Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA
CONTEUDISTAS
Ricardo de Oliveira Betat
Gelson Luis Garcia
Wilmen Vieira
João Moreira Lobo
REFORMULADOR
Daniel Pinheiro Spinelli
CÂMARA TÉCNICA/REVISORES
Thiago César Fagundes Santos
Viviane Oliveira Rodrigues
REVISÃO PEDAGÓGICA
Gizele Ferreira dos Santos Siste
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO
Lúcio André Amorim
Renato Antunes dos Santos
DESIGNER
Ozandia Castilho Martins
Fagner Fernandes Douetts
Renato Antunes dos Santos
DESIGNER INSTRUCIONAL
Wagner Henrique Varela da Silva
2
Sumário
Apresentação do Curso ............................................................................................... 8
3
5.2 Veículos de Emergência .............................................................................. 94
Finalizando ............................................................................................................ 99
Aula 1 - Direção defensiva: mais que um conceito, um ato de cidadania ............ 102
3.8 Como evitar acidentes com outros veículos — Tipos de acidentes e como
evitá-los ............................................................................................................ 149
4
3.10 Como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito
(motociclistas, ciclistas, carroceiros, esqueitistas) ........................................... 156
3.2 ABC da vida para Suporte Básico de Vida (SBV) — Exame Primário ....... 194
5
5.3 Manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente:.. 219
5.4 Infrações e crimes que têm relação com a poluição .................................. 220
6
AULA 4 — As Normas de segurança no trânsito e os agentes de fiscalização de
trânsito ................................................................................................................. 266
5.5 Cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos passageiros
e aos outros atores do trânsito, na condução de veículos de emergência ....... 279
7
Apresentação do Curso
Caro(a) aluno(a),
Olá!
8
Haja vista a natureza emergencial dos serviços, o atendimento ao cidadão
deverá se dar num curto espaço de tempo, e a demora em responder alguns pedidos
de ajuda pode resultar na continuação da vida ou na morte de alguém.
Você deve ter percebido, a essa altura, que a condução desses veículos
envolve grandes responsabilidades e a atividade, portanto, exige a aprovação em
curso especializado. Nesse sentido, a característica principal da especialização é a
qualificação prévia para seu exercício. Esse é um assunto que não costuma pautar as
discussões em quartéis ou delegacias, por exemplo. Isso se deve, em grande parte,
por conta da própria natureza da função desempenhada, na qual dirigir assume um
status de tamanha normalidade que se incorpora à rotina do operador de segurança.
Dirigir se torna mecânico e deixa de contar com a atenção necessária do motorista.
9
Nesse momento, aparecem as perguntas: o que poderia ter sido feito? Como evitar
novos casos?
10
Ele possui 60 horas, é exclusivo para agentes que integram o Susp e
encontra-se dividido em 4 (quatro) módulos.
11
Objetivos do Curso
Estrutura do Curso
12
Mensagem do Reformulador
Ouça o ÁUDIO 1
Caro Colega,
Não quer dizer que alguém de fora do ramo da segurança pública não
pudesse ter atuado como conteudista de um curso como este; está cheio de bons
profissionais nas universidades, nas empresas e no setor público. Mas o olhar interno,
de quem vivencia o dia a dia da profissão, agrega um tipo de conhecimento da
realidade que aqueles profissionais citados anteriormente não têm. Nosso trabalho
possui particularidades, excelências e, também, as suas dificuldades.
Mas, seja você um agente da segurança pública experiente, com muitos anos
de bons serviços prestados à sociedade, seja você um novato na atividade, é possível
imaginar que tenha tido o pensamento: este curso não passa de uma besteira!
Como um curso online vai me ensinar a conduzir uma viatura policial ou uma
ambulância? Isso deve ser coisa de algum teórico que não tem o que fazer!
(Sejamos sinceros, a maioria, nesta altura do curso está pensando isso – EU estava
pensando assim quando fiz o curso pela primeira vez!)
13
sua função (e não se meter em problemas); e, finalmente, algumas técnicas que
podem salvar a SUA vida, a vida de seus colegas de profissão e, inclusive, a vida de
seus familiares. Nosso objetivo é ajudar você a cumprir a sua missão, finalizando seu
plantão ou turno de serviço são e salvo e sem broncas a responder! Parece bom para
você?
O segundo esclarecimento é que, sim, este curso é uma exigência legal para
a nossa profissão, prevista no art. 145, inciso IV, da Lei n. 9.503/1997, mais conhecida
como Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Se vocês forem olhar esse inciso, verão
que ele fala de dois cursos: do “curso especializado” e do “curso de prática veicular
em situação de risco”. No caso, este que você está cursando é o “curso especializado”,
que é teórico. O detalhe é que este é oferecido, lá fora (na modalidade presencial ou
a distância), por um valor de algumas centenas de reais. Aqui, a Secretaria de Gestão
e Ensino em Segurança Pública (Segen) está oferecendo a você gratuitamente,
pensando na sua capacitação!
14
Módulo I - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
Apresentação do módulo
Neste primeiro módulo, você estudará regras importantes relacionadas à
condução de veículos de emergência previstas na legislação de trânsito (como as
categorias de habilitação e a relação delas com os veículos, as regras de circulação,
os documentos de porte obrigatório referentes ao condutor e ao veículo, os aspectos
importantes sobre a sinalização viária etc.) e, ainda, infrações, penalidades e crimes
relacionados à direção de veículo de emergência. Daremos uma especial atenção às
modificações recentes sobre o tema, para que você possa permanecer atualizado!
Objetivos do módulo
Ao final deste módulo, o aluno deverá ser capaz de:
15
Estrutura do módulo
Este módulo compreende as seguintes aulas:
16
Aula 1 - Categoria de habilitação e relação com veículos
conduzidos
Introdução
A primeira coisa que temos que nos perguntar é: eu posso conduzir um veículo
de emergência? Eu posso conduzir a viatura da corporação? Existem requisitos para
isso? Ou qualquer policial, independentemente de ter feito cursos ou treinamentos,
pode conduzir? Se o seu órgão tiver como competências o atendimento de acidentes
e o socorro de vítimas, você está habilitado para conduzir uma ambulância, caso seja
preciso?
17
Figura 1: Cédula da Carteira de Motorista
Fonte: DENATRAN.
18
Você sabia?
A Lei n. 14.071/2020, de 13 de outubro de 2020, entrou em vigor, no dia
12 de abril de 2021. As CNHs expedidas após essa data passarão a
contar com a validade do exame de aptidão física e mental de dez anos,
para condutores com menos de 50 anos; e com a validade de cinco anos
para os condutores com idade igual ou superior a 50 (cinquenta) anos e
inferior a 70 (setenta) anos de idade.
Restrições da CNH
19
b) Um Policial Penal observa a própria CNH e percebe que no campo de
observações há uma letra “D” maiúscula. Isso indica que ele só pode conduzir
veículos com transmissão (marcha) automática.
20
Mas qual veículo você pode conduzir? Você estudará sobre essa questão
a seguir.
Contudo, não é bem assim, uma vez que o texto do CTB é complementado
pelo anexo I da Resolução do CONTRAN n. 789, de 18 de junho de 2020. Vejamos,
agora, cada uma das categorias de CNH e quais os tipos de veículos que podem ser
conduzidos com cada uma delas:
1.1.1 Categoria A
Inicialmente, vejamos o que está disposto no inciso I do art. 143 do CTB: “Art.
143. I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou
sem carro lateral” (BRASIL, 1997, n.p.).
Saiba mais:
21
Figura 2: Motocicleta
Fonte: canva.com; SCD/EaD/Segen.
22
Figura 3.1: Motoneta
Fonte: canva.com; SCD/EaD/Segen.
Importante!
23
Quando o veículo possuir quatro ou mais rodas, não será mais possível
conduzi-lo apenas com a categoria A, será necessária uma categoria “superior”.
Contudo, se você possuir a categoria B, C, D ou E, não está autorizado a conduzir
veículos da categoria A.
Assim, você verificará que até há uma gradação entre as categorias, mas
apenas a partir da categoria B. Deste modo, a categoria C é superior à B; a D é
superior à C e B; e a E é superior às demais. Isso quer dizer que se você possui
habilitação em uma categoria superior pode conduzir veículos da(s) categoria(s)
inferior(res), com exceção da categoria A. Esta categoria, por sua vez, engloba a
ACC.
24
Figura 5: Motocicletas utilizadas pela Polícia Militar do Piauí
Fonte: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/policia-amplia-projeto-voltado-para-policiamento-com-
motos.ghtml.
1.1.2 Categoria B
Boa parte dos concursos públicos para ingresso nas instituições de segurança
pública já preveem, como requisito, que o candidato seja habilitado na categoria B.
Talvez tenha sido esse o seu caso.
25
Número de ocupantes (capacidade total)
Antes de mais nada, cabe uma explicação do que é o Peso Bruto Total (PBT)
e como chegamos a esse número.
26
para os veículos de carga, ou número de pessoas, para os veículos de passageiros.”
(Conforme Anexo I do CTB).
Já o Peso Bruto Total (PBT), nada mais é do que o peso do veículo (tara)
+ capacidade de carga do veículo.
Mas o PBT nem sempre está expresso no CRLV, apesar de haver um campo
destinado ao registro da capacidade. Além disso, esse registro, na maioria das vezes,
não é preciso, haja vista ser preenchido de modo diverso pelos órgãos de trânsito.
Figura 7: Plaqueta
Fonte: do conteudista.
Deixando claros os critérios, vamos agora falar dos tipos de veículos que
podem ser conduzidos com a CNH de categoria B.
Automóvel
O tipo de veículo mais comum que pode ser conduzido pelo condutor com a
categoria B é o Automóvel. Conforme o CTB, quando o veículo é destinado ao
transporte de passageiros e a sua lotação não exceda oito lugares, excluído o
27
condutor (9 ocupantes), ele é chamado de automóvel. Boa parte das viaturas que
utilizamos em nossas atividades policiais se enquadram como automóveis.
28
cargas, excluída a massa das baterias no caso de veículos
elétricos, cuja potência máxima do motor não seja superior a
15kW.
Por sua vez, o quadriciclo de cabine fechada, também conhecido como UTV
(Utility Task Vehicle):
Veja o que diz a Resolução do Contran nº 573/2015 - Art. 2º, inciso II:
29
Figura 11: Quadriciclo de Cabine Fechada (UTV)
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/utilit%C3%A1rio-ve%C3%ADculo-do-terreno-utv-
2539173.
Veja o que diz a Resolução do Contran nº 573/2015, Art. 4º, inciso IV:
Caminhonete
30
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de
carga, podendo transportar dois passageiros, exclusive o
condutor.
Camioneta
A maioria das camionetas possui PBT inferior a 3500 kg; logo, podem ser
conduzidas por condutor habilitado na categoria B. No entanto, existem algumas
exceções. Na dúvida, consulte o PBT do veículo antes de conduzir.
31
Figura 13: Camioneta utilizada pela Polícia Civil de SP
Fonte: https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2019/08/novo-departamento-de-elite-da-
policia-civil-de-sp-comeca-a-funcionar.shtml.
Utilitário
32
camionetas, há uma separação física entre o compartimento de carga e o habitáculo
dos passageiros.
A maioria dos utilitários possui PBT inferior a 3500 kg, logo, podem ser
conduzidas por condutor habilitado na categoria B. No entanto, assim como no caso
das camionetas, existem algumas exceções. Na dúvida, consulte o PBT do veículo
antes de conduzir.
Figura 15: Ford/Ranger utilizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do estado de Santa
Catarina
Fonte: https://notiserrasc.com.br/tv-ns-corpo-de-bombeiros-adquire-nova-viatura/
33
encontre veículos registrados de modo diverso ao que está previsto
na legislação.
1.1.3 Categoria C
Conforme previsão legal do art. 143, inciso III, do CTB, a categoria C permite
conduzir “veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto
total exceda a três mil e quinhentos quilogramas”.
É importante dizer que não existe limite de peso para o condutor da categoria
C. Assim, um caminhão do tipo simples, ou seja, que não está rebocando nenhum
outro veículo, pode ter qualquer PBT e ainda assim poderá ser conduzido com a
categoria C.
34
Importante!
IMPORTANTE!
Como o anexo I da Resolução do CONTRAN n. 789/2020
deixa bem claro que o condutor habilitado na Categoria C pode
conduzir todos os veículos da categoria B.
35
Figura 17: Caminhão do Corpo de Bombeiros do Paraná
Fonte: http://www.bombeiros.pr.gov.br/Noticia/Caminhao-de-Bombeiros-de-alta-tecnologia-reforcara-
atendimentos-em-Curitiba-e-regiao.
36
As camionetas, utilitários e veículos especiais cujo PBT supera 3500 kg
devem ser conduzidas por condutor habilitado, no mínimo, na categoria C.
Exemplificando:
Na foto, vemos um veículo com PBT de 4.000 kg adaptado para ser utilizado
como ambulância. Não é um veículo da espécie carga, mas sim definido como
especial. Mesmo não sendo de carga, para conduzi-lo será necessária a categoria C,
pois ultrapassa o limite de PBT da categoria B.
Por fim, o trator de roda (exceto os tratores agrícolas, para os quais se exige
categoria B), o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor destinado
à movimentação de cargas ou à execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de
construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutor
habilitado, no mínimo, na categoria C (conforme Art. 144, caput, do Código de Trânsito
Brasileiro).
37
1.1.4 Categoria D
Conforme previsão legal do Art. 143, inciso IV, do CTB, a categoria D permite
conduzir “veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação
exceda a oito lugares, excluído o do motorista”.
38
Figura 21: Micro-ônibus da Polícia Militar de Rondônia
Fonte: https://folhanobre.com.br/2017/06/14/policia-militar-recebe-06-micro-onibus/49564/.
Resumindo:
Para pensar:
IMPORTANTE!
O anexo I da Resolução do CONTRAN n. 789/2020 deixa
bem claro que o condutor habilitado na Categoria D pode
conduzir todos os veículos das categorias B e C.
39
1.1.5 Categoria E
Exemplificando:
40
Quando for necessário conduzir uma combinação de veículos, você deverá
certificar-se se a lei exige ou não categoria E. Para isso, basta verificar a unidade
tracionada.
Caso o PBT, somente da unidade tracionada, for igual ou superior a 6.000 kg,
será exigida a categoria E. No exemplo acima, o PBT deste semirreboque é de 25.500
kg, logo, para conduzir um veículo capaz de tracionar este semirreboque o condutor
deverá possuir categoria E.
41
Ou seja, a lei exige categoria E apenas quando se tratar de uma combinação
de veículos e, ainda assim, quando a unidade tracionada possuir determinada
configuração. Quando houver uma combinação de veículos e não for exigível a
categoria E, haverá a necessidade de se verificar qual a categoria adequada ao peso
e à lotação do conjunto.
IMPORTANTE!
O anexo I da Resolução do CONTRAN n. 789/2020, deixa
bem claro que o condutor habilitado na Categoria E pode
conduzir todos os veículos das categorias B, C e D.
Ouça o ÁUDIO 2
42
Exemplificando:
Observe que esta é uma combinação de veículos, mas que a categoria E, que
seria exigível apenas quando a unidade tracionada (reboque) tivesse a partir de 6.000
kg de PBT, não é necessária, pois a unidade tracionada (semireboque que carrega o
jet ski) possui apenas 1200 kg de PBT.
Resposta: Categoria B.
43
Contudo, se o reboque for um pouco maior, a situação é diferente.
No exemplo acima, para fins didáticos, considere que o utilitário tenha um PBT
de 1950 kg e que o reboque de carga tenha um PBT de 2400 kg.
Perceba que a soma dos PBTs (1950 kg + 2400 kg = 4350 kg) ultrapassa o
limite da categoria B (3.500 kg). Nesse caso, o condutor terá que ser habilitado, no
mínimo, na categoria C.
44
- Veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela
categoria A, cujo Peso Bruto Total (PBT) não exceda a 3.500 kg
e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
Introdução
Dando continuidade aos nossos estudos, agora, nós veremos quais são os
documentos exigidos, para o condutor e o veículo, durante a condução. Também
estudaremos os elementos mais importantes da Sinalização Viária e como o
conhecimento dela é imprescindível para a condução com segurança, seja da viatura,
seja de seu carro particular.
Testando o conhecimento:
45
Antes de iniciar o estudo deste capítulo, pare e reflita:
Certo, mas aí você pode se perguntar: o que vem a ser este documento, o
CRLV? Em que condições ele vem a ser emitido? Como ele se parece? Ele deve,
obrigatoriamente, ser emitido em papel-moeda? Ele pode ser apresentado em formato
digital?
46
domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei
(BRASIL, 1997, n.p.).
47
Dica:
48
pelo CONTRAN. (Redação dada pela Lei n.º 14.071/2020)
(BRASIL, 2020a, n.p).
49
Os últimos CRLVs impressos em papel-moeda foram emitidos em 31 de julho
de 2020. No entanto, dependendo da situação e do calendário de licenciamento
aplicável (nacional ou estadual), eles podem ser válidos até dezembro de 2021.
50
Saiba mais:
Caro profissional de segurança pública, para tirar todas as suas dúvidas
acerca da emissão do CRLV-e (digital), acesse o site:
https://campanhas.serpro.gov.br/cdt/
Por fim, vale salientar que o fato de o veículo ser classificado como de
emergência não faz com que seja necessário o porte de qualquer outro documento do
veículo. Contudo, é necessário verificar se o veículo possui os dispositivos luminosos
intermitentes e os dispositivos de alarme sonoro (sirene), e é indispensável que ele
seja um daqueles identificados no artigo 29, inciso VII do CTB, pois somente eles
podem utilizar tais dispositivos.
Exemplificando...
Um veículo conhecido como van, com capacidade para doze
pessoas, é utilizado para o transporte de pacientes entre as cidades do
interior e a capital do estado. A prefeitura proprietária do veículo o equipa
com dispositivo luminoso vermelho sobre o teto e alarme sonoro (sirene).
Contudo, no CRLV, o veículo está identificado como micro-ônibus e não há
qualquer referência à ambulância. No caso citado, o veículo não poderia
estar equipado com o que Paulus e Walter (2013) chamam de dispositivos
de prerrogativas. Apenas os veículos de emergência podem ser equipados
com tais dispositivos.
51
No que diz respeito à documentação do condutor, você deverá sempre estar
portando a sua Carteira Nacional de Habilitação, podendo ser aquela emitida em meio
físico ou em meio digital, conforme está previsto no CTB:
Da mesma forma que ocorre com o CRLV, o porte da CNH será dispensado
quando, no momento da fiscalização, for possível ter acesso ao sistema informatizado
para verificar se o condutor está habilitado (conforme previsto no § 1º-A, do art. 159
do CTB, inserido no CTB pela Lei n. 14.071/2020).
Saiba mais:
Para saber como você pode solicitar a sua Carteira Nacional de
Habilitação em formato digital, acesse:
https://campanhas.serpro.gov.br/cdt/
52
No caso específico da condução de veículo de emergência, também é
obrigatório o porte do certificado correspondente a esse curso.
IMPORTANTE!
O Curso de Condutor de Veículo de Emergência possui
validade de cinco anos, quando, então, é necessário fazer a
atualização, cuja carga horária é de dezesseis horas-aula
(16h/a).
53
IMPORTANTE!
Quando você for renovar sua carteira de habilitação,
lembre-se de apresentar o comprovante da conclusão do curso
de condutor de veículo de emergência, para que seja realizada
sua inclusão na CNH.
É claro que você também deve estar preparado para as situações em que os
condutores não obedeçam às regras estabelecidas pela sinalização. Por este motivo,
o condutor do veículo de emergência deve desenvolver características específicas
para tornar o deslocamento de emergência menos perigoso.
54
obrigações ou restrições no uso das vias. Sua forma padrão é a circular, e suas cores
são vermelha, preta e branca.
Exemplificando:
Exemplificando:
55
Figura 32: Placas de advertência
Fonte: Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro - Resolução do Contran nº 160/2004; SCD;
EaD/Segen.
Exemplificando:
56
Para saber mais
Contínua:
Tracejada ou Seccionada
57
Setas, Símbolos e Legendas:
Padrão de cores:
58
– Inscrever símbolo (cruz).
IMPORTANTE!
Em relação à Sinalização Horizontal (marcas no
pavimento), o condutor de veículo de emergência deve prestar
atenção especial à marcação contínua amarela, indicando
proibição de ultrapassagem, especialmente em locais sem
visibilidade, como aclives e curvas, pois, embora durante o
deslocamento de urgência o condutor não cometa infrações de
trânsito, a ultrapassagem em tais locais pode gerar risco de
acidentes graves, tais como colisões frontais.
59
manutenção de uma distância segura ao passar por eles (no
mínimo, 1,5 metro).
penalidades
Introdução
Caro profissional de segurança pública, na aula anterior você viu quais são os
documentos exigidos para o condutor e para o veículo de emergência, assim como
estudou sobre a importância de prestar atenção à sinalização viária para poder se
antecipar a possíveis riscos para o seu deslocamento.
Recordando:
60
Figura 34: Recordando
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
3.1 Infrações
Do mesmo modo que nas aulas anteriores, você estudará regras específicas
para os condutores de veículos de emergência, além de outras situações que
envolvem a condução de veículos de emergência.
61
dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de
fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:
Infração - média; Penalidade - multa. (BRASIL, 1997, n.p.).
Vamos pensar um pouco sobre a razão da existência dessa norma. Ela visa,
antes de mais nada, resguardar a segurança da própria equipe que está realizando o
atendimento de emergência. Uma vez que o veículo está em uma via pública, sem as
luzes intermitentes ligadas, os outros condutores podem não perceber que a viatura
está imobilizada e podem colidir contra ela ou mesmo vir a atropelar algum membro
da equipe ou a vítima que está sendo socorrida. Essa preocupação é especialmente
importante no período noturno!
IMPORTANTE!
Dependendo da situação, especialmente quando do
atendimento de ocorrências em rodovias ou vias de trânsito
rápido, é importante que a equipe providencie sinalização
adicional, por meio de cones, triângulo de segurança e/ou meios
de fortuna. Aqui, não há uma infração de trânsito associada, mas
lembre-se que a sua segurança vem em primeiro lugar!
62
de 30 metros da parte traseira do veículo (de acordo com a resolução
do Contran nº 36, de 21 de maio de 1998).
IMPORTANTE!
Fique atento, também, ao fato de nunca utilizar o pisca-
alerta do veículo ligado durante os deslocamentos de
urgência/emergência. A sinalização do veículo que indica a
situação de emergência é o alarme sonoro (sirene) e o
dispositivo luminoso intermitente sobre o teto.
Veja o que está previsto no art. 40, inciso V, alínea “a” do CTB no tocante aos veículos
“normais”:
63
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de
batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de
operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando
em serviço de urgência e devidamente identificados por
dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade – multa.
IMPORTANTE!
Caso o seu órgão tenha atribuições relacionadas com a
fiscalização de trânsito, a exemplo da Polícia Rodoviária
Federal, dos batalhões de trânsito da Polícia Militar ou,
dependendo do caso, das Guardas Municipais, é importante
salientar que podem ser lavrados, contra os demais condutores,
os autos de infração referentes às condutas dos artigos 189 e
190 do CTB. No entanto, se você está atendendo uma
ocorrência de urgência, o recomendado é que você somente
anote as placas e as características dos veículos e faça as
autuações em momento posterior, na modalidade “sem
abordagem”.
64
3.2 Penalidades
65
I - Infração de natureza Gravíssima, punida com multa no valor
de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete
centavos);
II - Infração de natureza Grave, punida com multa no valor de R$
195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos);
III - Infração de natureza Média, punida com multa no valor de
R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centavos);
IV - Infração de natureza Leve, punida com multa no valor de R$
88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos) (BRASIL,
2020, n.p.).
66
II - previstas no art. 221, nos incisos VII e XXI do art. 230 e nos
arts. 232, 233, 233-A, 240 e 241 deste Código, sem prejuízo da
aplicação das penalidades e medidas administrativas cabíveis;
(Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)
III - puníveis de forma específica com suspensão do direito de
dirigir. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (BRASIL, 2020,
n.p.).
Vamos dar um exemplo do segundo caso, para que você possa entender
melhor. Veja a seguinte infração:
67
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de
proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações
aprovadas pelo CONTRAN;
[…]
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; (BRASIL,
2020a, n.p.) (grifo nosso).
Nesse caso, um condutor que seja flagrado conduzindo uma motocicleta sem
o capacete de segurança, além do valor pecuniário da multa, estará sujeito também a
ter a sua CNH suspensa.
68
Na Prática
Marcelo cometeu, no espaço de doze meses, as seguintes infrações:
dirigir veículo sem o cinto de segurança (art. 165 – infração grave – cinco
pontos), estacionar nas vagas de deficiente, de forma irregular (art. 181,
inciso XX – infração gravíssima – sete pontos), deixar de dar passagem a
veículo de urgência (art. 189 – infração gravíssima – sete pontos) e seguir
veículo de urgência (art. 190 – infração grave – cinco pontos); totalizando
24 pontos.
Caso Marcelo seja um condutor comum, como ele cometeu duas
infrações gravíssimas, o limite para a suspensão do direito de dirigir seria
de 20 pontos. Neste caso, como ele superou esse limite, será aplicada a
ele a penalidade de suspensão do direito de dirigir.
No entanto, caso Marcelo fosse um motorista profissional, alguém
que exerce atividade remunerada na direção do veículo, como um taxista
ou caminhoneiro, a sua habilitação não seria suspensa, pois, neste caso,
ainda não teriam sido atingidos os 40 pontos.
Por fim, outra importante mudança advinda com a Lei n. 14.071 é a criação
do Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), administrado pelo órgão
máximo executivo de trânsito da União (Denatran). Os condutores que não cometerem
infração de trânsito sujeita à pontuação prevista no art. 259 do CTB, nos últimos 12
meses, podem solicitar a sua inclusão no RNPC.
69
Fica a dica:
Por se tratar de uma inovação, o RNPC ainda carece de
regulamentação por parte do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN). No entanto, é importante que você procure se
manter informado sobre a efetivação do RNPC para que possa
desfrutar dos benefícios concedidos aos bons condutores.
Mas, além de conhecer ações que você deve evitar para que não se envolva
em situações que podem te prejudicar pessoal e profissionalmente, há um outro
aspecto: em diversas vezes, na nossa luta diária contra o crime, encontramos
criminosos e infratores sociais que cometem, também, crimes de trânsito. E é
importante que você conheça isso, para que eles possam ter a punição merecida por
seus atos torpes.
70
urgência, devendo ser feito com a as luzes intermitentes e com a sirene ligadas, para
a própria segurança e integridade da equipe policial.
Na imensa maioria das vezes em que o criminoso opta por fugir, ele acaba por
cometer um ou mais crimes de trânsito. Se ele vier a ser capturado e levado para a
Polícia Judiciária, esses crimes também devem ser relatados, para que o criminoso
receba a pena devida pelos seus atos. Note que isso é válido mesmo no caso de
veículos roubados ou furtados, pois a pena do crime não fica vinculada ao veículo,
não gerando nenhum ônus para a vítima.
71
Comentário: Este tipo penal se aplica apenas para o homicídio cometido de
forma culposa (seja por Imprudência, Negligência ou Imperícia), na direção de veículo
automotor. Se o veículo tiver sido usado de forma intencional para matar alguém, o
autor do crime responderá pela forma dolosa do crime de homicídio (art. 121 do
Código Penal).
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses
do § 1o do art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.546, de 2017)
Comentário: Este tipo penal se aplica apenas para a lesão corporal cometida
de forma culposa (seja por Imprudência, Negligência ou Imperícia), na direção de
veículo automotor. Se o veículo tiver sido usado de forma intencional para lesionar
alguém, o autor do crime responderá pela forma dolosa do crime de lesão corporal
(art. 129 do Código Penal).
72
c) Omissão de Socorro:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento
de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
instantânea ou com ferimentos leves.
e) Embriaguez ao Volante:
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012).
73
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de
alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros
meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação
dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determinar o previsto no
caput. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de
idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no
prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação.
74
g) Disputar corrida em via pública:
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa (BRASIL, 1997, n.p.).
75
Para a configuração deste tipo penal, não há a necessidade da ocorrência de
um acidente ou da existência de uma vítima, mas sim que se comprove que houve o
chamado “perigo de dano”. O perigo de dano, neste caso, se caracteriza por meio de
um comportamento ou manobra que seja caracterizado como infração de trânsito
(avançar sinal vermelho, transitar pela contramão) ou que, efetivamente, coloque
outras pessoas em risco (tirar “fino” de pedestres, fazer com que o carro que segue
no sentido contrário tenha que sair da pista, etc.). É imprescindível que o policial
conste essas informações na narrativa do boletim de ocorrência!
Vale salientar que o mero ato de conduzir sem habilitação, sem o cometimento
de infrações ou de manobras perigosas, não se constitui no tipo penal do art. 309. É
o caso, por exemplo, de condutor abordado em blitz, sem possuir CNH, mas que vinha
76
conduzindo de forma correta e que obedeceu aos comandos emanados pelos policiais
ou agentes de trânsito.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a
quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em
condições de conduzi-lo com segurança:
j) Velocidade Incompatível:
77
Comentário: Na maioria das vezes em que o criminoso decide fugir da polícia,
ele o faz em alta velocidade e executando diversas manobras arriscadas ou perigosas
para os pedestres e/ou para os demais veículos na via. Quando esta situação ocorre
nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas, gerando um perigo de dano para as pessoas, nós temos
caracterizado o crime do art. 311.
78
suficientes para embasar a pena base fixada além do mínimo
legal, mas em quantidade menor que a fixada na origem. 3.
Reincidência aplicada em face da comprovação de anterior
condenação. PROVIDO EM PARTE À APELAÇÃO. UNÂNIME.
(Recurso Crime Nº 71001553239, Turma Recursal Criminal,
Turmas Recursais, Relator: Nara Leonor Castro Garcia, Julgado
em 11/02/2008) (BRASIL, 2008, n.p.).
k) Inovar artificiosamente:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando
da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se
refere.
e circulação
Introdução
79
de dirigir; e, por fim, vimos alguns crimes de trânsito que têm conexão com o trabalho
policial.
Recordando:
Denílson está indo ao centro da cidade, com a sua esposa, apenas para deixar
um documento. Quando ele chega lá, percebe que o único local disponível para
estacionar é um pouco antes da seguinte placa de trânsito:
80
Para não ser autuado, Denílson pede que sua esposa desça e vá deixar o
documento. Ele, no entanto, permanece no veículo, na posição do motorista, com o
motor ligado e com o cinto de segurança, atento para procurar não atrapalhar nenhum
dos demais veículos. Sua esposa vai e volta em menos de três minutos; e eles saem.
81
Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos
e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins
de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou
descarga (CTB, Art. 1º §1º) (BRASIL, 1997, n.p.).
Situação 1:
Resposta: Parada.
82
Vejamos, agora, o conceito de Estacionamento.
Situação 2:
Resposta: Estacionamento.
Para deixar bem claro: não existe um tempo determinado para diferenciar as
manobras de parada e de estacionamento. O que as diferencia é o tempo necessário
para a sua finalidade: o embarque e o desembarque de passageiros.
83
Na verdade, não se trata de nenhum dos dois casos. Quando o veículo estiver
utilizando a via em deslocamento ou imobilização não definida como parada ou
estacionamento, como é o caso da interrupção da marcha, estará em circulação.
4.3 Circulação
Veja o que diz o CTB, em seu artigo 29, inciso VII, alíneas “a” e “b”:
84
via e parando, se necessário; (Redação dada pela Lei nº 14.071,
de 2020)
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz
intermitente, deverão aguardar no passeio e somente atravessar
a via quando o veículo já tiver passado pelo local; (Redação
dada pela Lei nº 14.071, de 2020).
No dia a dia, você percebe que, muitas vezes, é impossível seguir exatamente
o que está no Código. Quando os veículos se encontram todos imobilizados no
congestionamento e uma viatura policial ou ambulância precisa passar, os condutores
muitas vezes não conseguem sequer mover seus veículos, muito menos deslocarem-
se para a direita. Por isso, é comum que o condutor do veículo de emergência procure
os espaços disponíveis para seu deslocamento.
Dessa forma, você estará contando com o procedimento padrão a ser adotado
pelos demais condutores, e eles poderão adotar os procedimentos que você espera
deles. Evite “costurar” entre os veículos, pois essa conduta pode causar confusão aos
demais condutores.
IMPORTANTE!
Utilização do Acostamento: alguns condutores de veículos de
emergência, quando em rodovias ou em vias urbanas dotadas
de acostamento, ficam na dúvida, em caso de engarrafamento
ou de trânsito intenso, se eles podem transitar com o veículo
pelo acostamento ou se isso consistiria em uma infração de
trânsito.
85
Conforme já vimos, o veículo de emergência, quando em
serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de
preservação da ordem pública possui livre circulação,
estacionamento e parada. Logo, é lícita a utilização do
acostamento nos casos citados.
É essencial também sinalizar todas as manobras. Elas podem ser indicadas por meio
do sistema de sinalização do veículo (setas indicadoras de mudança de direção) ou
mediante gestos do condutor.
Veja como o condutor pode sinalizar, por meio de gestos, as manobras a seguir.
86
Figura 36: Gestos dos condutores
Fonte: Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro - Resolução do Contran nº 160/2004.
Para pensar:
87
Como condutor de veículo de emergência, você vai perceber que vários
condutores ao notarem a presença do veículo com os dispositivos ligados
imediatamente atrás, têm como primeira reação frear o veículo. Por isso, sempre que
possível mantenha uma distância de segurança frontal e lateral em relação aos
demais veículos.
88
Quanto ao bordo da pista, a manutenção de uma distância segura visa,
sobretudo, à proteção dos pedestres e dos usuários que transitam por locais fora da
pista de rolamento, como passeios, calçadas, acostamento etc.
Essa regra é válida para todos os condutores e para todos os veículos, mas ela
se reveste de importância especial para os veículos de emergência, pois tais veículos
são submetidos a condições de operação desgastantes, como a circulação durante
longos períodos e/ou a circulação em vias sem pavimento ou com pavimento em más
condições.
I.Combustível;
II.Nível do óleo do motor;
III.Nível do óleo da direção hidráulica;
IV.Água do limpador de para-brisa;
V.Funcionamento do sistema de iluminação e sinalização do veículo: farolete; faróis
(baixo e alto); setas (esquerda e direita); pisca-alerta; luz de freio, luz de ré e farol de
neblina (se existente);
89
VI.Estado dos pneus (inclusive do pneu sobressalente) quanto à conservação, a
desgastes etc. (dica: se possível, faça a calibragem dos pneus da viatura a cada
plantão);
VII.Existência de macaco, triângulo e chave de roda;
VIII.Estado e regulagem dos espelhos retrovisores;
IX.Regulagem do banco, de acordo com a altura e a compleição física do motorista;
X.Funcionamento da buzina;
XI.Funcionamento da sirene; e
XII.Funcionamento das luzes intermitentes.
Seja diligente e cuidadoso! A ideia aqui, antes de cumprir uma norma ou evitar
uma infração, é garantir a sua segurança e a segurança de toda a equipe! Um pneu
careca, um farol queimado ou um defeito na direção hidráulica podem vir a causar um
acidente grave, pois, muitas vezes, temos que conduzir em situações limite.
Insistimos: faça o checklist! A sua família e a de seus companheiros agradecem.
Caso você se depare com algum item faltando, inoperante ou com mau
funcionamento, contacte o gestor de frota de sua instituição para que ele tome as
providências necessárias.
90
Vamos refletir um pouco: já vimos que o veículo de emergência, quando em
serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública
possui livre circulação, estacionamento e parada; o que implica dizer que o condutor
não seria autuado por condutas como não parar para no sinal vermelho ou transitar
pelos acostamentos.
No entanto, o fato de termos o direito à “livre circulação” não nos dá motivo para
adotar atitudes perigosas ou imprudentes, que colocam nossa vida, a vida da equipe
ou a vida dos demais usuários da via em risco. E, se existe um quesito que merece
uma atenção especial de sua parte são as ultrapassagens em local proibido.
91
Lembre-se que se a equipe policial vier a se envolver em um
acidente, ela não poderá cumprir a sua missão. Se os bombeiros se
envolverem em um acidente, quem apagará o incêndio?
Introdução
Recordando:
92
Caro colega profissional de segurança pública, antes de iniciar o estudo deste
capítulo, vamos analisar a seguinte situação hipotética:
Estudo de Caso
Beatriz é uma viúva que mora em uma fazenda, que fica a alguns
quilômetros da sede do município, com suas duas filhas, de sete e de
quatro anos de idade. Em uma noite, ela acorda com um barulho e
percebe, pela janela do primeiro andar, que três malfeitores estão
forçando a entrada dos fundos da casa.
93
multas? É razoável que ele tenha sua habilitação suspensa? Existe amparo legal para
a conduta de Adalberto?
Muita calma nessa hora! Ao final deste capítulo, você vai entender que nossa
legislação ampara situações como essas de modo a resguardar o bom andamento do
trabalho dos órgãos de segurança pública em defesa da sociedade!
b) Veículos de polícia:
94
— Viaturas operacionais dos órgãos executivos rodoviários dos Estados
(normalmente chamados DERs – Departamento de Estradas de Rodagem);
— Viaturas operacionais dos órgãos executivos rodoviários dos Municípios;
— Viaturas operacionais dos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados
e do Distrito Federal (DETRANs); e
— Viaturas operacionais dos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
Municípios.
d) Ambulâncias:
IMPORTANTE!
Você deve ficar atento às regras definidas pelo CTB no que tange à condução
de veículos de emergência, especialmente quando se tem em conta que boa parte
destas regras foram alteradas pela Lei n 14.071/2020. Vamos ver como ficou a
legislação:
95
ordem pública, observadas as seguintes disposições: (Redação
dada pela Lei n. 14.071/2020)
a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e
iluminação intermitente estiverem acionados, indicando a
proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar
livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da
via e parando, se necessário; (Redação dada pela Lei n.
14.071/2020)
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz
intermitente, deverão aguardar no passeio e somente atravessar
a via quando o veículo já tiver passado pelo local; (Redação
dada pela Lei n. 14.071/2020)
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação
vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva
prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se
dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de
segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão
aplicadas somente quando os veículos estiverem identificados
por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
intermitente; (Redação dada pela Lei n. 14.071/2020)
f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente
quando os veículos estiverem identificados por dispositivos
regulamentares de iluminação intermitente; (Redação dada pela
Lei n. 14.071/2020) (BRASIL, 1997, n.p.).
96
Figura 40: Quatro prerrogativas
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
Com essa alteração, uma viatura da polícia militar, por exemplo, realizando
policiamento ostensivo, pode estacionar sobre a calçada ou em praças sem que isso
constitua nenhuma infração de trânsito. É importante frisar que essa alteração
legislativa veio para dar retaguarda jurídica ao trabalho policial, pois muitas vezes a
sociedade questionava os locais onde as viaturas ficavam postadas.
Ouça o ÁUDIO 3
97
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
98
Finalizando
Neste módulo, você estudou que:
99