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Pra gente começar a falar sobre o impacto da morte no ciclo de vida familiar, a

gente achou legal trazer uma breve introdução né falando um pouco de como a
morte e o luto são vistos na nossa sociedade.

aí eu trouxe o norbert elias que vai dizer que: Compreendemos a morte


para além do aniquilamento físico

palavras de Norbert Elias:


“ela é variável e específica segundo os grupos; não importa quão
natural e imutável possa
parecer aos membros de cada sociedade particular: foi
aprendida”.
 
Com isso ele traz uma reflexão de que de todos os seres vivos, a
morte só se constitui como um problema aos seres humanos, pois
apenas nós temos consciência da nossa finitude (2001, p. 11).
 
E assim como o nascer, a morte faz parte do processo de vida do ser humano.
Portanto, vai ser algo que é extremamente natural do ponto de vista biológico. Mas
como o ser humano caracteriza-se principalmente pelos aspectos simbólicos, ou
seja, pelo significado ou pelos valores que ele imprime às coisas. O significado da
morte varia necessariamente no decorrer da história e entre as diferentes culturas
humanas. Para o homem ocidental moderno, a morte passou a ser sinônimo de
fracasso, impotência e vergonha. Tenta-se vencê-la a qualquer custo. Nem sempre
foi assim. Durante muitos séculos, por toda a Idade Média, a morte era entendida
com naturalidade, fazendo parte do ambiente doméstico. No mundo medieval, a
relação com o corpo era aberta, expansiva, indisciplinada, transbordante e
preguiçosa, muito diferente da relação fechada, contida e individualizada do
mundo, que transformou o corpo humano em instrumento de produção e de
trabalho. E aí, nessa transformação, o que causa, hoje, repugnância e temor,
causava, no mundo medieval, riso, intimidade e familiaridade.

A modernidade trouxe também uma mudança fundamental na maneira como o ser


humano passou a ser compreendido. Em seu processo, emerge o ser humano
individualizado que permitiu ao indivíduo pensar e sentir em si mesmo como um
ser autônomo. Atualmente, em nossa sociedade, o que era vivenciado como um
evento familiar passou a ser objeto de vergonha, proibição e repugnância. 

PASSA O SLIDE
 
Phellipe Arriès (1977)
MORTE DOMADA X MORTE INTERDITA
a morte domada que significa que o moribundo estava mais
conectado com sua própria morte, sentia-se que ia morrer e
aceitava-se, que no caso existiu até a metade do século XIX foi substituída pela
morte interdita, ou seja, uma morte que não pertence mais ao morto; é mais
comum ocorrer nos hospitais, local onde, paradoxalmente, mais se nega este
acontecimento.

Posicionamentos diferentes de elias e áries

Elias acusa Àries de ter uma visão descritiva da história, e


afirma que antes, as pessoas tinham menos oportunidade de
amenizar as dores, além disso, a expectativa de vida era
menor, a capacidade de evitar riscos, também, o medo da
punição depois da morte era generalizado. Divergentes neste
aspecto, os autores concordam que a morte era um
acontecimento mais público do que hoje.
Mas os autores atuais como a maria júlia kovacs, vão concordar que hoje a
morte é interdita
PASSA O SLIDE
A morte hoje vai ser descrita como
“pesadelo”, geradora de “sofrimento”, “difícil de
recuperar”, “coisa estranha”, “muito
cruel”, mobilizadora de “preocupação”
E aí quando de fato ocorre essa perda, a gente entra também na temática
atrelada né, que é o luto
PASSA O SLIDE
Parkes (1987),

grande autoridade na área do luto, menciona as preocupações atuais nas


pesquisas sobre este tema. Trazendo que nos estudos dos conceitos básicos
sobre o luto, há os que verificam como as perdas afetam estruturas de
significado na vida, já que o luto é considerado uma profunda transição
existencial.

Para Parkes, o luto é o preço que se paga pelo amor. Acho até interessante uma
coisa que ele fala no livro dele amor e perda, que é ate um dos mais recentes... E aí
como já falei, para ele, o luto é uma importante transição e pode ser um momento
para recriar a própria história. 
e aí ele traz:
"O apego é poderoso, e quando o apego é quebrado, você se sente assim: quebrado,
mas inteiro. A impressão é que quebrou, mas continua inteiro, continua uma
pessoa, uma vida, uma coisa. É reconhecer o valor das partes, mesmo quebradas".

PASSA O SLIDE
Neste sentido, os enlutados, de um modo geral, podem ser vistos como pessoas que
se encontram subjetivamente implicados no processo de reposicionamento frente a
dimensões variadas de sua existência, pois a morte costuma abalar de modo
repentino o alicerce das verdades, expectativas e concepções que, em conjunto,
configuram o que Parkes chama de mundo presumido dos enlutados. e aí isso
explica as sensações que estes indivíduos vivenciam de mutilação, vazio e
deslocamento entre o que o mundo se tornou e o que o mundo costumava ser
(PARKES, 1998).

e isso acontece pq:

Ao perdermos alguém afetivamente importante, somos forçados a desempenhar


várias tarefas psicológicas para nos adaptarmos à nossa nova condição sem a
pessoa querida. Ao perdermos alguém amado, somos forçados a avaliar a
importância emocional daquilo que se perdeu, a elaborarmos as lembranças
dolorosas a respeito da perda, a conferir a ela um sentido capaz de adequar essa
perda dentro de um conjunto de crenças renovado e a assumir novos papéis.
(PARKES, 1998).

E aí a gente vai ver agora um pouco mais disso voltado pra questão da família

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