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INTRO - OBJETIVOS

Partindo da compreensão que a cidade de Fortaleza é atravessada pela violência, entendemos


que o objetivo dessa pesquisa é delimitar um retrato de como as produções científicas
entendem as chacinas de Fortaleza e quais discussões surgem a partir do tema. Em
decorrência disso, esse estudo visa examinar as produções acadêmicas sobre o tema das
chacinas de Fortaleza nos últimos dez anos com o intuito de entender essa problemática
através dos achados da literatura.

as chacinas produzidas na periferia são o reflexo de um sistema de estereótipo, em que a


pobreza é criminalizada e fomentada pela desigualdade e conflito de classe social.

Por conseguinte, essa violência que aterroriza a sociedade repercute de forma negativa,
gerando impactos emocionais e até mesmo intensificando os problemas sociais, como o
aumento da discriminação. De acordo com Souza e Lima (2006, p. 1212) “alguns estudos no
país têm mostrado que a violência afeta a população de modo desigual, gerando riscos
diferenciados em função de gênero, raça/cor, idade e espaço social”

Na nossa pesquisa, partindo do que a Júlia já comentou sobre o debate das chacinas em
Fortaleza, vão surgir algumas discussões a partir desse tema. Olhando pra esse retrato das
chacinas a gente pode perceber que ele reflete um sistema de estereótipo, que vai aumentar a
discriminação, criminalizando a pobreza, criminalizando um perfil de sujeito que é o jovem
periférico, preto e pobre em decorrência da existência de uma desigualdade e de um conflito
de classe social.

DES – TEXTO LEITE E MARINHO

Trazem a violência urbana como um fenômeno naturalizado o qual as pessoas tentam


sobreviver

Processo de estigmatização sofrido por indivíduos em vulnerabilidade que os criminalizam e


os destituem do direito a dignidade

Violência produtora de dor e sofrimento ressignificada na luta por justiça

Por fim, as autoras Leite e Marinho (2020) buscam elucidar a violência, a trajetória e o
perfil das vítimas de violência urbana na cidade de Fortaleza por meio do relato de três mães
que fazem parte da Rede de Mães e Familiares do Ceará. Segundo Leite e Marinho (2020), a
violência alarmante que acomete os jovens marca suas vidas e a de seus familiares por medo e
insegurança. “A violência se metamorfoseia e se reinventa de tempos em tempos” (Leite e
Marinho, 2020, p. 350). Nessa perspectiva, a violência na cidade de Fortaleza é retratada no
texto como um fenômeno, inúmeras vezes, naturalizado, o qual as pessoas constantemente
tentam sobreviver.
A violência urbana especificada no caso das chacinas, perpassa intensamente as
periferias e afeta, majoritariamente, as vidas de jovens negros e pobres, que por vezes, são
criminalizados e destituídos do direito a dignidade (Leite e Marinho, 2020). Neste
enquadramento, o estudo de Leite e Marinho (2020) traz as narrativas apresentadas na
literatura que expõe que a violência se manifesta como resultado de um processo de
estigmatização sofrido por indivíduos em vulnerabilidade.

Quando a violência é analisada no texto, Leite e Marinho (2020) destacam uma


repercussão que chama bastante atenção, a potencialização de movimentos que lutam por
justiça e direitos de vida dos jovens das periferias. O texto afirma que as experiências de
sofrimento advindas por causa da violência urbana são responsáveis pela integração de
mobilizações, que se caracterizam como ações políticas em busca de justiça e
reconhecimento como forma de ressignificar as vivências dolorosas causadas pelas
violências (Leite e Marinho, 2020). Portanto, a violência pode ser explicada como produtora
de sofrimento, tendo em vista, o extermínio da juventude e o sofrimento social causado por
essas mortes.  
Como sobreviventes da violência, em decorrência de terem tido seus filhos vítimas de
ações violentas, essas mães estabeleceram uma busca por ressignificação da dor causada pela
violência através da luta por justiça. Nesse sentido, é esse processo de produção de uma
ressignificação que produz uma luta política por justiça que as autoras levantam como achado
e trazem ao centro da discussão, pois entendem que “Suas pautas objetivam fortalecer a luta
por justiça daqueles que perderam seus familiares, dando visibilidade às violências de direitos
perpetradas pelo Estado” (Leite e Marinho, 2020, p. 353). Ou seja, a sociedade e o Estado
criminalizam a juventude periférica, a partir das questões descritas previamente, e essa
criminalização culmina em muitas formas de violência urbana como no caso específico das
chacinas.

Bom, Leite e Marinho trazem a violência urbana como um fenômeno naturalizado o


qual as pessoas tentam sobreviver, elas buscam mostrar isso por meio do relato de três mães
que fazem parte da Rede de Mães e Familiares do Ceará. E aí essa violência, marca não só a
vida dos jovens, mas a de seus familiares por medo e insegurança. A violência vista nesse
recorte das chacinas, atravessa intensamente as periferias e afeta, na maioria das vezes, as
vidas de jovens com um perfil específico né, negros e pobres, que acabam sendo
criminalizados e destituídos do direito a dignidade, ou seja, essa violência manifesta o
resultado de um processo de estigmatização sofrido por indivíduos em vulnerabilidade. E aí,
como essas ações são produtoras de sofrimento, tendo em vista, o extermínio da juventude e o
sofrimento social causado por essas mortes, o texto traz através dos relatos das mães das
vítimas, o crescimento de movimentos que vão atuar na luta por justiça e direitos de vida dos
jovens das periferias, como uma forma de ressignificação da dor causada pela violência
através da luta por justiça

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