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Fico muito feliz em escrever meu depoimento, pois comecei minha saga concurseira
por aqui, do zero, lendo depoimento dos outros.
Após ter feito de tudo um pouco nessa vida e não ter conseguido acertar nada, eu
estava com 30 anos e perdidão na vida. Sentia que eu tinha grande potencial dentro
de mim, mas que não havia acertado ainda onde canalizar esse potencial. Minha
mulher, que na época era minha noiva, me sugeriu estudar para concursos. Ora, eu
nunca havia sido um cara muito estudioso. No 2º grau eu era cobra (só passava
arrastado). Faculdade: frequentei lá uns 5 anos tomando cerveja com os amigos e no
final me deram um diploma. OAB até hoje não sei como tirei. Conclusão: esse
negócio de concurso é muito complicado pra mim, vou procurar outro emprego.
Consegui uma entrevista em um grande fundo de pensão, pra trabalhar como
analista financeiro (era o que eu fazia antes). Fui na entrevista e até hoje estou
esperando a resposta. Como não consegui o emprego, fiquei mais perdidão ainda
hehe. Aí minha mulher continuou insistindo: concurso, concurso (leiam em voz de
mantra). Pensei: ah, to lascado mesmo, vou arriscar. Minha mulher (noiva então)
falou que me sustentaria um tempo até eu pegar ritmo de estudo. Vejam só, éramos
apenas noivos e ela estava apostando (literalmente) as fichas dela em mim. Moça
corajosa. Hoje ela fala que me comprou “na baixa do mercado” e que agora o
investimento está dando retorno hehe.
Bom, continuando, o primeiro edital que saiu quando resolvi estudar foi o do TCU
2011, confesso que eu não sabia muito bem o que era o TCU, mas já tinha ouvido
falar que era muito bom. Vamos de TCU então. Imprimi o edital, entrei aqui no
fórum e fiquei um tempão lendo depoimentos e indicação de livros e material,
comprei alguns livros e materiais em pdf. Um material que me ajudou muito no
começo foi o texto do Alex Meirelless, falando de horas liquidas e de planejamento
de estudo, pra quem tá começando do zero, qualquer conselho é válido. Sempre fui
muito rigoso com horas liquidas, marco cada minuto. Comecei a estudar meio
perdido, em casa mesmo. No começo eu estudava de noite e dormia de dia, de
segunda a sábado. Era um sufoco pra fazer 6 horas liquidas, quase nunca eu
conseguia, mas continuei ali, firme e forte. Estudei o que deu para a prova, até que
consegui ver todo o edital, mas algumas matérias eu dei só uma lida. Fui fazer a
prova e, claro, não passei. Mas fiz todos os mínimos. No meio dos estudos do TCU eu
fui fazer a prova do BRB para escriturário, pra ver de qualé, acabei passando em 15º
lugar, mas não assumi pra me dedicar ao TCDF. Depois da prova do TCU eu comecei a
estudar para o TCE-PR na finada biblioteca do BACEN (melhor biblioteca de Brasília,
na minha opinião, pena que fechou ao público), pois minha mulher trabalhava na
matriz da Caixa, que era em frente e eu ia com ela. Lá o estudo começou a render
mais e passei a assimilar melhor a matéria, pois já estava vendo algumas matérias
pela segunda vez e já tinha uma noção melhor do que era estudar para concurso.Fui
fazer a prova do TCE PR e tomei uma surra enorme (só sei fazer provas do CESPE e lá
era FCC; ESAF pra mim é grego). Quando estava no aeroporto de BH, na volta pra
casa, dia 20 de Dezembro saiu o edital do TCDF. Pensei: opa, esse não me escapa!!!
Viajei uns dias com a família e retornei aos estudos no dia 3 de janeiro de 2012. Já
estava mais habituado ao árduo trabalho de estudar, e também já tinha mais noção
das matérias e de planejamento, de forma que me sentia já mais preparado. Para o
TCDF estudei muito, foi o concurso que eu mais estudei. Fazia 7 horas liquidas todo
dia (pra mim é muito, não consigo fazer mais que isso) até o dia do edital, quase
fiquei doido. Foi nesse concurso do TCDF que eu aprendi a ignorar matérias. Todo
concurso eu escolho uma ou mais matérias que vão pra faca, não serão estudadas.
Para o TCDF ignorei solenemente a parte de obras, li só a aula 0 porque era curtinha
rsrs (na prova deixei tudo em branco e anularam uma questão). Fui bem na prova do
TCDF, ficando em 10º lugar na objetiva. Foi aí que veio minha maior decepção: a
guilhotina cespeana da discursiva. Rodei (eu e mais uma galera) na redação. Uma
correção bisonha da banca, sem pé nem cabeça, que reprovou quase todo mundo.
Fiquei muito abalado, ao ponto de querer desistir. Na sequência fui estudar pra CGU,
só que minha cabeça ainda estava no TCDF, eu não conseguia absorver nada. Toda
vez que lia algo que tinha caído no TCDF também, eu lembrava e ficava puto e não
conseguia mais estudar. Pra CGU minha preparação foi ridícula, estudei pouco e sem
concentração. Tinha semana de ficar 2, 3 dias sem estudar, brabo ainda com o TCDF.
No fim das contas não passei na CGU, fiquei no cadastro (171º, há quem diga que
ainda chama).
Tomei posse no FNDE e logo em seguida fui chamado para o CF do TCU, pra quem
não tinha nada a coisa já tava melhorando. Na pior das hipóteses ficaria como
técnico do TCU, que já um cargo muito bom. Assim que tomei posse lá no FNDE,
comecei a estudar pro TCU, pra auditor. Umas duas semanas depois que eu tomei
posse no TCU saiu o edital pra auditor.
No dia da prova quase tenho um treco: a contabilidade que eu ignorei era 30% da
prova. Agora lascou. Sem contar que caiu um tema na discursiva que eu to até hoje
procurando a resposta. Pensei: lá se vai o boi com as cordas e tudo, ferrou. Na prova
de manhã eu tinha ido bem, porque eram as matérias que eu havia estudado mais. À
tarde a coisa ficou feia. Mas não me desesperei. Imaginei que a prova estava difícil
pra todo mundo e que o ponto de corte não seria alto. Dessa forma eu optei por só
fazer o que eu sabia, nada de chutes. Eu tinha uma noção de contabilidade geral,
mas deixei um monte em branco, um monte mesmo. Deixar em branco, no CESPE, é
uma arte. No fim das contas eu fui muito bem na básica e na especifica fui razoável.
Confesso que demorei uns dois dias pra criar coragem e corrigir o gabarito. As
anulações me favoreceram e fui pra redação. Na redação, a mesma que tinha me
tirado do concurso do TCDF, encarnei o Machado de Assis e sapequei uma nota
espírita, que me colocou dentro das vagas. Quando vi o resultado preliminar, com o
meu nome dentro das vagas, fiquei uma meia hora tremendo. Meu Deus, acabou,
vou pegar minha vida de volta!!! Liguei pra minha mulher na hora, mas evitei falar
muito pra eu não chorar (tinha gente perto).
No dia do meu primeiro concurso eu coloquei minha vida social dentro do saquinho
do CESPE, junto com o celular e a chave do carro, e só tirei no dia que saiu o
resultado definitivo do TCU. Eu sempre achei que auditor do TCU era coisa pra gênio,
mas olha só, não é! Eu não passei em concursos teoricamente mais fáceis, tipo ATA
do MF, ou MCTI pra nível médio, mas isso não quer dizer nada, absolutamente
nada!!! Temos que persistir. Cada concurso é uma história. Eu acredito que concurso
envolve um pouco de sorte, mas você só tem o direito de contar com a sorte depois
que já se preparou muito. Digamos que a sorte é critério de desempate, e como diz
o Muricy: Quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Li o Paludo uma vez e gostei. Depois fiquei fazendo aulas
em pdf e questões do QC.
CONTABILIDADE GERAL: O cursinho básico do Sasaki do Pro cursos é muito bom pra
quem tá começando. Não conheço livros, porque nunca estudei direito essa matéria.
DIREITO P. CIVIL: No caso do TCU, leitura das leis secas (ação popular, ação civil
publica etc...) e material em pdf.
ATUALIDADES: não sei como estudar isso, vou com o que eu sei.
INGLÊS: Vou sempre com o que eu sei, nunca vi um material bom pra essa matéria.
Quanto a utilizar pdf ou video aulas, depende de dois fatores: o tempo para a prova
e o dominio da matéria. Se é uma matéria que vc já tem alguma base, não tenha
dúvida: pdf é o que há.
Agora, se vc não conhece muito da matéria, a video aula é mais útil, porém, toma
mais tempo. O mesmo conteúdo que pode ser estudado em, vamos dizer, 8 a 10
horas de pdf; demora, no minimo, o dobro em video aulas. Logo, se vc não tem
muito tempo pra prova, a video aula é inviável. Por outro lado, se é uma preparação
de longo prazo, recomendo começar pelas video aulas, que são mais fáceis, e depois
partir para o pdf.
Cara, conciliação muito próxima de zero kkkkk. Nesse período de 2 anos foi foco
total. Não fui a casamentos, batizados, festinhas, cinema muito lá de vez em quando,
não fazia atividade fisica, dieta eu fiz a da lua (só não comia a lua ). Amigos de outras
cidades vinham passear em Brasilia e eu nem encontrá-los ia. Entre um edital e
outro tirava um fim de semana aqui e acolá. Li num texto uma vez que depois que vc
passasse todo mundo ia te perdoar pela sua ausência e acabou sendo verdade.
Ainda bem que minha mulher não me largou Resumindo, não sou um bom
exemplo de conciliação hehe. Abraço.
Pego alguma matéria que é muito dificil, que tenha peso pequeno, ou que seja
muito extensa, ou ainda que seja muito fácil hehe. No concurso da CGU, por
exemplo, a matéria de CASP era enorme pra 5 questões apenas, ou seja, não
compensava estudar. Procure sacrificar as matérias que tenham a pior relação
custo/beneficio.
Charles!! Nossa, obrigada! Caramba... eu até chorei com seu depoimento, pois hoje
é dia 27/12 são 1:55 da manhã e eu simplesmente não consigo dar continuidade no
meu planejamento para o TCDF por causa da minha ressaca do TCU. Nossa, como
fiquei triste que não passei... até hoje perco o sono. Estou precisando de uma injeção
de ânimo para voltar a estudar. Dei tudo de mim. Mas, não deu certo.
Obrigada. Vou repensar. Preciso voltar a estudar. Minha vida está "dentro do
saquinho" desde o Edital de 2011. Confesso que estou um pouco com medo de ficar
o resto da vida estudando...
Caramba... precisava de uma pessoa assim para conversar hoje!
Valeu! Valeu mesmo! Abç!
Não vou falar pra vc não desanimar, porque o desânimo aparece de vez em quando,
é normal. O que vc não pode fazer é desistir e se entregar, isso não! Mesmo nos dias
de desânimo, estude. Tem um fábula que eu gosto muito, não se vc conhece, a dos
lobos que existem dentro de nós. Ela é curtinha, vou trascrevê-la aqui:
Uma noite, um sábio contou ao seu neto sobre a guerra que acontece dentro das
pessoas.
Ele disse: "A batalha é entre dois lobos' que vivem dentro de todos nós".
Um é mau: é a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si
mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade e
ego.
O outro é bom: é alegria, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade,
benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.
O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: "Qual lobo vence?"
O sábio respondeu: "Vence aquele que você alimenta..."
O concurso do tcdf tá aí e é um ótimo concurso, há quem diga que é até melhor que
o tcu. Pense que vc é uma candidata forte, já experiente e que uma vaga será sua.