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POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS

SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PÚBLICO


SOLDADO

a
OC rov
SOLDADO

a A de p
Nome do Candidato Inscrição

P
Instruções

ato
1. Confira seu nome, o número do seu documento e o número
de sua inscrição na Folha de Respostas. Além disso, não se
esqueça de conferir seu Caderno de Questões quanto a falhas
de impressão e de numeração. Preencha os campos destina-
rm
dos à assinatura e ao número de inscrição. Qualquer divergên-
nc
cia, comunique ao fiscal.
a p no fo

Composição do Caderno 2. O único documento válido para avaliação é a Folha de Respos-


ba

tas. Só é permitido o uso de caneta esferográfica transparente


Língua Portuguesa 01 a 10 de cor azul ou preta para o preenchimento da Folha de Respos-
tas, que deve ser preenchida da seguinte maneira:
ela

Realidade Étnica, Social,


Histórica, Geográfica, Cultural, 3. O prazo de realização da prova é de 4 (quatro) horas, incluindo
11 a 15
do

Política e Econômica do Estado a marcação da Folha de Respostas. Após 60 (sessenta) minu-


de Goiás tos do início da prova, o candidato estará liberado para utilizar
o sanitário ou deixar definitivamente o local de aplicação, não
�ap sea

Noções de Direito Penal 16 a 20 podendo, no entanto, levar o Caderno de Questões e nenhum


tipo de anotação de suas respostas.
ad

Noções de Direito Constitucional 21 a 26


4. Ao término de sua prova, comunique ao fiscal, devolvendo-lhe
Ba

Noções de Direito a Folha de Respostas devidamente preenchida e assinada.


lic

27 a 31 O candidato poderá levar consigo o Caderno de Questões


Processual Penal
somente se aguardar em sala até o término do prazo de reali-
Noções de Direito Administrativo 32 a 37 zação da prova estabelecido em edital.

Noções de Direito Penal Militar 38 a 41 5. Os 3 (três) últimos candidatos só poderão retirar-se da sala
juntos, após assinatura do Termo de Fechamento do envelope
Noções de Direito Processual de retorno.
42 a 46
Penal Militar
6. As provas e os gabaritos preliminares estarão disponíveis
Legislação Extravagante 47 a 50 no site do Instituto AOCP - www.institutoaocp.org.br, no dia
posterior à aplicação da prova.

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tantes em Edital, no presente Caderno ou na Folha de Respos-
tas incorrerá na eliminação do candidato.
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PM/GO – 2° Simulado fica não experimentar dificuldade, obstáculo,
Soldado – Pós-Edital 40 resistência ou qualquer outro impedimento
aos movimentos pretendidos ou concebí-
Língua Portuguesa veis. Como observou Arthur Schopenhauer,
Fidelis Almeida a “realidade” é criada pelo ato de querer; é
a teimosa indiferença do mundo em relação
Texto I
45 à minha intenção, a relutância do mundo em
se submeter à minha vontade, que resulta na
Texto para responder às questões de números percepção do mundo como “real”, constran-
1 a 8. gedor, limitante e desobediente. Sentir-se li-
vre das limitações, livre para agir conforme
1  Ao fim das “três décadas gloriosas” que
50 os desejos, significa atingir o equilíbrio entre
se seguiram ao final da Segunda Guerra Mun- os desejos, a imaginação e a capacidade de
dial — as três décadas de crescimento sem agir: sentimo-nos livres na medida em que a
precedentes e de estabelecimento da riqueza imaginação não vai mais longe que nossos
5 e da segurança econômica no próspero Oci- desejos e que nem uma nem os outros ultra-
dente — Herbert Marcuse reclamava:
55 passam nossa capacidade de agir. O equilí-
 brio pode, portanto, ser alcançado e mantido
Em relação a hoje e à nossa própria de duas maneiras diferentes: ou reduzindo
condição, creio que estamos diante de os desejos e/ou a imaginação, ou ampliando
uma situação nova na história, porque nossa capacidade de ação. Uma vez alcan-
10 temos que ser libertados de uma so-
60 çado o equilíbrio, e enquanto ele se mantiver,
ciedade rica, poderosa e que funciona “libertação” é um slogan sem sentido, pois
relativamente bem … O problema que falta-lhe força motivacional.
enfrentamos é a necessidade de nos  Tal uso nos permite distinguir entre liber-
libertarmos de uma sociedade que de- dade “subjetiva” e “objetiva” — e também en-
15 senvolve em grande medida as neces-
65 tre a “necessidade de libertação” subjetiva e
sidades materiais e mesmo culturais do objetiva. Pode ser que o desejo de melhorar
homem — uma sociedade que, para tenha sido frustrado, ou nem tenha tido opor-
usar um slogan, cumpre o que prome- tunidade de surgir (por exemplo, pela pressão
teu a uma parte crescente da popula- do “princípio de realidade” exercido, segundo
20 ção. E isso implica que enfrentamos a
70 Sigmund Freud, sobre a busca humana do
libertação de uma sociedade na qual prazer e da felicidade); as intenções, fossem
a libertação aparentemente não conta elas realmente experimentadas ou apenas
com uma base de massas. imagináveis, foram adaptadas ao tamanho da
 capacidade de agir, e particularmente à capa-
 Devermos nos emancipar, “libertar-nos
75 cidade de agir razoavelmente — com chance
25 da sociedade”, não era problema para Mar- de sucesso. Por outro lado, pode ser que, pela
cuse. O que era um problema — o problema manipulação direta das intenções — uma for-
específico para a sociedade que “cumpre o ma de “lavagem cerebral” — nunca se pudes-
que prometeu” — era a falta de uma “base de se chegar a verificar os limites da capacidade
massas” para a libertação. Para simplificar:
80 “objetiva” de agir, e menos ainda saber quais
30 poucas pessoas desejavam ser libertadas, eram, em primeiro lugar, essas intenções,
menos ainda estavam dispostas a agir para acabando-se, portanto, por colocá-las abaixo
isso, e virtualmente ninguém tinha certeza do nível da liberdade “objetiva”.
de como a “libertação da sociedade” poderia Fragmento extraído de BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida.
distinguir-se do Estado em que se encontrava. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001.
35  “Libertar-se” significa literalmente libertar-
-se de algum tipo de grilhão que obstrui ou im-
pede os movimentos; começar a sentir-se livre
para se mover ou agir. “Sentir-se livre” signi-

SOLDADO 3
1. O texto apresenta o objetivo principal de 4. Das expressões seguintes, não funciona
(A) contrapor a devastação produzida pela Se- como recurso coesivo textual
gunda Guerra Mundial ao crescimento eco- (A) o pronome relativo “que” (l.1).
nômico durante as três décadas seguintes. (B) a expressão “o problema específico”
(B) apontar a impossibilidade de haver uma (l.26-27).
base massiva social para a libertação. (C) o pronome “ele” (l.60).
(C) constatar a inexistência de uma ampla base (D) a expressão “uma forma de ‘lavagem cere-
social que se lance à própria libertação. bral’” (l.78).
(D) diferenciar liberdade “subjetiva” e “objetiva”. (E) a expressão “manipulação direta” (l.77).
(E) opor a indiferença do mundo às intenções
dos indivíduos. 5. A expressão “sem precedentes” (l.3-4)
somente não equivale semanticamente a
2. Leia as afirmativas seguintes: (A) único.
(B) inédito.
I – Há uma contradição aparente no desejo (C) singular.
de se libertar de uma sociedade rica, po- (D) inconcebível.
derosa, com bom funcionamento. (E) sem paralelo.
II – O desejo de libertação estava presente em
muitas pessoas, porém poucas sabiam 6. Predomina no texto a função da linguagem
como agir para atingir o estado de liberdade. (A) metalinguística
III – No estado de liberdade, o indivíduo equi- (B) emotiva
libra os desejos, a imaginação e a capa- (C) conativa
cidade de ação. (D) fática
(E) referencial
Está (ão) plenamente de acordo com o
texto I a (s) afirmativa (s): 7. Assinale a alternativa em que não se
(A) I. apresenta um argumento do autor.
(B) I e II. (A) “O que era um problema — o problema es-
(C) I e III. pecífico para a sociedade que ‘cumpre o
(D) II e III. que prometeu’ — era a falta de uma ‘base
(E) I, II e III. de massas’ para a libertação.” (l.26-29)
(B) “Sentir-se livre das limitações, livre para
3. Leia o período seguinte: “Como obser- agir conforme os desejos, significa atingir o
vou Arthur Schopenhauer, a ‘realidade’ equilíbrio entre os desejos, a imaginação e
é criada pelo ato de querer; é a teimosa a capacidade de agir: sentimo-nos livres na
indiferença do mundo em relação à mi- medida em que a imaginação não vai mais
nha intenção, a relutância do mundo em longe que nossos desejos e que nem uma
se submeter à minha vontade, que resul- nem os outros ultrapassam nossa capacida-
ta na percepção do mundo como ‘real’, de de agir.” (l.48-55)
constrangedor, limitante e desobedien- (C) “O equilíbrio pode, portanto, ser alcança-
te.” (l.42-48). do e mantido de duas maneiras diferentes:
Nele, a oração destacada encerra ou reduzindo os desejos e/ou a imagina-
relação de: ção, ou ampliando nossa capacidade de
(A) comparação. ação.” (l.55-59)
(B) conformidade. (D) “Tal uso nos permite distinguir entre liberda-
(C) modo. de ‘subjetiva’ e ‘objetiva’ — e também entre
(D) causa. a ‘necessidade de libertação’ subjetiva e ob-
(E) consequência. jetiva.” (l.63-66)
(E) “Por outro lado, pode ser que, pela mani-
pulação direta das intenções — uma forma
de ‘lavagem cerebral’ — nunca se pudesse

SOLDADO 4
chegar a verificar os limites da capacidade 10. Assinale a alternativa que classifica cor-
‘objetiva’ de agir, e menos ainda saber quais retamente o gênero de discurso.
eram, em primeiro lugar, essas intenções, (A) “Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
acabando-se, portanto, por colocá-las abai- — Quem me dera que fosse aquela loura
xo do nível da liberdade ‘objetiva’.” (l.76-83) estrela, que arde no eterno azul, como uma
eterna vela!” (Machado de Assis) – discur-
8. Assinale o excerto em que a(s) vírgula(s) so indireto
não separa(m) estruturas sintaticamente (B) “— Quem te ensinou, guerreiro branco, a
coordenadas. linguagem de meus irmãos? Donde vieste a
(A) “Para simplificar: poucas pessoas deseja- estas matas, que nunca viram outro guerrei-
vam ser libertadas, menos ainda estavam ro como tu?” (José de Alencar) – discurso
dispostas a agir para isso, e virtualmente
indireto livre
ninguém tinha certeza de como a ‘libertação
(C) “O outro quis argumentar: — Mas vem cá,
da sociedade’ poderia distinguir-se do Esta-
fulano, sou teu amigo, que diabo! Luto é
do em que se encontrava.” (l.29-34)
uma coisa mórbida, doentia, desagradável!”
(B) “‘Sentir-se livre’” significa não experimentar
(Nelson Rodrigues) – discurso direto livre
dificuldade, obstáculo, resistência ou qual-
(D) “Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce
quer outro impedimento aos movimentos
pretendidos ou concebíveis.” (l.38-42) de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Dei-
(C) “...é a teimosa indiferença do mundo em xa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei
relação à minha intenção, a relutância do de dar conta deste danisco... Se uma cobra
mundo em se submeter à minha vonta- picasse seu Soronho...” (Guimarães Rosa) –
de...” (l.43-46) discurso indireto livre
(D) “Pode ser que o desejo de melhorar tenha (E) “Imagino Irene entrando no céu: — Licença,
sido frustrado, ou nem tenha tido oportuni- meu branco! E São Pedro bonachão: — En-
dade de surgir...” (l.66-68) tra, Irene. Você não precisa pedir licença.”
(E) “...as intenções, fossem elas realmente ex- (Manuel Bandeira) – discurso indireto
perimentadas ou apenas imagináveis, foram
adaptadas ao tamanho da capacidade obje- Realidade Étnica, Social, Histórica,
tiva de agir...” (l.71-80) Geográfica, Cultural, Política e Econômica
do Estado de Goiás
9. Assinale a frase que não apresenta traço
Kleber Caverna
de língua não padrão.
(A) A gente via muitas estrelas no sertão duran-
11. A ocupação do território de Goiás foi ini-
te o amanhecer.
ciada no século XVIII, por meio da des-
(B) Eu vi ele ontem à noite.
coberta de reservas de ouro na região. A
(C) O jantar na casa da poetisa foi maravilhoso.
maior parte dos pioneiros do povoamen-
(D) Tem dias que os alunos quase não frequen-
to goiano veio de São Paulo, por meio
tam as aulas.
das bandeiras, que desbravaram as áreas
(E) Me levantei pela manhã e ainda todos esta-
próximas ao território paulista. O primei-
vam dormindo.
ro núcleo urbano fundado foi a cidade de
Goiás, antiga capital do estado. Além de
Goiás, que era um centro urbano impor-
tante do período da mineração estadual,
foram fundadas outras cidades históri-
cas, como Pirenópolis. Antigamente a ci-
dade de Pirenópolis era chamada:
(A) Arraial de Sant'Anna.
(B) Serra dos Martírios.
(C) Petrônia de Goiás.
(D) Meia Ponte.
(E) Vila Boa.

SOLDADO 5
12. “Um dos primeiros atos políticos foi executar a política de transferência da capital. Primeiro
realizou um levantamento para escolha do local onde seria construída a nova capital, a região
escolhida era próxima à cidade de Campinas (Campininha das Flores). Depois iniciou as obras
da construção da nova capital, Goiânia, em 1933. A capital foi transferida por decreto no ano de
1937, selando o fim de mais de 200 anos da Cidade de Goiás como capital do Estado. Getúlio
Vargas, que havia instalado a Revolução, monopolizou o poder e nomeou o interventor.”
Assinale a alternativa correta em relação ao nome que concerne à oposição feita naquele mo-
mento pelo novo Interventor.
(A) Aos Ludovico.
(B) Aos Caiado.
(C) Aos Bulhões.
(D) Aos Fleury.
(E) Aos Bertholdo.

13. Relacione a coluna 1 com a coluna 2 que trazem, respectivamente, sobre a construção
de Goiânia.

(1) Eurico Viana ( ) Já em 1933, quando do lançamento da pedra fundamental,


o jornal “O Social”, da cidade de Goiás, lançou o concurso
“Como se deve chamar a Nova Capital?”, aberto à participação
de todos os cidadãos. A primeira sugestão veio do intelectual
Léo Lynce, que lançou o nome “Petrônia”, em homenagem a
Pedro Ludovico, fundador da cidade; aos imperadores do Brasil
Dom Pedro I e Dom Pedro II; e a Pedro, discípulo de Jesus e
fundador da Igreja Católica. Outra sugestão veio do codinome
Caramuru Silva do Brasil para fazer sua indicação. Foi ele quem
sugeriu o nome que, posteriormente, seria o escolhido: Goiâ-
nia. Para ele, a palavra tinha o significado de Nova Goiás, ou
seja, a capital que sucederia a antiga Vila Boa e seria, também,
um prosseguimento dessa.
(2) Attilio Corrêa Lima ( ) Foi o primeiro prefeito eleito diretamente em Goiânia. Eurico
governou a cidade de novembro de 1947 a janeiro de 1951.
(3) Alfredo de Castro ( ) Foi um arquiteto, urbanista e paisagista brasileiro, sendo o
primeiro urbanista formado do Brasil. Seu projeto mais conhe-
cido foi o plano urbanístico de Goiânia.

Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.


(A) 2, 1, 3.
(B) 1, 2, 3.
(C) 3, 1, 2.
(D) 1, 3, 2.
(E) 2, 3, 1.

SOLDADO 6
14. Assinale a alternativa que representa os (D) Situado no coração do Brasil, o Goiás os-
setores Primário, Secundário e Terciário tenta a beleza singular do Cerrado, cuja ve-
em Goiás, respectivamente. getação é marcada por árvores e arbustos
tortuosos, cascas grossas e raízes pouco
profundas, caracterizando o escleromorfis-
mo oligotrófico.
(E) O clima em Goiás é o tropical, que se resu-
me a verões chuvosos e invernos secos, em
que os períodos de menor índice pluviomé-
trico ocorrem de maio a setembro.

Noções de Direito Penal


Érico Palazzo

16. De acordo com a Lei Penal no tempo e no


espaço, assinale a alternativa correta.
(A) A Lei Penal mais grave aplica-se ao crime
(A) Indústria; serviços; e agropecuária. continuado ou ao crime permanente, se a
(B) Agropecuária; serviços; e indústria. sua vigência é posterior à cessação da con-
(C) Indústria; agropecuária; e serviços. tinuidade ou da permanência.
(D) Agropecuária; indústria; e serviços. (B) A lei excepcional e a lei temporária podem
(E) Serviços; agropecuária; e indústria. ser caracterizadas como autorrevogáveis e
ultrativas, de forma que deverão ser aplica-
15. O estado de Goiás está localizado na Re- das aos fatos ocorridos durante a sua vigên-
gião Centro-Oeste do Brasil. É o estado cia, mesmo após sua revogação, ainda que
mais populoso dessa região. Seus limites prejudiciais ao réu.
são com Tocantins (Norte); Minas Gerais (C) Não se aplica a lei brasileira na hipótese de
(Sul e Leste); Mato Grosso (Oeste); Bahia um homicídio praticado por John, cidadão
(Nordeste); Mato Grosso do Sul (Sudo- americano, contra Ramiro, cidadão Uru-
este), e Distrito Federal. A extensão ter- guaio, ocorrido no interior de uma aeronave
ritorial de Goiás é de 340.086,698 Km², brasileira de propriedade privada, enquanto
divididos em 246 municípios. A capital do esta sobrevoava o Oceano Atlântico.
estado é Goiânia, segunda cidade mais (D) É considerado crime de extraterritorialidade
populosa da região Centro-Oeste. Sobre incondicionada, sujeito à lei brasileira, o cri-
Goiás e suas paisagens, assinale a alter- me de tráfico de drogas cometido por brasi-
nativa correta. leiro no exterior, ainda que o agente lá tenha
(A) Sobre o relevo, o território goiano apresenta sido absolvido ou condenado.
de média a alta declividade, onde mais da (E) A pena cumprida no estrangeiro atenua a
metade da superfície é formada por terras pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
relativamente planas, os chamados chapa- quando diversas, mas não poderá ser nela
dões, serras e picos. computada, ainda que idênticas.
(B) É dentro do território goiano que nascem
drenagens alimentadoras de três importan-
tes rios: Araguaia, Tocantins e Paraná.
(C) O povoamento do estado de Goiás inten-
sificou-se em decorrência de uma série de
políticas públicas para a ocupação e de-
senvolvimento econômico da porção oeste
do território brasileiro, a chamada “Frente
para o Oeste”.

SOLDADO 7
17. De acordo com a Súmula 17 do STJ, quan- 20. Sobre o crime de advocacia administrati-
do o falso se exaure no estelionato, sem va, marque a alternativa correta.
mais potencialidade lesiva, é por este (A) Ocorre quando o funcionário público deixa,
absorvido. Essa súmula se baseia no se- por indulgência, de responsabilizar subor-
guinte princípio solucionador do conflito dinado que cometeu infração no exercí-
aparente de normas: cio do cargo.
(A) consunção. (B) Ocorre quando o funcionário público pratica,
(B) subsidiariedade. deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
(C) especialidade. com infração de dever funcional, cedendo a
(D) alternatividade. pedido ou influência de outrem.
(E) proporcionalidade. (C) Ocorre quando um particular solicita van-
tagem, a pretexto de influir em ato prati-
18. A interpretação da lei penal é dispensável cado por funcionário público no exercício
quando não há conteúdo escrito; afinal, da função.
sem texto não há o que se interpretar. (D) Trata-se de crime comum, podendo ser
Marque a alternativa que não configura praticado por funcionários públicos ou
uma forma de interpretação. particulares;
(A) Autêntica. (E) Consuma-se ainda que o interesse patroci-
(B) Gramatical. nado seja legítimo.
(C) Extensiva.
(D) Analogia. Noções de Direito Constitucional
(E) Declaratória. Ricardo Blanco

19. Sobre os crimes praticados por meios 21. São brasileiros natos:
eletrônicos e outros temas, marque a al- (A) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro
ternativa correta. ou de mãe brasileira, desde que registra-
(A) O furto qualificado pela fraude eletrônica (art. dos em repartição brasileira competente ou
155, § 4ºB, do CP) é punido de forma mais venham a residir na República Federativa
severa que o furto qualificado pelo emprego do Brasil e optem, em qualquer tempo, de-
de explosivos (art. 155, § 4º-A, do CP). pois de atingida a maioridade, pela nacio-
(B) O crime de invasão de dispositivo informáti- nalidade brasileira.
co (art. 154-A do CP) só se consuma se hou- (B) os nascidos na República Federativa do
ver violação de mecanismo de segurança. Brasil, ainda que de país estrangeiros, des-
(C) A qualificadora da fraude eletrônica (art. 171, de que esses estejam a serviço de seu país.
§ 2º-A, do CP) é a única hipótese qualificada (C) os que, na forma da lei, adquiram a nacionali-
do estelionato. dade brasileira exigidos aos originários de pa-
(D) Crimes contra a honra praticados por meio íses de língua portuguesa apenas residência
das redes sociais, na rede mundial de com- por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
putadores, terão a pena aplicada em dobro. (D) os estrangeiros de qualquer nacionalidade
(E) O crime de inserção de dados falsos em sis- residentes na República Federativa do Bra-
tema de informações (art. 313-A do CP) se sil há mais de quinze anos ininterruptos e
consuma com a efetiva obtenção da vanta- sem condenação penal, desde que requei-
gem almejada pelo funcionário público. ram a nacionalidade brasileira.
(E) os portugueses com residência permanente
no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros.

SOLDADO 8
22. Alice, de 35 anos de idade, cujo país de ori- 24. Sobre os Municípios, assinale a alternati-
gem é a França, reside no Brasil há quinze va que está de acordo com o disposto na
anos, ininterruptos, e, sem condenação pe- Constituição Federal.
nal, já obteve a nacionalidade brasileira. De (A) O total da despesa com a remuneração
acordo com a Constituição Federal, quanto dos Vereadores não poderá ultrapassar o
à possibilidade de Alice pleitear determina- montante de quinze por cento da receita
do mandato político, mediante eleição po- do Município.
pular, assinale a alternativa correta. (B) O julgamento do prefeito deverá ser feito pe-
(A) Alice é elegível para todos os cargos do Po- rante o Superior Tribunal de Justiça.
der Executivo da União, dos Estados e do (C) A Câmara Municipal não gastará mais de se-
Distrito Federal. tenta por cento de sua receita com folha de
(B) Uma vez sucessora do Prefeito no curso do pagamento, incluído o gasto com o subsídio
mandato, Alice poderá ser eleita Prefeita do de seus Vereadores.
Município para o período subsequente, com (D) As contas dos Municípios ficarão, durante
direito a reeleição. noventa dias, anualmente, à disposição de
(C) Alice é inelegível para cargo político, pois, qualquer contribuinte.
apesar de naturalizada, reside no Brasil há (E) O parecer prévio, emitido pelo órgão com-
menos de 20 anos. petente sobre as contas que o Prefeito deve
(D) Considerando sua condição de brasileira na- anualmente prestar, só deixará de prevale-
turalizada, Alice é inelegível para os cargos cer por decisão de um terço dos membros
de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli- da Câmara Municipal.
ca Federativa do Brasil.
(E) Uma vez eleita Deputada, Alice poderá che- 25. Considerando o disposto na Constitui-
gar à Presidência da Câmara dos Deputa- ção Federal, segundo entendimento do
dos e à Presidência do Senado Federal. Supremo Tribunal Federal, a adoção de
medida provisória pelos Municípios é:
23. De acordo com o que disciplina a Consti- (A) constitucional, desde que haja previsão ex-
tuição Federal, compete privativamente à pressa na Constituição Estadual e na Lei
União legislar sobre: Orgânica Municipal autorizando sua adoção
(A) juntas comerciais.
em âmbito municipal.
(B) custas dos serviços forenses. (B) inconstitucional, uma vez que o texto constitu-
(C) populações indígenas.
cional veda expressamente a adoção dessa
(D) produção e consumo.
espécie normativa pelos estados e municípios.
(E) proteção ao meio ambiente. (C) inconstitucional, uma vez que o texto cons-
titucional veda implicitamente a adoção
dessa espécie normativa pelos estados e
municípios.
(D) constitucional, desde que haja previsão ex-
pressa na Constituição Estadual autorizan-
do sua adoção em âmbito municipal, não
sendo necessária previsão na Lei Orgânica
Municipal.
(E) constitucional, desde que haja previsão
expressa na Lei Orgânica Municipal, auto-
rizando sua adoção em âmbito municipal,
não sendo necessária previsão na Constitui-
ção Estadual.

SOLDADO 9
26. Assinale a opção incorreta em relação 28. O Delegado de Polícia, em determinado
aos direitos individuais. dia, estava em rondas pela região, quan-
(A) Ninguém será privado de direitos por moti- do observou um indivíduo subtraindo a
vo de crença religiosa ou de convicção filo- bolsa de uma mulher. Realizou o acompa-
sófica ou política, salvo se as invocar para nhamento, não conseguiu prendê-lo. Ins-
eximir-se de obrigação legal a todos imposta taurou-se Inquérito Policial. Nesse caso,
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, a notitia criminis é chamada de:
fixada em lei. (A) indireta.
(B) É livre a expressão da atividade intelectual, (B) mediata.
artística, científica e de comunicação, inde- (C) coercitiva.
pendentemente de censura ou licença. (D) coativa.
(C) São invioláveis a intimidade, a vida privada, (E) imediata.
a honra e a imagem das pessoas, assegura-
do o direito a indenização pelo dano material 29. A notitia criminis inqualificada é:
ou moral decorrente de sua violação. (A) aquela em que o delegado de polícia, du-
(D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, nin- rante rondas de rotina, presencia o fato
guém nela podendo penetrar sem consen- criminoso.
timento do morador, salvo em caso de fla- (B) aquela em que o delegado de polícia toma
grante delito ou desastre, ou para prestar ciência do fato por matéria jornalística.
socorro, ou, durante o dia, por determina- (C) aquela em que o delegado de polícia toma
ção judicial. ciência por notícia anônima.
(E) É inviolável o sigilo da correspondência e (D) aquela em que o delegado de polícia toma
das comunicações telegráficas, de dados ciência por agente de polícia.
e das comunicações telefônicas, salvo, no (E) aquela em que o delegado de polícia toma
primeiro caso, por ordem judicial, nas hipó- ciência por policial militar em serviço.
teses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução 30. A respeito da busca pessoal realizada em
processual penal. pessoa do sexo feminino, assinale a al-
ternativa correta.
Noções de Direito Processual Penal (A) É inadmissível, em qualquer hipótese.
Diego Henrique (B) É admissível, desde que haja o consenti-
mento da pessoa a ser abordada.
27. Dentre os princípios do processo penal, (C) É admissível, desde que em horário diurno.
assinale aquele que é específico para o (D) É admissível, desde que feita por policial do
Tribunal do Júri. sexo feminino.
(A) Contraditório. (E) É admissível, podendo ser realizada por po-
(B) Ampla defesa. licial do sexo masculino, para não importar
(C) Paridade de armas. retardamento ou prejuízo da diligência.
(D) Vedação a provas ilícitas.
(E) Plenitude de Defesa. 31. A respeito do exame de corpo de delito,
assinale a alternativa que aponta correta-
mente o horário indicado pelo CPP para a
sua realização.
(A) Das 5h às 21h.
(B) Das 6h às 18h.
(C) Das 6h às 20h.
(D) Qualquer horário.
(E) Das 8h às 18h.

SOLDADO 10
Noções de Direito Administrativo 36. Yolanda, vigilante sanitária da Secretaria
Raphael Spyere de Saúde do Estado de Goiás, promo-
veu a interdição de um estabelecimento
32. A prevalência do interesse público per- comercial diante de graves violações sa-
mite que os contratos administrativos nitárias. No caso apresentado, Yolanda
sejam alterados unilateralmente para aplicou o Poder:
ajuste das especificações à determinada (A) de Polícia.
demanda do Poder Contratante. Cuida-se (B) Disciplinar.
de prerrogativa especial que a doutrina (C) Regulamentar.
usa chamar de cláusulas: (D) de Punir.
(A) pétreas. (E) Hierárquico.
(B) exorbitantes.
(C) gerais. 37. Há exigência constitucional de concurso
(D) leoninas. público para o provimento de cargos dos
(E) del credere. quadros permanentes de uma autarquia.
Tal processo administrativo busca ga-
33. Uma das acepções conceituais de Admi- rantir a isonomia, a impessoalidade e a
nistração Pública é a que compreende o transparência das seleções públicas. Na
conjunto de órgãos que integram a estru- doutrina, os agentes selecionados nas
tura de um ente federativo. Esse sentido condições propostas são denominados:
é denominado: (A) empregados públicos.
(A) subjetivo. (B) agentes temporários.
(B) funcional. (C) servidores públicos.
(C) técnico. (D) militares.
(D) amplo. (E) agentes políticos.
(E) restrito.
Noções de Direito Penal Militar
34. “Adequação entre os meios e fins, veda- Leandro Antunes
da a imposição de obrigações, restrições
e sanções em medida superior àquelas 38. Acerca dos dispositivos contidos no títu-
estritamente necessárias ao atendimento lo “Do Crime” do CPM, assinale a alterna-
do interesse público”. Esse enunciado, tiva incorreta.
extraído da Lei Geral de Processos Admi- (A) O resultado de que depende a existência
nistrativos, está diretamente associado do crime somente é imputável a quem lhe
ao princípio da: deu causa. Considera-se causa a ação ou
(A) Impessoalidade. omissão sem a qual o resultado não te-
(B) Moralidade. ria ocorrido.
(C) Proporcionalidade. (B) A superveniência de causa relativamente in-
(D) Publicidade. dependente exclui a imputação quando, por
(E) Finalidade. si só, produziu o resultado.
(C) A omissão é relevante como causa quando
o omitente devia e podia agir para evitar o
35. A pena administrativa aplicada a um po- resultado.
licial militar da corporação do Estado de (D) O dever de agir incumbe a quem tenha
Goiás, observado o contraditório e a am- por lei obrigação de cuidado, proteção ou
pla defesa, é corolário do Poder: vigilância.
(A) de Polícia. (E) O dever de agir incumbe a quem, de outra
(B) Disciplinar. forma, assumiu a responsabilidade de impe-
(C) Regulamentar. dir a conduta.
(D) de Punir.
(E) Hierárquico.

SOLDADO 11
39. Acerca dos dispositivos contidos no títu- 41. Acerca dos dispositivos relacionados ao
lo “Do Crime” do CPM, assinale a alterna- erro no CPM, assinale a alternativa incorreta.
tiva correta. (A) A pena pode ser atenuada ou substituída
(A) O crime consumado ocorre quando nele se por outra menos grave quando o agente,
reúnem quase todos os elementos de sua salvo em se tratando de crime que atente
definição legal. contra o dever militar, supõe lícito o fato, por
(B) O crime tentado ocorre quando, iniciada a ignorância ou erro de interpretação da lei,
execução, não se consuma por vontade se escusáveis.
do agente. (B) É isento de pena quem, ao praticar o crime,
(C) A tentativa é sempre punida com a pena cor- supõe, por erro plenamente escusável, a
respondente ao crime, diminuída de um a inexistência de circunstância de fato que o
dois terços. constitui ou a existência de situação de fato
(D) O agente que, voluntariamente, desiste de que tornaria a ação legítima.
prosseguir na execução ou impede que o re- (C) Se o erro deriva de culpa, a este título res-
sultado se produza, só responde pelos atos ponde o agente, se o fato é punível como
já praticados. crime culposo.
(E) Quando, por ineficácia absoluta do meio (D) Se o erro é provocado por terceiro, responde-
empregado ou por relativa impropriedade do rá este pelo crime, a título apenas de culpa.
objeto, é impossível consumar-se o crime, (E) Quando o agente, por erro de percepção
nenhuma pena é aplicável. ou no uso dos meios de execução, ou ou-
tro acidente, atinge uma pessoa em vez de
40. Acerca dos dispositivos contido no título outra, responde como se tivesse praticado o
“Do Crime” do CPM, assinale a alternati- crime contra aquela que realmente preten-
va incorreta. dia atingir. Devem ter-se em conta não as
(A) O crime será doloso, quando o agente quis o condições e qualidades da vítima, mas as
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. da outra pessoa, para configuração, qualifi-
(B) O crime será culposo, quando o agente, dei-
cação ou exclusão do crime, e agravação ou
xando de empregar a cautela, atenção, ou atenuação da pena.
diligência ordinária, ou especial, a que esta-
va obrigado em face das circunstâncias, não Noções de Direito Processual
prevê o resultado que podia prever. Penal Militar
(C) O crime será culposo, quando o agente, dei- Leandro Antunes
xando de empregar a cautela, atenção, ou
diligência ordinária, ou especial, a que esta- 42. São causas de impedimento do juiz para
va obrigado em face das circunstâncias, pre- exercer a jurisdição no processo em
vê o resultado mas supõe levianamente que que, exceto:
não se realizaria ou que poderia evitá-lo. (A) como advogado ou defensor, órgão do Mi-
(D) Salvo os casos expressos em lei, ninguém nistério Público, autoridade policial, auxiliar
pode ser punido por fato previsto como cri- de justiça ou perito, tiver funcionado seu
me, senão quando o pratica dolosamente. cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim
(E) Pelos resultados que agravam especialmen- até o terceiro grau inclusive.
te as penas só responde o agente quando (B) ele próprio houver desempenhado qual-
os houver causado dolosamente. quer dessas funções ou servido como
testemunha.
(C) tiver funcionado como juiz de outra instân-
cia, pronunciando-se, de fato ou de direito,
sobre a questão.
(D) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente con-
sanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclu-
sive, for parte ou diretamente interessado.
(E) se for amigo íntimo ou inimigo de qual-
quer delas.

SOLDADO 12
43. São causas de suspeição do juiz para 45. Quanto ao previsto no CPPM, no que se re-
exercer a jurisdição no processo em fere às disposições referentes aos peritos e
que, exceto: intérpretes, assinale a alternativa incorreta.
(A) se for amigo íntimo ou inimigo de qual- (A) Os peritos e intérpretes serão de nomeação
quer delas. do juiz, sem intervenção das partes.
(B) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen- (B) Os peritos ou intérpretes serão nomeados
dente, de um ou de outro, estiver respon- de preferência dentre oficiais da inatividade,
dendo a processo por fato análogo, sobre atendida a especialidade.
cujo caráter criminoso haja controvérsia. (C) O perito ou intérprete prestará compromis-
(C) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguí- so de desempenhar a função com obedi-
neo ou afim até o segundo grau inclusive, ência à disciplina judiciária e de responder
sustentar demanda ou responder a proces- fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e
so que tenha de ser julgado por qualquer pelas partes.
das partes. (D) O encargo de perito ou intérprete não pode
(D) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente con- ser recusado, salvo motivo relevante que o
sanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclu- nomeado justificará, para apreciação do juiz.
sive, for parte ou diretamente interessado. (E) No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá
(E) se for presidente, diretor ou administrador aplicar multa correspondente até três dias
de sociedade interessada no processo. de vencimentos, se o nomeado os tiver fi-
xos por exercício de função; ou, se isto não
44. Quanto ao previsto no CPPM, no que se acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá de
refere às disposições referentes aos au- um décimo à metade do maior salário-míni-
xiliares juiz, assinale a alternativa correta. mo do país.
(A) Os funcionários ou serventuários da justiça
Militar são, nos processos em que funcio- 46. Não podem exercer a função de peritos
nam, auxiliares do juiz e do MPM, a cujas ou intérpretes no processo penal mili-
determinações devem obedecer. tar, exceto:
(B) O oficial de justiça providenciará para que (A) os que estiverem sujeitos a interdição que os
estejam em ordem e em dia as peças e ter- inabilite para o exercício de função pública.
mos dos processos. (B) os que tiverem prestado depoimento no pro-
(C) O escrivão realizará as diligências que lhe cesso ou opinado anteriormente sobre o ob-
atribuir a lei de organização judiciária militar jeto da perícia.
e as que lhe forem ordenadas por despacho (C) os que não tiverem habilitação ou idoneida-
do juiz, certificando o ocorrido, no respec- de para o seu desempenho.
tivo instrumento, com designação de lugar, (D) os menores de vinte e um anos.
dia e hora. (E) os maiores de 60 anos.
(D) As diligências do oficial de justiça serão fei-
tas durante o dia, em período que medeie
entre as seis e as vinte horas e, sempre que
possível, na presença de duas testemunhas.
(E) Os mandados que estão com o oficial de jus-
tiça serão entregues em cartório, logo depois
de cumpridos, salvo motivo de força maior.

SOLDADO 13
Legislação Extravagante 49. Marque a afirmativa verdadeira a respeito
Wallace França das disposições da Lei de Interceptações
Telefônicas.
47. Sobre os sujeitos passivos dos crimes (A) Por ser uma medida de ultima ratio, não
de abuso de autoridade, é incorreto poderá ser autorizada a interceptação tele-
afirmar que: fônica se a prova puder ser feita por outros
(A) servidores temporários podem cometer abu- meios disponíveis.
so de autoridade. (B) A interceptação das comunicações telefô-
(B) membros de tribunais poderão figurar como nicas poderá ser determinada pela autori-
sujeito ativo. dade policial, na investigação criminal, ou
(C) particulares não poderão ser sujeitos ativos pelo representante do Ministério Público, na
desses crimes. investigação criminal e na instrução proces-
(D) não comete crime de abuso de autoridade o sual penal.
sujeito que não tenha o dolo específico trazi- (C) A interceptação de comunicação telefônica,
do pela lei. de qualquer natureza, ocorrerá nos mesmos
(E) pessoas equiparadas aos Militares podem autos do inquérito policial ou do processo
cometer abuso de autoridade. criminal, preservando-se o sigilo das diligên-
cias, gravações e transcrições respectivas.
48. Dentre as afirmativas abaixo, marque a (D) A gravação que não interessar à prova será
única que não está entre o rol de compe- arquivada, seguindo o mesmo rito de arqui-
tências do SINARM. vamento presente no Código de Processo
(A) Identificar as características e a propriedade Penal usado para o inquérito policial.
de armas de fogo, mediante cadastro. (E) A referida lei criminaliza a captação ambien-
(B) Cadastrar as armas de fogo produzidas, im- tal clandestina.
portadas e vendidas no País.
(C) Cadastrar as autorizações de porte de arma 50. Para se definir determinado grupo
de fogo e as renovações expedidas pela Po- como organização criminosa, a Lei n.
lícia Federal. 12.850/2013 determina alguns critérios
(D) Registrar e conceder porte de trânsito de legais, exceto:
arma de fogo para colecionadores, atirado- (A) associação de 4 ou mais pessoas.
res e caçadores. (B) estrutura ordenada.
(E) Cadastrar as apreensões de armas de fogo, (C) divisão de tarefas necessariamente de ma-
inclusive as vinculadas a procedimentos po- neira formal.
liciais e judiciais. (D) objetivo de obter vantagem de qual-
quer natureza.
(E) prática de infrações penais cuja pena máxi-
ma sejam superiores a 4 anos ou que sejam
de caráter transnacional.

SOLDADO 14
Discursiva
Fernando Moura

Leia a situação hipotética a seguir.

 Servidores públicos de três categorias − professores, policiais civis e policiais militares − do Esta-
do de Goiás decidiram entrar em greve a partir do dia primeiro do mês seguinte. Os agentes públicos
alegam sucateamento de suas respectivas carreiras (por falta de condições materiais e de pessoal ade-
quadas para exercício de suas funções legais) e defasagem de seus vencimentos, que não são objeto
de recomposição da inflação há cinco anos, embora a norma constitucional assegure a revisão geral
anual de suas remunerações, o que não vem sendo observado pelo governo do estado.

Em face da situação hipotética narrada, com base na legislação sobre a matéria e na jurisprudên-
cia do Supremo Tribunal Federal, elabore um texto dissertativo, em no máximo 30 linhas, acerca dos
pontos seguintes.
1) A Constituição da República de 1988 e a legislação infraconstitucional preveem o direito de greve ao
servidor público de forma geral? Os servidores das três categorias mencionadas na situação hipoté-
tica podem exercer o direito de greve?
2) Caso haja greve, a Administração Pública do Estado de Goiás deve proceder ao desconto dos dias
de paralisação? É permitida a compensação pelos dias não trabalhados em caso de acordo?
3) É obrigatória a participação do poder público em mediação no caso concreto em relação aos poli-
ciais civis e militares?
4) A ausência de encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores
públicos, previstos no inciso X do art. 37 da CFRB/1988, gera direito subjetivo à indenização?
5) Por fim, o Poder Judiciário possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação
do projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos?
E para fixar diretamente o respectivo índice de correção?

SOLDADO 15
Rascunho

10

11

12

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21

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26

27

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30

SOLDADO 16
POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS
SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PÚBLICO

Gabarito

SOLDADO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C B E D E A E C D

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D B C D E B A D C E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A D C C A E E E C E

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
D B A C B A C E D E

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
D E D E B E C D A C

SOLDADO 17
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PM/GO – 2° Simulado fica não experimentar dificuldade, obstáculo,
Soldado – Pós-Edital 40 resistência ou qualquer outro impedimento
aos movimentos pretendidos ou concebí-
Língua Portuguesa veis. Como observou Arthur Schopenhauer,
Fidelis Almeida a “realidade” é criada pelo ato de querer; é
a teimosa indiferença do mundo em relação
Texto I
45 à minha intenção, a relutância do mundo em
se submeter à minha vontade, que resulta na
Texto para responder às questões de números percepção do mundo como “real”, constran-
1 a 8. gedor, limitante e desobediente. Sentir-se li-
vre das limitações, livre para agir conforme
1  Ao fim das “três décadas gloriosas” que
50 os desejos, significa atingir o equilíbrio entre
se seguiram ao final da Segunda Guerra Mun- os desejos, a imaginação e a capacidade de
dial — as três décadas de crescimento sem agir: sentimo-nos livres na medida em que a
precedentes e de estabelecimento da riqueza imaginação não vai mais longe que nossos
5 e da segurança econômica no próspero Oci- desejos e que nem uma nem os outros ultra-
dente — Herbert Marcuse reclamava:
55 passam nossa capacidade de agir. O equilí-
 brio pode, portanto, ser alcançado e mantido
Em relação a hoje e à nossa própria de duas maneiras diferentes: ou reduzindo
condição, creio que estamos diante de os desejos e/ou a imaginação, ou ampliando
uma situação nova na história, porque nossa capacidade de ação. Uma vez alcan-
10 temos que ser libertados de uma so-
60 çado o equilíbrio, e enquanto ele se mantiver,
ciedade rica, poderosa e que funciona “libertação” é um slogan sem sentido, pois
relativamente bem … O problema que falta-lhe força motivacional.
enfrentamos é a necessidade de nos  Tal uso nos permite distinguir entre liber-
libertarmos de uma sociedade que de- dade “subjetiva” e “objetiva” — e também en-
15 senvolve em grande medida as neces-
65 tre a “necessidade de libertação” subjetiva e
sidades materiais e mesmo culturais do objetiva. Pode ser que o desejo de melhorar
homem — uma sociedade que, para tenha sido frustrado, ou nem tenha tido opor-
usar um slogan, cumpre o que prome- tunidade de surgir (por exemplo, pela pressão
teu a uma parte crescente da popula- do “princípio de realidade” exercido, segundo
20 ção. E isso implica que enfrentamos a
70 Sigmund Freud, sobre a busca humana do
libertação de uma sociedade na qual prazer e da felicidade); as intenções, fossem
a libertação aparentemente não conta elas realmente experimentadas ou apenas
com uma base de massas. imagináveis, foram adaptadas ao tamanho da
 capacidade de agir, e particularmente à capa-
 Devermos nos emancipar, “libertar-nos
75 cidade de agir razoavelmente — com chance
25 da sociedade”, não era problema para Mar- de sucesso. Por outro lado, pode ser que, pela
cuse. O que era um problema — o problema manipulação direta das intenções — uma for-
específico para a sociedade que “cumpre o ma de “lavagem cerebral” — nunca se pudes-
que prometeu” — era a falta de uma “base de se chegar a verificar os limites da capacidade
massas” para a libertação. Para simplificar:
80 “objetiva” de agir, e menos ainda saber quais
30 poucas pessoas desejavam ser libertadas, eram, em primeiro lugar, essas intenções,
menos ainda estavam dispostas a agir para acabando-se, portanto, por colocá-las abaixo
isso, e virtualmente ninguém tinha certeza do nível da liberdade “objetiva”.
de como a “libertação da sociedade” poderia Fragmento extraído de BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida.
distinguir-se do Estado em que se encontrava. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001.
35  “Libertar-se” significa literalmente libertar-
-se de algum tipo de grilhão que obstrui ou im-
pede os movimentos; começar a sentir-se livre
para se mover ou agir. “Sentir-se livre” signi-

SOLDADO 19
1. O texto apresenta o objetivo principal de 3. Leia o período seguinte: “Como obser-
(A) contrapor a devastação produzida pela Se- vou Arthur Schopenhauer, a ‘realidade’
gunda Guerra Mundial ao crescimento eco- é criada pelo ato de querer; é a teimosa
nômico durante as três décadas seguintes. indiferença do mundo em relação à mi-
(B) apontar a impossibilidade de haver uma nha intenção, a relutância do mundo em
base massiva social para a libertação. se submeter à minha vontade, que resul-
(C) constatar a inexistência de uma ampla base ta na percepção do mundo como ‘real’,
social que se lance à própria libertação. constrangedor, limitante e desobedien-
(D) diferenciar liberdade “subjetiva” e “objetiva”. te.” (l.42-48).
(E) opor a indiferença do mundo às intenções Nele, a oração destacada encerra
dos indivíduos. relação de:
(A) comparação.
Letra c. (B) conformidade.
A ideia principal do texto é apontar o problema (C) modo.
de não haver uma ampla base social na luta das (D) causa.
pessoas pela sua própria libertação. As ideias (E) consequência.
em A, B, D e E são secundárias.
Letra b.
2. Leia as afirmativas seguintes: O vocábulo “como” equivale a “conforme”, “se-
gundo”. Portanto, a oração destacada indica
I – Há uma contradição aparente no desejo ideia de conformidade.
de se libertar de uma sociedade rica, po-
derosa, com bom funcionamento. 4. Das expressões seguintes, não funciona
II – O desejo de libertação estava presente em como recurso coesivo textual
muitas pessoas, porém poucas sabiam (A) o pronome relativo “que” (l.1).
como agir para atingir o estado de liberdade. (B) a expressão “o problema específico”
III – No estado de liberdade, o indivíduo equi- (l.26-27).
libra os desejos, a imaginação e a capa- (C) o pronome “ele” (l.60).
cidade de ação. (D) a expressão “uma forma de ‘lavagem cere-
bral’” (l.78).
Está (ão) plenamente de acordo com o (E) a expressão “manipulação direta” (l.77).
texto I a (s) afirmativa (s):
(A) I. Letra e.
(B) I e II. (a) Errado. O pronome relativo “que” é recurso
(C) I e III. coesivo porque retoma a expressão anterior “as
(D) II e III. ‘três décadas gloriosas’”.
(E) I, II e III. (b) Errado. A expressão “o problema específico”
é recurso coesivo porque rretoma a expressão
Letra c. “um problema”.
I. Certo. A contradição ocorre porque não se es- (c) Errado. O pronome “ele” é recurso coesivo
pera que alguém deseje se libertar de uma socie- porque retoma “o equilíbrio”.
dade rica, próspera e com bom funcionamento. (d) Errado. A expressão “uma forma de ‘lava-
II. Errado. Segundo o texto, poucas pessoas de- gem cerebral’” é recurso coesivo porque retoma
sejavam a libertação. “a manipulação direta das intenções”.
III. Certo. Depreende-se essa afirmativa de (e) Certo. Não constitui recurso coesivo a ex-
“Sentir-se livre das limitações, livre para agir pressão “manipulação direta”, uma vez que não
conforme os desejos, significa atingir o equilí- se refere ou remete a nenhuma outra expressão
brio entre os desejos, a imaginação e a capa- do texto, além de não conectar partes do texto.
cidade de agir: sentimo-nos livres na medida
em que a imaginação não vai mais longe que
nossos desejos e que nem uma nem os outros
ultrapassam nossa capacidade de agir.”.

SOLDADO 20
5. A expressão “sem precedentes” (l.3-4) (E) “Por outro lado, pode ser que, pela mani-
somente não equivale semanticamente a pulação direta das intenções — uma forma
(A) único. de ‘lavagem cerebral’ — nunca se pudesse
(B) inédito. chegar a verificar os limites da capacidade
(C) singular. ‘objetiva’ de agir, e menos ainda saber quais
(D) inconcebível. eram, em primeiro lugar, essas intenções,
(E) sem paralelo. acabando-se, portanto, por colocá-las abai-
xo do nível da liberdade ‘objetiva’.” (l.76-83)
Letra d.
A expressão “sem precedentes” somente não Letra a.
Nas alternativas B, C, D e E, o autor apresenta
equivale a “inconcebível” e equivale semantica-
ideias/juízos de valor sobre aspectos da socie-
mente a todas as demais expressões.
dade humana, os quais podem ser confrontados
segundo outros pontos de vista. Apenas em A, o
6. Predomina no texto a função da linguagem
autor não expõe um argumento seu, mas sim de
(A) metalinguística
Herbert Marcuse.
(B) emotiva
(C) conativa
8. Assinale o excerto em que a(s) vírgula(s)
(D) fática não separa(m) estruturas sintaticamente
(E) referencial coordenadas.
(A) “Para simplificar: poucas pessoas deseja-
Letra e. vam ser libertadas, menos ainda estavam
A função que predomina no texto é a função dispostas a agir para isso, e virtualmente
referencial, baseada na exposição de dados, ninguém tinha certeza de como a ‘libertação
informações, análises etc. Emprega linguagem da sociedade’ poderia distinguir-se do Esta-
denotativa, objetiva. do em que se encontrava.” (l.29-34)
(B) “‘Sentir-se livre’” significa não experimentar
7. Assinale a alternativa em que não se dificuldade, obstáculo, resistência ou qual-
apresenta um argumento do autor. quer outro impedimento aos movimentos
(A) “O que era um problema — o problema es- pretendidos ou concebíveis.” (l.38-42)
pecífico para a sociedade que ‘cumpre o (C) “...é a teimosa indiferença do mundo em
que prometeu’ — era a falta de uma ‘base relação à minha intenção, a relutância do
de massas’ para a libertação.” (l.26-29) mundo em se submeter à minha vonta-
(B) “Sentir-se livre das limitações, livre para de...” (l.43-46)
agir conforme os desejos, significa atingir o (D) “Pode ser que o desejo de melhorar tenha
equilíbrio entre os desejos, a imaginação e sido frustrado, ou nem tenha tido oportuni-
a capacidade de agir: sentimo-nos livres na dade de surgir...” (l.66-68)
medida em que a imaginação não vai mais (E) “...as intenções, fossem elas realmente ex-
longe que nossos desejos e que nem uma perimentadas ou apenas imagináveis, foram
nem os outros ultrapassam nossa capacida- adaptadas ao tamanho da capacidade obje-
tiva de agir...” (l.71-80)
de de agir.” (l.48-55)
(C) “O equilíbrio pode, portanto, ser alcança-
Letra e.
do e mantido de duas maneiras diferentes:
(a) Errado. As vírgulas separam orações sintati-
ou reduzindo os desejos e/ou a imagina-
camente coordenadas entre si.
ção, ou ampliando nossa capacidade de
(b) Errado. As vírgulas separam termos sintati-
ação.” (l.55-59) camente coordenados entre si.
(D) “Tal uso nos permite distinguir entre liberda- (c) Errado. As vírgulas separam termos sintati-
de ‘subjetiva’ e ‘objetiva’ — e também entre camente coordenados entre si.
a ‘necessidade de libertação’ subjetiva e ob- (d) Errado. As vírgulas separam orações sintati-
jetiva.” (l.63-66) camente coordenadas entre si.
(e) Certo. As vírgulas isolam oração subordina-
da adverbial intercalada na estrutura do período.

SOLDADO 21
9. Assinale a frase que não apresenta traço Letra d.
de língua não padrão. (a) Errado. Trata-se de discurso direto (a fala da
(A) A gente via muitas estrelas no sertão duran- personagem é reproduzida pelo narrador).
te o amanhecer. (b) Errado. Trata-se de discurso direto (a fala da
(B) Eu vi ele ontem à noite. personagem é reproduzida pelo narrador).
(C) O jantar na casa da poetisa foi maravilhoso. (c) Errado. Trata-se de discurso direto (a fala da
(D) Tem dias que os alunos quase não frequen- personagem é reproduzida pelo narrador).
tam as aulas. (d) Certo. Trata-se de discurso indireto livre (o
(E) Me levantei pela manhã e ainda todos esta- narrador mistura sua fala à fala da personagem).
vam dormindo. (e) Errado. Trata-se de discurso direto (a fala da
personagem é reproduzida pelo narrador).
Letra c.
(a) Errado. A forma padrão é: Nós víamos mui- Realidade Étnica, Social, Histórica,
tas estrelas no sertão durante o amanhecer. Geográfica, Cultural, Política e Econômica
(b) Errado. A forma padrão é: Eu o vi on- do Estado de Goiás
tem à noite.
Kleber Caverna
(c) Certo. A frase adequa-se à língua padrão.
(d) Errado. A forma padrão é: Há dias em que os
11. A ocupação do território de Goiás foi ini-
alunos quase não frequentam as aulas.
ciada no século XVIII, por meio da des-
(e) Errado. A forma padrão é: Levantei-me pela
coberta de reservas de ouro na região. A
manhã e ainda todos estavam dormindo.
maior parte dos pioneiros do povoamen-
to goiano veio de São Paulo, por meio
10. Assinale a alternativa que classifica cor-
das bandeiras, que desbravaram as áreas
retamente o gênero de discurso.
próximas ao território paulista. O primei-
(A) “Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
ro núcleo urbano fundado foi a cidade de
— Quem me dera que fosse aquela loura
Goiás, antiga capital do estado. Além de
estrela, que arde no eterno azul, como uma
Goiás, que era um centro urbano impor-
eterna vela!” (Machado de Assis) – discur-
tante do período da mineração estadual,
so indireto
foram fundadas outras cidades históri-
(B) “— Quem te ensinou, guerreiro branco, a
cas, como Pirenópolis. Antigamente a ci-
linguagem de meus irmãos? Donde vieste a
dade de Pirenópolis era chamada:
estas matas, que nunca viram outro guerrei-
(A) Arraial de Sant'Anna.
ro como tu?” (José de Alencar) – discurso
(B) Serra dos Martírios.
indireto livre
(C) Petrônia de Goiás.
(C) “O outro quis argumentar: — Mas vem cá,
(D) Meia Ponte.
fulano, sou teu amigo, que diabo! Luto é
(E) Vila Boa.
uma coisa mórbida, doentia, desagradável!”
(Nelson Rodrigues) – discurso direto livre
Letra d.
(D) “Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce
(a) Errado. Arraial de Sant’Anna era a Cida-
de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Dei-
de de Goiás.
xa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei
(b) Errado. Com 10 anos de idade, Bartolomeu
de dar conta deste danisco... Se uma cobra
Bueno da Silva acompanhou o pai, que partiu
picasse seu Soronho...” (Guimarães Rosa) –
com grande caravana para encontrar os filões
discurso indireto livre
de ouro, ocasião em que surgiram lendas so-
(E) “Imagino Irene entrando no céu: — Licença,
bre as supostas minas localizadas na Serra
meu branco! E São Pedro bonachão: — En-
dos Martírios.
tra, Irene. Você não precisa pedir licença.”
(c) Errado. Petrônia foi o nome escolhido para
(Manuel Bandeira) – discurso indireto
ser o de Goiânia em homenagem a Pedro Ludo-
vico, mas ele recusou.
(d) Certo. Foi fundado com o nome de “Minas
de Nossa Senhora do Rosário Meia Ponte” pelo

SOLDADO 22
minerador português Manoel Rodrigues Tomar. Foi importante centro urbano dos séculos XVIII e XIX,
com mineração de ouro, comércio e agricultura, em especial a produção de algodão para exportação no
século XIX. Ainda no século XIX, com o nome de cidade de Meia Ponte, destacou-se como o berço da
música goiana.
(e) Errado. Primeiramente, fundou-se o povoado da Barra e depois o Arraial de Sant’Anna, com a grande
quantidade de ouro que foi extraído das minas, o Arraial, por sua importância econômica para a Coroa
Portuguesa, foi elevado à categoria de Vila, e, em meados de 1750, foi denominado de Vila Boa de Goiás.

12. “Um dos primeiros atos políticos foi executar a política de transferência da capital. Primeiro
realizou um levantamento para escolha do local onde seria construída a nova capital, a região
escolhida era próxima à cidade de Campinas (Campininha das Flores). Depois iniciou as obras
da construção da nova capital, Goiânia, em 1933. A capital foi transferida por decreto no ano de
1937, selando o fim de mais de 200 anos da Cidade de Goiás como capital do Estado. Getúlio
Vargas, que havia instalado a Revolução, monopolizou o poder e nomeou o interventor.”
Assinale a alternativa correta em relação ao nome que concerne à oposição feita naquele mo-
mento pelo novo Interventor.
(A) Aos Ludovico.
(B) Aos Caiado.
(C) Aos Bulhões.
(D) Aos Fleury.
(E) Aos Bertholdo.

Letra b.
(a) Errado. Pedro Ludovico, filho de João Teixeira Álvares e de Josefina Ludovico de Almeida, nasceu na
Cidade de Goiás, em 1891. Foi médico, pai de seis filhos, interventor do Estado e liderou Goiás durante a
Revolução Liberal, em 1930. Foi o fundador de Goiânia e, em 1935, seguindo as normas da Constituição
Federal, reuniu-se à Assembleia Constituinte de Goiás, que o elegeu governador.
(b) Certo. Totó Caiado foi um dos mais famosos Caiado, deputado estadual três vezes e duas vezes se-
nador da República. Ele não exerceu o cargo de governador de Goiás, mas isso não o impediu de mandar
na política goiana entre 1912 e 1930, e o fazia por meio do Partido Democrata, que reunia o grupo oligár-
quico da época.
(c) Errado. A atuação do grupo político dos Bulhões, em Goiás, foi sedimentada desde os fins do Império,
através da estruturação dos partidos políticos, o que lhes proporcionou uma base de sustentação até a
Primeira República. Dominou toda a conjuntura política, no mais longo período oligárquico que Goiás
conheceu, de 1878 a 1912, com breves interrupções.
(d) Errado. Essa família teve sua origem lusitana (portuguesa), e não francesa, como muitos ainda acre-
ditam. LUIZ COELHO FURTADO ganhou do governo português. Casou-se em Goiás e adotou o nome
Fleuri para seus filhos. O nome “Fleuri” foi adotado por Luiz Coelho Furtado e sua esposa, Joana Emília
Leite, não se sabe o porquê.
(e) Errado. Foi governador de Goiás de 11 de março a 1 de maio de 1909.

SOLDADO 23
13. Relacione a coluna 1 com a coluna 2 que trazem, respectivamente, sobre a construção
de Goiânia.

(1) Eurico Viana ( ) Já em 1933, quando do lançamento da pedra fundamental,


o jornal “O Social”, da cidade de Goiás, lançou o concurso
“Como se deve chamar a Nova Capital?”, aberto à participação
de todos os cidadãos. A primeira sugestão veio do intelectual
Léo Lynce, que lançou o nome “Petrônia”, em homenagem a
Pedro Ludovico, fundador da cidade; aos imperadores do Brasil
Dom Pedro I e Dom Pedro II; e a Pedro, discípulo de Jesus e
fundador da Igreja Católica. Outra sugestão veio do codinome
Caramuru Silva do Brasil para fazer sua indicação. Foi ele quem
sugeriu o nome que, posteriormente, seria o escolhido: Goiâ-
nia. Para ele, a palavra tinha o significado de Nova Goiás, ou
seja, a capital que sucederia a antiga Vila Boa e seria, também,
um prosseguimento dessa.
(2) Attilio Corrêa Lima ( ) Foi o primeiro prefeito eleito diretamente em Goiânia. Eurico
governou a cidade de novembro de 1947 a janeiro de 1951.
(3) Alfredo de Castro ( ) Foi um arquiteto, urbanista e paisagista brasileiro, sendo o
primeiro urbanista formado do Brasil. Seu projeto mais conhe-
cido foi o plano urbanístico de Goiânia.

Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.


(A) 2, 1, 3.
(B) 1, 2, 3.
(C) 3, 1, 2.
(D) 1, 3, 2.
(E) 2, 3, 1.

Letra c.
1. Eurico Viana: novembro de 1947 a janeiro de 1951. Primeiro prefeito eleito diretamente.
2. Attílio Correia Lima: fez o Plano piloto da capital elaborado pelo arquiteto Attilio Corrêa Lima, em que
três eixos (Avenidas Goiás, Tocantins e Araguaia) convergem para o palácio do governo, sendo intercep-
tado pela Avenida Paranaíba, pode ter o formato de um compasso e de um esquadro.
3. Alfredo de Castro: a primeira sugestão do nome da nova capital de Goiás era de Petrônia vinda de Léo
Lynce, a outra sugestão veio do professor Alfredo de Faria Castro, que usou o codinome Caramuru Silva
do Brasil para fazer sua indicação.

SOLDADO 24
14. Assinale a alternativa que representa os (C) O povoamento do estado de Goiás inten-
setores Primário, Secundário e Terciário sificou-se em decorrência de uma série de
em Goiás, respectivamente. políticas públicas para a ocupação e de-
senvolvimento econômico da porção oeste
do território brasileiro, a chamada “Frente
para o Oeste”.
(D) Situado no coração do Brasil, o Goiás os-
tenta a beleza singular do Cerrado, cuja ve-
getação é marcada por árvores e arbustos
tortuosos, cascas grossas e raízes pouco
profundas, caracterizando o escleromorfis-
mo oligotrófico.
(E) O clima em Goiás é o tropical, que se resu-
me a verões chuvosos e invernos secos, em
que os períodos de menor índice pluviomé-
trico ocorrem de maio a setembro.

(A) Indústria; serviços; e agropecuária. Letra e.


(B) Agropecuária; serviços; e indústria. (a) Errado. Sobre o relevo, o território goiano
apresenta baixa declividade: 65% da superfície
(C) Indústria; agropecuária; e serviços.
é formada por terras relativamente planas, os
(D) Agropecuária; indústria; e serviços.
chamados chapadões.
(E) Serviços; agropecuária; e indústria.
(b) Errado. É dentro do território goiano que
nascem drenagens alimentadoras de três im-
Letra d.
portantes rios: Araguaia/Tocantins, São Francis-
PRIMÁRIO: compreende o primário a agricultu-
co e Paraná.
ra, a pecuária e o extrativismo.
(c) Errado. O povoamento do estado de Goiás
SECUNDÁRIO: esse setor é composto pela in-
intensificou-se em decorrência de uma série de
dústria, além da construção civil.
políticas públicas para a ocupação e desenvol-
TERCIÁRIO: é composto pelos serviços
vimento econômico da porção oeste do território
e comércio.
brasileiro, a chamada “Marcha para o Oeste”.
(d) Errado. Situado no coração do Brasil, Goi-
15. O estado de Goiás está localizado na Re-
ás ostenta a beleza singular do Cerrado, cuja
gião Centro-Oeste do Brasil. É o estado
vegetação é marcada por árvores e arbustos
mais populoso dessa região. Seus limites
tortuosos, cascas grossas e raízes profundas,
são com Tocantins (Norte); Minas Gerais
caracterizando o escleromorfismo oligotrófico.
(Sul e Leste); Mato Grosso (Oeste); Bahia
(e) Certo. O clima em Goiás é tropical, que se
(Nordeste); Mato Grosso do Sul (Sudo-
resume a verões chuvosos e invernos secos,
este), e Distrito Federal. A extensão ter-
em que os períodos de menor índice pluviomé-
ritorial de Goiás é de 340.086,698 Km²,
trico ocorrem de maio a setembro. Sua tempe-
divididos em 246 municípios. A capital do
ratura média anual é de 23°C. Na estação das
estado é Goiânia, segunda cidade mais
chuvas, de outubro a abril, as temperaturas são
populosa da região Centro-Oeste. Sobre
Goiás e suas paisagens, assinale a alter- altas, principalmente nas regiões oeste e norte.
nativa correta. Entre setembro e abril, as temperaturas podem
(A) Sobre o relevo, o território goiano apresenta chegar a até 39°C. A estação da seca dura de
de média a alta declividade, onde mais da maio a setembro. Entre os meses de maio e ju-
metade da superfície é formada por terras lho, as temperaturas podem chegar perto dos
relativamente planas, os chamados chapa- 4°C, dependendo da região do estado.
dões, serras e picos.
(B) É dentro do território goiano que nascem
drenagens alimentadoras de três importan-
tes rios: Araguaia, Tocantins e Paraná.

SOLDADO 25
Noções de Direito Penal 17. De acordo com a Súmula 17 do STJ, quan-
Érico Palazzo do o falso se exaure no estelionato, sem
mais potencialidade lesiva, é por este
16. De acordo com a Lei Penal no tempo e no absorvido. Essa súmula se baseia no se-
espaço, assinale a alternativa correta. guinte princípio solucionador do conflito
(A) A Lei Penal mais grave aplica-se ao crime aparente de normas:
continuado ou ao crime permanente, se a (A) consunção.
sua vigência é posterior à cessação da con- (B) subsidiariedade.
tinuidade ou da permanência. (C) especialidade.
(B) A lei excepcional e a lei temporária podem (D) alternatividade.
ser caracterizadas como autorrevogáveis e (E) proporcionalidade.
ultrativas, de forma que deverão ser aplica-
das aos fatos ocorridos durante a sua vigên- Letra a.
cia, mesmo após sua revogação, ainda que Quando o crime fim absorve o crime meio, ha-
prejudiciais ao réu. verá a aplicação do princípio da consunção.
(C) Não se aplica a lei brasileira na hipótese de
um homicídio praticado por John, cidadão 18. A interpretação da lei penal é dispensável
americano, contra Ramiro, cidadão Uru- quando não há conteúdo escrito; afinal,
guaio, ocorrido no interior de uma aeronave sem texto não há o que se interpretar.
brasileira de propriedade privada, enquanto Marque a alternativa que não configura
esta sobrevoava o Oceano Atlântico. uma forma de interpretação.
(D) É considerado crime de extraterritorialidade (A) Autêntica.
incondicionada, sujeito à lei brasileira, o cri- (B) Gramatical.
me de tráfico de drogas cometido por brasi- (C) Extensiva.
leiro no exterior, ainda que o agente lá tenha (D) Analogia.
sido absolvido ou condenado. (E) Declaratória.
(E) A pena cumprida no estrangeiro atenua a
pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, Letra d.
quando diversas, mas não poderá ser nela A analogia não é uma forma de interpretação.
computada, ainda que idênticas. Trata-se de uma forma de integração da lei, vis-
to que ocorre o preenchimento de uma lacuna
Letra b. legislativa. A analogia só pode ser aplicada no
(a) Errado. A assertiva apresenta o teor equi- Direito Penal para beneficiar, jamais prejudicar.
vocado da súmula 711 do STF. O teor correto
é: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime 19. Sobre os crimes praticados por meios
continuado ou ao crime permanente, se a sua eletrônicos e outros temas, marque a al-
vigência é anterior à cessação da continuidade ternativa correta.
ou da permanência.” (A) O furto qualificado pela fraude eletrônica (art.
(b) Correto. Art. 3º do CP. Ademais, essas leis 155, § 4ºB, do CP) é punido de forma mais
são exceções à regra da retroatividade benéfica. severa que o furto qualificado pelo emprego
(c) Errado. Aplica-se a lei brasileira, de acordo de explosivos (art. 155, § 4º-A, do CP).
com o art. 5º, § 1º, do CP. (B) O crime de invasão de dispositivo informáti-
(d) Errado. Esta seria uma hipótese de ex- co (art. 154-A do CP) só se consuma se hou-
traterritorialidade condicionada. Vide art. 7º, ver violação de mecanismo de segurança.
II, a, do CP. (C) A qualificadora da fraude eletrônica (art. 171,
(e) Errado. Vide art. 8º do CP. § 2º-A, do CP) é a única hipótese qualificada
do estelionato.
(D) Crimes contra a honra praticados por meio
das redes sociais, na rede mundial de com-
putadores, terão a pena aplicada em dobro.

SOLDADO 26
(E) O crime de inserção de dados falsos em sis- (a) Errado. A assertiva descreve o crime de
tema de informações (art. 313-A do CP) se condescendência criminosa, previsto no artigo
consuma com a efetiva obtenção da vanta- 320 do CP.
gem almejada pelo funcionário público. (b) Errado. A assertiva descreve o crime de cor-
rupção passiva privilegiada, previsto no artigo
Letra c. 317, § 2º, do CP.
(a) Errado. O furto qualificado pela fraude ele- (c) Errado. A assertiva descreve o crime de trá-
trônica tem pena máxima de 08 anos, ao passo fico de influência, previsto no artigo 332, do CP.
que o furto qualificado pelo emprego de explosi- (d) Errado. Trata-se de crime próprio, só poden-
vos tem pena máxima de 10 anos. Portanto, o § do ser praticado por funcionários públicos.
4º A é punido de forma mais severa que o § 4ºB. (e) Certo. De fato, a advocacia administrativa
(b) Errado. Com as alterações promovidas pela será crime ainda que o interesse patrocinado
Lei n. 14.155/2021 no art. 154-A do CP, não se seja legítimo. Inclusive, caso o interesse patro-
faz necessária a violação de mecanismo de se- cinado seja ilegítimo, tal fato vai configurar uma
gurança para a consumação do referido delito. qualificadora. Vide parágrafo único do artigo
(c) Certo. O crime de estelionato (art. 171, CP) 321 do CP.
possui causas de aumento de pena previstas
nos parágrafos 3º e 4º. Entretanto, a única hipó- Advocacia administrativa
tese de estelionato qualificado é a fraude eletrô- Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente,
nica, prevista no art. 171, § 2º-A, CP. interesse privado perante a administração pú-
(d) Errado. A pena será aplicada em triplo. Arti- blica, valendo-se da qualidade de funcionário:
go 141, § 2º: “Se o crime é cometido ou divulga- Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
do em quaisquer modalidades das redes sociais Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
da rede mundial de computadores, aplica-se em Pena - detenção, de três meses a um ano,
triplo a pena.” além da multa.
(e) Errado. O crime de inserção de dados fal-
sos em sistema de informações é formal, e se Noções de Direito Constitucional
consuma independentemente da obtenção da Ricardo Blanco
vantagem indevida.
21. São brasileiros natos:
20. Sobre o crime de advocacia administrati- (A) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro
va, marque a alternativa correta. ou de mãe brasileira, desde que registra-
(A) Ocorre quando o funcionário público deixa, dos em repartição brasileira competente ou
por indulgência, de responsabilizar subor- venham a residir na República Federativa
dinado que cometeu infração no exercí- do Brasil e optem, em qualquer tempo, de-
cio do cargo. pois de atingida a maioridade, pela nacio-
(B) Ocorre quando o funcionário público pratica, nalidade brasileira.
deixa de praticar ou retarda ato de ofício, (B) os nascidos na República Federativa do
com infração de dever funcional, cedendo a Brasil, ainda que de país estrangeiros, des-
pedido ou influência de outrem. de que esses estejam a serviço de seu país.
(C) Ocorre quando um particular solicita van- (C) os que, na forma da lei, adquiram a nacionali-
tagem, a pretexto de influir em ato prati- dade brasileira exigidos aos originários de pa-
cado por funcionário público no exercício íses de língua portuguesa apenas residência
da função. por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
(D) Trata-se de crime comum, podendo ser (D) os estrangeiros de qualquer nacionalidade
praticado por funcionários públicos ou residentes na República Federativa do Bra-
particulares; sil há mais de quinze anos ininterruptos e
(E) Consuma-se ainda que o interesse patroci- sem condenação penal, desde que requei-
nado seja legítimo. ram a nacionalidade brasileira.
(E) os portugueses com residência permanente
Letra e. no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros.

SOLDADO 27
Letra a. 22. Alice, de 35 anos de idade, cujo país de ori-
Certo. Art. 12. São brasileiros: I - natos: c) os gem é a França, reside no Brasil há quinze
nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de anos, ininterruptos, e, sem condenação pe-
mãe brasileira, desde que sejam registrados em nal, já obteve a nacionalidade brasileira. De
repartição brasileira competente ou venham a acordo com a Constituição Federal, quanto
residir na República Federativa do Brasil e op- à possibilidade de Alice pleitear determina-
tem, em qualquer tempo, depois de atingida a do mandato político, mediante eleição po-
maioridade, pela nacionalidade brasileira. (Re- pular, assinale a alternativa correta.
dação dada pela Emenda Constitucional n. (A) Alice é elegível para todos os cargos do Po-
54, de 2007) der Executivo da União, dos Estados e do
Errado. Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os Distrito Federal.
nascidos na República Federativa do Brasil, ain- (B) Uma vez sucessora do Prefeito no curso do
da que de pais estrangeiros, desde que estes mandato, Alice poderá ser eleita Prefeita do
não estejam a serviço de seu país. Município para o período subsequente, com
Errado. Art. 12. São brasileiros: II - naturaliza- direito a reeleição.
dos: a) os que, na forma da lei, adquiram a na- (C) Alice é inelegível para cargo político, pois,
cionalidade brasileira, exigidas aos originários apesar de naturalizada, reside no Brasil há
de países de língua portuguesa apenas residên- menos de 20 anos.
cia por um ano ininterrupto e idoneidade moral. (D) Considerando sua condição de brasileira na-
Errado. Art. 12. São brasileiros II b) os estran- turalizada, Alice é inelegível para os cargos
geiros de qualquer nacionalidade, residentes na de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
República Federativa do Brasil há mais de quin- ca Federativa do Brasil.
ze anos ininterruptos e sem condenação penal, (E) Uma vez eleita Deputada, Alice poderá che-
desde que requeiram a nacionalidade brasileira. gar à Presidência da Câmara dos Deputa-
(Redação dada pela Emenda Constitucional de dos e à Presidência do Senado Federal.
Revisão n. 3, de 1994)
Errado. Art. 12. § 1º Aos portugueses com re- Letra d.
sidência permanente no País, se houver reci- (a) Errado. O cargo de Presidente da República
é privativo de brasileiro nato.
procidade em favor de brasileiros, serão atribu-
(b) Errado. Quando Alice sucede o prefeito, já
ídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os
conta como primeiro mandato, então ela pode
casos previstos nesta Constituição. (Redação
ser eleita prefeita, que será a sua reeleição;
dada pela Emenda Constitucional de Revisão n.
logo, ela não pode ter uma nova reeleição, por-
3, de 1994)
que seria um terceiro mandato consecutivo, o
que é vedado pela CF.
(c) Errado. Ela pode ser candidata para os car-
gos que não são privativos de brasileiro nato.
(d) Certo. Esses cargos são privativos de brasi-
leiro nato.
(e) Errado. Não pode ser Presidente da Câma-
ra, porque é privativo de brasileiro nato.

SOLDADO 28
23. De acordo com o que disciplina a Consti- (c) Certo. Art. 29, CF, § 1º A Câmara Municipal
tuição Federal, compete privativamente à não gastará mais de setenta por cento de sua
União legislar sobre: receita com folha de pagamento, incluído o gas-
(A) juntas comerciais. to com o subsídio de seus Vereadores.
(B) custas dos serviços forenses. (d) Errado. Art. 31, CF, § 3º As contas dos Mu-
(C) populações indígenas. nicípios ficarão, DURANTE SESSENTA DIAS,
(D) produção e consumo. ANUALMENTE, à disposição de qualquer
(E) proteção ao meio ambiente. contribuinte, para exame e apreciação, o qual
poderá questionar-lhes a legitimidade, nos ter-
Letra c. mos da lei.
(a) Errado. Juntas comerciais são competência (e) Errado. Art. 31. § 2º O PARECER PRÉVIO,
concorrente (art. 24 da CF). EMITIDO pelo órgão competente sobre as con-
(b) Errado. Custas dos serviços forenses são tas que o Prefeito deve anualmente prestar, SÓ
competência concorrente (art. 24 da CF). DEIXARÁ DE PREVALECER POR DECISÃO
(c) Certo. Populações indígenas são competên- DE DOIS TERÇOS DOS MEMBROS DA CÂ-
cia privativa da União (art. 22 da CF). MARA MUNICIPAL.
(d) Errado. Produção e consumo são compe-
tência concorrente (art. 24 da CF). 25. Considerando o disposto na Constitui-
(e) Errado. Proteção ao meio ambiente é com- ção Federal, segundo entendimento do
petência concorrente (art. 24 da CF). Supremo Tribunal Federal, a adoção de
medida provisória pelos Municípios é:
24. Sobre os Municípios, assinale a alternati- (A) constitucional, desde que haja previsão ex-
va que está de acordo com o disposto na pressa na Constituição Estadual e na Lei
Constituição Federal. Orgânica Municipal autorizando sua adoção
(A) O total da despesa com a remuneração em âmbito municipal.
dos Vereadores não poderá ultrapassar o (B) inconstitucional, uma vez que o texto constitu-
montante de quinze por cento da receita cional veda expressamente a adoção dessa
do Município. espécie normativa pelos estados e municípios.
(B) O julgamento do prefeito deverá ser feito pe- (C) inconstitucional, uma vez que o texto cons-
rante o Superior Tribunal de Justiça. titucional veda implicitamente a adoção
(C) A Câmara Municipal não gastará mais de se- dessa espécie normativa pelos estados e
tenta por cento de sua receita com folha de municípios.
pagamento, incluído o gasto com o subsídio (D) constitucional, desde que haja previsão ex-
de seus Vereadores. pressa na Constituição Estadual autorizan-
(D) As contas dos Municípios ficarão, durante do sua adoção em âmbito municipal, não
noventa dias, anualmente, à disposição de sendo necessária previsão na Lei Orgânica
qualquer contribuinte. Municipal.
(E) O parecer prévio, emitido pelo órgão com- (E) constitucional, desde que haja previsão
petente sobre as contas que o Prefeito deve expressa na Lei Orgânica Municipal, auto-
anualmente prestar, só deixará de prevale- rizando sua adoção em âmbito municipal,
cer por decisão de um terço dos membros não sendo necessária previsão na Constitui-
da Câmara Municipal. ção Estadual.

Letra c. Letra a.
(a) Errado. Art. 29, CF, VII - o total da despesa (a) Certo. Segundo o STF, o prefeito pode editar
com a remuneração dos Vereadores não pode- medida provisória se existir previsão na lei orgâ-
rá ultrapassar o montante de cinco por cento da nica e na constituição do Estado.
receita do Município. (b) Errado. Não existe essa vedação na CF.
(b) Errado. Art. 29, CF, X - julgamento do Prefei- (c) Errado. O STF admite que governadores e
to perante o Tribunal de Justiça. prefeitos editem medidas provisórias.

SOLDADO 29
(d) Errado. Segundo o STF, será exigida a pre- (d) Certo. Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável
visão na lei orgânica. do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
(e) Errado. Segundo o STF, será exigida a previ- sem consentimento do morador, salvo em caso
são na constituição do Estado e na Lei Orgânica. de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação ju-
26. Assinale a opção incorreta em relação dicial. (Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
aos direitos individuais. (d) Errado. Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da
(A) Ninguém será privado de direitos por moti- correspondência e das comunicações telegráfi-
vo de crença religiosa ou de convicção filo- cas, de dados e das comunicações telefônicas,
sófica ou política, salvo se as invocar para salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hi-
eximir-se de obrigação legal a todos imposta póteses e na forma que a lei estabelecer para
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fins de investigação criminal ou instrução pro-
fixada em lei. cessual penal. (Vide Lei n. 9.296, de 1996)
(B) É livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, inde- Noções de Direito Processual Penal
pendentemente de censura ou licença. Diego Henrique
(C) São invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegura- 27. Dentre os princípios do processo penal,
do o direito a indenização pelo dano material assinale aquele que é específico para o
ou moral decorrente de sua violação. Tribunal do Júri.
(D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, nin- (A) Contraditório.
guém nela podendo penetrar sem consen- (B) Ampla defesa.
timento do morador, salvo em caso de fla- (C) Paridade de armas.
grante delito ou desastre, ou para prestar (D) Vedação a provas ilícitas.
socorro, ou, durante o dia, por determina- (E) Plenitude de Defesa.
ção judicial.
(E) É inviolável o sigilo da correspondência e Letra e.
das comunicações telegráficas, de dados A Constituição Federal, no art. 5º, XXXVIII, as-
e das comunicações telefônicas, salvo, no segura a plenitude de defesa ao Tribunal do
primeiro caso, por ordem judicial, nas hipó- Júri. Destaca-se que a plenitude de defesa é
teses e na forma que a lei estabelecer para mais extensa que a ampla defesa. Essa é a
fins de investigação criminal ou instrução possibilidade de utilizar todos os argumentos
processual penal. jurídicos na defesa do indivíduo. Já aquela é a
possibilidade da utilização de argumentos ex-
Letra e. trajurídicos, como, por exemplo, a piedade. Por
(a) Certo. Art. 5º, VIII - ninguém será privado fim, menciona-se que é um tema afeto ao tópico
de direitos por motivo de crença religiosa ou de “Princípios do Processo Penal”, sendo admissí-
convicção filosófica ou política, salvo se as in- vel a cobrança na prova.
vocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
nativa, fixada em lei.
(b) Certo. Art. 5º, IX - é livre a expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura
ou licença.
(c) Certo. Art. 5º, X - são invioláveis a intimi-
dade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação.

SOLDADO 30
28. O Delegado de Polícia, em determinado 30. A respeito da busca pessoal realizada em
dia, estava em rondas pela região, quan- pessoa do sexo feminino, assinale a al-
do observou um indivíduo subtraindo a ternativa correta.
bolsa de uma mulher. Realizou o acompa- (A) É inadmissível, em qualquer hipótese.
nhamento, não conseguiu prendê-lo. Ins- (B) É admissível, desde que haja o consenti-
taurou-se Inquérito Policial. Nesse caso, mento da pessoa a ser abordada.
a notitia criminis é chamada de: (C) É admissível, desde que em horário diurno.
(A) indireta. (D) É admissível, desde que feita por policial do
(B) mediata. sexo feminino.
(C) coercitiva. (E) É admissível, podendo ser realizada por po-
(D) coativa. licial do sexo masculino, para não importar
(E) imediata. retardamento ou prejuízo da diligência.

Letra e. Letra e.
Quando o delegado de polícia toma ciência por É o teor do art. 249 do CPP: a busca em mu-
sua atividade rotineira, há a chamada notitia cri- lher será feita por outra mulher, se não importar
minis direta ou imediata. Ao contrário, se tomas- retardamento ou prejuízo da diligência. É muito
se ciência por requisição ministerial, por exem- comum na prática quando a Polícia Militar inicia
plo, seria notitia criminis mediata ou indireta. Por uma abordagem a pessoa abordada, quando
fim, se tomasse ciência diante da apresentação mulher, alegar que não aceitará a realização de
de um indivíduo preso em flagrante, haveria a busca pessoal se na guarnição só existir ho-
chamada notitia criminis de cognição coercitiva. mens. A regra é que deverá ser feita por mulher,
salvo se isso importar retardamento ou prejuízo
29. A notitia criminis inqualificada é: da diligência.
(A) aquela em que o delegado de polícia, du-
rante rondas de rotina, presencia o fato 31. A respeito do exame de corpo de delito,
criminoso. assinale a alternativa que aponta correta-
(B) aquela em que o delegado de polícia toma mente o horário indicado pelo CPP para a
ciência do fato por matéria jornalística. sua realização.
(C) aquela em que o delegado de polícia toma (A) Das 5h às 21h.
ciência por notícia anônima. (B) Das 6h às 18h.
(D) aquela em que o delegado de polícia toma (C) Das 6h às 20h.
ciência por agente de polícia. (D) Qualquer horário.
(E) aquela em que o delegado de polícia toma (E) Das 8h às 18h.
ciência por policial militar em serviço.
Letra d.
Letra c. Cuidado para não confundir com o horário para
A notitia criminis inqualificada é a chamada “de- cumprimento de mandado de prisão. O arti-
núncia anônima”. Também é chamada de notícia go 161 do CPP é expresso: o exame de corpo
apócrifa. Sabe-se que uma mera notícia anôni- de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
ma não pode ensejar, por si só, a instauração qualquer hora. Não é admissível errar esse tipo
de Inquérito Policial, mas servirá de base para de questão.
que o delegado determine a verificação da pro-
cedência das informações, a conhecida “VPI”.

SOLDADO 31
Noções de Direito Administrativo 33. Uma das acepções conceituais de Admi-
Raphael Spyere nistração Pública é a que compreende o
conjunto de órgãos que integram a estru-
32. A prevalência do interesse público per- tura de um ente federativo. Esse sentido
mite que os contratos administrativos é denominado:
sejam alterados unilateralmente para (A) subjetivo.
ajuste das especificações à determinada (B) funcional.
demanda do Poder Contratante. Cuida-se (C) técnico.
de prerrogativa especial que a doutrina (D) amplo.
usa chamar de cláusulas: (E) restrito.
(A) pétreas.
(B) exorbitantes. Letra a.
(C) gerais. Administração Pública em sentido subjetivo
(D) leoninas. (que é sinônimo de orgânico ou formal) designa
(E) del credere. o conjunto de sujeitos incumbidos do exercício
de atividades administrativas públicas: os ór-
Letra b. gãos, as entidades e os agentes públicos. Essa
Convencionou-se na doutrina a expressão cláu- é a resposta.
sula exorbitante para se referir às prerrogativas Extrai-se da Lei n. 9.784/1999, art. 1º, § 2º, I e II
de direito público previstas em lei para que a que enquanto entidades são pessoas jurídicas
Administração Pública imponha os interesses dotadas de personalidade jurídica própria (nes-
públicos ao particular contratado, constituindo- se mesmo sentido o Decreto-Lei n. 200/1967,
-o unilateralmente de obrigações. Na Lei n. art. 4º, II), a exemplo das autarquias e das fun-
14.133/2021, especificamente no art. 104, são dações públicas, os órgãos não são pessoas
enumeradas as seguintes: jurídicas, mas apenas centros ou núcleos de
competências públicas, unidades de atuação
Art. 104. O regime jurídico dos contratos ins- administrativa despersonalizadas. Por seu tur-
tituído por esta Lei confere à Administração, no, a expressão “agentes públicos” é um gênero
em relação a eles, as prerrogativas de: que reúne todas as pessoas físicas incumbidas
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor do exercício de funções públicas em proveito
adequação às finalidades de interesse públi- dos interesses públicos.
co, respeitados os direitos do contratado; Outro sentido conceitual de Administração Pú-
II - extingui-los, unilateralmente, nos casos blica é o objetivo, material ou funcional (alterna-
especificados nesta Lei; tivas B), segundo qual administração é atividade
III - fiscalizar sua execução; em si. Com efeito, nesse sentido, o conceito de
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecu- administração designa a atividade em si mesma
ção total ou parcial do ajuste; considerada, exercida em benefício dos interes-
V - ocupar provisoriamente bens móveis e ses públicos. Aplicando em um exemplo prático,
imóveis e utilizar pessoal e serviços vincula- tem-se que o exercício do poder de polícia, en-
dos ao objeto do contrato nas hipóteses de: quanto atividade, fica compreendido no concei-
(a) risco à prestação de serviços essenciais; to em sentido objetivo, material ou funcional, ao
(b) necessidade de acautelar apuração admi- passo que os órgãos, as entidades e os agentes
nistrativa de faltas contratuais pelo contrata- públicos por ele responsável integram o concei-
do, inclusive após extinção do contrato. to em sentido subjetivo, formal ou orgânico.
Em sentido amplo (alternativa D), Administração
Todas as demais alternativas ficam prejudica- Pública compreende governo, além da atividade
das. A única possível é a D. administrativa em si, ao passo que, em sentido
restrito (alternativa E), restringe-se a esta (ex-
clui-se governo). Este último sentido também
poderá ser chamado de técnico (alternativa C).

SOLDADO 32
34. “Adequação entre os meios e fins, veda- ministração Pública; traduz-se na ideia de que
da a imposição de obrigações, restrições a Administração deve tratar a todos os adminis-
e sanções em medida superior àquelas trados sem favoritismos ou perseguições; como
estritamente necessárias ao atendimento consequências lógicas: a) CF/1988, art. 37, II:
do interesse público”. Esse enunciado, obrigatoriedade de concurso público de provas
extraído da Lei Geral de Processos Admi- ou provas e títulos para o provimento de car-
nistrativos, está diretamente associado gos e empregos públicos efetivos; b) CF/1988,
ao princípio da: art. 37, XXI: dever de licitar para celebração de
(A) Impessoalidade. contratos administrativos; c) CF/1988, art. 100:
(B) Moralidade. pagamento de precatórios exclusivamente pela
(C) Proporcionalidade. ordem cronológica de apresentação e à conta
(D) Publicidade. dos créditos respectivos, vedada a designa-
(E) Finalidade. ção de casos ou de pessoas nas dotações or-
çamentárias e nos créditos adicionais abertos
Letra c. para este fim. (IV). Atos administrativos pratica-
Graças à proporcionalidade (denominada ra- dos por agentes de fato putativos reconhecidos
zoabilidade em países de raiz anglo-saxôni- como válidos, posto que imputados à entidade
ca), é vedado à Administração tomar medidas pública que integram.
além daquelas estritamente necessárias e (b) Errado. Moralidade: exige dos agentes pú-
adequadas à consecução de seus objetivos de blicos, como pressuposto de validade de seus
interesse público. A violação desse primado, atos e satisfação aos interesses públicos, ob-
assim como de qualquer outro, causa a nuli- servar a ética, a boa-fé, a lealdade, a tradição,
dade do ato, sujeitando-o à invalidação judicial a honestidade, entre outros parâmetros objeti-
ou administrativa. vos, aceitos e amplamente disseminados em
âmbito interno aos órgãos e entidades, para
Demais alternativas: discernir a conduta “certa da errada”. Trata-
(a) Errado. Impessoalidade: em linhas gerais, -se de primado igualmente explícito no art. 2º
impõe à Administração figurar com neutralidade da Lei n. 9.784/1999. Veio combater vetusta
nas relações que trava com os administrados, prática na Administração brasileira, em que os
abstendo-se de imprimir aspectos particulares agentes públicos, não raras vezes, buscam as
quando exerce suas funções é o que exige esse lacunas normativas na legislação para acober-
primado dos administradores públicos (libertos tar atos espúrios que, na maioria das vezes, têm
de orientação política-partidária, sexual ou re- por finalidade atender interesses particulares,
ligiosa, bem como de laços de amizade ou pa- afastando com isso o controle incidente sobre
rentesco, entre outros). De uma maneira mais sua atuação.
específica, da impessoalidade irradiam quatro (d) Errado. Publicidade: preliminarmente, im-
vetores jurídicos: (I). O princípio da finalidade põe aos agentes públicos imprimir transparên-
(implícito constitucional decorrente da impes- cia aos seus trabalhos, de modo a viabilizar
soalidade e explícito infraconstitucional previsto controle da atividade administrativa estatal. De
na Lei n. 9.784/1999, art. 2º, caput) que impõe outro giro, por força do princípio em tela, os atos
à Administração Pública satisfazer aos interes- da Administração terão eficácia, isto é, estarão
ses públicos com suas atividades, do contrário, aptos a produzir efeitos jurídicos, a contar da
restar caracterizado desvio de poder ou de fi- respectiva publicidade.
nalidade; (II). A proibição de que o agente pú- (e) Errado. Finalidade: trata-se de primado
blico busque a autopromoção através das reali- implícito na Constituição, decorrente da impes-
zações que implementou, isto é, que identifique soalidade, e explícito infraconstitucionalmente,
sua imagem pessoal às atividades que desen- porque está previsto na Lei n. 9.784/1999, art.
volveu (CF/1988, art. 37, § 1º); (III). Isonomia 2º, caput, expressamente. Segundo ele, a Admi-
ou igualdade, na medida em que se a CF/1988, nistração Pública fica obrigada a satisfazer aos
art. 5º, caput, estatui que “todos são iguais pe- interesses públicos com suas atividades. Do
rante a lei”, também deverão ser perante a Ad- contrário, fica configurado o desvio de poder ou

SOLDADO 33
de finalidade, que causa a nulidade absoluta do públicos, sempre no âmbito de uma mesma pes-
ato praticado e responsabilização de quem lhe soa jurídica. Deve-se frisar que subordinação só
tenha dado causa. existe no âmbito de uma mesma pessoa jurídica,
é estabelecida entre agentes e órgãos de uma
35. A pena administrativa aplicada a um po- mesma entidade, verticalmente escalonados,
licial militar da corporação do Estado de como do poder hierárquico.
Goiás, observado o contraditório e a am- Apesar de haver críticas, o poder de punir (al-
pla defesa, é corolário do Poder: ternativa D) – jus puniendi – é expressão jurí-
(A) de Polícia. dica demasiadamente ampla, que compreende
(B) Disciplinar. tanto as sanções aplicadas judicialmente pelo
(C) Regulamentar. Estado no âmbito criminal aos transgressores
(D) de Punir. de normas penais como também em âmbito
(E) Hierárquico. administrativo, as sanções administrativas no
exercício do poder disciplinar e de polícia. Nes-
Letra b. sa perspectiva, trata-se do poder sancionador
Os poderes administrativos propriamente ditos público. Por possuir contexto deveras amplo,
são: poder hierárquico, disciplinar, regulamen- não se trata da resposta à questão, devendo o
tar e de polícia. Especificamente no tocante ao candidato assinalar a alternativa B, porque é a
poder disciplinar, objeto da questão, Marcelo mais precisa.
Alexandrino e Vicente Paulo (Direito Administra-
tivo Descomplicado, 2017, p. 279) conceituam 36. Yolanda, vigilante sanitária da Secretaria
como a prerrogativa de: “Punir internamente as de Saúde do Estado de Goiás, promo-
infrações funcionais de seus servidores; e punir veu a interdição de um estabelecimento
infrações administrativas cometidas por particu- comercial diante de graves violações sa-
lares a ela ligados mediante algum vínculo jurí- nitárias. No caso apresentado, Yolanda
dico específico (por exemplo, a punição pela ad- aplicou o Poder:
ministração de um particular que com ela tenha (A) de Polícia.
celebrado um contrato administrativo e descum- (B) Disciplinar.
pra as obrigações contratuais que assumiu).” (C) Regulamentar.
Continuam os festejamos autores (Direito Adminis- (D) de Punir.
trativo Descomplicado, 2017, p. 279, 281 e 291), (E) Hierárquico.
explicando os demais poderes administrativos:
(alternativa A) Poder de polícia é o que dispõe Letra a.
a Administração Pública para, na forma da lei, O poder de polícia é a prerrogativa legal de que
condicionar ou restringir o uso de bens, o exercí- está revestido o Estado para proibir, limitar e
cio de direitos e a prática de atividades privadas, condicionar o exercício de liberdades e direitos,
visando a proteger os interesses gerais da coleti- inclusive o uso da propriedade, sempre buscan-
vidade. (…) (alternativa C) A doutrina tradicional do a satisfação dos interesses públicos. Nes-
emprega a expressão “poder regulamentar” sa linha são as lições de Alexandrino e Paulo
exclusivamente para designar as competências (Direito Administrativo Descomplicado, 2017, p.
do Chefe do Poder Executivo para editar atos 276), para quem o poder de polícia é a: “Capa-
administrativos normativos. Os atos administra- cidade potestativa de que dispõe a Administra-
tivos normativos contêm determinações gerais ção Pública para, na forma da lei, condicionar
e abstratas. Tais atos não têm destinatários de- ou restringir o uso de bens, o exercício de direi-
terminados; incidem sobre todos os fatos ou si- tos e a prática de atividades privadas, visando
tuações que se enquadrem nas hipóteses que a proteger os interesses gerais da coletividade.”
abstratamente preveem. Os atos administrativos Quanto às demais alternativas, remetemos o
normativos editados pelo Chefe do Poder Exe- candidato à leitura dos comentários feitos na
cutivo assumem a forma de decreto. (alternativa questão anterior.
E) Hierarquia caracteriza-se pela existência de
níveis de subordinação entre órgãos e agentes

SOLDADO 34
37. Há exigência constitucional de concurso desse regime jurídico, diferentemente dos ser-
público para o provimento de cargos dos vidores públicos, os empregados públicos não
quadros permanentes de uma autarquia. adquirem estabilidade.
Tal processo administrativo busca ga- (b) Errado. Agente ou servidor temporário são
rantir a isonomia, a impessoalidade e a as pessoas físicas que possuem vínculo contra-
transparência das seleções públicas. Na tual com duração determinada junto à Adminis-
doutrina, os agentes selecionados nas tração Pública, durante períodos de relevante
condições propostas são denominados: e excepcional interesse público, devidamen-
(A) empregados públicos. te especificados em lei, segundo determina a
(B) agentes temporários. CF/1988, art. 37, IX. Gasparini (2008, p. 161)
(C) servidores públicos. aponta alguns exemplos de circunstâncias que
(D) militares. recrutam a contratação de temporários: vacina-
(E) agentes políticos. ção em função de surto endêmico, recensea-
mento e outras pesquisas estatísticas ou restau-
Letra c. ração do sistema viário destruído por enchente.
Na ótica de Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Di- (d) Errado. Militares são os agentes que pos-
reito Administrativos, 2014, p. 596), agentes suem vínculo, permanente ou temporário, com
públicos são: “Toda pessoa física que presta as corporações militares citadas pela Constitui-
serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da ção Federal de 1988, arts. 42 e 142. São elas
Administração Indireta. Nessa ótica, correspon- as Forças Armadas, as Polícias e os Bombeiros
de a gênero que reúne espécies, entre elas os Militares – esses últimos, estaduais. Além das
empregados públicos.” diretrizes implantadas no texto constitucional,
De fato, a Constituição Federal, em seu art. 37, os militares deverão também se submeter aos
II, impõe a realização de concurso público para estatutos próprios de suas corporações, que es-
o provimento de cargos e empregos públicos da tabelecem regras de acesso, limites de idade,
Administração. O agente que dá provimento aos estabilidade, direitos, deveres, remuneração,
cargos públicos efetivos é enquadrado como entre outras. Essas normas não são objeto de
servidor público, justamente como explicado na estudos do Direito Administrativo.
alternativa C. (e) Errado. Agentes políticos, em sentido restri-
Quando o cargo é de provimento efetivo, deverá to, são os agentes públicos responsáveis pelas
ser observado o princípio do concurso público, funções políticas do Estado enquanto membros
que, segundo a CF/1988, art. 37, II, exige cer- de governo. Di Pietro (Direito Administrativos,
tame de provas ou provas e títulos como forma 2014, p. 597) assevera que: “A ideia de agente
de atingir a impessoalidade, a moralidade, a pu- político liga-se, indissociavelmente, à de gover-
blicidade e a eficiência na Administração. Ade- no e à de função política, a primeira dando ideia
mais, os servidores públicos efetivos tornam-se de órgão (aspecto subjetivo) e, a segunda, de
estáveis nos serviços públicos quando passa- atividade (aspecto objetivo).”
dos 3 anos de exercício dos seus cargos, con- Na mesma linha, é o magistério de Celso An-
dicionado à avaliação de desempenho especial tônio Bandeira de Mello (Curso de Direito Ad-
promovida ao final do estágio probatório. ministrativo, 2008, p. 245), segundo qual os
No tocante às demais alternativas: agentes políticos: “São os titulares dos cargos
(a) Errado. Empregados públicos são os agen- estruturais à organização política do País, isto
tes contratados para empregos públicos nos é, são os ocupantes dos cargos que compõem o
quadros de entidades de direito privado da Ad- arcabouço constitucional do Estado e, portanto,
ministração Indireta, quais sejam: fundações o esquema fundamental do poder. (…) São for-
públicas de direito privado, empresas públicas madores da vontade superior do Estado.”
e sociedades de economia mista. A despeito de
serem concursados, os empregados públicos
estão sujeitos ao regime trabalhista, marca-
damente representado pela Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT. Como consequência

SOLDADO 35
Noções de Direito Penal Militar 39. Acerca dos dispositivos contidos no títu-
Leandro Antunes lo “Do Crime” do CPM, assinale a alterna-
tiva correta.
38. Acerca dos dispositivos contidos no títu- (A) O crime consumado ocorre quando nele se
lo “Do Crime” do CPM, assinale a alterna- reúnem quase todos os elementos de sua
tiva incorreta. definição legal.
(A) O resultado de que depende a existência (B) O crime tentado ocorre quando, iniciada a
do crime somente é imputável a quem lhe execução, não se consuma por vontade
deu causa. Considera-se causa a ação ou do agente.
omissão sem a qual o resultado não te- (C) A tentativa é sempre punida com a pena cor-
ria ocorrido. respondente ao crime, diminuída de um a
(B) A superveniência de causa relativamente in- dois terços.
dependente exclui a imputação quando, por (D) O agente que, voluntariamente, desiste de
si só, produziu o resultado. prosseguir na execução ou impede que o re-
(C) A omissão é relevante como causa quando sultado se produza, só responde pelos atos
o omitente devia e podia agir para evitar o já praticados.
resultado. (E) Quando, por ineficácia absoluta do meio
(D) O dever de agir incumbe a quem tenha empregado ou por relativa impropriedade do
por lei obrigação de cuidado, proteção ou objeto, é impossível consumar-se o crime,
vigilância. nenhuma pena é aplicável.
(E) O dever de agir incumbe a quem, de outra
forma, assumiu a responsabilidade de impe- Letra d.
dir a conduta. Art. 30. Diz-se o crime:
I - consumado, quando ele se reúnem todos os
Letra e. elementos de sua definição legal;
Art. 29. O resultado de que depende a existên- II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
cia do crime somente é imputável a quem lhe consuma por circunstâncias alheias à vontade
deu causa. Considera-se causa a ação ou omis- do agente.
são sem a qual o resultado não teria ocorrido. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena
§ 1º A superveniência de causa relativamente correspondente ao crime, diminuída de um a dois
independente exclui a imputação quando, por terços, podendo o juiz, no caso de excepcional
si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, gravidade, aplicar a pena do crime consumado.
imputam-se, entretanto, a quem os praticou.
§ 2º A omissão é relevante como causa quan- Art. 31. O agente que, voluntariamente, desis-
do o omitente devia e podia agir para evitar o te de prosseguir na execução ou impede que o
resultado. O dever de agir incumbe a quem te- resultado se produza, só responde pelos atos
nha por lei obrigação de cuidado, proteção ou já praticados.
vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado; e a Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do
quem, com seu comportamento anterior, criou meio empregado ou por absoluta improprieda-
o risco de sua superveniência. de do objeto, é impossível consumar-se o crime,
nenhuma pena é aplicável.

SOLDADO 36
40. Acerca dos dispositivos contido no título 41. Acerca dos dispositivos relacionados ao
“Do Crime” do CPM, assinale a alternati- erro no CPM, assinale a alternativa incorreta.
va incorreta. (A) A pena pode ser atenuada ou substituída
(A) O crime será doloso, quando o agente quis o por outra menos grave quando o agente,
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. salvo em se tratando de crime que atente
(B) O crime será culposo, quando o agente, dei- contra o dever militar, supõe lícito o fato, por
xando de empregar a cautela, atenção, ou ignorância ou erro de interpretação da lei,
diligência ordinária, ou especial, a que esta- se escusáveis.
va obrigado em face das circunstâncias, não (B) É isento de pena quem, ao praticar o crime,
prevê o resultado que podia prever. supõe, por erro plenamente escusável, a
(C) O crime será culposo, quando o agente, dei- inexistência de circunstância de fato que o
xando de empregar a cautela, atenção, ou constitui ou a existência de situação de fato
diligência ordinária, ou especial, a que esta- que tornaria a ação legítima.
va obrigado em face das circunstâncias, pre- (C) Se o erro deriva de culpa, a este título res-
vê o resultado mas supõe levianamente que ponde o agente, se o fato é punível como
não se realizaria ou que poderia evitá-lo. crime culposo.
(D) Salvo os casos expressos em lei, ninguém (D) Se o erro é provocado por terceiro, responde-
pode ser punido por fato previsto como cri- rá este pelo crime, a título apenas de culpa.
me, senão quando o pratica dolosamente. (E) Quando o agente, por erro de percepção
(E) Pelos resultados que agravam especialmen- ou no uso dos meios de execução, ou ou-
te as penas só responde o agente quando tro acidente, atinge uma pessoa em vez de
os houver causado dolosamente. outra, responde como se tivesse praticado o
crime contra aquela que realmente preten-
Letra e. dia atingir. Devem ter-se em conta não as
Art. 33. Diz-se o crime: condições e qualidades da vítima, mas as
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou da outra pessoa, para configuração, qualifi-
assumiu o risco de produzi-lo; cação ou exclusão do crime, e agravação ou
II - culposo, quando o agente, deixando de em- atenuação da pena.
pregar a cautela, atenção, ou diligência ordiná-
ria, ou especial, a que estava obrigado em face Letra d.
das circunstâncias, não prevê o resultado que Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substi-
podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamen- tuída por outra menos grave quando o agente,
te que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. salvo em se tratando de crime que atente contra
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância
ninguém pode ser punido por fato previsto como ou erro de interpretação da lei, se escusáveis.
crime, senão quando o pratica dolosamente.
Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o
Art. 34. Pelos resultados que agravam especial- crime, supõe, por erro plenamente escusável,
mente as penas só responde o agente quando a inexistência de circunstância de fato que o
os houver causado, pelo menos, culposamente. constitui ou a existência de situação de fato que
tornaria a ação legítima.
1º Se o erro deriva de culpa, a este título res-
ponde o agente, se o fato é punível como cri-
me culposo.
2º Se o erro é provocado por terceiro, respon-
derá este pelo crime, a título de dolo ou culpa,
conforme o caso.

Art. 37. Quando o agente, por erro de percep-


ção ou no uso dos meios de execução, ou outro
acidente, atinge uma pessoa em vez de outra,

SOLDADO 37
responde como se tivesse praticado o crime Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o
contra aquela que realmente pretendia atingir. não fizer, poderá ser recusado por qualquer
Devem ter-se em conta não as condições e das partes:
qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, (a) se for amigo íntimo ou inimigo de qual-
para configuração, qualificação ou exclusão do quer delas;
crime, e agravação ou atenuação da pena. (b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen-
dente, de um ou de outro, estiver respondendo
Noções de Direito Processual a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
Penal Militar criminoso haja controvérsia;
Leandro Antunes (c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo ou afim até o segundo grau inclusive, sus-
42. São causas de impedimento do juiz para tentar demanda ou responder a processo que
exercer a jurisdição no processo em tenha de ser julgado por qualquer das partes;
que, exceto: (d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alu-
(A) como advogado ou defensor, órgão do Mi- de a alínea anterior, sustentar demanda contra
nistério Público, autoridade policial, auxiliar qualquer das partes ou tiver sido procurador de
de justiça ou perito, tiver funcionado seu qualquer delas;
cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim (e) se tiver dado parte oficial do crime;
até o terceiro grau inclusive. f) se tiver aconselhado qualquer das partes;
(B) ele próprio houver desempenhado qual- g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo,
quer dessas funções ou servido como donatário ou usufrutuário de bens ou emprega-
testemunha. dor de qualquer das partes;
(C) tiver funcionado como juiz de outra instân- h) se for presidente, diretor ou administrador de
cia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sociedade interessada no processo;
sobre a questão. i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
(D) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente con- qualquer das partes.
sanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclu-
sive, for parte ou diretamente interessado. 43. São causas de suspeição do juiz para
(E) se for amigo íntimo ou inimigo de qual- exercer a jurisdição no processo em
quer delas. que, exceto:
(A) se for amigo íntimo ou inimigo de qual-
Letra e. quer delas.
Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no (B) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen-
processo em que: dente, de um ou de outro, estiver respon-
(a) como advogado ou defensor, órgão do Mi- dendo a processo por fato análogo, sobre
nistério Público, autoridade policial, auxiliar de cujo caráter criminoso haja controvérsia.
justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, (C) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguí-
ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro neo ou afim até o segundo grau inclusive,
grau inclusive; sustentar demanda ou responder a proces-
(b) ele próprio houver desempenhado qualquer so que tenha de ser julgado por qualquer
dessas funções ou servido como testemunha; das partes.
(c) tiver funcionado como juiz de outra instân- (D) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente con-
cia, pronunciando-se, de fato ou de direito, so- sanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclu-
bre a questão; sive, for parte ou diretamente interessado.
(d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente con- (E) se for presidente, diretor ou administrador
sanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, de sociedade interessada no processo.
for parte ou diretamente interessado.
Letra d.
Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no
processo em que:

SOLDADO 38
(a) como advogado ou defensor, órgão do Mi- 44. Quanto ao previsto no CPPM, no que se
nistério Público, autoridade policial, auxiliar de refere às disposições referentes aos au-
justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, xiliares juiz, assinale a alternativa correta.
ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro (A) Os funcionários ou serventuários da justiça
grau inclusive; Militar são, nos processos em que funcio-
(b) ele próprio houver desempenhado qualquer nam, auxiliares do juiz e do MPM, a cujas
dessas funções ou servido como testemunha; determinações devem obedecer.
(c) tiver funcionado como juiz de outra instân- (B) O oficial de justiça providenciará para que
cia, pronunciando-se, de fato ou de direito, so- estejam em ordem e em dia as peças e ter-
bre a questão; mos dos processos.
(d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente con- (C) O escrivão realizará as diligências que lhe
sanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, atribuir a lei de organização judiciária militar
for parte ou diretamente interessado. e as que lhe forem ordenadas por despacho
do juiz, certificando o ocorrido, no respec-
Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o tivo instrumento, com designação de lugar,
não fizer, poderá ser recusado por qualquer dia e hora.
das partes: (D) As diligências do oficial de justiça serão fei-
(a) se for amigo íntimo ou inimigo de qual- tas durante o dia, em período que medeie
quer delas; entre as seis e as vinte horas e, sempre que
(b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen- possível, na presença de duas testemunhas.
dente, de um ou de outro, estiver respondendo (E) Os mandados que estão com o oficial de jus-
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter tiça serão entregues em cartório, logo depois
criminoso haja controvérsia; de cumpridos, salvo motivo de força maior.
(c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo ou afim até o segundo grau inclusive, sus- Letra e.
tentar demanda ou responder a processo que Art. 42. Os funcionários ou serventuários da
tenha de ser julgado por qualquer das partes; justiça Militar são, nos processos em que fun-
(d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alu- cionam, auxiliares do juiz, a cujas determina-
de a alínea anterior, sustentar demanda contra ções devem obedecer.
qualquer das partes ou tiver sido procurador de
qualquer delas; Art. 43. O escrivão providenciará para que es-
(e) se tiver dado parte oficial do crime; tejam em ordem e em dia as peças e termos
f) se tiver aconselhado qualquer das partes; dos processos.
g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo,
donatário ou usufrutuário de bens ou emprega- Art. 44. O oficial de justiça realizará as diligên-
dor de qualquer das partes; cias que lhe atribuir a lei de organização judi-
h) se for presidente, diretor ou administrador de ciária militar e as que lhe forem ordenadas por
sociedade interessada no processo; despacho do juiz, certificando o ocorrido, no
i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de respectivo instrumento, com designação de lu-
qualquer das partes. gar, dia e hora.
§ 1º As diligências serão feitas durante o dia, em
período que medeie entre as seis e as dezoito
horas e, sempre que possível, na presença de
duas testemunhas.
§ 2º Os mandados serão entregues em cartó-
rio, logo depois de cumpridos, salvo motivo de
força maior.

SOLDADO 39
45. Quanto ao previsto no CPPM, no que se re- 46. Não podem exercer a função de peritos
fere às disposições referentes aos peritos e ou intérpretes no processo penal mili-
intérpretes, assinale a alternativa incorreta. tar, exceto:
(A) Os peritos e intérpretes serão de nomeação (A) os que estiverem sujeitos a interdição que os
do juiz, sem intervenção das partes. inabilite para o exercício de função pública.
(B) Os peritos ou intérpretes serão nomeados (B) os que tiverem prestado depoimento no pro-
de preferência dentre oficiais da inatividade, cesso ou opinado anteriormente sobre o ob-
atendida a especialidade. jeto da perícia.
(C) O perito ou intérprete prestará compromis- (C) os que não tiverem habilitação ou idoneida-
so de desempenhar a função com obedi- de para o seu desempenho.
ência à disciplina judiciária e de responder (D) os menores de vinte e um anos.
fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e (E) os maiores de 60 anos.
pelas partes.
(D) O encargo de perito ou intérprete não pode Letra e.
ser recusado, salvo motivo relevante que o Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:
nomeado justificará, para apreciação do juiz. (a) os que estiverem sujeitos a interdição que
(E) No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá os inabilite para o exercício de função pública;
aplicar multa correspondente até três dias (b) os que tiverem prestado depoimento no pro-
de vencimentos, se o nomeado os tiver fi- cesso ou opinado anteriormente sobre o objeto
xos por exercício de função; ou, se isto não da perícia;
acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá de (c) os que não tiverem habilitação ou idoneida-
um décimo à metade do maior salário-míni- de para o seu desempenho;
mo do país. (d) os menores de vinte e um anos.

Letra b. Legislação Extravagante


Art. 47. Os peritos e intérpretes serão de nome- Wallace França
ação do juiz, sem intervenção das partes.
47. Sobre os sujeitos passivos dos crimes
Art. 48. Os peritos ou intérpretes serão nomea- de abuso de autoridade, é incorreto
dos de preferência dentre oficiais da ativa, aten- afirmar que:
dida a especialidade. (A) servidores temporários podem cometer abu-
Parágrafo único. O perito ou intérprete presta- so de autoridade.
rá compromisso de desempenhar a função com (B) membros de tribunais poderão figurar como
obediência à disciplina judiciária e de responder sujeito ativo.
fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pe- (C) particulares não poderão ser sujeitos ativos
las partes. desses crimes.
(D) não comete crime de abuso de autoridade o
Art. 49. O encargo de perito ou intérprete não sujeito que não tenha o dolo específico trazi-
pode ser recusado, salvo motivo relevante que do pela lei.
o nomeado justificará, para apreciação do juiz. (E) pessoas equiparadas aos Militares podem
cometer abuso de autoridade.
Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz po-
derá aplicar multa correspondente até três dias Letra c.
de vencimentos, se o nomeado os tiver fixos por Em regra, o particular não responde por abuso
exercício de função; ou, se isto não acontecer, de autoridade; porém, caso aja em concurso de
arbitrá-lo em quantia que irá de um décimo à pessoas com o agente público, o particular po-
metade do maior salário-mínimo do país. derá ser sujeito ativo de abuso de autoridade.
As demais assertivas estão todas corretas de
acordo com a Lei n. 13.869/2019.

SOLDADO 40
48. Dentre as afirmativas abaixo, marque a dendo ser autorizada quando não houver outro
única que não está entre o rol de compe- meio de prova disponível para o caso concreto.
tências do SINARM. Veja a disposição legal:
(A) Identificar as características e a propriedade
de armas de fogo, mediante cadastro. Não será admitida a interceptação de comu-
(B) Cadastrar as armas de fogo produzidas, im- nicações telefônicas quando ocorrer qualquer
portadas e vendidas no País. das seguintes hipóteses:
(C) Cadastrar as autorizações de porte de arma
de fogo e as renovações expedidas pela Po- II - a prova puder ser feita por outros meios
lícia Federal. disponíveis”
(D) Registrar e conceder porte de trânsito de Veja os erros das demais alternativas:
arma de fogo para colecionadores, atirado- (b) Quem determina a interceptação é o Juiz;
res e caçadores. (c) A diligência ocorrerá em autos apartados;
(E) Cadastrar as apreensões de armas de fogo, (d) A gravação que não interessar será inutiliza-
inclusive as vinculadas a procedimentos po- da. Não existe base legal para o arquivamento;
liciais e judiciais. (e) A captação clandestina é quando um dos
interlocutores fazem a gravação sem ordem
Letra d. judicial. A lei não criminaliza tal ação:
A competência citada pela afirmativa é do Co-
mando do Exército. Art.10-A Realizar captação ambiental de si-
Todas as demais assertivas trazem competên- nais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos
cias que a lei atribui ao SINARM. para investigação ou instrução criminal sem
autorização judicial, quando esta for exigida:
49. Marque a afirmativa verdadeira a respeito Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
das disposições da Lei de Interceptações e multa.
Telefônicas. § 1º Não há crime se a captação é realizada
(A) Por ser uma medida de ultima ratio, não por um dos interlocutores.
poderá ser autorizada a interceptação tele-
fônica se a prova puder ser feita por outros
meios disponíveis.
(B) A interceptação das comunicações telefô-
nicas poderá ser determinada pela autori-
dade policial, na investigação criminal, ou
pelo representante do Ministério Público, na
investigação criminal e na instrução proces-
sual penal.
(C) A interceptação de comunicação telefônica,
de qualquer natureza, ocorrerá nos mesmos
autos do inquérito policial ou do processo
criminal, preservando-se o sigilo das diligên-
cias, gravações e transcrições respectivas.
(D) A gravação que não interessar à prova será
arquivada, seguindo o mesmo rito de arqui-
vamento presente no Código de Processo
Penal usado para o inquérito policial.
(E) A referida lei criminaliza a captação ambien-
tal clandestina.

Letra a.
De fato, a interceptação das comunicações te-
lefônicas é uma prova ultima ratio, somente po-

SOLDADO 41
50. Para se definir determinado grupo
como organização criminosa, a Lei n.
12.850/2013 determina alguns critérios
legais, exceto:
(A) associação de 4 ou mais pessoas.
(B) estrutura ordenada.
(C) divisão de tarefas necessariamente de ma-
neira formal.
(D) objetivo de obter vantagem de qual-
quer natureza.
(E) prática de infrações penais cuja pena máxi-
ma sejam superiores a 4 anos ou que sejam
de caráter transnacional.

Letra c.
A lei em comento determina que se considera
organização criminosa a associação de 4 (qua-
tro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada
e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda
que informalmente, com objetivo de obter, direta
ou indiretamente, vantagem de qualquer nature-
za, mediante a prática de infrações penais cujas
penas máximas sejam superiores a 4 (quatro)
anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Veja que a divisão de tarefas não necessaria-
mente precisa ser de maneira formal, uma vez
que se pode caracterizar a organização crimi-
nosa quando há divisão de tarefas de maneira
informal, desde que cumpridos os demais requi-
sitos legais.

SOLDADO 42
Discursiva
Fernando Moura

Leia a situação hipotética a seguir.

 Servidores públicos de três categorias − professores, policiais civis e policiais militares − do Esta-
do de Goiás decidiram entrar em greve a partir do dia primeiro do mês seguinte. Os agentes públicos
alegam sucateamento de suas respectivas carreiras (por falta de condições materiais e de pessoal ade-
quadas para exercício de suas funções legais) e defasagem de seus vencimentos, que não são objeto
de recomposição da inflação há cinco anos, embora a norma constitucional assegure a revisão geral
anual de suas remunerações, o que não vem sendo observado pelo governo do estado.

Em face da situação hipotética narrada, com base na legislação sobre a matéria e na jurisprudên-
cia do Supremo Tribunal Federal, elabore um texto dissertativo, em no máximo 30 linhas, acerca dos
pontos seguintes.
1) A Constituição da República de 1988 e a legislação infraconstitucional preveem o direito de greve ao
servidor público de forma geral? Os servidores das três categorias mencionadas na situação hipoté-
tica podem exercer o direito de greve?
2) Caso haja greve, a Administração Pública do Estado de Goiás deve proceder ao desconto dos dias
de paralisação? É permitida a compensação pelos dias não trabalhados em caso de acordo?
3) É obrigatória a participação do poder público em mediação no caso concreto em relação aos poli-
ciais civis e militares?
4) A ausência de encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores
públicos, previstos no inciso X do art. 37 da CFRB/1988, gera direito subjetivo à indenização?
5) Por fim, o Poder Judiciário possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação
do projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos?
E para fixar diretamente o respectivo índice de correção?

SOLDADO 43
PADRÃO DE RESPOSTA

 A Constituição da República de 1988 prevê o direito de greve aos servidores públicos de forma ge-
ral, que será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. Como até hoje não foi editada
essa lei, o STF determina que se aplique a lei geral de greve. No caso concreto, essa regra geral se
aplica apenas aos professores estaduais. A Polícia Militar não pode realizar greve por expressa vedação
constitucional. Igualmente, a Polícia Civil também não pode realizar greve, conforme decisão do STF.
 Caso haja greve, a Administração Pública do Estado de Goiás deve, de acordo com decisão do STF,
proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servi-
dores públicos. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público. É permitida a compensação em caso de acordo.
 Embora não haja direito de greve para essas categorias, é obrigatória, de acordo com o STF, a par-
ticipação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança
pública, nos termos do art. 165 do CPC, para reivindicação dos interesses da categoria.
 O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos,
previsto no inciso X do art. 37 da CRFB/1988, não gera direito subjetivo à indenização. Por outro lado,
deve o Poder Executivo pronunciar-se de forma fundamentada acerca das razões pelas quais não pro-
pôs a revisão, conforme entendimento do STF em repercussão geral.
 Por derradeiro, o Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a
apresentação de projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servido-
res públicos, nem para fixar diretamente o respectivo índice de correção, de maneira a se respeitar a
separação dos poderes, conforme entendimento do STF em repercussão geral.

SOLDADO 44

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