Atividades.

131
Preparação para o encontro
das famílias
......................... ..........1 minuto

1. Depois de um pequeno jogo, o encontro das Preparação para o


famílias começará com um vídeo curto sobre
ajudar os filhos com a pressão de amigos. encontro das famílias
2. Ajude-os a encontrar a atividade “Lidando
com a pressão de amigos”, no tópico “Encontro
das famílias” do Caderno de Atividades. Diga que
usarão este cartão no encontro das famílias e
também em casa.
3. Depois, eles irão compartilhar a carta que
acabaram de escrever.
4. A atividade final é jogar um jogo sobre como
atingir os objetivos com seu filho.

Conclusão
............................30 segundos

132
Encontro 7

Pais
AJUDAR E SER
AJUDADO
Encontro 7 dos Filhos: ATINGIR NOSSAS METAS

Encontro 7 das Famílias: JUNTANDO TUDO


Programa Encontro 7 – Pais
AJUDAR E SER AJUDADO
Famílias Fortes

Sumário
Quando os pais chegarem ..............................136
Revisão do que está dando certo em casa......136
Estresse e necessidades da família..................136
Dando às famílias a ajuda que precisam.........137
Usando listas de recursos comunitários..........139
Olhando bem a comunidade...........................140
Carta ao filho...................................................140
Prática em casa................................................141
Preparação para o Encontro das Famílias…..…141
Conclusão........................................................141

Materiais necessários: Objetivos


 Crachás (um para cada participante) Os pais irão aprender:
 Lista de presença dos pais  A compreender as necessidades especiais da
 Lista de recursos comunitários (uma para cada família
família) (feita pelos facilitadores)  A ajudar outras famílias
 Lápis e borracha ou caneta (1 por família).
 Caderno de Atividades
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e
Responsáveis” (KIT)

135
Quando os pais
chegarem
.......................... 1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre que


a presença de cada um é percebida.
2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu
crachá.
3. Organize o preenchimento da lista de
presença.

Revisão do que está


dando certo em casa
.......................... 10 minutos

1. Ajude os pais a localizarem no Caderno de


Atividades as ferramentas e habilidades para lidar
com os filhos.
2. Conduza o debate sobre o que está dando
certo em casa, concentrando-se no modo como
os pais e filhos estão usando as ferramentas e
habilidades.

Estresse e necessidades
da família
Atividade 7.1............. 8 minutos

1. Diga ao grupo que como participaram do


Programa Famílias Fortes, eles aprenderam novas
habilidades e estão em uma posição especial para Tipos de Estresses Familiares
ajudar e apoiar outras famílias e jovens de sua
comunidade. Pergunte se eles lembram da Estresses por mudanças normais
atividade “Atingindo Nossas Metas”, em que as Estresses por circunstâncias especiais
pessoas sentadas tinham o cartão “Vou te salvar”
e ajudavam as famílias que estavam com
dificuldade. Eles podem fazer o mesmo.
2. Diga-lhes que, durante este encontro, irão se
concentrar em necessidades especiais das
famílias durante os períodos de estresse. Diga-
lhes que há dois tipos de estresse que as famílias
enfrentam:
• Estresse por mudanças naturais na família, como
o nascimento de uma criança ou mudar de escola.
 Estresse por circunstâncias especiais, como
doença ou perda de emprego.

136
3. Peça aos pais/responsáveis para citarem os
diversos tipos de tensões que as famílias podem
ter que enfrentar.
Certifique-se de que esses itens sejam
mencionados:
 O nascimento de uma criança
 Uma criança ingressando na escola
 Pais e filhos muito ocupados
 Mudança de escola
 Mudança para a faculdade ou primeiro
emprego
 Casamento de um filho
 Um novo trabalho
 Precisar cuidar de idosos da família
 Perda de emprego
 Perda financeira da família
 Doença grave de um membro da família
 Morte de um membro da família ou amigo
 Um filho com necessidades especiais
 Graves problemas conjugais
 Divórcio
 Outro casamento
 Novo cônjuge

4. Pergunte aos participantes em quais dessas


situações a família pode precisar de ajuda especial
ou de amigos, familiares, igreja, ou serviços
comunitários.
5. Pergunte aos pais quais dessas situações
estressantes poderiam afetar um pré-adolescente
ou adolescente. Pergunte aos pais como os filhos
podem ser afetados.

6. Diga que TODOS os estresses familiares afetam


os filhos.

Fim da atividade

Dando às famílias a ajuda que


precisam
Atividade 7.2.............12 minutos

1. Diga que todas as famílias podem precisar de


ajuda e apoio extra em momentos de necessidade
especial.
2. Diga ao grupo que é difícil para a maioria das
pessoas pedir ajudar quando estão passando por
um momento difícil.

137
É preciso ser uma família forte para estar disposta
a pedir ajuda;
3. Ajude os pais a abrirem o Caderno de
Atividades no gráfico “Recursos pessoais e
comunitários para famílias”. Diga que você lerá Todas as famílias podem usar
sobre duas famílias com algumas necessidades ajudar e apoio extra em
especiais, mas que estão dispostas a pedir a ajuda momentos de necessidade
que necessitam.
especial.
Situação 1 – Lúcio e Marta Souza têm três filhos,
com as idades de 9, 13 e 16. Eles estão
preocupados há vários meses com o mais velho,
Júnior, de 16 anos, que está no ensino médio.
Até ano passado ele estava praticando esportes
com ótimos resultados. Durante este ano letivo,
no entanto, Lúcio e Marta perceberam várias
alterações no comportamento do Júnior, que
preocupam. Ele saiu do futebol e tirou 2, 4 e 0 nos
últimos testes. Ele está ignorando as regras da
casa e chegou em casa bêbado várias vezes. Eles
tentaram botá-lo de castigo, mas ele fugiu. Ele se
recusa a falar sobre as mudanças.
Marta e Lúcio sempre trataram dos problemas
sozinhos, mas estão tão preocupados com o
Júnior que estão dispostos a pedir ajudar. Quais
recursos pessoais, familiares e comunitários
podem ajudá-los?

Certifique-se de que esses itens sejam


mencionados:
 Falar com amigos, cujos filhos tiveram
problemas com drogas, inclusive álcool
 Falar com os professores da escola para saber
seu ponto de vista
 Conversar com um líder religioso para receber
aconselhamento
 Falar com um conselheiro tutelar
 Falar com o médico da família
 Ter paciência com o filho
 Pedir que um parente próximo ao jovem
converse com ele

Situação 2 – David e Juliana Magalhães estão


enfrentando tempos difíceis. A fábrica onde
David trabalhava teve de cortar gastos e ele foi
despedido cerca de seis meses atrás. Juliana
voltou a trabalhar, embora sem formação para
ter um trabalho com boa remuneração. Eles têm É sinal de força quando as famílias
quatro filhos, três na escola e a pequena Michele, pedem ajuda.
de três. Até agora, a família mal consegue
sobreviver com o seguro desemprego do David e
o novo trabalho da Juliana.

138
Mas o dinheiro está apertado e David ainda não
tem perspectivas de emprego estável. Eles sabem
que não conseguem sobreviver só com o salário
da Juliana. O filho de nove anos foi escolhido para
a equipe de ginástica da escola, mas eles não
podem comprar o material.
Além disso, a bicicleta do David precisa de reparos
e não pode ser usada. Ele toma conta da Michele,
por isso não tem tempo para procurar outro
trabalho. Os pais de David moram a mais de 100
km de distância e os pais de Juliana trabalham,
assim não podem ficar com a Michele. A
passagem de ônibus aumentou e mal conseguem
comprar comida. As coisas vão piorar se eles não
conseguirem uma ajuda temporária. As duas
coisas que têm a seu favor são uma atitude
positiva e coragem de pedir ajudar. Quais
recursos a família da situação 2 poderia usar.

Fim da atividade

Usando listas de
recursos comunitários
Atividade 7.3.............8 minutos

Nota: Crie uma lista com endereços e telefones


das instituições e unidades de atendimento
público antes do encontro para passar aos
participantes. Nesta lista deve conter CRAS, UBS,
CAPS, CAPS AD, CAPS I, CREAS, escolas, etc.

1. Diga ao grupo que vocês criaram uma lista de


recursos da comunidade local. Entregue uma lista
para cada família e peça que deem uma olhada.
2. Peça aos pais para citarem quais daqueles
recursos eles já ouviram falar e quais já fizeram
uso.
3. Faça uma explanação clara e simples sobre
quando podem procurar cada tipo de serviço.
4. Pergunte se eles conhecem algum outro
recurso, que não esteja listado, e peça que
anotem na lista.

139
5. Mesmo que os pais não sejam letrados é
importante que eles tenham esta lista em casa.
Estimule-os a usá-la com a ajuda de outros
familiares letrados.

Fim da atividade

Olhando bem
a comunidade
Atividade 7.4.............5 minutos

1. Peça aos participantes que pensem em um


amigo, parente ou membro da comunidade que
possa estar passando por algum estresse ou
preocupação. Diga-lhes que não revelem nomes
ou detalhes pessoais sobre estas famílias. Eles
precisam apenas pensar em alguém.
2. Peça aos participantes para dizerem algo de
positivo que eles poderiam oferecer como ajuda
ou assistência.
3. Em seguida, peça que os participantes pensem
nos estresses e preocupações que eles têm tido em
suas próprias famílias. Diga-lhes que NÃO é
necessário compartilhar com o grupo.
4. Diga ao grupo que você lerá a lista de recursos
comunitários e peça que cada um pense em quais
recursos da lista pode usar para ajudar a resolver
esses problemas. Leia a lista.

Fim da atividade

Carta ao filho
Atividade 7.5..........10 minutos

A carta está no Caderno de Atividades. Oriente os


pais a localizarem:
 Explique que a carta vai falar sobre coisas que o
responsável gosta no jovem e sobre conversar e
passar tempo juntos. Diga que o jovem irá gostar
de receber a carta depois que o programa
terminar e que isto o ajudará a lembrar dos
conteúdos aprendidos no programa;
140
 Auxilie as pessoas com dificuldade de escrita.

Fim da atividade

Prática em casa
.......................... 2 minutos

1. Agradeça aos pais por participarem do


Programa Famílias Fortes e incentive-os a
continuarem a praticar as ferramentas
aprendidas.
2. Informe às famílias que dentro de alguns
meses elas serão convidadas a participar de mais
quatro encontros de acompanhamento.
3. Diga aos pais que no Caderno de Atividades
tem um lembrete para eles (“Famílias Fortes”). Se
a sua unidade preparou algo que marque a
conclusão dos encontros de pais, entregue neste
momento.

Preparação para o
encontro de famílias
.......................... 2 minutos

1. Informe aos pais que haverá uma revisão do


programa (apresentação de slides ou vídeo) na
qual eles e os filhos podem lembrar de algumas
atividades do Programa Famílias Fortes;
2. Por último, o encontro das famílias terminará
com uma pequena formatura.

Conclusão
.......................... 30 segundos

• Recitem o Lema das Mães, Pais e Responsáveis.

141
Acompanhamento 1

Pais
LIDAR COM O
ESTRESSE
Acompanhamento 1 dos Filhos: FAZER BONS AMIGOS

Acompanhamento 1 das Famílias: LIDANDO COM O ESTRESSE JUNTOS


Programa Acompanhamento 1 – Pais
Famílias Fortes LIDAR COM O ESTRESSE

Sumário
Boas-vindas ...................................................146
Revisão do que está dando certo em casa ....147
Soluções para os problemas diários ..............147
Estresse dos pais ...........................................149
Evitando brigas ..............................................151
Em vez de brigar ............................................151
Prática em casa ..............................................154
Preparação para o encontro das famílias ......154
Conclusão ......................................................154

Materiais necessários:
 Crachás (1 para cada participante) Objetivos
 Lista de presença dos pais
Os pais irão:
 Cartolinas (2) e pincel atômico
 Cronômetro  Usar ferramentas para encontrar soluções aos
problemas
 Televisão ou projetor
 Identificar estresses e formas de lidar
 Leitor de DVD ou computador com leitor de  Encontrar formas de evitar brigar com os filhos
DVD/ entrada USB
 Caixa de som
 DVD 3 (Acompanhamento Pais)
 Folha A4 dividida em 4 partes (1 por
responsável)
 Recipiente para cartões
 Caderno de Atividade dos Pais
Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem
 Cartaz “Ferramentas e habilidades para uso da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel
cuidar dos filhos e filhas” (KIT) pardo, quadro branco ou qualquer material
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e similar. Poderá ainda optar por fazer a atividade de
Responsáveis” (KIT) modo oral, sem utilizar nenhum destes materiais,
ou tomando notas em um papel, caso seja
necessário lembrar depois.

145
Quando os pais/responsáveis
chegarem
..........................1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre


que a presença de cada um é percebida.
2. Peça para cada responsável colocar o seu
crachá.
3. Organize o preenchimento da lista de
presença.

Boas-vindas
O Facilitador diz algo do tipo:
“Bem-vindos ao Programa Famílias Fortes!
Estamos muito felizes por estarem aqui
novamente! ”
Seguiremos o mesmo modelo dos Encontros
Regulares: os filhos reúnem-se no grupo dos
filhos, com duração de uma hora enquanto nós
estamos aqui, no grupo dos pais. Depois eles
irão se juntar a nós para o encontro da família.
Iremos nos divertir juntos e rever conceitos
aprendidos, ver o que está funcionando bem e o
que não está, e continuar com informações para
que possam descobrir muitas formas de
ajudar seus filhos a se prepararem para a
adolescência sem se meter em problemas. E
auxiliar no fortalecimento dos vínculos
familiares. Muito importante participar dos 4
encontros de acompanhamento, eles os
auxiliarão a continuar com as
ferramentas/habilidades que aprenderam. É
importante que vocês não faltem.
Mas, se precisarem faltar, avisem o facilitador e
não se esqueçam de voltar no próximo
encontro. ”

Opcional: Se você estiver usando benefícios


como presentes e sorteios, mencione que
usarão estes benefícios por chegarem “na hora”
nos encontros, por aplicarem o que aprenderam
em casa e pela frequência.

146
Revisão do que está
dando certo em casa
..........................5 minutos

1. Dê boas-vindas ao grupo. Diga aos participantes


que terão cerca de 30 minutos para discutir como
estão indo as coisas em casa e oferecer sugestões.
2. Fixe o cartaz “Ferramentas e Habilidades para
cuidar dos filhos e filhas” (Encontro 6 –Pais) (kit) e
peça aos pais para descreverem uma coisa que eles
continuam fazendo em casa desde os primeiros
encontros.

Soluções para os
problemas diários
Atividade 1.1.............25 minutos

Cartolina

1. Faça uma lista numerada de problemas do


cotidiano e anote na cartolina. A lista pode
incluir os itens a seguir listados:
1. Lição de casa
2. Tarefas domésticas
3. Responder com desaforo
4. Chegar em casa tarde
5. Brigas com irmãos
6. Não fazer as tarefas domésticas
7. Não se arrumar para a escola a tempo
8. Não ir dormir na hora

2. Entregue um pedaço de papel para cada


pessoa e peça para cada uma escolher um
problema da lista que está tendo com o filho.
Peça para escrever o número no papel sem
colocar o nome. Coloque os papeis na caixa. Diga-
lhes que ninguém vai saber o que eles
escolheram.
3. Peça a um participante para tirar uma questão
por vez e peça ao grupo para discutir opções para
lidar com o problema. Mantenha o grupo focado
nas ferramentas aprendidas. Use o cartaz
“Ferramentas e Habilidades para cuidar dos filhos
e filhas” (Encontro 6 – Pais) (kit).
4. Para cada sugestão dada, o facilitador
pergunta ao grupo o que o jovem pode estar
aprendendo se o responsável usou essa
ferramenta.

147
5. O facilitador pode usar um cronômetro para
limitar o tempo de debate de 3 a 5 minutos por
pergunta. Se passar de 25 minutos, diga ao Narrador 1
grupo que a solução do problema será Quando os pais ou responsáveis mostram amor e limites,
continuada no Encontro de Acompanhamento 2 isso ajuda os jovens a ficarem longe de problemas e virarem
adultos responsáveis e cuidadosos. Quando os filhos sabem
– Pais. que você os amam e que você vai seguir as regras, eles
Fim da atividade ficam muito mais propensos a dar o melhor de si e a vencer
na vida.
Narrador 2
Mas, para a maioria de nós, é realmente difícil ser amoroso
e firme ao mesmo tempo. Alguns pais ou responsáveis
Inicie o DVD veem facilmente as coisas a partir do ponto de vista dos
filhos, mas eles têm dificuldade em dizer “não”.
Narrador 1
E outros são bons em dizer não, mas têm dificuldade em
dizer aos filhos que seus pensamentos e ideias também são
Fala do DVD importantes, ou em dizer que os amam.
.............3 1/2 minutos
Narrador 2
• Estresse dos pais Mas onde quer que você esteja, ser pai é difícil! Criar os
filhos é a tarefa mais importante do mundo, mas maioria
das pessoas não consegue muita ajuda. Os pais ou
responsáveis têm muito mais a fazer nestes dias do que
apenas cuidar dos filhos. Existem pressões no trabalho ou
preocupações por não ter trabalho, por exemplo, ou em
perder o que você tem. Para algumas pessoas que têm
emprego seguro, há estresse, pois nunca há tempo
suficiente para fazer o trabalho.
Narrador 1
E há preocupações pessoais também–como o casamento,
os problemas dos pais ou responsáveis solteiros ou em
serem pais de família. E aí existem todas as coisas do dia a
dia que os pais ou responsáveis têm de fazer, como
compras, cozinhar, limpar ou levar os filhos a lugares. E
muitos pais ou responsáveis têm responsabilidades, além
do trabalho e da casa, como ajudar os pais ou responsáveis
já idosos e outros parentes, vizinhos, ou o trabalho com a
comunidade.
Narrador 2
Não é de admirar que os pais ou responsáveis fiquem
estressados!
Lia
– Eu estou sob tanta pressão no trabalho no momento que
quando chego em casa à noite acabo descontando nas
crianças. Estou tão estressada à noite que a menor coisa me
deixa louca! Eu perdi a cabeça ontem à noite.
Júlia
– Mas não é isso que é ser pai? Você tem que ficar
totalmente calmo e controlado, independentemente do
que esteja acontecendo. É muito difícil. Você lembra ano
passado quando o Zeca perdeu o emprego? Ele gritava
comigo constantemente, eu não dormia, as crianças
estavam piores. Foi quando nossa família começou a
desmoronar.

148
Lia
– Bem, isso é o que está acontecendo com a minha irmã no
momento. Ela tá passando por um divórcio e uma hora ela
chora e depois fica com raiva. Agora as crianças começaram
a reagir. Não sei como se pode ser bons pais quando o seu
mundo está desmoronando.
Júlia
– E mesmo quando não há uma crise, as coisas do dia a dia
te desgastam. Outro dia, por exemplo, eram 11 horas
quando consegui me sentar. Depois de lavar a louça, limpar
a cozinha e pagar algumas contas. No dia seguinte eu estava
absolutamente esgotada!
Lia
– Não estou surpresa!
Narrador
Talvez por isso seja tão difícil ser pai. Não são só filhos que
você tem que enfrentar. É muito mais.

Estresse dos pais


O que estressa os pais?
Atividade 1.2.............9 minutos Como os pais podem lidar
com o estresse?
1. Divida os pais em pequenos grupos e peça que
digam fontes comuns de estresse com as quais 9 min.
têm de lidar.
Cartolina

2. Após 3 minutos, anote as respostas na


cartolina.
3. Peça ao grupo para discutir maneiras de lidar
com o estresse e anote as respostas na cartolina.
Certifique-se de que esses itens sejam
mencionados:
 Exercitar-se
 Desabafar
 Manter o bom humor
 Respirar fundo
 Ter um lazer (fazer uma atividade que gosta)
 Meditação
 Diversão
 Ouvir música
 Ver/ler jornal
 Ler livros, revistas

Fim da atividade

149
Pedro
– Sabe, quase perdi a cabeça com a Maria no fim de semana.
Ela parece saber exatamente quando eu estou estressado e
Fala do DVD aí ela... hum… sabe, né? Mas eu acho que está ficando cada
............. 3 1/2 minutos vez mais difícil lidar com ela.
Kleber
• Mudando as percepções – Entendo. O José não é muito ruim. Se ele achar que estou
• Mas… pra explodir, ele para, mas o Roberto, se ele achar que estou
estressado, ele coloca mais pressão sobre mim.
Pedro
– Como você mantém a calma? Porque eu não quero bater
nela, mas ela fica me provocando.
Kleber
– Bem, depende. Às vezes, eu conto até 10, ou 100, ou saio
da sala. Ou digo: “Agora não, pra mim já chega!”. Nem
sempre funciona. Às vezes o Roberto me segue e incomoda
até conseguir o que quer.
Pedro
– Então, o que você fez?
Kleber
– Bem, eu só saio de casa. Eu já me tranquei no banheiro,
em qualquer lugar onde ele não me ache. Ou eu lembro que
se ele continuar ele vai perder um privilégio.
Pedro
– Sabe, é muito difícil ser pai, não é, às vezes? Lamento por
nossos pais ou responsáveis e os problemas que demos a
eles, mas acho que é mais difícil hoje. Porque as crianças só
ligam a televisão e já prendem a arrumar confusão a falar
novos palavrões, é muito simples, me entende?
Kleber
– Ajuda lembrar que um dia eles vão crescer, como nós.
Principalmente se você seguir as regras e impor todos os
limites. Eu acho que isso ajuda a pensar que é natural que é
mesmo difícil nessa idade.
Pedro
– E para não perder a paciência. Esse é o desafio – manter a
calma.
Narrador 1
Quando você está sob muito estresse, torna-se mais difícil
manter a calma com os filhos, especialmente quando eles
ficam discutindo ou sendo sarcásticos. Às vezes parece a
gota d’água quando as crianças começam a incomodar.
Narrador 2
Pode ajudar se aprendermos maneiras de evitar discutir com os
filhos. Porque discutir nunca ajuda. Enfraquece os limites que
você está usando e acaba com o amor que você está
construindo. Se há uma coisa que os pais ou responsáveis
precisam saber é NUNCA brigar. Se entrar em discussões
banais com eles, você nunca será o pai forte que eles tanto
precisam!
Narrador 1
– Mas, para muitos pais ou responsáveis, evitar discussões é
a coisa mais difícil de aprender. Quando você tem muito
estresse em sua vida, é muito difícil manter a calma e o
controle. Procure formas como os pais ou responsáveis nas
cenas seguintes evitam entrar em discussões.
Maria
– Isso não é justo! Todos os outros vão. Você não quer que
eu me divirta.
Carol
– Mas você já sabe a regra. Se tiver escola de manhã, não pode
sair.
Maria
– Mas para a igreja você me deixa ir. Eu não vejo qual a
diferença. Eu tenho que ir.
Carol
– Não importa se você quer ir, a resposta continua sendo
“não”.
150
Kleber
– Desculpe, José, não temos dinheiro para o skate no
momento.
José
– Eu sei, mas eu quero. O Dan e o John já tem um. Porque
não posso também.
Kleber
– Eu não vou discutir com você sobre isso. Eu disse “não” e
é assim que vai ser.
José
– Sim, mas você disse que iria me ajudar a comprar tudo que
eu ganhar com meu próprio dinheiro.
Kleber
– Olha, José, isso não vai dar em nada. Quando você se
acalmar podemos discutir como você pode ganhar dinheiro.
Mas agora não.
(o pai sai).
Evitando brigas
Atividade 1.3.............1 1/2 minutos Como os pais evitaram
brigar?
1. Faça a pergunta da tela:
Certifique-se de que esses itens foram
mencionados: 1 1/2 min.
 Dizendo: “No entanto” e “Mas”.
 Reafirmando a regra, dizendo: “A resposta é
não!”.
 Concordando em ajudar o filho a resolver o
problema quando o filho estiver calmo;
 Saindo.

Fim da atividade

Em vez de brigar
Atividade 1.4.............6 minutos Em vez de discutir:

“No entanto ...”


1. Peça para abrirem o caderno de atividades e “Independentemente...”
leia os itens de “Em Vez de Brigar”. “A regra é ...”
2. Leia os cenários (situações) abaixo e peça aos “Eu não vou discutir”.
pais para responderem de uma forma que “Vá embora”.
evite brigas. O facilitador pode pedir para um
responsável responder, ou fazer com o grupo
6 min.
todo.
3. Incentive os outros a ajudarem a responder.

151
Situação 1
Elisa, de 11 anos, quer começar a namorar. Ela
diz: “Mas, mamãe, todas as minhas amigas
namoram. Sou quase adolescente”.

Possíveis respostas:
 “A regra é: não namorar até os 14”;
 “Independentemente do que os outros
façam, você é muito jovem para namorar”;
 “Já falamos sobre isso e não vou discutir
com você”.

Situação 2
Tiago quer que um amigo durma em casa, mas
você não. Ele diz: “Ah, vai, mãe. Vamos nos
comportar. Por favor, mãe. Eu prometi pra
ele”.

Possíveis respostas:
 “Desculpe, Tiago. A resposta é ‘não’”;
 “A regra é: nada de amigos dormindo se eu
não deixar”;
 “Não vou discutir com você”.

Situação 3
Diego não lavou a louça, mas quer ver
televisão. Ele diz “Mas é minha noite favorita
para ver TV. Depois eu lavo. Prometo”.

Possíveis respostas:
 “Mas, a regra é: TV depois da louça”;
 “Independentemente do programa, a louça
primeiro”;
 “Não vou discutir com você, e lave a louça”.

152
Situação 4
A filha está na casa de uma amiga e liga pedindo
para ficar até mais tarde. Ela já passou meia hora
do horário. Ela diz: “Deixa disso, pai. Só um
pouquinho. Estamos no meio do jogo e não dá
para parar agora. ”

Possíveis respostas:
 “Mas já passou do seu horário”;
 “A regra é: estar em casa às 8h30”;
 A resposta é “não”.
Situação 5
Seu filho quer as chuteiras mais caras da loja. Ele
diz: “Mas, pai. Todo mundo tem essa. Não são tão
caras e as outras não prestam. Eu quero. ”

Possíveis respostas:
 “Mas não vou comprar”;
 “Independentemente de você querer, não dá”;
 “A resposta é não”.

Situação 6
É sábado e sua filha quer sair com as amigas, mas
não limpou o quarto. Ela diz: “Por favor, mãe. Só
essa vez. Eu prometi para elas. Eu limpo o quarto
quando chegar. ”
Possíveis respostas:
 “Mas a regra é não sair antes de limpar o
quarto. ”
 “A resposta é não”.

Pergunta opcional:
Em que situação seu filho discute com você?

Fim da atividade

153
Prática em casa
..........................1 minuto
Prática em casa
1. Perceba pelo menos uma vez durante a
semana quando você teria discutido com seu
filho. 1 min.
2. Use uma das sugestões de que falamos.

Preparação para o
encontro das famílias
..........................1 minuto
Preparação para o
1. Diga aos pais que vai fazer um jogo de encontro das famílias
adivinhação com os filhos sobre as formas de
aliviar o estresse;
2. Eles também vão jogar um jogo sobre 1 min.
diferentes pontos de vista sobre o que é
estressante para os pais e filhos.

Conclusão
..........................30 segundos

Digam o “Lema das Mães, Pais e Responsáveis”


em grupo.

154
Acompanhamento 2
Pais
COMUNICAR
QUANDO
NÃO CONCORDA
Acompanhamento 2 Filhos: FAZER BONS AMIGOS

Acompanhamento 2 Famílias: OUVIR UM AO OUTRO


Programa Acompanhamento 2 – Pais
COMUNICAR QUANDO NÃO
Famílias Fortes
CONCORDA

Sumário
Revisão da prática em casa .............................. 158
Usando ferramentas para resolver problemas.158
Identificando discussões típicas....................... 162
Praticando a técnica do ouvinte-falante.......... 165
Preparação para o encontro das famílias ........ 166
Conclusão ......................................................... 166

Materiais necessários:
 Crachás (1 para cada participante)
 Lista de presença dos pais Objetivos
 Televisão ou projetor
 Caixa de som Os pais irão:
 Leitor de DVD ou computador com leitor de  Aprender a se comunicar
DVD/ entrada USB  Aprender a evitar discutir quando não se
 DVD 3 (Encontro de Acompanhamento 2 – concorda
Pais)
 Papel cortado e fita adesiva
 Lápis e borracha (um para cada participante)
 Pincel atômico (diversas cores)
 Fita adesiva
 Cartolinas (2)
 Papéis com os problemas (feito no Encontro
de Acompanhamento 1 – Pais Atividade 1.1)
 Lista de problemas do cotidiano (feita no
Encontro de Acompanhamento 1 – Pais
Atividade 1.1)
 Cartaz “Ferramentas e habilidades para
cuidar dos filhos e filhas” (KIT)
 Cartaz “Lemas das Mães, Pais e Nota ao facilitador: nas atividades que houver uso
Responsáveis” (KIT) da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel pardo,
quadro branco ou qualquer material similar. Poderá
ainda optar por fazer a atividade de modo oral, sem
utilizar nenhum destes materiais ou tomando notas
em um papel, caso seja necessário lembrar depois.

157
Quando os pais e responsáveis
começarem a chegar...
...............................1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre que


a presença de cada um é percebida.

2. Peça para cada responsável colocar o seu


crachá.

3. Organize o preenchimento da lista de


presença.

Revisão da prática
Em vez de brigar
em casa
...............................5 minutos “No entanto...”
“Independentemente...”
4. Peça para abrirem no Caderno de Atividades, “A regra é....”
na parte que tem o quadrinho: “Em vez de brigar” “Eu não vou discutir com”.
(Encontro de Acompanhamento 1). Vá embora.

5. Peça aos pais para descreverem um momento


na semana anterior em que eles evitaram uma
discussão usando as ferramentas que
aprenderam no Encontro de Acompanhamento 1.

Usando ferramentas
para resolver problemas
Atividade 2.1...........20 minutos

1. Mostre a lista de “problemas diários”, com os


comportamentos problemáticos feita no
Encontro de Acompanhamento 1 (Atividade 1.1)
e também utilize os papéis que ficaram na caixa e
que não foram discutidos:
 Mostre a lista “Ferramentas e Habilidades
para cuidar dos filhos e filhas” (Encontro 6 – Pais)
(kit).
 Caso tenha sobrado poucos papéis do
encontro anterior, peça aos participantes para
escreverem outros problemas e colocarem na
caixa. Ou você mesmo pode pôr papéis. Obs.: se
tiver um grupo com dificuldade de escrita, o
facilitador escreve nos cartões (sugestões:
mentir, roubar, pegar algo do irmão/irmã em
casa).

158
2. Chame um voluntário para tirar um papel da
caixa e peça ideias do grupo para lidar com o
problema usando os cartazes “Ferramentas e
Habilidades para cuidar dos filhos e filhas” (kit).
3. Após cada sugestão ser dada, pergunte ao
grupo o que o jovem pode estar aprendendo, de
positivo ou negativo, com o responsável usando
essa ferramenta.
4. Limite o tempo de 3 minutos para solução de
cada problema.

Fim da atividade

Inicie o DVD

Fala do DVD..............6 minutos

 Conflito em dar permissão.


 Conflito em gritar.
 Lidando com o conflito em dar permissão.
 Lidando com o conflito em gritar.
Narrador 1
Não há dois pais ou responsáveis com as mesmas ideias
sobre como educar os filhos. Na verdade, discussões sobre
como lidar com os filhos são uma das principais razões para
a existência de conflito entre cônjuges. Mas, se você é
casado ou é pai solteiro, você provavelmente fala com
alguém sobre seus filhos.

Narrador 2
Isso significa que você provavelmente não concordará pelo
menos alguma vez com essa pessoa quando você tem um
problema com os filhos. E isso pode provocar sentimentos
negativos porque sempre que houver conflitos ou
discussões em casa, todos sentem.

Narrador 1
Vamos assistir algumas cenas normais quando os cônjuges
e um pai e seu melhor amigo discordam sobre os filhos.

Lia
– Eu já disse que ele não poderia ir e agora você passou por
cima de mim de novo

159
Kleber
– Bem, eu não sabia que você tinha dito não. Como é que
eu ia saber?

Lia
– Bem, você pode perguntar. Você tem que me apoiar,
sabia? Como vamos saber por onde ele anda se você
sempre o deixa fazer o que quer?

Kleber
– Você é muito dura com ele. Você tem que dar um pouco
mais de espaço, ele é só um garoto.

Lia
– É! E logo vai se meter em apuros. Esse é o seu problema.
Sempre quer ser amigo dele em vez de um verdadeiro pai.
Bem, por isso ele sempre reclama de mim. Eu sou a única
que faz ele respeitar as regras por aqui.

Kleber
– Não adianta falar com você, né? Você tem todas as
respostas.

Carol
– Não deveria gritar com ela assim, coitada. Por isso ela só
sai com os amigos o tempo todo.

Vanessa
– Você não conhece ela. Toda vez que peço para ela fazer
algo ela fica com raiva e responde: “Eu não vou aceitar
isso!”
Carol
– Então, o que você quer? Do jeito que grita com ela! E onde
você aprendeu a falar tanto palavrão assim? Nossas pais
nunca falaram assim com a gente.

Vanessa
– Você deve ter memória curta, Carol. Os meus pais sempre
falavam palavrão comigo. É muito difícil criá-los sozinhos e
ainda tenho que tentar fazer dar certo. Você deveria ser a
minha melhor amiga, e agora tudo o que você faz é me dizer
o que fazer.

Narrador 1
Essas cenas não vão dar em nada. Depois dessas trocas de
insultos, todos ficam irritados ou magoados e nada é feito.
E, pior ainda, quando os filhos ouvem discussões como
essas, aprendem coisas que você não quer que eles
aprendam.

Narrador 2
Na primeira cena em que o marido e a esposa estavam
discutindo, o filho vai aprender que pode conseguir o que
quiser jogando um pai contra o outro. Ele está aprendendo
que se a mãe disser não, ele vai passar por cima dela e vai
falar com o pai. Na segunda cena, a menina pode aprender
a ter ainda menos respeito por sua mãe. E ela com certeza
não vai querer perder tempo com os dois quando estão
zangados e magoados.

160
Narrador 1 Lia
Os pais ou responsáveis podem aprender maneiras de se – Tá, mas não vamos esquecer, tudo bem?
comunicar e resolver problemas juntos, o que será
melhor para todos. O primeiro passo é reconhecer o que Kleber
é uma discussão e a partir daí saber o momento de parar. – Tá. Você disse que já tinha dito que ele não poderia ir.
Narrador 2 Lia
Quando uma pessoa percebe que a conversa está se – Certo. Ele me pediu antes de eu sair para o trabalho e
transformando em uma discussão, ela pode dizer, eu disse não, porque tinha escola no outro dia.
“Vamos parar. Isso não vai dar em nada. Podemos falar Kleber
sobre isso quando nos acalmarmos?” Porque, quando – Aí ele achou que eu ia dizer que sim e veio falar comigo.
uma ou duas pessoas estão irritadas ou magoadas as
coisas vão de mal a pior. Lia
– Acho que sim. Ele achou que você ia deixar. Essa é a
Narrador 1 diferença entre mim e você e ele se aproveitou. Mas
Outra forma de saber quando você precisa de um tempo como vamos fazer para ele não passar por cima de mim?
é quando uma ou ambas as partes estão culpando a
outra pela situação. É natural tentar descobrir de quem Kleber
é a culpa ou culpar quando você está chateado com – Pois bem, vamos dizer que ele tem sempre que pedir
alguma coisa, mas culpar nunca ajuda. dos dois.
Narrador 2 Lia
E é natural discordar. Você acha que sua maneira de lidar – E se a gente não concordar, conversamos até
com a situação é a melhor. Mas ajuda a perceber que as tomarmos uma decisão e dizemos para ele.
divergências são naturais. É raro um marido e uma Narrador 1
esposa que sempre concordam com a forma de criar os
filhos. Vamos ver os mesmos pais ou responsáveis, mas Desta vez, o marido reconheceu que estavam entrando
desta vez pelo menos uma pessoa percebe quando as na mesma velha discussão que tinham sempre. Depois
coisas estão saindo do controle e decide dar um tempo. que eles se acalmaram e pararam de discutir, eles
encontraram uma solução.
Lia
– Eu já disse que ele não poderia ir e agora você passou Narrador 1
por cima de mim de novo. Naturalmente, o filho vai continuar tentando jogar um
dos pais ou responsáveis um contra o outro por um
Kleber tempo, mas vai acabar percebendo que seus pais ou
– Bem, eu não sabia que você tinha dito não. Como é que responsáveis estão trabalhando em equipe.
eu ia saber?
Carol
Lia – Não deveria gritar com ela assim, coitada. Por isso ela
– Bem, você pode perguntar. Você tem que me apoiar, só sai com os amigos o tempo todo.
sabia? Como vamos saber por onde ele anda se você não
controla o horário dele? Vanessa
– Calma, Carol. Estou cansada, não quero discutir. Seria
Kleber (Pensando: isto vai virar uma dessas brigas de
ótimo conversar com você sobre como lidar com o
novo. Eu não vou convencê-la e ela não vai me
comportamento dela, mas agora não tem como. Outra
convencer. Melhor dar um tempo)
hora, quando meu humor melhorar, tá?
– Olhe, Lia, vamos acabar brigando de novo. Melhor nos
acalmarmos e falarmos sobre como lidar com essa
situação após a janta.

Sobre que situações os adultos


...Depois... geralmente discordam?

2 min.
2 min.

161
Identificando discussões típicas Narrador 1
Quando você decidir dar um tempo é muito importante
voltar ao problema o mais rápido possível. Na cena que
Atividade 2.2..............2 minutos acabamos de ver, o amigo pode ter tido algumas boas
ideias sobre como o pai poderia lidar melhor com a
Cartolina situação. Mas ambas as partes têm de concordar em falar
sem culpar a outra.

1. Peça ao grupo para falar situações em que dois


adultos geralmente discordam sobre os filhos.
Anote na cartolina, deixando espaço embaixo de
cada item. Exemplo: hora do filho voltar para
casa.
Em que situações adultos concordam?
2. Escreva dois pontos de vista para uma
situação da lista.
Por exemplo, hora de voltar para casa: “Deixa
eles se divertirem” versus “É perigoso ficar fora
2 min.
depois do horário combinado”.
3. Diga que desacordos são normais e esperados.
Nota: o tempo para esta atividade é de 2 minutos,
o que dará tempo para falar de uma situação.
Mas deixe o grupo dizer algumas situações, e
pegue uma para fazer a atividade.

Fim da atividade Narrador 1


Depois de ambas as partes se acalmarem, e concordarem
em analisar juntas o problema, a técnica do falante-ouvinte
pode ser muito útil. Na técnica do falante-ouvinte, vocês
Fala do DVD .............. 7 minutos revezam para falar sobre seus pontos de vista. Depois de
um ou dois minutos, pare de falar e deixe a outra pessoa
resumir o que você disse. Vocês não devem comentar sobre
 Exemplo de Falante-Ouvinte, Tarefas o que acham da situação.
Domésticas
 Exemplo de Falante-Ouvinte, gritar

162
Narrador 2 Lia
Vamos ver um casal experimentando a técnica do – Bem, eu acho que as regras são boas. Mas acho
falante-ouvinte. O falante tem a palavra e é que existem algumas exceções. Por exemplo,
breve. O ouvinte irá prestar atenção e tentar quando meus pais vêm passar o dia ou se
entender o ponto de vista do cônjuge. Depois que decidirmos ir para outro lugar. Ou até mesmo se
o falante parar de falar, o ouvinte irá verificar se alguma das crianças tiver algo importante.
entendeu o que o falante estava tentando passar. Kleber
Kleber – Sim, mas você acha que isso era mesmo
– OK. Eu vou ser o falante. Meu ponto é: nós importante...
queremos que as crianças façam seus afazeres Narrador 2 (interrompendo)
domésticos sem reclamar. Outro dia era pro José Lembre-se, não dê opiniões ainda. Primeiro
passar o aspirador na sala, mas ele te convenceu compreenda o que ela estava dizendo.
e não fez. E ele acabou não fazendo. Toda vez que
você abre mão... Kleber
– Você acha que existem exceções, como se nós
Narrador 2 (interrompendo) tivermos visitas ou sairmos.
Espera um pouco. Vamos ver se ela entendeu a
primeira parte antes de você continuar. Lia
– Sim, ou se um deles tiver algo importante.
Lia
– Então você quer que as crianças façam suas Kleber
tarefas e você não gostou outro dia quando eu – Ok, então você acha que podemos ser flexíveis
deixei o José sair e jogar tênis. com as regras de vez em quando.
Kleber Lia
– Certo. Quando você abre mão e os deixa – Certo.
fazerem o que querem; da próxima vez eles vão Narrador 2 (para os dois)
pensar que não precisam fazer nada.
Como você pode ver, vocês ficam indo e vindo
Lia revezando em falar e ouvir, vendo o ponto de
– E você acha que as coisas só vão piorar se eu vista da outra pessoa, aí você pode dizer o que
ficar abrindo mão. O José esperou a semana toda acha.
para poder...
Narrador 1
Narrador 2 (interrompendo) Como você pode imaginar, não é fácil. Quando
Espera aí. Você vai poder falar o seu ponto de estamos falando com outra pessoa,
vista assim que ele terminar. especialmente quando estamos em desacordo,
Kleber geralmente estamos à espera de uma
– Só mais uma coisa. Acho que devemos tentar oportunidade para parar e conversar sobre nosso
manter as regras da casa que criamos. Que eles modo de ver as coisas. Ou às vezes tentamos fazer
têm de limpar seus quartos e fazer seus afazeres a outra pessoa concordar conosco.
domésticos no sábado antes de sair. E isso vale Narrador 2
para a Rosa também. Mas o que provoca discussões e brigas é que cada
Lia um dá sua opinião e não ouve o outro. Depois de
– É, eles devem respeitar as regras, como, por alguns minutos, cada um está mais convicto de
exemplo, que eles façam seus afazeres que está certo e a outra pessoa está errada.
domésticos e limpem os quartos antes de irem a Narrador 1
qualquer lugar? Vamos rever como usar a técnica do falante-
ouvinte. O falante fala brevemente e diz seu
Kleber
ponto de vista. Ele ou ela divide em pequenas
– Tá bem. partes para que o ouvinte possa entender, um
Narrador 2 (para a esposa) ponto por vez. O ouvinte presta atenção e não
– OK. Agora é sua vez de falar. interrompe. Aí o ouvinte resume o que foi dito. Se
o ouvinte perder um ponto, o falante repete e o
ouvinte tenta de novo.

163
Narrador 2
Quando o ouvinte entende o ponto de vista do Carol
falante, ambos têm uma chance de contar seu – Então você acha que os filhos devem nos tratar
lado das coisas. A pessoa que falou agora ouve melhor depois de tudo e quando eles
e tenta entender o ponto de vista do cônjuge. respondem, você quer explodir?
Desta forma, ambas as pessoas podem ser Vanessa
ouvidas e saber que a outra pessoa pelo menos
compreende seu ponto de vista, mesmo que – Sim, é exatamente assim que eu me sinto.
não concorde. Carol
Narrador 1 – Eu entendo o que você diz; eu só tenho uma
No nosso exemplo, mostramos os cônjuges opinião diferente. Eu acho que, como adultos,
experimentando a técnica falante-ouvinte, mas devemos manter a calma e não explodir.
funciona da mesma forma para duas pessoas Vanessa
conversando quando não concordarem com
alguma coisa. Um pai solteiro que está – Você acha que devemos ser frios o tempo
conversando com sua irmã, mãe ou um amigo todo?
sobre um problema pode fazer a mesma coisa Carol
para obter ajuda na resolução de um problema, – Sim, a coisa só piora se gritarmos com eles.
ou apenas para sentir que a outra pessoa Como pais, temos que dar o exemplo. Nós somos
entende. o modelo.
Narrador 2 Vanessa
Vamos ver algumas pessoas usando a técnica – Então você acha que é pior quando a gente
falante-ouvinte quando têm diferentes pontos explode?
de vista. Observe como a mulher que está
escutando presta atenção ao que a outra pessoa Carol
está dizendo e guarda suas opiniões até que
– Eu sei que você se aborrece, mas eu só acho
compreenda o ponto de vista da outra pessoa.
que é mais difícil para Ester se dar bem com você
Vanessa quando vocês ficam furiosas uma com a outra.
– Desculpa pelo outro dia quando eu discuti com Vanessa
você.
– É isso que prejudica nosso relacionamento,
Carol quando gritamos uma com a outra o tempo
– Aquele dia que você estava gritando com a todo, não é?
Ester? Carol
Vanessa – É. É o que estou tentando dizer.
– É. Eu não acho que os filhos tenham o direito Vanessa
de falar com os pais daquele jeito, não importa
o motivo. – É, eu sei. Tô entendo.

Carol Narrador
– Então você acha que qualquer que seja a Provavelmente vai ser estranho quando você
situação, o filho não deve responder?
começar a usar a técnica do falante-ouvinte
Vanessa porque a maioria de nós não está acostumada a
– Pois é. Fazemos tudo por eles e acho que ouvir. Queremos interromper com nosso
merecemos respeito. Quando ela age assim, eu próprio ponto de vista. Mas se aprendermos a
só penso em bater nela. ouvir e tentarmos entender o ponto de vista do
outro isso nos ajudará a trabalhar em conjunto
para resolver os problemas com os nossos filhos.

164
Praticando a Técnica
do Ouvinte-Falante
Atividade 2.3..............16 minutos

1. Chame um voluntário para ajudar a O falante fala rápido.


demonstrar a técnica do falante-ouvinte. O O ouvinte não interrompe.
facilitador é o ouvinte e o voluntário o falante. O ouvinte resume.
Peça ao voluntário para descrever seus
sentimentos sobre alguns aspectos de ser 16 min.
pai/mãe ou sobre o filho. Pode falar sobre o
sentimento sobre situações como:
Situações: problemas em casa com tarefas
domésticas, conflitos entre irmãos, namoro na
adolescência, rendimento dos filhos na escola,
sonhos e metas para os filhos no futuro.
Peça que sejam breves, e o ouvinte (neste caso o
facilitador) resume o que foi dito.
2. Divida o grupo em duplas com os cônjuges
juntos, se os dois estiverem presentes.
3. Fale que há possíveis situações de
desacordo, como: hora para chegar em casa,
locais que frequentam para se divertir,
quantidade de tarefas domésticas, horário de
dormir, tipo de roupa.

Caderno

4. Peça a cada dupla para falar um tópico que


discorda e abrir o caderno para ver o item
“Lidando com Discórdia”.
5. Peça a cada dupla para usar a técnica
falante-ouvinte, usando uma situação da qual
discorda.
6. Lembre o grupo das regras da técnica e
circule para oferecer ajuda. Pode ser que as
duplas tenham tempo para mais de um tópico.
Nota: você pode deixar 10 minutos para a prática
da técnica falante-ouvinte e 6 minutos para as
perguntas finais (item 7).
7. Faça os participantes voltarem ao grupo e
introduza as seguintes perguntas:
 Qual foi a parte mais difícil da atividade?
 Quais seriam as vantagens de usar a técnica?
 Como você se sentiu quando a outra pessoa
entendeu seu ponto de vista?
 Para quais situações você pode usar essa
técnica em casa?
Fim da atividade
165
Preparação para o
encontro das famílias
..................................2 minutos
Preparação para a
1. Incentive os pais a colocarem o cartão encontro das famílias
“Lidando com Discórdias” junto com o cartão
“Amor e Limites” (do encontro 1, quando fizeram
a primeira vez o programa). 2 min.
2. Diga aos pais que o encontro das famílias
começará com um curto jogo e eles junto com os
filhos expressarão diferentes pontos de vista
sobre assuntos comuns.

Conclusão
................................1 minuto

1. Pratiquem o “Lemas das Mães, Pais e


Responsáveis” em grupo.

166
Acompanhamento 3

Pais
REVISAR AS
HABILIDADES
DE AMOR E
LIMITES
Acompanhamento 3 Filhos: DAR O RECADO

Acompanhamento 3 Famílias: COMPREENDER OS PAPÉIS FAMILIARES


Programa Acompanhamento 3 – Pais
REVISAR AS HABILIDADES DE
Famílias Fortes AMOR E LIMITES

Sumário
Revisão da prática em casa ............................170
Soluções para os problemas diários ..............170
Elogios para os filhos .....................................171
Bingo ..............................................................172
Praticando as habilidades ..............................173
Prática em casa ..............................................175 Objetivos
Preparação para o encontro das famílias ......175
Conclusão ......................................................175 Os pais irão:
 Revisar os conceitos e praticar as habilidades
 Fazer elogios para os filhos
 Aprender a evitar discussões

Materiais necessários:
 Lista de presença dos pais
 Crachás (1 para cada participante)
 Ficha de bingo (sementes, moedas, tampinha)
 Dados de 6 lados
 Balões
 Televisão ou projetor
 Leitor de DVD ou computador com leitor de
DVD/ entrada USB
 Caixa de som
 Cartolina e pincel atômico
 Folha A4 dividida em 4 partes (1 por
responsável)
 Cartões “Bingo” (25 KIT)
 Cartões “Habilidades a praticar” (36 KIT)
 Cartaz “Habilidades a praticar” (KIT)
 Cartaz “Ferramentas e habilidades dos
responsáveis” (KIT)
 Cartaz “Lema das Mães, Pais e
Responsáveis” (KIT)

169
Quando os pais
começarem a chegar...
...............................1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre que


AVISO
a presença de cada um é percebida.

2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu Se a introdução levar mais de 10 minutos, os
crachá. pais ou responsáveis não terão terminado
quando os filhos se juntarem ao grupo no
3. Organize o preenchimento da lista de final do encontro
presença.
10 minutos

Revisão da
prática em casa
...............................13 minutos

1. Coloque o cartaz “Ferramentas e habilidades


dos responsáveis” (kit).
2. Conduza o debate sobre o que está dando
certo em casa, concentrando-se no modo como
os pais e filhos estão usando as ferramentas e
habilidades. Pergunte especificamente sobre a
atividade de pressão dos amigos (Tentaram?
Como funcionou?).

Soluções para os
problemas diários
Atividade 3.1...........10 minutos

1. Divida aos pais em grupos de três ou quatro


sem os cônjuges. Peça a cada pessoa para pensar
em um problema de comportamento que
gostaria de dividir com o grupo. Peça aos grupos
que pensem em sugestões, usando ideias do
cartaz “Ferramentas e Habilidades dos
Responsáveis”, bem como outras sugestões.
Ofereça ajuda aos grupos, se necessário.
2. Faça os grupos compartilharem ideias como
possíveis soluções para problemas em casa.

170
Elogios para os filhos
Atividade 3.2...........10 minutos

1. Diga aos pais que eles vão jogar com os filhos


no encontro das famílias.
2. Peça aos pais para lembrarem-se de
características de um bom elogio, incluindo o
seguinte: Ótimo, você fez sua
lição de casa.
 Elogios sobre algo específico que o filho fez
 Não terminar criticando

Cartolina

3. Incentive os pais a darem exemplos de elogios


e escreva-os na cartolina incluindo coisas como:
 “Gostei de você ter se arrumado rápido para
a escola. ”
 “Obrigado por lavar a louça sem ninguém
pedir. ”
 “Legal: você chegou em casa na hora
combinada. ”
 “Nosso sábado foi ótimo (pescando,
comprando, andando de bicicleta, etc.) ”

4. Dê pedaços de papel e peça aos pais para


escreverem elogios. E em seguida para colocarem
cada um dos elogios nos balões.

Fim da atividade

171
Bingo
N G O

Atividade 3.3.................15 minutos

1. Diga aos pais para pensarem em momentos


recentes que usaram as ferramentas do jogo de
bingo.
2. Auxilie os pais para abrirem o caderno de
atividades.
3. Dê os cartões e as fichas do bingo e explique
que quando uma ferramenta for sorteada eles
colocam a ficha no quadrado correspondente.

Lembre-se: É importante que a ferramenta


tenha sido usada no último mês em casa com
os filhos.

4. Leia os itens na ordem abaixo:


 Ter regras em casa
 Lembrar da idade do jovem
 Usar uma frase que começa com “Eu”
 Compreender o ponto de vista do filho
 Dar privilégios extras
 Usar “quem? O quê? Onde? Quando? ”
 Dizer “não” com firmeza e gentileza
 Divertir-se com a família
 Usar uma tarefa doméstica de cinco
minutos
 Elogiar as boas atitudes
 Falar sobre metas e sonhos
 fazer momentos de família
 Escutar os sentimentos
 Controlar o estresse
 Tirar um privilégio
 Apoiar os objetivos do filho
 Usar consequências
 Usar um sistema de pontos
 Pedir um tempo para evitar discussões
 Sair da sala para se acalmar
 Evitar brigas
 Falar um de cada vez
 Resolver problemas juntos
 Pedir ajuda de outro adulto

172
5. Depois que cada item for lido, todos os que
colocaram uma ficha naquele quadrado devem
descrever um momento quando usaram a
ferramenta.
6. Continue até que vários responsáveis
completem o bingo.
Incentive os responsáveis a darem exemplos de
outras habilidades do bingo.

Fim da atividade

Praticando habilidades HABILIDADES A PRATICAR


Atividade 3.4...........10 minutos 1. Frases que começam com “Eu” (Eu fico...
quando você... porque... quero que você...)
1. Mostre o cartaz “Habilidades a Praticar” e diga
que eles vão jogar um dado para ver que 2. Quem? O quê? Onde? Quando?
habilidade vão praticar. 3. “Você de estar se sentindo...”
2. Depois que cada pessoa jogar o dado, 4. Dê ou tire um privilégio
incentive que todos pratiquem as habilidades
com o número correspondente ao número do 5. Dê uma tarefa doméstica de cinco minutos
dado (por exemplo, se der 1, eles vão tirar o 6. Dê algo para divertirem-se juntos
cartão com o nome “Frase que começa com Eu” e
responderão à situação do cartão usando uma
frase que comece com “Eu”).

Fim da atividade

173
Prática em casa
.................................1 minuto

1. Escolha uma habilidade com a qual você se


sente menos confortável e use em casa.
2. Ajude os participantes a encontrarem o cartão
“Os responsáveis fazem a diferença”, no caderno
de atividades.

Preparação para o
encontro de famílias
....................................1 minuto

1. O encontro das famílias vai começar com


balões. Cada balão terá um elogio para o
responsável fazer para o filho. Depois que o balão
for estourado, os pais e filhos vão adivinhar para
quem é o elogio.
2. Em seguida uma família (a que se dispuser)
jogará o “Jogo do Milhão”, enquanto as demais
vão resolver um problema de forma divertida,
usando diferentes papéis.

Conclusão
................................ 30 segundos

1. Pratiquem o “Lema das Mães, Pais e


Responsáveis” em grupo.

174
Acompanhamento 4
Pais
REVER COMO
AJUDAR COM
A PRESSÃO DOS
AMIGOS
Acompanhamento 4 Filhos: PRATICAR NOSSAS HABILIDADES

Acompanhamento 4 Famílias: A FORÇA DA FAMÍLIA


Programa Acompanhamento 4 – Pais
REVER COMO AJUDAR COM A
Famílias Fortes PRESSÃO DOS AMIGOS

Sumário
Revisão da prática em casa...............................178
Usando a Técnica do Ouvinte-Falante
com seu filho ....................................................178
Ajudando seu filho a resistir à pressão
dos amigos ........................................................182
Resistindo à pressão dos amigos ......................184
Obtendo apoio na criação dos filhos ................185
Prática em casa .................................................186
Preparação para o encontro das famílias .........186
Conclusão..........................................................186

Materiais necessários:
 Crachás
 Lista de presença dos pais (Encontro de Objetivos
Acompanhamento 1 – Pais)
 Várias moedas de 1 e 10 centavos Os pais irão:
 Televisão ou projetor
 Rever apoio para a pressão dos amigos
 Leitor de DVD ou computador com leitor de
DVD/ entrada USB  Saber como conseguir ajuda na criação
 Caixa de som
 DVD 2 (Encontro 6 – Pais)
 DVD 3 (Encontro de Acompanhamento 2 –
Pais)
 Cartaz “Técnica do Falante-Ouvinte” (KIT)
 Cartaz “Passos para resistir à pressão dos
amigos” (KIT)
 Cartaz “Lemas das Mães, Pais e
Responsáveis” (KIT)

177
Quando os pais
começarem a chegar
...............................1 minuto

1. Receba a todos com respeito e demonstre


que a presença de cada um é percebida.
2. Peça para cada responsável colocar o seu
crachá.
3. Organize o preenchimento da lista de
presença.

Revisão da prática
em casa
...............................8 minutos

4. Peça aos pais para descreverem uma


ferramenta de criação dos filhos que usaram com
sucesso em casa durante a semana. Narrador 1
5. Peça aos pais para dizerem uma ferramenta Depois de ambas as partes se acalmarem, e concordarem
que ainda usam. em analisar juntas o problema, a técnica do falante-ouvinte
pode ser muito útil. Na técnica do falante-ouvinte, vocês
revezam para falar sobre seus pontos de vista. Depois de
um ou dois minutos, pare de falar e deixe a outra pessoa
resumir o que você disse. Vocês não devem comentar sobre
Usando a Técnica do Falante- o que acham da situação.

Ouvinte com seu filho Narrador 2


Vamos ver um casal experimentando a técnica do falante-
ouvinte. O falante tem a palavra e é breve. O ouvinte irá
prestar atenção e tentar entender o ponto de vista do
Fala do DVD................7 minutos cônjuge. Depois que o falante parar de falar, o ouvinte irá
verificar se entendeu o que o falante estava tentando
 Exemplo de falante-ouvinte, tarefas passar.
domésticas. Kleber
 Exemplo de falante-ouvinte, gritar. – OK. Eu vou ser o falante. Meu ponto é: nós queremos que
as crianças façam seus afazeres domésticos sem reclamar.
Outro dia era pro José passar o aspirador na sala, mas ele
Mostre a cena a seguir do DVD do Encontro de te convenceu e não fez. E ele acabou não fazendo. Toda vez
Acompanhamento 2 – Pais, “Comunicar que você abre mão...
quando não concorda”, que começa aos 8 Narrador 2 (interrompendo)
minutos no DVD. Espera um pouco. Vamos ver se ela entendeu a primeira
parte antes de você continuar.

Lia
Inicie o DVD – Então você quer que as crianças façam suas tarefas e você
não gostou outro dia quando eu deixei o José sair e jogar
tênis.

178
Kleber Narrador 2 (para os dois)
– Certo. Quando você abre mão e os deixa fazerem Como você pode ver, vocês ficam indo e vindo
o que querem; da próxima vez eles vão pensar que revezando em falar e ouvir, vendo o ponto de vista
não precisam fazer nada. da outra pessoa, aí você pode dizer o que acha.
Lia Narrador 1
– E você acha que as coisas só vão piorar se eu ficar Como você pode imaginar, não é fácil. Quando
abrindo mão. O José esperou a semana toda para estamos falando com outra pessoa, especialmente
poder... quando estamos em desacordo, geralmente
Narrador 2 (interrompendo) estamos à espera de uma oportunidade para parar
Espera aí. Você vai poder falar o seu ponto de vista e conversar sobre nosso modo de ver as coisas. Ou
assim que ele terminar. às vezes tentamos fazer a outra pessoa concordar
conosco.
Kleber
– Só mais uma coisa. Acho que devemos tentar Narrador 2
manter as regras da casa que criamos. Que eles têm Mas o que provoca discussões e brigas é que cada
de limpar seus quartos e fazer seus afazeres um dá sua opinião e não ouve o outro. Depois de
domésticos no sábado antes de sair. E isso vale para alguns minutos, cada um está mais convicto de que
a Rosa também. está certo e a outra pessoa está errada.
Lia Narrador 1
– É, eles devem respeitar as regras, como, por Vamos rever como usar a técnica do falante-
exemplo, que eles façam seus afazeres domésticos ouvinte. O falante fala brevemente e diz seu ponto
e limpem os quartos antes de irem a qualquer de vista. Ele ou ela divide em pequenas partes para
lugar? que o ouvinte possa entender, um ponto por vez. O
ouvinte presta atenção e não interrompe. Aí o
Kleber ouvinte resume o que foi dito. Se o ouvinte perder
– Tá bem. um ponto, o falante repete e o ouvinte tenta de
novo.
Narrador 2 (para a esposa)
– OK. Agora é sua vez de falar.
Lia
– Bem, eu acho que as regras são boas. Mas acho
que existem algumas exceções. Por exemplo,
quando meus pais vêm passar o dia ou se O falante fala rápido
decidirmos ir para outro lugar. Ou até mesmo se
alguma das crianças tiver algo importante. O ouvinte não interrompe

Kleber O ouvinte resumo


– Sim, mas você acha que isso era mesmo
importante...
Narrador 2
Narrador 2 (interrompendo)
Quando o ouvinte entende o ponto de vista do
Lembre-se, não dê opiniões ainda. Primeiro
falante, ambos têm uma chance de contar seu lado
compreenda o que ela estava dizendo. das coisas. A pessoa que falou agora ouve e tenta
Kleber entender o ponto de vista do cônjuge. Desta forma,
– Você acha que existem exceções, como se nós ambas as pessoas podem ser ouvidas e saber que a
tivermos visitas ou sairmos. outra pessoa pelo menos compreende seu ponto de
vista, mesmo que não concorde.
Lia
Narrador 1
– Sim, ou se um deles tiver algo importante.
No nosso exemplo, mostramos os cônjuges
Kleber experimentando a técnica falante-ouvinte, mas
– Ok, então você acha que podemos ser flexíveis funciona da mesma forma para duas pessoas
com as regras de vez em quando. conversando quando não concordarem com alguma
coisa. Um pai solteiro que está conversando com sua
Lia irmã, mãe ou um amigo sobre um problema pode
– Certo. fazer a mesma coisa para obter ajuda na resolução de
um problema, ou apenas para sentir que a outra
pessoa entende.
179
Narrador 2
Vamos ver algumas pessoas usando a técnica falante-
ouvinte quando têm diferentes pontos de vista.
Observe como a mulher que está escutando presta
atenção ao que a outra pessoa está dizendo e guarda
suas opiniões até que compreenda o ponto de vista da
outra pessoa.
Vanessa
– Desculpa pelo outro dia quando eu discuti com você.
Carol
– Aquele dia que você estava gritando com a Ester?
Vanessa
– É. Eu não acho que os filhos tenham o direito de falar
com os pais daquele jeito, não importa o motivo.
Carol
– Então você acha que qualquer que seja a situação, o
filho não deve responder?
Vanessa
– Pois é. Fazemos tudo por eles e acho que merecemos
respeito. Quando ela age assim, eu só penso em bater
nela.
Carol
– Então você acha que os filhos devem nos tratar
melhor depois de tudo e quando eles respondem, você
quer explodir?
Vanessa
– Sim, é exatamente assim que eu me sinto.
Carol
– Eu entendo o que você diz; eu só tenho uma opinião
diferente. Eu acho que, como adultos, devemos
manter a calma e não explodir.
Vanessa
– Você acha que devemos ser frios o tempo todo?
Carol
– Sim, a coisa só piora se gritarmos com eles. Como
pais, temos que dar o exemplo. Nós somos o modelo.
Vanessa
– Então você acha que é pior quando a gente explode?
Carol
– Eu sei que você se aborrece, mas eu só acho que é
mais difícil para Ester se dar bem com você quando
vocês ficam furiosas uma com a outra.
Vanessa
– É isso que prejudica nosso relacionamento, quando
gritamos uma com a outra o tempo todo, não é?
Carol
– É. É o que estou tentando dizer.
Vanessa
– É, eu sei. Tô entendo.
Vanessa
- Ok. Entendo
Pare o DVD aqui

180
Usando a Técnica do Falante- Técnica Falante-Ouvinte
Ouvinte com seu filho
1. O falante tem a palavra e é breve.
Atividade 4.1..........15 minutos 2. O ouvinte presta atenção e não interrompe.
3. O ouvinte resume o que o falante disse.
1. Fixe o cartaz “Técnica Falante-Ouvinte” e
4. Falante e ouvinte se revezam.
pergunte aos responsáveis se a mulher da última
cena se saiu bem. Mencione o seguinte:
 O falante disse pouco.
 O ouvinte prestou atenção e não interrompeu;
 O ouvinte resumiu antes de dar seu ponto de
vista;
 Eles se revezaram.

2. Diga ao grupo que eles vão praticar essa técnica


como se estivessem falando com o filho.

Pergunte aos responsáveis por que seria difícil


usar a técnica com o filho;
3. O facilitador faz o papel de um jovem na
seguinte situação e pede aos responsáveis para
usarem a técnica. Se um responsável parar de
usar a técnica, peça que outros responsáveis
interrompam (como o narrador fez) e volte às
regras do cartaz. Diga que eles não devem
resolver a questão, só usar a técnica:
 Um filho diz ao responsável por que deveria
ficar acordado até tarde
 Uma jovem diz por que ela quer uma roupa cara
 Um jovem diz por que deveria assistir a certo
programa

4. Diga que ouvir o filho não significa que o


responsável deve ceder ao pedido. Em vez disso,
o responsável ouve o ponto de vista do filho antes
de dizer qual é a regra ou negociar como resolver
o problema.

Fim da atividade

181
Ajudando seu filho a resistir
à pressão dos amigos
Atividade 4.2............6 minutos

1. Lembre os responsáveis que é difícil para os


filhos resistirem à pressão dos amigos e que é útil
os responsáveis ajudarem a lembrar dos passos
que aprenderam. Diga que os filhos participantes
desse programa conseguem resistir muito melhor
à pressão dos amigos e ficar longe de problemas.

2. Fixe o cartaz “Passos para resistir à pressão dos


amigos” e revise como eles funcionam:

 Pergunte: para que seu (sua) filho (a) saiba


com certeza o que o amigo está tentando
fazer com ele.
 Dê nome ao problema: ajuda o outro jovem
a ver a seriedade do que está sugerindo.
 Diga o que pode acontecer: é importante
para convencer o outro jovem a desistir.
 Dê outra ideia e chame para ir com você:
significa dizer outra coisa que poderiam fazer
e convidar o jovem para fazer outra coisa.
 Fique tranquilo e diga: “Fulana, me
escuta! ”: significa não ficar com raiva e
aborrecido com a outra pessoa, fazê-la
prestar atenção ao ser chamada pelo nome e
fazer a outra pessoa parar de discutir.
 Repita os passos de 1 a 4: serve para deixar
clara a opinião de seu (sua) filho (a).
 Saia para fazer o que você sugeriu: significa
que seu (sua) filho (a) sabe o que quer e está
tomando boas decisões, se afastando do
problema.

3. Mostre os primeiros três minutos do DVD do


Encontro 6 – Famílias, “Responsáveis ajudando
com a pressão dos amigos”.

Fim da atividade

Inicie o DVD
Fala do DVD................3 minutos
Narrador 1
 Ajuda dos pais, roubo em lojas
É difícil ser adolescente hoje em dia. Tem o
estresse na escola e em casa, a pressão dos
amigos. Às vezes, parece que todos querem que
você faça alguma coisa ou tente fazer algo que
você não quer.

182
E é por isso que é difícil ser pai também. Os pais ou Carol
responsáveis querem que seus filhos cresçam – Eu sei que é importante para você manter seus
saudáveis e vençam na vida. Mas os pais ou amigos. O que você acha que poderia fazer para se
responsáveis sabem que as pressões que os filhos safar da situação?
enfrentam tornam tudo muito difícil. Eles se
Maria
preocupam com o fato de os filhos se meterem em
– Bem, eu poderia perguntar tipo “o que nós vamos
apuros ou se envolverem em coisas que realmente
fazer?”
poderiam prejudicá-los. Quando os jovens falam
com os pais ou responsáveis sobre os problemas, e Carol
quando os pais ou responsáveis ouvem, isso os – Pode ajudar, mas aposto que alguns furtam sem
ajuda a descobrir como lidar com situações difíceis, planejar. O que você aprendeu sobre como lidar com
e assim todos ganham. Agora, vamos ouvir uma a pressão dos amigos?
jovem que tem um problema difícil.
Maria
Carol – Bem, primeiro posso “fazer perguntas”. Depois “dar
– Tudo bem? Você parece chateada. nome ao problema” e aí dizer “Olha, isso é ilegal. Você
pode ser preso por isso”.
Maria
– Oh, estou bem. Carol
– Humm, muito bem! É verdade. Tem uma mulher que
Carol
o filho… bem, ele não aguentava a pressão dos amigos
– Sabe, é bom falar, faz bem. Você está chateada
e acabou sendo preso por furto.
desde que voltou do shopping com os amigos.
Maria
Maria
– E aí eu poderia sugerir algo como “Vamos comer
– Bem, se eu lhe disser, promete não dizer nada a
alguma coisa”.
ninguém?
Carol
Carol
– Mas e se eles não forem com você?
– Você pode confiar em mim, meu amor. Eu não
vou contar a alguém a menos que seja preciso. Maria
– Bem, aí eu tento ir embora e digo que eles podem vir
Maria
depois se mudarem de ideia.
– Bem, foi a Samantha. Estávamos no trocador e ela
viu uma blusa que ela gostou, mas não tinha Carol
dinheiro. Ela estava pensando em colocar na – Humm, você lida muito bem com essa coisa de
mochila. pressão. Quer ver como funciona? Bem, eu vou ser seu
amigo, e vamos estar juntos no trocador. E tem essa
Carol (calmamente)
camisa de seda realmente cara que eu não posso
– Mas ela levou a blusa sem pagar?
comprar. E eu vou simplesmente por debaixo da
Maria minha camisa e sair sem pagar.
– Não, a vendedora voltou e ela colocou de volta.
Maria
Mas e se ela não fosse pega de verdade?
– Mas isso é ilegal. Você vai ser presa, e ir para a
Carol delegacia e eles vão ter que chamar os seus pais.
– Bem, é uma situação difícil. O que você vai fazer
Carol
se isso acontecer de novo?
– Mas eles nem sabem que eu peguei. Eles acham que
Maria temos três itens.
– Eu acho que eu não vou mais ao shopping com
Maria
ela.
– Eu estou com fome. Coloca de volta, vamos comer
Carol alguma coisa.
– Mas e se outro dos seus amigos quisesse fazer a
Carol
mesma coisa?
– Você é tão covarde! Sempre pensa que vamos ser
Maria presas.
– Bem. Não sei o que eu faria. Eu não quero ter
Maria
problemas, mas não quero que meus amigos
– Bem, vou pra lanchonete. Se você mudar de ideia,
pensem que sou idiota. Eu sei que tem gente na
venha comigo.
escola que pega as coisas sem pagar.

183
Carol
– Parabéns, Maria. Você se saiu muito bem,
estou orgulhosa de você. Você pode não
conseguir evitar que seus amigos se metam em
problemas, mas você pode cuidar de você. Muito
bem!

Pare o DVD aqui

Resistindo à
pressão dos amigos

Atividade 4.3............6 minutos

1. O facilitador faz um jovem preocupado sobre


como lidar com a pressão de um amigo. Um
voluntário do grupo ajuda a lembrar os passos para
lidar com a pressão dos amigos. Você pode usar
uma ou mais das seguintes situações:
 Uma jovem diz que a amiga quer que ela
fume no banheiro da escola
 Um jovem diz que o amigo quer que ele
fume maconha
 Um jovem diz que um colega de aula quer
que ele piche o carro do professor

2. Lembre os pais que eles não devem dar bronca


ou resolver o problema, mas sim ajudar o jovem
a lembrar e usar os passos para lidar com a
pressão dos amigos.
3. Diga que eles ajudarão o jovem a praticar os
passos no encontro das famílias.

Fim da atividade

184
Obtendo apoio na
criação dos filhos
Atividade 4.4..........12 minutos

1. Lembre como é difícil ser pai. Diga que o apoio


deles ajuda muito. Diga também quais das
seguintes coisas são de ajuda para os pais:
 Cônjuge/parceiro
 Tios
 Avós
 Amigos
 Religião
 Vizinhos
 Instituições comunitárias de apoio familiar
(casas de recuperação, serviços sociais, grupos
voluntários, casa da criança, etc.)
 Médico
 Conselheiro tutelar
 Livros, artigos

2. Diga aos pais que cada um provavelmente tem


diferentes tipos de apoio. Ajude-os a abrirem o
caderno na atividade “Apoio na criação dos filhos”
e peça a eles para tirarem uma moeda de um e 10
centavos. Leve moedas para todos;
3. Ajude o grupo a localizar a atividade “Minhas
Ajudas” no Caderno dos Responsáveis e organize
moedas para que eles possam tirar.
4. Explique que o círculo mais ao centro
representa o apoio que são as pessoas e grupos
aos quais os pais poderiam consultar para
qualquer tipo de ajuda, com quem podem
conversar facilmente.
5. Oriente os pais a desenharem e marcarem
círculos ao redor dos anéis centrais:
• use a moeda de um centavo mais ao centro para
representar as pessoas ou grupos que lhe dão
EU
mais apoio;
 Use a moeda de 10 centavos para desenhar
círculos mais afastados, representando as
pessoas ou os grupos que lhes dão bom apoio,
mas que não são tão próximas.

Discussão:

185
6. Faça um debate sobre que tipos de pessoas e
grupos podem dar mais apoio aos pais.
7. Peça ideias aos pais sobre como aumentar o
apoio que recebem na criação dos filhos.
Certifique-se de que esses itens sejam
mencionados:
 Pedir ajuda específica;
 Compartilhar os problemas;
 Sair juntos;
 Convidar algum amigo ou familiar para sair
com você e seus filhos;
 Frequentar algum grupo espiritual.

Nota: pergunte ao grupo se eles gostariam de


se encontrar novamente informalmente para
receber apoio de grupo. Caso manifestem
interesse, ajude-os a planejar uma data, a
pessoa que ficará responsável e onde será o
encontro.

Fim da atividade

Prática em casa
...............................1 minuto

1. Oriente que os pais pratiquem a Técnica do


Falante-Ouvinte” com seu filho.
2. Peça para abrirem o caderno no cartão
“Todos os responsáveis precisam de apoio”.

Preparação para o encontro das


famílias
...............................1 minuto

1. O encontro das famílias começará com um


jogo no qual filhos e pais verão o que gostam e
não gostam.
2. Após a brincadeira os pais ajudarão os filhos a
usarem os passos da pressão dos amigos e a
identificarem qualidades que a família tem.

Conclusão
...............................30 segundos

3. Pratiquem o “Lema das Mães, Pais e


Responsáveis” em grupo.

186
SECRETARIA NACIONAL MINISTÉRIO DA MULHER,
DA FAMÍLIA DA FAMÍLIA E DOS
DIREITOS HUMANOS

Você também pode gostar