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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA - PPGF

PROCESSO SELETIVO PARA INGRESSO EM 2023

A MORTE DE DEUS COMO CONDIÇÃO DE POSSIBILIDADE PARA


SUPERACÃO DO RESSENTIMENTO

Candidato: Guilherme Casiano Lupepsa


Orientador Indicado: Antônio Edmilson Paschoal

Nível: Mestrado

Palavras Chaves: Ressentimento; Vontade de Potência; Niilismo; Morte de Deus;


Perdão

Guarapuava-Pr, setembro de 2022.

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SUMÁRIO

1. Introdução e justificativa .......................................................................................................... 3


2. Desenvolvimento da Hipótese de Pesquisa e Fundamentação Teórica ..................................... 4
2.2. Objetivo Geral ........................................................................................................................ 9
3. Objetivos Específicos .............................................................................................................. 10
4. Metodologia ............................................................................................................................. 10
5. Cronograma ............................................................................................................................. 10
6. Referências .............................................................................................................................. 11

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Friedrich Nietzsche foi um filósofo alemão, do qual dentre seus pensamentos
encontra-se as ferrenhas críticas à filosofia de Platão, bem como à moral Cristã, acusando
estes, de sustentarem bases metafísicas que contribuíram para a manutenção do
ressentimento no homem e negação à vida.
Através de uma busca bibliográfica pautada pela metodologia do Estado da
Arte, foi possível encontrar diversos materiais de autores/comentadores, que pesquisam
acerca do Niilismo, Crítica à Moral do Ressentimento, Transvaloração dos Valores e
Morte de Deus no pensamento de Nietzsche, possibilitando um amplo leque científico e
bibliográfico, para fins de exequibilidade da proposta de pesquisa aqui apresentada.
Diante a seleção e estudo desses materiais, foi possível desenvolver o presente
projeto, o qual busca identificar se a Morte de Deus apresenta-se como condição de
possibilidade para superação do ressentimento. Tal premissa aparenta certa obviedade
quanto a sua resposta. Contudo, o valor “perdão” do cristianismo, mostra-se atuando de
forma muito semelhante ao esquecimento presente na filosofia de Nietzsche. Dessa
forma, compreender pelo perdão como força ativa que permite ao sujeito desvincular-se
de sua vontade de vingança, sem vivenciar o advento da Morte de Deus, implicaria na
possibilidade de uma transvaloração dos valores sem romper com a hermenêutica
metafisica-ontológica.
Compreender e investigar a presente hipótese, permitirá o aperfeiçoamento
de futuros estudos voltados ao pensamento do filósofo, principalmente no que tange a
transvaloração dos valores, bem como no âmbito da teologia e filosofia da religião, uma
vez que implicaria na possibilidade de transvalorar, dentro de uma moral asceta.

2. DESENVOLVIMENTO DA HIPÓTESE DE PESQUISA E


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A presente proposta de pesquisa possui por objetivo responder se “a Morte
de Deus apresenta-se como condição de possibilidade para superação do
ressentimento?”. Sendo assim, neste subtópico, buscar-se-á demonstrar o caminho
percorrido para formulação da pergunta de partida, para tanto, compreende-se por
necessário realizar uma breve exposição e conceituação do termo Ressentimento presente
na filosofia de Nietzsche, uma vez que possui elevado grau de importância para a
compreensão de seu pensamento, para posteriormente, demonstrar sua relação com a
anunciação da Morte de Deus, e possibilidade do esquecimento.

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O termo Ressentimento, em Nietzsche, “surge em seus escritos de juventude,
mais precisamente em 1875, no ensaio que escreve sobre o livro O valor da vida de Eugen
Dühring, e depois desaparece, [...] Nietzsche só volta a utilizar o termo “ressentimento”
em Para a genealogia da moral” (PASCHOAL, p. 201, 2010), onde, é tratado como
“sinônimo de sentimento e instinto de vingança” (RABELO, p. 88, 2011) produto de uma
fraqueza fisiológica de um organismo que não é capaz de reagir positivamente às
intempéries da vida, sendo também, vontade de poder operante, que busca tornar-se
dominante. Dessa forma, o ressentimento atua internalizando as emoções negativas, do
tipo inveja, raiva e ódio, acarretando em um auto envenenamento do sujeito ressentido
(PASCHOAL, 2008).
No aforismo 7 da Primeira Dissertação da Genealogia da Moral, Nietzsche
refere-se ao ressentido através da figura dos Sacerdotes, onde os descreve como sendo
“os inimigos mais malignos – Por quê? Porque são os mais desprovidos de Poder. É essa
impotência que faz crescer dele um ódio monstruoso, inquietante, até torná-lo
supremamente espiritual e supremamente venenoso” (NIETZSCHE, p.36, 2009),
impotência essa que transforma-se em uma “vontade doentiamente vingativa direcionada
contra o rival mais forte” (REGINSTER, p.46, 2016), de forma que, diante sua fraqueza
“não souberam por fim tomar satisfação de seus inimigos e dominadores senão por meio
de uma radical inversão dos valores morais, isto é, por meio de uma vingança
supremamente espiritual” (NIETZSCHE, p. 36, 2009), o ideal asceta.
Essa forma de agir, encontra-se explicitado na Genealogia da Moral, onde
Nietzsche em uma passagem, busca distinguir o guerreiro (nobre) do ressentido
representado pela figura do sacerdote, onde, em um contexto de disputa pela
superioridade, o nobre em decorrência de sua força, assume o controle, porquanto, o
segundo em sua fraqueza, condição que o impossibilita de retomar o poder diretamente,
internaliza um sentimento de forma a res-sentir a angústia a todo momento sem conseguir
supera-la, posteriormente vindo a externaliza-la através da subversão dos valores,
desalvorando e repudiando o objeto em disputa e quem o conquistou (NIETZSCHE,
2009). Dessa forma, os ressentidos, buscarão por sua vingança quando “conseguirem
infundir na consciência dos felizes sua própria miséria; quando conseguirem que estes
envergonhem-se de sua felicidade e digam uns aos outros ‘que vergonha sermos tão
felizes diante tanta miséria’”(NIETZSCHE, p. 138, 2009).
Dessa forma, pode-se dizer que o ressentimento, para Nietzsche, possui duplo
aspecto, o primeiro, trata-se da condição pessoal do sujeito, o qual, em decorrência fatores

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psicofisiológicos não consegue reagir positivamente as ofensas sofridas e, o segundo, de
cunho social, que é gerado ao passo em que o ressentido passa a externalizar esses
sentimentos mau “digeridos” pelo organismo, através da subversão dos valores e da
moral, fundando-os em bases metafísicas platônicas e aristotélicas, posteriormente, sendo
inseridos à sociedade e a cultura, através da moral Judaico-Cristã, fenômeno histórico
tratado por Nietzsche como o ideal asceta (NIETZSCHE, 2009).
Sendo assim, seria possível o sujeito superar o instinto de vingança que o
auto envenena? Nietzsche apresenta alguns indícios apontando para que sim, através do
esquecimento; enfrentamento das condições que contribuem ao apequenamento do
homem; o conceito de Amor Fatti; um processo de higienização pessoal; a leveza frente
a vida representada pela dança em Assim Falou Zaratustra também representa uma forma
de superar o ressentimento (PASCHOAL, 2012).
Contudo, demonstrar se é possível, de fato, superar o ressentimento, mostra-
se como uma tarefa inviável para a presente proposta de pesquisa, haja vista, tratar-se de
objeto de estudo extremamente amplo, em decorrência dos diversos conceitos e fatores
que o envolvem. Para tanto, será buscado identificar a existência de algum fator ou
fenômeno, que seja condição de possibilidade para o esquecimento. E nesse sentido,
acredita-se ser necessária realizar uma breve análise do caráter psicofisiológico do ser,
sob a ótica da anunciação da Morte de Deus.
Inicialmente deve-se compreender que para filosofia de Nietzsche, não há
possibilidade de acessar a coisa em si, haja vista que para isso haveria a necessidade de
conceber a coisa em sua constituição essencial e completamente apartada de relações
mundanas, ou seja, o sujeito observador deveria romper com sua ligação originária ao
mundo, para daí, conceber os entes em sua constituição pura, o que para o filósofo é
impossível, haja vista o aspecto hermenêutico subjetivo do sujeito em relação ao objeto,
dessa forma toda tentativa de conceber o ser acaba por traze-lo ao interior do fenômeno
devido a subjetividade do intérprete (CASANOVA, 2006). Tais premissa implicam na
impossibilidade de alcançar-se valores metafísicos, corroborando a hipótese de que o
suprassensível fora “inventado” pelo ideal asceta, para que servisse de fundamento à sua
moral ressentida. Sendo assim Nietzsche aponta para a necessidade do rompimento para
com a metafísica, o que faz em “A Gaia Ciência”, ao anunciar a Morte de Deus.
A anunciação da Morte de Deus encontra-se repleta de conceitos e
referencias, à figuras e passagens históricas, metafísicas e teológicas, apresentando-se em
“um duplo aspecto: a) a crise da metafísica empreendida como dissolução do mundo

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verdadeiro identificado como suprassensível e b) crise radical de sentido existencial, pois
este era conferido pelo suprassensível” (CABRAL, p. 116, 2014). Dessa forma, para
compreender a condição de possibilidade para superação do ressentimento, deve-se
analisar ambas as consequências dessa derrocada, haja vista que a primeira enseja em
uma nova forma de interpretar o ser, porquanto a segunda, mostra-se como uma
possibilidade para reorganização dos valores e da vontade.
A crise da metafísica empreendida pela dissolução do suprassensível,
impossibilita o pensar a coisa em si como já demonstrado, dessa forma, com Deus, morre-
se também os princípios metafísicos-ontológicos que justificavam e davam propósito ao
mundo e o ser, inviabilizando a distinção entre alma e corpo, uma vez que a “dissociação
tradicional entre consciência e corporalidade depende da suposição de hipóteses
metafísicas (CABRAL, p. 299, 2014). Dessa forma, a Morte de Deus apresenta-se como
novo horizonte hermenêutico ontológico, para o qual, possibilita-se uma interpretação
psicofisiológica do ser, sem recorrer a distinção entre corpo e alma, devendo
psicofisiologia ser compreendida como um estado que abrange tanto a fisiologia quanto
o psíquico de modo unificado, dessa forma “o homem é corpo e somente isso”
(NIETZSCHE, p. 31, 2009)..
A ideia de ‘estado psicológico’ não tem nada haver com qualquer tipo
de subjetivismo. Não se refere a estado interiores da subjetividade
humana, por contraposição ao estado objetivo do mundo externo. O
‘estado psicológico’ diz respeito ao modo de configuração do vivente
humano. Porquanto [...] não possui nenhuma essência previamente
constituída, quem ele é já é o resultado de um processo conformativo
que congrega, sintetiza e hierarquiza uma miríade de elementos.
(CABRAL, p. 124, 2014)
Com o rompimento da subjetividade através da cisão do empírico com o
transcendente, Nietzsche, estabelece um novo horizonte hermenêutico à ontologia,
destituindo o uno como essência humana, e atribuindo ao ser um aspecto polissêmico de
formação, o qual é definido como vontade, “conceito, portanto, cosmológico, reproduzido
singularmente no vivente humano. Assim rompe a ideia tradicional de vontade como
ímpeto subjetivo mobilizador das ações humanas” (CABRAL, p. 150, 2014)
constituindo-se um aspecto psicofisiológico. Ademais, ao observar o aforismo 19 de
“Para Além do Bem e do Mal”, pode-se concluir que o caráter polissêmico da vontade
divide-se em três elementos primordiais, a serem eles, pensamento, sentimento e afetos

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(NIETZSCHE, 2016).
O conceito de vontade para Nietzsche, encontra-se correlato com uma busca
incessante por poder, encontrando-se presente no todo. Neste sentido, ao abordar a
passagem “Da Superação de Si” presente em “Assim Falou Zaratustra”, pode-se observar
que a Morte de Deus, anunciou uma reestruturação não somente ontológica, mas,
cosmológica, uma vez que Nietzsche atribui o caráter polissêmico da vontade de potência
a todo o mundo, conforme pode-se observar:
Quer uma solução para todos os seus enigmas? Quereis uma luz
também para vós, ó mais esconso, mais fortes, mais
desassombrados, mais ínsitos a meia noite? Este mundo é vontade
de poder – e nada além disso! E também vós mesmos sois essa
vontade de poder – e nada além disso (NIETZSCHE, p. 122,
2009).

Nietzsche não define claramente o conceito de vontade de poder, sendo este


melhor exposto por seus intérpretes, como uma forma de autoconservação, dessa forma
“este é o seu caráter intrínseco; preservar o que já conquistou constitui somente uma
decorrência do seu exercício” (MARTON, p.40, 1990).
Diante da exposição do caráter psicofisiológico do ser, em correlação com
este “instinto de autopreservação”, deve-se destacar que também em “todos os
organismos são construídos valores. Assim, é possível falar de ‘valores biológicos’, para
referir à atividade dos impulsos, sua aptidão para reproduzir-se, para preservar e expandir
seu poder” (ARALDI, p.5, 2017). Nesse sentido, a “vingança permite a manutenção do
equilíbrio interno de um sistema de forças, e, portanto, a sua conservação (seu não-
implodimento). (RABELO, p. 88, 2011). Ou seja, Para Nietzsche o problema do
ressentimento apresenta-se como uma má ordenação da vontade, um desequilíbrio das
forças internas que constituem o caráter psicofisiológico do ser, de forma que a vingança,
é o meio pelo qual o ressentido busca alcançar o equilíbrio destes poderes internos.
Essa nova interpretação da estruturação ontológica, decorre da crise da
metafísica empreendida como dissolução do mundo verdadeiro identificado como
suprassensível. Contudo, a Morte de Deus traz consigo, também, uma segunda
consequência, qual seja, a imersão do sujeito a uma profunda crise existencial decorrente
da destituição dos valores e princípios que antes o norteavam (CABRAL, 2014), crise
esta, que pode mostrar-se como possibilitadora da reorganização dos sentimentos

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enquanto vontade, caracterizando-se como uma transvaloração, a qual fora anunciada por
Zaratustra.
A anunciação da Morte de Deus presente no Aforismo 125 de “A Gaia
Ciência” vem acompanhada das seguintes indagações “Como conseguimos esvaziar o
mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte? Que fizemos nós, ao desatar a
terra de seu sol?” (NIETZSCHE, § 125, p. 135, ANO). Tais perguntas possuem carga
conceitual extremamente elevada, já que “sol, mar e horizonte assinalam o sentido
delimitador e configurador do espaço existencial onde o singular humano se conquista”
(CABRAL, p.115, 2014), uma vez que estes conceitos “representam o lugar ontológico
assumido pelo signo Deus na história da metafísica, qual seja, o plano meta-empírico”
(CABRAL, p. 24, 2009). Dessa forma, ao esvaziar o mar, apagar o horizonte e desatar a
terra do céu, o ser passa a desvincular-se do Deus que anteriormente o constituía como
essência e delimitava os princípios norteadores, sendo assim “O maior acontecimento
recente – o fato de que ‘Deus está morto’, de que a crença no Deus cristão perdeu crédito
– já começa a lançar suas primeiras sombras sobre a Europa.” (NIETZSCHE, §343,
pp.147-148). É exatamente dessa derrocada dos valores, juntamente com o novo
horizonte hermenêutico ontológico que emerge o niilismo.
Deleuze identifica três tipos fundamentais de niilismo presentes na filosofia
de Nietzsche, sendo eles: o niilismo negativo, o qual identifica-se como depreciação da
vida; niilismo reativo, como reação ao suporte metafísico que sustenta o primeiro e;
niilismo passivo, que se trata da extinção passiva da existência, para afirmar a
multiplicidade das forças que são constitutivas do devir (CABRAL, 2014).
Uma melhor definição das fases do niilismo pode ser realizadas sob a ótica
da interpretação do aforismo intitulado “Das Três Metamorfoses” presentes na obra
“Assim Falou Zaratustra”. Nesta passagem o espírito é possui três fases, iniciando-se com
o camelo, o qual é tratado como besta de carga que ajoelha-se para lhe carregue podendo
assim, alegrar-se com sua força, contudo, na solidão do deserto transforma-se em leão,
buscando conquistar sua liberdade e ser o rei de seu próprio deserto, ao passo que revolta-
se , e por fim, torna-se uma criança, a qual atinge sua liberdade através de sua inocência
que lhe permite criar valores (NIETZSCHE, 2009). Através dessa passagem, pode-se
compreender a possibilidade do ressentido superar seu ressentimento.
Primeiramente o ressentido encontra-se em seu estágio niilista inicial,
representado pelo camelo, absorvendo toda carga de sentimentos negativos, de forma que
ao compreender as consequências metafísicas-ontológicas da Morte de Deus, bem como

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vivenciar a angústia do vazio decorrente da derrocada dos valores que anteriormente
norteavam seus valores compreendendo seu estado ontológico, transforma-se no leão, que
através de sua ferocidade rompe com seus antigos valores, permitindo assim sua transição
para o estágio da criança, a qual em sua inocência passa a criar novos valores, transições
da qual Nietzsche conceitua como Transvaloração.
Sendo assim, dado o caráter polissêmico da vontade, a Morte de deus
apresenta-se como uma possibilidade de o ressentido superar o ressentimento, isso
porque, quando levada as últimas consequências “transforma o niilismo em princípio
transcendental para a efetivação da transvaloração dos valores. Essa transformação nada
mais é que levar a dissolução da metafísica a descerrar um novo horizonte hermenêutico
capaz de permitir ao homem existir sob outros valores” (CABRAL, p.132, 2014).
Se tem para tanto, demonstrado a Morte de Deus como possibilidade para a
transvaloração e superação do ressentimento, uma vez que descerra novos horizontes
hermenêuticos ontológicos, permitindo ao sujeito reorganizar seus sentimentos no âmbito
da vontade de potência, através da criação de novos valores afirmativos, como o
esquecimento. Contudo, o cristianismo possui um valor enraizado em suas doutrinas,
trata-se do perdão, o qual possui caráter semelhante ao esquecimento, uma vez que:
Perdoar é uma ação positiva, uma virtus - posto a assimilação e
metabolização de uma experiência negativa, uma capacidade ativa de
incorporação e superação, uma força plástica e transformadora de
integração no continuum da vida psíquica, que torna possível que
vivências, especialmente negativas, sejam concluídas (fertig werden,
levadas a cabo, que seja possível acabar com elas (GIACOIA JÚNIOR,
p. 19, 2018)
Dessa forma, se o perdão, apresenta-se semelhantemente ao esquecimento,
como uma força ativa que tem por objetivo “digerir” o sentimento vingativo, a Morte de
Deus não seria condição absoluta para a transvaloração. Sendo assim, o presente projeto
de pesquisa, propõem-se a investigar se “a morte de deus apresenta-se como condição de
possibilidade para a superação do ressentimento.

3. OBJETIVO GERAL
Descartar ou corroborar a hipótese da Morte de Deus ser condição de possibilidade
para superação do ressentimento.

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4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Compreender o caráter fisiopsicológico do Ressentimento;
• Compreender a relação da vontade de potência com o ressentimento;
• Investigar as consequências da Morte de Deus na vontade de potência como
condição de possibilidade para o esquecimento.

5. . METODOLOGIA
A presente pesquisa será pautada pela pesquisa bibliográfica, de forma a ser
realizado primeiramente um levantamento básico de livros, artigos e demais materiais
que possam constituir-se fundamentais para o desenvolvimento do estudo.
Em segundo momento, após o estudo e compreensão dos materiais
fundamentais, será buscado constituir uma bibliografia direcionada aos temas e
abordagens pertinentes para o desenvolvimento do projeto.

6. CRONOGRAMA

Ano/Mês
2023 2024
Atividades J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D
Levantamento X X X X X X X X X X X X X X
Bibliográfico
Leitura e X X X X X X X X X X X X X X
fichamento da
Bibliografia
Analise e X X X X X X X X X X X X X X X X
interpretação de
dados
Elaboração da X X X X X X X
dissertação
provisória
Discussão e X X X X
reformulação da
dissertação
Finalização da X X X X
dissertação
Defesa da X
dissertação

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7. REFERÊNCIAS

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