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EXERCÍCIOS SOCIOLOGIA/FILOSOFIA 1ª etapa – PAS – UFLA

Filosofia Sociologia
Tema N. Q. Tema N. Q.
Surgimento da Filosofia 1 Tipos de Sociedade 2
Sócrates e Platão 3 Representatividade política institucional 1
Tomás de Aquino 1 Karl Marx 3
Spinoza 1 Organização social (Controle, Estado, família, castas...) 3
Epicuro 2 Trabalho e Revoluções industriais 1
Kant 1 Norbert Elias 1
Maquiavel 1 Weber 1
Mito e Logos 1
Santo Agostinho 1
FONTE: Provas 2013 – 2016

2013

INSTRUÇÃO: Leia o trecho abaixo para responder à questão 17.


“Foi na Jônia que se efetuaram os primeiros esforços de caráter completamente racional para descrever a natureza do
mundo. Aí, a prosperidade material e as excepcionais oportunidades para estabelecer contatos com outras culturas
aliaram-se, pelo menos durante algum tempo, a uma forte tradição cultural e literária que vinha do tempo de Homero. No
espaço de um século, Mileto viu nascerem Tales, Anaximandro e Anaxímenes, todos eles dominados pela assunção de
uma substância primária simples, cuja determinação foi o passo mais importante em qualquer das descrições
sistemáticas da realidade.”
Fonte: KIRK, G. S; RAVEN, J. E. & SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos – História crítica com seleção de
textos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 71 (Adaptado).
QUESTÃO 17
Com base na leitura do texto acima, é correto afirmar, EXCETO:
(A) Os autores procuram destacar o caráter precursor dos filósofos jônicos e o fato de todos eles terem se referido a um
princípio racional de unidade.
(B) As condições culturais e econômicas não chegaram a exercer influência sobre o desenvolvimento da filosofia pré-
socrática.
(C) A referência dos pré-socráticos a uma arkhé, a uma substância primária simples, correspondeu a uma estratégia
para subordinar à razão a multiplicidade sensível.
(D) A relação entre o nascimento da filosofia e a mitologia – por exemplo, aquela presente na literatura de Homero – não
pode ser descrita como uma relação de total ruptura.

QUESTÃO 18
Sobre a filosofia socrática, marque a alternativa CORRETA.
(A) Uma das principais marcas das intervenções de Sócrates é a pergunta a respeito do que são as coisas.
(B) Sócrates ensinava seus discípulos a subordinar o saber à necessidade de alcançar boas condições materiais de
vida.
(C) A filosofia de Sócrates, por sua localização histórica, não conseguiu exercer influência sobre os pensadores que se
lhe seguiram.
(D) O saber socrático é hoje conhecido a partir da leitura de diálogos que sempre terminam com o estabelecimento de
respostas às perguntas discutidas.
QUESTÃO 19
Na carta VII, Platão, referindo-se à situação política de sua época em Atenas – época imediatamente posterior ao
término da Guerra do Peloponeso –, afirma o seguinte:
“A legislação e a moralidade estavam corrompidas a tal ponto que eu, inicialmente pleno de ardor para trabalhar a favor
do bem público, considerando esta situação e vendo como tudo caminhava à deriva, acabei por ficar confuso. Não
deixei, entretanto, de procurar nos conhecimentos e especialmente no regime político os possíveis indícios de melhoras,
mas esperei sempre o bom momento para agir. Acabei por compreender que todos os Estados atuais são
malgovernados. Fui então irresistivelmente conduzido a louvar a verdadeira filosofia e a proclamar que somente à sua
luz se pode reconhecer onde está a justiça na vida pública e privada.”
Fonte: PLATÃO. Cartas. Lisboa: Editorial Estampa, 1980, p. 50 (Adaptado).
Sobre a relação entre política e a filosofia de Platão, é CORRETO afirmar:
(A) Platão defende não haver relação entre o pensamento racional e sua constatação a respeito da má qualidade dos
governos de sua época.
(B) O fato de existirem reflexões sobre a política na filosofia de Platão é algo profundamente relacionado aos eventos de
sua própria biografia.
(C) Como Platão se desiludiu com a política a partir da situação que observava na cidade onde ele mesmo vivia, não há,
em sua obra, reflexões diretamente relacionadas a esse tema.
(D) Para Platão, não faz sentido relacionar filosofia e política porque a política se resume a relações de força (ou de
poder) que, como tais, não são passíveis de conhecimento e nas quais a filosofia não pode intervir.

QUESTÃO 20
“Até fins do século XVIII, toda educação escolar consistia na especialização de alguém, cuja formação já fora feita pela
sociedade e, em rigor, pela “casta” a que pertencia, nas artes escolares, que não eram mais que tipo de ofícios
intelectuais e sociais. A sociedade formava os homens nas próprias matrizes estáveis das instituições que incorporavam
a família e a religião, com suas forças modeladoras e adaptadoras. Aprendizagens mais específicas, relacionadas com o
trabalho, se faziam pela participação direta na vida comum, ou, no caso de artesanato, pelo regime do mestre e aprendiz
nos ateliês e oficinas da época.”
Fonte: TEIXEIRA, Anísio. A educação não é privilégio. 2ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968, p. 11
(Adaptado).
A estrutura educacional apresentada no texto é típica de sociedades em que predominam
(A) situações de mudanças socioculturais intensas.
(B) cenários de grande instabilidade institucional.
(C) condições de vida rigidamente estratificadas.
(D) conjunturas de diversificação de papéis sociais.

QUESTÃO 21
“As instituições não são mais que estruturas de comportamento criadas por indivíduos relacionados entre si. Elas exigem
ajustamentos de condutas. Nenhuma escola pode funcionar sem uma preparação para o comportamento nas aulas,
para a camaradagem entre os colegas de classe e o professor, para as notas e outras recompensas; não pode existir
escola sem um preparo que torne possível a lealdade e a apreciação dos valores inerentes à vida escolar.”
Fonte: MANNHEIM, Karl. Liberdade, poder e planificação democrática. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1972, p. 231
(Adaptado).
Do ponto de vista sociológico, o texto acima argumenta que
(A) os seres humanos são naturalmente adaptáveis às circunstâncias sociais nas quais vivem.
(B) as estruturas fixas de comportamento são imutáveis no tempo e invariáveis no espaço.
(C) os quadros de referências sociais são desnecessários ao bom funcionamento das instituições.
(D) as mudanças na ordenação das relações sociais implicam transformações institucionais.

QUESTÃO 22
“A burguesia não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as
relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. Essa subversão contínua da produção, esse abalo
constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa
de todas as precedentes.”
Fonte: MARX, K,; ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 1998, p. 42.
Do ponto de vista sociológico, é CORRETO afirmar que a época burguesa caracteriza-se por sua forma peculiar de
estratificação social, em que a
(A) situação social é determinada pelas relações com a propriedade e o mercado.
(B) mobilidade social é impedida por um complexo sistema de direitos e deveres.
(C) riqueza importa menos que o prestígio na identificação das posições sociais.
(D) posição dos indivíduos na hierarquia social é definida pela hereditariedade.

2016

QUESTÃO 17
O mal, como ficou demonstrado, nada mais é do que a privação daquilo que um ser possui ou deve possuir por natureza.
Esse é o sentido que todos dão à palavra “mal”. Ora, a privação não é uma essência, mas a negação na substância.
Logo, o mal não é uma essência nas coisas.
Fonte: AQUINO, Tomás de. Suma contra os gentios. Retirado de: COSTA, José Silveira da. Tomás de Aquino. São
Paulo: Editora Moderna, 2003, p. 116. (Adaptado).
Segundo o texto, o mal é:
(A) igual à natureza do ser.
(B) também uma substância.
(C) como a essência das coisas.
(D) apenas uma privação de ser.

QUESTÃO 18
A felicidade não é o prêmio da virtude, mas a própria virtude; e não a desfrutamos porque refreamos as paixões, mas,
em vez disso, podemos refrear as paixões porque a desfrutamos.
Fonte: SPINOZA. Ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010, p. 409. Tradução de Tomaz Tadeu. (Adaptado).
De acordo com o texto, a felicidade é:
(A) a mesma coisa que virtude.
(B) o prêmio por ações virtuosas.
(C) o resultado das paixões contidas.
(D) a paixão virtuosa em quem a pratica.

QUESTÃO 19
Não são as bebedeiras e as festas ininterruptas, nem o prazer que proporcionam os adolescentes e as mulheres, nem
comer peixes e tudo mais que uma rica mesa pode oferecer que constituem a fonte de uma vida feliz, mas aquela sóbria
reflexão que examina a fundo as causas de toda escolha e de toda recusa e que rejeita as falsas opiniões, responsáveis
pelas grandes perturbações que se apoderam da alma.
Fonte: EPICURO. Carta a Meneceu. Retirado de: MORAES, João Quartim de. Epicuro: as luzes da ética. São Paulo:
Editora Moderna, 1998, p. 93. (Adaptado).
Acerca da ética epicurista, é CORRETO afirmar que a verdadeira meta de uma vida feliz e prazerosa diz respeito à
(A) ausência de agitações da alma.
(B) satisfação das coisas corporais.
(C) combinação de riqueza e fartura.
(D) inexistência de reflexão profunda.

QUESTÃO 20
Tanto as classes quanto as castas se referem à posição social e isto significa que apenas certas pessoas têm diferentes
oportunidades na vida, de acordo com a posição que ocupam na ordem social. A casta ou o estamento são formas mais
rígidas para definição da posição de uma pessoa na sociedade e se baseiam em regulamentações religiosas ou legais
(tabus, leis, costumes) que reduzem a margem de ascensão ou declínio na escala social. A classe é uma definição mais
flexível da posição do indivíduo na ordem social. Não existem, na maioria das vezes, barreiras legais, mas apenas
barreiras de ordem econômica e educacional que tornam difícil a certas classes ascenderem na escala social.
Fonte: MANNHEIM, Karl. Sociologia sistemática. São Paulo: Pioneira, 1962, p. 207-8. (Adaptado).
Os conceitos de casta, estamento e classe indicam diferentes
(A) formas de estratificação social que apresentam o mesmo fundamento social.
(B) modos de classificar os indivíduos vinculados a estruturas sociais específicas.
(C) expressões de sistemas jurídicos que limitam o prestigio social dos indivíduos.
(D) manifestações dos preconceitos derivados do regime de propriedade privada.

QUESTÃO 21
O sr. Proudhon, economista, compreendeu muito bem que os homens fazem os tecidos de lã, algodão e seda em
relações determinadas de produção. Mas o que ele não compreendeu é que essas relações sociais determinadas são
também produzidas pelos homens, como os tecidos de algodão, linho, etc. As relações sociais estão intimamente ligadas
às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens transformam o seu modo de produção, e, ao
transformá-lo, alterando a maneira de ganhar a sua vida, eles transformam todas as suas relações sociais. O moinho
movido pelo braço humano nos dá a sociedade dos senhores feudais; o moinho a vapor, a sociedade dos capitalistas
industriais.
Fonte: MARX, Karl. Miséria da filosofia. São Paulo: Global, 1985, p. 106.
Nessa típica passagem da teoria social de Marx, a sociedade se caracteriza por seu
(A) destino histórico preso ao destino do capitalismo e da indústria.
(B) modelo de funcionamento ditados por normas e ideias abstratas.
(C) modo de viver diretamente relacionado com seu modo de produzir.
(D) desenvolvimento tecnológico como fator determinante da história.

QUESTÃO 22
A indústria hoje tem uma dinâmica particular acelerada em relação à indústria de épocas passadas. Até 1950, uma
transformação levava três gerações para acontecer. Hoje em dia, ocorre até sem intervalo no tempo de uma mesma
geração. Entre as duas gerações, não só o desemprego aumentou, mas profissões desapareceram, computadores
passaram a ocupar o lugar de profissionais. O trabalhador, num certo sentido, está se tornando supérfluo, descartável e
substituível. Mais do que fora no passado.
Fonte: MARTINS, José de Souza. O trabalhador se torna supérfluo, diz sociólogo. ABCD Maior, São Bernardo do Campo
(SP), Ano 2, nº 45, 6 de junho de 2008, p. 6. (Adaptado).
No texto, o que se sobressai na comparação entre as particularidades dinâmicas da indústria em meados do
século XX e do início do século XXI é a
(A) familiaridade das novas gerações diante das inovações tecnológicas.
(B) resistência social às mudanças estruturais na sociedade do século XX.
(C) rapidez das mudanças tecnológicas e seus impactos socioeconômicos.
(D) falta de qualificação técnica dos operários em meados do século passado.

2015

QUESTÃO 17
Não há dúvida de que todo conhecimento começa com a experiência; pois de que outro modo poderia a nossa faculdade
de conhecimento ser despertada para o exercício, não fosse por meio de objetos que estimulam nossos sentidos e, em
parte, produzem representações por si mesmos, em parte colocam em movimento a atividade de nosso entendimento,
levando-a a compará-las, conectá-las ou separá-las e, assim, transformar a matéria bruta das impressões sensíveis em
um conhecimento de objetos chamado experiência? No que diz respeito ao tempo, nenhum conhecimento antecede em
nós a experiência e com esta começam todos. Ainda, porém, que todo o nosso conhecimento comece com a
experiência, nem por isso surge ele apenas da experiência.
Fonte: KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São
Francisco, 2015, p. 45.
O texto é uma conhecida passagem da primeira Crítica de Kant acerca do papel da experiência e da razão para a
elaboração do conhecimento. Segundo o texto, é CORRETO afirmar que a proposta de Kant:
(A) Radicaliza o papel da experiência por não reconhecer o papel do entendimento, dando total primazia à experiência.
(B) Consiste, em linhas gerais, em reconhecer que todo conhecimento começa com a experiência, mas sem a ela se
resumir.
(C) É fortemente centrada na razão, uma vez que supervaloriza as atividades do entendimento em detrimento da
experiência.
(D) É exclusivamente voltada para a experiência, na medida em que afirma que todo conhecimento começa com a
experiência.

QUESTÃO 18
Não há como ler Platão e não ficar impressionado, e mesmo entusiasmado, com sua tese segundo a qual o mundo está
escrito em caracteres eternos, imutáveis, o que ele chamou de Ideias. Para alçar-se ao mundo das Ideias é preciso
inicialmente abandonar o que as sensações nos fornecem, e que nos parece ser o mais real, em proveito de sua
expressão matemática, que é o primeiro nível inteligível no qual a razão enfim pode exprimir-se. Uma vez lá, no mundo
inteligível, para sempre lá: basta agora comparar, burilar, buscar a máxima coerência para enfim conhecer o que é
propriamente o real. O mundo das sensações, que nos parece inicialmente real, não só é preterido pelo mundo das
Ideias como, por contraste com o mundo da razão, perde sua substância e se torna mera aparência.
Fonte: ZINGANO, Marco. Platão & Aristóteles: o fascínio da Filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002, p. 57 e 58.
A teoria das Ideias de Platão valoriza a imutabilidade das Ideias em detrimento da mutabilidade do sensível,
considerado mera aparência. Segundo o texto, é correto afirmar, EXCETO:
(A) O mundo das sensações, em relação ao mundo das Ideias, é aquele de meras aparências.
(B) O mundo das Ideias, por suas formas perfeitas, é o verdadeiro mundo para o conhecimento.
(C) O mundo inteligível é também o mundo das Ideias, mas apenas o mundo das sensações é real.
(D) O filósofo alcança o mundo das Ideias por via racional, o que implica o abandono do mundo sensível.

QUESTÃO 19
É possível compreender Maquiavel? Ele escreve contra os bons sentimentos em política, mas é também contra a
violência. Desconcerta tanto aqueles que creem no Direito como os que creem na Razão de Estado, já que tem a
audácia de falar em virtude no momento em que fere duramente a moral comum. É que ele descreve esse nó da vida
coletiva em que a moral pura pode ser cruel e a política pura exige algo como uma moral. Aceitaríamos um cínico que
nega os valores ou um ingênuo que sacrifica a ação. Não gostamos desse pensador difícil e sem ídolo.
Fonte: MERLEAU-PONTY, Maurice. “Nota sobre Maquiavel”. In: Signos. São Paulo: Martins Fontes, 1991. (Adaptado).
O texto procura interpretar o sentido da política em Maquiavel. Segundo o texto, é CORRETO afirmar que Maquiavel:
(A) Despreza a moral comum, notadamente pelo elogio da violência.
(B) Considera que a ação política se mede por sua adequação à moral comum.
(C) Aponta apenas vagamente a virtude, uma vez que defende que o importante é ferir a moral comum.
(D) Fala de moral e de política, ainda que a primeira não se identifique com a moral comum, exatamente por se tratar de
uma moral própria da política.

QUESTÃO 20
“Em toda sociedade, existem maneiras recomendadas pelas quais dois indivíduos podem aproximar-se e interagir. Cada
um desses esquemas de contato pode ser, ao mesmo tempo, uma fonte de identidade, um guia para conduta ideal, bem
como uma base para solidariedade ou separação. Em todos os casos, verificamos que pressões características
impedem as pessoas de realizar integralmente o ideal e que os desvios resultantes têm consequências características.”
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 259.
Os “esquemas de contato” mencionados no texto traduzem o significado do conceito sociológico de
(A) padrões culturais.
(B) dominação social.
(C) controles sociais.
(D) opinião pública.

QUESTÃO 21
“A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes. A sociedade burguesa moderna,
que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe. Não fez mais do que estabelecer
novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das que existiram no passado.”
Fonte: MARX, K. & ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 1998, p. 40 (Adaptado).
O fragmento de texto apresenta o modelo de interpretação da realidade social correspondente à sociologia
(A) dialética, elaborada a partir da utilização do princípio explicativo da contradição.
(B) compreensiva, ocupada em explicitar causalmente os sentidos e efeitos da ação social.
(C) funcionalista, dedicada ao estudo da constituição e funcionamento das estruturas sociais.
(D) evolucionista, comprometida em fixar as formas de desenvolvimento do organismo social.

QUESTÃO 22
“Contatos frequentes entre a aristocracia e as classes médias tendem a torná-las semelhantes ou, pelo menos, a
diminuir a diferença que entre elas existe. Por outro lado, o distanciamento e o isolamento aumentam as suas diferenças
originais e as individualizam. É o que ocorre, por exemplo, com os indivíduos que se afastam dos outros, segregando-se.
Eles se tornam também pessoas ‘diferentes’ das outras.”
Fonte: MANNHEIM, Karl. Sociologia sistemática. São Paulo: Pioneira, 1962, p. 106.
Com base nos processos sociais de contato e isolamento, segundo o texto, é CORRETO afirmar que as
(A) individualidades apenas se desenvolvem por meio da segregação.
(B) desigualdades observadas entre classes sociais distintas são inaceitáveis.
(C) pautas de comportamento social resultam dos processos e relações sociais.
(D) escolhas individuais são responsáveis pelo destino social de cada um de nós.

2016

QUESTÃO 17
“No mito, a presença do sobrenatural validava a ideia de que o mundo foi construído por um deus que se
localizava além do plano dos homens e da Natureza, em um plano superior. Já no pensamento racional, a
explicação da origem do mundo deve ser buscada no seio da própria Natureza. Buscar as razões da Natureza
dentro da própria Natureza, encontrar os princípios geradores de todas as coisas dentro do próprio mundo físico,
passou a ser o desafio do pensamento que então surgia, o pensamento filosófico.”
Fonte: MACIEL JR., A. Pré-Socráticos: a invenção da Razão. São Paulo: Odysseus Editora, 2007, p. 36-37. (Adaptado)
Segundo o texto, é CORRETO afirmar:
(A) o pensamento explicativo fundamentado em histórias sobrenaturais é estritamente racional.
(B) a reflexão de estilo filosófico ou racional liga-se de modo radical às reflexões baseadas em mitos.
(C) a investigação racional acerca do mundo exige um lançar-se para fora de tal plano e a tomada de coisas
extraterrenas.
(D) o modo de explicação racional permitiu ao ser humano libertar-se do entendimento das coisas baseado
exclusivamente em mitos.
QUESTÃO 18
“A intensidade suprema dos prazeres é a máxima redução de todas as dores, o mais delicado alimento de nada
nos serviria se não matasse nossa fome. O prazer que seu refinamento nos proporciona será sempre menor do
que a supressão do sofrimento que nos causava o estômago vazio. Quem está morrendo de sede prefere, sem
hesitar, um copo de água fresca a um gole do mais precioso licor.”
Fonte: I MORAES, J. Q. Epicuro: as luzes da ética. São Paulo: Editora Moderna, 1998, p.65. (Adaptado)
Com base no texto, é CORRETO afirmar:
(A) O ser humano é movido principalmente pela busca de prazer a partir de coisas sofisticadas.
(B) O ser humano é motivado a agir igualmente tanto por necessidades básicas quanto por coisas supérfluas.
(C) O ser humano move-se principalmente para evitar o sofrimento que o incômodo da dor possa ocasionar.
(D) O ser humano prefere, em qualquer situação, um alimento bem elaborado a um que lhe elimine o incômodo
da fome.
QUESTÃO 19
“Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? E que assunto mais familiar e mais batido
nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos da mesma forma
quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser
explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei. “
Fonte: SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 243. (Adaptado)
No texto, é levantada uma questão sobre o conhecimento acerca do tempo, pois
(A) por se tratar de uma palavra muito utilizada, é espantoso que ela possa ter seu significado e definição
questionados.
(B) por se tratar de um termo usado no cotidiano, o tempo tem seu significado facilmente apreendido por
todos e não pode ser questionado.
(C) por se tratar de uma palavra dos diálogos diários, o tempo tem sua definição bem assentada e faz parte do
repertório da comunicação humana.
(D) por se tratar de uma expressão que faz parte da comunicação cotidiana, o tempo é usado de forma precisa
e sem criar qualquer dificuldade em sua definição.
QUESTÃO 20
“Não é a menor das razões para a tragédia de Mozart o fato de ele haver tentado, pessoalmente e em sua obra,
romper as barreiras da estrutura social de poder através de seus próprios esforços individuais, enquanto ainda
estava fortemente atado ao gosto de sua sociedade através de sua imaginação e consciência musicais — e o
fato de tê-lo feito numa fase do desenvolvimento social em que a estrutura tradicional de poder estava
virtualmente intacta.”
Fonte: ELIAS, N. Mozart: sociologia de um gênio. Rio de Janeiro: Zahar, 1999, p. 19-20.
O texto discute a clássica tensão presente no desenvolvimento da teoria sociológica entre
(A) individuo e sociedade
(B) ideologia e controle social
(C) ação social e relação social
(D) infraestrutura e superestrutura
QUESTÃO 21
“Nem todo contato entre pessoas tem caráter social, senão apenas um comportamento que, quanto ao sentido,
se orienta pelo comportamento de outra pessoa. Um choque entre dois ciclistas, por exemplo, é um simples
acontecimento do mesmo caráter de um fenômeno natural.”
Fonte: WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasília: Editora UNB, 2004, p. 14.
De acordo com a teoria da ação social de Max Weber, as situações abaixo correspondem à participação dos
ciclistas em uma ação social após o acidente, EXCETO quando
(A) se observa uma troca de xingamentos após o acidente
(B) ambos se levantam e retomam normalmente suas rotas
(C) há uma tentativa de desvio antes que o choque aconteça
(D) um ciclista presta os primeiros socorros a outro que se feriu
QUESTÃO 22
“Quem diz casta não diz apenas monopólio, diz também privilégio e direitos desigualmente repartidos. Pelo
nascimento, este indivíduo paga pesados impostos; e aquele está isento. As vestimentas usadas por uns são
rigorosamente proibidas a outros. O “estatuto” pessoal de uns e de outros é determinado, por toda a vida, pela
categoria do grupo ao qual pertencem. Cada grupo se dobra sobre si mesmo, se isola, faz o que pode para
impedir seus membros de contrair alianças ou entrar em relação com os membros dos grupos vizinhos.”
Fonte: BOUGLÉ, C. O sistema de castas. In: IANNI, O. (org.). Teorias da estratificação social. São Paulo: Nacional, 1973, p. 90-1 (Adaptado)
De acordo com a caracterização acima, o sistema de castas define-se por meio da
(A) repulsão, hierarquia e especialização hereditária
(B) relação de reciprocidade, dependência e fidelidade
(C) mobilidade, diferenciação e status sociais adquiridos
(D) propriedade privada, troca e convergência de interesses

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