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Para muitos estudiosos a filosofia grega nasceu no final do século VII quando os mitos
passaram a ser contestados, pois:
Os gregos haviam adquirido desenvolvimento econômico e novos conhecimentos sobre a
organização do mundo por meio das viagens marítimas, possibilitando o contato com outros
povos.
Houve a invenção do calendário que deu mais noções sobre a repetição de acontecimentos
naturais e estações do ano, deixando de serem uma atribuição aos deuses.
Invenção da moeda que organizou uma generalização nas relações de comércio.
Surgimento da vida urbana que diminuiu o prestígio da aristocracia em detrimento daqueles
que financiavam artes, técnicas e conhecimentos.
Invenção da escrita alfabética que realizou um novo modo de pensamento sobre o
significado das palavras.
Invenção da política que organizou a ideia de lei como expressão da vontade coletiva, a
organização do espaço público feito para e pelo cidadão.
Desse modo passa a existir diferenças entre o Mito e a Filosofia, dois tipos de conhecimentos
determinados por:
Mito Filosofia
Na Grécia eram construídos e Nascida na Grécia pela reunião de várias culturas
apresentados pelos poetas que contestavam as histórias locais devido suas
rapsodos. experiências.
Alguns homens ao perceberem a diferenciação das
histórias passaram a pensar sobre os aspectos
descritos nas mesmas e a refletir sobre outros tipos
de explicação.
O que é Filosofia
Dentro da sociedade várias ideias são formadas e repassadas ao longo do tempo, a Filosofia
como ciência busca discutir muitas vezes o verdadeiro significado desses valores. Um exemplo dessa
discussão pode ser colocado na observação da frase: “O menino é belo pela sua forma de ser” o
termo belo possui um significado no senso comum, a beleza muitas vezes é um padrão que
determinada sociedade fixa e quem foge a esse padrão não é mais considerado belo. A atitude
filosófica por outro lado leva a pergunta “O que é a beleza?” tentando encontrar o verdadeiro
significado do valor por meio da observação e discussão.
A atitude filosófica leva a pessoa a uma reflexão distante das próprias crenças e das
crenças da sociedade, um filósofo não aceita as noções e comportamentos cegamente, mas antes
procura investigá-los e compreendê-los. A Filosofia depende então da crítica e essa só é organizada
por meio de duas atitudes, a negativa, quando “duvidamos” do que é dito e a positiva, quando
perguntamos sobre o que é observado. A base dos questionamentos da Filosofia sobre qualquer
princípio é questionar pensando: O que é? Como foi feito? Por quê? Tente você fazer essa
reflexão com qualquer circunstância e perceberá que pode ir além do que é repassado pela
sociedade, mas fique atento, as perguntas não devem ser respondidas sem uma boa reflexão, ou
você se voltará ao pensamento do senso comum.
Ao longo da história a Filosofia foi tomando forma havendo a modificação dos modos de
pensamento de acordo com as mudanças da sociedade, pois essa ciência procura um diálogo
constante com as necessidades e concepções do tempo vivido. Os filósofos levam adiante ideias ou
as refutam encontrando novas perguntas e modificando campos de atuação da filosofia. Veja a
síntese da história da filosofia:
De Platão, do neoplatonismo e
livros do Hermetismo: a natureza vista
como um grande ser vivo e o homem é
nela um espelho do universo que atua
por meio da magia natural, alquimia e
astrologia.
Dante, Marcílio Ficino,
Dos Pensadores Florentinos:
Filosofia da Giordano Bruno,
Valorizava a política em defesa do ideal
Renascença Campanella, Maquiavel,
republicano resgatando autores da
(Século XIV ao século Montaigne, Erasmo,
Antiguidade na História e no Direito a fim
XVI) Tomas Morus, Jean Bodin,
de uma liberdade política.
Kepler e Nicolau de Cusa.
O homem como artífice do seu
próprio destino: pelo uso dos
conhecimentos, astrologia, magia e
alquimia, pela política republicana,
técnicas e artes.
Sujeito do Conhecimento: o
conhecimento se dá pela reflexão do
homem sobre si mesmo, perguntando
sobre até onde vai o conhecimento
humano e como a alma pode conhecer o
que está fora dela.
Francis Bacon, Descartes,
Coisas inteligíveis: O sujeito do Galileu, Pascal, Hobbes,
conhecimento pode formular os Espinosa, Leibniz,
conceitos sobre as questões levantadas, Malebranche, Locke,
pois este consegue formular Berkeley, Newton,
representações sobre as mesmas. Gassendi.
Dentre todo esse tempo temos conceitos e campos filosóficos que foram se adequando de acordo
com as ideias da sua sociedade, sendo eles:
Ética: Estudo das virtudes e das relações entre vontades, paixões, razão, liberdade,
responsabilidade, dever, obrigação.
Filosofia política: Estudo sobre as formas de poder, autoridade, direito, justiça, lei, dominação,
violência, regimes políticos, Estado, ideias conservadoras, revolucionárias, libertárias e análise crítica
das ideologias.
Filosofia da História: Estudo do homem no seu espaço social e cultural com teorias de progresso,
descontinuidade e razões e consequências das diferenças culturais.
Filosofia da Arte ou Estética: Formas de arte, trabalho artístico, criação, matéria e forma e da
relação da arte com política, sociedade e ética.
História da Filosofia: Diferentes períodos, grupos, temas e problemas da filosofia, relações entre
os pensamentos filosóficos e situação econômica, política, social, cultural.
Praticando
1- A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os cidadãos. Essa é a base da pátria.
Sem ela, muitos indivíduos não se sentem “em casa”, experimentam-se como estrangeiros em seu
próprio lugar de nascimento.
SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos. OLIVEIRA, E. R. (Org.) Segurança
e Defesa Nacional: da competição à cooperação regional. São Paulo: Fundação Memorial da
América Latina, 2007 (adaptado).
Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de indivíduos em
uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a
a) valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade.
b) preceitos normativos impostos pela coação das leis jurídicas.
c) normas determinadas pelo governo, diferentes das leis estrangeiras.
d) transferência dos valores praticados em casa para a esfera social.
e) proibição da interferência de estrangeiros em nossa pátria.
2- Observe a tirinha:
A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender suas necessidades e de se apropriar dos
espaços,
a) adotou a acomodação evolucionária como forma de sobrevivência ao se dar conta de suas
deficiências impostas pelo meio ambiente.
b) utilizou o conhecimento e a técnica para criar equipamentos que lhe permitiram compensar as
suas limitações físicas.
c) levou vantagens em relação aos seres de menor estatura, por possuir um físico bastante
desenvolvido, que lhe permitia muita agilidade.
d) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo adaptável aos diferentes tipos de meio
ambiente.
e) sofreu desvantagens em relação a outras espécies, por utilizar os recursos naturais como forma
de se apropriar dos diferentes espaços.
3- O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob
o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as
pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida
nação fictícia de Lima Barreto).
FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo. 4 out. 2009 (adaptado).
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma
ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são
a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.
d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.
e) cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente
Heráclito e Parmênides
Heráclito acreditava que o devir era real, pois o mundo seria formado por um fluxo de
intensa modificação e o Universo era determinado pela luta da harmonia dos contrários. A primeira
percepção tudo o que existe no mundo é estável e permanente, mas na realidade há uma
reorganização das coisas para o seu contrário.
Parmênides por outro lado dizia que o devir é apenas aparência, já que haveria a confusão
da realidade com as sensações, percepções e lembranças. O que seria real não sofreria mudança,
seria idêntico a si mesmo sendo o Ser. Só há modo de se referir a algo se ele é permanente se
possuir uma identidade, os sentidos apresentam aparências mutáveis e contraditórias que são o não
ser. O logos seria então o ser imutável, real e que possui uma identidade, seria um tipo de essência
imutável.
Para Parmênides se algo é contrário a si mesmo não pode existir, enquanto Heráclito via o
logos como as mudanças das coisas para seus contrários. Em resumo se apenas um dos dois estiver
correto muito do que sabemos e estudamos em Filosofia será derrubado, sendo necessário o
encontro do equilíbrio entre as duas teorias.
Platão e Aristóteles
Platão concordava com Heráclito em relação ao mundo material, pois este está sempre
sujeito a mudanças, o mundo sensível de Platão passa então a ser o devir permanente. Por
outro lado também concordava com Parmênides em entender que o mundo sensível na verdade é
uma cópia da realidade e que as mudanças dele não modificam a essência (mundo inteligível)
que é o verdadeiro Ser.
Para que Platão conseguisse sintetizar as ideias e conhecer o verdadeiro Ser organizava a
dialética, pela qual a partir de uma coisa a separava em duas opostas para determinar qual seria
a verdadeira e qual seria a falsa. Cada vez que é feita a divisão e aparece um par de contrários
que é novamente dividido o processo se repete até que se encontre a parte indivisível. Assim pelo
diálogo de opiniões opostas o pensador buscava finalmente encontrar a identidade e a essência do
que era analisado.
Aristóteles acreditava na existência de um único mundo no qual se instalam a essência e
a aparência, neste mundo não há uma generalização, há diferenças no sentido de que existissem
seres que sua essência seria mutável e aqueles que teriam essência imutável. O Filósofo discordava
ainda de Platão acerca do uso da dialética, que para Aristóteles não era meio seguro de obter uma
resposta, pois partia de opiniões contrárias, assim criou a lógica analítica.
Para chegar ao conhecimento Aristóteles utilizava-se da inferência que é o processo a partir
da qual se obtêm uma conclusão por juízos e proposições formando o silogismo, que para ser
executado depende do conhecimento das coisas. Assim podemos dizer que o silogismo é mediato
(que exige um percurso de pensamento e linguagem para se chegar a uma conclusão), dedutivo
(parte de afirmações para se chegar a outras) e necessário, pois é a partir dele que se chega a uma
verdade.
O procedimento de alcance ao silogismo é demonstrado do seguinte modo:
Parte-se da premissa maior, que engloba uma verdade geral, utilizando-se também do termo
médio, o qual está entre a partícula estudada e a verdade geral;
A premissa menor é a partícula estudada e o termo médio;
E a conclusão possui a premissa maior e a premissa menor. Por exemplo:
Praticando
1- (Ufma 2009) Assinale qual das alternativas engenheiro mecânico e Vera, engenheira ecológica.
abaixo apresenta um raciocínio dedutivo logicamente Seu João e Dona Maria estão muito felizes porque
correto. todos os seus filhos são engenheiros.
a) João tem 3 filhos e, neste caso, necessita c) Todos os estudantes de Filosofia gostam de lógica.
trabalhar. O mesmo ocorre com Dona Jandira e Seu Pedro é estudante de Filosofia, logo Pedro gosta de
Bertoldo, portanto todos os homens e mulheres que lógica.
tem filhos necessitam trabalhar. d) Faz um mês que os trabalhadores da prefeitura
b) Todos os cavalos bons corredores são também estão consertando o asfalto da rua onde eu moro.
muito dóceis e, portanto, são fáceis de serem
manejados ou tratados. Pode-se afirmar que o cavalo 4- (Uema 2005) Considerando as
de Janete é bom corredor, uma vez que não oferece afirmações relativas ao raciocínio lógico,
resistência ao seu tratador. assinale a opção correta.
c) Ao longo da história, não foi observado ser vivo a) Os argumentos podem ser válidos e inválidos. Os
que fosse imortal. Desta forma afirmei ao meu amigo sofismas, verdades escondidas, são armas de
que o seu galo de estimação, que é um ser vivo, mais convencimento. O silogismo é uma forma perfeita de
cedo ou mais tarde morrerá. dedução.
d) Uma quantia bastante expressiva de pessoas b) No argumento dedutivo a conclusão está contida
afirmou a necessidade de todos os homens e mulheres nas premissas. Todo segmento linguístico é um
se engajarem politicamente. Assim, como não sou enunciado. Os argumentos podem ser válidos ou
uma árvore, nem uma barata, me filiei ao partido inválidos.
político com o qual mais me identifico. c) No argumento dedutivo a conclusão está contida
e) Um homem e uma mulher que trabalharam nas premissas. A realidade experimental é o ponto
durante 40 anos, ao alcançarem a idade de 60 anos, originante da indução. É aparente a lógica do sofisma.
devem merecer descanso pelo resto de sua vida. Isto d) Nem sempre um argumento é uma atividade
nos leva a ter a certeza de que todos os indivíduos raciocinante. Os argumentos podem ser válidos ou
humanos de mais de 60 anos tem direito a descansar inválidos. Todo segmento linguístico é um enunciado.
até sua morte. e) Todo segmento linguístico é um enunciado. O
silogismo é uma forma perfeita de dedução. A
2- (Ueg 2009) Aristóteles, o grande estagirita, realidade experimental é o ponto originante da
afirmou que o desejo de saber é inato no homem, indução.
constituindo o princípio das ciências. Este desejo
conduz, necessariamente, a um ordenamento da 5- (Ufu 2002)
ideia, do juízo e do raciocínio, para atingir o “Todos os homens são mortais.
conhecimento da verdade. O ordenamento lógico Sócrates é homem.
conduz ao alvo que nos atrai: a verdade. Daí a Logo, Sócrates é mortal.”
importância da lógica, a ciência normativa, que
estabelece os princípios de um raciocínio certo, para a Sobre o silogismo em geral e, sobre este em
pesquisa e a demonstração da verdade. Segundo particular, é correto afirmar que:
Aristóteles, a lógica se divide em
a) lógica clássica e lógica intuitiva. I. é um raciocínio indutivo, pois parte de duas
b) lógica analítica e lógica dialética. premissas verdadeiras e chega a uma conclusão
c) lógica simbólica e lógica matemática. também verdadeira.
d) lógica formal ou menor e lógica material ou maior. II. o termo médio homem liga os extremos e, por isso,
não pode estar presente na conclusão.
3- (Ufsj 2007) Assinale a alternativa que III. é um raciocínio válido, porque é constituído por
apresente um argumento indutivo. proposições verdadeiras, não importando a relação de
a) Os filhos de Seu João e Dona Maria são inclusão (ou de exclusão) estabelecida entre seus
engenheiros. Antonio é filio de Seu João e Dona Maria, termos.
logo Antonio é engenheiro. IV. as premissas, desde que uma delas seja universal,
b) Seu João e Dona Maria têm três filhos: Antonio, devem tornar necessária a conclusão.
Pedro e Vera. Antonio é engenheiro arquiteto, Pedro,
Marque a alternativa que contém todas as a) II e IV b) I e II
afirmações corretas. c) II e III d) III e IV
Tales de Mileto
Tales de Mileto foi o primeiro filósofo a definir o que seria o arché, definindo como causa inicial de
tudo a água. O pensador chegou a essa conclusão por observar que todos os seres para a sua nutrição
necessitam de água, sendo assim ela está vinculada ao princípio e ao fim de todas as coisas.
A contribuição de Tales de Mileto para a organização da filosofia está em organizar a ideia de
princípio fundamental. Isto é mais evidente quando conhecemos o que seus discípulos apontaram como
arché: Anaxímenes o ar; Anaximandro o apeíron; Heráclito o fogo, Demócrito nomeou o átomo,
Empédocles formulou a teoria dos quatro elementos primordiais (terra, água, ar e fogo) o que foi utilizado
por Platão e difundido na Antiguidade e Renascença.
A partir dessas reflexões e teorias a filosofia é inaugurada como uma ciência na tentativa de buscar
um princípio universal, natural e observável.
Na mesma época foi organizado o conceito de cosmo (kosmos) que era no momento visto por
espaço ocupado por astros, ordenado por princípios naturais, vinculado à ideia de ordem, harmonia e
beleza. O cosmo é local de ordenamento racional segundo a visão dos teóricos da época, por isso é
possível a compreensão do mundo, pois só com a racionalidade pode-se conhecer.
Outro termo cunhado pelos filósofos da época foi o logos, que significa discurso, serve para
realizar uma explicação sobre o mundo real a qual é formada pelo pensamento racional. A partir da análise
dos modos de pensamento filosófico da escola jônica percebe-se que a crítica é o fator primordial do
estudo da filosofia, esta está ligada a possibilidade de contrariedade ao que é proposto e necessidade de
apresentação de argumentos e fatos que comprovem o pensamento.
Heráclito de Éfeso
Como comentado em outra oportunidade Heráclito acreditava que o Ser estaria em constante
movimento, o logos desse modo seria o fator unificante da realidade, a partir do qual se haveria de
obter a explicação do mundo.
O mundo na concepção do filósofo é marcado pelo conflito, a partir do qual há o equilíbrio das
coisas (calor e frio, dia e noite, vida e morte) só a partir do movimento e das diferenciações há a obtenção
da experiência do espírito, segundo o pensador. Ou seja, o filósofo levava em conta a experiência
sensível para entender o sentido de todas as coisas. O fogo para ele seria o elemento primordial, pois é
energia que se consome e promove a mudança dele mesmo e de outros elementos.
Hegel considerou Heráclito como o primeiro filósofo a desenvolver um pensamento dialético,
porque criou a noção de opostos que se integram além de perceber no conflito a causa do movimento
dentro da realidade.
Parmênides
Apresentou uma diferenciação entre realidade e aparência, segundo ele o movimento percebido
pelos sentidos não é a essência do que vemos. A realidade na sua interpretação é imóvel, eterna, contínua
e indivisível. Caso não se obtém a noção sobre a essência do Ser não conseguiremos identificá-lo frente
a uma mudança, pois pelo mundo sensível identificaremos outro Ser.
O Ser é permanente e imutável e só pode ser conhecido a partir da razão, que afasta as impressões
dos sentidos. Melisso de Samos discípulo de Parmênides chegou a dizer que o Ser não é criado, pois
se ele fosse criado não é mais o que era sendo agora outra coisa.
Zenão de Eleia formulou pensamentos paradoxais sobre fatores já convencionados,
inaugurando a técnica da redução ao absurdo, que se trata da contestação de uma posição refutando-
a, Aristóteles estudando sua técnica como originadora da dialética.
Sofistas
Os sofistas organizaram o ensino dos jovens da época para que eles se colocassem na política,
com a divisão do currículo em duas partes: gramática, retórica e dialética; geografia, astronomia e música.
Os jovens formados pelos sofistas possuíam um discurso cercado de técnicas gramaticais, mas
nem sempre completo em sentido do pensamento. Os conhecimentos relativos às obras e modos de
pensamento sofistas são provenientes de partes de textos escritos e do que relatavam Platão e Aristóteles.
Protágoras ( 490-421 a.C.) é conhecido pela frase: “O homem é a medida de todas as coisas,
das que são como são e das que não são como não são”, esse trecho explicita o humanismo e o
relativismo presentes nas reflexões sofistas. A partir do trecho apresenta-se uma ideia de que a
compreensão das coisas está na observação sensível das mesmas. Desse modo fica explícito que o
modo de obtenção do conhecimento dos sofistas seria a opinião e a persuasão.
Dentro das Assembleias os sofistas detinham cada um o seu conceito e seus modos
argumentativos para embasarem suas ideias, a verdade não era obtida de modo completo, mas o que
se organizava para a produção do conhecimento era um consenso entre os vários argumentos e
objetivos.
Górgias (487-380 a.C.) foi considerado o mestre da retórica, possui também uma afirmativa
bastante conhecida, a de que: “Nada existe que possa ser conhecido; se pudesse ser conhecido não seria
comunicado, se pudesse ser comunicado não poderia ser compreendido”. O que Górgias tentava dizer é
que nada pode ser conhecido inteiramente, o que se tem para conhecer é apenas o discurso, sendo a
ele necessário provar e defender.
Por causa do seu interesse na retórica e no discurso os sofistas contribuíram intensamente com
o estudo da linguagem.
A Alegoria da Caverna
Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que
vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea em forma de caverna. A entrada se abre para a luz
em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de
modo que não podem mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um
fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse
caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o
público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo.
Glauco: Entendo
Sócrates: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo o tipo de objetos fabricados,
ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou qualquer outro material.
Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam.
Glauco: Estranha descrição e estranhos prisioneiros!
Sócrates: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tenham visto algo mais do que as
sombras de si mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua frente?
Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça imóvel?
Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam?
Glauco: É claro.
Sócrates: Então, se eles pudessem conversar, não acha que, nomeando as sombras que vêem, pensariam nomear seres reais?
Glauco: Evidentemente.
Sócrates: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante deles, quando um dos que passam ao longo do pequeno
muro falasse, não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à sua frente?
Glauco: Sim, por Zeus.
Sócrates: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não poderiam considerar nada como verdadeiro, a não ser as
sombras dos objetos fabricados.
Glauco: Não poderia ser de outra forma.
Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua desrazão. Tudo não
aconteceria naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto, forçado subitamente a levantar-se, a virar a
cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir
os objetos, dos quais via apenas as sombras anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que,
antes, ele só via coisas sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que
está vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o com perguntas,
a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras
do que os objetos que lhe mostram agora?
Glauco: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras.
Sócrates: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria
para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram?
Glauco: Sem dúvida alguma.
Sócrates: E se o tirarem de lá à força, se o fizessem subir o íngreme caminho montanhoso, se não o largassem até arrastá-
lo para a luz do sol, ele não sofreria e se irritaria ao ser assim empurrado para fora? E, chegando à luz, com os olhos
ofuscados pelo brilho, não seria capaz de ver nenhum desses objetos, que nós afirmamos agora serem verdadeiros.
Glauco: Ele não poderá vê-los, pelo menos nos primeiros momentos.
Sócrates: É preciso que ele se habitue, para que possa ver as coisas do alto. Primeiro, ele distinguirá mais facilmente as
sombras, depois, as imagens dos homens e dos outros objetos refletidas na água, depois os próprios objetos. Em segundo
lugar, durante a noite, ele poderá contemplar as constelações e o próprio céu, e voltar o olhar para a luz dos astros e da lua
mais facilmente que durante o dia para o sol e para a luz do sol.
Glauco: Sem dúvida.
Sócrates: Finalmente, ele poderá contemplar o sol, não o seu reflexo nas águas ou em outra superfície lisa, mas o próprio
sol, no lugar do sol, o sol tal como é.
Glauco: Certamente.
Sócrates: Depois disso, poderá raciocinar a respeito do sol, concluir que é ele que produz as estações e os anos, que governa
tudo no mundo visível, e que é, de algum modo a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
Glauco: É indubitável que ele chegará a essa conclusão.
Sócrates: Nesse momento, se ele se lembrar de sua primeira morada, da ciência que ali se possuía e de seus antigos
companheiros, não acha que ficaria feliz com a mudança e teria pena deles?
Glauco: Claro que sim.
Sócrates: Quanto às honras e louvores que eles se atribuíam mutuamente outrora, quanto às recompensas concedidas àquele
que fosse dotado de uma visão mais aguda para discernir a passagem das sombras na parede e de uma memória mais fiel
para se lembrar com exatidão daquelas que precedem certas outras ou que lhes sucedem, as que vêm juntas, e que, por isso
mesmo, era o mais hábil para conjeturar a que viria depois, acha que nosso homem teria inveja dele, que as honras e a
confiança assim adquiridas entre os companheiros lhe dariam inveja? Ele não pensaria antes, como o herói de Homero, que
mais vale “viver como escravo de um lavrador” e suportar qualquer provação do que voltar à visão ilusória da caverna e
viver como se vive lá?
Glauco: Concordo com você. Ele aceitaria qualquer provação para não viver como se vive lá.
Sócrates: Reflita ainda nisto: suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta vez, não seria
pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do sol?
Glauco: Naturalmente.
Sócrates: E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os prisioneiros que
continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se recompuseram, enquanto lhe deram
um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois
de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus
laços, fazê-los subir, você acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá-lo, não o matariam?
Glauco: Sem dúvida alguma, eles o matariam.
Sócrates: E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos
assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto
à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te
enganarás sobre minha esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada
sobre a verdade. Em todo o caso eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-
me a idéia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que
há de reto e de belo. No mundo visível, ela gera a luz e o senhor da luz, no mundo inteligível ela própria é a soberana que
dispensa a verdade e a inteligência. Acrescento que é preciso vê-la se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada,
seja na vida pública.
Glauco: Tanto quanto sou capaz de compreender-te, concordo contigo.
PLATÂO. A Alegoria da caverna. A Republica, 514-517 a.C. tradução de Lucy Magalhães. In: MARCONDES, Danilo. Textos
Básicos de Filosofia: dos Pré- socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. Disponível em:
https://www.usp.br. Acesso em: 20 de janeiro de 2017.
Praticando
1- Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia
antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-
se bem comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira.
VERNANT, J . P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992 (adaptado)
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir
o seguinte princípio:
a- Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.
b- Transparência — acesso às informações governamentais.
c- Tripartição — separação entre os poderes políticos estatais.
d- Equiparação — igualdade de gênero na participação política.
e- Elegibilidade — permissão para candidatura aos cargos públicos.
2- (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto
de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos
que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou
à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era
reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir
de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas
com causas abstratas.
3- (Ufu 2012) Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se
dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até
mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São
Paulo: Loyola, 1994, p. 349.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a
alternativa correta.
a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como,
por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência).
b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que
possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se
atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma).
c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no
mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel.
d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tão-
somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto.
4- (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido como
“Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmações que tinham sido feitas pelos pré-
socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar:
a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento, tendo em vista posições
contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa
investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a primeira é
um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo
de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para superá-los e chegar
ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios
para a produção de conhecimentos universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal, tendo em vista que
Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na lógica
puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica,
que dependia absolutamente do conteúdo dos juízos.
5- (Uncisal 2012) No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas
concepções, que se opõem, mas não se excluem, são amplamente estudadas e debatidas devido à influência que
exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto dos seus
pensamentos se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que influenciou,
direta ou indiretamente, entre outros, os racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções abaixo aquela que se identifica corretamente com
suas concepções.
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe radicalmente as concepções de caráter
empírico defendidas por Platão.
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de conceitos
transcendentais.
c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por meio da valorização do conhecimento
sensível.
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do Inatismo.
7- (Uncisal 2011) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas
aos que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor
em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou
sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar
certos valores religiosos. Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual
seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia
a) transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.
9- (Ufpa 2012) Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito
é o que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações instituídas
no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude completa, porém não em
absoluto e sim em relação ao nosso próximo”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332.
De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça, no estado
de direito, é
a) conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo e irrestrito.
b) instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos contidos nos sistemas
jurídicos.
c) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que possam valer por si
mesmos.
d) promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as de cada cidadão
individualmente.
e) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja possível por meio de leis.