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Regionalização do Espaço Mundial

Chamamos de região uma porção de território que apresenta características


semelhantes, de acordo com determinados critérios( naturais, econômicos, políticos, sociais,
culturais) e classificação( geoculturais e geoeconômicas)

Regionalização geoeconômica ou socioeconômica


Tipos de regionalização geoeconômica
1ª Divisão dos continentes:
Uma das formas de regionalização mais conhecidas é o agrupamento dos países em
continentes. O principal critério é a extensão continua das grandes porções de terras emersas.

2ª Divisão histórica- geográfica


De acordo com essa classificação, existem três regiões: Velho Mundo, formado pela
Europa, Ásia e África (área de ocupação mais antiga); Novo Mundo, descoberto por Cristóvão
Colombo em 1492 (formado pela América); Novíssimo Mundo, descoberto por James Cook em
1770 (formado pela Oceania).
3ª Divisão da velha ordem
Basicamente, trata-se de uma atualização da chamada “Teoria dos Mundos”, que
regionalizava o planeta com base em países de primeiro mundo (capitalistas desenvolvidos),
segundo mundo (de economia planificada ou “socialistas”) e terceiro mundo (capitalistas
subdesenvolvidos). No caso da regionalização socioeconômica, considera-se apenas a
existência do primeiro e terceiro mundos, haja vista que a perspectiva socialista ou planificada
não possui mais abertura no plano internacional após a queda do Muro de Berlim.

Conferencia de Bandung- em 1955,o termo Terceiro Mundo foi oficialmente adotado durante
a Conferencia de Bandung, realizada na Indonésia. Nesse encontro, reuniram-se 29 países
asiáticos e africanos subdesenvolvidos, muitos deles herdeiros de um passado de dominação
colonial. Em plena Guerra Fria, esses países buscavam afirmar sua soberania politica diante das
potencias mundiais, rejeitando o racismo e o colonialismo e colocando –se como não alinhados
aos Estados Unidos ou á União Soviética.

4ª Divisão Norte x Sul


Essa regionalização classifica os países em dois principais grupos: de um lado, os
países do norte desenvolvido; de outro, os países do sul subdesenvolvido. Por isso, muitos
chamam essa divisão de regionalização norte-sul.
Posto isso, considera-se que a maior parte dos países ricos encontra-se situada nas
terras emersas posicionadas mais ao norte do globo, enquanto os países pobres estão
majoritariamente no sul. No entanto, essa divisão não segue à risca a delimitação cartográfica do
planeta, havendo aqueles países centrais no hemisfério sul, como é o caso da Austrália, e
países periféricos no hemisfério norte, a exemplo da China.
É importante observar que, além de ser muito abrangente, essa forma de regionalização
do espaço geográfico mundial possui uma série de limitações. A principal delas é a de não
evidenciar a heterogeneidade existente entre os países de um mesmo grupo na classificação.
Os países do norte desenvolvido, por exemplo, apresentam-se com as mais diversas
perspectivas, havendo aqueles considerados como “potências”, a exemplo dos Estados Unidos,
da Alemanha e outros, e aqueles considerados limitados economicamente ou que sofrem crises
recentes, tais como Portugal, Grécia, Rússia e Itália.
Já entre os países do sul subdesenvolvido, também existem evidentes distinções. Por um
lado, há aqueles países pouco ou não industrializados, como economias centradas no setor
primário basicamente, e, por outro lado, aqueles países ditos “emergentes” ou
“subdesenvolvidos industrializados”, tais como o BRICS (exceto a Rússia), os Tigres Asiáticos e
outros. Alguns deles, como a China, possuem economias muito avançadas em termos de
produção e geração de riquezas, porém sofrem com condições sociais limitadas, má distribuição
de renda, analfabetismo, pobreza e problemas diversos.

Entender a dinâmica do espaço mundial, mesmo que em uma perspectiva específica, é


uma tarefa bastante complicada, de forma que as generalizações tendem ao erro. No entanto, a
regionalização norte-sul é importante no sentido de nos dar uma orientação geral sobre o nível
de desenvolvimento social e econômico dos países e das populações nas diferentes partes do
planeta. Assim, constrói-se uma base sobre a qual é possível nos aprofundarmos em termos de
estudos e conhecimentos para melhor caracterizar as relações socioespaciais no plano político e
econômico internacional."

Regionalização por Níveis de desenvolvimento


A ONU passou á classificar os países de acordo com seus diferentes níveis de
desenvolvimento. Segundo a ONU, apenas por conivência, e não por juízo sobre o estagio
alcançado nesse processo, as regiões podem ser denominadas com maior desenvolvimento,
em desenvolvimento e menos desenvolvidas.
Países com maior desenvolvimento ou Pais desenvolvido
Países desenvolvidos são nações com elevado desenvolvimento econômico e social.
Essa classificação utiliza critérios como grau de riqueza, nível de industrialização e
desenvolvimento, Produto Interno Bruto (PIB), renda per capita e Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). O desenvolvimento econômico é também um critério preponderante de
classificação.
São usados como sinônimos de países desenvolvidos termos como “países
industrializados” e “países de primeiro mundo”. Entre esses países, podemos destacar: Noruega,
Suíça, Suécia, Austrália, Japão e Estados Unidos.

Características dos países desenvolvidos


Em relação à economia, os países desenvolvidos apresentam um grau de
industrialização bastante elevado, com predomínio dos setores industriais terciário (atividades do
comércio) e quartenário (serviços baseados no conhecimento e compartilhamento de
informação).
Um fator relevante em relação ao desenvolvimento econômico é o Produto Interno Bruto
(PIB), que representa o valor monetário de bens e serviços produzidos por um país em um ano,
sendo um dos principais indicadores do potencial econômico de uma nação. A renda per capita,
que representa a média salarial por pessoa, também é considerada na classificação de
desenvolvimento de uma nação. Nos países desenvolvidos, o PIB e a renda per capita são altos,
e a distribuição de renda é geralmente homogênea.
No que diz respeito ao desenvolvimento social, o principal indicador é o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), que analisa o desenvolvimento social dos países com base em
quesitos como educação, saúde e renda. É uma referência numérica que varia de 0 a 1: quanto
mais próximo de 1, melhores são as condições de vida no país. Os países desenvolvidos
apresentam elevado IDH, portanto, apresentam boa qualidade de vida, elevada renda e grau de
educação. As taxas de mortalidade e de natalidade nesses países são baixas se comparadas às
de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

Exemplos de países desenvolvidos


Os países desenvolvidos são classificados de acordo com sua economia e com a qualidade de
vida da sua população. Segundo critérios econômicos, como o PIB, são classificados como
países desenvolvidos:
→ Estados Unidos: PIB – 19,39 trilhões USD
→ Japão: PIB – 4,872 trilhões USD
→ Canadá: PIB – 1,653 trilhões USD
→ Austrália: PIB – 1,323 trilhões USD
Segundo critérios sociais, como o IDH, são considerados países desenvolvidos:
→ Noruega: IDH – 0,953
→ Suíça: IDH – 0,944
→ Austrália: IDH – 0,939
→ Irlanda: IDH – 0,938

Países desenvolvidos na América


Os países mais desenvolvidos da América são Estados Unidos e Canadá, os quais
apresentam PIBs elevadíssimos. Os Estados Unidos representam cerca de 24% do Produto
Interno Bruto Mundial, e seu IDH é de 0,924. Já o Canadá representa a décima maior economia
do mundo e é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos.

Países em desenvolvimento ou País emergente


Classificar países em desenvolvimento é uma difícil tarefa, visto que não existe um único
critério para se realizar essa classificação. Além disso, os países considerados “em
desenvolvimento” possuem características bastante variadas. Há, por exemplo, alguns países
em desenvolvimento cuja população apresenta elevado padrão de vida, já outros apresentam
população com médio padrão de vida.
Assim, algumas classificações consideram como países em desenvolvimento aqueles
cuja qualidade de vida da sociedade varia entre média e elevada e cujo setor industrial, por ser
recente, encontra-se em desenvolvimento. São, geralmente, menos industrializados que os
países desenvolvidos e mais industrializados que os países subdesenvolvidos. A economia
desses países apresenta dependência das grandes potências, e a distribuição de renda é ainda
heterogênea.
Exemplos de países em desenvolvimento segundo o Fundo Monetário Internacional
(FMI): Brasil, Argentina, Colômbia

Países menos desenvolvidos ou Países subdesenvolvidos


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são considerados subdesenvolvidos
os países que apresentam baixos indicadores socioeconômicos. Essas nações apresentam PIB
reduzido e baixa renda per capita. Os indicadores sociais de saúde, educação e nutrição são
baixos, o que indica diversos problemas sociais, como fome, miséria e desemprego.
Na América apenas o Haiti entra nesta classificação.
Esses países apresentam baixa industrialização e economia dependente dos países
desenvolvidos. São considerados vulneráveis economicamente e apresentam expressivos
setores agrícola e de serviços. As taxas de mortalidade infantil, mortalidade e natalidade são
altas, indicando problemas sociais ligados, principalmente, à saúde, como má nutrição e falta de
acesso a medicamentos.
Exemplos de países em desenvolvimento segundo a ONU:
Serra Leoa
Níger
Haiti
Afeganistão

Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos


Países desenvolvidos Países subdesenvolvidos
Características São países com elevado grau São países com baixo grau de
de industrialização e alta renda industrialização e reduzida renda
per capita. Apresentam IDH per capita. Apresentam IDH
próximo a 1, indicando boa próximo de 0, indicando baixa
qualidade e expectativa de qualidade e expectativa de vida,
vida, bem como amplas vulnerabilidade econômica e
oportunidades de educação. reduzidas oportunidades de
educação.

PIB Elevado Reduzido

Desenvolvimento Dominam economicamente Apresentam dependência


econômico outros países e apresentam econômica dos países
desenvolvimento econômico desenvolvidos. A economia é
estável. Geram receitas por essencialmente agrícola, e suas
meio do setor industrial. receitas são obtidas,
principalmente, por meio dos
setores da agricultura e de
serviços.

Distribuição de Homogênea Heterogênea


renda

Qualidade de Boa Regular/ruim


vida

Expectativa de Alta Baixa


vida

IDH Elevado Baixo

Educação Alta taxa de alfabetismo Alta taxa de analfabetismo

Indicadores Reduzidas taxas de Elevadas taxas de mortalidade,


demográficos mortalidade, mortalidade mortalidade infantil e natalidade.
infantil e natalidade.

Exemplos Noruega, Austrália, Suíça Níger, Índia, Congo

Índice de Desenvolvimento Humano( IDH)

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma unidade de medida utilizada para


medir o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade nos quesitos de educação,
saúde e renda. A utilização de um indicador que envolvesse outras variáveis que não somente a
questão econômica ocorreu pela primeira vez em 1990 pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD-ONU). Esse indicador foi criado pelo paquistanês Mahbub Ul Haq e
pelo indiano Amartya Sem.
A utilização das variáveis educação, saúde e renda permite uma comparação com
praticamente todos os países do globo e serve de referência para mensurar a resposta de
determinado país frente a essas importantes demandas.
O IDH é uma referência numérica que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero,
menor é o indicador para os quesitos de saúde, educação e renda. Quanto mais próximo de 1,
melhores são as condições para esses quesitos. No mundo, nenhum país possui o IDH zero ou
um.
O indicador educação refere-se à quantidade média de anos de estudo de uma
população. Entende-se que, quanto maior for o tempo de permanência de uma população na
escola, melhores serão as chances de desenvolvimento para esse país. Por outro lado, mostra
ainda o comprometimento dos gestores com o futuro de sua nação, na medida em que esse
indicador reflete-se diretamente no desenvolvimento das futuras gerações. Assim, as políticas de
Estado para matricular todas as crianças e adolescentes nas escolas e diminuir as taxas de
evasão e repetência, por exemplo, visam à melhora da posição do país nesse tipo de indicador.
O indicador saúde, avalia-se basicamente a taxa de expectativa de vida dos cidadãos de
cada país participante. Entende-se que, quanto maior for essa taxa, melhores serão as
condições de vida de seus habitantes. Ações como campanhas de vacinação e educativas sobre
saúde, pré-natal, organização de sistemas públicos de saúde, ações de fornecimento de
medicamentos, entre outros, colaboram para elevar esse indicador.
No indicador renda, mede-se o valor médio do rendimento dos cidadãos com base na
média do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a riqueza produzida por um país em
determinado período (normalmente anual) dividida pelo número de habitantes.
A classificação é feita dividindo os países em quatro grupos:

♦Desenvolvimento humano muito elevado- igual ou maior que 0,800;

♦Desenvolvimento humano elevado -0,700 a 0,790;

♦Desenvolvimento humano médio - 0,550 a 0,699. ;

♦Desenvolvimento humano médio- menor que 0,550 ;


A lista de classificação do IDH da ONU conta com 193 países:
♦51 países estão classificados com desenvolvimento humano muito elevado;
♦55 países estão classificados com desenvolvimento humano elevado;
♦41 países estão classificados com desenvolvimento humano médio;
♦46 países estão classificados com desenvolvimento humano baixo;
Novos índices de desenvolvimento humano
A noção de desenvolvimento humano ficou muito associada ao IDH. Porém, esse índice
representa uma interpretação simplificada do desenvolvimento humano, que deve envolver
outros aspectos, como liberdade politica, segurança física das pessoas, igualdade de gênero e
entre etnias etc.
A partir de 2010, a ONU em seu Relatório de Desenvolvimento Humano publicado todos os
anos, criou outros índices para tentar se aproximar mais da realidade dos países avaliados.
Esses índices são:
♦Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado á Desigualdade ( IDHAD);
♦Índice de Pobreza Multidimensional (IPM);

♦Índice de Desenvolvimento de Gênero ( IDG);


♦Índice de Desigualdade de Gênero (GII).

Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado á Desigualdade ( IDHAD)


O IDHAD utiliza os três componentes de avaliação do IDH, porem ajustados a um índice
de desigualdade. O IDHAD indica as desigualdades existentes entre as pessoas, pois não é toda
a população que tem acesso a uma renda que garanta minimamente suas necessidades, bem
como o acesso á educação e a um sistema de saúde de qualidade. Como o IDH, quanto mais
próximo de 1, melhor o desenvolvimento. Quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento.

Índice de Pobreza Multidimensional (IPM)


O Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) indica as privações individuais quanto á
escolaridade, á saúde (nutrição e mortalidade infantil) e ás condições de vida da população
(água, eletricidade, combustível para cozinhar, entre outros).

Índice de Desenvolvimento de Gênero ( IDG)


O Índice de Desenvolvimento de Gênero ( IDG)´mede as disparidades entre mulheres e
homens. Ele utiliza os mesmos indicadores do IDH: saúde, escolarização e condições de vida. O
calculo é feito separadamente para mulheres e homens, a fim de chegar a uma medida
proporcional. Como resultado, obtém-se uma medida direta da diferença de gênero em que o
IDH feminino é expresso como uma porcentagem do IDH masculino.

Índice de Desigualdade de Gênero (GII).


O índice de Desigualdade de Gênero (GII).reflete a desigualdade de gênero entre homens
e mulheres. Usa como indicadores a saúde reprodutiva da mulher e a comparação entre
mulheres e homens referentes á capacitação e á taxa de participação no mercado de trabalho.
Varia de 0 á 1 : quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.

Produto Interno Bruto (PIB)


PIB é a sigla para Produto Interno Bruto, que, em linhas gerais, é um indicador
econômico bastante utilizado na Macroeconomia (ramo das Ciências Econômicas) que
apresenta a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma área geográfica em um
determinado período (podendo ser um ano ou um trimestre). Sendo assim, o PIB representa a
dinâmica econômica do lugar, apontando o possível crescimento da economia.
Basicamente, o PIB serve para medir a atividade econômica, tendo como a análise do
resultado do crescimento econômico do lugar em questão. Ao calcular o PIB, cria-se não só a
possibilidade de analisar o crescimento econômico, mas também oportuniza comparações com
outras localidades. Esse nível de crescimento pode também indicar possíveis problemas (caso
não tenha crescido como o esperado) e, assim, permitir diagnósticos que apontem caminhos
para a melhoria da economia.
O PIB também permite analisar quais setores da economia geram mais ou menos renda.
Sendo assim, é possível identificar as fragilidades econômicas, bem como enxergar em quais
setores deve-se investir.
O cálculo do PIB considera os bens e serviços finais, o que significa que não se leva em
consideração o ferro utilizado na produção de um carro, por exemplo, mas sim o carro em si.
Isso evita que alguns produtos sejam contabilizados duas vezes. A medição do nível de riqueza
pode ser feita de três formas (chegando ao mesmo resultado):
♦Riqueza: Somam-se todas as riquezas produzidas na área. Assim, considera-se tudo que foi
produzido. Nessa soma, leva-se em consideração o que foi produzido pela indústria, pelo setor
de serviços (todas as atividades remuneradas) e pela agropecuária. Desconsideram-se, nesse
caso, os produtos intermediários, ou seja, as matérias-primas, para não contabilizá-las duas
vezes.
♦Demanda: Considera-se o consumo, ou seja, leva-se em conta a despesa interna, sendo
assim, há uma análise sobre o que é consumido pelas famílias e pelo governo, bem como
despesas das empresas (privadas ou governamentais) que investem. As exportações e
importações também são consideradas nesse cálculo. A soma é feita a partir de tudo que é
comprado.
♦Renda: Somam-se as remunerações com base nos salários, juros, aluguéis e lucros
distribuídos. Nesse caso, considera-se que o salário pode pagar pela comida vendida no
restaurante, por exemplo, e, dessa forma, paga-se também pelo serviço, garantindo ainda o
lucro obtido pelo estabelecimento, assim como os custos da produção.
O cálculo do PIB é feito com base na soma dos bens produzidos durante um
determinado tempo em um determinado lugar.
PIB per capita ou PIB por pessoa é o indicador que representa o que cada pessoa do
local analisado teria do total de riquezas que são produzidas no país. Sendo assim, o PIB é
dividido pelo número de habitantes da área, indicando o que cada pessoa produziu. O PIB per
capita é considerado, de certa forma, um indicador do padrão de vida.
É importante dizer que, se um país ou um determinado lugar possui um PIB elevado,
mas tem muitos habitantes, o PIB per capita será baixo, mas isso nem sempre significa que o
país possui uma má qualidade de vida. O mesmo acontece para países com PIB médio, como a
Noruega. Por não ser um país muito populoso, o PIB per capita acaba sendo elevado.
O crescimento do PIB está relacionado com a ascensão da economia. Quanto maior o
PIB, maior é a renda de um determinado lugar, portanto, por vezes, o PIB está relacionado com
a qualidade de vida. E se uma economia cresce, cresce também a oferta de trabalho, visto que
houve aumento da demanda a ser atendida.
Assim, podemos dizer que o crescimento está diretamente relacionado com a
geração de empregos, assim como o aumento do número de empresas e possíveis
investimentos. O aumento das empresas e a geração de empregos têm como consequência o
aumento da oferta dos produtos e serviços, o que contribui para o controle da inflação.
Vale ressaltar que o PIB está relacionado com o nível de desenvolvimento econômico,
mas não com o desenvolvimento de um determinado local como um todo, visto que não leva em
consideração questões como distribuição de renda ou questões sociais, como investimentos no
setor da saúde ou educação.
É válido ressaltar que países que apresentam elevados PIB per capita tendem a
apresentar maiores Índices de Desenvolvimento Humano, visto que o crescimento da renda é
proporcional à qualidade de vida. Porém, muitos estudiosos preferem não utilizar o PIB como um
determinante da qualidade de vida, já que ele não leva em consideração a distribuição desigual
da renda.
As maiores economias do mundo de acordo com o PIB
Veja a lista de países com os maiores PIBs (real) do mundo, segundo o Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais. Os dados estão de acordo com o Fundo Monetário Internacional
(2016):
1º: Estados Unidos – US$ 18.569,10 bilhões
2º: China – US$ 11.218,28 bilhões
3º: Japão – US$ 4.938,64
4º: Alemanha – US$ 3.466,64 bilhões
5º: Reino Unido – US$ 2.629,19 bilhões
6º: França – US$ 2.463,22 bilhões
7º: Índia – US$ 2.256,40 bilhões
8º: Itália – US$ 1.850,74 bilhões
9º: Brasil – US$ 1.798,62 bilhões
10º: Canadá – US$ 1.529,22 bilhões

GINI
O Índice de Gini – também conhecido como Coeficiente de Gini – é um instrumento
matemático utilizado para medir a desigualdade social de um determinado país, unidade
federativa ou município. Sua importância efetiva-se diante das limitações que outros índices –
como o PIB e a renda per capita – possuem para medir a distribuição de riquezas.
O coeficiente de Gini recebe esse nome em referência ao seu desenvolvedor, o
matemático italiano Conrado Gini, que criou esse cálculo no ano de 1912 sob a preocupação de
mensurar o quanto um determinado local pode ser igualitário ou desigual social e
economicamente.
A medição do índice de Gini obedece a uma escala que vai de 0 (quando não há
desigualdade) a 1 (com desigualdade máxima), que são dois números cujos valores jamais
serão alcançados por nenhum lugar, pois representam extremos ideais. Nesse sentido, quanto
menor é o valor numérico do coeficiente de Gini, menos desigual é um país ou localidade.
Graficamente, a representação do Índice de Gini é realizada a partir da chamada curva
de Lorenz, que mostra a proporção acumulada de renda em função da proporção acumulada da
população. Observando o gráfico a seguir, considera-se que uma reta representaria a perfeita
igualdade e que qualquer ponto de suas ordenadas corresponde a um igual valor no eixo das
abscissas.

O gráfico do índice de Gini revela, portanto, o índice de desigualdade de renda de uma


determinada localidade a partir da curva de Lorenz, de modo que, quanto mais próxima de uma
reta a curvatura estiver, menos desigual será o local representado. Nesse sentido, o coeficiente
de Gini representa a relação entre o valor da área de concentração indicada e a área total do
triângulo retângulo formado.
A principal vantagem do índice de Gini é a sua capacidade de mensurar a distribuição de
renda, não cedendo às limitações de outros dados, como a renda per capita, que nada mais é do
que a média aritmética entre o Produto Nacional Bruto e o número de habitantes. Além disso,
esse dado é positivo no sentido de ser facilmente interpretado e, assim, fornecer uma noção
maior da realidade em questão, permitindo até a comparação entre diferentes períodos e
localidades.
Já entre as desvantagens dos índice de Gini, podemos destacar o fato de ele mensurar a
desigualdade de renda em termos estáticos, sem dar ênfase na oportunidade ou no potencial
que um local possui em se tornar mais ou menos desigual a curto e longo prazo. Além disso,
uma boa distribuição de renda em um país, por exemplo, não corresponde necessariamente a
uma justiça social, pois esse índice não leva em conta o poder de compra que uma renda X
pode apresentar nas diferentes partes de um mesmo território.

Regionalização Geoculturais
Outra possibilidade de regionalização do espaço mundial é pelo agrupamento de países
por conta de suas características culturais e históricas. Assim, as regiões são formadas com
base em aspectos como etnias, línguas, religiões, tradições, hábitos alimentares, costumes,
economia etc. Comuns a uma sociedade ou a um grupo de países.
Em 1970 o geógrafo e geopolítico francês Yves Lacoste divide o espaço mundial nas
seguintes grandes áreas geoculturais, que podem ser observadas:
♦América do Norte: Canadá, e Estados Unidos
♦América Latina: México, países da América Central, do Caribe e da América do Sul.
♦Europa: Todos os países da porção ocidental e parte dos países orientais desse continente.
♦Mundo Islâmico: Norte da África, Oriente Médio e alguns países da Ásia Central, onde
predomina a religião islâmica.
♦Mundo Africano: África Subsaariana.
♦Mundo Indiano: Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka.
♦Russos Ortodoxos: Rússia, Ucrânia e Belarus, onde predomina a religião cristã ortodoxa.
♦Extremo Oriente: China, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Mongólia.
♦Ásia de Sudeste: Ilhas e países como Indonésia, Tailândia, Vietnã, Camboja e Laos.
♦Austrália e Oceania: Austrália, Nova Zelândia e as diversas ilhas e arquipélagos do entorno.

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